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MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO


PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

MS nº 0102102-58.2017.5.01.0000
Impetrante: LUIZ CLAUDIO CAMARA MAGALHAES
Impetrado: MM JUIZO DA 2ª VARA DO TRABALHO DE MACAÉ
Terceiro Interessado: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E
TELÉGRAFOS – ECT
Agravo Regimental

PARECER

RELATÓRIO:

Trata-se de agravo regimental em sede de mandado


de segurança, interposto contra decisão monocrática (Id 5eb8580) que
indeferiu a liminar, relacionada ao pleito de restabelecimento e incorporação
de gratificação de função ao impetrante, sob o argumento de ser necessária,
no caso em exame, ampla dilação probatória, por se trata de matéria de fundo
da reclamatória de origem.

Alega o agravante (Id 5b7096b), em síntese, que a


decisão monocrática está equivocada, pois, percebeu a função ao longo de 19
anos e há provas suficientes do injusto motivo para a dispensa da função. Por
fim, aduz ser matéria eminentemente de direito.

Ausente as informações da autoridade coatora.

É o relatório.

CABIMENTO:
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http://pje.trt1.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18012216282700000000021902905
Número do processo: MS 0102102-58.2017.5.01.0000 ID. b1c0083 - Pág. 1
Número do documento: 18012216282700000000021902905
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O agravo tem previsão regimental (Regimento Interno


do TRT/1ª Região, art. 236, III), foi oferecido tempestivamente e conta com
regular representação processual.

Pelo conhecimento.

FUNDAMENTAÇÃO:

PRELIMINAR DOPARQUET

Da possibilidade de concessão de tutela antecipada contra a Fazenda


Pública. Restabelecimento de vantagem remuneratória. Não incidência
do regime de precatórios

Revendo entendimento esposado anteriormente,


verificamos que, in casu, assiste razão ao agravante.

Inicialmente, cumpre esclarecer que, no caso em


apreço, o autor da reclamação trabalhista originária não pleiteia o aumento ou
o recebimento de vantagens pecuniárias, mas, tão somente, o
restabelecimento de uma gratificação recebida por longos anos e suprimida.

Nesse contexto, tem-se que as normas invocadas


pelo Exmo. Relator, concernentes ao não cabimento de medida liminar que
tenha por objeto a concessão de aumento ou extensão de vantagens em face

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Número do processo: MS 0102102-58.2017.5.01.0000 ID. b1c0083 - Pág. 2
Número do documento: 18012216282700000000021902905
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da Fazenda Pública, não se aplicam ao caso concreto, o qual alude à


manutenção de patamar remuneratório já percebido pelo trabalhador, sem
importar em concessão de vantagem.

A propósito, os Tribunais Superiores têm entendido


que o mero restabelecimento de vantagem pecuniária não se inclui nas
limitações à antecipação de tutela previstas no art. 2º B da Lei nº 9.494/97:

RECURSO DE REVISTA - ANTECIPAÇÃO DE


TUTELA - ECT O art. 2º-B da Lei nº 9.494/97, que
veda a concessão de tutela antecipada em casos de
"liberação de recurso, inclusão em folha de
pagamento, reclassificação, equiparação,
concessão de aumento ou extensão de vantagens",
comporta interpretação restritiva, não se
estendendo a hipóteses como a vertente, em que
determinada a manutenção do pagamento de
parcela cuja supressão foi reputada indevida.(grifo
nosso) Precedentes. MULTA COMINATÓRIA O Eg.
TRT entendeu ser razoável o prazo de cinco dias
para o cumprimento da decisão que determinara a
incorporação de parcela à folha de pagamento, a
título de antecipação de tutela, em conformidade
com o art. 461, § 4º, do CPC. No mais, a invocação
dos parágrafos 4º e 5º do art. 461 do CPC não
impulsiona o processamento do Recurso quanto ao
termo inicial para a incidência da multa, porquanto
os referidos dispositivos não tratam do tema.
GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO PERCEBIDA POR
16 ANOS - INCORPORAÇÃO - SÚMULA Nº 372
DO TST - INTERRUPÇÃO - DESCONTINUIDADE
O Reclamante exerceu diversas funções de
confiança por cerca de dezesseis anos, no período
compreendido entre 1995 e 2012, com interrupção
por menos de um ano. A jurisprudência do TST
firma-se no sentido de que, a despeito de não haver
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impedimento legal para reversão do empregado ao


cargo efetivo, caso haja percepção da gratificação
por mais de dez anos, deve ser mantido seu
pagamento, forte no princípio da estabilidade
financeira (Súmula nº 372, I). As interrupções
noticiadas nos autos e o exercício de diversas
funções de confiança, com valores variados, não
prejudicam a contagem do tempo total superior a
dez anos, não afastando a aplicação do aludido
verbete. Precedentes da C. SBDI-1 e de Turmas
desta Corte. Recurso de Revista não conhecido.
(TST - RR: 12751320125040006, Relator: Maria
Cristina Irigoyen Peduzzi, Data de Julgamento:
21/10/2015, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT
23/10/2015)

“PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO.


SERVIDOR PÚBLICO. TUTELA ANTECIPADA
CONTRA A FAZENDA PÚBLICA.
RESTABELECIMENTO DE VANTAGEM.
POSSIBILIDADE. HIPÓTESE QUE NÃO SE
ENQUADRA NAS EXCEÇÕES PROIBITIVAS. 1. A
decisão agravada foi baseada na jurisprudência
assente desta Corte, a qual entende não ser possível
a antecipação de tutela contra a Fazenda Pública
nos casos de aumento ou extensão de vantagens a
servidor público, nos termos da vedação contida no
art. 1.º e art. 2º-B da Lei n. 9.494/97. Entretanto,
tal entendimento não se aplica às hipóteses, como
a dos autos, em que se busca o restabelecimento de
remuneração que já vinha sendo percebida pela
autora. 2. Agravo regimental não provido.” (STJ -
AgRg no Ag 1361195 DF 2010/0194188-7 -
Segunda Turma - Relator Ministro Mauro Campbell
Marques - Data de Julgamento: 15/03/2011 - Data
de Publicação: 22/03/2011).

Ademais, é cediço que o restabelecimento de


vantagem remuneratória devida e ilegalmente não paga, como é o caso dos
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autos, prescinde da observância do regime de precatórios, podendo ser


adimplida, inclusive, por meio de folha suplementar.

Nesse sentido:
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO
DE SEGURANÇA. VERBA DE REPRESENTAÇÃO
DEVIDA A EX-GOVERNADOR. CASSAÇÃO. LIMINAR
INDEFERIDA. RESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO
SOMENTE EM FINAL JULGAMENTO DO "WRIT".
PARCELAS COMPREENDIDAS DA IMPETRAÇÃO À
IMPOSIÇÃO DA ORDEM. DESNECESSIDADE DE SE
OBSERVAR O REGIME DE PRECATÓRIO.
PRECEDENTES DESTE TRIBUNAL. EXEGESE DE
JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES.RECURSO
A QUE SE NEGA PROVIMENTO.(1) É preciso fazer a
distinção, quando a decisão proferida em mandado de
segurança tem reflexos financeiros, entre concessão e
restabelecimento de vantagem ou benefício. Na
concessão, é inadmissível o deferimento de liminar e a
decisão impondo a ordem somente poderá ser cumprida
depois do seu trânsito em julgado, devendo, por isso, a
execução das parcelas devidas a partir da impetração
seguir a sistemática de precatório. No restabelecimento,
ao contrário, é possível o deferimento de liminar ou, não
sendo deferida, a decisão impondo a ordem, prolatada
adiante, deverá ser prontamente cumprida. (2) Assim é
porque na concessão de vantagem ou benefício a verba
respectiva não se encontra incluída no orçamento do
ente público. E não se encontrando, é de rigor aguardar-
se o trânsito em julgado da decisão judicial e,
posteriormente, a expedição de precatório. No
restabelecimento, ao contrário, a vantagem ou o
benefício, antes da sua cassação, já integrava o
patrimônio do impetrante e, por isso, já se encontrava
inserido no orçamento do ente público.(3) Esse,
portanto, o fundamento jurídico para também se
entender que, em se tratando de restabelecimento de
vantagem ou benefício, as parcelas compreendidas
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entre a impetração e a imposição da ordem devem ser


adimplidas imediatamente por meio de folha
suplementar, sem necessidade de submissão ao regime
de precatório. É que não se afigura justo nem razoável
que o indeferimento de medida liminar, a par da demora
do mecanismo judiciário, faça com que a obrigação
financeira, relativa às parcelas vencidas a partir da
impetração, apenas possa ser satisfeita mediante
precatório em um longo e demorado processo de
execução quando a vantagem ou benefício, que já
integrava o patrimônio do impetrante, somente é
restabelecido em final julgamento do "mandamus".(4)
Ora, se as verbas devidas a partir da impetração podem
ser executadas nos próprios autos do mandado de
segurança, nos termos do que dispõe o § 4.º do art. 14 da
Lei Federal n.º 12.016/2009, o adimplemento dessa
obrigação financeira, por lógica, deve ser imediato,
correlato ao rito célere desse instrumento processual de
índole constitucional tendente a, de pronto e de modo
eficaz, restabelecer o "status quo ante", violado por um
ato ilegal ou abusivo de poder. (…).” (TJPR - Órgão
Especial - AR - 830155-5/04 - Foro Central da Comarca
da Região Metropolitana de Curitiba - Rel.: Adalberto
Jorge Xisto Pereira - Por maioria - - J. 06.10.2014).

No entanto, entendemos que o pagamento da gratificação


referente ao período anterior ao ajuizamento da reclamação trabalhista deverá
ocorrer por RPV ou precatório, após o trânsito em julgado.

MÉRITO

Da presença dos requisitos autorizadores para a concessão da tutela


antecipada.

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Nos termos do artigo 300 do Código de Processo Civil de


2015, a tutela de urgência - que engloba tanto a tutela cautelar quanto a
antecipada - será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.

No caso em apreço, estão presentes os requisitos em


questão, conforme será demonstrado a seguir.

A documentação adunada com a exordial evidencia


que a agravante exerceu função de confiança, ao longo de 24 anos, na
empresa, ainda que descontinuamente.

Assim, extrai-se da ficha financeira (Id. f893563) o


seguinte:
a) De junho de 1998 a dezembro de 2001- O
agravante recebeu, ininterruptamente, a
“Gratificação de Função Conv.”;
b) De janeiro de 2002 a setembro de 2017 -
Percebeu a “Complementação Rem. Singular”;
Do exposto acima, conclui-se que o agravante, ao
longo de 19 anos, percebeu gratificação de função, sendo que por mais de 15
anos percebeu a função “complemento renun. Singular”.

Portanto, houve a comprovação de plano e a


contento do recebimento da gratificação de função, pela impetrante, por mais

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de 10 anos, estando preenchido o requisito temporal exigido para a


manutenção da verba, ante os termos consagrados na Súmula 372/TST.

Assim, verifica-se a plausibilidade do direito


afirmado pelo agravante (incorporação de gratificação percebida por mais de
dez anos e suprimida injustamente pela ré), tema exaustivamente apreciado
por esta Justiça Especializada, restando caracterizada a verossimilhança.

A indubitável natureza alimentar da verba pleiteada


e a drástica redução do padrão remuneratório, com possibilidade de
comprometimento da subsistência da agravante e de sua família, denotam a
presença do perigo de dano.

Dessa forma, não há dúvida que a supressão


repentina do acréscimo salarial decorrente do exercício de função de
confiança compromete a estabilidade financeira do trabalhador, que
organizou a sua vida pessoal, durante longo período, com base nesse plus
salarial.

Assim, não há que se falar em irreversibilidade


do provimento, uma vez que este não estabeleceu nova situação jurídica,
de impossível reversão ao status quo anterior, sobretudo porque o
trabalhador continuará prestando serviços aos Correios.

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Ainda que assim não o fosse, cabe salientar que o


requisito de possibilidade de reversão deve ser relativizado no processo
trabalhista, tendo em vista a natureza alimentícia do objeto pleiteado.

Da reiteração de casos análogos

Imperioso ressaltar que este Órgão Ministerial


observou que, em vários casos semelhantes, a terceira interessada (ECT)
outorga diferentes denominações por ocasião da concessão de funções
gratificadas. Assim, em diversas lides, tais gratificações se alternam
entre as duas nomenclaturas acima mencionadas (“complemento renun.
Singular” e "Gratificação de Função Conv.").

Não se tem dúvida de que pode o empregador


destituir o empregado de uma função de confiança, consoante dispõe o
parágrafo único do art. 468 da CLT. Todavia, também, não se pode perder de
vista que a percepção da gratificação por muitos anos traz uma estabilidade
financeira que se incorpora ao patrimônio do obreiro, causando-lhe, a
supressão abrupta, grandes perdas financeiras.

Nesse aspecto, a Súmula 372, I, do TST não faz


exigência de que o empregado perceba a mesma gratificação de função e,
muito menos, que seja de forma ininterrupta, bastando, portanto, que a
efetiva percepção totalize dez anos ou mais, donde se conclui que, in casu, o

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exercício de cargos comissionados distintos por mais de 10 anos dá direito à


empregada à manutenção do pagamento da gratificação de função suprimida.

Nesse sentido, os seguintes julgados da Subseção I


Especializada em Dissídios Individuais (grifos acrescidos):

“GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. PERCEPÇÃO


POR MAISDE DEZ ANOS EM PERÍODOS
DESCONTÍNUOS.ESTABILIDADE FINANCEIRA.
DIREITO ÀINCORPORAÇÃO. Nos termos do item I
da Súmula nº 372 do TST, "I -Percebida a
gratificação de função por dez ou mais anos pelo
empregado, se o empregador, sem justo motivo,
rever tê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-
lhe a gratificação tend oem vista o princípio da
estabilidade financeira". Destaca-se que, na
súmula referida, não se cogita da percepção
ininterrupta da mesma função gratificada por dez
ou mais anos como condição obrigatória para a
incorporação da gratificação. Ressalta-se,
ademais, que esta Corte já sedimentou o
entendimento de que, para o deferimento da
incorporação de função gratificada suprimida,
pode ser considerado o exercício de diversas
funções de confiança por mais de dez anos, ainda
que em períodos descontínuos. Desse modo,
preenchida, na hipótese, a condição obrigatória
para a incorporação da gratificação, qual seja a
percepção da referida parcela por mais de dez
anos, ainda que em períodos descontínuos, afigura-
se legítimo que o julgador decida, in casu, sobre a
ilicitude da exclusão da parcela, à luz do princípio
da estabilidade financeira do empregado, e
reconheça o seu direito à manutenção do
pagamento da gratificação de função suprimida.
Embargos conhecidos e providos” (Processo: E-
ED-RR - 104240-56.2003.5.01.0010 Data de
10

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Julgamento:29/09/2016, Relator Ministro José


Roberto Freire Pimenta, Subseção I Especializada
em Dissídios Individuais, Data de Publicação:
DEJT 07/10/2016)

"EXERCÍCIO DE
FUNÇÕES GRATIFICADAS DISTINTAS POR
MAIS DE DEZ ANOS. INCORPORAÇÃO, NOS
TERMOS DA SÚMULA Nº 372, ITEM I, DO TST.
Os princípios da irredutibilidade salarial e da
estabilidade financeira vedam a supressão
injustificada do pagamento da gratificação de
função exercida por mais de dez anos, como no
caso dos autos. Esse tem sido o entendimento
jurisprudencial desta Corte, consubstanciado na
Súmula nº 372, item I, que assegura ao
empregado, na hipótese de afastamento do cargo
de confiança sem justo motivo, a manutenção do
pagamento da gratificação respectiva, quando
tenha sido ela percebida por dez ou mais anos
continuados. Registra-se, ainda, que a referida
Súmula não exige que a percepção de
gratificação ocorra em virtude do exercício da
mesma função, até porque o objetivo da
jurisprudência foi exatamente impedir a
instabilidade financeira daquele que tem
suprimida a gratificação paga por mais de dez
anos ininterruptos, sendo irrelevante que tenha
ocorrido em decorrência do exercício de funções
diversas." (RR - 19400-98.2004.5.04.0009 - 2ª
Turma - Relator Ministro José Roberto Freire
Pimenta - pub. em 10/12/2010). (grifos nossos)

"AGRAVO DE
INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA -
GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO -
INCORPORAÇÃO - RECEBIMENTO POR MAIS
DE DEZ ANOS - EXERCÍCIO DE FUNÇÕES
DIVERSAS E POR PERÍODOS
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DESCONTINUADOS. A gratificação de função


incorpora-se ao salário do empregado se for paga
por tempo igual ou superior a dez anos, em
observância ao princípio da estabilidade
econômico-financeira. Efetivamente, para sua
incorporação, não se exige que o empregado
perceba a mesma gratificação de função durante
todo o período ou que os dez anos na função sejam
exercidos de forma ininterrupta. Por conseguinte,
no caso, o exercício de diversas funções de
confiança por mais de dez anos, ainda que em
período descontínuo, confere ao empregado o
direito à manutenção do pagamento da função de
confiança suprimida, pela média atualizada das
gratificações percebidas. Incide a Súmula nº 372,
I, do TST. Agravo de instrumento
desprovido."(AIRR - 90400-48.2006.5.16.0012,
Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello
Filho, Data de Julgamento: 27/05/2014, 7ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 30/05/2014) (grifos
nossos).

Pelo provimento do apelo.

CONCLUSÃO:
Pronuncia-se o MINISTÉRIO PÚBLICO DO
TRABALHO pelo conhecimento e provimento do agravo regimental, na
forma da fundamentação supra.

É o parecer.
Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 2018.

DEBORAH DA SILVA FELIX


Procuradora Regional do Trabalho

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