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Saneamento de Goiás S.A.

SANEAGO
Agente de Operação e Agente de Saneamento
Edital N. 01/2017

DZ084-2017
DADOS DA OBRA

Título da obra: Saneamento de Goiás S.A. - SANEAGO

Cargo: Agente de Operação e Agente de Saneamento

(Baseado no Edital N. 01/2017)

• Língua Portuguesa
• Matemática
• Noções de Informática
• Conhecimentos Gerais

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Diagramação
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes

Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira

Capa
Joel Ferreira dos Santos

Editoração Eletrônica
Marlene Moreno
APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

Língua Portuguesa

1. Leitura e interpretação de textos de diferentes gêneros: efeitos de sentido, hierarquia dos sentidos do texto, situação
comunicativa, pressuposição, inferência, ambiguidade, ironia, figurativização, polissemia, intertextualidade, linguagem
não verbal. .................................................................................................................................................................................................................. 01
2. Modos de organização do texto: descrição, narração, exposição, argumentação, diálogo e esquemas retóricos
(enumeração de ideias, relações de causa e consequência, comparação, gradação, oposição, etc.)..................................... 01
3. Estrutura textual: progressão temática, parágrafo, período, oração, pontuação, tipos de discurso, mecanismos de
estabelecimento da coerência, coesão lexical e conexão sintática....................................................................................................... 39
4. Gêneros textuais: análise das características composicionais de editorial, notícia, reportagem, resenha, crônica, carta,
artigo de opinião, relatório, parecer, ofício, charge, tira, pintura, placa, propaganda institucional/educacional, etc...... 62
5. Estilo e registro: variedades linguísticas, formalidade e informalidade, formas de tratamento, propriedade lexical,
adequação comunicativa....................................................................................................................................................................................... 71
6. Língua padrão: ortografia, formação de palavras, pronome, advérbio, adjetivo, conjunção, preposição, regência,
concordância nominal e verbal........................................................................................................................................................................... 75

Matemática

1. Conjuntos Numéricos: Números naturais e números inteiros: operações, relação de ordem, divisibilidade, máximo
divisor comum, mínimo múltiplo comum e decomposição em fatores primos; Números racionais e irracionais:
operações, relação de ordem, propriedades e valor absoluto; Números complexos: conceito, operações e representação
geométrica; Situações-problema envolvendo conjuntos numéricos. ................................................................................................ 01
2. Progressão Aritmética e Progressão Geométrica: Razão, termo geral e soma dos termos; Situações-problema
envolvendo progressões. ..................................................................................................................................................................................... 07
3. Noções de Matemática Financeira: Razão e Proporção; Porcentagem; Juros simples e composto. ................................. 15
4. Equações e Inequações: Conceito; Resolução e discussão. ............................................................................................................... 30
5. Funções: Conceito e representação gráfica das funções: afim, quadrática, exponencial e modulares; Situações-
problema envolvendo funções. ......................................................................................................................................................................... 35
6. Sistemas de equações: Conceito; Resolução, discussão e representação geométrica; Situações-problema envolvendo
sistemas de equações. ........................................................................................................................................................................................... 41
7. Análise Combinatória: Princípio fundamental de contagem; Combinações e permutações; Situações-problema
envolvendo análise combinatória. .................................................................................................................................................................... 41
8. Noções de Estatística: Apresentação de dados estatísticos: tabelas e gráficos; Medidas de centralidade: média
aritmética, média ponderada, mediana e moda.......................................................................................................................................... 50
9. Geometria: Figuras geométricas planas: ângulos, retas, polígonos, circunferências e círculos; Relações métricas nos
polígonos; Perímetro de polígono e comprimento de circunferência; Área de polígono e do círculo; Resolução de
problemas envolvendo geometria..................................................................................................................................................................... 65

Noções de Informática

1. Sistemas operacionais Windows: recursos básicos de utilização: janelas, menus, atalhos, ajuda e suporte gerencia-
mento de pastas e arquivos; pesquisas e localização de conteúdo; gerenciamento de impressão; instalação e remoção
de programas; configuração no Painel de Controle; configuração de dispositivos de hardware; configuração de aplica-
tivos. ............................................................................................................................................................................................................................. 01
2. Aplicativos para edição de textos por meio de software livre e de software comercial: ambiente do software; opera-
ções básicas com documentos; edição e formatação do texto; tratamento de fontes de texto; verificação ortográfica e
gramatical; impressão; utilização de legendas, índices e figuras. ........................................................................................................ 12
3. Navegadores de Internet e serviços de busca na Web: redes de computadores e Internet; elementos da interface
dos principais navegadores de Internet; navegação e exibição de sítios Web; utilização e gerenciamento dos principais
navegadores de Internet........................................................................................................................................................................................ 61
4. Hardware, periféricos e conhecimentos básicos de informática: tipos de computador; tipos de conectores para dis-
positivos externos; dispositivos de entrada, saída, armazenamento e comunicação de dados............................................... 94
SUMÁRIO

Conhecimentos Gerais

1. Temas políticos, econômicos e sociais em evidência no mundo e no Brasil na atualidade;.................................................. 01


2. Desenvolvimento sustentável;........................................................................................................................................................................ 24
3. Globalização e regionalização mundial;...................................................................................................................................................... 25
4. Mercado Comum do Sul (Mercosul) e política externa brasileira;.................................................................................................... 26
5. Fontes energéticas;............................................................................................................................................................................................. 26
6. Os recursos hídricos no Brasil;........................................................................................................................................................................ 27
7. Aspectos étnicos, geográficos, históricos, culturais e administrativos do Brasil......................................................................... 28
8. Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, nacionalidade, cidadania,
direitos políticos........................................................................................................................................................................................................ 37
9. Organização político-administrativa: União, estados, Distrito Federal, municípios e territórios.......................................... 67
10. Poder Legislativo: Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, deputados e senadores............... 75
11. Poder Executivo: atribuições do presidente da República e dos ministros de Estado........................................................... 87
12. Poder Judiciário: competências................................................................................................................................................................... 90
13. Noções de organização administrativa: administração direta e indireta; autarquias, fundações, empresas públicas e
sociedades de economia mista.........................................................................................................................................................................101

História e Geografia de Goiás

Em atendimento à Lei Nº 14.911 de 11 de agosto de 2004, serão cobrados conhecimentos de História Política, Econômica
e Social do Estado de Goiás; Cultura Goiana; Aspectos Ambientais da Geografia do Estado de Goiás; Regionalização e
Caracterização das Regiões Goianas; Urbanização, Migração e Densidade Populacional do Estado de Goiás; Realidade
Étnica e Social do Estado de Goiás.................................................................................................................................................................... 01
LÍNGUA PORTUGUESA

Médio

1. Leitura e interpretação de textos de diferentes gêneros: efeitos de sentido, hierarquia dos sentidos do texto, situação
comunicativa, pressuposição, inferência, ambiguidade, ironia, figurativização, polissemia, intertextualidade, linguagem
não verbal. .................................................................................................................................................................................................................. 01
2. Modos de organização do texto: descrição, narração, exposição, argumentação, diálogo e esquemas retóricos
(enumeração de ideias, relações de causa e consequência, comparação, gradação, oposição, etc.)..................................... 01
3. Estrutura textual: progressão temática, parágrafo, período, oração, pontuação, tipos de discurso, mecanismos de
estabelecimento da coerência, coesão lexical e conexão sintática....................................................................................................... 39
4. Gêneros textuais: análise das características composicionais de editorial, notícia, reportagem, resenha, crônica, carta,
artigo de opinião, relatório, parecer, ofício, charge, tira, pintura, placa, propaganda institucional/educacional, etc...... 62
5. Estilo e registro: variedades linguísticas, formalidade e informalidade, formas de tratamento, propriedade lexical,
adequação comunicativa....................................................................................................................................................................................... 71
6. Língua padrão: ortografia, formação de palavras, pronome, advérbio, adjetivo, conjunção, preposição, regência,
concordância nominal e verbal........................................................................................................................................................................... 75

Superior

1. Leitura e análise de textos de diferentes gêneros textuais. Linguagem verbal e não verbal. Mecanismos de produção
de sentidos nos textos: polissemia, ironia, comparação, ambiguidade, citação, inferência, pressuposto. Significados
contextuais das expressões linguísticas........................................................................................................................................................... 01
2. Organização do texto: fatores de textualidade (coesão, coerência, intertextualidade, informatividade, intencionalidade,
aceitabilidade, situacionalidade). Progressão temática. Sequências textuais: descritiva, narrativa, argumentativa, injuntiva,
dialogal. Tipos de argumento. Funcionalidade e características dos gêneros textuais oficiais: ofício, memorando, e-mail,
carta comercial, aviso, e-mail etc. Uso dos pronomes. Pontuação. Características dos diferentes discursos (jornalístico,
político, acadêmico, publicitário, literário, científico, etc.). ..................................................................................................................... 01
3. Organização da frase: Processos de coordenação e de subordinação. Verbos que constituem predicado e verbos que
não constituem predicado. Tempos e modos verbais. Concordância verbal e nominal. Regência dos nomes e dos verbos.
Constituição e funcionalidade do Sujeito....................................................................................................................................................... 39
4. Classes de palavras. Formação das palavras. Composição, derivação. Ortografia oficial. Fonemas Acentuação
gráfica.......................................................................................................................................................................................................................75
5. Variação linguística: estilística, sociocultural, geográfica, histórica. Variação entre modalidades da língua (fala e escrita).
Norma e uso............................................................................................................................................................................................................... 71
LÍNGUA PORTUGUESA

1. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS: EFEITOS DE


SENTIDO, HIERARQUIA DOS SENTIDOS DO TEXTO, SITUAÇÃO COMUNICATIVA,
PRESSUPOSIÇÃO, INFERÊNCIA, AMBIGUIDADE, IRONIA, FIGURATIVIZAÇÃO,
POLISSEMIA, INTERTEXTUALIDADE, LINGUAGEM NÃO VERBAL.
2. MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO TEXTO: DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO, EXPOSIÇÃO,
ARGUMENTAÇÃO, DIÁLOGO E ESQUEMAS RETÓRICOS (ENUMERAÇÃO DE IDEIAS,
RELAÇÕES DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA, COMPARAÇÃO, GRADAÇÃO, OPOSIÇÃO,
ETC.).
1. LEITURA E ANÁLISE DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS TEXTUAIS.
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL. MECANISMOS DE PRODUÇÃO DE SENTIDOS
NOS TEXTOS: POLISSEMIA, IRONIA, COMPARAÇÃO, AMBIGUIDADE, CITAÇÃO,
INFERÊNCIA, PRESSUPOSTO. SIGNIFICADOS CONTEXTUAIS DAS EXPRESSÕES
LINGUÍSTICAS.
2. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO: FATORES DE TEXTUALIDADE (COESÃO, COERÊNCIA,
INTERTEXTUALIDADE, INFORMATIVIDADE, INTENCIONALIDADE, ACEITABILIDADE,
SITUACIONALIDADE). PROGRESSÃO TEMÁTICA. SEQUÊNCIAS TEXTUAIS:
DESCRITIVA, NARRATIVA, ARGUMENTATIVA, INJUNTIVA, DIALOGAL. TIPOS DE
ARGUMENTO. FUNCIONALIDADE E CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS TEXTUAIS
OFICIAIS: OFÍCIO, MEMORANDO, E-MAIL, CARTA COMERCIAL, AVISO, E-MAIL
ETC. USO DOS PRONOMES. PONTUAÇÃO. CARACTERÍSTICAS DOS DIFERENTES
DISCURSOS (JORNALÍSTICO, POLÍTICO, ACADÊMICO, PUBLICITÁRIO, LITERÁRIO,
CIENTÍFICO, ETC.).

É muito comum, entre os candidatos a um cargo público, a preocupação com a interpretação de textos. Por isso, vão aqui
alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder às questões relacionadas a textos.
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir
interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar ).
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se
com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação
dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu
contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.
Intertexto - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse
tipo de recurso denomina-se intertexto.
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal.
A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclare-
cimento das questões apresentadas na prova.

Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:


- Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste
caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto.
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo.
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras.

Condições básicas para interpretar

Fazem-se necessários:
- Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico;

Observação – na semântica (significado das palavras) incluem--se: homônimos e parônimos, denotação e conotação,
sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.
- Capacidade de observação e de síntese e
- Capacidade de raciocínio.

1
LÍNGUA PORTUGUESA

Interpretar X compreender - cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois


o objeto possuído.
Interpretar significa - como (modo)
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. - onde (lugar)
- Através do texto, infere-se que... quando (tempo)
- É possível deduzir que... quanto (montante)
- O autor permite concluir que...
- Qual é a intenção do autor ao afirmar que... Exemplo:
Falou tudo QUANTO queria (correto)
Compreender significa Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
- intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está aparecer o demonstrativo O ).
escrito.
- o texto diz que... Dicas para melhorar a interpretação de textos
- é sugerido pelo autor que...
- de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação... - Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do
- o narrador afirma... assunto;
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa
Erros de interpretação a leitura;
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto
pelo menos duas vezes;
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de
- Inferir;
erros de interpretação. Os mais frequentes são:
- Voltar ao texto quantas vezes precisar;
- Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do con-
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do
texto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por
autor;
conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor
compreensão;
- Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção - Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada
apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um con- questão;
junto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do - O autor defende ideias e você deve percebê-las.
entendimento do tema desenvolvido.
Fonte:
- Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias contrá- http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
rias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas gues/como-interpretar-textos
e, consequentemente, errando a questão.
Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor QUESTÕES
e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de
concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o 1-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – FCC/2014
autor diz e nada mais. - ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão, considere
o texto abaixo.
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que A marca da solidão
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de
oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer penumbra na tarde quente.
e o que já foi dito. Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den-
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a- tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com
dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando pequenas
pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz
aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer também de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a marca
de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.
por isso a necessidade de adequação ao antecedente. (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja-
Os pronomes relativos são muito importantes na inter- neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
pretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão.
Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo
pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber: reduzido no qual o menino detém sua atenção é
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, (A) fresta.
mas depende das condições da frase. (B) marca.
- qual (neutro) idem ao anterior. (C) alma.
- quem (pessoa) (D) solidão.
(E) penumbra.

2
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- 5-) (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR – FGV


PE/2012) PROJETOS/2010)
O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a to-
talidade do universo, toda a sociedade, a história, a concepção Painel do leitor (Carta do leitor)
de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se
estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma Resgate no Chile
maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em todos os seus
níveis, uma espécie de segunda revelação do mundo. Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de
Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o salvamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo
Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: de uma mina de cobre e ouro no Chile.
Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações). Um a um os mineiros soterrados foram içados com su-
cesso, mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cumprimen-
Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente textual tando seus companheiros de trabalho. Não se pode esquecer
“O riso”. a ajuda técnica e material que os Estados Unidos, Canadá e
( ) CERTO ( ) ERRADO China ofereceram à equipe chilena de salvamento, num ges-
to humanitário que só enobrece esses países. E, também, dos
3-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010) dois médicos e dois “socorristas” que, demonstrando coragem
Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atin- e desprendimento, desceram na mina para ajudar no salva-
giu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge mento.
uma explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e ge- (Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – pai-
neralizado de energia no final de 2009. nel do leitor – 17/10/2010)
Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétri-
ca (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa estatal Considerando o tipo textual apresentado, algumas ex-
Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de 900 pressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor
km que separam Itaipu de São Paulo. diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem
Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de inves- ser encontradas nos trechos a seguir, EXCETO:
timentos e também erros operacionais conspiraram para pro- A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...”
duzir a mais séria falha do sistema de geração e distribuição B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma
de energia do país desde o traumático racionamento de 2001. mina de cobre e ouro no Chile.”
Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações). C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...”
Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas do D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.”
texto acima apresentado, julgue os próximos itens. E) “... demonstrando coragem e desprendimento, des-
A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 ceram na mina...”
estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo. (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO –
( ) CERTO ( ) ERRADO VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às
4-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) questões de números 6 a 8.
Um carteiro chega ao portão do hospício e grita: Férias na Ilha do Nanja
— Carta para o 9.326!!!
Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as ma-
em las nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo faz,
branco, e um outro pergunta: pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, fissu-
— Quem te mandou essa carta? ras* – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre as
— Minha irmã. fissuras, as pedras soltas e as barreiras...
— Mas por que não está escrito nada? Meus amigos partem para as suas férias, cansados de
— Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando! tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da contramão;
Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com enfim, cansados, cansados de serem obrigados a viver numa
adaptações). grande cidade, isto que já está sendo a negação da própria
vida.
O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto aci- E eu vou para a Ilha do Nanja.
ma decorre Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as
A) da identificação numérica atribuída ao louco. férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio
B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a car- cresce como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já estou
ta no hospício. vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, e a moça
C) do fato de outro louco querer saber quem enviou a à janela a namorar um moço na outra janela de outra ilha.
carta. (Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende. Adap-
D) da explicação dada pelo louco para a carta em bran- tado)
co.
E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele. *fissuras: fendas, rachaduras

3
LÍNGUA PORTUGUESA

6-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO 10-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ
– VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descrever a ma- – ADMINISTRADOR - UFPR/2013) Assinale a alternativa que
neira como se preparam para suas férias, a autora mostra apresenta um dito popular que parafraseia o conteúdo ex-
que seus amigos estão presso no excerto: “Se você está em casa, não pode sair. Se
(A) serenos. você está na rua, não pode entrar”.
(B) descuidados. a) “Se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come”.
(C) apreensivos. b) “Quando o gato sai, os ratos fazem a festa”.
(D) indiferentes. c) “Um dia da caça, o outro do caçador”.
(E) relaxados. d) “Manda quem pode, obedece quem precisa”.

7-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO – Resolução


VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar que,
assim como seus amigos, a autora viaja para 1-)
(A) visitar um lugar totalmente desconhecido. Com palavras do próprio texto responderemos: o mun-
(B) escapar do lugar em que está. do cabe numa fresta.
(C) reencontrar familiares queridos. RESPOSTA: “A”.
(D) praticar esportes radicais.
(E) dedicar-se ao trabalho. 2-)
Vamos ao texto: O riso é tão universal como a seriedade;
8-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO – ele abarca a totalidade do universo (...). Os termos relacio-
VUNESP/2013) Ao descrever a Ilha do Nanja como um lugar nam-se. O pronome “ele” retoma o sujeito “riso”.
onde, “à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce RESPOSTA: “CERTO”.
como um bosque” (último parágrafo), a autora sugere que
viajará para um lugar 3-)
(A) repulsivo e populoso. Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo
(B) sombrio e desabitado. menos 1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por “o
(C) comercial e movimentado.
qual”, portanto, trata-se de um pronome relativo (oração su-
(D) bucólico e sossegado.
bordinada adjetiva). Quando há presença de vírgula, temos
(E) opressivo e agitado.
uma adjetiva explicativa (generaliza a informação da oração
principal. A construção seria: “do apagão, que atingiu pelo
9-) (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013)
menos 1800 cidades em 18 estados do país”); quando não
Grandes metrópoles em diversos países já aderiram. E
há, temos uma adjetiva restritiva (restringe, delimita a infor-
o Brasil já está falando sobre isso. O pedágio urbano divide
opiniões e gera debates acalorados. Mas, afinal, o que é mais mação – como no caso do exercício).
justo? O que fazer para desafogar a cidade de tantos carros? RESPOSTA: “CERTO’.
Prepare-se para o debate que está apenas começando.
(Adaptado de Superinteressante, dezembro2012, p.34) 4-)
Marque N(não) para os argumentos contra o pedágio Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais
urbano; marque S(sim) para os argumentos a favor do pe- aparece no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah,
dágio urbano. porque nós brigamos e não estamos nos falando”.
( ) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans- RESPOSTA: “D”.
porte público e estender as ciclovias.
( ) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas cida- 5-)
des, que não resolveu os problemas do trânsito. Em todas as alternativas há expressões que representam
( ) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mundo a opinião do autor: Assisti ao maior espetáculo da Terra /
vai ter que pensar bem antes de comprar um carro. Não se pode esquecer / gesto humanitário que só enobrece
( ) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estaciona- / demonstrando coragem e desprendimento.
mento, revisão....e agora mais o pedágio? RESPOSTA: “B”.
( ) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é
investido no transporte público. 6-)
( ) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pague “pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas,
pelo privilégio! fissuras – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre
( ) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio ur- as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...” = pensar nessas
bano melhorou. coisas, certamente, deixa-os apreensivos.
A ordem obtida é: RESPOSTA: “C”.
a) (S) (N) (N) (S) (S) (S) (N)
b) (S) (N) (S) (N) (N) (S) (S) 7-)
c) (N) (S) (S) (N) (S) (N) (S) Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta
d) (S) (S) (N) (S) (N) (S) (N) da própria autora!
e) (N) (N) (S) (S) (N) (S) (N) RESPOSTA: “B”.

4
LÍNGUA PORTUGUESA

8-)
Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim.
RESPOSTA: “D”.

9-)
(S) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans-
porte público e estender as ciclovias.
(N) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas cida-
des, que não resolveu os problemas do trânsito. Essas figuras fazem uso apenas de imagens para comuni-
(S) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mun- car o que representam.
do vai ter que pensar bem antes de comprar um carro.
(N) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacio- A Língua é um instrumento de comunicação, sendo
namento, revisão....e agora mais o pedágio? composta por regras gramaticais que possibilitam que deter-
(N) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é minado grupo de falantes consiga produzir enunciados que
investido no transporte público. lhes permitam comunicar-se e compreender-se. Por exemplo:
(S) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pa- falantes da língua portuguesa.
gue pelo privilégio! A língua possui um caráter social: pertence a todo um
(S) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio ur- conjunto de pessoas, as quais podem agir sobre ela. Cada
bano melhorou. membro da comunidade pode optar por esta ou aquela for-
S - N - S - N - N - S - S ma de expressão. Por outro lado, não é possível criar uma lín-
RESPOSTA: “B”. gua particular e exigir que outros falantes a compreendam.
Dessa forma, cada indivíduo pode usar de maneira particular
10-) a língua comunitária, originando a fala. A fala está sempre
Dentre as alternativas apresentadas, a que reafirma a condicionada pelas regras socialmente estabelecidas da lín-
ideia do excerto (não há muita saída, não há escolhas) é: “Se gua, mas é suficientemente ampla para permitir um exercício
você está em casa, não pode sair. Se você está na rua, não criativo da comunicação. Um indivíduo pode pronunciar um
pode entrar”. enunciado da seguinte maneira:
RESPOSTA: “A”. A família de Regina era paupérrima.

Linguagem Verbal e Não Verbal Outro, no entanto, pode optar por:

Linguagem é a capacidade que possuímos de expres- A família de Regina era muito pobre.
sar nossos pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos.
Está relacionada a fenômenos comunicativos; onde há co- As diferenças e semelhanças constatadas devem-se às
municação, há linguagem. Podemos usar inúmeros tipos diversas manifestações da fala de cada um. Note, além dis-
de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, so, que essas manifestações devem obedecer às regras gerais
tais como: sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais da língua portuguesa, para não correrem o risco de produzir
convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica, por enunciados incompreensíveis como:
exemplo). Num sentido mais genérico, a linguagem pode
ser classificada como qualquer sistema de sinais que se va- Família a paupérrima de era Regina.
lem os indivíduos para comunicar-se.
A linguagem pode ser: Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois
meios de comunicação distintos. A escrita representa um está-
- Verbal: aquela que faz uso das palavras para comuni- gio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea,
car algo. abrange a comunicação linguística em toda sua totalidade. Além
disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por mí-
micas, incluindo-se fisionomias. A língua escrita não é apenas a
representação da língua falada, mas sim um sistema mais discipli-
nado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as
mímicas e o tom de voz do falante. No Brasil, por exemplo, todos
falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da língua
devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:
As figuras acima nos comunicam sua mensagem através
da linguagem verbal (usa palavras para transmitir a infor- - Fatores Regionais: é possível notar a diferença do por-
mação). tuguês falado por um habitante da região nordeste e outro da
região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, tam-
- Não Verbal: aquela que utiliza outros métodos de co- bém há variações no uso da língua. No estado do Rio Grande
municação, que não são as palavras. Dentre elas estão a lin- do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por
guagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem um cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um
corporal, uma figura, a expressão facial, um gesto, etc. cidadão do interior do estado.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Fatores Culturais: o grau de escolarização e a forma- Ao empregar os signos que formam a nossa língua, de-
ção cultural de um indivíduo também são fatores que cola- vemos obedecer às regras gramaticais convencionadas pela
boram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa esco- própria língua. Desse modo, por exemplo, é possível colocar
larizada utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa o artigo indefinido “um” diante do signo “cachorro”, forman-
que não teve acesso à escola. do a sequência “um cachorro”, o mesmo não seria possível
- Fatores Contextuais: nosso modo de falar varia de se quiséssemos colocar o artigo “uma” diante do signo “ca-
acordo com a situação em que nos encontramos: quando chorro”. A sequência “uma cachorro” contraria uma regra de
conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que concordância da língua portuguesa, o que faz com que essa
usaríamos se estivéssemos discursando em uma solenidade sentença seja rejeitada. Os signos que constituem a língua
de formatura. obedecem a padrões determinados de organização. O co-
- Fatores Profissionais: o exercício de algumas ativida- nhecimento de uma língua engloba tanto a identificação de
des requer o domínio de certas formas de língua chamadas seus signos, como também o uso adequado de suas regras
línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas combinatórias.
formas têm uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico
de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e Signo: elemento representativo que possui duas partes
da informática, biólogos, médicos, linguistas e outros espe- indissolúveis:  significado e significante. Significado (é o con-
cialistas. ceito, a ideia transmitida pelo signo, a parte abstrata do
- Fatores Naturais: o uso da língua pelos falantes sofre signo) + Significante (é a imagem sonora, a forma, a parte
influência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança concreta do signo, suas letras e seus fonemas).
não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí Língua: conjunto de sinais baseado em palavras que
falar-se em linguagem infantil e linguagem adulta. obedecem às regras gramaticais.
Fala: uso individual da língua, aberto à criatividade e ao
Fala desenvolvimento da liberdade de expressão e compreensão.

É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato indi- Efeitos de Ironia em Textos
vidual, pois cada indivíduo, para a manifestação da fala, pode
escolher os elementos da língua que lhe convém, conforme seu A ironia é um instrumento de literatura ou de retórica
gosto e sua necessidade, de acordo com a situação, o contex- que consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa, dei-
to, sua personalidade, o ambiente sociocultural em que vive, xando entender uma distância intencional entre aquilo que
etc. Desse modo, dentro da unidade da língua, há uma grande dizemos e aquilo que realmente pensamos. Na Literatura,
diversificação nos mais variados níveis da fala. Cada indivíduo, a ironia é a arte de gozar com alguém ou de alguma coisa,
além de  conhecer o que fala, conhece também o que os outros com vista a obter uma reação do leitor, ouvinte ou interlo-
falam; é por isso que somos capazes de dialogar com pessoas cutor.
dos mais variados graus de cultura, embora nem sempre a lin- Ela pode ser utilizada, entre outras formas, com o obje-
guagem delas seja exatamente como a nossa.  tivo de denunciar, de criticar ou de censurar algo. Para tal,
Devido ao caráter individual da fala, é possível observar o locutor descreve a realidade com termos aparentemente
alguns níveis: valorizantes, mas com a finalidade de desvalorizar. A ironia
- Nível Coloquial-Popular: é a fala que a maioria das convida o leitor ou o ouvinte, a ser ativo durante a leitura,
pessoas utiliza no seu dia a dia, principalmente em situações para refletir sobre o tema e escolher uma determinada po-
informais. Esse nível da fala é mais espontâneo, ao utilizá-lo, sição.
não nos preocupamos em saber se falamos de acordo ou não A maior parte das teorias de retórica distingue três tipos
com as regras formais estabelecidas pela língua. de ironia: oral, dramática e de situação.
- Nível Formal-Culto: é o nível da fala normalmente uti-
lizado pelas pessoas em situações formais. Caracteriza-se por - A ironia oral é a disparidade entre a expressão e a
um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às intenção: quando um locutor diz uma coisa mas pretende
regras gramaticais estabelecidas pela língua. expressar outra, ou então quando um significado literal é
contrário para atingir o efeito desejado.
Signo - A ironia dramática (ou sátira) é a disparidade entre a
expressão e a compreensão/cognição: quando uma palavra
É um elemento representativo que apresenta dois aspec- ou uma ação põe uma questão em jogo e a plateia entende
tos: o significado e o significante. Ao escutar a palavra “ca- o significado da situação, mas a personagem não.
chorro”, reconhecemos a sequência de sons que formam essa - A ironia de situação é a disparidade existente entre a
palavra. Esses sons se identificam com a lembrança deles que intenção e o resultado: quando o resultado de uma ação é
está em nossa memória. Essa lembrança constitui uma real contrário ao desejo ou efeito esperado. Da mesma maneira,
imagem sonora, armazenada em nosso cérebro que é o signi- a ironia infinita é a disparidade entre o desejo humano e as
ficante do signo “cachorro”. Quando escutamos essa palavra, duras realidades do mundo externo.
logo pensamos em um animal irracional de quatro patas, com
pelos, olhos, orelhas, etc. Esse conceito que nos vem à mente Exemplo:
é o significado do signo “cachorro” e também se encontra __Você está intolerante hoje.
armazenado em nossa memória. __Não diga, meu amor!

6
LÍNGUA PORTUGUESA

É também um estilo de linguagem caracterizado por Não seria necessário inserir o contexto na frase 1, se a
subverter o símbolo que, a princípio, representa. A ironia reformularmos da seguinte maneira:
utiliza-se como uma forma de linguagem pré-estabelecida
para, a partir e de dentro dela, contestá-la. “Olá, Carlos! Como você está em forma… de baleia!”
Foi utilizada por Sócrates, na Grécia Antiga, como ferra-
menta para fazer os seus interlocutures entrarem em contra- Portanto, definimos como ironia a figura de linguagem que
dição, no seu método socrático. afirma o contrário do que se quer dizer.
Leia este trecho escrito por Murilo Mendes: São avaliadas diversas situações onde a ironia se apresenta
nas suas mais variadas formas, buscando apontar as melhores
“Uma moça nossa vizinha dedilhava admiravelmente direções para o uso da mesma e quando se deve evitar a utili-
mal ao piano alguns estudos de Litz”. zação dela. Os resultados obtidos nessa avaliação não são de
caráter totalmente conclusivo, sua função real é apresentar um
Observe que a expressão “admiravelmente” é exatamen- panorama sobre a adequação do uso desta figura semântica. É
te o oposto do adjetivo posterior “mal”, deixando bastante necessário também ressaltar que como base para essa análise
clara a presença da ironia ou antífrase, figura de linguagem foi utilizado apenas material teórico, ou seja, sem nenhuma ex-
que expressa um sentido contrário ao significado habitual. periência prática. Por fim busca-se mostrar que a ironia é uma
Segundo Pires, existem três tipos de ironia: “arma” que se utilizada de uma maneira inteligente possui um
- asteísmo: quando louva; grande valor.
- sarcasmo: quando zomba; Jornalismo, Literatura, Política e até mesmo em cenas coti-
- antífrase: quando engrandece ideias funestas, erra- dianas como conversas entre amigos ou no trabalho a ironia se
das, fora de propósito e quando se faz uso carinhoso de ter- faz presente muitas vezes.
mos ofensivos. Definir essa figura semântica nos leva a percorrer diversos
caminhos, pois se trata de algo com múltiplas faces e conse-
Veja exemplos na literatura: quentemente com várias teorias e linhas de pensamentos.
Além da velha definição de ironia que é dizer uma coisa e
“Moça linda bem tratada, três séculos de família, burra dar a entender o contrário pode-se também a definir de outras
maneiras como, por exemplo, a busca por dizer algo que venha
como uma porta: um amor! (Mário de Andrade)
a instigar uma série de interpretações subversivas sobre o que
foi dito. Ter domínio do bom senso e alguma noção sobre ética
“A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar
é importante para ser irônico sem ser ofensivo, para ser “escra-
crianças”. (Monteiro Lobato)
chado” e mesmo assim ser inteligente, para usar essa ferramenta
Exemplo em textos falados:
como algo enriquecedor no contexto determinado.
O fato de ser irônico gera muitas controvérsias, certo des-
“Quem foi o inteligente que usou o computador e apagou contentamento, normalmente ligado a dificuldade de entendi-
tudo o que estava gravado?” mento dessa figura linguística, o que nos remete a outras ques-
tões como raciocínio lógico, senso de humor e mente aberta.
“Essa cômoda está tão limpinha que dá para escrever com A ironia realmente está quase que totalmente interligada
o dedo.” com o humor, dentre as várias formas do mesmo, até pode se
dizer que é preciso um certo refinamento de humor para en-
“João é tão experto que travou o carro com a chave den- tender grande parte das questões onde se emprega elementos
tro.” irônicos. Outra questão importante a ser ressaltada é o fato do
domínio de contexto/situação para que possa haver uma melhor
O contexto é de fundamental importância para a com- compreensão da ideia que está se tentando passar ao se expres-
preensão da ironia, pois, inserindo a situação onde a fala foi sar ironicamente, havendo isso ocorre uma facilitação maior que
produzida e a entonação do falante, determinamos em que vai possibilitar uma melhor interação entre todas as partes.
sentido as palavras estão empregadas. Veja estes exemplos: A ironia é definida por muitos teóricos como a figura de
linguagem mais interessante que existe, tanto pelo seu caráter
“Olá, Carlos. Como você está em forma!” ousado e desafiador, mas também pela grande possibilidade
de enriquecimento da fala e escrita. Seu uso feito de forma ade-
“Meus parabéns pelo seu belo serviço!” quada possui uma tendência muito forte de ser o diferencial do
trabalho ou situação, sempre tendo em vista todas essas ques-
As duas frases só podem ser compreendidas ironica- tões contextuais e as consequências de empregar corretamente
mente se a entonação da voz se der nas palavras “forma” e esse elemento linguístico. Por se tratar de um elemento linguís-
“belo”. Entretanto, isso não seria necessário se inseríssemos tico com uma enorme possibilidade de uso nas mais variadas
essas afirmações nos seguintes contextos: formas, compreender um pouco das questões do surgimen-
to da ironia e das relações desta com as situações onde é
Frase 1 – Carlos está pesando atualmente 140 kilos. empregada, se torna fundamental, não só para uma melhor
Frase 2 – O funcionário elogiado é um segurança que compreensão, mas também para uma melhor utilização,que
dormiu em serviço e, por isso, não viu o meliante que rou- assim terá uma maior tendência de ser melhor absorvida
bou todo o dinheiro da empresa. pela outra(s) parte(s) do diálogo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

A ironia pode ser considerada o elemento de lingua- Em certos casos, a ambiguidade pode se transformar
gem mais provocador que existe. Seu uso na maioria das num importante recurso estilístico na construção do sentido
vezes visa mesmo fazer uso dessas provocações geradas por do texto. O apelo a esse recurso pode ser fundamental para
essa figura linguística. Por isso mesmo é necessário muito provocar o efeito polissêmico do texto. Os textos literários,
cuidado ao ser irônico, pois a compreensão por parte de de maneira geral (como romances, poemas ou crônicas), são
todos depende primeiramente da forma com que a ironia textos com predomínio da linguagem conotativa (figurada).
é passada. A observação bem feita do contexto/situação Nesse caso, o caráter metafórico pode derivar do emprego
onde está ocorrendo a atividade é mais do que importante, deliberado da ambiguidade.
é fundamental, caso contrário o tiro pode sair pela culatra, a Podemos verificar a presença da ambiguidade como re-
arma poderosa pode ter efeito contrário e colocar por água curso literário analisando a letra da canção “Jack Soul Brasilei-
abaixo uma série de questões relevantes. Então, ter um do- ro”, do compositor Lenine.
mínio mesmo que mínimo desses fatos, pode ser suficiente
para uma utilização “correta” e sem maiores perigos. Bom Já que sou brasileiro
senso também é algo totalmente relevante dentro dessas E que o som do pandeiro é certeiro e tem direção
questões. Já que subi nesse ringue
Provocante, ousada, pra muitos até irritante. Esses são E o país do suingue é o país da contradição
alguns dos muitos adjetivos que são dados a ironia, sendo Eu canto pro rei da levada
que essa é realmente algo muito complicado de se obter Na lei da embolada, na língua da percussão
uma definição final, não só pela sua amplitude mas também A dança, a muganga, o dengo
pela sua versatilidade. A ginga do mamulengo
O charme dessa nação (...)
Ambiguidade
Podemos observar que o primeiro verso (“Já que sou brasi-
Ela surge quando algo que está sendo dito admite mais leiro”) permite até três interpretações diferentes. A primeira delas
de um sentido, comprometendo a compreensão do conteú- corresponde ao sentido literal do texto, em que o poeta afirma-se
do. Isso pode suscitar dúvidas no leitor e levá-lo a conclu- como brasileiro de fato. A segunda interpretação permite pensar
sões equivocadas na interpretação do texto. A ambiguidade em uma referência ao cantor e compositor Jackson do Pandeiro
é um dos problemas que podem ser evitados. - o “Zé Jack” -, um dos maiores ritmistas de todos os tempos,
A inadequação ou a má colocação de elementos como considerado um ícone da história da música popular brasileira,
pronomes, adjuntos adverbiais, expressões e até mesmo de quem Lenine se diz seguidor. A terceira leitura para esse verso
enunciados inteiros podem acarretar em duplo sentido, seria a referência à “soul music” norte-americana, que teve grande
comprometendo a clareza do texto. Observe os exemplos influência na música brasileira a partir da década de 1960.
que seguem:
“O professor falou com o aluno parado na sala” Na publicidade, é possível observar o “uso e o abuso” da
Neste caso, a ambiguidade decorre da má construção linguagem plurissignificante, por meio dos trocadilhos e jo-
sintática deste enunciado. Quem estava parado na sala? O gos de palavras. Esse procedimento visa chamar a atenção do
aluno ou o professor? A solução é, mais uma vez, colocar interlocutor para a mensagem. Para entender melhor, vamos
“parado na sala” logo ao lado do termo a que se refere: “Pa- analisar a seguir um anúncio publicitário, veiculado por várias
rado na sala, o professor falou com o aluno”; ou “O professor revistas importantes.
falou com o aluno, que estava parado na sala”.
Sempre presente - Ferracini Calçados
“A polícia cercou o ladrão do banco na Rua Santos.”
O slogan “Sempre presente” pode apresentar, de início,
O banco ficava na Rua Santos, ou a polícia cercou o la- duas leituras possíveis: o calçado Ferracini é sempre uma boa
drão nessa rua? A ambiguidade resulta da má colocação do opção para presentear alguém; ou, ainda, o calçado Ferracini
adjunto adverbial. Para evitar isso, coloque “na Rua Santos” está sempre presente em qualquer ocasião, já que, supõe-se,
mais perto do núcleo de sentido a que se refere: “Na rua pode ser usado no dia a dia ou em uma ocasião especial.
Santos, a polícia cercou o ladrão”; ou “A polícia cercou o la-
drão do banco que localiza-se na rua Santos”. Coesão e Coerência

“Pessoas que consomem bebidas alcoólicas com frequên- Não basta conhecer o conteúdo das partes de um traba-
cia apresentam sintomas de irritabilidade e depressão.” lho: introdução, desenvolvimento e conclusão. Além de saber
o que se deve (e o que não se deve) escrever em cada parte
Mais uma vez a duplicidade de sentido é provocada pela constituinte do texto, é preciso saber escrever obedecendo
má colocação do adjunto adverbial. Assim, pode-se enten- às normas de coerência e coesão. Antes de mais nada, é ne-
der que “As pessoas que, com frequência, consomem bebidas cessário definir os termos: coerência diz respeito à articulação
alcoólicas apresentam sintomas de irritabilidade e depressão” do texto, à compatibilidade das ideias, à lógica do raciocínio,
ou que “As pessoas que consomem bebidas alcoólicas apre- a seu conteúdo. Coesão refere-se à expressão linguística, ao
sentam, com frequência, sintomas de irritabilidade e depres- nível gramatical, às estruturas frasais e ao emprego do vo-
são”. cabulário.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Coerência e coesão relacionam-se com o processo de quação só se consegue pelo conhecimento dos significados
produção e compreensão do texto. A coesão contribui para possíveis de cada palavra. Talvez os erros mais comuns de
a coerência, mas nem sempre um texto coerente apresenta redação sejam devidos à impropriedade do vocabulário e ao
coesão. Pode ocorrer que o texto sem coerência apresente mau emprego dos conectivos (conjunções, que têm por fun-
coesão, ou que um texto tenha coesão sem coerência. Em ção ligar uma frase ou período a outro). Eis alguns exemplos
outras palavras: um texto pode ser gramaticalmente bem de impropriedade do vocabulário, colhidos em redações so-
construído, com frases bem estruturadas, vocabulário correto, bre censura e os meios de comunicação e outras.
mas apresentar ideias sem nexo, sem uma sequência lógica:
há coesão, mas não coerência. Por outro lado, um texto pode “Nosso direito é frisado na Constituição.”
apresentar ideias coerentes e bem encadeadas, sem que no Nosso direito é assegurado pela Constituição. = correta
plano da expressão as estruturas frasais sejam gramatical-
mente aceitáveis: há coerência, mas não coesão. “Estabelecer os limites as quais a programação deveria
A coerência textual subjaz ao texto e é responsável pela estar exposta.”
hierarquização dos elementos textuais, ou seja, ela tem ori- Estabelecer os limites aos quais a programação deveria
gem nas estruturas profundas, no conhecimento do mundo estar sujeita. = correta
de cada pessoa, aliada à competência linguística. Deduz-se
que é difícil ensinar coerência textual, intimamente ligada à “A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.”
visão de mundo, à origem das ideias no pensamento. A coe- A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias sensacio-
são, porém, refere-se à expressão linguística, aos processos nalistas ou punir os meios de comunicação que veiculam tais
sintáticos e gramaticais do texto. notícias. = correta
O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão:
“Retomada das rédeas da programação.”
Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo de Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no que
um texto. Conjunto de unidades sistematizadas numa ade- diz respeito à programação. = correta
quada relação semântica, que se manifesta na compatibilida- O emprego de vocabulário inadequado prejudica mui-
de entre as ideias. (Na linguagem popular: “dizer coisa com tas vezes a compreensão das ideias. É importante, ao redi-
gir, empregar palavras cujo significado seja conhecido pelo
coisa” ou “uma coisa bate com outra”).
enunciador, e cujo emprego faça parte de seus conhecimen-
Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo
tos linguísticos. Muitas vezes, quem redige conhece o sig-
do texto, numa linha de sequência e com os quais se estabe-
nificado de determinada palavra, mas não sabe empregá-la
lece um vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo
adequadamente, isso ocorre frequentemente com o empre-
faz-se via gramática, fala-se em coesão gramatical. Se se faz
go dos conectivos (preposições e conjunções). Não basta
por meio do vocabulário, tem-se a coesão lexical.
saber que as preposições ligam nomes ou sintagmas nomi-
nais no interior das frases e que as conjunções ligam frases
Coerência dentro do período; é necessário empregar adequadamente
tanto umas como outras. É bem verdade que, na maioria das
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do vezes, o emprego inadequado dos conectivos remete aos
texto; problemas de regência verbal e nominal.
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão Exemplos:
conceitual;
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o “Estar inteirada com os fatos” significa participação, in-
todo, com o aspecto global do texto; teração.
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases. “Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento dos
fatos, estar informada.
Coesão
“Ir de encontro” significa divergir, não concordar.
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal; “Ir ao encontro” quer dizer concordar.
- situa-se na superfície do texto, estabelece conexão se-
quencial; “Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as par- ideias” significa a liberdade não é ameaça;
tes componentes do texto; “Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das ideias”, isto é, a liberdade fica ameaçada.
frases.
Quanto à regência verbal, convém sempre consultar um
Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibilidade dicionário de verbos, pois muitos deles admitem duas ou
ou compreensão do texto. Um texto bem redigido tem pa- três regências diferentes; cada uma, porém, tem um signifi-
rágrafos bem estruturados e articulados pelo encadeamen- cado específico. Lembre-se, a propósito, de que as dúvidas
to das ideias neles contidas. As estruturas frasais devem ser sobre o emprego da crase decorrem do fato de considerar-
coerentes e gramaticalmente corretas, no que diz respeito se crase como sinal de acentuação apenas, quando o pro-
à sintaxe. O vocabulário precisa ser adequado e essa ade- blema refere-se à regência nominal e verbal.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplos: - A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio


dos articuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto,
O verbo assistir admite duas regências: pois, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso.
assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar assis- Para introduzir mais um argumento a favor de determinada
tência (O médico assiste o doente): conclusão emprega- -se ainda. Os articuladores aliás, além
Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti ao do mais, além disso, além de tudo, introduzem um argumento
jogo da seleção). decisivo, cabal, apresentado como um acréscimo, para justificar
de forma incontestável o argumento contrário.
Pedir o =n(transitivo direto) significa solicitar, pleitear (Pedi - Para introduzir esclarecimentos, retificações ou desenvol-
o jornal do dia). vimento do que foi dito empregam-se os articuladores: isto é,
Pedir que =,contém uma ordem (A professora pediu que quer dizer, ou seja, em outras palavras. A conjunção aditiva “e”
fizessem silêncio). anuncia não a repetição, mas o desenvolvimento do discurso,
Pedir para = pedir permissão (Pediu para sair da classe); pois acrescenta uma informação nova, um dado novo, e se não
significa também pedir em favor de alguém (A Diretora pediu acrescentar nada, é pura repetição e deve ser evitada.
ajuda para os alunos carentes) em favor dos alunos, pedir algo - Alguns articuladores servem para estabelecer uma grada-
a alguém (para si): (Pediu ao colega para ajudá-lo); pode signi- ção entre os correspondentes de determinada escala. No alto
ficar ainda exigir, reclamar (Os professores pedem aumento de dessa escala acham-se: mesmo, até, até mesmo; no plano mais
salário). baixo: ao menos, pelo menos, no mínimo.

O mau emprego dos pronomes relativos também pode le- Correlação Verbal
var à falta de coesão gramatical. Frequentemente, emprega-se
no qual ou ao qual em lugar do que, com prejuízo da clareza do Damos o nome de correlação verbal à coerência que, em
texto; outras vezes, o emprego é desnecessário ou inadequado. uma frase ou sequência de frases, deve haver entre as formas
“Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para mim verbais utilizadas. Ou seja, é preciso que haja articulação tem-
no qual estava sem remetente”. (Chegou com um envelope que poral entre os verbos, que eles se correspondam, de maneira
(o qual) estava sem remetente). a expressar as ideias com lógica. Tempos e modos verbais de-
vem, portanto, combinar entre si.
“Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da sen- Vejamos este exemplo:
sibilidade...” Seu eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a lição.
Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade de-
las (palavras cheias de sensibilidade). No caso, o verbo dormir está no pretérito imperfeito do
subjuntivo. Sabemos que o subjuntivo expressa dúvida, incer-
Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação das teza, possibilidade, eventualidade. Assim, em que tempo o ver-
frases, aconselha-se levar em conta as seguintes sugestões bo aprender deve estar, de maneira a garantir que o período
para o emprego correto dos articuladores sintáticos (conjun- tenha lógica?
ções, preposições, locuções prepositivas e locuções conjuntivas). Na frase, aprender é usado no futuro do pretérito (apren-
- Para dar ideia de oposição ou contradição, a articulação deria), um tempo que expressa, dentre outras ideias, uma afir-
sintática faz-se por meio de conjunções adversativas: mas, po- mação condicionada (que depende de algo), quando esta se
rém, todavia, contudo, no entanto, entretanto. Podem também refere a fatos que não se realizaram e que, provavelmente, não
ser empregadas as conjunções concessivas e locuções prepo- se realizarão. O período, portanto, está correto, já que a ideia
sitivas para introduzir a ideia de oposição aliada à concessão: transmitida por dormisse é exatamente a de uma dúvida, a de
embora, ou muito embora, apesar de, ainda que, conquanto, uma possibilidade que não temos certeza se ocorrerá.
posto que, a despeito de, não obstante. Para tornar mais clara a questão, vejamos o mesmo exem-
- A articulação sintática de causa pode ser feita por meio plo, mas sem correlação verbal:
de conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque, como, por Se eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderei a lição.
isso que, visto que, uma vez que, já que. Também podem ser em-
pregadas as preposições e locuções prepositivas: por, por causa Temos dormir no subjuntivo, novamente. Mas aprender
de, em vista de, em virtude de, devido a, em consequência de, por está conjugado no futuro do presente, um tempo verbal que
motivo de, por razões de. expressa, dentre outras ideias, fatos certos ou prováveis.
- O principal articulador sintático de condição é o “se”: Se o Ora, nesse caso não podemos dizer que jamais aprende-
time ganhar esse jogo, será campeão. Pode-se também expres- remos a lição, pois o ato de aprender está condicionado não a
sar condição pelo emprego dos conectivos: caso, contanto que, uma certeza, mas apenas à hipótese (transmitida pelo pretérito
desde que, a menos que, a não ser que. imperfeito do subjuntivo) de dormir.
- O emprego da preposição “para” é a maneira mais co-
mum de expressar finalidade. “É necessário baixar as taxas de Correlações verbais corretas
juros para que a economia se estabilize” ou para a economia es-
tabilizar-se. “Teresa vai estudar bastante para fazer boa prova.” A seguir, veja alguns casos em que os tempos verbais
Há outros articuladores que expressam finalidade: a fim de, são concordantes:
com o propósito de, na finalidade de, com a intenção de, com presente do indicativo + presente do subjuntivo: Exijo
o objetivo de, com o fito de, com o intuito de. que você faça o dever.

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LÍNGUA PORTUGUESA

pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do 4-) (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
subjuntivo: Exigi que ele fizesse o dever. Se a tendência se mantiver, teremos cada vez mais...
presente do indicativo + pretérito perfeito composto do Ao substituir o segmento grifado acima por “Caso a tendência”,
subjuntivo: Espero que ele tenha feito o dever. a continuação que mantém a correção e o sentido da frase original é:
pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfeito a) se mantenha, teremos cada vez mais...
composto do subjuntivo: Queria que ele tivesse feito o dever. b) fosse mantida, teríamos cada vez mais...
futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo: c) se manter, teremos cada vez mais...
Se você fizer o dever, eu ficarei feliz. d) for mantida, teremos cada vez mais...
pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito e) seja mantida, teríamos cada vez mais...
do indicativo: Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas.
pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + 5-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP - AGEN-
futuro do pretérito composto do indicativo: Se você tivesse TE OPERACIONAL – VUNESP/2012 - ADAPTADA) Assinale a
feito o dever, eu teria lido suas respostas. alternativa que apresenta o trecho – ... o doutorando enviou
futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo: seu estudo para a Sociedade Britânica de Psicologia para apre-
Quando você fizer o dever, dormirei. ciação e não esperava que houvesse tanta publicidade. – rees-
crito de acordo com a norma-padrão, com indicação de ação
futuro do subjuntivo + futuro do presente composto do
a se realizar e correta correlação verbal.
indicativo: Quando você fizer o dever, já terei dormido.
(A) ... o doutorando enviaria seu estudo para a Sociedade
Britânica de Psicologia para apreciação e não esperava que ha-
Atividades veria tanta publicidade.
(B) ... o doutorando envia seu estudo para a Sociedade
1-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO - Britânica de Psicologia para apreciação e não esperará que
FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias, vê dezenas houvesse tanta publicidade.
de caminhões parados”, revelou o analista ambiental Geral- (C) ... o doutorando enviara seu estudo para a Sociedade
do Motta. Britânica de Psicologia para apreciação e não esperara que ha-
Substituindo-se Quando por Se, os verbos sublinhados verá tanta publicidade.
devem sofrer as seguintes alterações: (D) ... o doutorando enviará seu estudo para a Socieda-
(A) entrar − vira de Britânica de Psicologia para apreciação e não esperará que
(B) entrava − tinha visto haja tanta publicidade.
(C) entrasse − veria
(D) entraria − veria 6-) (METRÔ/SP – ENGENHEIRO JÚNIOR CIVIL – FCC/2012)
(E) entrava − teria visto Está plenamente adequada a correlação entre tempos e mo-
dos verbais na frase:
2-) (UNESP/SP - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRA- (A) Nem bem saí pela porta automática e subi as escadas
TIVO - VUNESP/2012) A correlação entre as formas verbais rolantes, logo me encontraria diante da luz do sol e do ar fres-
está correta em: co da manhã.
(A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o planeta (B) Eu havia presumido que aquela viagem de metrô sa-
não resistiu. tisfizesse plenamente as expectativas que venho alimentando.
(B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto po- (C) Se as minhocas dispusessem de olhos, provavelmente
der de consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso. não terão reclamado por as expormos à luz do dia.
(C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida, o (D) Não fossem as urgências impostas pela vida moderna,
do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse distor- não teria sido necessário acelerar tanto o ritmo de nossas via-
ções patológicas, não haverá vícios. gens urbanas.
(E) Como haveremos de comparar as antigas viagens de
(D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado
trem com estas que realizássemos por meio de túneis entre
tão eficientes, talvez as coisas não ficaram tão baratas.
estações subterrâneas?
(E) Se as pessoas não se propuserem a consumir cons-
cientemente, a oferta de produtos supérfluos crescia. RESOLUÇÃO
3-) (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA – 1-)
VUNESP/2010) Assinale a alternativa que preenche adequa- Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, veria =
damente e de acordo com a norma culta a lacuna da frase: entrasse / veria.
Quando um candidato trêmulo ______ eu lhe faria a pergunta RESPOSTA: “C”.
mais deliciosa de todas.
(A) entrasse 2-)
(B) entraria Fiz as correções necessárias:
(C) entrava (A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o planeta
(D) entrar não resistiu = resistirá
(E) entrou (B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto po-
der de consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida, o Canção do Exílio  


do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse distor-
ções patológicas, não haverá = haveria Minha terra tem palmeiras,
(D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado tão Onde canta o Sabiá;
eficientes, talvez as coisas não ficaram = ficariam (ou teriam As aves, que aqui gorjeiam,
ficado) Não gorjeiam como lá.
(E) Se as pessoas não se propuserem a consumir conscien- Nosso céu tem mais estrelas,
temente, a oferta de produtos supérfluos crescia = crescerá Nossas várzeas têm mais flores,
RESPOSTA: “B”. Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
3-)
O verbo “faria” está no futuro do pretérito, ou seja, indica Em cismar, sozinho, à noite,
que é uma ação que, para acontecer, depende de outra. Exem- Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
plo: Quando um candidato entrasse, eu faria / Se ele entrar, eu
Onde canta o Sabiá.
farei / Caso ele entre, eu faço...
RESPOSTA: “A”.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
4-) Em cismar — sozinho, à noite —
Ao empregarmos o termo “caso a”, conjugaremos o ver- Mais prazer encontro eu lá;
bo utilizando o modo hipotético (Subjuntivo). A transformação Minha terra tem palmeiras,
será: Caso a tendência se mantenha, teremos cada vez mais... Onde canta o Sabiá.
RESPOSTA: “A”.
Não permita Deus que eu morra,
5-) Sem que eu volte para lá;
O exercício quer que conjuguemos o verbo no futuro do Sem que desfrute os primores
presente (ação a se realizar). Como o enunciado é específico Que não encontro por cá;
(quer determinado tempo verbal), não fiz as correções nas de- Sem qu’inda aviste as palmeiras,
mais alternativas, pois, em um concurso, perderíamos tempo Onde canta o Sabiá.”
consertando os itens que não nos interessam. Vamos à cons-
trução: o doutorando enviou (enviará) seu estudo para a So- (Gonçalves Dias)
ciedade Britânica de Psicologia para apreciação e não espera-
va (esperará) que houvesse (haja) tanta publicidade. = enviará Canção do Exílio
/ esperará / haja.
RESPOSTA: “D”. Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
6-) Os poetas da minha terra
(A) Nem bem saí pela porta automática e subi as escadas são pretos que vivem em torres de ametista,
rolantes, logo me encontraria (encontrei) diante da luz do sol e os sargentos do exército são monistas, cubistas,
do ar fresco da manhã. os filósofos são polacos vendendo a prestações.
(B) Eu havia presumido que aquela viagem de metrô sa- gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
tisfizesse (satisfaria) plenamente as expectativas que venho
Os sururus em família têm por testemunha a
alimentando.
                                                       [Gioconda
(C) Se as minhocas dispusessem de olhos, provavelmente
Eu morro sufocado
não terão (teriam) reclamado por as expormos à luz do dia. em terra estrangeira.
(D) Não fossem as urgências impostas pela vida moderna, Nossas flores são mais bonitas
não teria sido necessário acelerar tanto o ritmo de nossas via- nossas frutas mais gostosas
gens urbanas. mas custam cem mil réis a dúzia.
(E) Como haveremos de comparar as antigas viagens de
trem com estas que realizássemos (realizamos) por meio de Ai quem me dera chupar uma carambola de 
túneis entre estações subterrâneas?                                         [verdade
RESPOSTA: “D”. e ouvir um sabiá com certidão de idade! 

INTERTEXTUALIDADE (Murilo Mendes)

A Intertextualidade pode ser definida como um diálogo Nota-se que há correspondência entre os dois textos.
entre dois textos. Observe os dois textos abaixo e note como A paródia piadista de Murilo Mendes é um exemplo de in-
Murilo Mendes (século XX) faz referência ao texto de Gon- tertextualidade, uma vez que seu texto foi criado tomando
çalves Dias (século XIX): como ponto de partida o texto de Gonçalves Dias.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Na literatura, e até mesmo nas artes, a intertextualidade Tipos de Intertextualidade


é persistente. Sabemos que todo texto, seja ele literário ou Pode-se destacar sete tipos de intertextualidade:
não, é oriundo de outro, seja direta ou indiretamente. Qual- - Epígrafe: constitui uma escrita introdutória.
quer texto que se refere a assuntos abordados em outros - Citação: é uma transcrição do texto alheio, marcada
textos é exemplo de intertextualização. por aspas.
A intertextualidade está presente também em outras - Paráfrase: é a reprodução do texto do outro com a
áreas, como na pintura, veja as várias versões da famosa palavra do autor. Ela não se confunde com o plágio, pois o
pintura de Leonardo da Vinci, Mona Lisa: autor deixa claro sua intenção e a fonte.
Mona Lisa, Leonardo da Vinci. Óleo sobre tela, 1503. - Paródia: é uma forma de apropriação que, em lugar
Mona Lisa, Marcel Duchamp, 1919. de endossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou
Mona Lisa, Fernando Botero, 1978. abertamente. Ela perverte o texto anterior, visando a ironia
Mona Lisa, propaganda publicitária. ou a crítica.
- Pastiche: uma recorrência a um gênero.
- Tradução: está no campo da intertextualidade porque
implica a recriação de um texto.
- Referência e alusão.

Para ampliar esse conhecimento, vale trazer um exemplo


de intertextualidade na literatura. Às vezes, a superposição de
um texto sobre outro pode provocar uma certa atualização ou
modernização do primeiro texto. Nota-se isso no livro “Mensa-
gem”, de Fernando Pessoa, que retoma, por exemplo, com seu
poema “O Monstrengo” o episódio do Gigante Adamastor de
Pode-se definir então a intertextualidade como sendo a “Os Lusíadas” de Camões. Ocorre como que um diálogo entre
criação de um texto a partir de um outro texto ja existente. os dois textos. Em alguns casos, aproxima-se da paródia (can-
to paralelo), como o poema “Madrigal Melancólico” de Manuel
Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções
Bandeira, do livro “Ritmo Dissoluto”, que seguramente serviu de
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em
inspiração e assim se refletiu no seguinte poema:
que ela é inserida.
Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está
Assim como Bandeira
ligado ao “conhecimento do mundo”, que deve ser compar-
tilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos.
O que amo em ti
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, não são esses olhos doces
não se restringindo única e exclusivamente a textos literá- delicados
rios. nem esse riso de anjo adolescente.
Na pintura tem-se, por exemplo, o quadro do pintor
barroco italiano Caravaggio e a fotografia da americana O que amo em ti
Cindy Sherman, na qual quem posa é ela mesma. O qua- não é só essa pele acetinada
dro de Caravaggio foi pintado no final do século XVI, já o sempre pronta para a carícia renovada
trabalho fotográfico de Cindy Sherman foi produzido qua- nem esse seio róseo e atrevido
se quatrocentos anos mais tarde. Na foto, Sherman cria o a desenhar-se sob o tecido.
mesmo ambiente e a mesma atmosfera sensual da pintura,
reunindo um conjunto de elementos: a coroa de flores na O que amo em ti
cabeça, o contraste entre claro e escuro, a sensualidade do não é essa pressa louca
ombro nu etc. A foto de Sherman é uma recriação do quadro de viver cada vão momento
de Caravaggio e, portanto, é um tipo de intertextualidade nem a falta de memória para a dor.
na pintura.
Na publicidade, por exemplo, a que vimos sobre anún- O que amo em ti
cios do Bom Bril, o ator se veste e se posiciona como se não é apenas essa voz leve
fosse a Mona Lisa de Leonardo da Vinci e cujo slogan era que me envolve e me consome
“Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima”. Esse nem o que deseja todo homem
enunciado sugere ao leitor que o produto anunciado deixa flor definida e definitiva
a roupa bem macia e mais perfumada, ou seja, uma verda- a abrir-se como boca ou ferida
deira obra-prima (se referindo ao quadro de Da Vinci). Nesse nem mesmo essa juventude assim perdida.
caso pode-se dizer que a intertextualidade assume a função
de não só persuadir o leitor como também de difundir a O que amo em ti
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte enigmática e solidária:
(pintura, escultura, literatura etc). É a Vida!
Intertextualidade é a relação entre dois textos caracteri- (Geraldo Chacon, Meu Caderno de Poesia,
zada por um citar o outro. Flâmula, 2004, p. 37)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Madrigal Melancólico identificar quando há um diálogo entre os textos. A inter-


textualidade pode ocorrer afirmando as mesmas ideias da
O que eu adoro em ti obra citada ou contestando-as. Vejamos duas das formas: a
não é a tua beleza. Paráfrase e a Paródia.
A beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito. Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia
E a beleza é triste. do texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para
Não é triste em si, atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto
mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza. citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito. Temos
um exemplo citado por Affonso Romano Sant’Anna em seu
(...) livro “Paródia, paráfrase & Cia” :

O que eu adoro em tua natureza, Texto Original


não é o profundo instinto maternal Minha terra tem palmeiras
em teu flanco aberto como uma ferida. Onde canta o sabiá,
nem a tua pureza. Nem a tua impureza. As aves que aqui gorjeiam
O que eu adoro em ti – lastima-me e consola-me! Não gorjeiam como lá.
O que eu adoro em ti, é a vida.
(Manuel Bandeira, Estrela da Vida Inteira, (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”)
José Olympio, 1980, p. 83)
Paráfrase
A relação intertextual é estabelecida, por exemplo, no Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
texto de Oswald de Andrade, escrito no século XX, “Meus Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
oito anos”, quando este cita o poema , do século XIX, de Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Casimiro de Abreu, de mesmo nome. Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Meus oito anos Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e
Oh! Que saudade que tenho Bahia”)
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida Este texto de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, é muito
Que os anos não trazem mais utilizado como exemplo de paráfrase e de paródia, aqui o
Que amor, que sonhos, que flores poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto primi-
Naquelas tardes fagueiras tivo conservando suas ideias, não há mudança do sentido
À sombra das bananeiras principal do texto que é a saudade da terra natal.
Debaixo dos laranjais!
(Casimiro de Abreu) A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar ou-
tros textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por
“Meus oito anos” isso é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das
artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do
Oh! Que saudade que tenho texto original é retomada para transformar seu sentido, leva
Da aurora da minha vida, o leitor a uma reflexão crítica de suas verdades incontesta-
Da minha infância querida das anteriormente, com esse processo há uma indagação
Que os anos não trazem mais sobre os dogmas estabelecidos e uma busca pela verdade
Naquele quintal de terra real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os progra-
Da rua São Antonio mas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequente-
Debaixo da bananeira mente os discursos de políticos são abordados de maneira
Sem nenhum laranjais! cômica e contestadora, provocando risos e também reflexão
a respeito da demagogia praticada pela classe dominante.
A intertextualidade acontece quando há uma referência Com o mesmo texto utilizado anteriormente, teremos, ago-
explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ra, uma paródia.
ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura,
filme, novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra Texto Original
ocorre a intertextualidade. Minha terra tem palmeiras
Apresenta-se explicitamente quando o autor informa o Onde canta o sabiá,
objeto de sua citação. Num texto científico, por exemplo, As aves que aqui gorjeiam
o autor do texto citado é indicado, já na forma implícita, a Não gorjeiam como lá.
indicação é oculta. Por isso é importante para o leitor o co-
nhecimento de mundo, um saber prévio, para reconhecer e (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Paródia e/ou a um conteúdo bastante específico(s), percebido(s)


Minha terra tem palmares apenas por um leitor/interlocutor muito bem informado e/
onde gorjeia o mar ou altamente letrado. Na literatura, podem-se citar, entre
os passarinhos daqui muitos outros, autores estrangeiros, como James Joyce, T.S.
não cantam como os de lá. Eliot, Umberto Eco.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”) A remissão a textos e para-textos do circuito cultural
(mídia, propaganda, outdoors, nomes de marcas de produ-
O nome Palmares, escrito com letra minúscula, substitui a tos etc.) é especialmente recorrente em autores chamados
palavra palmeiras, há um contexto histórico, social e racial nes- pós-modernos. Para ilustrar, pode-se mencionar, entre ou-
te texto, Palmares é o quilombo liderado por Zumbi, foi dizi- tros escritores brasileiros, Ana Cristina Cesar, poetisa carioca,
mado em 1695, há uma inversão do sentido do texto primitivo que usa e “abusa” da intertextualidade em seus textos, a tal
que foi substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil. ponto que, sem a identificação das referências, o poema se
Na literatura relativa à Linguística Textual, é frequente torna, constantemente, ininteligível e chega a ser conside-
apontar-se como um dos fatores de textualidade a referência rado por algumas pessoas como um “amontoado aleatório
- explícita ou implícita - a outros textos, tomados estes num de enunciados”, sem coerência e, portanto, desprovido de
sentido bem amplo (orais, escritos, visuais - artes plásticas, ci- sentido.
nema - , música, propaganda etc.) A esse “diálogo”entre textos Os teóricos costumam identificar tipos de intertextuali-
dá-se o nome de intertextualidade. dade, entre os quais se destacam:
Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “conhe- - a que se liga ao conteúdo (por exemplo, matérias jor-
cimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, co- nalísticas que se reportam a notícias veiculadas anterior-
mum ao produtor e ao receptor de textos. mente na imprensa falada e/ou escrita: textos literários ou
A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito não-literários que se referem a temas ou assuntos contidos
amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconheci- em outros textos etc.). Podem ser explícitas (citações entre
mento de remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou me- aspas, com ou sem indicação da fonte) ou implícitas (pará-
nos conhecidos, além de exigir do interlocutor a capacidade frases, paródias etc.);
de interpretar a função daquela citação ou alusão em questão. - a que se associa ao caráter formal, que pode ou não
Entre os variadíssimos tipos de referências, há provérbios,
estar ligado à tipologia textual como, por exemplo, textos
ditos populares, frases bíblicas ou obras / trechos de obras
que “imitam” a linguagem bíblica, jurídica, linguagem de re-
constantemente citados, literalmente ou modificados, cujo
latório etc. ou que procuram imitar o estilo de um autor, em
reconhecimento é facilmente perceptível pelos interlocuto-
que comenta o seriado da TV Globo, baseado no livro de
res em geral. Por exemplo, uma revista brasileira adotou o
Guimarães Rosa, procurando manter a linguagem e o estilo
slogan: “Dize-me o que lês e dir-te-ei quem és”. Voltada fun-
do escritor);
damentalmente para um público de uma determinada classe
- a que remete a tipos textuais (ou “fatores tipológi-
sociocultural, o produtor do mencionado anúncio espera que
cos”), ligados a modelos cognitivos globais, às estruturas e
os leitores reconheçam a frase da Bíblia (“Dize-me com quem
andas e dir-te-ei quem és”). Ao adaptar a sentença, a inten- superestruturas ou a aspectos formais de caráter linguístico
ção da propaganda é, evidentemente, angariar a confiança do próprios de cada tipo de discurso e/ou a cada tipo de tex-
leitor (e, consequentemente, a credibilidade das informações to: tipologias ligadas a estilos de época. Por superestrutura
contidas naquele periódico), pois a Bíblia costuma ser tomada entendem-se, entre outras, estruturas argumentativas (Tese
como um livro de pensamentos e ensinamentos considerados anterior), premissas - argumentos (contra-argumentos - sín-
como “verdades” universalmente assentadas e aceitas por di- tese), conclusão (nova tese), estruturas narrativas (situação
versas comunidades. Outro tipo comum de intertextualidade - complicação - ação ou avaliação – resolução), moral ou
é a introdução em textos de provérbios ou ditos populares, estado final etc.;
que também inspiram confiança, pois costumam conter men- Um outro aspecto que é mencionado muito superficial-
sagens reconhecidas como verdadeiras. São aproveitados não mente é o da intertextualidade linguística. Ela está ligada ao
só em propaganda mas ainda em variados textos orais ou es- que o linguista romeno, Eugenio Coseriu, chama de formas
critos, literários e não-literários. Por exemplo, ao iniciar o poe- do “discurso repetido”:
ma “Tecendo a manhã”, João Cabral de Melo Neto defende - “textemas” ou “unidades de textos”: provérbios, ditados
uma ideia: “Um galo sozinho não tece uma manhã”. Não é ne- populares; citações de vários tipos, consagradas pela tradi-
cessário muito esforço para reconhecer que por detrás dessas ção cultural de uma comunidade etc.;
palavras está o ditado “Uma andorinha só não faz verão”. O - “sintagmas estereotipados”: equivalentes a expressões
verso inicial funciona, pois, como uma espécie de “tese”, que o idiomáticas;
texto irá tentar comprovar através de argumentação poética. - “perífrases léxicas”: unidades multivocabulares, empre-
Há, no entanto, certos tipos de citações (literais ou cons- gadas frequentemente mas ainda não lexicalizadas (ex. “gra-
truídas) e de alusões muito sutis que só são compartilhadas vemente doente”, “dia útil”, “fazer misérias” etc.).
por um pequeno número de pessoas. É o caso de referências A intertextualidade tem funções diferentes, dependen-
utilizadas em textos científicos ou jornalísticos (Seções de do dos textos/contextos em que as referências (linguísticas
Economia, de Informática, por exemplo) e em obras literá- ou culturais) estão inseridas. Chamo a isso “graus das fun-
rias, prosa ou poesia, que às vezes remetem a uma forma ções da intertextualidade”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Didaticamente pode-se dizer que a referência cultural A nossa compreensão de textos (considerados aqui da
e/ou linguística pode servir apenas de pretexto, é o caso de forma mais abrangente) muito dependerá da nossa expe-
“epígrafes” longinquamente vinculadas a um trabalho e/ riência de vida, das nossas vivências, das nossas leituras. De-
ou a um texto. Sem dizer com isso que todas as epígrafes terminadas obras só se revelam através do conhecimento de
funcionem apenas como pretextos. Em geral, o produtor do outras. Ao visitar um museu, por exemplo, o nosso conhe-
texto elege algo pertinente e condizente com a temática de cimento prévio muito nos auxilia ao nos depararmos com
que trata. Existam algumas, todavia, que estão ali apenas certas obras.
para mostrar “conhecimento” de frases famosas e/ou para A noção de intertextualidade, da presença contínua
servir de “decoração” no texto. Neste caso, o “intertexto” de outros textos em determinado texto, nos leva a refletir
não tem um papel específico nem na construção nem na a respeito da individualidade e da coletividade em termos
camada semântica do texto. de criação. Já vimos anteriormente que a citação de outros
Outras vezes, o autor parte de uma frase ou de um verso textos se faz de forma implícita ou explícita. Mas, com que
que ocorreu a ele repentinamente (texto “A última crônica”, objetivo?
em que o autor confessa estar sem assunto e tem de escre- Um texto remete a outro para defender as ideias nele
ver). Afirma então: contidas ou para contestar tais ideias. Assim, para se definir
diante de determinado assunto, o autor do texto leva em
“Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu consideração as ideias de outros “autores” e com eles dialo-
café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: as- ga no seu texto.
sim eu quereria meu último poema.” Ainda ressaltando a importância da intertextualidade,
remetemos às considerações de Vigner: “Afirma-se aqui a
Descreve então uma cena passada em um botequim, importância do fenômeno da intertextualidade como fator
em que um casal comemora modestamente o aniversário essencial à legibilidade do texto literário, e, a nosso ver, de
da filha, com um pedaço de bolo, uma coca cola e três veli- todos os outros textos. O texto não é mais considerado só
nhas brancas. O pai parecia satisfeito com o sucesso da ce- nas suas relações com um referente extra-textual, mas pri-
lebração, até que fica perturbado por ter sido observado, meiro na relação estabelecida com outros textos”.
mas acaba por sustentar a satisfação e se abre num sorriso. Como exemplo, temos um texto “Questão da Objetivi-
O autor termina a crônica, parafraseando o verso de Ma- dade” e uma crônica de Zuenir Ventura, “Em vez das células,
nuel Bandeira: “Assim eu quereria a minha última crônica: as cédulas” para concretizar um pouco mais o conceito de
que fosse pura como esse sorriso”. O verso de Bandeira não intertextualidade.
pode ser considerado, nessa crônica, um mero pretexto. A
intertextualidade desempenha o papel de conferir uma certa Questão da Objetividade
“literariedade” à crônica, além de explicar o título e servir de
“fecho de ouro” para um texto que se inicia sem um conteú- As Ciências Humanas invadem hoje todo o nosso espa-
do previamente escolhido. Não é, contudo, imprescindível à ço mental. Até parece que nossa cultura assinou um contrato
compreensão do texto. com tais disciplinas, estipulando que lhes compete resolver
O que parece importante é que não se encare a intertex- tecnicamente boa parte dos conflitos gerados pela aceleração
tualidade apenas como a “identificação” da fonte e, sim, que das atuais mudanças sociais. É em nome do conhecimento
se procure estudá-la como um enriquecimento da leitura e objetivo que elas se julgam no direito de explicar os fenôme-
da produção de textos e, sobretudo, que se tente mostrar nos humanos e de propor soluções de ordem ética, política,
a função da sua presença na construção e no(s) sentido(s) ideológica ou simplesmente humanitária, sem se darem con-
dos textos. ta de que, fazendo isso, podem facilmente converter-se em
Como afirmam Koch & Travaglia, “todas as questões li- “comodidades teóricas” para seus autores e em “comodida-
gadas à intertextualidade influenciam tanto o processo de des práticas” para sua clientela. Também é em nome do ri-
produção como o de compreensão de textos”. gor científico que tentam construir todo o seu campo teórico
Considerada por alguns autores como uma das condi- do fenômeno humano, mas através da ideia que gostariam
ções para a existência de um texto, a intertextualidade se de ter dele, visto terem renunciado aos seus apelos e às suas
destaca por relacionar um texto concreto com a memória significações. O equívoco olhar de Narciso, fascinado por sua
textual coletiva, a memória de um grupo ou de um indivíduo própria beleza, estaria substituído por um olhar frio, objetivo,
específico. escrupuloso, calculista e calculador: e as disciplinas humanas
Trata-se da possibilidade de os textos serem criados seriam científicas!
a partir de outros textos. As obras de caráter científico re- (Introdução às Ciências Humanas. Hilton Japiassu.
metem explicitamente a autores reconhecidos, garantindo, São Paulo, Letras e Letras, 1994, pp.89/90)
assim, a veracidade das afirmações. Nossas conversas são
entrelaçadas de alusões a inúmeras considerações armaze- Comentário: Neste texto, temos um bom exemplo do
nadas em nossas mentes. O jornal está repleto de referên- que se define como intertextualidade. As relações entre
cias já supostamente conhecidas pelo leitor. A leitura de um textos, a citação de um texto por outro, enfim, o diálogo
romance, de um conto, novela, enfim, de qualquer obra lite- entre textos. Muitas vezes, para entender um texto na sua
rária, nos aponta para outras obras, muitas vezes de forma totalidade, é preciso conhecer o(s) texto(s) que nele fora(m)
implícita. citado(s).

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LÍNGUA PORTUGUESA

No trecho, por exemplo, em que se discute o papel das Comentário: Tendo como ponto de partida a alusão ao docu-
Ciências Humanas nos tempos atuais e o espaço que estão mentário Arquitetura da destruição, o texto mantém sua unidade
ocupando, é trazido à tona o mito de Narciso. É preciso, en- de sentido na relação que estabelece com outros textos, com da-
tão, dispor do conhecimento de que Narciso, jovem dotado de dos da História. Nesta crônica, duas propriedades do texto são
grande beleza, apaixonou-se por sua própria imagem quando facilmente perceptíveis: a intertextualidade e a inserção histórica.
a viu refletida na água de uma fonte onde foi matar a sede. O texto se constrói, à medida que retoma fatos já conhe-
Suas tentativas de alcançar a bela imagem acabaram em de- cidos. Nesse sentido, quanto mais amplo for o repertório do
sespero e morte. leitor, o seu acervo de conhecimentos, maior será a sua com-
O último parágrafo, em que o mito de Narciso é citado, petência para perceber como os textos “dialogam uns com os
demonstra que, dado o modo como as Ciências Humanas são outros” por meio de referências, alusões e citações.
vistas hoje, até o olhar de Narciso, antes “fascinado por sua Para perceber as intenções do autor desta crônica, ou seja,
própria beleza”, seria substituído por um “olhar frio, objetivo, a sua intencionalidade, é preciso que o leitor tenha conheci-
escrupuloso, calculista e calculador”, ou seja, o olhar de Narciso mento de fatos atuais, como as referências ao documentário
perderia o seu tom de encantamento para se transformar em recém lançado no circuito cinematográfico, à ovelha clonada
algo material, sem sentimentos. A comparação se estende às Dolly, aos “laranjas” e “fantasmas”, termos que dizem respeito
Ciências Humanas, que, de humanas, nada mais teriam, trans- aos envolvidos em transações econômicas duvidosas. É preci-
formando-se em disciplinas científicas. so que conheça também o que foi o nazismo, a figura de Hitler
e sua obsessão pela raça pura, e ainda tenha conhecimento
Em vez das células, as cédulas da existência do filósofo Nietzsche e do compositor Wagner.
O vocabulário utilizado aponta para campos semânticos
Nesses tempos de clonagem, recomenda-se assistir ao do- relacionados à clonagem, à raça pura, aos binômios arte/bele-
cumentário Arquitetura da destruição, de Peter Cohen. A fan- za, arte/destruição, corrupção.
tástica história de Dolly, a ovelha, parece saída do filme, que - Clonagem: experimentos, avanços genéticos, ovelhas,
conta a aventura demente do nazismo, com seus sonhos de cientistas, inventos, células, clones replicantes, manipulação
beleza e suas fantasias genéticas, seus experimentos de euge- genética, descoberta.
nia e purificação da raça. - Raça Pura: aventura, demente do nazismo, fantasias ge-
Os cientistas são engraçados: bons para inventar e péssi- néticas, experimentos de eugenia, utopia perversa, manipula-
mos para prever. Primeiro, descobrem; depois se assustam com ção genética, imperfeições físicas, eugenia.
o risco da descoberta e aí então passam a gritar “cuidado, pe- - Arte/Beleza - Arte/Destruição: estética, sonhos de beleza,
rigo”. Fizeram isso com quase todos os inventos, inclusive com crueldade, tirano artista ditador de gênio, nietzschiano, wag-
a fissão nuclear, espantando-se quando “o átomo para a paz” neriano, grandiosa ópera, diretor, protagonista, espetáculos
tornou-se uma mortífera arma de guerra. E estão fazendo o de massa e tochas acesas.
mesmo agora. - Corrupção: laranjas, clonagem financeira, cédulas, fantasmas.
(...) Desde muito tempo se discute o quanto a ciência, ao
procurar o bem, pode provocar involuntariamente o mal. O Esses campos semânticos se entrecruzam, porque englo-
que a Arquitetura da destruição mostra é como a arte e a esté- bam referências múltiplas dentro do texto.
tica são capazes de fazer o mesmo, isto é, como a beleza pode
servir à morte, à crueldade e à destruição. Argumentação
Hitler julgava-se “o maior ator da Europa” e acreditava ser
alguma coisa como um “tirano-artista” nietzschiano ou um “di- O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma
tador de gênio” wagneriano. Para ele, “a vida era arte,” e o mun- informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma
do, uma grandiosa ópera da qual era diretor e protagonista. imagem positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito
O documentário mostra como os rituais coletivos, os gran- educado, ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que
des espetáculos de massa, as tochas acesas (...) tudo isso cons- o que diz seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a
tituía um culto estético - ainda que redundante (...) E o pior - intenção de convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte
todo esse aparato era posto a serviço da perversa utopia de creia no que o texto diz e faça o que ele propõe.
Hitler: a manipulação genética, a possibilidade de purificação Se essa é a finalidade última de todo ato de comunica-
racial e de eliminação das imperfeições, principalmente as fí- ção, todo texto contém um componente argumentativo. A
sicas. Não importava que os mais ilustres exemplares nazistas, argumentação é o conjunto de recursos de natureza linguísti-
eles próprios, desmoralizassem o que pregavam em termos de ca destinados a persuadir a pessoa a quem a comunicação se
eugenia. destina. Está presente em todo tipo de texto e visa a promover
O que importava é que as pessoas queriam acreditar na in- adesão às teses e aos pontos de vista defendidos.
sensatez apesar dos insensatos, como ainda há quem continue As pessoas costumam pensar que o argumento seja ape-
acreditando. No Brasil, felizmente, Dolly provoca mais piada do nas uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para com-
que ameaça. Já se atribui isso ao fato de que a nossa arquite- provar a veracidade de um fato. O argumento é mais que isso:
tura da destruição é a corrupção. Somos craques mesmo é em como se disse acima, é um recurso de linguagem utilizado para
clonagem financeira. O que seriam nossos laranjas e fantasmas levar o interlocutor a crer naquilo que está sendo dito, a acei-
senão clones e replicantes virtuais? Aqui, em vez de células, es- tar como verdadeiro o que está sendo transmitido. A argu-
tamos interessados é em manipular cédulas. mentação pertence ao domínio da retórica, arte de persuadir
(Zuenir Ventura, JB, 1997) as pessoas mediante o uso de recursos de linguagem.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Para compreender claramente o que é um argumento, Já vimos diversas características dos argumentos. É pre-
é bom voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século ciso acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor,
IV a.C., numa obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis o auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto
quando se tem de escolher entre duas ou mais coisas”. mais fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma com suas crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode
desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos ar- convencer um auditório pertencente a uma dada cultura en-
gumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de es- fatizando coisas que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo
colher entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e valorizando coisas que ele considera positivas. No Brasil, a pu-
a saúde. Nesse caso, precisamos argumentar sobre qual das blicidade da cerveja vem com frequência associada ao futebol,
duas é mais desejável. O argumento pode então ser definido ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos, essa associação
como qualquer recurso que torna uma coisa mais desejável certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol não é valo-
que outra. Isso significa que ele atua no domínio do prefe- rizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo de
rível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer que, entre um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalo-
duas teses, uma é mais provável que a outra, mais possível rizado numa dada cultura.
que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra.
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verda- Tipos de Argumento
de de um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadei-
ro o que o enunciador está propondo. Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumen- a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é
tação. O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, um argumento. Exemplo:
pretende demonstrar que uma conclusão deriva necessaria-
mente das premissas propostas, que se deduz obrigatoria- Argumento de Autoridade
mente dos postulados admitidos. No raciocínio lógico, as
conclusões não dependem de crenças, de uma maneira de É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhe-
ver o mundo, mas apenas do encadeamento de premissas e cidas pelo auditório como autoridades em certo domínio do
conclusões. saber, para servir de apoio àquilo que o enunciador está pro-
pondo. Esse recurso produz dois efeitos distintos: revela o co-
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadea- nhecimento do produtor do texto a respeito do assunto de
mento: que está tratando; dá ao texto a garantia do autor citado. É
preciso, no entanto, não fazer do texto um amontoado de ci-
A é igual a B. tações. A citação precisa ser pertinente e verdadeira. Exemplo:
A é igual a C.
Então: C é igual a A. “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein.
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigato- Para ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não
riamente, que C é igual a A. há conhecimento. Nunca o inverso.
Outro exemplo:
Alex José Periscinoto.
Todo ruminante é um mamífero. In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
A vaca é um ruminante. A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais
Logo, a vaca é um mamífero. importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a con- aderir a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas
clusão também será verdadeira. do mundo. Se um físico de renome mundial disse isso, então
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. as pessoas devem acreditar que é verdade.
Nele, a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por
isso, deve-se mostrar que ela é a mais desejável, a mais pro- Argumento de Quantidade
vável, a mais plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma pro-
paganda dizendo-se mais confiável do que os concorrentes É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior
porque existe desde a chegada da família real portuguesa ao número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem
Brasil, ele estará dizendo-nos que um banco com quase dois maior duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O
séculos de existência é sólido e, por isso, confiável. Embora fundamento desse tipo de argumento é que mais = melhor. A
não haja relação necessária entre a solidez de uma instituição publicidade faz largo uso do argumento de quantidade.
bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentativo na
afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é prová- Argumento do Consenso
vel que se creia que um banco mais antigo seja mais confiá-
vel do que outro fundado há dois ou três anos. É uma variante do argumento de quantidade. Fundamen-
Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa ta-se em afirmações que, numa determinada época, são
quase impossível, tantas são as formas de que nos valemos aceitas como verdadeiras e, portanto, dispensam compro-
para fazer as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, vações, a menos que o objetivo do texto seja comprovar al-
é importante entender bem como eles funcionam. guma delas. Parte da ideia de que o consenso, mesmo que

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LÍNGUA PORTUGUESA

equivocado, corresponde ao indiscutível, ao verdadeiro e, Uma variante do argumento de atributo é o argumento


portanto, é melhor do que aquilo que não desfruta dele. Em da competência linguística. A utilização da variante culta e
nossa época, são consensuais, por exemplo, as afirmações formal da língua que o produtor do texto conhece a norma
de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que as linguística socialmente mais valorizada e, por conseguinte,
condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. deve produzir um texto em que se pode confiar. Nesse sen-
Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar tido é que se diz que o modo de dizer dá confiabilidade ao
dos argumentos válidos para os lugares comuns, os precon- que se diz.
ceitos e as frases carentes de qualquer base científica. Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de
saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das
Argumento de Existência duas maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infini-
tamente mais adequada para a persuasão do que a segunda,
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil pois esta produziria certa estranheza e não criaria uma ima-
aceitar aquilo que comprovadamente existe do que aquilo gem de competência do médico:
que é apenas provável, que é apenas possível. A sabedoria
popular enuncia o argumento de existência no provérbio - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levan-
“Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”. do em conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas docu- médica houve por bem determinar o internamento do gover-
mentais (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) nador pelo período de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro
ou provas concretas, que tornam mais aceitável uma afir- de 2001.
mação genérica. Durante a invasão do Iraque, por exem- - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque
plo, os jornais diziam que o exército americano era muito alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no
mais poderoso do que o iraquiano. Essa afirmação, sem ser hospital por três dias.
acompanhada de provas concretas, poderia ser vista como
propagandística. No entanto, quando documentada pela Como dissemos antes, todo texto tem uma função argu-
comparação do número de canhões, de carros de combate, mentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério,
de navios, etc., ganhava credibilidade. para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de
comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro
Argumento quase lógico que pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação ar-
gumentativa.
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como A orientação argumentativa é uma certa direção que o
causa e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses ra- falante traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao
ciocínios são chamados quase lógicos porque, diversamente falar de um homem público, pode ter a intenção de criticá-lo,
dos raciocínios lógicos, eles não pretendem estabelecer re- de ridicularizá-lo ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
lações necessárias entre os elementos, mas sim instituir re- O enunciador cria a orientação argumentativa de seu
lações prováveis, possíveis, plausíveis. Por exemplo, quando texto dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo
se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “então A é igual a C”, certos episódios e revelando outros, escolhendo determina-
estabelece-se uma relação de identidade lógica. Entretanto, das palavras e não outras, etc. Veja:
quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” não
se institui uma identidade lógica, mas uma identidade pro- “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
vável. trocavam abraços afetuosos.”
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais fa- O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que
cilmente aceito do que um texto incoerente. Vários são os noras e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria
defeitos que concorrem para desqualificar o texto do ponto escolhido esse fato para ilustrar o clima da festa nem teria
de vista lógico: fugir do tema proposto, cair em contradição, utilizado o termo até, que serve para incluir no argumento
tirar conclusões que não se fundamentam nos dados apre- alguma coisa inesperada.
sentados, ilustrar afirmações gerais com fatos inadequados, Além dos defeitos de argumentação mencionados quan-
narrar um fato e dele extrair generalizações indevidas. do tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar
outros:
Argumento do Atributo - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido
tão amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e
É aquele que considera melhor o que tem proprieda- seu contrário. São noções confusas, como paz, que, parado-
des típicas daquilo que é mais valorizado socialmente, por xalmente, pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Es-
exemplo, o mais raro é melhor que o comum, o que é mais sas palavras podem ter valor positivo (paz, justiça, honestida-
refinado é melhor que o que é mais grosseiro, etc. de, democracia) ou vir carregadas de valor negativo (autori-
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequên- tarismo, degradação do meio ambiente, injustiça, corrupção).
cia, celebridades recomendando prédios residenciais, pro- - Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derru-
dutos de beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato badas por um único contra exemplo. Quando se diz “Todos
de que o consumidor tende a associar o produto anunciado os políticos são ladrões”, basta um único exemplo de político
com atributos da celebridade. honesto para destruir o argumento.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora Para discutir um tema, para confrontar argumentos
do contexto adequado, sem o significado apropriado, vul- e posições, é necessária a capacidade de conhecer outros
garizando-as e atribuindo-lhes uma significação subjetiva e pontos de vista e seus respectivos argumentos. Uma discus-
grosseira. É o caso, por exemplo, da frase “O imperialismo de são impõe, muitas vezes, a análise de argumentos opostos,
certas indústrias não permite que outras crescam”, em que o antagônicos. Como sempre, essa capacidade aprende-se
termo imperialismo é descabido, uma vez que, a rigor, sig- com a prática. Um bom exercício para aprender a argumen-
nifica “ação de um Estado visando a reduzir outros à sua de- tar e contra-argumentar consiste em desenvolver as seguin-
pendência política e econômica”. tes habilidades:
A boa argumentação é aquela que está de acordo com - argumentação: anotar todos os argumentos a favor
a situação concreta do texto, que leva em conta os compo- de uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a
nentes envolvidos na discussão (o tipo de pessoa a quem se posição totalmente contrária;
dirige a comunicação, o assunto, etc). - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate
Convém ainda alertar que não se convence ninguém e quais os argumentos que essa pessoa imaginária possivel-
com manifestações de sinceridade do autor (como eu, que mente apresentaria contra a argumentação proposta;
não costumo mentir...) ou com declarações de certeza ex- - refutação: argumentos e razões contra a argumenta-
pressas em fórmulas feitas (como estou certo, creio firme- ção oposta.
mente, é claro, é óbvio, é evidente, afirmo com toda a cer-
teza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, sinceridade e A argumentação tem a finalidade de persuadir, portan-
certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve cons- to, argumentar consiste em estabelecer relações para tirar
truir um texto que revele isso. Em outros termos, essas qua- conclusões válidas, como se procede no método dialético. O
lidades não se prometem, manifestam-se na ação. método dialético não envolve apenas questões ideológicas,
A argumentação é a exploração de recursos para fazer geradoras de polêmicas. Trata-se de um método de inves-
parecer verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, tigação da realidade pelo estudo de sua ação recíproca, da
levar a pessoa a que texto é endereçado a crer naquilo que contradição inerente ao fenômeno em questão e da mudan-
ele diz. ça dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e ex-
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês,
pressa um ponto de vista, acompanhado de certa funda-
criou o método de raciocínio silogístico, baseado na dedu-
mentação, que inclui a argumentação, questionamento, com
ção, que parte do simples para o complexo. Para ele, ver-
o objetivo de persuadir. Argumentar é o processo pelo qual
dade e evidência são a mesma coisa, e pelo raciocínio tor-
se estabelecem relações para chegar à conclusão, com base
na-se possível chegar a conclusões verdadeiras, desde que
em premissas. Persuadir é um processo de convencimento,
o assunto seja pesquisado em partes, começando-se pelas
por meio da argumentação, no qual procura-se convencer
os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu proposições mais simples até alcançar, por meio de dedu-
comportamento. ções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persua- é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes,
são válida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os
ideia ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjun-
passo do raciocínio empregado na argumentação. A persua- to da dedução.
são não válida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental
subliminares, chantagens sentimentais, com o emprego de para a argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes
“apelações”, como a inflexão de voz, a mímica e até o choro. propôs quatro regras básicas que constituem um conjun-
Alguns autores classificam a dissertação em duas moda- to de reflexos vitais, uma série de movimentos sucessivos e
lidades, expositiva e argumentativa. Esta, exige argumenta- contínuos do espírito em busca da verdade:
ção, razões a favor e contra uma ideia, ao passo que a outra - evidência;
é informativa, apresenta dados sem a intenção de conven- - divisão ou análise;
cer. Na verdade, a escolha dos dados levantados, a maneira - ordem ou dedução;
de expô-los no texto já revelam uma “tomada de posição”, a - enumeração.
adoção de um ponto de vista na dissertação, ainda que sem
a apresentação explícita de argumentos. Desse ponto de vis- A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a
ta, a dissertação pode ser definida como discussão, debate, omissão e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração
questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, pode quebrar o encadeamento das ideias, indispensável
a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A para o processo dedutivo.
liberdade de questionar é fundamental, mas não é suficiente A forma de argumentação mais empregada na reda-
para organizar um texto dissertativo. É necessária também ção acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras
a exposição dos fundamentos, os motivos, os porquês da cartesianas, que contém três proposições: duas premissas,
defesa de um ponto de vista. maior e menor, e a conclusão. As três proposições são enca-
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitu- deadas de tal forma, que a conclusão é deduzida da maior
de argumentativa. A argumentação está presente em qual- por intermédio da menor. A premissa maior deve ser uni-
quer tipo de discurso, porém, é no texto dissertativo que ela versal, emprega todo, nenhum, pois alguns não caracteriza a
melhor se evidencia. universalidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclu-
(silogística), que parte do geral para o particular, e a indu- são pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma
ção, que vai do particular para o geral. A expressão formal do são professores; nem todas as cidades têm uma estátua do
método dedutivo é o silogismo. A dedução é o caminho das Cristo Redentor. Comete-se erro quando se faz generaliza-
consequências, baseia-se em uma conexão descendente (do ções apressadas ou infundadas. A “simples inspeção” é a au-
geral para o particular) que leva à conclusão. Segundo esse sência de análise ou análise superficial dos fatos, que leva a
método, partindo-se de teorias gerais, de verdades universais, pronunciamentos subjetivos, baseados nos sentimentos não
pode-se chegar à previsão ou determinação de fenômenos ditados pela razão.
particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para o efei- Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fun-
to. Exemplo: damentais, que contribuem para a descoberta ou compro-
vação da verdade: análise, síntese, classificação e definição.
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) Além desses, existem outros métodos particulares de algu-
Fulano é homem (premissa menor = particular) mas ciências, que adaptam os processos de dedução e indu-
Logo, Fulano é mortal (conclusão) ção à natureza de uma realidade particular. Pode-se afirmar
que cada ciência tem seu método próprio demonstrativo,
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a classifica-
baseiase em uma conexão ascendente, do particular para o ção a definição são chamadas métodos sistemáticos, porque
geral. Nesse caso, as constatações particulares levam às leis pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar
gerais, ou seja, parte de fatos particulares conhecidos para os a pesquisa.
fatos gerais, desconhecidos. O percurso do raciocínio se faz do Análise e síntese são dois processos opostos, mas in-
efeito para a causa. Exemplo: terligados; a análise parte do todo para as partes, a síntese,
das partes para o todo. A análise precede a síntese, porém,
O calor dilata o ferro (particular) de certo modo, uma depende da outra. A análise decompõe
O calor dilata o bronze (particular) o todo em partes, enquanto a síntese recompõe o todo pela
O calor dilata o cobre (particular) reunião das partes. Sabe-se, porém, que o todo não é uma
O ferro, o bronze, o cobre são metais simples justaposição das partes. Se alguém reunisse todas as
Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
peças de um relógio, não significa que reconstruiu o relógio,
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser
pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
válido e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas
todo se as partes estivessem organizadas, devidamente com-
premissas também o forem. Se há erro ou equívoco na apre-
binadas, seguida uma ordem de relações necessárias, funcio-
ciação dos fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras para
nais, então, o relógio estaria reconstruído.
chegar a uma conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma.
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo
Uma definição inexata, uma divisão incompleta, a ignorância
da causa, a falsa analogia são algumas causas do sofisma. O por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas
sofisma pressupõe má fé, intenção deliberada de enganar ou num conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pres-
levar ao erro; quando o sofisma não tem essas intenções pro- supõe a análise, que é a decomposição. A análise, no entanto,
positais, costuma-se chamar esse processo de argumentação exige uma decomposição organizada, é preciso saber como
de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de sofisma dividir o todo em partes. As operações que se realizam na
no seguinte diálogo: análise e na síntese podem ser assim relacionadas:

- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
- Lógico, concordo. Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
- Claro que não! A análise tem importância vital no processo de coleta de
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... ideias a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e
da criação de abordagens possíveis. A síntese também é im-
Exemplos de sofismas: portante na escolha dos elementos que farão parte do texto.
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal
Dedução ou informal. A análise formal pode ser científica ou experi-
Todo professor tem um diploma (geral, universal) mental; é característica das ciências matemáticas, físico-na-
Fulano tem um diploma (particular) turais e experimentais. A análise informal é racional ou total,
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) consiste em “discernir” por vários atos distintos da atenção
os elementos constitutivos de um todo, os diferentes carac-
Indução teres de um objeto ou fenômeno.
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. A análise decompõe o todo em partes, a classificação es-
(particular) tabelece as necessárias relações de dependência e hierarquia
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) entre as partes. Análise e classificação ligam-se intimamente,
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. a ponto de se confundir uma com a outra, contudo são pro-
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. cedimentos diversos: análise é decomposição e classificação
(geral – conclusão falsa) é hierarquisação.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fe- Na frase: O homem é um animal racional classifica-se:
nômenos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciên-
cias naturais, a classificação pode-se efetuar por meio de um
processo mais ou menos arbitrário, em que os caracteres Elemento especie diferença
comuns e diferenciadores são empregados de modo mais a ser definido específica
ou menos convencional. A classificação, no reino animal,
em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e espécies, É muito comum formular definições de maneira defei-
é um exemplo de classificação natural, pelas características tuosa, por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o
comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens todo em partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente
integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial. incorreto; quando é advérbio de tempo, não representa o
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, ca- gênero, a espécie, a gente é forma coloquial não adequada
minhão, canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, à redação acadêmica. Tão importante é saber formular uma
queijo, relógio, sabiá, torradeira. definição, que se recorre a Garcia (1973, p.306), para deter-
minar os “requisitos da definição denotativa”. Para ser exata,
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá. a definição deve apresentar os seguintes requisitos:
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo. - o termo deve realmente pertencer ao gênero ou clas-
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torra- se em que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que
deira. ‘mesa’ está realmente incluída) e não “mesa é um instrumen-
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. to ou ferramenta ou instalação”;
Os elementos desta lista foram classificados por ordem - o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir
alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer todos os exemplos específicos da coisa definida, e suficiente-
critérios de classificação das ideias e argumentos, pela or- mente restrito para que a diferença possa ser percebida sem
dem de importância, é uma habilidade indispensável para dificuldade;
elaborar o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que - deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em ver-
a ordem seja crescente, do fato mais importante para o me- dade, definição, quando se diz que o “triângulo não é um pris-
nos importante, ou decrescente, primeiro o menos impor- ma”;
tante e, no final, o impacto do mais importante; é indispen- - deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não cons-
sável que haja uma lógica na classificação. A elaboração do titui definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um
plano compreende a classificação das partes e subdivisões, homem” não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
ou seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hie- - deve ser breve (contida num só período). Quando a defi-
rarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.) nição, ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo períodos ou de parágrafos), chama-se explicação, e também
na introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, definição expandida;d
para expressar um questionamento, deve-se, de antemão, - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o ter-
expor clara e racionalmente as posições assumidas e os ar- mo) + cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero)
gumentos que as justificam. É muito importante deixar claro + adjuntos (as diferenças).
o campo da discussão e a posição adotada, isto é, esclarecer
não só o assunto, mas também os pontos de vista sobre ele. As definições dos dicionários de língua são feitas por
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da meio de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação me-
linguagem e consiste na enumeração das qualidades pró- talinguística que consiste em estabelecer uma relação de
prias de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o equivalência entre a palavra e seus significados.
elemento conforme a espécie a que pertence, demonstra: a A força do texto dissertativo está em sua fundamenta-
característica que o diferencia dos outros elementos dessa ção. Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão
mesma espécie. verdadeira e necessária. A verdade de um ponto de vista
Entre os vários processos de exposição de ideias, a de- deve ser demonstrada com argumentos válidos. O ponto
finição é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito de vista mais lógico e racional do mundo não tem valor, se
das ciências. A definição científica ou didática é denotativa, não estiver acompanhado de uma fundamentação coerente
ou seja, atribui às palavras seu sentido usual ou consensual, e adequada.
enquanto a conotativa ou metafórica emprega palavras de Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a ló-
sentido figurado. Segundo a lógica tradicional aristotélica, a gica clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam
definição consta de três elementos: o julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumenta-
- o termo a ser definido; ção é clara e pode reconhecer-se facilmente seus elementos
- o gênero ou espécie; e suas relações; outras vezes, as premissas e as conclusões
- a diferença específica. organizam-se de modo livre, misturando-se na estrutura do
argumento. Por isso, é preciso aprender a reconhecer os ele-
O que distingue o termo definido de outros elementos mentos que constituem um argumento: premissas/conclu-
da mesma espécie. Exemplo: sões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos são
verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento

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LÍNGUA PORTUGUESA

está expresso corretamente; se há coerência e adequação bre-se que as citações literais no corpo de um texto cons-
entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso é que tituem argumentos de autoridade. Ao fazer uma citação, o
se aprende os processos de raciocínio por dedução e por enunciador situa os enunciados nela contidos na linha de
indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui- raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou
se que o argumento é um tipo específico de relação entre as justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem
premissas e a conclusão. mais caráter confirmatório que comprobatório.

Procedimentos Argumentativos: Constituem os pro- Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispen-


cedimentos argumentativos mais empregados para com- sam explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito
provar uma afirmação: exemplificação, explicitação, enume- como válido por consenso, pelo menos em determinado es-
ração, comparação. paço sociocultural. Nesse caso, incluem-se
- A declaração que expressa uma verdade universal (o
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista homem, mortal, aspira à imortalidade);
por meio de exemplos, hierarquizar afirmações. São expres- - A declaração que é evidente por si mesma (caso dos
sões comuns nesse tipo de procedimento: mais importante postulados e axiomas);
que, superior a, de maior relevância que. Empregam-se tam- - Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de
bém dados estatísticos, acompanhados de expressões: con- natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que
siderando os dados; conforme os dados apresentados. Faz-se a própria razão desconhece); implica apreciação de ordem
a exemplificação, ainda, pela apresentação de causas e con- estética (gosto não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos
sequências, usando-se comumente as expressões: porque, dogmas (creio, ainda que parece absurdo).
porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em
virtude de, em vista de, por motivo de. Comprovação pela experiência ou observação: A ver-
Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é dade de um fato ou afirmação pode ser comprovada por
explicar ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Po- meio de dados concretos, estatísticos ou documentais.
de-se alcançar esse objetivo pela definição, pelo testemunho
e pela interpretação. Na explicitação por definição, empre- Comprovação pela fundamentação lógica: A com-
gamse expressões como: quer dizer, denomina-se, chama-se, provação se realiza por meio de argumentos racionais, ba-
na verdade, isto é, haja vista, ou melhor; nos testemunhos seados na lógica: causa/efeito; consequência/causa; condi-
são comuns as expressões: conforme, segundo, na opinião
ção/ocorrência.
de, no parecer de, consoante as ideias de, no entender de, no
pensamento de. A explicitação se faz também pela interpre-
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As decla-
tação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
rações, julgamento, pronunciamentos, apreciações que ex-
assim, desse ponto de vista.
pressam opiniões pessoais (não subjetivas) devem ter sua
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequên-
validade comprovada, e só os fatos provam. Em resumo toda
cia de elementos que comprovam uma opinião, tais como a
afirmação ou juízo que expresse uma opinião pessoal só terá
enumeração de pormenores, de fatos, em uma sequência
validade se fundamentada na evidência dos fatos, ou seja, se
de tempo, em que são frequentes as expressões: primeiro,
segundo, por último, antes, depois, ainda, em seguida, então, acompanhada de provas, validade dos argumentos, porém,
presentemente, antigamente, depois de, antes de, atualmente, pode ser contestada por meio da contra-argumentação ou
hoje, no passado, sucessivamente, respectivamente. Na enu- refutação. São vários os processos de contra-argumentação:
meração de fatos em uma sequência de espaço, empregam-
se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, além, adiante, Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação de-
perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no interior, nas monstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é
grandes cidades, no sul, no leste... a contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras lobo e o cordeiro”;
de se estabelecer a comparação, com a finalidade de com-
provar uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as Refutação por exclusão: consiste em propor várias
expressões: da mesma forma, tal como, tanto quanto, assim hipóteses para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela
como, igualmente. Para estabelecer contraste, empregam-se que se julga verdadeira;
as expressões: mais que, menos que, melhor que, pior que.
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumen-
Entre outros tipos de argumentos empregados para au- to à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-
mentar o poder de persuasão de um texto dissertativo en- se a universalidade da afirmação;
contram-se:
Ataque ao argumento pelo testemunho de autori-
Argumento de autoridade: O saber notório de uma dade: consiste em refutar um argumento empregando os
autoridade reconhecida em certa área do conhecimento dá testemunhos de autoridade que contrariam a afirmação
apoio a uma afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer apresentada;
para o enunciado a credibilidade da autoridade citada. Lem-

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LÍNGUA PORTUGUESA

Desqualificar dados concretos apresentados: consiste - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida
em desautorizar dados reais, demonstrando que o enun- do passado; apontar semelhanças e diferenças;
ciador baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões - analisar as condições atuais de vida nos grandes cen-
falsas ou inconsequentes. Por exemplo, se na argumentação tros urbanos;
afirmou-se, por meio de dados estatísticos, que “o contro- - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para
le demográfico produz o desenvolvimento”, afirma-se que a humanizar mais a sociedade.
conclusão é inconsequente, pois baseia-se em uma relação
de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contraargu- Conclusão
mentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/
que gera o controle demográfico”. consequências maléficas;
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argu-
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possí- mentos apresentados.
veis para desenvolver um tema, que podem ser analisadas
e adaptadas ao desenvolvimento de outros temas. Elege- Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano
se um tema, e, em seguida, sugerem-se os procedimentos
de redação: é um dos possíveis.
que devem ser adotados para a elaboração de um Plano de
Redação.
TIPOLOGIA TEXTUAL
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da
evolução tecnológica Tipo textual é a forma como um texto se apresenta. As
únicas tipologias existentes são: narração, descrição, dis-
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, sertação ou exposição, informação e injunção. É impor-
responder a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o tante que não se confunda tipo textual com gênero textual.
porquê da resposta, justificar, criando um argumento básico;
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento bá- Texto Narrativo - tipo textual em que se conta fatos
sico e construir uma contra-argumentação; pensar a forma que ocorreram num determinado tempo e lugar, envolven-
de refutação que poderia ser feita ao argumento básico e do personagens e um narrador. Refere-se a objeto do mun-
tentar desqualificá-la (rever tipos de argumentação); do real ou fictício. Possui uma relação de anterioridade e
- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.
ideias que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema - expõe um fato, relaciona mudanças de situação, apon-
(as ideias podem ser listadas livremente ou organizadas ta antes, durante e depois dos acontecimentos (geralmente);
como causa e consequência); - é um tipo de texto sequencial;
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e - relato de fatos;
com o argumento básico; - presença de narrador, personagens, enredo, cenário,
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhen- tempo;
do as que poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias - apresentação de um conflito;
transformam-se em argumentos auxiliares, que explicam e - uso de verbos de ação;
corroboram a ideia do argumento básico; - geralmente, é mesclada de descrições;
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando - o diálogo direto é frequente.
uma sequência na apresentação das ideias selecionadas,
obedecendo às partes principais da estrutura do texto, que Texto Descritivo - um texto em que se faz um retrato
poderia ser mais ou menos a seguinte: por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um ob-
jeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o
Introdução
adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem
mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou senti-
- função social da ciência e da tecnologia;
mentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. É
- definições de ciência e tecnologia;
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico. fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem
a que o texto refere. Nessa espécie textual as coisas aconte-
Desenvolvimento cem ao mesmo tempo.
- expõe características dos seres ou das coisas, apre-
- apresentação de aspectos positivos e negativos do de- senta uma visão;
senvolvimento tecnológico; - é um tipo de texto figurativo;
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modi- - retrato de pessoas, ambientes, objetos;
ficou as condições de vida no mundo atual; - predomínio de atributos;
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnolo- - uso de verbos de ligação;
gicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos - frequente emprego de metáforas, comparações e
países subdesenvolvidos; outras figuras de linguagem;
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento - tem como resultado a imagem física ou psicológica.
social;

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LÍNGUA PORTUGUESA

Texto Dissertativo - a dissertação é um texto que ana- Todas as vezes que uma história é contada (é narrada),
lisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse tipo o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e
textual requer reflexão, pois as opiniões sobre os fatos e a com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração
postura crítica em relação ao que se discute têm grande im- predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações;
portância. O texto dissertativo é temático, pois trata de aná- assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo
lises e interpretações; o tempo explorado é o presente no de texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que
seu valor atemporal; é constituído por uma introdução onde compõem o texto narrativo, ou seja, a história que é contada
o assunto a ser discutido é apresentado, seguido por uma nesse tipo de texto recebe o nome de enredo.
argumentação que caracteriza o ponto de vista do autor so- As ações contidas no texto narrativo são praticadas pe-
bre o assunto em evidência. Nesse tipo de texto a expressão las personagens, que são justamente as pessoas envolvidas
das ideias, valores, crenças são claras, evidentes, pois é um no episódio que está sendo contado. As personagens são
tipo de texto que propõe a reflexão, o debate de ideias. A identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos substan-
linguagem explorada é a denotativa, embora o uso da cono- tivos próprios.
tação possa marcar um estilo pessoal. A objetividade é um Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo
fator importante, pois dá ao texto um valor universal, por sem querer) ele acaba contando “onde” (em que lugar)  as
isso geralmente o enunciador não aparece porque o mais ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lu-
importante é o assunto em questão e não quem fala dele. gar onde ocorre uma ação ou ações  é chamado de espaço,
A ausência do emissor é importante para que a ideia de- representado no texto pelos advérbios de lugar.
fendida torne algo partilhado entre muitas pessoas, sendo Além de contar onde, o narrador também pode esclare-
admitido o emprego da 1ª pessoa do plural - nós, pois esse cer “quando” ocorreram as ações da história. Esse elemen-
não descaracteriza o discurso dissertativo. to da narrativa é o tempo, representado no texto narrativo
- expõe um tema, explica, avalia, classifica, analisa; através dos tempos verbais, mas principalmente pelos ad-
- é um tipo de texto argumentativo. vérbios de tempo. É o tempo que ordena as ações no texto
- defesa de um argumento: apresentação de uma tese narrativo: é ele que indica ao leitor “como” o fato narrado
que será defendida; desenvolvimento ou argumentação; aconteceu.
fechamento; A história contada, por isso, passa por uma introdução
- predomínio da linguagem objetiva; (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo
- prevalece a denotação. desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita,
o meio, o “miolo” da narrativa, também chamada de trama)
Texto Argumentativo - esse texto tem a função de per- e termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo).
suadir o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia imposta Aquele que conta a história é o narrador,  que pode ser
pelo texto. É o tipo textual mais presente em manifestos e pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu...) ou impessoal (narra em
cartas abertas, e quando também mostra fatos para emba- 3ª pessoa: Ele...).
sar a argumentação, se torna um texto dissertativo-argu- Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por ver-
mentativo. bos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lu-
gar e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que
Texto Injuntivo/Instrucional - indica como realizar são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem
uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimen- as ações expressas pelos verbos, formando uma rede: a pró-
tos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. pria história contada.
Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo impe- Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que
rativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso conta a história.
do futuro do presente do modo indicativo. Ex: Previsões do
tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de remédio, Elementos Estruturais (I):
convenções, regras e eventos.
- Enredo: desenrolar dos acontecimentos.
Narração - Personagens: são seres que se movimentam, se rela-
cionam e dão lugar à trama que se estabelece na ação. Re-
A Narração é um tipo de texto que relata uma histó- velam-se por meio de características físicas ou psicológicas.
ria real, fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto Os personagens podem ser lineares (previsíveis), complexos,
narrativo apresenta personagens que atuam em um tempo tipos sociais (trabalhador, estudante, burguês etc.) ou tipos
e em um espaço, organizados por uma narração feita por humanos (o medroso, o tímido, o avarento etc.), heróis ou
um narrador. É uma série de fatos situados em um espa- anti-heróis, protagonistas ou antagonistas.
ço e no tempo, tendo mudança de um estado para outro, - Narrador: é quem conta a história.
segundo relações de sequencialidade e causalidade, e não - Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico.
simultâneos como na descrição. Expressa as relações entre - Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico:
os indivíduos, os conflitos e as ligações afetivas entre esses o tempo convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o
indivíduos e o mundo, utilizando situações que contêm essa tempo interior, subjetivo.
vivência.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Elementos Estruturais (II): recebe alguma coisa (o menino passou a ter o porquinho-
da índia) e aquele alguém perde alguma coisa (o porquinho
Personagens - Quem? Protagonista/Antagonista perdia, a cada vez que o menino o levava para outro lugar, o
Acontecimento - O quê? Fato espaço confortável de debaixo do fogão). Assim, temos dois
Tempo - Quando? Época em que ocorreu o fato tipos de narrativas: de aquisição e de privação.
Espaço - Onde? Lugar onde ocorreu o fato
Modo - Como? De que forma ocorreu o fato Existem três tipos de foco narrativo:
Causa - Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato
Resultado - previsível ou imprevisível. - Narrador-personagem: é aquele que conta a história
Final - Fechado ou Aberto. na qual é participante. Nesse caso ele é narrador e persona-
gem ao mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa.
Esses elementos estruturais combinam-se e articulam- - Narrador-observador: é aquele que conta a história
se de tal forma, que não é possível compreendê-los isola- como alguém que observa tudo que acontece e transmite
damente, como simples exemplos de uma narração. Há ao leitor, a história é contada em 3ª pessoa.
uma relação de implicação mútua entre eles, para garantir - Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enre-
coerência e verossimilhança à história narrada. Quanto aos do e as personagens, revelando seus pensamentos e senti-
elementos da narrativa, esses não estão, obrigatoriamente mentos íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes,
sempre presentes no discurso, exceto as personagens ou o aparece misturada com pensamentos dos personagens (dis-
fato a ser narrado. curso indireto livre).

Exemplo: Estrutura:

Porquinho-da-índia - Apresentação: é a parte do texto em que são apre-


sentados alguns personagens e expostas algumas circuns-
Quando eu tinha seis anos tâncias da história, como o momento e o lugar onde a ação
se desenvolverá.
Ganhei um porquinho-da-índía.
- Complicação: é a parte do texto em que se inicia pro-
Que dor de coração me dava
priamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem,
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
conduzindo ao clímax.
Levava ele pra sala
- Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
Ele não gostava:
- Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas
Queria era estar debaixo do fogão. ações dos personagens.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
- O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira na- Tipos de Personagens:
morada.
Os personagens têm muita importância na constru-
Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 4ª ed. ção de um texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser
Rio de Janeiro, José Olympio, 1973, pág. 110. principais ou secundários, conforme o papel que desem-
penham no enredo, podem ser apresentados direta ou in-
Observe que, no texto acima, há um conjunto de trans- diretamente.
formações de situação: ganhar um porquinho-da-índia é A apresentação direta acontece quando o personagem
passar da situação de não ter o animalzinho para a de tê-lo; aparece de forma clara no texto, retratando suas caracterís-
levá-lo para a sala ou para outros lugares é passar da situa- ticas físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se
ção de ele estar debaixo do fogão para a de estar em outros dá quando os personagens aparecem aos poucos e o leitor
lugares; ele não gostava: “queria era estar debaixo do fogão” vai construindo a sua imagem com o desenrolar do enredo,
implica a volta à situação anterior; “não fazia caso nenhum ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e do
das minhas ternurinhas” dá a entender que o menino passa- modo como vai fazendo.
va de uma situação de não ser terno com o animalzinho para
uma situação de ser; no último verso tem-se a passagem da - Em 1ª pessoa:
situação de não ter namorada para a de ter.
Verifica-se, pois, que nesse texto há um grande conjunto Personagem Principal: há um “eu” participante que
de mudanças de situação. É isso que define o que se cha- conta a história e é o protagonista. Exemplo:
ma o componente narrativo do texto, ou seja, narrativa é
uma mudança de estado pela ação de alguma personagem, “Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bam-
é uma transformação de situação. Mesmo que essa perso- bas, o coração parecendo querer sair-me pela boca fora.
nagem não apareça no texto, ela está logicamente implícita. Não me atrevia a descer à chácara, e passar ao quintal vi-
Assim, por exemplo, se o menino ganhou um porquinho- zinho. Comecei a andar de um lado para outro, estacando
da-índia, é porque alguém lhe deu o animalzinho. Assim, há para amparar-me, e andava outra vez e estacava.”
basicamente, dois tipos de mudança: aquele em que alguém (Machado de Assis. Dom Casmurro)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acre- Os três sentam-se numa das mesas, de forma canhes-
ditar, eu estava lá e vi. Exemplo: tra, como se o estivessem fazendo pela primeira vez na vida.
O rapaz de cabeça pelada traz as bebidas e os copos e,
“Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre em seguida, num pratinho, os dois pães com meia almôn-
teso do Jango Jorge, um que foi capitão duma maloca de dega cada um. O homem e (mais do que ele) os meninos
contrabandista que fez cancha nos banhados do Ibirocaí. olham para dentro dos pães, enquanto o rapaz cúmplice se
Esse gaúcho desabotinado levou a existência inteira a retira.
cruzar os campos da fronteira; à luz do Sol, no desmaiado Os meninos aguardam que a mão adulta leve solene o
da Lua, na escuridão das noites, na cerração das madru- copo de cerveja até a boca, depois cada um prova o seu
gadas...; ainda que chovesse reiúnos acolherados ou que guaraná e morde o primeiro bocado do pão.
ventasse como por alma de padre, nunca errou vau, nunca O homem toma a cerveja em pequenos goles, obser-
perdeu atalho, nunca desandou cruzada!... vando criteriosamente o menino mais velho e o menino
(...) mais novo absorvidos com o sanduíche e a bebida.
Aqui há poucos – coitado! – pousei no arranchamento Eles não têm pressa. O grande homem e seus dois meni-
dele. Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não no víamos nos. E permanecem para sempre, humanos e indestrutíveis,
desde muito tempo. (...) sentados naquela mesa.
Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório na (Wander Piroli)
matança dos leitões e no tiramento dos assados com couro.
(J. Simões Lopes Neto – Contrabandista) Tipos de Discurso:

- Em 3ª pessoa: Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamente


para o personagem, sem a sua interferência. Exemplo:
Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira
pessoa. Exemplo: Caso de Desquite

“Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a fanta- __ Vexame de incomodar o doutor (a mão trêmula na
siaram de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E saiu à boca). Veja, doutor, este velho caducando. Bisavô, um neto
rua com ar menos carnavalesco deste mundo, morrendo de casado. Agora com mania de mulher. Todo velho é sem-ver-
gonha.
vergonha da malha de cetim, das asas e das antenas e, mais
__ Dobre a língua, mulher. O hominho é muito bom. Só
ainda, da cara à mostra, sem máscara piedosa para disfarçar
não me pise, fico uma jararaca.
o sentimento impreciso de ridículo.”
__ Se quer sair de casa, doutor, pague uma pensão.
(Ilka Laurito. Sal do Lírico)
__ Essa aí tem filho emancipado. Criei um por um, está
bom? Ela não contribuiu com nada, doutor. Só deu de ma-
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história
mar no primeiro mês.
como sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo:
__Você desempregado, quem é que fazia roça?
__ Isso naquele tempo. O hominho aqui se espalhava.
Festa
Fui jogado na estrada, doutor. Desde onze anos estou no
mundo sem ninguém por mim. O céu lá em cima, noite e
Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental dia o hominho aqui na carroça. Sempre o mais sacrificado,
olha o crioulão de roupa limpa e remendada, acompanhado está bom?
de dois meninos de tênis branco, um mais velho e outro __ Se ficar doente, Severino, quem é que o atende?
mais novo, mas ambos com menos de dez anos. __ O doutor já viu urubu comer defunto? Ninguém mor-
Os três atravessam o salão, cuidadosamente, mas reso- re só. Sempre tem um cristão que enterra o pobre.
lutamente, e se dirigem para o cômodo dos fundos, onde __ Na sua idade, sem os cuidados de uma mulher...
há seis mesas desertas. __ Eu arranjo.
O rapaz de cabeça pelada vai ver o que eles querem. O __ Só a troco de dinheiro elas querem você. Agora tem
homem pergunta em quanto fica uma cerveja, dois guara- dois cavalos. A carroça e os dois cavalos, o que há de melhor.
nás e dois pãezinhos. Vai me deixar sem nada?
__ Duzentos e vinte. __ Você tinha amula e a potranca. A mula vendeu e a po-
O preto concentra-se, aritmético, e confirma o pedido. tranca, deixou morrer. Tenho culpa? Só quero paz, um prato
__Que tal o pão com molho? – sugere o rapaz. de comida e roupa lavada.
__ Como? __ Para onde foi a lavadeira?
__ Passar o pão no molho da almôndega. Fica muito __ Quem?
mais gostoso. __ A mulata.
O homem olha para os meninos. (...)
__ O preço é o mesmo – informa o rapaz. (Dalton Trevisan – A guerra Conjugal)
__ Está certo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Discurso Indireto: o narrador conta o que o persona- Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se
gem diz, sem lhe passar diretamente a palavra. Exemplo: pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata
a realização de uma mudança é porque ela se verificou, e
Frio ela efetua-se porque quem a realiza pode, sabe, quer ou
deve fazê-la. Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um
O menino tinha só dez anos. apartamento: quando se assina a escritura, realiza-se o ato
Quase meia hora andando. No começo pensou num bon- de compra; para isso, é necessário poder (ter dinheiro) e
de. Mas lembrou-se do embrulhinho branco e bem feito que querer ou dever comprar (respectivamente, querer deixar
trazia, afastou a idéia como se estivesse fazendo uma coisa de pagar aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter sido
errada. (Nos bondes, àquela hora da noite, poderiam roubá-lo, despejado, por exemplo).
sem que percebesse; e depois?... Que é que diria a Paraná?) Algumas mudanças são necessárias para que outras se
Andando. Paraná mandara-lhe não ficar observando as deem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar
vitrines, os prédios, as coisas. Como fazia nos dias comuns. Ia um bambu ou outro instrumento para derrubá-la. Para ter
firme e esforçando-se para não pensar em nada, nem olhar
um carro, é preciso antes conseguir o dinheiro.
muito para nada.
__ Olho vivo – como dizia Paraná.
Narrativa e Narração
Devagar, muita atenção nos autos, na travessia das ruas.
Ele ia pelas beiradas. Quando em quando, assomava um guar-
da nas esquinas. O seu coraçãozinho se apertava. Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A narrativi-
Na estação da Sorocabana perguntou as horas a uma mu- dade é um componente narrativo que pode existir em tex-
lher. Sempre ficam mulheres vagabundeando por ali, à noite. tos que não são narrações. A narrativa é a transformação de
Pelo jardim, pelos escuros da Alameda Cleveland. Ela lhe deu, situações. Por exemplo, quando se diz “Depois da abolição,
ele seguiu. Ignorava a exatidão de seus cálculos, mas provavel- incentivou-se a imigração de europeus”, temos um texto
mente faltava mais ou menos uma hora para chegar em casa. dissertativo, que, no entanto, apresenta um componente
Os bondes passavam. narrativo, pois contém uma mudança de situação: do não
(João Antônio – Malagueta, Perus e Bacanaço) incentivo ao incentivo da imigração européia.
Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de
Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala do texto, o que é narração?
personagem e a fala do narrador. É um recurso relativamen- A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três carac-
te recente. Surgiu com romancistas inovadores do século XX. terísticas:
Exemplo: - é um conjunto de transformações de situação (o texto
de Manuel Bandeira – “Porquinho-da-índia”, como vimos,
A Morte da Porta-Estandarte preenche essa condição);
- é um texto figurativo, isto é, opera com personagens
Que ninguém o incomode agora. Larguem os seus braços. e fatos concretos (o texto “Porquinho-da-índia” preenche
Rosinha está dormindo. Não acordem Rosinha. Não é preciso também esse requisito);
segurá-lo, que ele não está bêbado... O céu baixou, se abriu... - as mudanças relatadas estão organizadas de maneira
Esse temporal assim é bom, porque Rosinha não sai. Tenham tal que, entre elas, existe sempre uma relação de anterio-
paciência... Largar Rosinha ali, ele não larga não... Não! E esses ridade e posterioridade (no texto “Porquinho-da-índia” o
tambores? Ui! Que venham... É guerra... ele vai se espalhar... fato de ganhar o animal é anterior ao de ele estar debaixo
Por que não está malhando em sua cabeça?... (...) Ele vai tirar do fogão, que por sua vez é anterior ao de o menino levá-lo
Rosinha da cama... Ele está dormindo, Rosinha... Fugir com ela,
para a sala, que por seu turno é anterior ao de o porquinho-
para o fundo do País... Abraçá-la no alto de uma colina...
da-índia voltar ao fogão).
(Aníbal Machado)

Sequência Narrativa: Essa relação de anterioridade e posterioridade é sem-


Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: pre pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequên-
uma coordena-se a outra, uma implica a outra, uma subordi- cia linear da temporalidade apareça alterada. Assim, por
na-se a outra. exemplo, no romance machadiano Memórias póstumas de
A narrativa típica tem quatro mudanças de situação: Brás Cubas, quando o narrador começa contando sua mor-
- uma em que uma personagem passa a ter um querer ou te para em seguida relatar sua vida, a sequência temporal
um dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo); foi modificada. No entanto, o leitor reconstitui, ao longo
- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma da leitura, as relações de anterioridade e de posterioridade.
competência para fazer algo); Resumindo: na narração, as três características explica-
- uma em que a personagem executa aquilo que queria das acima (transformação de situações, figuratividade e re-
ou devia fazer (é a mudança principal da narrativa); lações de anterioridade e posterioridade entre os episódios
- uma em que se constata que uma transformação se deu relatados) devem estar presentes conjuntamente. Um texto
e em que se podem atribuir prêmios ou castigos às perso- que tenha só uma ou duas dessas características não é uma
nagens (geralmente os prêmios são para os bons, e os cas- narração.
tigos, para os maus).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Esquema que pode facilitar a elaboração de seu texto - Lenda


narrativo: - Parábola
- Introdução: citar o fato, o tempo e o lugar, ou seja, o - Anedota
que aconteceu, quando e onde. - Poema Épico
- Desenvolvimento: causa do fato e apresentação dos
personagens. Tipologia da Narrativa Não-Ficcional:
- Desenvolvimento: detalhes do fato.
- Conclusão: consequências do fato. - Memorialismo
Caracterização Formal: - Notícias
- Relatos
Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O aspecto - História da Civilização
narrativo apresenta, até certo ponto, alguma subjetividade,
porquanto a criação e o colorido do contexto estão em fun- Apresentação da Narrativa:
ção da individualidade e do estilo do narrador. Dependendo
do enfoque do redator, a narração terá diversas abordagens. - visual: texto escrito; legendas + desenhos (história em
Assim é de grande importância saber se o relato é feito em quadrinhos) e desenhos.
primeira pessoa ou terceira pessoa. No primeiro caso, há a - auditiva: narrativas radiofonizadas; fitas gravadas e dis-
participação do narrador; segundo, há uma inferência do úl- cos.
timo através da onipresença e onisciência. - audiovisual: cinema; teatro e narrativas televisionadas.
Quanto à temporalidade, não há rigor na ordenação dos
acontecimentos: esses podem oscilar no tempo, transgre- Descrição
dindo o aspecto linear e constituindo o que se denomina
“flashback”. O narrador que usa essa técnica (característica É a representação com palavras de um objeto, lugar, si-
comum no cinema moderno) demonstra maior criatividade tuação ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais
e originalidade, podendo observar as ações ziguezagueando particulares ou individuais do que se descreve. É qualquer
elemento que seja apreendido pelos sentidos e transforma-
no tempo e no espaço.
do, com palavras, em imagens. Sempre que se expõe com
detalhes um objeto, uma pessoa ou uma paisagem a al-
Exemplo - Personagens
guém, está fazendo uso da descrição. Não é necessário que
seja perfeita, uma vez que o ponto de vista do observador
“Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr.
varia de acordo com seu grau de percepção. Dessa forma,
Amâncio não viu a mulher chegar.
o que será importante ser analisado para um, não será para
- Não quer que se carpa o quintal, moço?
outro. A vivência de quem descreve também influencia na
Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face hora de transmitir a impressão alcançada sobre determina-
escalavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa do objeto, pessoa, animal, cena, ambiente, emoção vivida
do passado, os olhos).” ou sentimento.
(Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre: Exemplos:
Mercado Aberto, p. 5O)
(I) “De longe via a aleia onde a tarde era clara e redonda.
Exemplo - Espaço Mas a penumbra dos ramos cobria o atalho.
Considerarei longamente meu pequeno deserto, a re- Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores,
dondeza escura e uniforme dos seixos. Seria o leito seco de pequenas surpresas entre os cipós. Todo o jardim triturado
algum rio. Não havia, em todo o caso, como negar-lhe a pelos instantes já mais apressados da tarde. De onde vinha o
insipidez.” meio sonho pelo qual estava rodeada? Como por um zunido
(Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. de abelhas e aves. Tudo era estranho, suave demais, grande
Porto Alegre: Movimento, 1981, p. 51) demais.”
(extraído de “Amor”, Laços de Família, Clarice Lis-
Exemplo - Tempo pector)

“Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembra-se: (II) Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole,
a mulher lhe pediu que a chamasse cedo.” aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas
(Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados. p.4) em reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cin-
quenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer
Tipologia da Narrativa Ficcional: logo com o cérebro. Reunia a isso grande medo ao pai. Era
uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava ale-
- Romance gre. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes. O
- Conto mestre era mais severo com ele do que conosco.
- Crônica (Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed.
- Fábula São Paulo, Ática, 1974, págs. 31-32.)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do pro- - É impossível separar narração de descrição;
fessor da escola que o escritor frequentava. Deve-se notar: - O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes,
- que todas as frases expõem ocorrências simultâneas mas sim a capacidade de observação que deve revelar aque-
(ao mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo le que a realiza.
que os outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimun- - Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exem-
do tinha grande medo ao pai); plo: “(...) Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais ve-
- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser con- lha pelo desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda,
siderada cronologicamente anterior a outra do ponto de vis- sanguínea e fogosa, era um desses exemplares excessivos
ta do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola é do sexo que parecem conformados expressamente para es-
cronologicamente anterior a retirar-se dela; no nível do rela- posas da multidão (...)” (Raul Pompéia – O Ateneu)
to, porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente: o - Como na descrição o que se reproduz é simultâneo,
que o escritor quer é explicitar uma característica do menino, não existe relação de anterioridade e posterioridade entre
e não traçar a cronologia de suas ações); seus enunciados.
- ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), - Devem-se evitar os verbos e, se isso não for possível,
todas elas estão no pretérito imperfeito, que indica conco- que se usem então as formas nominais, o presente e o pre-
mitância em relação a um marco temporal instalado no tex- tério imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferência
to (no caso, o ano de 1840, em que o escritor frequentava aos verbos que indiquem estado ou fenômeno.
a escola da rua da Costa) e, portanto, não denota nenhuma - Todavia deve predominar o emprego das compara-
transformação de estado; ções, dos adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido
- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não ao texto.
correríamos o risco de alterar nenhuma relação cronológica
- poderíamos mesmo colocar o últímo período em primeiro A característica fundamental de um texto descritivo é
lugar e ler o texto do fim para o começo: O mestre era mais essa inexistência de progressão temporal. Pode-se apresen-
severo com ele do que conosco. Entrava na escola depois tar, numa descrição, até mesmo ação ou movimento, desde
do pai e retirava-se antes... que eles sejam sempre simultâneos, não indicando progres-
são de uma situação anterior para outra posterior. Tanto é
Evidentemente, quando se diz que a ordem dos enun- que uma das marcas linguísticas da descrição é o predo-
ciados pode ser invertida, está-se pensando apenas na or-
mínio de verbos no presente ou no pretérito imperfeito do
dem cronológica, pois, como veremos adiante, a ordem em
indicativo: o primeiro expressa concomitância em relação ao
que os elementos são descritos produz determinados efei-
momento da fala; o segundo, em relação a um marco tem-
tos de sentido.
poral pretérito instalado no texto.
Quando alteramos a ordem dos enunciados, precisamos
Para transformar uma descrição numa narração, bastaria
fazer certas modificações no texto, pois este contém anafó-
introduzir um enunciado que indicasse a passagem de um
ricos (palavras que retomam o que foi dito antes, como ele,
estado anterior para um posterior. No caso do texto II inicial,
os, aquele, etc. ou catafóricos (palavras que anunciam o que
vai ser dito, como este, etc.), que podem perder sua função para transformá-lo em narração, bastaria dizer: Reunia a isso
e assim não ser compreendidos. Se tomarmos uma descri- grande medo do pai. Mais tarde, Iibertou-se desse medo...
ção como As flores manifestavam todo o seu esplendor.
O Sol fazia-as brilhar, ao invertermos a ordem das frases, Características Linguísticas:
precisamos fazer algumas alterações, para que o texto pos-
sa ser compreendido: O Sol fazia as flores brilhar. Elas O enunciado narrativo, por ter a representação de um
manifestavam todo o seu esplendor. Como, na versão ori- acontecimento, fazer-transformador, é marcado pela tem-
ginal, o pronome oblíquo as é um anafórico que retoma flo- poralidade, na relação situação inicial e situação final, en-
res, se alterarmos a ordem das frases ele perderá o sentido. quanto que o enunciado descritivo, não tendo transforma-
Por isso, precisamos mudar a palavra flores para a primeira ção, é atemporal.
frase e retomá-la com o anafórico elas na segunda. Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintático-
Por todas essas características, diz-se que o fragmento semânticas encontradas no texto que vão facilitar a com-
do conto de Machado é descritivo. Descrição é o tipo de preensão:
texto em que se expõem características de seres concretos - Predominância de verbos de estado, situação ou indi-
(pessoas, objetos, situações, etc.) consideradas fora da rela- cadores de propriedades, atitudes, qualidades, usados prin-
ção de anterioridade e de posterioridade. cipalmente no presente e no imperfeito do indicativo (ser,
estar, haver, situar-se, existir, ficar).
Características: - Ênfase na adjetivação para melhor caracterizar o que
é descrito;
- Ao fazer a descrição enumeramos características, com- Exemplo:
parações e inúmeros elementos sensoriais;
- As personagens podem ser caracterizadas física e psi- “Era alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoço
cologicamente, ou pelas ações; entalado num colarinho direito. O rosto aguçado no queixo
- A descrição pode ser considerada um dos elementos ia-se alargando até à calva, vasta e polida, um pouco amol-
constitutivos da dissertação e da argumentação; gado no alto; tingia os cabelos que de uma orelha à outra lhe

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LÍNGUA PORTUGUESA

faziam colar por trás da nuca - e aquele preto lustroso dava, de madeira-de-lei. Telhado de quatro águas. Pintada de
pelo contraste, mais brilho à calva; mas não tingia o bigode; roxo-claro. Devia ser mais velha que Juiz de Fora, provavel-
tinha-o grisalho, farto, caído aos cantos da boca. Era muito mente sede de alguma fazenda que tivesse ficado, capricho da
pálido; nunca tirava as lunetas escuras. Tinha uma covinha no sorte, na linha de passagem da variante do Caminho Novo que
queixo, e as orelhas grandes muito despegadas do crânio.” veio a ser a Rua Principal, depois a Rua Direita – sobre a qual
(Eça de Queiroz - O Primo Basílio) ela se punha um pouco de esguelha e fugindo ligeiramente do
alinhamento (...).”
- Emprego de figuras (metáforas, metonímias, compara- (Pedro Nava – Baú de Ossos)
ções, sinestesias). Exemplo:
Descrição Subjetiva: quando há maior participação da
“Era o Sr. Lemos um velho de pequena estatura, não emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem
muito gordo, mas rolho e bojudo como um vaso chinês. são transfigurados pela emoção de quem escreve, podendo
Apesar de seu corpo rechonchudo, tinha certa vivacidade opinar ou expressar seus sentimentos. Exemplo:
buliçosa e saltitante que lhe dava petulância de rapaz e ca- “Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso ao
sava perfeitamente com os olhinhos de azougue.” homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no peito como
(José de Alencar - Senhora) uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um
anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram de um rei...”
- Uso de advérbios de localização espacial. Exemplo: (“O Ateneu”, Raul Pompéia)

“Até os onze anos, eu morei numa casa, uma casa velha, “(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra
e essa casa era assim: na frente, uma grade de ferro; de- esperança maior: para ele, Joca Ramiro era único homem, par-
pois você entrava tinha um jardinzinho; no final tinha uma de-frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso, mandan-
escadinha que devia ter uns cinco degraus; aí você entrava do por lei, de sobregoverno.”
na sala da frente; dali tinha um corredor comprido de onde (Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas)
saíam três portas; no final do corredor tinha a cozinha, de-
pois tinha uma escadinha que ia dar no quintal e atrás ainda Os efeitos de sentido criados pela disposição dos elemen-
tinha um galpão, que era o lugar da bagunça...” tos descritivos:
(Entrevista gravada para o Projeto NURC/RJ)
Como se disse anteriormente, do ponto de vista da pro-
Recursos: gressão temporal, a ordem dos enunciados na descrição é in-
diferente, uma vez que eles indicam propriedades ou caracte-
- Usar impressões cromáticas (cores) e sensações tér- rísticas que ocorrem simultaneamente. No entanto, ela não é
micas. Ex: O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor indiferente do ponto de vista dos efeitos de sentido: descrever
alegre do sol. de cima para baixo ou vice-versa, do detalhe para o todo ou
- Usar o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, exa- do todo para o detalhe cria efeitos de sentido distintos.
tas, concretas. Ex: As criaturas humanas transpareciam um Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio”, de
céu sereno, uma pureza de cristal. Bocage:
- As sensações de movimento e cor embelezam o poder
da natureza e a figura do homem. Ex: Era um verde transpa- Magro, de olhos azuis, carão moreno,
rente que deslumbrava e enlouquecia qualquer um. bem servido de pés, meão de altura,
- A frase curta e penetrante dá um sentido de rapidez triste de facha, o mesmo de figura,
do texto. Ex: Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O nariz alto no meio, e não pequeno.
pessoal, muito crente.
Incapaz de assistir num só terreno,
A descrição pode ser apresentada sob duas formas: mais propenso ao furor do que à ternura;
bebendo em níveas mãos por taça escura
Descrição Objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a de zelos infernais letal veneno.
passagem são apresentadas como realmente são, concreta- Obras de Bocage. Porto, Lello & Irmão, 1968, pág.
mente. Exemplo: 497.
“Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70kg. Aparência atlética,
ombros largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos O poeta descreve-se das características físicas para as ca-
negros e lisos”. racterísticas morais. Se fizesse o inverso, o sentido não seria o
mesmo, pois as características físicas perderiam qualquer rele-
Não se dá qualquer tipo de opinião ou julgamento. vo.
Exemplo: O objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a vi-
sualizar uma cena. É como traçar com palavras o retrato de
“A casa velha era enorme, toda em largura, com porta um objeto, lugar, pessoa etc., apontando suas características
central que se alcançava por três degraus de pedra e quatro exteriores, facilmente identificáveis (descrição objetiva), ou
janelas de guilhotina para cada lado. Era feita de pau-a-pi- suas características psicológicas e até emocionais (descrição
que barreado, dentro de uma estrutura de cantos e apoios subjetiva).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Uma descrição deve privilegiar o uso frequente de ad- - Desenvolvimento: características psicológicas (perso-
jetivos, também denominado adjetivação. Para facilitar o nalidade, temperamento, caráter, preferências, inclinações,
aprendizado desta técnica, sugere-se que o concursando, postura, objetivos).
após escrever seu texto, sublinhe todos os substantivos, - Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de
acrescentando antes ou depois deste um adjetivo ou uma caráter geral.
locução adjetiva.
Descrição de pessoas (II):
Descrição de objetos constituídos de uma só parte: - Introdução: primeira impressão ou abordagem de
qualquer aspecto de caráter geral.
- Introdução: observações de caráter geral referentes à - Desenvolvimento: análise das características físicas, as-
procedência ou localização do objeto descrito. sociadas às características psicológicas (1ª parte).
- Desenvolvimento: detalhes (lª parte) - formato (com- - Desenvolvimento: análise das características físicas, as-
paração com figuras geométricas e com objetos semelhan- sociadas às características psicológicas (2ª parte).
tes); dimensões (largura, comprimento, altura, diâmetro etc.) - Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de
- Desenvolvimento: detalhes (2ª parte) - material, peso, caráter geral.
cor/brilho, textura.
- Conclusão: observações de caráter geral referentes a A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É
sua utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o uma estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais pre-
objeto como um todo. dominam. Porque toda técnica descritiva implica contempla-
Descrição de objetos constituídos por várias partes: ção e apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o redator, ao
- Introdução: observações de caráter geral referentes à descrever, precisa possuir certo grau de sensibilidade. Assim
procedência ou localização do objeto descrito. como o pintor capta o mundo exterior ou interior em suas
- Desenvolvimento: enumeração e rápidos comentários telas, o autor de uma descrição focaliza cenas ou imagens,
das partes que compõem o objeto, associados à explicação conforme o permita sua sensibilidade.
de como as partes se agrupam para formar o todo.
- Desenvolvimento: detalhes do objeto visto como um Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser
todo (externamente) - formato, dimensões, material, peso, não-literária ou literária. Na descrição não-literária, há
textura, cor e brilho. maior preocupação com a exatidão dos detalhes e a pre-
- Conclusão: observações de caráter geral referentes a
cisão vocabular. Por ser objetiva, há predominância da de-
sua utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o
notação.
objeto em sua totalidade.
Textos descritivos não-literários: A descrição técnica
Descrição de ambientes:
é um tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usando
- Introdução: comentário de caráter geral.
uma linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é usa-
- Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura glo-
bal do ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, lumino- do para descrever aparelhos, o seu funcionamento, as peças
sidade e aroma (se houver). que os compõem, para descrever experiências, processos,
- Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a etc. Exemplo:
objetos lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros, es-
culturas ou quaisquer outros objetos. Folheto de propaganda de carro
- Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira
no ambiente. Conforto interno - É impossível falar de conforto sem
Descrição de paisagens: incluir o espaço interno. Os seus interiores são amplos, aco-
- Introdução: comentário sobre sua localização ou qual- modando tranquilamente passageiros e bagagens. O Passat
quer outra referência de caráter geral. e o Passat Variant possuem direção hidráulica e ar condicio-
- Desenvolvimento: observação do plano de fundo (ex- nado de elevada capacidade, proporcionando a climatização
plicação do que se vê ao longe). perfeita do ambiente.
- Desenvolvimento: observação dos elementos mais Porta-malas - O compartimento de bagagens possui ca-
próximos do observador - explicação detalhada dos ele- pacidade de 465 litros, que pode ser ampliada para até 1500
mentos que compõem a paisagem, de acordo com deter- litros, com o encosto do banco traseiro rebaixado.
minada ordem. Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em
- Conclusão: comentários de caráter geral, concluindo plástico reciclável e posicionado entre as rodas traseiras,
acerca da impressão que a paisagem causa em quem a con- para evitar a deformação em caso de colisão.
templa.
Textos descritivos literários: Na descrição literária pre-
Descrição de pessoas (I): domina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto de as-
- Introdução: primeira impressão ou abordagem de sociações conotativas que podem ser exploradas a partir de
qualquer aspecto de caráter geral. descrições de pessoas; cenários, paisagens, espaço; ambien-
- Desenvolvimento: características físicas (altura, peso, tes; situações e coisas. Vale lembrar que textos descritivos
cor da pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca, voz, roupas). também podem ocorrer tanto em prosa como em verso.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dissertação São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvi-


mento / Conclusão.
A dissertação é uma exposição, discussão ou interpretação
de uma determinada ideia. É, sobretudo, analisar algum tema. Introdução: em que se apresenta o assunto; se apresen-
Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica, raciocínio, cla- ta a ideia principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvol-
reza, coerência, objetividade na exposição, um planejamento vimento. Tipos:
de trabalho e uma habilidade de expressão. É em função da
capacidade crítica que se questionam pontos da realidade so- - Divisão: quando há dois ou mais termos a serem dis-
cial, histórica e psicológica do mundo e dos semelhantes. Ve- cutidos. Ex: “Cada criatura humana traz duas almas consigo:
mos também, que a dissertação no seu significado diz respeito uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora
a um tipo de texto em que a exposição de uma ideia, através para dentro...”
de argumentos, é feita com a finalidade de desenvolver um - Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona
conteúdo científico, doutrinário ou artístico. Exemplo: a um fato presente. Ex: “A crise econômica que teve início
Há três métodos pelos quais pode um homem chegar no começo dos anos 80, com os conhecidos altos índices
a ser primeiro-ministro. O primeiro é saber, com prudência, de inflação que a década colecionou, agravou vários dos
como servir-se de uma pessoa, de uma filha ou de uma irmã; históricos problemas sociais do país. Entre eles, a violência,
o segundo, como trair ou solapar os predecessores; e o ter- principalmente a urbana, cuja escalada tem sido facilmente
ceiro, como clamar, com zelo furioso, contra a corrupção da identificada pela população brasileira.”
corte. Mas um príncipe discreto prefere nomear os que se va- - Proposição: o autor explicita seus objetivos.
lem do último desses métodos, pois os tais fanáticos sempre - Convite: proposta ao leitor para que participe de al-
se revelam os mais obsequiosos e subservientes à vontade e guma coisa apresentada no texto. Ex: Você quer estar “na
às paixões do amo. Tendo à sua disposição todos os cargos, sua”? Quer se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não
conservam-se no poder esses ministros subordinando a maio- entre pelo cano! Faça parte desse time de vencedores desde
ria do senado, ou grande conselho, e, afinal, por via de um a escolha desse momento!
expediente chamado anistia (cuja natureza lhe expliquei), ga-
- Contestação: contestar uma idéia ou uma situação. Ex:
rantem-se contra futuras prestações de contas e retiram-se da
“É importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo
vida pública carregados com os despojos da nação.
não é a solução no combate à insegurança.”
Jonathan Swift. Viagens de Gulliver.
- Características: caracterização de espaços ou aspec-
São Paulo, Abril Cultural, 1979, p. 234-235.
tos.
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex:
Esse texto explica os três métodos pelos quais um homem
“Em 1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com
chega a ser primeiro-ministro, aconselha o príncipe discreto a
escolhê-lo entre os que clamam contra a corrupção na corte e televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de
justifica esse conselho. Observe-se que: aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo, exis-
- o texto é temático, pois analisa e interpreta a realidade tem no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar pro-
com conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um ho- gramas) e 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem si-
mem particular e do que faz para chegar a ser primeiro-mi- nais recebidos). (...)”
nistro, mas do homem em geral e de todos os métodos para - Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato.
atingir o poder); - Citação: opinião de alguém de destaque sobre o as-
- existe mudança de situação no texto (por exemplo, a sunto do texto. Ex: “A principal característica do déspota en-
mudança de atitude dos que clamam contra a corrupção da contra-se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das
corte no momento em que se tornam primeiros-ministros); normas e das regras que definem a vida familiar, isto é, o
- a progressão temporal dos enunciados não tem impor- espaço privado. Seu poder, escreve Aristóteles, é arbitrário,
tância, pois o que importa é a relação de implicação (clamar pois decorre exclusivamente de sua vontade, de seu prazer e
contra a corrupção da corte implica ser corrupto depois da de suas necessidades.”
nomeação para primeiro-ministro). - Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos
que compõem o texto.
Características: - Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se faz
a pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo
- ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é te- pelo futebol não é uma prova de alienação?”
mático; - Suspense: alguma informação que faça aumentar a
- como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação; curiosidade do leitor.
- ao contrário do texto narrativo, nele as relações de ante- - Comparação: social e geográfica.
rioridade e de posterioridade dos enunciados não têm maior - Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à
importância - o que importa são suas relações lógicas: analo- distância, velocidade, comunicação, linha de montagem,
gia, pertinência, causalidade, coexistência, correspondência, triunfo das massas, Holocausto: através das metáforas e das
implicação, etc. realidades que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a
- a estética e a gramática são comuns a todos os tipos verdadeira doença do século...”
de redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem - Narração: narrar um fato.
características próprias a cada tipo de texto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial, de Em troca os sindicatos dos trabalhadores rurais dão cur-
forma organizada e progressiva. É a parte maior e mais im- sos de cabeleleiro, marcenaria, eletricista, para não perde-
portante do texto. Podem ser desenvolvidos de várias formas: rem o mercado de trabalho, aumentando, com isso, a classe
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com de trabalhos informais.
este tipo de abordagem. Como ficam então aqueles trabalhadores que passaram
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a à vida estudando, se especializando, para se diferenciarem
idéia principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a de- e ainda estão desempregados?, como vimos no último con-
finição. curso da prefeitura do Rio de Janeiro para “gari”, havia até
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar situa- advogado na fila de inscrição. (E)
ções distintas. Já que a Constituição dita seu valor ao social que todos
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta têm o direito de trabalho, cabe aos governantes desse país,
pontos favoráveis e desfavoráveis. que almeja um futuro brilhante, deter, com urgência esse
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou processo de desníveis gritantes e criar soluções eficazes para
descrever uma cena. combater a crise generalizada (F), pois a uma nação doente,
- Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados estatísticos. miserável e desigual, não compete a tão sonhada moderni-
- Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para pro- dade. (G)
váveis resultados.
- Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve 1º Parágrafo – Introdução
apresentar questionamento e reflexão.
- Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos, A. Tema: Desemprego no Brasil.
valores, juízos. Contextualização: decorrência de um processo históri-
- Causa e Consequência: estruturar o texto através dos co problemático.
porquês de uma determinada situação.
- Oposição: abordar um assunto de forma dialética. 2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento
- Exemplificação: dar exemplos.
B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que
Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fecha-
remetem a uma análise do tema em questão.
mento integrado de tudo que se argumentou. Para ela conver-
C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro
gem todas as ideias anteriormente desenvolvidas.
dado da realidade.
- Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese.
D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade
- Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um
de quem propõe soluções.
pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de
E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição.
quem lê.

Exemplo: 7º Parágrafo: Conclusão


F. Uma possível solução é apresentada.
Direito de Trabalho G. O texto conclui que desigualdade não se casa com
modernidade.
Com a queda do feudalismo no século XV, nasce um novo
modelo econômico: o capitalismo, que até o século XX agia É bom lembrarmos que é praticamente impossível opi-
por meio da inclusão de trabalhadores e hoje passou a agir nar sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos
por meio da exclusão. (A) é um dos recursos que permite uma segurança maior no
A tendência do mundo contemporâneo é tornar todo o momento de dissertar sobre algum assunto. Debater e pes-
trabalho automático, devido à evolução tecnológica e a ne- quisar são atitudes que favorecem o senso crítico, essencial
cessidade de qualificação cada vez maior, o que provoca o de- no desenvolvimento de um texto dissertativo.
semprego. Outro fator que também leva ao desemprego de
um sem número de trabalhadores é a contenção de despesas, Ainda temos:
de gastos. (B)
Segundo a Constituição, “preocupada” com essa crise so- Tema: compreende o assunto proposto para discussão,
cial que provém dessa automatização e qualificação, obriga o assunto que vai ser abordado.
que seja feita uma lei, em que será dada absoluta garantia aos Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo
trabalhadores, de que, mesmo que as empresas sejam auto- discutido.
matizadas, não perderão eles seu mercado de trabalho. (C) Argumentação: é um conjunto de procedimentos lin-
Não é uma utopia?! guísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas
Um exemplo vivo são os bóias-frias que trabalham na co- opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É for-
lheita da cana de açúcar que devido ao avanço tecnológico necer argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma
e a lei do governador Geraldo Alkmin, defendendo o meio determinada tese.
ambiente, proibindo a queima da cana de açúcar para a co- Estes assuntos serão vistos com mais afinco posterior-
lheita e substituindo-os então pelas máquinas, desemprega mente.
milhares deles. (D)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são: 3-


- A Santa Missa em seu lar.
- toda dissertação é uma demonstração, daí a necessi- - Terço Bizantino.
dade de pleno domínio do assunto e habilidade de argu- - Despertar da Fé.
mentação; - Palavra de Vida.
- em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao - Igreja da Graça no Lar.
tema;
- a coerência é tida como regra de ouro da dissertação; 4-
- impõem-se sempre o raciocínio lógico; - Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o go-
- a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer verno brasileiro diante de tantos desmatamentos, desequilí-
ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstra- brios sociológicos e poluição.
ção do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, - Existem várias razões que levam um homem a enveredar
original, nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve pelos caminhos do crime.
ser impessoal (evitar-se o uso da primeira pessoa). - A gravidez na adolescência é um problema seríssimo,
porque pode trazer muitas consequências indesejáveis.
O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apre- - O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua sobre-
sentar: uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear) e vivência no mundo atual e vários são os tipos de lazer.
uma ou mais frases que explicitem tal ideia. - O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas em
Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada várias categorias.
(ideia central) porque oculta os problemas sociais realmente
graves. (ideia secundária)”. Comparação: A frase nuclear pode-se desenvolver atra-
Vejamos: vés da comparação, que confronta ideias, fatos, fenômenos e
Ideia central: A poluição atmosférica deve ser combatida apresenta-lhes a semelhança ou dessemelhança.
urgentemente. Exemplo:

Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser “A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; a
combatida urgentemente, pois a alta concentração de ele- velhice, pelo contrário, é dominada por um vago e persistente
mentos tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas, sentimento de dor, porque já estamos nos convencendo de
sobretudo daquelas que sofrem de problemas respiratórios: que a felicidade é uma ilusão, que só o sofrimento é real”.
- A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem le- (Arthur Schopenhauer)
vado muita gente ao vício.
- A televisão é um dos mais eficazes meios de comuni- Causa e Consequência: A frase nuclear, muitas vezes,
cação criados pelo homem. encontra no seu desenvolvimento um segmento causal (fato
- A violência tem aumentado assustadoramente nas ci- motivador) e, em outras situações, um segmento indicando
dades e hoje parece claro que esse problema não pode ser consequências (fatos decorrentes).
resolvido apenas pela polícia. Exemplos:
- O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise
atualmente. - O homem, dia a dia, perde a dimensão de humanidade
- O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a que abriga em si, porque os seus olhos teimam apenas em ver
sociedade brasileira. as coisas imediatistas e lucrativas que o rodeiam.

O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras: - O espírito competitivo foi excessivamente exercido entre
nós, de modo que hoje somos obrigados a viver numa socie-
Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma dade fria e inamistosa.
série de coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de
características, funções, processos, situações, sempre ofere- Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos marcam
cendo o complemente necessário à afirmação estabelecida temporal e espacialmente a evolução de ideias, processos.
na frase nuclear. Pode-se enumerar, seguindo-se os critérios Exemplos:
de importância, preferência, classificação ou aleatoriamente.
Exemplo: Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma
lenta evolução. Primeiro, o homem aprendeu a grunhir. Depois
1- O adolescente moderno está se tornando obeso por deu um significado a cada grunhido. Muito depois, inventou a
várias causas: alimentação inadequada, falta de exercícios escrita e só muitos séculos mais tarde é que passou à comu-
sistemáticos e demasiada permanência diante de computa- nicação de massa.
dores e aparelhos de Televisão. Espaço - O solo é influenciado pelo clima. Nos climas úmi-
dos, os solos são profundos. Existe nessas regiões uma forte
2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande decomposição de rochas, isto é, uma forte transformação da
o número de emissoras que dedicam parte da sua progra- rocha em terra pela umidade e calor. Nas regiões temperadas
mação à veiculação de programas religiosos de crenças va- e ainda nas mais frias, a camada do solo é pouco profunda.
riadas. (Melhem Adas)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Explicitação: Num parágrafo dissertativo pode-se con- Tese, ou proposição, é a ideia que defendemos, neces-
ceituar, exemplificar e aclarar as ideias para torná-las mais sariamente polêmica, pois a argumentação implica diver-
compreensíveis. gência de opinião.
Exemplo: “Artéria é um vaso que leva sangue proveniente
do coração para irrigar os tecidos. Exceto no cordão umbilical Argumento tem uma origem curiosa: vem do latim Ar-
e na ligação entre os pulmões e o coração, todas as artérias gumentum, que tem o tema ARGU, cujo sentido primeiro é
contém sangue vermelho-vivo, recém oxigenado. Na artéria “fazer brilhar”, “iluminar”, a mesma raiz de “argênteo”, “ar-
pulmonar, porém, corre sangue venoso, mais escuro e desoxi- gúcia”, “arguto”. Os argumentos de um texto são facilmente
genado, que o coração remete para os pulmões para receber localizados: identificada a tese, faz-se a pergunta por quê?
oxigênio e liberar gás carbônico”. Exemplo: o autor é contra a pena de morte (tese). Por que...
(argumentos).
Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, deve
delimitar-se o tema que será desenvolvido e que poderá ser Estratégias argumentativas são todos os recursos (ver-
enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo, o tema é bais e não-verbais) utilizados para envolver o leitor/ouvinte,
a questão indígena, ela poderá ser desenvolvida a partir das para impressioná-lo, para convencê-lo melhor, para persua-
seguintes ideias: di-lo mais facilmente, para gerar credibilidade, etc.
- A violência contra os povos indígenas é uma constante A Estrutura de um Texto Argumentativo
na história do Brasil.
- O surgimento de várias entidades de defesa das popu- A argumentação Formal
lações indígenas.
- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio A nomenclatura é de Othon Garcia, em sua obra “Comu-
brasileiro. nicação em Prosa Moderna”. O autor, na mencionada obra,
- A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena. apresenta o seguinte plano-padrão para o que chama de
argumentação formal:
Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver, Proposição (tese): afirmativa suficientemente definida e
deve fazer a estruturação do texto.
limitada; não deve conter em si mesma nenhum argumento.
Análise da proposição ou tese: definição do sentido
A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:
da proposição ou de alguns de seus termos, a fim de evitar
mal-entendidos.
Introdução: deve conter a ideia principal a ser desenvolvi-
Formulação de argumentos: fatos, exemplos, dados
da (geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto,
estatísticos, testemunhos, etc.
por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para
dois itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desen- Conclusão.
volvimento. Contém a proposição do tema, seus limites, ângu-
lo de análise e a hipótese ou a tese a ser defendida. Observe o texto a seguir, que contém os elementos re-
Desenvolvimento: exposição de elementos que vão fun- feridos do plano-padrão da argumentação formal.
damentar a ideia principal que pode vir especificada através
da argumentação, de pormenores, da ilustração, da causa e da Gramática e desempenho Linguístico
consequência, das definições, dos dados estatísticos, da orde-
nação cronológica, da interrogação e da citação. No desenvol- Pretende-se demonstrar no presente artigo que o estu-
vimento são usados tantos parágrafos quantos forem neces- do intencional da gramática não traz benefícios significativos
sários para a completa exposição da ideia. E esses parágrafos para o desempenho linguístico dos utentes de uma língua.
podem ser estruturados das cinco maneiras expostas acima. Por “estudo intencional da gramática” entende-se o
Conclusão: é a retomada da ideia principal, que agora estudo de definições, classificações e nomenclatura; a reali-
deve aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que zação de análises (fonológica, morfológica, sintática); a me-
já foi fundamentada durante o desenvolvimento da disserta- morização de regras (de concordância, regência e coloca-
ção (um parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o ção) - para citar algumas áreas. O “desempenho linguístico”,
objetivo proposto na instrução, a confirmação da hipótese ou por outro lado, é expressão técnica definida como sendo o
da tese, acrescida da argumentação básica empregada no de- processo de atualização da competência na produção e in-
senvolvimento. terpretação de enunciados; dito de maneira mais simples,
é o que se fala, é o que se escreve em condições reais de
Texto Argumentativo comunicação.
A polêmica pró-gramática x contra gramática é bem
Texto Argumentativo é o texto em que defendemos uma antiga; na verdade, surgiu com os gregos, quando surgi-
ideia, opinião ou ponto de vista, uma tese, procurando (por ram as primeiras gramáticas. Definida como “arte”, “arte de
todos os meios) fazer com que nosso ouvinte/leitor aceite-a, escrever”, percebe-se que subjaz à definição a ideia da sua
creia nela. Num texto argumentativo, distinguem-se três importância para a prática da língua. São da mesma época
componentes: a tese, os argumentos e as estratégias ar- também as primeiras críticas, como se pode ler em Apolônio
gumentativas. de Rodes, poeta Alexandrino do séc. II a.C.: “Raça de gra-

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LÍNGUA PORTUGUESA

máticos, roedores que ratais na musa de outrem, estúpidas se esperaria, de fato, se houvesse significativa influência do
lagartas que sujais as grandes obras, ó flagelo dos poetas conhecimento teórico da língua sobre o desempenho? A
que mergulhais o espírito das crianças na escuridão, ide para resposta é óbvia: os gramáticos e os linguistas seriam sem-
o diabo, percevejos que devorais os versos belos”. pre os melhores escritores. Como na prática isso realmente
Na atualidade, é grande o número de educadores, filó- não acontece, fica provada uma vez mais a tese que se vem
logos e linguistas de reconhecido saber que negam a rela- defendendo.
ção entre o estudo intencional da gramática e a melhora do Vale também o raciocínio inverso: se a relação fosse sig-
desempenho linguístico do usuário. Entre esses especialistas, nificativa, deveriam os melhores escritores conhecer - teori-
deve-se mencionar o nome do Prof. Celso Pedro Luft com sus camente - a língua em profundidade. Isso, no entanto, não se
obra “Língua e liberdade: por uma nova concepção de lín- confirma na realidade: Monteiro Lobato, quando estudante,
gua materna e seu ensino” (L&PM, 1995). Com efeito, o velho foi reprovado em língua portuguesa (muito provavelmente
pesquisar apaixonado pelos problemas da língua, teórico de por desconhecer teoria gramatical); Machado de Assis, ao
espírito lúcido e de larga formação linguística, reúne numa folhar uma gramática declarou que nada havia entendido;
mesma obra convincente fundamentação para seu combate dificilmente um Luis Fernando Veríssimo saberia o que é um
veemente contra o ensino da gramática em sala de aula. Por morfema; nem é de se crer que todos os nossos bons escri-
oportuno, uma citação apenas: tores seriam aprovados num teste de Português à maneira
“Quem sabe, lendo este livro muitos professores talvez tradicional (e, no entanto eles são os senhores da língua!).
abandonem a superstição da teoria gramatical, desistindo de Portanto, não há como salvar o ensino da língua, como
querer ensinar a língua por definições, classificações, análises recuperar linguisticamente os alunos, como promover um
inconsistentes e precárias hauridas em gramáticas. Já seria melhor desempenho linguístico mediante o ensino-estudo
um grande benefício”. da teoria gramatical. O caminho é seguramente outro.
Deixando-se de lado a perspectiva teórica do Mestre,
acima referida suponha-se que se deva recuperar linguisti- Gilberto Scarton
camente um jovem estudante universitário cujo texto apre-
sente preocupantes problemas de concordância, regência, Eis o esquema do texto em seus quatro estágios:
colocação, ortografia, pontuação, adequação vocabular,
coesão, coerência, informatividade, entre outros. E, esti- Primeiro Estágio: primeiro parágrafo, em que se enun-
mando-lhe melhoras, lhe fosse dada uma gramática que ele
cia claramente a tese a ser defendida.
passaria a estudar: que é fonética? Que é fonologia? Que é
Segundo Estágio: segundo parágrafo, em que se defi-
fonemas? Morfema? Qual é coletivo de borboleta? O femini-
nem as expressões “estudo intencional da gramática” e “de-
no de cupim? Como se chama quem nasce na Província de
sempenho lingüístico”, citadas na tese.
Entre-Douro-e-Minho? Que é oração subordinada adverbial
Terceiro Estágio: terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo
concessiva reduzida de gerúndio? E decorasse regras de or-
e oitavo parágrafos, em que se apresentam os argumentos.
tografia, fizesse lista de homônimos, parônimos, de verbos
irregulares... e estudasse o plural de compostos, todas regras - Terceiro parágrafo: parágrafo introdutório à argumen-
de concordância, regências... os casos de próclise, mesóclise tação.
e ênclise. E que, ao cabo de todo esse processo, se voltasse - Quarto parágrafo: argumento de autoridade.
a examinar o desempenho do jovem estudante na produção - Quinto parágrafo: argumento com base em ilustração
de um texto. A melhora seria, indubitavelmente, pouco signi- hipotética.
ficativa; uma pequena melhora, talvez, na gramática da frase, - Sexto parágrafo: argumento com base em dados es-
mas o problema de coesão, de coerência, de informatividade tatísticos.
- quem sabe os mais graves - haveriam de continuar. Quanto - Sétimo e oitavo parágrafo: argumento com base em
mais não seja porque a gramática tradicional não dá conta fatos.
dos mecanismos que presidem à construção do texto. Quarto Estágio: último parágrafo, em que se apresenta
Poder-se-á objetar que a ilustração de há pouco é ape- a conclusão.
nas hipotética e que, por isso, um argumento de pouco valor.
Contra argumentar-se-ia dizendo que situação como essa A Argumentação Informal
ocorre de fato na prática. Na verdade, todo o ensino de 1°
e 2° graus é gramaticalista, descritivista, definitório, classifi- A nomenclatura também é de Othon Garcia, na obra já
catório, nomenclaturista, prescritivista, teórico. O resultado? referida. A argumentação informal apresenta os seguintes
Aí estão as estatísticas dos vestibulares. Valendo 40 pontos estágios:
a prova de redação, os escores foram estes no vestibular - Citação da tese adversária.
1996/1, na PUC-RS: nota zero: 10% dos candidatos, nota 01: - Argumentos da tese adversária.
30%; nota 02: 40%; nota 03: 15%; nota 04: 5%. Ou seja, ape- - Introdução da tese a ser defendida.
nas 20% dos candidatos escreveram um texto que pode ser - Argumentos da tese a ser defendida.
considerado bom. - Conclusão.
Finalmente pode-se invocar mais um argumento, lem-
brando que são os gramáticos, os linguistas - como especia- Observe o texto exemplar de Luís Alberto Thompson
listas das línguas - as pessoas que conhecem mais a fundo a Flores Lenz, Promotor de Justiça.
estrutura e o funcionamento dos códigos linguísticos. Que

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LÍNGUA PORTUGUESA

Considerações sobre justiça e equidade Entretanto, a defesa desse entendimento demonstra, sem
sombra de dúvidas, o desconhecimento do próprio conceito
Hoje, floresce cada vez mais, no mundo jurídico a acadê- de justiça, incorrendo inclusive numa contradictio in adjecto.
mico nacional, a ideia de que o julgador, ao apreciar os caos Isto porque, e como magistralmente o salientou o insupe-
concretos que são apresentados perante os tribunais, deve rável Calamandrei, “a justiça que o juiz administra é, no sistema
nortear o seu proceder mais por critérios de justiça e equidade da legalidade, a justiça em sentido jurídico, isto é, no sentido
e menos por razões de estrita legalidade, no intuito de alcançar, mais apertado, mas menos incerto, da conformidade com o di-
sempre, o escopo da real pacificação dos conflitos submetidos reito constituído, independentemente da correspondente com
à sua apreciação. a justiça social”.
Semelhante entendimento tem sido sistematicamente rei- Para encerrar, basta salientar que a eleição dos meios con-
terado, na atualidade, ao ponto de inúmeros magistrados sim- cretos de efetivação da Justiça social compete, fundamental-
plesmente desprezarem ou desconsiderarem determinados mente, ao Legislativo e ao Executivo, eis que seus membros são
indicados diretamente pelo povo.
preceitos de lei, fulminando ditos dilemas legais sob a pecha
Ao Judiciário cabe administrar a justiça da legalidade, ade-
de injustiça ou inadequação à realidade nacional.
quando o proceder daqueles aos ditames da Constituição e da
Abstraída qualquer pretensão de crítica ou censura pes-
Legislação.
soal aos insignes juízes que se filiam a esta corrente, alguns
Luís Alberto Thompson Flores Lenz
dos quais reconhecidos como dos mais brilhantes do país, não
nos furtamos, todavia, de tecer breves considerações sobre os Eis o esquema do texto em seus cinco estágios;
perigos da generalização desse entendimento.
Primeiro, porque o mesmo, além de violar os preceitos dos Primeiro Estágio: primeiro parágrafo, em que se cita a
arts. 126 e 127 do CPC, atenta de forma direta e frontal contra tese adversária.
os princípios da legalidade e da separação de poderes, esteio Segundo Estágio: segundo parágrafo, em que se cita um
no qual se assenta toda e qualquer ideia de democracia ou li- argumento da tese adversária “... fulminando ditos dilemas le-
mitação de atribuições dos órgãos do Estado. gais sob a pecha de injustiça ou inadequação à realidade na-
Isso é o que salientou, e com a costumeira maestria, o cional”.
insuperável José Alberto dos Reis, o maior processualista por- Terceiro Estágio: terceiro parágrafo, em que se introduz a
tuguês, ao afirmar que: “O magistrado não pode sobrepor os tese a ser defendida.
seus próprios juízos de valor aos que estão encarnados na lei. Quarto Estágio: do quarto ao décimo quinto, em que se
Não o pode fazer quando o caso se acha previsto legalmente, apresentam os argumentos.
não o pode fazer mesmo quando o caso é omisso”. Quinto Estágio: os últimos dois parágrafos, em que se
Aceitar tal aberração seria o mesmo que ferir de morte conclui o texto mediante afirmação que salienta o que ficou
qualquer espécie de legalidade ou garantia de soberania po- dito ao longo da argumentação.
pular proveniente dos parlamentos, até porque, na lúcida visão
desse mesmo processualista, o juiz estaria, nessa situação, se Texto Injuntivo/Instrucional
arvorando, de forma absolutamente espúria, na condição de
legislador. No texto injuntivo-instrucional, o leitor recebe orientações
A esta altura, adotando tal entendimento, estaria institu- precisas no sentido de efetuar uma transformação. É marcado
cionalizada a insegurança social, sendo que não haveria mais pela presença de tempos e modos verbais que apresentam um
qualquer garantia, na medida em que tudo estaria ao sabor dos valor diretivo. Este tipo de texto distingue-se de uma sequencia
humores e amores do juiz de plantão. narrativa pela ausência de um sujeito responsável pelas ações
a praticar e pelo caráter diretivo dos tempos e modos verbais
De nada adiantariam as eleições, eis que os representantes
usado e uma sequência descritiva pela transformação desejada.
indicados pelo povo não poderiam se valer de sua maior atri-
Nota: Uma frase injuntiva é uma frase que exprime uma
buição, ou seja, a prerrogativa de editar as leis.
ordem, dada ao locutor, para executar (ou não executar) tal ou
Desapareceriam também os juízes de conveniência e tal ação. As formas verbais específicas destas frases estão no
oportunidade política típicos dessas casas legislativas, na me- modo injuntivo e o imperativo é uma das formas do injuntivo.
dida em que sempre poderiam ser afastados por uma esfera
revisora excepcional. Textos Injuntivo-Instrucionais: Instruções de montagem,
A própria independência do parlamento sucumbiria inte- receitas, horóscopos, provérbios, slogans... são textos que inci-
gralmente frente à possibilidade de inobservância e desconsi- tam à ação, impõem regras; textos que fornecem instruções. São
deração de suas deliberações. orientados para um comportamento futuro do destinatário.
Ou seja, nada restaria, de cunho democrático, em nossa
civilização. Texto Injuntivo - A necessidade de explicar e orientar por
Já o Poder Judiciário, a quem legitimamente compete fis- escrito o modo de realizar determinados procedimentos, ma-
calizar a constitucionalidade e legalidade dos atos dos demais nipular instrumentos, desenvolver atividades lúdicas e de-
poderes do Estado, praticamente aniquilaria as atribuições des- sempenhar algumas funções profissionais, por exemplo, deu
tes, ditando a eles, a todo momento, como proceder. origem aos chamados textos injuntivos, nos quais prevalece
Nada mais é preciso dizer para demonstrar o desacerto a função apelativa da linguagem, criando-se uma relação
dessa concepção. direta com o receptor. É comum aos textos dessa natureza

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LÍNGUA PORTUGUESA

o uso dos verbos no imperativo (Abra o caderno de ques- rentes lojas e sites; não se deixe levar completamente pelas
tões) ou no infinitivo (É preciso abrir o caderno de questões, sugestões dos vendedores nem pelos apelos das propagan-
verificar o número de alternativas...). Não apresenta caráter das e opte pela forma de pagamento mais cômoda: não se
coercitivo, haja vista que apenas induz o interlocutor a proce- esqueça de que o uso do cartão de crédito exige certa cau-
der desta ou daquela forma. Assim, torna-se possível substituir tela e planejamento.
um determinado procedimento em função de outro, como é o Do mais, aproveite as compras!
caso do que ocorre com os ingredientes de uma receita culiná- Observe que, embora ambos os textos tratem do mes-
ria, por exemplo. São exemplos dessa modalidade: mo assunto, o segundo é uma adaptação do primeiro:
- A mensagem revelada pela maioria dos livros de autoa- tanto o modo verbal quanto a pontuação sofreram altera-
juda; ções; além disso, algumas palavras foram omitidas e outras
- O discurso manifestado mediante um manual de instru- acrescentadas. Isso ocorreu para que o aspecto instrucional,
ções; conferido pelos itens do primeiro exemplo, não se perdesse
- As instruções materializadas por meio de uma receita no segundo texto, o qual, sem essas adaptações, passaria a
culinária. impressão de ser um mero texto expositivo.

Texto Instrucional - o texto instrucional é um tipo de tex-


to injuntivo, didático, que tem por objetivo justamente apre-
sentar orientações ao receptor para que ele realize determina- 3. ESTRUTURA TEXTUAL: PROGRESSÃO
da atividade. Como as palavras do texto serão transformadas TEMÁTICA, PARÁGRAFO, PERÍODO,
em ações visando a um objetivo, ou seja, algo deverá ser con- ORAÇÃO, PONTUAÇÃO, TIPOS DE DISCURSO,
cretizado, é de suma importância que nele haja clareza e obje- MECANISMOS DE ESTABELECIMENTO DA
tividade. Dependendo do que se trata, é imprescindível haver COERÊNCIA, COESÃO LEXICAL E CONEXÃO
explicações ou enumerações em que estejam elencados os SINTÁTICA.
materiais a serem utilizados, bem como os itens de determina- 3. ORGANIZAÇÃO DA FRASE: PROCESSOS
dos objetos que serão manipulados. Por conta dessas caracte- DE COORDENAÇÃO E DE SUBORDINAÇÃO.
rísticas, é necessário um título objetivo. Quanto à pontuação,
VERBOS QUE CONSTITUEM PREDICADO
frequentemente empregam-se dois pontos, vírgulas e pontos
e vírgulas. É possível separar as orientações por itens ou de E VERBOS QUE NÃO CONSTITUEM
modo coeso, por meio de períodos. Alguns textos instrucio- PREDICADO. TEMPOS E MODOS VERBAIS.
nais possuem subtítulos separando em tópicos as instruções, CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL.
basta reparar nas bulas de remédios, manuais de instruções e REGÊNCIA DOS NOMES E DOS VERBOS.
receitas. Pelo fato de o espaço destinado aos textos instrucio- CONSTITUIÇÃO E FUNCIONALIDADE DO
nais geralmente não ser muito extenso, recomenda-se o uso SUJEITO.
de períodos. Leia os exemplos.

Texto organizado em itens: Frase, período e oração:

Para economizar nas compras Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para
estabelecer comunicação. Expressa juízo, indica ação, esta-
Quem deseja economizar ao comprar deve: do ou fenômeno, transmite um apelo, ordem ou exterioriza
- estabelecer um valor máximo para gastar; emoções.
- escolher previamente aquilo que deseja comprar antes Normalmente a frase é composta por dois termos – o
de ir à loja ou entrar em sites de compra; sujeito e o predicado – mas não obrigatoriamente, pois em
- pesquisar os preços em diferentes lojas e sites, se pos- Português há orações ou frases sem sujeito: Há muito tempo
sível; que não chove.
- não se deixar levar completamente pelas sugestões dos
vendedores nem pelos apelos das propagandas; Enquanto na língua falada a frase é caracterizada pela
- optar pela forma de pagamento mais cômoda, sem se entoação, na língua escrita, a entoação é reduzida a sinais
esquecer de que o uso do cartão de crédito exige certa cautela de pontuação.
e planejamento. Quanto aos tipos de frases, além da classificação em ver-
Do mais, é só ir às compras e aproveitar! bais e nominais, feita a partir de seus elementos constituintes,
elas podem ser classificadas a partir de seu sentido global:
Texto organizado em períodos: - frases interrogativas: o emissor da mensagem formula
uma pergunta: Que queres fazer?
Para economizar nas compras - frases imperativas: o emissor da mensagem dá uma or-
dem ou faz um pedido: Dê-me uma mãozinha! Faça-o sair!
Para economizar ao comprar, primeiramente estabeleça - frases exclamativas: o emissor exterioriza um estado
um valor máximo para gastar e então escolha previamente afetivo: Que dia difícil!
aquilo que deseja comprar antes de ir à loja ou entrar em - frases declarativas: o emissor constata um fato: Ele já
sites de compra. Se possível, pesquise os preços em dife- chegou.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quanto à estrutura da frase, as frases que possuem ver- O sujeito é o termo que estabelece concordância com
bo (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais: o verbo.
sujeito e predicado. O sujeito é o termo da frase que concor- “Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos.”
da com o verbo em número e pessoa. É o “ser de quem se “Minhas primeiras lágrimas caíram dentro dos teus
declara algo”, “o tema do que se vai comunicar”. O predicado olhos”.
é a parte da frase que contém “a informação nova para o ou-
vinte”. Ele se refere ao tema, constituindo a declaração do que Na primeira frase, o sujeito é minha primeira lágrima.
se atribui ao sujeito. Minha e primeira referem-se ao conceito básico expresso
Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos o em lágrima. Lágrima é, pois, a principal palavra do sujeito,
predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver num nome, tere- sendo, por isso, denominada núcleo do sujeito. O núcleo
mos um predicado nominal: do sujeito relaciona-se com o verbo, estabelecendo a con-
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de cordância.
opinião. A função do sujeito é basicamente desempenhada por
A existência é frágil. substantivos, o que a torna uma função substantiva da ora-
A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou período (sim- ção. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras
ples) quando encerra um pensamento completo e vem limi- palavras substantivadas (derivação imprópria) também po-
tada por ponto-final, ponto de interrogação, ponto de excla- dem exercer a função de sujeito.
mação e por reticências. Ele já partiu;
Um vulto cresce na escuridão. Clarissa encolhe-se. É Vasco. Os dois sumiram;
Acima temos três orações correspondentes a três perío- Um sim é suave e sugestivo.
dos simples ou a três frases. Mas, nem sempre oração é frase:
“convém que te apresses” apresenta duas orações, mas uma Os sujeitos são classificados a partir de dois elemen-
só frase, pois somente o conjunto das duas é que traduz um tos: o de determinação ou indeterminação e o de núcleo
pensamento completo. do sujeito.
Outra definição para oração é a frase ou membro de frase
Um sujeito é determinado quando é facilmente iden-
que se organiza ao redor de um verbo. A oração possui sem-
tificável pela concordância verbal. O sujeito determinado
pre um verbo (ou locução verbal), que implica na existência de
pode ser simples ou composto.
um predicado, ao qual pode ou não estar ligado um sujeito.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é
Assim, a oração é caracterizada pela presença de um ver-
possível identificar claramente a que se refere a concordân-
bo. Dessa forma:
cia verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não interessa
Rua! = é uma frase, não é uma oração.
indicar precisamente o sujeito de uma oração.
Já em: “Quero a rosa mais linda que houver, para enfeitar
Estão gritando seu nome lá fora;
a noite do meu bem.” Temos uma frase e três orações: As duas
últimas orações não são frases, pois em si mesmas não satis- Trabalha-se demais neste lugar.
fazem um propósito comunicativo; são, portanto, membros
de frase. O sujeito simples é o sujeito determinado que possui
um único núcleo. Esse vocábulo pode estar no singular ou
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída no plural; pode também ser um pronome indefinido.
por uma ou mais orações, formando um todo, com sen- Nós nos respeitamos mutuamente;
tido completo. O período pode ser simples ou composto. A existência é frágil;
Período simples é aquele constituído por apenas uma Ninguém se move;
oração, que recebe o nome de oração absoluta. O amar faz bem.
Chove. O sujeito composto é o sujeito determinado que pos-
A existência é frágil. sui mais de um núcleo.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de Alimentos e roupas andam caríssimos;
opinião. Ela e eu nos respeitamos mutuamente;
O amar e o odiar são tidos como duas faces da mesma
Período composto é aquele constituído por duas ou mais moeda.
orações:
“Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.” Além desses dois sujeitos determinados, é comum a re-
Cantei, dancei e depois dormi. ferência ao sujeito oculto ( ou elíptico), isto é, ao núcleo
do sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido
Termos essenciais da oração: pela desinência verbal ou pelo contexto.
Abolimos todas as regras. = (nós)
O sujeito e o predicado são considerados termos essen-
ciais da oração, ou seja, sujeito e predicado são termos indis- O sujeito indeterminado surge quando não se quer
pensáveis para a formação das orações. No entanto, existem ou não se pode identificar claramente a que o predicado da
orações formadas exclusivamente pelo predicado. O que oração refere--se. Existe uma referência imprecisa ao sujei-
define, pois, a oração, é a presença do verbo. to, caso contrário, teríamos uma oração sem sujeito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Na língua portuguesa o sujeito pode ser indeterminado O nome frágil, por intermédio do verbo, refere-se ao
de duas maneiras: sujeito da oração. O verbo atua como elemento de ligação
- com verbo na terceira pessoa do plural, desde que o entre o sujeito e a palavra a ele relacionada.
sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
Bateram à porta; O predicado verbal é aquele que tem como núcleo sig-
Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi- nificativo um verbo:
nistro. Chove muito nesta época do ano;
Senti seu toque suave;
- com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido O velho prédio foi demolido.
do pronome se. Esta é uma construção típica dos verbos que Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
não apresentam complemento direto: apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro-
Precisa-se de mentes criativas; cessos.
Vivia-se bem naqueles tempos; O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
Trata-se de casos delicados; significativo um nome; esse nome atribui uma qualidade ou
Sempre se está sujeito a erros. estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do
sujeito. O predicativo é um nome que se liga a outro nome
O pronome se funciona como índice de indeterminação da oração por meio de um verbo.
do sujeito. Nos predicados nominais, o verbo não é significativo,
As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predica- isto é, não indica um processo. O verbo une o sujeito ao
do, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A mensagem predicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado
está centrada no processo verbal. Os principais casos de ora- do sujeito:
ções sem sujeito com: “Ele é senhor das suas mãos e das ferramentas.”
- os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Amanheceu repentinamente; Na frase acima o verbo ser poderia ser substituído por
Está chuviscando. estar, andar, ficar, parecer, permanecer ou continuar, atuando
como elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele
- os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam fenô- relacionadas.
menos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em geral: A função de predicativo é exercida normalmente por um
Está tarde. adjetivo ou substantivo.
Ainda é cedo.
Já são três horas, preciso ir; O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta
Faz frio nesta época do ano; dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No predi-
Há muitos anos aguardamos mudanças significativas; cado verbo-nominal, o predicativo pode referir-se ao sujeito
Faz anos que esperamos melhores condições de vida; ou ao complemento verbal.
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre signifi-
O predicado é o conjunto de enunciados que numa dada cativo, indicando processos. É também sempre por intermé-
oração contém a informação nova para o ouvinte. Nas ora- dio do verbo que o predicativo se relaciona com o termo a
ções sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia um fato que se refere.
qualquer: O dia amanheceu ensolarado;
Chove muito nesta época do ano; As mulheres julgam os homens inconstantes
Houve problemas na reunião. No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
Nas orações que surge o sujeito, o predicado é aquilo duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga-
que se declara a respeito desse sujeito. ção. Esse predicado poderia ser desdobrado em dois, um
Com exceção do vocativo, que é um termo à parte, tudo o verbal e outro nominal:
que difere do sujeito numa oração é o seu predicado. O dia amanheceu;
Os homens (sujeito) pedem amor às mulheres (predicado); O dia estava ensolarado.
Passou-me (predicado) uma ideia estranha (sujeito) pelo
pensamento (predicado). No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o
complemento homens como o predicativo inconstantes.
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu
núcleo está num nome ou num verbo. Deve-se considerar Termos integrantes da oração:
também se as palavras que formam o predicado referem-se
apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
Os homens sensíveis (sujeito) pedem amor sincero às mu- complemento nominal são chamados termos integrantes da
lheres de opinião. oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos ver-
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que bos transitivos, com eles formando unidades significativas.
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se di- Esses verbos podem se relacionar com seus complementos
reta ou indiretamente ao verbo. diretamente, sem a presença de preposição ou indiretamen-
A existência (sujeito) é frágil (predicado). te, por intermédio de preposição.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O objeto direto é o complemento que se liga direta- - fim: Estudou para o exame.
mente ao verbo. - frequência: Sempre aparecia por lá.
Os homens sensíveis pedem amor às mulheres de opinião; - instrumento: Fez o corte com a faca.
Os homens sinceros pedem-no às mulheres de opinião; - intensidade: Corria bastante.
Dou-lhes três. - limite: Andava atabalhoado do quarto à sala.
Houve muita confusão na partida final. - lugar: Vou à cidade.
- matéria: Compunha-se de substâncias estranhas.
O objeto direto preposicionado ocorre principalmente: - meio: Viajarei de trem.
- com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns - modo: Foram recrutados a dedo.
referentes a pessoas: - negação: Não há ninguém que mereça.
Amar a Deus; - preço: As casas estão sendo vendidas a preços exorbi-
Adorar a Xangô; tantes.
Estimar aos pais. - substituição ou troca: Abandonou suas convicções por
privilégios econômicos.
- com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de - tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo.
tratamento:
Não excluo a ninguém; O adjunto adnominal é o termo acessório que deter-
Não quero cansar a Vossa Senhoria. mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função
adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
- para evitar ambiguidade: exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também
Ao povo prejudica a crise. (sem preposição, a situação atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais e
seria outra) os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
O objeto indireto é o complemento que se liga indireta- amigo de infância.
mente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres;
O adjunto adnominal liga-se diretamente ao substanti-
Os homens pedem-lhes amor sincero;
vo a que se refere, sem participação do verbo. Já o predicati-
Gosto de música popular brasileira.
vo do objeto liga-se ao objeto por meio de um verbo.
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
O termo que integra o sentido de um nome chama-se
O poeta deixou-a.
complemento nominal. O complemento nominal liga-se
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: ad-
ao nome que completa por intermédio de preposição:
Desenvolvemos profundo respeito à arte; junto adnominal)
A arte é necessária à vida; O poeta português deixou uma obra inacabada.
Tenho-lhe profundo respeito. O poeta deixou-a inacabada.
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do
Termos acessórios da oração e vocativo: objeto)
Enquanto o complemento nominal relaciona-se a um
Os termos acessórios recebem esse nome por serem substantivo, adjetivo ou advérbio; o adjunto nominal rela-
acidentais, explicativos, circunstanciais. São termos aces- ciona-se apenas ao substantivo.
sórios o adjunto adverbial, adjunto adnominal, o aposto e o
vocativo. O aposto é um termo acessório que permite ampliar,
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida num termo
O adjunto adverbial é o termo da oração que indica que exerça qualquer função sintática.
uma circunstância do processo verbal, ou intensifica o senti- Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humorado.
do de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função adver-
bial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais exerce- Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo
rem o papel de adjunto adverbial. ontem. Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente
Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça. ao termo que se relaciona porque poderia substituí-lo: Se-
gunda-feira passei o dia mal-humorado.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor
adverbial são: na oração, em:
- acréscimo: Além de tristeza, sentia profundo cansaço. a) explicativo: A linguística, ciência das línguas humanas,
- afirmação: Sim, realmente irei partir. permite-nos interpretar melhor nossa relação com o mundo.
- assunto: Falavam sobre futebol. b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
- causa: Morrer ou matar de fome, de raiva e de sede… coisas: amor, arte, ação.
- companhia: Sempre contigo bailando sob as estrelas. c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
- concessão: Apesar de você, amanhã há de ser outro dia. tudo isso forma o carnaval.
- conformidade: Fez tudo conforme o combinado. d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa-
- dúvida: Talvez nos deixem entrar. ram-se por muito tempo na baía anoitecida.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas
ou interpelar um ouvinte real ou hipotético. principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretanto,
A função de vocativo é substantiva, cabendo a substan- porém, no entanto, ainda, assim, senão.
tivos, pronomes substantivos, numerais e palavras substan- Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
tivadas esse papel na linguagem. Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando.
João, venha comigo! Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à praia.
Traga-me doces, minha menina!
Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer; seja...
seja.
O período composto caracteriza-se por possuir mais de Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
uma oração em sua composição. Sendo assim: Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma ora- diferentes.
ção) Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quarto.
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
(Período Composto =locução verbal, verbo, duas orações) Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um pro- principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por conse-
tetor solar. (Período Composto = três verbos, três orações). guinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo)
Passei no concurso, portanto irei comemorar.
Cada verbo ou locução verbal corresponde a uma ora- Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
ção. Isso implica que o primeiro exemplo é um período sim- Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.
ples, pois tem apenas uma oração, os dois outros exemplos A situação é delicada; devemos, pois, agir
são períodos compostos, pois têm mais de uma oração.
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer en- Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
tre as orações de um período composto: uma relação de principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verdade,
coordenação ou uma relação de subordinação.
pois (anteposto ao verbo).
Duas orações são coordenadas quando estão juntas em
Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo.
um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de in-
Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
formações, marcado pela pontuação final), mas têm, ambas,
Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domingo.
estruturas individuais, como é o exemplo de:
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
(Período Composto)
Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar. Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
2. Irei à praia. “Eu sinto que em meu gesto existe o teu
Separando as duas, vemos que elas são independentes. gesto.”
É esse tipo de período que veremos agora: o Período Oração Principal Oração Subordinada
Composto por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, temos Observe que na oração subordinada temos o verbo “exis-
dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sindé- te”, que está conjugado na terceira pessoa do singular do pre-
ticas. sente do indicativo. As orações subordinadas que apresentam
verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do
Coordenadas Assindéticas indicativo, subjuntivo e imperativo), são chamadas de orações
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas desenvolvidas ou explícitas.
através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas. Podemos modificar o período acima. Veja:
Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto.
Coordenadas Sindéticas Oração Principal Oração Subordinada
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre
si, mas que são ligadas através de uma conjunção coorde- A análise das orações continua sendo a mesma: “Eu sinto”
nativa. Esse caráter vai trazer para esse tipo de oração uma é a oração principal, cujo objeto direto é a oração subordi-
classificação. As orações coordenadas sindéticas são clas- nada “existir em meu gesto o teu gesto”. Note que a oração
sificadas em cinco tipos: aditivas, adversativas, alternativas, subordinada apresenta agora verbo no infinitivo. Além disso,
conclusivas e explicativas. a conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações, desa-
pareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge numa das
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin- formas nominais (infinitivo - flexionado ou não -, gerúndio ou
cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não só... particípio) chamamos orações reduzidas ou implícitas.
como, assim... como. Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por
Não só cantei como também dancei. conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventual-
Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia. mente, introduzidas por preposição.
Comprei o protetor solar e fui à praia.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS Obs.: quando a oração subordinada substantiva é sub-


jetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3ª. pessoa
A oração subordinada substantiva tem valor de subs- do singular.
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte-
grante (que, se). b) Objetiva Direta
Suponho que você foi à biblioteca hoje. A oração subordinada substantiva objetiva direta exerce
Oração Subordinada Substantiva função de objeto direto do verbo da oração principal.
Todos querem sua aprovação no concurso.
Você sabe se o presidente já chegou? Objeto Direto
Oração Subordinada Substantiva
Todos querem que você seja aprovado. (Todos que-
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também rem isso)
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem Oração Principal oração Subordinada Substantiva
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, Objetiva Direta
como). Veja os exemplos:
O garoto perguntou qual seu nome. As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Oração Subordinada Substantiva desenvolvidas são iniciadas por:
- Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e “se”:
Não sabemos por que a vizinha se mudou. A professora verificou se todos alunos estavam presentes.
Oração Subordinada Substantiva - Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às ve-
Classificação das Orações zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O
Subordinadas Substantivas pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.

De acordo com a função que exerce no período, a ora- - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às ve-
ção subordinada substantiva pode ser: zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu
não sei por que ela fez isso.
a) Subjetiva
É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito c) Objetiva Indireta
do verbo da oração principal. Observe: A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua
É fundamental o seu comparecimento à reunião. como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem pre-
Sujeito cedida de preposição.

É fundamental que você compareça à reunião. Meu pai insiste em meu estudo.
Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Objeto Indireto
Subjetiva
Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insis-
Atenção: te nisso)
Observe que a oração subordinada substantiva pode ser Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
substituída pelo pronome “ isso”. Assim, temos um período
simples: Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica
É fundamental isso. ou Isso é fundamental. na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
Dessa forma, a oração correspondente a “isso” exercerá Oração Subordinada Substantiva Objetiva
a função de sujeito Indireta
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
principal: d) Completiva Nominal
A oração subordinada substantiva completiva nominal
- Verbos de ligação + predicativo, em construções do completa um nome que pertence à oração principal e tam-
tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É bém vem marcada por preposição.
claro - Está evidente - Está comprovado Sentimos orgulho de seu comportamento.
É bom que você compareça à minha festa. Complemento Nominal
Sentimos orgulho de que você se comportou. (Senti-
- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se - Soube-se mos orgulho disso.)
- Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anunciado Oração Subordinada Substantiva Completiva No-
- Ficou provado minal
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
- Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - im- Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob-
portar - ocorrer - acontecer jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto
Convém que não se atrase na entrevista. que orações subordinadas substantivas completivas nomi-

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LÍNGUA PORTUGUESA

nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma Perceba que a conexão entre a oração subordinada ad-
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen- jetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita
tado. Essa é, aliás, a diferença entre o objeto indireto e o pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou relacio-
complemento nominal: o primeiro complementa um verbo, nar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma
o segundo, um nome. função sintática na oração subordinada: ocupa o papel que
seria exercido pelo termo que o antecede.
e) Predicativa Obs.: para que dois períodos se unam num período
A oração subordinada substantiva predicativa exerce composto, altera-se o modo verbal da segunda oração.
papel de predicativo do sujeito do verbo da oração principal Atenção: Vale lembrar um recurso didático para reco-
e vem sempre depois do verbo ser. nhecer o pronome relativo que: ele sempre pode ser substi-
Nosso desejo era sua desistência. tuído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Predicativo do Sujeito Refiro-me ao aluno que é estudioso.
Essa oração é equivalente a:
Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo Refiro-me ao aluno o qual estuda.
era isso)
Oração Subordinada Substantiva Predica- Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
tiva
Quando são introduzidas por um pronome relativo
Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
“de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
fui bem na prova. das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
f) Apositiva reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
A oração subordinada substantiva apositiva exerce fun- (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
ção de aposto de algum termo da oração principal. verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
particípio).
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Aposto Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.

(Fernanda tinha um grande sonho: isso.) No primeiro período, há uma oração subordinada adje-
tiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome relati-
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! vo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito
Oração Subordinada Substantiva do indicativo. No segundo, há uma oração subordinada ad-
Apositiva jetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu
reduzida de infinitivo verbo está no infinitivo.

* Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas
(:)
Na relação que estabelecem com o termo que carac-
2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS terizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de
duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui especificam o sentido do termo a que se referem, indivi-
valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As dualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa,
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem
a função de adjunto adnominal do antecedente. Observe o também orações que realçam um detalhe ou amplificam da-
exemplo: dos sobre o antecedente, que já se encontra suficientemen-
te definido, as quais denominam-se subordinadas adjetivas
Esta foi uma redação bem-sucedida. explicativas.
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adno-
minal) Exemplo 1:
Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um
adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos homem que passava naquele momento.
outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel. Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
Veja: Nesse período, observe que a oração em destaque res-
tringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: trata-se
Esta foi uma redação que fez sucesso. de um homem específico, único. A oração limita o universo
Oração Principal Oração Subordinada de homens, isto é, não se refere a todos os homens, mas sim
Adjetiva àquele que estava passando naquele momento.

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Exemplo 2: Circunstâncias Expressas


O homem, que se considera racional, muitas vezes age pelas Orações Subordinadas Adverbiais
animalescamente.
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa a) Causa
A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que
Nesse período, a oração em destaque não tem sentido provoca um determinado fato, ao motivo do que se declara
restritivo em relação à palavra “homem”; na verdade, essa na oração principal. “É aquilo ou aquele que determina um
oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar con- acontecimento”.
tida no conceito de “homem”. Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE
Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicativa é Outras conjunções e locuções causais: como (sempre in-
separada da oração principal por uma pausa que, na escrita, troduzido na oração anteposta à oração principal), pois, pois
é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a pon- que, já que, uma vez que, visto que.
tuação seja indicada como forma de diferenciar as orações As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
explicativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm sem- Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve al-
pre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. ternativa a não ser cancelá-lo.
Já que você não vai, eu também não vou.
3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
b) Consequência
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce As orações subordinadas adverbiais consecutivas expri-
a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. mem um fato que é consequência, que é efeito do que se
Dessa forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo, declara na oração principal. São introduzidas pelas conjun-
fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, ções e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto que,
vem introduzida por uma das conjunções subordinativas etc., e pelas estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que.
(com exclusão das integrantes). Classifica-se de acordo com Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE
a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz. (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. dor.)
Oração Subordinada Adverbial Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con-
cretizando-os.
Observe que a oração em destaque agrega uma circuns- Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida
tância de tempo. É, portanto, chamada de oração subordi- de Infinitivo)
nada adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos
acessórios que indicam uma circunstância referente, via de c) Condição
regra, a um verbo. A classificação do adjunto adverbial de- Condição é aquilo que se impõe como necessário para a
pende da exata compreensão da circunstância que exprime. realização ou não de um fato. As orações subordinadas ad-
Observe os exemplos abaixo: verbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de para que se realize ou deixe de se realizar o fato expresso na
minha vida. oração principal.
Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de Principal conjunção subordinativa condicional: SE
minha vida. Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, des-
de que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem
No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo).
adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”. No Se o regulamento do campeonato for bem elaborado,
segundo período, esse papel é exercido pela oração “Quan- certamente o melhor time será campeão.
do vi a estátua”, que é, portanto, uma oração subordinada Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o
adverbial temporal. Essa oração é desenvolvida, pois é intro- contrato.
duzida por uma conjunção subordinativa (quando) e apre- Caso você se case, convide-me para a festa.
senta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do pretérito d) Concessão
perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la, obtendo-se: As orações subordinadas adverbiais concessivas indi-
Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de mi- cam concessão às ações do verbo da oração principal, isto
nha vida. é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A ideia
de concessão está diretamente ligada ao contraste, à quebra
A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma de expectativa.
das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA
introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locuções
preposição (“a”, combinada com o artigo “o”). ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que,
Obs.: a classificação das orações subordinadas adverbiais apesar de que.
é feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos ad- Só irei se ele for.
verbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela oração. A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” ir
só se realizará caso essa condição seja satisfeita.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Compare agora com: Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida


Irei mesmo que ele não vá. que, ao passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei (maior), quanto maior...(menor), quanto menor...(maior),
de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A ora- quanto menor...(menor), quanto mais...(mais), quanto mais...
ção destacada é, portanto, subordinada adverbial concessi- (menos), quanto menos...(mais), quanto menos...(menos).
va. À proporção que estudávamos, acertávamos mais ques-
Observe outros exemplos: tões.
Embora fizesse calor, levei agasalho. Visito meus amigos à medida que eles me convidam.
Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos me- Quanto maior for a altura, maior será o tombo.
tade da população continua à margem do mercado de con-
sumo. i) Tempo
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora As orações subordinadas adverbiais temporais acres-
não estudasse). (reduzida de infinitivo) centam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração
principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, an-
e) Comparação terioridade ou posterioridade.
As orações subordinadas adverbiais comparativas esta- Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO
belecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto,
da oração principal. mal e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as ve-
Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO zes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
Ele dorme como um urso. Quando você foi embora, chegaram outros convidados.
Saiba que: É comum a omissão do verbo nas orações Sempre que ele vem, ocorrem problemas.
subordinadas adverbiais comparativas. Por exemplo: Mal você saiu, ela chegou.
Agem como crianças. (agem) Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
Oração Subordinada Adverbial Comparativa nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)

No entanto, quando se comparam ações diferentes, isso PONTUAÇÃO


não ocorre. Por exemplo: Ela fala mais do que faz. (compara-
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que
ção do verbo falar e do verbo fazer).
servem para compor a coesão e a coerência textual, além de
ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Vejamos
f) Conformidade
as principais funções dos sinais de pontuação conhecidos
As orações subordinadas adverbiais conformativas indi-
pelo uso da língua portuguesa.
cam ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra,
um modelo adotado para a execução do que se declara na
Ponto
oração principal.
1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
Principal conjunção subordinativa conformativa: CON- - Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em
FORME que se encontra.
Outras conjunções conformativas: como, consoante e se- - Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
gundo (todas com o mesmo valor de conforme). - Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.
Fiz o bolo conforme ensina a receita.
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm di- 2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr.
reitos iguais.
Ponto e Vírgula ( ; )
g) Finalidade 1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
As orações subordinadas adverbiais finais indicam a in- importância.
tenção, a finalidade daquilo que se declara na oração prin- - “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo
cipal. pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida;
Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)
Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a
locução conjuntiva para que. 2- Separa partes de frases que já estão separadas por
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos. vírgulas.
Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada en- - Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, monta-
trasse. nhas, frio e cobertor.

h) Proporção 3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-


As orações subordinadas adverbiais proporcionais ex- tivos, decreto de lei, etc.
primem ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao - Ir ao supermercado;
expresso na oração principal. - Pegar as crianças na escola;
Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: - Caminhada na praia;
À PROPORÇÃO QUE - Reunião com amigos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dois pontos b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão


1- Antes de uma citação produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús-
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
2- Antes de um aposto querem abrir mão dos lucros altos.
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
tarde e calor à noite. - Para marcar inversão:
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fecha-
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo das.
a rotina de sempre. b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
4- Em frases de estilo direto
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
Maria perguntou:
maio de 1982.
- Por que você não toma uma decisão?
- Para separar entre si elementos coordenados (dispos-
Ponto de Exclamação
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, tos em enumeração):
susto, súplica, etc. Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
- Sim! Claro que eu quero me casar com você! A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
2- Depois de interjeições ou vocativos
- Ai! Que susto! - Para marcar elipse (omissão) do verbo:
- João! Há quanto tempo! Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
- Para isolar:
Ponto de Interrogação - o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei-
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. ra, possui um trânsito caótico.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze- - o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
vedo)
Fontes:
Reticências http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
1- Indica que palavras foram suprimidas. http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgula.
- Comprei lápis, canetas, cadernos... htm

2- Indica interrupção violenta da frase. Questões sobre Pontuação


“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
01. (Agente Policial – Vunesp – 2013). Assinale a alterna-
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida tiva em que a pontuação está corretamente empregada, de
- Este mal... pega doutor? acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito embora, experimentasse, a sensação de violar uma intimi-
- Deixa, depois, o coração falar... dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encon-
trar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
Vírgula
(B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e,
embora experimentasse a sensação, de violar uma intimida-
Não se usa vírgula
de, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar
*separando termos que, do ponto de vista sintático, li-
gam-se diretamente entre si: algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
- entre sujeito e predicado. (C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
Todos os alunos da sala foram advertidos. embora experimentasse a sensação de violar uma intimida-
Sujeito predicado de, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar
algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
- entre o verbo e seus objetos. (D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e,
O trabalho custou sacrifício aos realizadores. embora experimentasse a sensação de violar uma intimida-
V.T.D.I. O.D. O.I. de, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar
algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
Usa-se a vírgula: (E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
- Para marcar intercalação: embora, experimentasse a sensação de violar uma intimida-
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- de, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar
dância, vem caindo de preço. algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.

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LÍNGUA PORTUGUESA

02. Assinale a opção em que está corretamente indica- 05. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.). As-
da a ordem dos sinais de pontuação que devem preencher sinale a alternativa em que a frase mantém-se correta após
as lacunas da frase abaixo: o acréscimo das vírgulas.
“Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na
devem ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica que pulseira instruções para que envie, uma mensagem eletrôni-
o trabalho oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter. ca ao grupo ou acione o código na internet.
A) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula (B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de onde
B) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula; o código foi acionado.
C) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; (C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra-
D) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; dos, recebem automaticamente, uma mensagem dizendo
E) ponto e vírgula, vírgula, vírgula. que a criança foi encontrada.
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega pri-
03. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013). Os meiro às, areias do Guarujá.
sinais de pontuação estão empregados corretamente em: (E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o te-
A) Duas explicações, do treinamento para consultores lefone de quem a encontrou e informar um ponto de refe-
iniciantes receberam destaque, o conceito de PPD e a cons- rência
trução de tabelas Price; mas por outro lado, faltou falar das
metas de vendas associadas aos dois temas. 06. Assinale a série de sinais cujo emprego corresponde,
B) Duas explicações do treinamento para consultores na mesma ordem, aos parênteses indicados no texto:
iniciantes receberam destaque: o conceito de PPD e a cons- “Pergunta-se ( ) qual é a ideia principal desse pará-
trução de tabelas Price; mas, por outro lado, faltou falar das grafo ( ) A chegada de reforços ( ) a condecoração ( ) o
metas de vendas associadas aos dois temas. escândalo da opinião pública ou a renúncia do presidente ( )
C) Duas explicações do treinamento para consultores Se é a chegada de reforços ( ) que relação há ( ) ou mostrou
iniciantes receberam destaque; o conceito de PPD e a cons- seu autor haver ( ) entre esse fato e os restantes ( )”.
trução de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das A) vírgula, vírgula, interrogação, interrogação, interroga-
metas de vendas associadas aos dois temas. ção, vírgula, vírgula, vírgula, ponto final
D) Duas explicações do treinamento para consultores B) dois pontos, interrogação, vírgula, vírgula, interroga-
iniciantes, receberam destaque: o conceito de PPD e a cons- ção, vírgula, travessão, travessão, interrogação
trução de tabelas Price, mas, por outro lado, faltou falar das C) travessão, interrogação, vírgula, vírgula, ponto final,
metas de vendas associadas aos dois temas. travessão, travessão, ponto final, ponto final
E) Duas explicações, do treinamento para consultores D) dois pontos, interrogação, vírgula, ponto final, tra-
iniciantes, receberam destaque; o conceito de PPD e a cons- vessão, vírgula, vírgula, vírgula, interrogação
trução de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das E) dois pontos, ponto final, vírgula, vírgula, interroga-
metas, de vendas associadas aos dois temas. ção, vírgula, vírgula, travessão, interrogação

04.(Escrevente TJ SP – Vunesp 2012). Assinale a alterna- 07. (SRF) Das redações abaixo, assinale a que não está
tiva em que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp pontuada corretamente:
de junho de 2012, está correto quanto à regência nominal e A) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o resul-
à pontuação. tado do concurso.
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida- B) Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o resul-
mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço tado do concurso.
seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, C) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o resul-
do que em outros. tado do concurso.
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapida- D) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do
mente seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço concurso, em fila.
seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!, E) Os candidatos aguardavam ansiosos, em fila, o resul-
do que em outros. tado do concurso.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapida-
mente seu espaço, na carreira científica, ainda que o avanço 08. A frase em que deveria haver uma vírgula é:
seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um exemplo, A) Comi uma fruta pela manhã e outra à tarde.
do que em outros. B) Eu usei um vestido vermelho na festa e minha irmã
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida- usou um vestido azul.
mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço C) Ela tem lábios e nariz vermelhos.
seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo D) Não limparam a sala nem a cozinha.
– do que em outros.
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamen- GABARITO
te, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja
mais notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do 01. C 02. C 03. B 04. D 05. E
que em outros. 06. B 07. B 08. B

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LÍNGUA PORTUGUESA

RESOLUÇÃO (C) Não há dúvida de que as mulheres , (X) ampliam rapi-


damente seu espaço , (X) na carreira científica , (X) ainda que
1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas o avanço seja mais notável, em alguns países : (X) o Brasil é
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, um exemplo, do que em outros.
embora, (X) experimentasse , (X) a sensação de violar uma (E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida-
intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando mente , (X) seu espaço na carreira científica, ainda que , (X)
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua o avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um
dona. exemplo) do que em outros.
(B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa
e, embora experimentasse a sensação , (X) de violar uma 5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inadequadas
intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua na pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem
dona. eletrônica ao grupo ou acione o código na internet.
(D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa (B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os pais
e, embora experimentasse a sensação de violar uma intimi- de onde o código foi acionado.
dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) en- (C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados
contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua , (X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem dizendo
dona. que a criança foi encontrada.
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, (D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) chega
embora , (X) experimentasse a sensação de violar uma inti- primeiro às , (X) areias do Guarujá.
midade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X)
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua 6-) Pergunta-se ( : ) qual é a ideia principal desse parágrafo
dona. ( ? ) A chegada de reforços ( , ) a condecoração ( , ) o
escândalo da opinião pública ou a renúncia do presidente (?
2-) Quando se trata de trabalho científico , duas coisas ) Se é a chegada de reforços ( , ) que relação há ( - ) ou mos-
devem ser consideradas : uma é a contribuição teórica que trou seu autor haver ( - ) entre esse fato e os restantes ( ? )
o trabalho oferece ; a outra é o valor prático que possa ter.
7-) Em fila, os candidatos , (X) aguardavam, ansiosos, o
vírgula, dois pontos, ponto e vírgula resultado do concurso.

3-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade- 8-) Eu usei um vestido vermelho na festa , e minha irmã
quadas usou um vestido azul.
A) Duas explicações , (X) do treinamento para consul- Há situações em que é possível usar a vírgula antes do
tores iniciantes receberam destaque , (X) o conceito de PPD “e”. Isso ocorre quando a conjunção aditiva coordena orações
e a construção de tabelas Price; mas por outro lado, faltou de sujeitos diferentes nas quais a leitura fluente pode ser pre-
falar das metas de vendas associadas aos dois temas. judicada pela ausência da pontuação.
C) Duas explicações do treinamento para consultores
iniciantes receberam destaque ; (X) o conceito de PPD e a CONCORDÂNCIA
construção de tabelas Price , (X) mas por outro lado, faltou
falar das metas de vendas associadas aos dois temas. Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos
D) Duas explicações do treinamento para consultores referindo à relação de dependência estabelecida entre um
iniciantes , (X) receberam destaque: o conceito de PPD e a termo e outro mediante um contexto oracional. Desta feita,
construção de tabelas Price , (X) mas, por outro lado, faltou os agentes principais desse processo são representados pelo
falar das metas de vendas associadas aos dois temas. sujeito, que no caso funciona como subordinante; e o verbo,
E) Duas explicações , (X) do treinamento para consul- o qual desempenha a função de subordinado.
tores iniciantes , (X) receberam destaque ; (X) o conceito Dessa forma, temos que a concordância verbal caracte-
de PPD e a construção de tabelas Price , (X) mas por outro riza-se pela adaptação do verbo, tendo em vista os quesitos
lado, faltou falar das metas , (X) de vendas associadas aos “número e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplificando,
dois temas. temos: O aluno chegou atrasado. Temos que o verbo apre-
senta-se na terceira pessoa do singular, pois faz referência a
4-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade- um sujeito, assim também expresso (ele). Como poderíamos
quadas também dizer: os alunos chegaram atrasados.
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam , (X) ra-
pidamente , (X) seu espaço na carreira científica (, ) ainda Casos referentes a sujeito simples
que o avanço seja mais notável em alguns países, o Brasil é
um exemplo, do que em outros. 1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com o
(B) Não há dúvida de que , (X) as mulheres , (X) ampliam núcleo em número e pessoa: O aluno chegou atrasado.
rapidamente seu espaço na carreira científica ; (X) ainda que 2) Nos casos referentes a sujeito representado por subs-
o avanço seja mais notável , (X) em alguns países, o Brasil é tantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pessoa do
um exemplo ! (X) , do que em outros. singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: 10) No caso de o sujeito aparecer representado por


- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto expressões que indicam porcentagens, o verbo concordará
adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular ou com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa
poderá ir para o plural: porcentagem: 50% dos funcionários aprovaram a decisão
Uma multidão de pessoas saiu aos gritos. da diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão.
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
Observações:
3) Quando o sujeito é representado por expressões par- - Caso o verbo apareça anteposto à expressão de por-
titivas, representadas por “a maioria de, a maior parte de, a centagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprovaram
metade de, uma porção de” entre outras, o verbo tanto pode a decisão da diretoria 50% dos funcionários.
concordar com o núcleo dessas expressões quanto com o - Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no sin-
substantivo que a segue: A maioria dos alunos resolveu ficar. gular: 1% dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria.
A maioria dos alunos resolveram ficar. - Em casos em que o numeral estiver acompanhado de
determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os
50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria.
4) No caso de o sujeito ser representado por expres-
sões aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”,
11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por
o verbo concorda com o substantivo determinado por elas:
pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empregado na
Cerca de mil candidatos se inscreveram no concurso.
terceira pessoa do singular ou do plural: Vossas Majesta-
des gostaram das homenagens. Vossa Majestade agradeceu o
5) Em casos em que o sujeito é representado pela ex- convite.
pressão “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais
de um candidato se inscreveu no concurso de piadas. 12) Casos relativos a sujeito representado por substan-
Observação: tivo próprio no plural se encontram relacionados a alguns
- No caso da referida expressão aparecer repetida ou aspectos que os determinam:
associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, - Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo
necessariamente, deverá permanecer no plural: ser, este permanece no singular, contanto que o predicati-
Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram na vo também esteja no singular: Memórias póstumas de Brás
campanha de doação de alimentos. Cubas é uma criação de Machado de Assis.
Mais de um formando se abraçaram durante as soleni- - Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo tam-
dades de formatura. bém permanece no plural: Os Estados Unidos são uma potên-
cia mundial.
6) Quando o sujeito for composto da expressão “um - Casos em que o artigo figura no singular ou em que
dos que”, o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi ele nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados
um dos que atuaram na Copa América. Unidos é uma potência mundial.

7) Em casos relativos à concordância com locuções Casos referentes a sujeito composto


pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós,
quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário 1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas
nos atermos a duas questões básicas: gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estan-
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no do relacionado a dois pressupostos básicos:
plural, o verbo poderá com ele concordar, como poderá - Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as
também concordar com o pronome pessoal: Alguns de nós demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar
o receberemos. / Alguns de nós o receberão.
na 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são primos.
- Quando o primeiro pronome da locução estiver ex-
presso no singular, o verbo permanecerá, também, no sin-
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer ante-
gular: Algum de nós o receberá.
posto ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus dois
filhos compareceram ao evento.
8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo
pronome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa 3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo,
do singular ou poderá concordar com o antecedente desse este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou per-
pronome: Fomos nós quem contou toda a verdade para ela. manecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus dois
/ Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela. filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.

9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela 4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com
palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular:
antecede essa palavra: Nesta empresa somos nós que toma- Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade
mos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo. do mundo.

51
LÍNGUA PORTUGUESA

5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinô- e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
nimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo - Concordam com o substantivo a que se referem.
poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha As cartas estão anexas.
vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de meu A bebida está inclusa.
esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha premiação é Precisamos de nomes próprios.
fruto de meu esforço. Obrigado, disse o rapaz.

Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos de- f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
mais termos da oração para que concordem em gênero e - Após essas expressões o substantivo fica sempre no sin-
número com o substantivo. Teremos que alterar, portanto, gular e o adjetivo no plural.
o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, Renato advogou um e outro caso fáceis.
temos também o verbo, que se flexionará à sua maneira. Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o prono-
me concordam em gênero e número com o substantivo. g) É bom, é necessário, é proibido
- Essas expressões não variam se o sujeito não vier prece-
- A pequena criança é uma gracinha.
dido de artigo ou outro determinante.
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático.
Canja é bom. / A canja é boa.
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada
regra geral mostrada acima. é proibida.
a) Um adjetivo após vários substantivos
- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o h) Muito, pouco, caro
plural ou concorda com o substantivo mais próximo. - Como adjetivos: seguem a regra geral.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. Comi muitas frutas durante a viagem.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui. Pouco arroz é suficiente para mim.
Os sapatos estavam caros.
- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural
masculino ou concorda com o substantivo mais próximo. - Como advérbios: são invariáveis.
- Ela tem pai e mãe louros. Comi muito durante a viagem.
- Ela tem pai e mãe loura. Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
Comprei caro os sapatos.
- Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoria-
mente para o plural. i) Mesmo, bastante
- O homem e o menino estavam perdidos. - Como advérbios: invariáveis
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui. Preciso mesmo da sua ajuda.
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.
b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o - Como pronomes: seguem a regra geral.
mais próximo. Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
Comi delicioso almoço e sobremesa. Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
Provei deliciosa fruta e suco. j) Menos, alerta
- Em todas as ocasiões são invariáveis.
- Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: Preciso de menos comida para perder peso.
Estamos alerta para com suas chamadas.
concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
Estavam feridos o pai e os filhos.
k) Tal Qual
Estava ferido o pai e os filhos.
- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com
o consequente.
c) Um substantivo e mais de um adjetivo As garotas são vaidosas tais qual a tia.
- antecede todos os adjetivos com um artigo. Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.
Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
l) Possível
- coloca o substantivo no plural. - Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “me-
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. lhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expres-
sões.
d) Pronomes de tratamento A mais possível das alternativas é a que você expôs.
- sempre concordam com a 3ª pessoa. Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa.
Vossa Santidade esteve no Brasil. As piores situações possíveis são encontradas nas favelas
da cidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA

m) Meio 03. (Escrevente TJ-SP – Vunesp/2012) Leia o texto para


- Como advérbio: invariável. responder à questão.
Estou meio (um pouco) insegura. _________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
está claro até onde pode realmente chegar uma política basea-
- Como numeral: segue a regra geral. da em melhorar a eficiência sem preços adequados para o car-
Comi meia (metade) laranja pela manhã. bono, a água e (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade
n) Só que mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água
- apenas, somente (advérbio): invariável. em si ___________diferença, as companhias não podem suportar
Só consegui comprar uma passagem. ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares por tonelada de
carbono, sem qualquer preparação. Portanto, elas começam a
- sozinho (adjetivo): variável. usar preços- -sombra. Ainda assim, ninguém encontrou até
Estiveram sós durante horas. agora uma maneira de quantificar adequadamente os insumos
básicos. E sem eles a maioria das políticas de crescimento verde
Fonte: sempre ___________ a segunda opção.
http://www.brasilescola.com/gramatica/concordancia- (Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)
verbal.htm
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
Questões sobre Concordância Nominal e Verbal as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respec-
tivamente, com:
01.(TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A con- (A) Restam… faça… será
cordância verbal e nominal está inteiramente correta na (B) Resta… faz… será
frase: (C) Restam… faz... serão
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores (D) Restam… façam… serão
que determinam as escolhas dos governantes, para conferir (E) Resta… fazem… será
legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem 04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alternati-
ser embasados na percepção dos valores e princípios que va em que o trecho
regem a prática política. – Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma-
neira de quantificar adequadamente os insumos básicos.– está
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verdadeiro
corretamente reescrito, de acordo com a norma-padrão da
regime democrático, em que se respeita tanto as liberdades
língua portuguesa.
individuais quanto as coletivas.
(A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou
(D) As instituições fundamentais de um regime demo-
até agora uma maneira adequada de se quantificar os insu-
crático não pode estar subordinado às ordens indiscrimina-
mos básicos.
das de um único poder central.
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási-
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes opi- cos ser quantificados.
niões existentes na sociedade. (C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou
até agora uma maneira adequada para que os insumos bási-
02. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de concor- cos sejam quantificado.
dância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas em: (D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa lei- trou até agora uma maneira adequada para que os insumos
tura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimora- básicos seja quantificado.
mento intelectual, estão na capacidade de criação do autor, (E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
mediante palavras, sua matéria-prima. trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem
B) Obras que se considera clássicas na literatura sempre os insumos básicos.
delineia novos caminhos, pois é capaz de encantar o leitor
ao ultrapassar os limites da época em que vivem seus auto- 05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATIVO -
res, gênios no domínio das palavras, sua matéria-prima. VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto:
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhe I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota negati-
permitem criar todo um mundo de ficção, em que persona- va...
gens se transformam em seres vivos a acompanhar os leito- II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classifi-
res, numa verdadeira interação com a realidade. cação do continente americano (2,0)...
D) As possibilidades de comunicação entre autor e leitor Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e
somente se realiza plenamente caso haja afinidade de ideias II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem dos
entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o crescimen- exemplos, em:
to intelectual deste último e o prazer da leitura. (A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o próxi-
E) Consta, na literatura mundial, obras-primas que cons- mo ano. Será que alguém tem opinião diferente da maioria?
titui leitura obrigatória e se tornam referências por seu con- (B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas.
teúdo que ultrapassa os limites de tempo e de época. Vêm pessoas de muito longe para brincar de quadrilha.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase 09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia. O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propos-
(D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas tas para o segmento grifado, deverá ser colocado no plural,
também existem umas que não merecem nossa atenção. está em:
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam. (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas)
(B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do pla-
06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) neta)
Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O
peregrinação. consumo mundial de barris de petróleo)
O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plural (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se
caso o segmento grifado seja substituído por: no custo da matéria-prima... (Constantes aumentos)
(A) Há folheteiros que (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esfor-
(B) A maior parte dos folheteiros ços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças cli-
(C) O folheteiro e sua família máticas)
(D) O grosso dos folheteiros
(E) Cada um dos folheteiros 10. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) Assi-
nale a alternativa em que a concordância das formas verbais
07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) destacadas está de acordo com a norma-padrão da língua.
Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas em: (A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higieni-
(A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel sem zação subterrânea.
preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir dessas (B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os tra-
criações poéticas tão originais. balhadores da área de limpeza.
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status atri- (C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos ris-
buído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje nas cos de se contrair alguma doença.
melhores universidades do país. (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que sete da manhã, eu já estava fazendo meu serviço.
a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
mesmos requizessem o respeito que faziam por merecer. começou a adotar medidas mais rigorosas para a proteção
(D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e de seus funcionários.
a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser
resultado do puro e simples desconhecimento. GABARITO
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os proble-
mas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de 01. A 02. A 03. A 04. E 05. A
representatividade. 06. E 07. |B 08. D 09. D 10. C

08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) RESOLUÇÃO


Observam-se corretamente as regras de concordância ver-
bal e nominal em: 1-) Fiz os acertos entre parênteses:
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica- que determinam as escolhas dos governantes, para conferir
das às mais humildes, são cada vez mais comuns nos dias legitimidade a suas decisões.
de hoje. (B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem
b) A importância de intelectuais como Edward Said e (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos valores
Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões e princípios que regem a prática política.
polêmicas de seu tempo, não estão apenas nos livros que (C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
escreveram. dadeiro regime democrático, em que se respeita (respeitam)
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.
árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto sofri- (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
mento, estejam próximos de serem resolvidos ou pelo me- crático não pode (podem) estar subordinado (subordinadas)
nos de terem alguma trégua. às ordens indiscriminadas de um único poder central.
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a ver- (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
dade, ainda que conscientes de que esta é até certo ponto tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
relativa, costumam encontrar muito mais detratores que ad- põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
miradores.
e) No final do século XX já não se via muitos intelectuais 2-)
e escritores como Edward Said, que não apenas era notícia A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa lei-
pelos livros que publicavam como pelas posições que cora- tura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimora-
josamente assumiam. mento intelectual, estão na capacidade de criação do autor,
mediante palavras, sua matéria-prima. = correta

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LÍNGUA PORTUGUESA

B) Obras que se consideram clássicas na literatura sempre 7-) Coloquei entre parênteses a forma verbal correta:
delineiam novos caminhos, pois são capazes de encantar o (A) Enquanto não se disporem (dispuserem) a considerar o
leitor ao ultrapassarem os limites da época em que vivem seus cordel sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir
autores, gênios no domínio das palavras, sua matéria-prima. dessas criações poéticas tão originais.
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhes (B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status atri-
permite criar todo um mundo de ficção, em que personagens buído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje nas
se transformam em seres vivos a acompanhar os leitores, melhores universidades do país.
numa verdadeira interação com a realidade. (C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que a si-
D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei- tuação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles mesmos
tor somente se realizam plenamente caso haja afinidade de requizessem (requeressem) o respeito que faziam por merecer.
ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o cres- (D) Se não proveem (provêm) do preconceito, a desvalori-
cimento intelectual deste último e o prazer da leitura. zação e a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode
E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que (podem) ser resultado do puro e simples desconhecimento.
constituem leitura obrigatória e se tornam referências por seu (E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu (entreviu) que os
conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de época. problemas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta
de representatividade.
3-) _Restam___dúvidas
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água 8-) Fiz as correções entre parênteses:
em si __faça __diferença a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como en-
a maioria das políticas de crescimento verde sempre ____ tre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofisticadas às
será_____ a segunda opção. mais humildes, são (é) cada vez mais comuns (comum) nos dias
Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tanto no de hoje.
plural quanto no singular. Nas alternativas não há “restam/faça/ b) A importância de intelectuais como Edward Said e Tony
serão”, portanto a A é que apresenta as opções adequadas. Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões polêmicas
de seu tempo, não estão (está) apenas nos livros que escreve-
4-) ram.
(A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre ára-
trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os bes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto sofrimento,
insumos básicos. estejam (esteja) próximos (próximo) de serem (ser) resolvidos
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- (resolvido) ou pelo menos de terem (ter) alguma trégua.
trou até agora uma maneira adequada de os insumos básicos d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a verda-
serem quantificados. de, ainda que conscientes de que esta é até certo ponto relativa,
(C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- costumam encontrar muito mais detratores que admiradores.
trou até agora uma maneira adequada para que os insumos e) No final do século XX já não se via (viam) muitos intelec-
básicos sejam quantificados. tuais e escritores como Edward Said, que não apenas era (eram)
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- notícia pelos livros que publicavam como pelas posições que
trou até agora uma maneira adequada para que os insumos corajosamente assumiam.
básicos sejam quantificados.
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- 9-)
trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem os (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) = “há”
insumos básicos. = correta permaneceria no singular
(B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do planeta)
5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos = “sabe” permaneceria no singular
aos itens: (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O consumo
(A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém tem mundial de barris de petróleo) = “dá” permaneceria no singular
(singular) (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no
(B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural) custo da matéria-prima... Constantes aumentos) = “reflete”
(C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quiseram (plural) passaria para “refletem-se”
(D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem umas (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esforços
(plural) mundiais... (a preocupação em torno das mudanças climáticas)
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas as = “pressiona” permaneceria no singular
formas estão no plural)
10-) Fiz as correções:
6-) (A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular)
A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto “fo- (B) Ainda existe muitas pessoas = existem
lheterios”) (C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos riscos
B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional) (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
C – O folheteiro e sua família vivem (sujeito composto) sete da manhã = eram
D – O grosso dos folheteiros vive/vivem (opcional) (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
E – Cada um dos folheteiros vive = somente no singular começou = começaram

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LÍNGUA PORTUGUESA

REGÊNCIA Fui ao teatro.


Adjunto Adverbial de Lugar
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus comple- Ricardo foi para a Espanha.
mentos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, Adjunto Adverbial de Lugar
criando frases não ambíguas, que expressem efetivamente o
sentido desejado, que sejam corretas e claras. - Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
Regência Verbal em ou a.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o úl-
Termo Regente: VERBO timo jogo.

A regência verbal estuda a relação que se estabelece en- Verbos Transitivos Diretos
tre os verbos e os termos que os complementam (objetos
diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos ad- Os verbos transitivos diretos são complementados por
verbiais). objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nos- para o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar
sa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de esses verbos, devemos lembrar que os pronomes oblíquos o,
conhecermos as diversas significações que um verbo pode a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem
assumir com a simples mudança ou retirada de uma prepo- assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais termina-
sição. Observe: das em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas verbais
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, con- terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando
tentar. complementos verbais, objetos indiretos.
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar agra- São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar,
do ou prazer”, satisfazer. abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar,
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar,
“agradar a alguém”. condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, esti-
mar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, res-
Saiba que: peitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
O conhecimento do uso adequado das preposições é Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- como o verbo amar:
bal (e também nominal). As preposições são capazes de mo- Amo aquele rapaz. / Amo-o.
dificar completamente o sentido do que se está sendo dito. Amo aquela moça. / Amo-a.
Veja os exemplos: Amam aquele rapaz. / Amam-no.
Cheguei ao metrô. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei no metrô.
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses ver-
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- bos para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A adnominais).
oração “Cheguei no metrô”, popularmente usada a fim de Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da lín- Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)
gua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem di- Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)
vergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns
verbos, e a regência culta. Verbos Transitivos Indiretos
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos
de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, Os verbos transitivos indiretos são complementados por
não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma
diferentes formas em frases distintas. preposição para o estabelecimento da relação de regência.
Os pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa
Verbos Intransitivos que podem atuar como objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”,
para substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a,
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É as como complementos de verbos transitivos indiretos. Com
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos os objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em
lugar dos pronomes átonos lhe, lhes.
- Chegar, Ir Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver- - Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo-
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos
indicar destino ou direção são: a, para. iguais para todos.

56
LÍNGUA PORTUGUESA

- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen- Comparar


tos introduzidos pela preposição “a”: Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Eles desobedeceram às leis do trânsito. indireto.
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma
- Responder - Tem complemento introduzido pela pre- criança.
posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a
quem” ou “ao que” se responde. Pedir
Respondi ao meu patrão. Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
Respondemos às perguntas. forma de oração subordinada substantiva) e indireto de pes-
Respondeu-lhe à altura. soa.

Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto Pedi-lhe favores.


quando exprime aquilo a que se responde, admite voz pas- Objeto Indireto Objeto Direto
siva analítica. Veja:
O questionário foi respondido corretamente. Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva
Objetiva Direta
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
tos introduzidos pela preposição “com”. Saiba que:
Antipatizo com aquela apresentadora. - A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover- gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
nam para uma minoria privilegiada. culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra
licença estiver subentendida.
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti-
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta-
vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
que, nesse grupo: Agradecer, Perdoar e Pagar. São verbos
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto
- A construção “dizer para”, também muito usada po-
indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos:
pularmente, é igualmente considerada incorreta.
Agradeço aos ouvintes a audiência.
Objeto Indireto Objeto Direto
Preferir
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indi-
Paguei o débito ao cobrador.
Objeto Direto Objeto Indireto reto introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito Prefiro trem a ônibus.
com particular cuidado. Observe:
Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado
Agradeci o presente. / Agradeci-o. sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil ve-
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. zes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefi-
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. xo existente no próprio verbo (pre).
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as. Mudança de Transitividade X Mudança de Signifi-
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. cado
Informar Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi-
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto dade, apresentam mudança de significado. O conhecimento
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. das diferentes regências desses verbos é um recurso linguís-
Informe os novos preços aos clientes. tico muito importante, pois além de permitir a correta inter-
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos pretação de passagens escritas, oferece possibilidades ex-
preços) pressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão:
- Na utilização de pronomes como complementos, veja
as construções: AGRADAR
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. - Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so- nhos, acariciar.
bre eles) Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada
quando o revê.
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. /
os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo.

57
LÍNGUA PORTUGUESA

- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agra- Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela
do a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido atitude.
pela preposição “a”. Objeto Oração Subordinada Substantiva
O cantor não agradou aos presentes. Subjetiva
O cantor não lhes agradou. Indireto Reduzida de Infinitivo

ASPIRAR Obs.: a Gramática Normativa condena as construções


- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) pessoa. Observe:
Custei para entender o problema.
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Forma correta: Custou-me entender o problema.
como ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida. (As-
pirávamos a elas) IMPLICAR
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas “lhe” e implicavam um firme propósito.
“lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela (s)”. Veja o exem- b) Ter como consequência, trazer como consequência,
plo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela) acarretar, provocar: Liberdade de escolha implica amadureci-
mento político de um povo.
ASSISTIR
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar - Como transitivo direto e indireto, significa comprome-
assistência a, auxiliar. Por exemplo: ter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões eco-
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. nômicas.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é tran-
sitivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, quem não trabalhasse arduamente.
estar presente, caber, pertencer. Exemplos:
Assistimos ao documentário. PROCEDER
Não assisti às últimas sessões. - Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
Essa lei assiste ao inquilino. cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, agir.
Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de ad-
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in- junto adverbial de modo.
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar As afirmações da testemunha procediam, não havia como
introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa conturbada refutá-las.
cidade. Você procede muito mal.

CHAMAR - Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo-


- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solici- sição” de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido
tar a atenção ou a presença de. pela preposição “a”) é transitivo indireto.
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la. O avião procede de Maceió.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. Procedeu-se aos exames.
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresen- O delegado procederá ao inquérito.
tar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo prepo-
sicionado ou não. QUERER
A torcida chamou o jogador mercenário. - Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter von-
A torcida chamou ao jogador mercenário. tade de, cobiçar.
A torcida chamou o jogador de mercenário. Querem melhor atendimento.
A torcida chamou ao jogador de mercenário. Queremos um país melhor.

CUSTAR - Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição,


- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor estimar, amar.
ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: Frutas e Quero muito aos meus amigos.
verduras não deveriam custar muito. Ele quer bem à linda menina.
Despede-se o filho que muito lhe quer.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou
transitivo indireto. VISAR
Muito custa viver tão longe da família. - Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar,
Verbo Oração Subordinada Substantiva fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
Subjetiva O homem visou o alvo.
Intransitivo Reduzida de Infinitivo O gerente não quis visar o cheque.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração
de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto bra-
sileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)

O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma
coisa).

SIMPATIZAR
Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não simpatizei com os jurados.

NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Maria namora João.

Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.

OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.

Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.

VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o filme.

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários
nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nes-
ses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos
regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atenta-
mente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

Questões sobre Regência Nominal e Verbal

01. (Administrador – FCC – 2013-adap.).


... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciências ...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) ...astros que ficam tão distantes ...
B) ...que a astronomia é uma das ciências ...
C) ...que nos proporcionou um espírito ...
D) ...cuja importância ninguém ignora ...
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ...

02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013-adap.).


... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos do sueco.
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de complementos que o grifado acima está empregado em:
A) ...que existe uma coisa chamada exército...
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra?
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro...
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.

03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.).


... constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes desiguais...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a extremos de sutileza.
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos troncos mais robustos.
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, não raro, quem...
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na serra de Tunuí...
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio, mestre e colaborador...

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LÍNGUA PORTUGUESA

04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.). A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que a
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... mídia pode exercer sobre os jovens.
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o A) dos … na
da frase acima se encontra em: B) nos … entre a
A) A palavra direito, em português, vem de directum, do C) aos … para a
verbo latino dirigere... D) sobre os … pela
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das E) pelos … sob a
sociedades...
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado 08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
pela justiça. Públicas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspira- da língua, assinale a alternativa em que os trechos desta-
ções da justiça... cados estão corretos quanto à regência, verbal ou nominal.
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o senti- A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais de
mento de justiça. dez mil tomadas.
B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver
05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alternativa um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
em que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de
junho de 2012, está correto quanto à regência nominal e à criar logotipos e negociar.
pontuação. D) O taxista levou o autor a indagar no número de to-
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamen- madas do edifício.
te, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço seja E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor repa-
mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que rasse a um prédio na marginal.
em outros.
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapida- 09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). As-
mente seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço sinale a alternativa que substitui a expressão destacada na
seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!, frase, conforme as regras de regência da norma-padrão da
do que em outros. língua e sem alteração de sentido.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapida- Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de
mente seu espaço, na carreira científica, ainda que o avanço direitos dos trabalhadores domésticos.
A) da
seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um exemplo, do
B) na
que em outros.
C) pela
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida-
D) sob a
mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço
E) sobre a
seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo
– do que em outros.
GABARITO
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente,
seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais 01. D 02. D 03. A 04. A 05. D
notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em 06. A 07. C 08. A 09. C
outros.
RESOLUÇÃO
06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a
alternativa correta quanto à regência dos termos em destaque. 1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das ou-
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a res- tras ciências ...
ponsabilidade pelo problema. Facilitar – verbo transitivo direto
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter se A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de ligação
perdido. B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo de
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho de ligação
um índio na porta do prédio. C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo transi-
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se per- tivo direto e indireto
dido de sua família. E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro =
(E) A família toda se organizou para realizar a procura à verbo transitivo indireto
garotinha.
2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito
07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale a al- nos filhos do sueco.
ternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas Pedir = verbo transitivo direto e indireto
do texto, de acordo com as regras de regência. A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = tran-
Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já assi- sitivo direto
nalavam uma relação entre os distúrbios da imagem corporal e B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de
a exposição a imagens idealizadas pela mídia. ligação

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LÍNGUA PORTUGUESA

C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia... 8-)


=verbo intransitivo B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de ha-
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevi- ver um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
mento. =transitivo direto C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em criar
logotipos e negociar.
3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de
em partes desiguais... tomadas do edifício.
Constar = verbo intransitivo E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor reparas-
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado se em um prédio na marginal.
nos troncos mais robustos. =ligação
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso- 9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de
rientam, não raro, quem... =transitivo direto direitos dos trabalhadores domésticos.
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho
na serra de Tunuí... = transitivo direto
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o 4. GÊNEROS TEXTUAIS: ANÁLISE DAS
gentio, mestre e colaborador...=transitivo direto CARACTERÍSTICAS COMPOSICIONAIS
DE EDITORIAL, NOTÍCIA, REPORTAGEM,
4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... RESENHA, CRÔNICA, CARTA, ARTIGO
Lidar = transitivo indireto DE OPINIÃO, RELATÓRIO, PARECER,
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das OFÍCIO, CHARGE, TIRA, PINTURA,
sociedades... =transitivo direto PLACA, PROPAGANDA INSTITUCIONAL/
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado EDUCACIONAL, ETC.
pela justiça. =ligação
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspira-
ções da justiça... =transitivo direto e indireto
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sen- GÊNEROS TEXTUAIS
timento de justiça. =transitivo direto
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relaciona-
5-) A correção do item deve respeitar as regras de pon- das entre si, formando um todo significativo capaz de produzir
tuação também. Assinalei apenas os desvios quanto à regên- interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar).
cia (pontuação encontra-se em tópico específico)
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam, Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em
(B) Não há dúvida de que (erros quanto à pon- cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se
tuação) com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para
(C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interliga-
à pontuação) ção dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida- entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de
mente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter
seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) um significado diferente daquele inicial.
do que em outros.
Intertexto - comumente, os textos apresentam referên-
6-) cias diretas ou indiretas a outros autores através de citações.
Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por ter
se perdido.
Interpretação de Texto - o primeiro objetivo de uma in-
(C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de
terpretação de um texto é a identificação de sua ideia princi-
um índio na porta do prédio.
pal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou funda-
(D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se perdi- mentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao
do de sua família. esclarecimento das questões apresentadas na prova.
(E) A família toda se organizou para realizar a procura
pela garotinha. Textos Ficcionais e Não Ficcionais

7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se reportou Os textos não ficcionais baseiam-se na realidade, e os fic-
já assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem cionais inventam um mundo, onde os acontecimentos ocor-
corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia. rem coerentemente com o que se passa no enredo da história.
A pesquisa faz um alerta para a influência negativa
que a mídia pode exercer sobre os jovens. Ficcionais: Conto; Crônica; Romance; Poemas; História
em Quadrinhos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Não Ficcionais: CRÔNICA

- Jornalísticos: notícia, editorial, artigos, cartas e textos Em jornais e revistas, há textos normalmente assinados
de divulgação científica. por um escritor de ficção ou por uma pessoa especializada em
determinada área (economia, gastronomia, negócios, entre ou-
- Instrucionais: didáticos, resumos, receitas, catálogos, tras) que escreve com periodicidade para uma seção (por exem-
índices, listas, verbetes em geral, bulas e notas explicativas de plo, todos os domingos para o Caderno de Economia). Esses
embalagens. textos, conhecidos como crônicas, são curtos e em geral predo-
- Epistolares: bilhetes, cartas familiares e cartas formais. minantemente narrativos, podendo apresentar alguns trechos
- Administrativos: requerimentos, ofícios e etc. dissertativos. Exemplo:

FICCIONAIS A luta e a lição

CONTO Um brasileiro de 38 anos, Vítor Negrete, morreu no Tibete


após escalar pela segunda vez o ponto culminante do planeta,
É um gênero textual que apresenta um único conflito, toma- o monte Everest. Da primeira, usou o reforço de um cilindro de
do já próximo do seu desfecho. Encerra uma história com poucas oxigênio para suportar a altura. Na segunda (e última), dispen-
personagens, e também tempo e espaço reduzido. A linguagem sou o cilindro, devido ao seu estado geral, que era considerado
pode ser formal ou informal. É uma obra de ficção que cria um ótimo. As façanhas dele me emocionaram, a bem sucedida e a
universo de seres e acontecimentos, de fantasia ou imaginação. malograda. Aqui do meu canto, temendo e tremendo toda a
Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narra- vez que viajo no bondinho do Pão de Açúcar, fico meditando
dor, personagens, ponto de vista e enredo. Classicamente, diz- sobre os motivos que levam alguns heróis a se superarem. Vitor
se que o conto se define pela sua pequena extensão. Mais curto já havia vencido o cume mais alto do mundo. Quis provar mais,
que a novela ou o romance, o conto tem uma estrutura fechada, fazendo a escalada sem a ajuda do oxigênio suplementar. O que
desenvolve uma história e tem apenas um clímax. Exemplo: leva um ser humano bem sucedido a vencer desafios assim?
Ora, dirão os entendidos, é assim que caminha a humani-
Lépida dade. Se cada um repetisse meu exemplo, ficando solidamente
instalado no chão, sem tentar a aventura, ainda estaríamos nas
Tudo lento, parado, paralisado. cavernas, lascando o fogo com pedras, comendo animais crus
- Maldição! - dizia um homem que tinha sido o melhor cor- e puxando nossas mulheres pelos cabelos, como os trogloditas
redor daquele lugar. - se é que os trogloditas faziam isso. Somos o que somos hoje
- Que tristeza a minha - lamentava uma pequena bailarina, devido a heróis que trocam a vida pelo risco. Bem verdade que
olhando para as suas sapatilhas cor-de-rosa. escalar montanhas, em si, não traz nada de prático ao resto da
Assim estava Lépida, uma cidade muito alegre que no passado humanidade que prefere ficar na cômoda planície da segurança.
fora reconhecida pela leveza e agilidade de seus habitantes. Todos Mas o que há de louvável (e lamentável) na aventura de
muito fortes, andavam, corriam e nadavam pelos seus limpos canais. Vítor Negrete é a aspiração de ir mais longe, de superar mar-
Até que chegou um terrível pirata à procura da riqueza do cas, de ir mais alto, desafiando os riscos. Não sei até que ponto
lugar. Para dominar Lépida, roubou de um mago um elixir para- ele foi temerário ao recusar o oxigênio suplementar. Mas seu
lisante e despejou no principal rio. Após beberem a água, os ha- exemplo - e seu sacrifício - é uma lição de luta, mesmo sendo
bitantes ficaram muito lentos, tão lentos que não conseguiram uma luta perdida.
impedir a maldade do terrível pirata. Seu povo nunca mais foi o (Autor: Carlos Heitor Cony.
mesmo. Lépida foi roubada em seu maior tesouro e permane- Publicado na Folha Online)
ceu estagnada por muitos anos.
Um dia nasceu um menino, que foi chamado de Zim. O ROMANCE
único entre tantos que ficou livre da maldição que passara de
geração em geração. Diferente de todos, era muito ágil e, ao O termo romance pode referir-se a dois gêneros literários.
crescer, saiu em busca de uma solução. Encontrou pelo cami- O primeiro deles é uma composição poética popular, histórica
nho bruxas de olhar feroz, gigantes de três, cinco e sete cabeças, ou lírica, transmitida pela tradição oral, sendo geralmente de
noites escuras, dias de chuva, sol intenso. Zim tudo enfrentou. autor anônimo; corresponde aproximadamente à balada me-
E numa noite morna, ao deitar-se em sua cama de folhas, dieval. E como forma literária moderna, o termo designa uma
viu ao seu lado um velho de olhos amarelos e brilhantes. Era o composição em prosa. Todo Romance se organiza a partir de
mago que havia sido roubado pelo pirata muitos anos antes. uma trama, ou seja, em torno dos acontecimentos que são or-
Zim ficou apreensivo. Mas o velho mago (que tudo sabia) deu- ganizados em uma sequência temporal. A linguagem utilizada
lhe um frasco. Nele havia um antídoto e Zim compreendeu o em um Romance é muito variável, vai depender de quem escre-
que deveria fazer. Despejou o líquido no rio de sua cidade. ve, de uma boa diferenciação entre linguagem escrita e lingua-
Lépida despertou diferente naquela manhã. Um copo gem oral e principalmente do tipo de Romance.
de água aqui, um banho ali e eram novamente braços que Quanto ao tipo de abordagem o Romance pode ser: Ur-
se mexiam, pernas que corriam, saltos e sorrisos. E a dança bano, Regionalista, Indianista e Histórico. E quanto à época
das sapatilhas cor-de-rosa. ou Escola Literária, o Romance pode ser: Romântico, Realista,
(Carla Caruso) Naturalista e Modernista.

63
LÍNGUA PORTUGUESA

POEMA

Um poema é uma obra literária geralmente apresentada em versos e estrofes (ainda que possa existir prosa poética, assim de-
signada pelo uso de temas específicos e de figuras de estilo próprias da poesia). Efetivamente, existe uma diferença entre poesia e
poema. Segundo vários autores, o poema é um objeto literário com existência material concreta, a poesia tem um carácter imaterial
e transcendente. Fortemente relacionado com a música, beleza e arte, o poema tem as suas raízes históricas nas letras de acompa-
nhamento de peças musicais. Até a Idade Média, os poemas eram cantados. Só depois o texto foi separado do acompanhamento
musical. Tal como na música, o ritmo tem uma grande importância. Um poema também faz parte de um sarau (reuniões em casas
particulares para expressar artes, canções, poemas, poesias etc). Obra em verso em que há poesia. Exemplo:

Soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passado


Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado


Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica


Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Vinicius de Moraes

HISTÓRIA EM QUADRINHOS

As primeiras manifestações das Histórias em Quadrinhos surgiram no começo do século XX, na busca de novos meios
de comunicação e expressão gráfica e visual. Entre os primeiros autores das histórias em quadrinhos estão o suíço Rudolph
Töpffer, o alemão Wilhelm Bush, o francês Georges, e o brasileiro Ângelo Agostini. A origem dos balões presentes nas histórias
em quadrinhos pode ser atribuída a personagens, observadas em ilustrações europeias desde o século XIV.
As histórias em quadrinhos começaram no Brasil no século XIX, adotando um estilo satírico conhecido como cartuns, charges
ou caricaturas e que depois se estabeleceria com as populares tiras. A publicação de revistas próprias de histórias em quadrinhos
no Brasil começou no início do século XX também. Atualmente, o estilo cômicos dos super-heróis americanos é o predominante,
mas vem perdendo espaço para uma expansão muito rápida dos quadrinhos japoneses (conhecidos como Mangá).
A leitura interpretativa de Histórias em Quadrinhos, assim como de charges, requer uma construção de sentidos que, para
que ocorra, é necessário mobilizar alguns processos de significação, como a percepção da atualidade, a representação do
mundo, a observação dos detalhes visuais e/ou linguísticos, a transformação de linguagem conotativa (sentido mais usual)
em denotativa (sentido amplificado pelo contexto, pelos aspetos socioculturais etc). Em suma, usa-se o conhecimento da rea-
lidade e de processos linguísticos para “inverter” ou “subverter” produzindo, assim, sentidos alternativos a partir de situações
extremas. Exemplo:
Observe a tirinha em quadrinhos do Calvin:

64
LÍNGUA PORTUGUESA

O objetivo do Calvin era vender ao seu pai um desenho EDITORIAL


de sua autoria pela exorbitante quantia de 500 dólares. Ele
optou por valorizar o desenho, mostrando todas as habilida- Os editoriais são textos de um jornal em que o conteúdo
des conquistadas para conseguir produzi-lo. O pai, no últi- expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe de
mo quadrinho, reconhece o empenho do filho, utilizando-se redação, sem a obrigação de ter alguma imparcialidade ou ob-
de um conector de concessão (“Ainda assim”), valorizando jetividade. Geralmente, grandes jornais reservam um espaço
a importância de tudo aquilo. Contudo, afirma que não pa- predeterminado para os editoriais em duas ou mais colunas
garia o valor pedido (como se dissesse: “sim, filho, foi um logo nas primeiras páginas internas. Os boxes (quadros) dos
esforço absurdo, mas não vou pagar por isso!”). editoriais são normalmente demarcados com uma borda ou
A graça está no fato de Calvin elaborar um discurso tipografia diferente para marcar claramente que aquele texto
“maduro” em relação ao seu desenvolvimento cognitivo e é opinativo, e não informativo. Exemplo:
motor nos dois primeiros quadrinhos e, somente depois, fi-
car claro para nós, leitores, que toda a força argumentativa Cidade paraibana é exemplo ao País
foi em prol da cobrança pelo desenho que ele mesmo fez.
Em outras palavras, o personagem empenha-se na constru- Em tempos em que estudantes escrevem receita de ma-
ção de um raciocínio em prol de uma finalidade absurda – o carrão instantâneo e transcrevem hino de clube de futebol na
que nos faz sorrir no último quadrinho, já que é somente redação do Exame Nacional do Ensino Médio e ainda obtém
nele que conseguimos “completar” o sentido. Claro, se você nota máxima no teste, uma boa notícia vem de uma pequena
conhece os quadrinhos do Calvin, sabe que ele tem ape- cidade no interior da Paraíba chamada Paulista, de cerca de 12
nas 6 anos, o que torna tudo ainda mais hilário, mas a falta mil habitantes. Alunos da Escola Municipal Cândido de Assis
deste conhecimento não prejudica em nada a interpretação Queiroga obtiveram destaque nas últimas edições da Olimpía-
textual. da Brasileira de Matemática das Escolas Públicas.
O segredo é absolutamente simples, e quem explica é a
NÃO FICCIONAIS - JORNALÍSTICOS professora Jonilda Alves Ferreira: a chave é ensinar Matemáti-
ca através de atividades do cotidiano, como fazer compras na
NOTÍCIA feira ou medir ingredientes para uma receita. Com essas ações
práticas, na edição de 2012 da Olimpíada, a escola conquistou
O principal objetivo da notícia é levar informação atual a nada menos do que cinco medalhas de ouro, duas de prata,
um público específico. A notícia conta o que ocorreu, quan- três de bronze e 12 menções honrosas. Orgulhosa, a professo-
do, onde, como e por quê. Para verificar se ela está bem ra conta que se sentia triste com a repulsa dos estudantes aos
elaborada, o emissor deve responder às perguntas: O quê? números, e teve a ideia de pô-los para vivenciar a Matemática
(fato ou fatos); Quando? (tempo); Onde? (local); Como? (de em suas vidas, aproximando-os da disciplina.
que forma) e Por quê? (causas). A notícia apresenta três par- O que parecia ser um grande desafio tornou-se realidade
tes: e, hoje, a cidade inteira orgulha-se de seus filhos campeões
olímpicos. Os estudantes paraibanos devem ser exemplo para
- Manchete (ou título principal) – resume, com obje- todo o País, que anda precisando, sim, de modelos a se ins-
tividade, o assunto da notícia. Essa frase curta e de impacto, pirar. O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes
em geral, aparece em letras grandes e destacadas. (PISA, na sigla em inglês) – o mais sério teste internacional para
- Lide (ou lead) – complementa o título principal, forne- avaliar o desempenho escolar e coordenado pela Organização
cendo as principais informações da notícia. Como a manche- para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – continua
te, sua função é despertar a atenção do leitor para o texto. sendo implacável com o Brasil. No exame publicado de 2012,
- Corpo – contém o desenvolvimento mais amplo e de- o País aparece na incômoda penúltima posição entre 40 países
talhado dos fatos. avaliados.
O teste aponta que o aprendizado de Matemática, Leitura
A notícia usa uma linguagem formal, que segue a norma e Ciências durante o ciclo fundamental é sofrível, e perdemos
culta da língua. A ordem direta, a voz ativa, os verbos de para países como Colômbia, Tailândia e México. Já passa da
ação e as frases curtas permitem fluir as ideias. É preferível a hora de as autoridades melhorarem a gestão de nossa Educa-
linguagem acessível e simples. Evite gírias, termos coloquiais ção Pública e seguir o exemplo da pequena Paulista.
e frases intercaladas. Fonte: http://www.oestadoce.com.br/noticia/
Os fatos, em geral, são apresentados de forma impes- editorial-cidade-paraibana-e-exemplo-ao-pais
soal e escritos em 3ª pessoa, com o predomínio da função
referencial, já que esse texto visa à informação. ARTIGOS
A falta de tempo do leitor exige a seleção das informa-
ções mais relevantes, vocabulário preciso e termos espe- É comum encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas,
cíficos que o ajudem a compreender melhor os fatos. Em nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por par-
jornais ou revistas impressos ou on-line, e em programas te dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geral-
de rádio ou televisão, a informação transmitida pela notícia mente apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão
precisa ser verídica, atual e despertar o interesse do leitor. através do artigo (texto jornalístico).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem a do, uma vez que este se interliga a vários fatores, tais como:
intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa assunto, público-alvo, emissor, momento histórico, dentre
apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e outros. Mas, geralmente, no primeiro e segundo parágra-
opiniões. O artigo de opinião é fundamentado em impressões fos, o autor expõe a ideia principal, sendo representada por
pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar. uma ideia ou conceito. Nos parágrafos que seguem, ocorre
O artigo deve começar com uma breve introdução, que o desenvolvimento propriamente dito da ideia, lembrando
descreva sucintamente o tema e refira os pontos mais impor- que tais argumentos são subsidiados em fontes verdadei-
tantes. Um leitor deve conseguir formar uma ideia clara sobre ramente passíveis de comprovação - comparações, dados
o assunto e o conteúdo do artigo ao ler apenas a introdução. estatísticos, relações de causa e efeito, dentre outras.
Por favor tenha em mente que embora esteja familiarizado
com o tema sobre o qual está a escrever, outros leitores da NÃO FICCIONAIS – INSTRUCIONAIS
podem não o estar. Assim, é importante clarificar cedo o con-
texto do artigo. Por exemplo, em vez de escrever: DIDÁTICOS
Guano é um personagem que faz o papel de mascote do
grupo Lily Mu. Seria mais informativo escrever: Na leitura de um texto didático, é preciso apanhar suas
Guano é um personagem da série de desenho animado ideias fundamentais. Um texto didático é um texto concei-
Kappa Mikey que faz o papel de mascote do grupo Lily Mu. tual, ou seja, não figurativo. Nele os termos significam exata-
Caracterize o assunto, especialmente se existirem opiniões mente aquilo que denotam, sendo descabida a atribuição de
diferentes sobre o tema. Seja objetivo. Evite o uso de eufemis- segundos sentidos ou valores conotativos aos termos. Num
mos e de calão ou gíria, e explique o jargão. No final do artigo texto didático devem se analisar ainda com todo o cuida-
deve listar as referências utilizadas, e ao longo do artigo deve do os elementos de coesão. Deve-se observar a expectativa
citar a fonte das afirmações feitas, especialmente se estas fo- de sentido que eles criam, para que possa entender bem o
rem controversas ou suscitarem dúvidas. texto.
O entendimento do texto didático de uma determinada
CARTAS disciplina requer o conhecimento do significado exato dos
termos com que ela opera. Conhecer esses termos significa
Na maioria dos jornais e revistas, há uma seção destina- conhecer um conjunto de princípios e de conceitos sobre
da a cartas do leitor. Ela oferece um espaço para o leitor elo- os quais repousa uma determinada ciência, certa teoria, um
giar ou criticar uma matéria publicada, ou fazer sugestões. Os campo do saber. O uso da terminologia científica dá maior
comentários podem referir-se às ideias de um texto, com as rigor à exposição, pois evita as conotações e as imprecisões
quais o leitor concorda ou não; à maneira como o assunto foi dos termos da linguagem cotidiana. Por outro lado, a de-
abordado; ou à qualidade do texto em si. É possível também finição dos termos depende do nível de público a que se
fazer alusão a outras cartas de leitores, para concordar ou não destina.
com o ponto de vista expresso nelas. A linguagem da carta Um manual de introdução à física, destinado a alunos de
costuma variar conforme o perfil dos leitores da publicação. primeiro grau, expõe um conceito de cada vez e, por con-
Pode ser mais descontraída, se o público é jovem, ou ter um seguinte, vai definindo paulatinamente os termos específi-
aspecto mais formal. Esse tipo de carta apresenta formato pa- cos dessa ciência. Num livro de física para universitários não
recido com o das cartas pessoais: data, vocativo (a quem ela é cabe a definição de termos que os alunos já deveriam saber,
dirigida), corpo do texto, despedida e assinatura. pois senão quem escreve precisaria escrever sobre tudo o
que a ciência em que ele é especialista já estudou.
TEXTOS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
RESUMOS
Sua finalidade discursiva pauta-se pela divulgação de
conhecimentos acerca do saber científico, assemelhando-se, Resumo é uma exposição abreviada de um aconteci-
portanto, com os demais gêneros circundantes no meio edu- mento. Fazer um resumo significa apresentar o conteúdo
cacional como um todo, entre eles, textos didáticos e verbetes de forma sintética, destacando as informações essenciais do
de enciclopédias. Mediante tal pressuposto, já temos a ideia conteúdo de um livro, artigo, argumento de filme, peça tea-
do caráter condizente à linguagem, uma vez que esta se per- tral, etc. A elaboração de um resumo exige análise e inter-
faz de características marcantes - a objetividade, isentando-se pretação do conteúdo para que sejam transmitidas as ideias
de traços pessoais por parte do emissor, como também por mais importantes.
obedecer ao padrão formal da língua. Outro aspecto passí- Escrever um texto em poucas linhas ajuda o aluno a de-
vel de destaque é o fato de que no texto científico, às vezes, senvolver a sua capacidade de síntese, objetividade e cla-
temos a oportunidade de nos deparar com determinadas ter- reza: três fatores que serão muito importantes ao longo da
minologias e conceitos próprios da área científica a que eles vida escolar. Além de ser um ótimo instrumento de estudo
se referem. da matéria para fazer um teste. Resumo é sinônimo de “re-
Veiculados por diversos meios de comunicação, seja em capitulação”, quando, ao final de cada capítulo de um livro é
jornais, revistas, livros ou meio eletrônico, compartilham-se apresentado um breve texto com as ideias chave do assunto
com uma gama de interlocutores. Razão esta que incide na introduzido. Outros sinônimos de resumo são: sinopse, su-
forma como se estruturam, não seguindo um padrão rígi- mário, síntese, epítome e compêndio.

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LÍNGUA PORTUGUESA

RECEITAS ausência de palavras que expressem subjetividade (opiniões,


impressões e sensações); no nível sintático, simplificação das
A receita tem como objetivo informar a fórmula de um construções; e no nível estilístico, denotação (ausência de
produto seja ele industrial ou caseiro, contando detalhada- ornamentos e figuras de linguagem).
mente sobre seu preparo. É uma sequência de passos para a É comum a presença de terminologia especializada na
preparação de alimentos. As receitas geralmente vêm com construção do verbete, embora sua frequência varie conforme
seus verbos no modo imperativo, para dar ordens de como o público consumidor da obra de referência em que se insere
preparar seu prato seja ele qual for. Elas são encontradas o texto. Elementos de linguagens não verbais (especialmente
em diversas fontes como: livros, sites, programas (TV/Rádio), pictóricos) são tradicionalmente agregados ao verbete com
revistas ou até mesmo em jornais e panfletos. A receita tam- função de esclarecimento.
bém ajuda a fazer vários tipos de pratos típicos e saudáveis
e até sobremesas deliciosas. BULAS
CATÁLOGOS
Bula pode referir-se a:
Catálogo é uma relação ordenada de coisas ou pessoas
Bula Pontifícia - documento expedido pela Santa Sé.
com descrições curtas a respeito de cada uma. Espécie de li-
vro, guia ou sumário que contém informações sobre lugares, Refere-se não ao conteúdo e à solenidade de um documen-
pessoas, produtos e outros. Têm o objetivo de dar opções to pontifício, como tal, mas à apresentação, à forma exter-
para uma melhor escolha. na do documento, a saber, lacrado com pequena bola (em
latim, “bulla”) de cera ou metal, em geral, chumbo. Assim,
ÍNDICES existem Litterae Apostolicae (carta apostólica) em forma ou
não de bula e também Constituição Apostólica em forma
Enumeração detalhada dos assuntos, nomes de pes- de bula. Por exemplo, a carta apostólica “Munificentissimus
soas, nomes geográficos, acontecimentos, etc., com a indi- Deus”, bem como as Constituições Apostólicas de criação de
cação de sua localização no texto. dioceses. A bula mais antiga que se conhece é do Papa Aga-
pito I (535), conservada apenas em desenho. O mais antigo
LISTAS original conservado é do Papa Adeodato I (615-618).

Enumeração de elementos selecionados do texto, tais Bula (medicamento) - folha com informações sobre
como datas, ilustrações, exemplo, tabelas etc., na ordem de medicamentos. Nome que se dá ao conjunto de informa-
sua ocorrência. ções sobre um medicamento que obrigatoriamente os labo-
ratórios farmacêuticos devem acrescentar à embalagem de
VERBETES EM GERAL seus produtos vendidos no varejo. As informações podem
ser direcionadas aos usuários dos medicamentos, aos pro-
O verbete é um tipo de texto predominantemente des- fissionais de saúde ou a ambos.
critivo. A elaboração reflete o conflito seminal que define a
elegância científica: a negociação constante entre síntese e NOTAS EXPLICATIVAS DE EMBALAGENS
exaustividade. Os padrões do gênero valorizam tanto a bre-
vidade e a abordagem direta dos temas quanto o detalha- As notas explicativas servem para que o fabricante do
mento e a completude da informação. produto esclareça ou explique aspectos da composição, nu-
É um texto escrito, de caráter informativo, destinado a
trição, advertências a respeito do produto.
explicar um conceito segundo padrões descritivos sistemá-
ticos, determinados pela obra de referência da qual faz par-
NÃO FICCIONAIS – EPISTOLARES
te: mais comumente, um dicionário ou uma enciclopédia. O
verbete é essencialmente destinado a consulta, o que lhe
impõe uma construção discursiva sucinta e de acesso ime- BILHETES
diato, embora isso não incorra necessariamente em curta
extensão. Geralmente, os verbetes abordam conceitos bem O bilhete é uma mensagem curta, trocada entre as
estabelecidos em algum paradigma acadêmico-científico, pessoas, para pedir, agradecer, oferecer, informar, descul-
ao invés de entrar em polêmicas referentes a categorias teó- par ou perguntar. O bilhete é composto normalmente de:
ricas discutíveis. data, nome do destinatário antecedido de um cumprimento,
Por sua pretensão universalista e pela posição respeitá- mensagem, despedida e nome do remetente. Exemplo:
vel que ocupa no sistema de valores da cultura racionalista, Belinha,
espera-se que todo verbete siga as normas padrão de uso Passei na sua casa para contar o que aconteceu comigo
da língua escrita, em um nível elevado de formalidade. Por ontem à noite.
sua natureza sistemática e por ser destinado à consulta, es- Telefone para mim hoje à tarde, que eu vou contar tudi-
pera-se que a linguagem do verbete seja também o mais nho para você!
objetiva possível. As consequências gramaticais desse prin- Um beijinho da amiga Juliana. 14/03/2013
cípio são: no nível lexical, precisão na escolha dos termos e

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LÍNGUA PORTUGUESA

CARTAS FAMILIARES E CARTAS FORMAIS OFÍCIOS

A carta é um dos instrumentos mais úteis em situações O Ofício deve conter as seguintes partes:
diversas. É um dos mais antigos meios de comunicação. Em
uma carta formal é preciso ter cuidado na coerência do tra- - Tipo e número do expediente, seguido da sigla do
tamento, por exemplo, se começamos a carta no tratamento órgão que o expede. Exemplos:
em terceira pessoa devemos ir até o fim em terceira pessoa,
seguindo também os pronomes e formas verbais na terceira Of. 123/2002-MME
pessoa. Há vários tipos de cartas, o formato da carta depen- Aviso 123/2002-SG
de do seu conteúdo: Mem. 123/2002-MF
- Carta Pessoal é a carta que escrevemos para amigos,
parentes, namorado(a), o remetente é a própria pessoa que - Local e data. Devem vir por extenso com alinhamento
assina a carta, estas cartas não têm um modelo pronto, são à direita. Exemplo:
escritas de uma maneira particular.
- Carta Comercial se torna o meio mais efetivo e seguro Brasília, 20 de maio de 2013
de comunicação dentro de uma organização. A linguagem - Assunto. Resumo do teor do documento. Exemplos:
deve ser clara, simples, correta e objetiva. 
Assunto: Produtividade do órgão em 2012.
A carta ao ser escrita deve ser primeiramente bem ana- Assunto: Necessidade de aquisição de novos computado-
lisada em termos de língua portuguesa, ou seja, deve-se ob- res.
servar a concordância, a pontuação e a maneira de escrever
com início, meio e então o fim, contendo também um cabe- - Destinatário. O nome e o cargo da pessoa a quem é
çalho e se for uma carta formal, deve conter pronomes de dirigida a comunicação. No caso do ofício, deve ser incluído
tratamento (Senhor, Senhora, V. Ex.ª etc.) e por fim a finali- também o endereço.
zação da carta que deve conter somente um cumprimento
formal ou não (grato, beijos, abraços, adeus etc.). Depois de - Texto. Nos casos em que não for de mero encaminha-
todos esses itens terem sido colocados na carta, a mesma mento de documentos, o expediente deve conter a seguinte
deverá ser colocada em um envelope para ser enviado ao estrutura:
destinatário. Na parte de trás e superior do envelope deve-
se conter alguns dados muito importantes tais como: nome Introdução: que se confunde com o parágrafo de aber-
do destinatário, endereço (rua, bairro e cidade) e por fim o tura, na qual é apresentado o assunto que motiva a comu-
CEP. Já o remetente (quem vai enviar a carta), também deve nicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho
inserir na carta os mesmos dados que o do destinatário, que o prazer de”, “Cumpreme informar que”, empregue a forma
devem ser escritos na parte da frente do envelope. E por fim direta;
deve ser colocado no envelope um selo que serve para que
a carta seja levada à pessoa mencionada. Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se
o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas
NÃO FICCIONAIS – ADMINISTRATIVOS devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere
maior clareza à exposição;
REQUERIMENTOS
Conclusão: em que é reafirmada ou simplesmente rea-
É o instrumento por meio do qual o interessado requer presentada a posição recomendada sobre o assunto.
a uma autoridade administrativa um direito do qual se julga
detentor. Estrutura: Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto
- Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ou nos casos em que estes estejam organizados em itens ou
seja, da autoridade competente. títulos e subtítulos.
- Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do reque-
rente (grafado em letras maiúsculas) e respectiva qualifica- CARTUM, CHARGE, PROPAGANDA , ETC
ção: nacionalidade, estado civil, profissão, documento de
identidade, idade (se maior de 60 anos, para fins de prefe- O cartum tem a característica de uma anedota gráfica
rência na tramitação do processo, segundo a Lei 10.741/03), em que podemos visualizar a presença da linguagem ver-
e domicílio (caso o requerente seja servidor da Câmara dos bal associada à não verbal. Suas abordagens dizem respeito
Deputados, precedendo à qualificação civil deve ser coloca- a situações relacionadas ao comportamento humano, mas
do o número do registro funcional e a lotação); Exposição do não estão situadas no tempo, por isso são denominadas de
pedido, de preferência indicando os fundamentos legais do atemporais e universais, ou seja, não fazem referência a uma
requerimento e os elementos probatórios de natureza fática. personalidade em específico. Vejamos um exemplo:
- Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”.
- Local e data.
- Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Cartum de Glasbergen - americano cartunista e ilustrador humorístico

Constatamos que o cartum em referência aponta para o fato de as pessoas estarem tão acostumadas às redes sociais
que até um bebê que ainda não nasceu já possui mais amigos no Facebook que os próprios pais, revelando uma crítica a esse
comportamento tão recorrente.

A charge, um tanto quanto diferente do cartum, satiriza situações específicas, situadas no tempo e no espaço, razão pela
qual se encontra sempre apontando para um personagem da vida pública em geral, às vezes um artista, outras vezes um
político, enfim. Em se tratando da linguagem, também costuma associar linguagem verbal e não verbal. Outro aspecto para
o qual devemos atentar diz respeito ao fato de a charge, expressa na língua francesa, possuir significado de “carga”, aderindo
por completo à intenção do chargista, ou seja, a de que ele realmente atua de forma crítica numa situação de ordem social e
política. Veja um exemplo:

Charge de Júlio Costa Neto – jornalista e desenhista

Ao nos atermos à charge em questão, ficamos convencidos de que o autor aponta para a tendência que as pessoas tra-
zem consigo de que um dos meios de ganhar dinheiro é entrando na política, sobretudo pela desonestidade, pela corrupção
que se manifesta nesse meio, razão pela qual o personagem respondeu à professora dessa forma.

Infografia ou infográficos são gráficos com algumas informações. Em revistas os infográficos são caracterizados pela
junção de textos breves com ilustrações explicativas para o leitor entender o conteúdo. Esses gráficos são usados quando a
informação precisa ser explicada de forma mais dinâmica, como em mapas, jornalismo e manuais técnicos, educativos ou cien-
tíficos. É um recurso muitas vezes complexo, podendo se utilizar da combinação de fotografia, desenho e texto. Eles facilitam
a compreensão de matérias em que apenas texto dificultaria o entendimento.
No design de jornais, por exemplo, o infográfico costuma ser usado para descrever como aconteceu determinado fato,
quais suas consequências. Além de explicar, por meio de ilustrações, diagramas e textos, fatos que o texto ou a foto não con-
seguem detalhar com a mesma eficiência.
Também são úteis para cientistas como ferramentas de comunicação visual, sendo aplicados em todos os aspectos da
visualização científica.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Infografia

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LÍNGUA PORTUGUESA

A Propaganda Institucional é uma forma de publicidade que não se refere ao produto em si, e sim à empresa ou ins-
tituição, visando à disseminação de ideias no intuito de moldar e influenciar a opinião pública, motivando comportamentos
desejados por uma instituição ou provocando mudanças na imagem pública desta instituição. Fala-se da sua importância para
a sociedade, dos empregos que ela gera, da sua contribuição para o progresso do país, enfim, das coisas boas que a empresa
faz. Assim, cria-se uma imagem positiva da marca. É utilizada para criar no público um estado de confiança nas instituições, o
qual se refletirá no futuro em suporte e apoio da população a estas instituições.

A reportagem é um gênero de texto jornalístico que transmite uma informação por meio da televisão, rádio, revista.
O objetivo da reportagem é levar os fatos ao leitor ou telespectador de maneira abrangente. Isso implica em um fator
essencial a um jornalista: falar bem e escrever bem.
Se televisionada, a reportagem deve ser transmitida por um repórter que possui dicção pausada, clara e linguagem direta,
precisa e sem incoerências. Além de saber utilizar a entonação que dá vida às palavras, uma vez que representa na fala os
sinais de pontuação!
Se impressa, a reportagem deve demonstrar capacidade intelectual, criatividade, sensibilidade quanto aos fatos e uma
escrita coerente, que dinamiza a leitura e a torna fluente. Por essas questões, a subjetividade está mais presente nesse tipo de
reportagem do que no outro, apontado acima.
Atualmente, com o desenvolvimento dos softwares, os repórteres têm mais recursos visuais e gráficos disponíveis, o que
chama a atenção para a notícia.
Em meio aos fatos presenciados e que deverão ser transmitidos, cada repórter tem seu estilo próprio de conduzir ou de
narrar os acontecimentos. Por isso, a reportagem pode ser a mesma, mas a maneira como é comunicada é diferente de um
profissional para outro.

Qual a diferença entre notícia e reportagem? A primeira informa fatos de maneira mais objetiva e aponta as razões e
efeitos. A segunda vai mais a fundo, faz investigações, tece comentários, levanta questões, discute, argumenta.
A reportagem escrita é dividida em três partes: manchete, lead e corpo.
Manchete: compreende o título da reportagem que tem como objetivo resumir o que será dito. Além disso, deve desper-
tar o interesse do leitor.
Lead: pequeno resumo que aparece depois do título, a fim de chamar mais ainda a atenção do leitor.
Corpo: desenvolvimento do assunto abordado com linguagem direcionada ao público-alvo.

A tira de jornal ou tirinha, como é mais conhecida, é um gênero textual que surgiu nos Estados Unidos devido à falta de
espaço nos jornais para a publicação passatempos. O nome “tirinha” remete ao formato do texto, que parece um “recorte” de
jornal. Um dos pioneiros na criação da tira foi o americano Bud Fisher, autor da tira Mutt e Jeff.
No Brasil, um dos pioneiros na criação e publicação de tiras foi Maurício de Sousa, que começou publicando a tira do
cãozinho Bidu, no fim da década de 1950, no jornal Folha de São Paulo. Maurício de Sousa criou uma série de outros persona-
gens que ficaram famosíssimos, como a Mônica, o Cascão, o Cebolinha, dentre outros, e que ganharam, posteriormente, suas
próprias revistas de histórias em quadrinhos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Este gênero textual apresenta geralmente uma temática humorística, contudo não raro encontramos tirinhas satíricas, de
cunho social ou político, metafísicas, ou até mesmo eróticas.
É comum as tiras centrarem-se em um personagem principal, que estabelece relação com outros personagens “menores”,
e que representa uma época remota, um país, um estereótipo de alguma cultura etc.

RESPOSTA: “D”.

5. ESTILO E REGISTRO: VARIEDADES


LINGUÍSTICAS, FORMALIDADE E
INFORMALIDADE, FORMAS DE
TRATAMENTO, PROPRIEDADE LEXICAL,
ADEQUAÇÃO COMUNICATIVA.
5. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: ESTILÍSTICA,
SOCIOCULTURAL, GEOGRÁFICA, HISTÓRICA.
VARIAÇÃO ENTRE MODALIDADES DA
LÍNGUA (FALA E ESCRITA). NORMA E USO.

Variação Linguística

“Há uma grande diferença se fala um deus ou um herói; se um velho amadurecido ou um jovem impetuoso na flor da idade;
se uma matrona autoritária ou uma dedicada; se um mercador errante ou um lavrador de pequeno campo fértil (...)”
Todas as pessoas que falam uma determinada língua conhecem as estruturas gerais, básicas, de funcionamento podem
sofrer variações devido à influência de inúmeros fatores. Tais variações, que às vezes são pouco perceptíveis e outras vezes
bastantes evidentes, recebem o nome genérico de variedades ou variações linguísticas.
Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação.
Sabe-se que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o mesmo significado dentro de um mesmo contexto.
Suponham-se, por exemplo, os dois enunciados a seguir:
Veio me visitar um amigo que eu morei na casa dele faz tempo.
Veio visitar-me um amigo em cuja casa eu morei há anos.
Qualquer falante do português reconhecerá que os dois enunciados pertencem ao seu idioma e têm o mesmo sentido,
mas também que há diferenças. Pode dizer, por exemplo, que o segundo é de gente mais “estudada”.
Isso é prova de que, ainda que intuitivamente e sem saber dar grandes explicações, as pessoas têm noção de que existem
muitas maneiras de falar a mesma língua. É o que os teóricos chamam de variações linguísticas.
As variações que distinguem uma variante de outra se manifestam em quatro planos distintos, a saber: fônico, morfoló-
gico, sintático e lexical.

Variações Fônicas
São as que ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da palavra. Os exemplos de variação fônica são abun-
dantes e, ao lado do vocabulário, constituem os domínios em que se percebe com mais nitidez a diferença entre uma variante
e outra. Entre esses casos, podemos citar:
- a queda do “r” final dos verbos, muito comum na linguagem oral no português: falá, vendê, curti (em vez de curtir),
compô.

71
LÍNGUA PORTUGUESA

- o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu - a ausência da preposição adequada antes do pronome
me alembro, o pássaro avoa, formas comuns na linguagem relativo em função de complemento verbal: são pessoas que
clássica, hoje frequentes na fala caipira. (em vez de: de que) eu gosto muito; este é o melhor filme que
- a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, (em vez de a que) eu assisti; você é a pessoa que (em vez de
marelo (amarelo), margoso (amargoso), características na lin- em que) eu mais confio.
guagem oral coloquial. - a substituição do pronome relativo “cujo” pelo prono-
- a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis me “que” no início da frase mais a combinação da preposição
(Petrópolis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas elas for- “de” com o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu já co-
mam típicas de pessoas de baixa extração social. nhecia a família dele (em vez de ...cuja família eu já conhecia).
- A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maio- - a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo
ria das regiões do Brasil) ou como “l” (em certas regiões do quando se trata de verbos no imperativo: Entra, que eu quero
Rio Grande do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na falar com você (em vez de contigo); Fala baixo que a sua (em
linguagem caipira): quintau, quintar, quintal; pastéu, paster, vez de tua) voz me irrita.
pastel; faróu, farór, farol. - ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles
- deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, pre- chegou tarde (em grupos de baixa extração social); Faltou na-
guntar, estrupo, cardeneta, típicos de pessoas de baixa extra- quela semana muitos alunos; Comentou-se os episódios.
ção social.
Variações Léxicas
Variações Morfológicas
É o conjunto de palavras de uma língua. As variantes
São as que ocorrem nas formas constituintes da palavra. do plano do léxico, como as do plano fônico, são muito
Nesse domínio, as diferenças entre as variantes não são tão numerosas e caracterizam com nitidez uma variante em
numerosas quanto as de natureza fônica, mas não são des- confronto com outra. Eis alguns, entre múltiplos exem-
prezíveis. Como exemplos, podemos citar: plos possíveis de citar:
- o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para - a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito
criar o superlativo de adjetivos, recurso muito característico para formar o grau superlativo dos adjetivos, características
da linguagem jovem urbana: um cara hiper-humano (em vez da linguagem jovem de alguns centros urbanos: maior legal;
de humaníssimo), uma prova hiperdifícil (em vez de dificíli- maior difícil; Esse amigo é um carinha maior esforçado.
ma), um carro hiperpossante (em vez de possantíssimo). - as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e,
- a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos às vezes, tão surpreendentes, que têm sido objeto de piada de
regulares: ele interviu (interveio), se ele manter (mantiver), se lado a lado do Oceano. Em Portugal chamam de cueca aquilo
ele ver (vir) o recado, quando ele repor (repuser). que no Brasil chamamos de calcinha; o que chamamos de fila
- a conjugação de verbos regulares pelo modelo de irre- no Brasil, em Portugal chamam de bicha; café da manhã em
gulares: vareia (varia), negoceia (negocia). Portugal se diz pequeno almoço; camisola em Portugal traduz
- uso de substantivos masculinos como femininos ou vi- o mesmo que chamamos de suéter, malha, camiseta.
ce-versa: duzentas gramas de presunto (duzentos), a cham-
panha (o champanha), tive muita dó dela (muito dó), mis- Designações das Variantes Lexicais:
tura do cal (da cal).
- a omissão do “s” como marca de plural de substantivos - Arcaísmo: diz-se de palavras que já caíram de uso e,
e adjetivos (típicos do falar paulistano): os amigo e as amiga, por isso, denunciam uma linguagem já ultrapassada e enve-
os livro indicado, as noite fria, os caso mais comum. lhecida. É o caso de reclame, em vez de anúncio publicitário;
- o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espe- na década de 60, o rapaz chamava a namorada de broto (hoje
ro que o Brasil reflete (reflita) sobre o que aconteceu nas úl- se diz gatinha ou forma semelhante), e um homem bonito
timas eleições; Se eu estava (estivesse) lá, não deixava acon- era um pão; na linguagem antiga, médico era designado pelo
tecer; Não é possível que ele esforçou (tenha se esforçado) nome físico; um bobalhão era chamado de coió ou bocó; em
mais que eu. vez de refrigerante usava-se gasosa; algo muito bom, de qua-
lidade excelente, era supimpa.
Variações Sintáticas
- Neologismo: é o contrário do arcaísmo. Trata-se de pa-
Dizem respeito às correlações entre as palavras da fra- lavras recém-criadas, muitas das quais mal ou nem estraram
se. No domínio da sintaxe, como no da morfologia, não são para os dicionários. A moderna linguagem da computação
tantas as diferenças entre uma variante e outra. Como exem- tem vários exemplos, como escanear, deletar, printar; outros
plo, podemos citar: exemplos extraídos da tecnologia moderna são mixar (fazer a
- o uso de pronomes do caso reto com outra função combinação de sons), robotizar, robotização.
que não a de sujeito: encontrei ele (em vez de encontrei-o)
na rua; não irão sem você e eu (em vez de mim); nada houve - Estrangeirismo: trata-se do emprego de palavras
entre tu (em vez de ti) e ele. emprestadas de outra língua, que ainda não foram aportu-
- o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em guesadas, preservando a forma de origem. Nesse caso, há
vez de “o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi ontem. muitas expressões latinas, sobretudo da linguagem jurídica,

72
LÍNGUA PORTUGUESA

tais como: habeas-corpus (literalmente, “tenhas o corpo” ou, Tipos de Variação


mais livremente, “estejas em liberdade”), ipso facto (“pelo Não tem sido fácil para os estudiosos encontrar para
próprio fato de”, “por isso mesmo”), ipsis litteris (textualmen- as variantes linguísticas um sistema de classificação que seja
te, “com as mesmas letras”), grosso modo (“de modo grossei- simples e, ao mesmo tempo, capaz de dar conta de todas as
ro”, “impreciso”), sic (“assim, como está escrito”), data venia diferenças que caracterizam os múltiplos modos de falar den-
(“com sua permissão”). tro de uma comunidade linguística. O principal problema é que
As palavras de origem inglesas são inúmeras: insight os critérios adotados, muitas vezes, se superpõem, em vez de
(compreensão repentina de algo, uma percepção súbita), atuarem isoladamente.
feeling (“sensibilidade”, capacidade de percepção), briefing As variações mais importantes, para o interesse do concur-
(conjunto de informações básicas), jingle (mensagem publi- so público, são os seguintes:
citária em forma de música).
Do francês, hoje são poucos os estrangeirismos que - Sócio-Cultural: Esse tipo de variação pode ser percebido
ainda não se aportuguesaram, mas há ocorrências: hor- com certa facilidade. Por exemplo, alguém diz a seguinte frase:
s-concours (“fora de concurso”, sem concorrer a prêmios),
tête-à-tête (palestra particular entre duas pessoas), esprit de “Tá na cara que eles não teve peito de encará os ladrão.”
corps (“espírito de corpo”, corporativismo), menu (cardápio), (frase 1)
à la carte (cardápio “à escolha do freguês”), physique du rôle
(aparência adequada à caracterização de um personagem). Que tipo de pessoa comumente fala dessa maneira? Va-
mos caracterizá-la, por exemplo, pela sua profissão: um advo-
- Jargão: é o lexo típico de um campo profissional como gado? Um trabalhador braçal de construção civil? Um médico?
a medicina, a engenharia, a publicidade, o jornalismo. No Um garimpeiro? Um repórter de televisão?
jargão médico temos uso tópico (para remédios que não de- E quem usaria a frase abaixo?
vem ser ingeridos), apneia (interrupção da respiração), AVC
ou acidente vascular cerebral (derrame cerebral). No jargão “Obviamente faltou-lhe coragem para enfrentar os ladrões.”
jornalístico chama-se de gralha, pastel ou caco o erro tipo- (frase 2)
gráfico como a troca ou inversão de uma letra. A palavra
lide é o nome que se dá à abertura de uma notícia ou re- Sem dúvida, associamos à frase 1 os falantes pertencentes
portagem, onde se apresenta sucintamente o assunto ou se
a grupos sociais economicamente mais pobres. Pessoas que,
destaca o fato essencial. Quando o lide é muito prolixo, é
muitas vezes, não frequentaram nem a escola primária, ou,
chamado de nariz-de-cera. Furo é notícia dada em primeira
quando muito, fizeram-no em condições não adequadas.
mão. Quando o furo se revela falso, foi uma barriga. Entre os
Por outro lado, a frase 2 é mais comum aos falantes que
jornalistas é comum o uso do verbo repercutir como transiti-
tiveram possibilidades sócio-econômicas melhores e puderam,
vo direto: __ Vá lá repercutir a nptícia de renúncia! (esse uso é
por isso, ter um contato mais duradouro com a escola, com a
considerado errado pela gramática normativa).
leitura, com pessoas de um nível cultural mais elevado e, dessa
- Gíria: é o lexo especial de um grupo (originariamen- forma, “aperfeiçoaram” o seu modo de utilização da língua.
te de marginais) que não deseja ser entendido por outros Convém ficar claro, no entanto, que a diferenciação feita
grupos ou que pretende marcar sua identidade por meio da acima está bastante simplificada, uma vez que há diversos ou-
linguagem. Existe a gíria de grupos marginalizados, de gru- tros fatores que interferem na maneira como o falante escolhe
pos jovens e de segmentos sociais de contestação, sobre- as palavras e constrói as frases. Por exemplo, a situação de uso
tudo quando falam de atividades proibidas. A lista de gírias da língua: um advogado, num tribunal de júri, jamais usaria a
é numerosíssima em qualquer língua: ralado (no sentido de expressão “tá na cara”, mas isso não significa que ele não possa
afetado por algum prejuízo ou má-sorte), ir pro brejo (ser usá-la numa situação informal (conversando com alguns ami-
malsucedido, fracassar, prejudicar-se irremediavelmente), gos, por exemplo).
cara ou cabra (indivíduo, pessoa), bicha (homossexual mas- Da comparação entre as frases 1 e 2, podemos concluir que
culino), levar um lero (conversar). as condições sociais influem no modo de falar dos indivíduos,
gerando, assim, certas variações na maneira de usar uma mes-
- Preciosismo: diz-se que é preciosista um léxico exces- ma língua. A elas damos o nome de variações sócio-culturais.
sivamente erudito, muito raro, afetado: Escoimar (em vez de
corrigir); procrastinar (em vez de adiar); discrepar (em vez de - Geográfica: é, no Brasil, bastante grande e pode ser fa-
discordar); cinesíforo (em vez de motorista); obnubilar (em cilmente notada. Ela se caracteriza pelo acento linguístico, que
vez de obscurecer ou embaçar); conúbio (em vez de casa- é o conjunto das qualidades fisiológicas do som (altura, timbre,
mento); chufa (em vez de caçoada, troça). intensidade), por isso é uma variante cujas marcas se notam
principalmente na pronúncia. Ao conjunto das características
- Vulgarismo: é o contrário do preciosismo, ou seja, da pronúncia de uma determinada região dá-se o nome de
o uso de um léxico vulgar, rasteiro, obsceno, grosseiro. É o sotaque: sotaque mineiro, sotaque nordestino, sotaque gaú-
caso de quem diz, por exemplo, de saco cheio (em vez de cho etc. A variação geográfica, além de ocorrer na pronún-
aborrecido), se ferrou (em vez de se deu mal, arruinou-se), cia, pode também ser percebida no vocabulário, em certas
feder (em vez de cheirar mal), ranho (em vez de muco, secre- estruturas de frases e nos sentidos diferentes que algumas
ção do nariz). palavras podem assumir em diferentes regiões do país.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Leia, como exemplo de variação geográfica, o trecho Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhu-
abaixo, em que Guimarães Rosa, no conto “São Marcos”, re- ma palavra ou locução atual, pelo seu ouvido, sem registrá-la.
cria a fala de um típico sertanejo do centro-norte de Minas: Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu
avô; talvez ele não entenda o que você diz.
“__ Mas você tem medo dele... [de um feiticeiro chamado O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet,
Mangolô!]. a chacrete, o linóleo, o nylon, o nycron, o ditafone, a informática,
__ Há-de-o!... Agora, abusar e arrastar mala, não faço. a dublagem, o sinteco, o telex... Existiam em 1940?
Não faço, porque não paga a pena... De primeiro, quando eu Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a
era moço, isso sim!... Já fui gente. Para ganhar aposta, já fui, de motoneta, a Velo-Solex, o biquíni, o módulo lunar, o antibiótico,
noite, foras d’hora, em cemitério... (...). Quando a gente é novo, o enfarte, a acumputura, a biônica, o acrílico, o ta legal, a apar-
gosta de fazer bonito, gosta de se comparecer. Hoje, não, estou theid, o som pop, as estruturas e a infraestrutura.
percurando é sossego...” Não esqueça também (seria imperdoável) o Terceiro Mun-
do, a descapitalização, o desenvolvimento, o unissex, o bandei-
- Histórica: as línguas não são estáticas, fixas, imutáveis. rinha, o mass media, o Ibope, a renda per capita, a mixagem.
Elas se alteram com o passar do tempo e com o uso. Muda a Só? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o servo-
forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o sentido delas. mecanismo, as algias, a coca-cola, o superego, a Futurologia, a
Essas alterações recebem o nome de variações históricas. homeostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene, o Incra, a
Os dois textos a seguir são de Carlos Drummond de Andra- Unesco, o Isop, a Oea, e a ONU.
de. Neles, o escritor, meio em tom de brincadeira, mostra como Estão reclamando, porque não citei a conotação, o conglo-
a língua vai mudando com o tempo. No texto I, ele fala das pa- merado, a diagramação, o ideologema, o idioleto, o ICM, a IBM,
lavras de antigamente e, no texto II, fala das palavras de hoje. o falou, as operações triangulares, o zoom, e a guitarra elétrica.
Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra ten-
Texto I sora, vela de ignição, engarrafamento, Detran, poliéster, filhotes
Antigamente de bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, carnet da
girafa, poluição.
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e Fundos de investimento, e daí? Também os de incentivos fis-
eram todas mimosas e prendadas. Não fazia anos; completa-
cais. Knon-how. Barbeador elétrico de noventa microrranhuras.
vam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sen-
Fenolite, Baquelite, LP e compacto. Alimentos super congelados.
do rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas
Viagens pelo crediário, Circuito fechado de TV Rodoviária. Argh!
ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levantam tábua, o
Pow! Click!
remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra fregue-
Não havia nada disso no Jornal do tempo de Venceslau
sia. (...) Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo
Brás, ou mesmo, de Washington Luís. Algumas coisas começam
para tomar a fresca; e também tomava cautela de não apanhar
sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tar- a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para
de ao cinematógrafo, chupando balas de alteia. Ou sonhavam consumo geral. A enumeração caótica não é uma invenção críti-
em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em ca de Leo Spitzer. Está aí, na vida de todos os dias. Entre palavras
camisas de onze varas, e até em calças pardas; não admira que circulamos, vivemos, morremos, e palavras somos, finalmente,
dessem com os burros n’agua. mas com que significado?
(...) Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos (Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa,
queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso punham Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988)
a mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a
tramontana. A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a - De Situação: aquelas que são provocadas pelas alte-
desfeita que lhe faziam quando, por exemplo, insinuavam que rações das circunstâncias em que se desenrola o ato de co-
seu filho era artioso. Verdade seja que às vezes os meninos eram municação. Um modo de falar compatível com determinada
mesmo encapetados; chegavam a pitar escondido, atrás da igre- situação é incompatível com outra:
ja. As meninas, não: verdadeiros cromos, umas teteias.
(...) Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os Ô mano, ta difícil de te entendê.
meninos, lombrigas; asthma os gatos, os homens portavam ce-
roulas, bortinas a capa de goma (...). Não havia fotógrafos, mas Esse modo de dizer, que é adequado a um diálogo em
retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam. situação informal, não tem cabimento se o interlocutor é o
Mas tudo isso era antigamente, isto é, doutora. professor em situação de aula.
Texto II Assim, um único indivíduo não fala de maneira uniforme
em todas as circunstâncias, excetuados alguns falantes da lin-
Entre Palavras guagem culta, que servem invariavelmente de uma linguagem
formal, sendo, por isso mesmo, considerados excessivamente
Entre coisas e palavras – principalmente entre palavras – formais ou afetados.
circulamos. A maioria delas não figura nos dicionários de há São muitos os fatores de situação que interferem na fala
trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo momento de um indivíduo, tais como o tema sobre o qual ele discorre
impõe-se tornar conhecimento de novas palavras e combi- (em princípio ninguém fala da morte ou de suas crenças re-
nações de. ligiosas como falaria de um jogo de futebol ou de uma briga

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LÍNGUA PORTUGUESA

que tenha presenciado), o ambiente físico em que se dá um


diálogo (num templo não se usa a mesma linguagem que 4. CLASSES DE PALAVRAS. FORMAÇÃO DAS
numa sauna), o grau de intimidade entre os falantes (com
PALAVRAS. COMPOSIÇÃO, DERIVAÇÃO.
um superior, a linguagem é uma, com um colega de mes-
ORTOGRAFIA OFICIAL. FONEMAS
mo nível, é outra), o grau de comprometimento que a fala
implica para o falante (num depoimento para um juiz no fó- ACENTUAÇÃO GRÁFICA.
rum escolhem-se as palavras, num relato de uma conquista 6. LÍNGUA PADRÃO: ORTOGRAFIA,
amorosa para um colega fala-se com menos preocupação). FORMAÇÃO DE PALAVRAS, PRONOME,
As variações de acordo com a situação costumam ser ADVÉRBIO, ADJETIVO, CONJUNÇÃO,
chamadas de níveis de fala ou, simplesmente, variações de PREPOSIÇÃO, REGÊNCIA, CONCORDÂNCIA
estilo e são classificadas em duas grandes divisões: NOMINAL E VERBAL.
- Estilo Formal: aquele em que é alto o grau de refle-
xão sobre o que se diz, bem como o estado de atenção e
vigilância. É na linguagem escrita, em geral, que o grau de CLASSES DE PALAVRAS
formalidade é mais tenso.
- Estilo Informal (ou coloquial): aquele em que se fala Adjetivo
com despreocupação e espontaneidade, em que o grau de
reflexão sobre o que se diz é mínimo. É na linguagem oral Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou ca-
íntima e familiar que esse estilo melhor se manifesta. racterística do ser e se relaciona com o substantivo.
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, perce-
Como exemplo de estilo coloquial vem a seguir um pe- bemos que, além de expressar uma qualidade, ela pode ser
queno trecho da gravação de uma conversa telefônica entre colocada ao lado de um substantivo: homem bondoso, moça
duas universitárias paulistanas de classe média, transcrito do bondosa, pessoa bondosa.
livro Tempos Linguísticos, de Fernando Tarallo. AS reticências Já com a palavra bondade, embora expresse uma quali-
indicam as pausas. dade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem
bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade, portan-
Eu não sei tem dia... depende do meu estado de espírito, to, não é adjetivo, mas substantivo.
tem dia que minha voz... mais ta assim, sabe? taquara racha-
Morfossintaxe do Adjetivo
da? Fica assim aquela voz baixa. Outro dia eu fui lê um artigo,
lê?! Um menino lá que faiz pós-graduação na, na GV, ele me,
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
nóis ficamo até duas hora da manhã ele me explicando toda
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
a matéria de economia, das nove da noite. como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
Como se pode notar, não há preocupação com a pro- ou do objeto).
núncia nem com a continuidade das ideias, nem com a es-
colha das palavras. Para exemplificar o estilo formal, eis um Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
trecho da gravação de uma aula de português de uma pro-
fessora universitária do Rio de Janeiro, transcrito do livro de Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Ob-
Dinah Callou. A linguagem falada culta na cidade do Rio de serve alguns deles:
Janeiro. As pausas são marcadas com reticências. Estados e cidades brasileiros:
...o que está ocorrendo com nossos alunos é uma frag- Alagoas alagoano
mentação do ensino... ou seja... ele perde a noção do todo... e Amapá amapaense
fica com uma série... de aspectos teóricos... isolados... que ele Aracaju aracajuano ou aracajuense
não sabe vincular a realidade nenhuma de seu idioma... isto Amazonas amazonense ou baré
é válido também para a faculdade de letras... ou seja... né? há Belo Horizonte belo-horizontino
uma série... de conceitos teóricos... que têm nomes bonitos e Brasília brasiliense
sofisticados... mas que... na hora de serem empregados... dei- Cabo Frio cabo-friense
xam muito a desejar... Campinas campineiro ou campinense
Nota-se que, por tratar-se de exposição oral, não há o
grau de formalidade e planejamento típico do texto escrito, Adjetivo Pátrio Composto
mas trata-se de um estilo bem mais formal e vigiado que o
da menina ao telefone. Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudi-
ta. Observe alguns exemplos:
África afro- / Cultura afro-americana
Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto
-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses

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LÍNGUA PORTUGUESA

Espanha hispano- / Mercado hispano-português um dos elementos que formam o adjetivo composto seja
Europa euro- / Negociações euro-americanas um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas invariável. Por exemplo: a palavra rosa é originalmente um
Grécia greco- / Filmes greco-romanos substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento,
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa hífen, formará um adjetivo composto; como é um substantivo
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Por
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros exemplo:
Camisas rosa-claro.
Flexão dos adjetivos Ternos rosa-claro.
Olhos verde-claros.
O adjetivo varia em gênero, número e grau. Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Gênero dos Adjetivos
Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre inva-
referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos riáveis.
substantivos, classificam-se em: - Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mascu- têm os dois elementos flexionados.
lino e outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa, mau
e má, judeu e judia. Grau do Adjetivo
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no fe-
minino somente o último elemento. Por exemplo: o moço Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a inten-
norte-americano, a moça norte-americana. sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o
Exceção: surdo-mudo e surda-muda. comparativo e o superlativo.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino Comparativo


como para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher
feliz. Nesse grau, comparam-se a mesma característica atribuí-
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no da a dois ou mais seres ou duas ou mais características atri-
feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença buídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade,
político-social. de superioridade ou de inferioridade. Observe os exemplos
abaixo:
Número dos Adjetivos Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da com-
Plural dos adjetivos simples paração é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão.

Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acor- Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Superio-
do com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos ridade Analítico
substantivos simples. Por exemplo: mau e maus, feliz e feli- No comparativo de superioridade analítico, entre os dois
zes, ruim e ruins boa e boas substantivos comparados, um tem qualidade superior. A for-
ma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do que” ou
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça “mais...que”.
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a pala-
vra que estiver qualificando um elemento for, originalmente, O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe-
um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: rioridade Sintético
a palavra cinza é originalmente um substantivo; porém, se
estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de supe-
Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza. rioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: bom
Veja outros exemplos: /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, grande/
Motos vinho (mas: motos verdes) maior, baixo/inferior.
Paredes musgo (mas: paredes brancas). Observe que:
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). a) As formas menor e pior são comparativos de superio-
ridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respecti-
Adjetivo Composto vamente.
b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar
o último elemento concorda com o substantivo a que se as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande e mais
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso pequeno. Por exemplo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele- dade, contiguidade. Essa proximidade faz referência ao pro-
mentos. cesso verbal, no sentido de caracterizá-lo, ou seja, indicando
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas as circunstâncias em que esse processo se desenvolve.
qualidades de um mesmo elemento. O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no senti-
do de caracterizar os processos expressos por ele. Contudo,
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Infe- ele não é modificador exclusivo desta classe (verbos), pois
rioridade também modifica o adjetivo e até outro advérbio. Seguem
Sou menos passivo (do) que tolerante. alguns exemplos:
Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto,
Superlativo você está até bem informado.
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o adje-
O superlativo expressa qualidades num grau muito eleva- tivo alheio, representando uma qualidade, característica.
do ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser absoluto
ou relativo e apresenta as seguintes modalidades: O artista canta muito mal.
Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de um Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica
ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta- outro advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos
se nas formas: pudemos verificar que se tratava de somente uma palavra
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras funcionando como advérbio. No entanto, ele pode estar de-
que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O se- marcado por mais de uma palavra, que mesmo assim não
cretário é muito inteligente. deixará de ocupar tal função. Temos aí o que chamamos de
Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo locução adverbial, representada por algumas expressões,
de sufixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo. tais como: às vezes, sem dúvida, frente a frente, de modo al-
gum, entre outras.
Observe alguns superlativos sintéticos: Dependendo das circunstâncias expressas pelos advér-
benéfico beneficentíssimo bios, eles se classificam em distintas categorias, uma vez ex-
bom boníssimo ou ótimo pressas por:
comum comuníssimo de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas,
cruel crudelíssimo às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos pou-
difícil dificílimo cos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a
doce dulcíssimo frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos
fácil facílimo que terminam em -”mente”: calmamente, tristemente, pro-
fiel fidelíssimo positadamente, pacientemente, amorosamente, docemente,
escandalosamente, bondosamente, generosamente
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em
ser é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto,
relação pode ser: quão, tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala. todo, de muito, por completo.
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala. de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora,
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, do-
Note bem: ravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim,
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio afinal, breve, constantemente, entrementes, imediatamente,
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes,
antepostos ao adjetivo. à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando,
2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em
formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de ori- tempos, em breve, hoje em dia
gem vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá,
adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abai-
exemplo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma popular é xo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, aden-
constituída do radical do adjetivo português + o sufixo -íssimo: tro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente,
pobríssimo, agilíssimo. a distância, à distancia de, de longe, de perto, em cima, à di-
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssi- reita, à esquerda, ao lado, em volta
mo, necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as for- de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
mas seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradá- de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
vel hiato i-í. de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavel-
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
Advérbio de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efe-
tivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubi-
O advérbio, assim como muitas outras palavras existentes tavelmente (=sem dúvida).
na Língua Portuguesa, advém de outras línguas. Assim sendo, de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, so-
tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a ideia de proximi- mente, simplesmente, só, unicamente

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LÍNGUA PORTUGUESA

de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também Constatemos as circunstâncias


de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente em que os artigos se manifestam
de designação: Eis
de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quando? - Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do
(tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade), para numeral “ambos”: Ambos os garotos decidiram participar das
quê? (finalidade) olimpíadas.

Locução adverbial - Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso


do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza,
É reunião de duas ou mais palavras com valor de advér- A Bahia...
bio. Exemplo:
Carlos saiu às pressas. (indicando modo) - Quando indicado no singular, o artigo definido pode
Maria saiu à tarde. (indicando tempo) indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
Há locuções adverbiais que possuem advérbios corres-
pondentes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu - No caso de nomes próprios personativos, denotando a
apressadamente. ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de modo artigo: O Pedro é o xodó da família.
são flexionados, sendo que os demais são todos invariáveis.
A única flexão propriamente dita que existe na categoria dos - No caso de os nomes próprios personativos estarem
advérbios é a de grau: no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, os
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe - Incas, Os Astecas...
longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente - in-
constitucionalissimamente, etc.; - Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto - para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o ar-
pertinho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho. tigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Artigo Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
(qualquer classe)
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo,
indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou - Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa-
indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o cultativo:
gênero e o número dos substantivos. Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo.

Classificação dos Artigos - A utilização do artigo indefinido pode indicar uma


ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve ter
Artigos Definidos: determinam os substantivos de ma- é uns vinte anos.
neira precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de - O artigo também é usado para substantivar palavras
maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei oriundas de outras classes gramaticais: Não sei o porquê de
um animal. tudo isso.

Combinação dos Artigos - Nunca deve ser usado artigo depois do pronome rela-
tivo cujo (e flexões).
É muito presente a combinação dos artigos definidos e Este é o homem cujo amigo desapareceu.
indefinidos com preposições. Veja a forma assumida por es- Este é o autor cuja obra conheço.
sas combinações:
Preposições Artigos - Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no
o, os sentido de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme), a
a ao, aos menos que venham especificadas.
de do, dos Eles estavam em casa.
em no, nos Eles estavam na casa dos amigos.
por (per) pelo, pelos Os marinheiros permaneceram em terra.
a, as um, uns uma, umas Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
à, às - - - Não se emprega artigo antes dos pronomes de trata-
da, das dum, duns duma, dumas mento, com exceção de senhor(a), senhorita e dona: Vossa
na, nas num, nuns numa, numas excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria.
pela, pelas - -
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com - Não se une com preposição o artigo que faz parte do
o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhe- nome de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O
cida por crase. Estado de S. Paulo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Morfossintaxe - CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às ora-


ções. Ex. Estudei muito, por isso mereço passar.
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas re- Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois
lações com o substantivo. Assim, nas orações da língua por- (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
tuguesa, o artigo exerce a função de adjunto adnominal do
substantivo a que se refere. Tal função independe da função - EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. É
exercida pelo substantivo: melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.
A existência é uma poesia. Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (an-
Uma existência é a poesia. tes do verbo), porquanto.

Conjunção Conjunções subordinativas

Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações - CAUSAIS


ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por Principais conjunções causais: porque, visto que, já que,
exemplo: uma vez que, como (= porque).
A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
amiguinhas.
- COMPARATIVAS
Deste exemplo podem ser retiradas três informações: Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...
1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as como, mais...do que, menos...do que.
amiguinhas Ela fala mais que um papagaio.

Cada informação está estruturada em torno de um ver- - CONCESSIVAS


bo: segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações: Principais conjunções concessivas: embora, ainda que,
1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e mesmo que, apesar de, se bem que.
mostrou 3ª oração: quando viu as amiguinhas. Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um
A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e a fato inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”.
terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. As Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de
palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações. estar cansada)
Observe: Gosto de natação e de futebol. Apesar de ter chovido fui ao cinema.
Nessa frase as expressões de natação, de futebol são
partes ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra “e” - CONFORMATIVAS
está ligando termos de uma mesma oração. Principais conjunções conformativas: como, segundo,
conforme, consoante
Morfossintaxe da Conjunção Cada um colhe conforme semeia.
Expressam uma ideia de acordo, concordância, confor-
As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem midade.
propriamente uma função sintática: são conectivos.
Classificação
- CONSECUTIVAS
- Conjunções Coordenativas
Expressam uma ideia de consequência.
- Conjunções Subordinativas
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, “tan-
to”, “tão”, “tamanho”).
Conjunções coordenativas
Falou tanto que ficou rouco.
Dividem-se em:
- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex. Gosto - FINAIS
de cantar e de dançar. Expressam ideia de finalidade, objetivo.
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas tam- Todos trabalham para que possam sobreviver.
bém, não só...como também. Principais conjunções finais: para que, a fim de que, por-
que (=para que),
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de opo-
sição, de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada. - PROPORCIONAIS
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contu- Principais conjunções proporcionais: à medida que,
do, todavia, no entanto, entretanto. quanto mais, ao passo que, à proporção que.
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.
- ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho. - TEMPORAIS
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, Principais conjunções temporais: quando, enquanto,
quer...quer, já...já. logo que.
Quando eu sair, vou passar na locadora.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Diferença entre orações causais e explicativas Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
(OSA) e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos depa- hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
ramos com a dúvida de como distinguir uma oração causal de
uma explicativa. Veja os exemplos: O significado das interjeições está vinculado à maneira
1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que
atropelado”: dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto
a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificativa de enunciação. Exemplos:
ou uma explicação do fato expresso na oração anterior. Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão
b) As orações são coordenadas e, por isso, independentes na rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te cha-
uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as orações que mando! Ei, espere!”
vêm marcadas por vírgula. Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão
Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado. em um hospital; significado da interjeição (sugestão): “Por fa-
Outra dica é, quando a oração que antecede a OC (Ora- vor, faça silêncio!”
ção Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, ela será Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
explicativa. puxa: interjeição; tom da fala: euforia
Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo imperativo) Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
puxa: interjeição; tom da fala: decepção
2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra cida-
de porque não havia cemitério no local.” As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada 1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
(parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo verbo tristeza, dor, etc.
da oração principal. Outra forma de reconhecê-la é colocá-la Você faz o que no Brasil?
no início do período, introduzida pela conjunção como - o que
Eu? Eu negocio com madeiras.
não ocorre com a CS Explicativa.
Ah, deve ser muito interessante.
Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar os
mortos em outra cidade.
2) Sintetizar uma frase apelativa
b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente de-
Cuidado! Saia da minha frente.
pendentes uma da outra.
As interjeições podem ser formadas por:
Interjeição
- simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, - palavras: Oba!, Olá!, Claro!
sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o in- - grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!,
terlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, Ora bolas!
para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas
mais elaboradas. Observe o exemplo: A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes
Droga! Preste atenção quando eu estou falando! da entonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer
que uma interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo:
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrarie-
sua raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia ter dito: dade)
- Estou com muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: Classificação das Interjeições
há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui em posi-
ções adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro lado, são Comumente, as interjeições expressam sentido de:
uma espécie de “palavra-frase”, ou seja, há uma ideia expressa por - Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Aten-
uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução interjetiva) que ção!, Olha!, Alerta!
poderia ser colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos: - Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
Bravo! Bis! - Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi muito - Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
bom! Repitam!” - Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!,
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = sentença Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
(sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!” - Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que - Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as - Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!,
sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
um estado da alma decorrente de uma situação particular, - Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
um momento ou um contexto específico. Exemplos: - Desculpa: Perdão!

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Interjeições, leitura e produção de textos
Oh!, Eh!
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Usadas com muita frequência na língua falada informal,
Epa!, Ora! quando empregadas na língua escrita, as interjeições cos-
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, tumam conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquiali-
Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, dade. Além disso, elas podem muitas vezes indicar traços
Cruz!, Putz! pessoais do falante - como a escassez de vocabulário, o
- Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!, temperamento agressivo ou dócil, até mesmo a origem
Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora! geográfica. É nos textos narrativos - particularmente nos
- Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade! diálogos - que comumente se faz uso das interjeições com
- Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, Adeus!, o objetivo de caracterizar personagens e, também, graças à
Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me, Deus! sua natureza sintética, agilizar as falas. Natureza sintética e
- Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio! conteúdo mais emocional do que racional fazem das inter-
- Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh! jeições presença constante nos textos publicitários.
Fonte:
Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
é, não sofrem variação em gênero, número e grau como os php
nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz
como os verbos. No entanto, em uso específico, algumas in- Numeral
terjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter claro, neste
caso, que não se trata de um processo natural dessa classe Numeral é a palavra que indica os seres em termos
de palavra, mas tão só uma variação que a linguagem afetiva numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os
permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho. situa em determinada sequência.
Locução Interjetiva
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
[quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”]
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma ex-
pressão com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora bolas!
Eu quero café duplo, e você?
Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó de casa!
...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”]
Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus! Alto lá!
Muito bem!
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
Observações: ...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequên-
- As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. cia de “fila”]
Por exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! = Pe-
ço-lhe que me desculpe. Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
- Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se
seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gra- trata de numerais, mas sim de algarismos.
maticais podem aparecer como interjeições. Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
Viva! Basta! (Verbos) ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
Fora! Francamente! (Advérbios) vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
- A interjeição pode ser considerada uma “palavra-frase” proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
porque sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.: Socor- dúzia, par, ambos(as), novena.
ro!, Ajudem-me!, Silêncio!, Fique quieto!
Classificação dos Numerais
- Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imita-
tivas, que exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bumba! Cardinais: indicam contagem, medida. É o número bá-
Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc. sico: um, dois, cem mil, etc.
- Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com a Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série
sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria, triste- dada: primeiro, segundo, centésimo, etc.
za, etc. Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo e não Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a
a fazemos depois do “ó” vocativo. divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos
Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac) seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumenta-
da: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
- Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas de
palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas no
diminutivo ou no superlativo: Calminha! Adeusinho! Obri-
gadinho!

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LÍNGUA PORTUGUESA

Leitura dos Numerais

Separando os números em centenas, de trás para frente, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no
início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção “e”.
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte e seis.
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.

Flexão dos numerais

Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em
diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam em número: milhões,
bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis.
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro segundo milésimo
primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
primeiras segundas milésimas

Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e conse-
guiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses triplas do
medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças
partes
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido.
É o que ocorre em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol)

Emprego dos Numerais

*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e
a partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo:

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são larga-
mente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade. Ambos agora participam das atividades
comunitárias de seu bairro.

Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto

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LÍNGUA PORTUGUESA

seis sexto sêxtuplo sexto


sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

Preposição

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente
há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura da lín-
gua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.

Tipos de Preposição

1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, contra,
de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições: como, durante,
exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas:
abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças
a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância
em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois processos:
1. Combinação: A preposição não sofre alteração.
preposição a + artigos definidos o, os
a + o = ao
preposição a + advérbio onde
a + onde = aonde
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Preposição + Artigos - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o


De + o(s) = do(s) lugar e/ou a função de um substantivo.
De + a(s) = da(s) Temos Maria como parte da família. / Nós a temos como
De + um = dum parte da família
De + uns = duns Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém.
De + uma = duma / Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s) 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio
Em + a(s) = na(s) das preposições:
Em + um = num Destino = Irei para casa.
Em + uma = numa Modo = Chegou em casa aos gritos.
Em + uns = nuns Lugar = Vou ficar em casa;
Em + umas = numas Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
A + à(s) = à(s) Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
Por + o = pelo(s) Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
Por + a = pela(s) Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o tra-
tamento.
Preposição + Pronomes Instrumento = Escreveu a lápis.
De + ele(s) = dele(s) Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
De + ela(s) = dela(s) Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
De + este(s) = deste(s) Companhia = Estarei com ele amanhã.
De + esta(s) = desta(s) Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
De + esse(s) = desse(s) Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
De + essa(s) = dessa(s) Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
De + aquele(s) = daquele(s) Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
De + aquela(s) = daquela(s)
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
De + isto = disto
Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
De + isso = disso
Fonte:
De + aquilo = daquilo
http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
De + aqui = daqui
De + aí = daí
Pronome
De + ali = dali
De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s) Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou
Em + este(s) = neste(s) a ele se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o
Em + esta(s) = nesta(s) de alguma forma.
Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s) A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus so-
Em + aquela(s) = naquela(s) nhos!
Em + isto = nisto [substituição do nome]
Em + isso = nisso
Em + aquilo = naquilo A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bo-
A + aquele(s) = àquele(s) nita!
A + aquela(s) = àquela(s) [referência ao nome]
A + aquilo = àquilo
Essa moça morava nos meus sonhos!
Dicas sobre preposição [qualificação do nome]

1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome Grande parte dos pronomes não possuem significados
pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” seja fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro
um artigo, virá precedendo um substantivo. Ele servirá para de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên-
determiná-lo como um substantivo singular e feminino. cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos
A dona da casa não quis nos atender. pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro-
Como posso fazer a Joana concordar comigo? nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes
têm por função principal apontar para as pessoas do dis-
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação
termos e estabelece relação de subordinação entre eles. no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica,
Cheguei a sua casa ontem pela manhã. os pronomes apresentam uma forma específica para cada
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procu- pessoa do discurso.
rar um tratamento adequado.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. Atenção: esses pronomes não costumam ser usados
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala] como complementos verbais na língua-padrão. Frases como
“Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se língua formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser
fala] usados os pronomes oblíquos correspondentes: “Vi-o na rua”,
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-me até aqui”.
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem Obs.: frequentemente observamos a omissão do pro-
se fala] nome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as pró-
prias formas verbais marcam, através de suas desinências,
as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
boa viagem. (Nós)
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme-
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência Pronome Oblíquo
através do pronome seja coerente em termos de gênero
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. tença, exerce a função de complemento verbal (objeto direto
ou indireto) ou complemento nominal.
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
nossa escola neste ano. Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma va-
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordân- riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica
cia adequada] a função diversa que eles desempenham na oração: prono-
[neste: pronome que determina “ano” = concordância me reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o
adequada] complemento da oração.
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com a
dância inadequada] acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos.
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. Pronome Oblíquo Átono

São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são


Pronomes Pessoais
precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica fraca:
Ele me deu um presente.
São aqueles que substituem os substantivos, indican- O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim confi-
do diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou es- gurado:
creve assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os prono- - 1ª pessoa do singular (eu): me
mes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se - 2ª pessoa do singular (tu): te
dirige e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à - 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
pessoa ou às pessoas de quem fala. - 1ª pessoa do plural (nós): nos
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- - 2ª pessoa do plural (vós): vos
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
ou do caso oblíquo.
Observações:
Pronome Reto O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se apre-
senta na forma contraída, ou seja, houve a união entre o pro-
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen- nome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por acompanhar
tença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito. diretamente uma preposição, o pronome “lhe” exerce sempre
Nós lhe ofertamos flores. a função de objeto indireto na oração.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
diretos como objetos indiretos.
nero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como ob-
principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. jetos diretos.
Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim con- Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combi-
figurado: nar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas
- 1ª pessoa do singular: eu como mo, mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo,
- 2ª pessoa do singular: tu no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso
- 3ª pessoa do singular: ele, ela dessas formas nos exemplos que seguem:
- 1ª pessoa do plural: nós - Trouxeste o pacote?
- 2ª pessoa do plural: vós - Sim, entreguei-to ainda há pouco.
- 3ª pessoa do plural: eles, elas - Não contaram a novidade a vocês?
- Não, no-la contaram.

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LÍNGUA PORTUGUESA

No português do Brasil, essas combinações não são usadas; até mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.

Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais depois de certas terminações verbais. Quando o verbo
termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a terminação verbal é suprimida.
Por exemplo:
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo
dizer + a = dizê-la
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
viram + o: viram-no
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na
tem + as = tem-nas

Pronome Oblíquo Tônico

Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. Por
esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica forte.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas

Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais
repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.
- As preposições essenciais introduzem sempre pronomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos
contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os pronomes costumam ser usados desta forma:
Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
Não há nenhuma acusação contra mim.
Não vá sem mim.

Atenção: Há construções em que a preposição, apesar de surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir uma
oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá
ser do caso reto.
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Não vá sem eu mandar.
- A combinação da preposição “com” e alguns pronomes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo, conosco e
convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos frequentemente exercem a função de adjunto adverbial de companhia.
Ele carregava o documento consigo.
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são refor-
çados por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
Ele disse que iria com nós três.

Pronome Reflexivo

São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da ora-
ção. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo verbo.
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me vanglorio disso.
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
- 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.
Assim tu te prejudicas.
Conhece a ti mesmo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.


Guilherme já se preparou.
Ela deu a si um presente.
Antônio conversou consigo mesmo.
- 1ª pessoa do plural (nós): nos.
Lavamo-nos no rio.
- 2ª pessoa do plural (vós): vos.
Vós vos beneficiastes com a esta conquista.
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
Eles se conheceram.
Elas deram a si um dia de folga.

A Segunda Pessoa Indireta

A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso inter-
locutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento,
que podem ser observados no quadro seguinte:

Pronomes de Tratamento

Vossa Alteza V. A. príncipes, duques


Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e oficiais-generais
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de universidades
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores
Vossa Santidade V. S. Papa
Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento cerimonioso
Vossa Onipotência V. O. Deus

Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no
tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no português
do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito
à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.

Observações:
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em rela-
ção à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.
*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.
- Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratar-
mos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado suposta-
mente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
- 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a
3ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar
na 3ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do
texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de “você”, não
poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado)
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. (correto)
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (correto)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Possessivos Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo


quanto por meio de correspondência, que é uma modalida-
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical de escrita de fala), são particularmente importantes o este e
(possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo o esse - o primeiro localiza os seres em relação ao emissor; o
(coisa possuída). segundo, em relação ao destinatário. Trocá-los pode causar
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do sin- ambiguidade.
gular) Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar
informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da univer-
NÚMERO PESSOA PRONOME sidade destinatária).
singular primeira meu(s), minha(s) Reafirmamos a disposição desta universidade em partici-
singular segunda teu(s), tua(s) par no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade
singular terceira seu(s), sua(s) que envia a mensagem).
plural primeira nosso(s), nossa(s)
No tempo:
plural segunda vosso(s), vossa(s)
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se
plural terceira seu(s), sua(s)
refere ao ano presente.
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se re-
Note que: A forma do possessivo depende da pessoa fere a um passado próximo.
gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele
com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribui- está se referindo a um passado distante.
ção naquele momento difícil.
- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
Observações: invariáveis, observe:
1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, seu la(s).
José. Invariáveis: isto, isso, aquilo.
2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos-
se. Podem ter outros empregos, como: - Também aparecem como pronomes demonstrativos:
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. - o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e pu-
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 derem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
anos. Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem lá Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela
seus defeitos, mas eu gosto muito dela. que te indiquei.)
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, - mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas que
o pronome possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência o procuraram ontem.
trouxe sua mensagem? - próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram o
4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo problema.
concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e ano- - semelhante(s): Não compre semelhante livro.
tações. - tal, tais: Tal era a solução para o problema.
5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblí-
Note que:
quos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe os
- Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em
passos. (= Vou seguir seus passos.)
construções redundantes, com finalidade expressiva, para
salientar algum termo anterior. Por exemplo: Manuela, essa
Pronomes Demonstrativos
é que dera em cheio casando com o José Afonso. Desfrutar das
belezas brasileiras, isso é que é sorte!
Os pronomes demonstrativos são utilizados para expli- - O pronome demonstrativo neutro ou pode represen-
citar a posição de uma certa palavra em relação a outras ou tar um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em
ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de espa- que aparece, geralmente, como objeto direto, predicativo ou
ço, no tempo ou discurso. aposto: O casamento seria um desastre. Todos o pressentiam.
No espaço: - Para evitar a repetição de um verbo anteriormente ex-
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o presso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer,
carro está perto da pessoa que fala. chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que faz as
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o vezes de): Ninguém teve coragem de falar antes que ela o
carro está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da fizesse.
pessoa que fala. - Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em pri-
carro está afastado da pessoa que fala e daquela com quem meiro lugar: O referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos
falo. íntimos; aquele casado, solteiro este. [ou então: este solteiro,
aquele casado]

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LÍNGUA PORTUGUESA

- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irô- Indefinidos Sistemáticos


nica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, per-
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, cebemos que existem alguns grupos que criam oposição de
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm sentido
= naquilo) afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm sentido ne-
gativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade afirmativa,
Pronomes Indefinidos e nenhum/nada, que indicam uma totalidade negativa; al-
guém/ninguém, que se referem à pessoa, e algo/nada, que
São palavras que se referem à terceira pessoa do dis- se referem à coisa; certo, que particulariza, e qualquer, que
curso, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando generaliza.
quantidade indeterminada. Essas oposições de sentido são muito importantes na
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
-plantadas. vezes dependem a solidez e a consistência dos argumentos
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa expostos. Observe nas frases seguintes a força que os pro-
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma nomes indefinidos destacados imprimem às afirmações de
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu- que fazem parte:
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é desco- Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
nhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: prático.
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu- Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. pessoas quaisquer.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin-
guém, outrem, quem, tudo. Pronomes Relativos
Algo o incomoda?
Quem avisa amigo é. São aqueles que representam nomes já mencionados
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as
orações subordinadas adjetivas.
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade
um grupo racial sobre outros.
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros
Cada povo tem seus costumes.
= oração subordinada adjetiva).
Certas pessoas exercem várias profissões.
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema”
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos,
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
ora pronomes indefinidos adjetivos: O antecedente do pronome relativo pode ser o prono-
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), me demonstrativo o, a, os, as.
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, Não sei o que você está querendo dizer.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem ex-
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), presso.
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. Quem casa, quer casa.
Menos palavras e mais ações.
Alguns se contentam pouco. Observe:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variá- quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
veis e invariáveis. Observe: quantas.
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, ne- Note que:
nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos, - O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego,
algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, ou- sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substi-
tras, quantas. tuído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu ante-
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, cedente for um substantivo.
algo, cada. O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
São locuções pronominais indefinidas: cada qual, A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a
cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), qual)
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= cer- Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
to), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc. quais)
Cada um escolheu o vinho desejado. As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as
quais)

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LÍNGUA PORTUGUESA

- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente Pronomes Interrogativos


pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que São usados na formulação de perguntas, sejam elas
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. To- diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
dos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por referem- -se à 3ª pessoa do discurso de modo
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições: impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual variações), quanto (e variações).
me deixou encantado. (O uso de “que”, neste caso, geraria Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
ambiguidade.) Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dú- preferes.
vidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.) Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quan-
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e tos passageiros desembarcaram.
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou
de ser poeta, que era a sua vocação natural. Sobre os pronomes

O pronome pessoal é do caso reto quando tem função


- O pronome “cujo” não concorda com o seu antece-
de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo
dente, mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual,
quando desempenha função de complemento. Vamos en-
dos quais, das quais.
tender, primeiramente, como o pronome pessoal surge na
Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas.
frase e que função exerce. Observe as orações:
(antecedente) (consequente) 1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
- “Quanto” é pronome relativo quando tem por antece- lhe ajudar.
dente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:
Emprestei tantos quantos foram necessários. Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
(antecedente) exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
Ele fez tudo quanto havia falado. reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe”
(antecedente) exercendo função de complemento, e, consequentemente,
é do caso oblíquo.
- O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso,
precedido de preposição. o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para
É um professor a quem muito devemos. a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se
(preposição) devia ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe).
- “Onde”, como pronome relativo, sempre possui ante- Importante: Em observação à segunda oração, o em-
cedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A casa prego do pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do ver-
onde morava foi assaltada. bo intransitivo “ajudar” porque o pronome oblíquo pode
estar antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo
- Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou principal (no caso “ajudar”) esteja no infinitivo ou gerúndio.
em que. Eu desejo lhe perguntar algo.
Sinto saudades da época em que (quando) morávamos Eu estou perguntando-lhe algo.
no exterior. Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, di-
- Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa- ferentemente dos segundos que são sempre precedidos de
lavras: preposição.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu
- como (= pelo qual): Não me parece correto o modo
estava fazendo.
como você agiu semana passada.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o
- quando (= em que): Bons eram os tempos quando po-
que eu estava fazendo.
díamos jogar videogame.
Colocação Pronominal
- Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase. A colocação pronominal é a posição que os pronomes
O futebol é um esporte. pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao
O povo gosta muito deste esporte. verbo a que se referem. São pronomes oblíquos átonos: me,
O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos.
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições
- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode na oração em relação ao verbo:
ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de gen- 1. próclise: pronome antes do verbo
te que conversava, (que) ria, (que) fumava. 2. ênclise: pronome depois do verbo
3. mesóclise: pronome no meio do verbo

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LÍNGUA PORTUGUESA

Próclise Questões sobre Pronome

A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: 01. (ESCREVENTE TJ SP – VUNESP/2012).


- Palavras com sentido negativo: Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
Nada me faz querer sair dessa cama. está claro até onde pode realmente chegar uma política ba-
Não se trata de nenhuma novidade. seada em melhorar a eficiência sem preços adequados para
- Advérbios: o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a terra.
Nesta casa se fala alemão. É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do carbono
Naquele dia me falaram que a professora não veio. e da água faça em si diferença, as companhias não podem
- Pronomes relativos: suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares por
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portanto,
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. elas começam a usar preços-sombra. Ainda assim, ninguém
- Pronomes indefinidos: encontrou até agora uma maneira de quantificar adequada-
Quem me disse isso? mente os insumos básicos. E sem eles a maioria das políticas
Todos se comoveram durante o discurso de despedida. de crescimento verde sempre será a segunda opção.
- Pronomes demonstrativos: (Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)
Isso me deixa muito feliz!
Aquilo me incentivou a mudar de atitude! Os pronomes “elas” e “eles”, em destaque no texto, refe-
- Preposição seguida de gerúndio: rem- -se, respectivamente, a
Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais (A) dúvidas e preços.
indicado à pesquisa escolar. (B) dúvidas e insumos básicos.
- Conjunção subordinativa: (C) companhias e insumos básicos.
Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram. (D) companhias e preços do carbono e da água.
(E) políticas de crescimento e preços adequados.
Ênclise
02. (AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO – FCC –
A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta
2013- adap.). Fazendo-se as alterações necessárias, o trecho
não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos.
grifado está corretamente substituído por um pronome em:
A ênclise vai acontecer quando:
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-lo
- O verbo estiver no imperativo afirmativo:
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-
Amem-se uns aos outros.
lhes desalentado
Sigam-me e não terão derrotas.
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de
conhecê-lo?
- O verbo iniciar a oração:
Diga-lhe que está tudo bem. D) ...não parecia ser um importante industrial... − não
Chamaram-me para ser sócio. parecia ser-lhe
E) incomodaram o general... − incomodaram-no
- O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da pre- 03.(AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC – 2013-
posição “a”: adap.). A substituição do elemento grifado pelo pronome
Naquele instante os dois passaram a odiar-se. correspondente, com os necessários ajustes, foi realizada de
Passaram a cumprimentar-se mutuamente. modo INCORRETO em:
A) mostrando o rio= mostrando-o.
- O verbo estiver no gerúndio: B) como escolher sítio= como escolhê-lo.
Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreo- C) transpor [...] as matas espessas= transpor-lhes.
cupada. D) Às estreitas veredas[...] nada acrescentariam = nada
Despediu-se, beijando-me a face. lhes acrescentariam.
E) viu uma dessas marcas= viu uma delas.
- Houver vírgula ou pausa antes do verbo:
Se passar no concurso em outra cidade, mudo-me no mes- 04. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL – VUNESP – 2013). As-
mo instante. sinale a alternativa em que o pronome destacado está posi-
Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas. cionado de acordo com a norma-padrão da língua.
(A) Ela não lembrava-se do caminho de volta.
Mesóclise (B) A menina tinha distanciado-se muito da família.
(C) A garota disse que perdeu-se dos pais.
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no (D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha.
futuro do presente ou no futuro do pretérito: (E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança.
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela
se realizará) 05. (ESCREVENTE TJ SP – VUNESP 2011). Assinale a al-
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma pro- ternativa cujo emprego do pronome está em conformidade
posta a você) com a norma padrão da língua.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos. 10. (AGENTE DE VIGILÂNCIA E RECEPÇÃo – VUNESP
(B) Nos falaram que a diplomacia americana está aba- – 2013- adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras
lada. dos estabelecimentos felizmente comprovam os aconteci-
(C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks. mentos, e testemunhas vão ajudar a polícia na investigação.
(D) Conformado, se rendeu às punições. – de acordo com a norma-padrão, os pronomes que substi-
(E) Todos querem que combata-se a corrupção. tuem, corretamente, os termos em destaque são:
A) os comprovam … ajudá-la.
06. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL - VUNESP - 2013). As- B) os comprovam …ajudar-la.
sinale a alternativa correta quanto à colocação pronominal, C) os comprovam … ajudar-lhe.
de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. D) lhes comprovam … ajudar-lhe.
(A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que E) lhes comprovam … ajudá-la.
eles sejam sempre trazidos junto ao corpo.
(B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situação GABARITO
de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
(C) Nos sentimos impotentes quando não conseguimos 01. C 02. E 03. C 04. D 05. C
restituir um objeto à pessoa que o perdeu. 06. A 07. C 08. E 09. A 10. A
(D) O homem se indignou quando propuseram-lhe que
abrisse a bolsa que encontrara. RESOLUÇÃO
(E) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma ten-
dência natural das pessoas em devolvê-los a seus donos. 1-)
Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro,
07. (AGENTE DE APOIO OPERACIONAL – VUNESP – não está claro até onde pode realmente chegar uma políti-
2013). ca baseada em melhorar a eficiência sem preços adequados
Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produ- para o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a
tos______ não necessitam e______ tendo de pagar tudo______
terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do
prazo.
carbono e da água faça em si diferença, as companhias não
Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta e
podem suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dó-
respectivamente, considerando a norma culta da língua.
lares por tonelada de carbono, sem qualquer preparação.
A) a que … acaba … à
Portanto, elas começam a usar preços-sombra. Ainda assim,
B) com que … acabam … à
ninguém encontrou até agora uma maneira de quantificar
C) de que … acabam … a
adequadamente os insumos básicos. E sem eles a maioria
D) em que … acaba … a
E) dos quais … acaba … à das políticas de crescimento verde sempre será a segunda
opção.
08. (AGENTE DE APOIO SOCIOEDUCATIVO – VUNESP
– 2013-adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e 2-)
respectivamente, as lacunas do trecho. A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los
______alguns anos, num programa de televisão, uma jo- B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os
vem fazia referência______ violência______ o brasileiro estava desalentado
sujeito de forma cômica. C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de
A) Fazem... a ... de que conhecê-las ?
B) Faz ...a ... que D) ...não parecia ser um importante industrial... − não
C) Fazem ...à ... com que parecia sê-lo
D) Faz ...à ... que
E) Faz ...à ... a que 3-)
transpor [...] as matas espessas= transpô-las
09. (TRF 3ª REGIÃO- TÉCNICO JUDICIÁRIO - /2014)
As sereias então devoravam impiedosamente os tripu- 4-)
lantes. (A) Ela não se lembrava do caminho de volta.
... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a cabeça... (B) A menina tinha se distanciado muito da família.
... e fez de tudo para convencer os tripulantes... (C) A garota disse que se perdeu dos pais.
(E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança
Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos gri-
fados acima foram corretamente substituídos por um prono- 5-)
me, na ordem dada, em: (A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos.
(A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los (B) Falaram-nos que a diplomacia americana está aba-
(B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes lada.
(C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes (D) Conformado, rendeu-se às punições.
(D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los (E) Todos querem que se combata a corrupção.
(E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los

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LÍNGUA PORTUGUESA

6-) Classificação dos Substantivos


(B) O passageiro ao lado jamais se imaginou na situação
de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida. 1- Substantivos Comuns e Próprios
(C) Sentimo-nos impotentes quando não conseguimos
restituir um objeto à pessoa que o perdeu. Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila, com
(D) O homem indignou-se quando lhe propuseram que muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Bra-
abrisse a bolsa que encontrara. sil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma
(E) Em se tratando de objetos encontrados, há uma ten- cidade (em oposição aos bairros).
dência natural das pessoas em devolvê-los a seus donos.
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
7-) e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada ci-
Há pessoas que, mesmo sem condições, compram pro- dade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo
dutos de que não necessitam e acabam tendo de comum.
pagar tudo a prazo. Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, ho-
8-) mem, mulher, país, cachorro.
Faz alguns anos, num programa de televisão, uma jo- Estamos voando para Barcelona.
vem fazia referência à violência a que o brasileiro estava
sujeito de forma cômica. O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
Faz, no sentido de tempo passado = sempre no singular pécie cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Pró-
prio: é aquele que designa os seres de uma mesma espécie
9-) de forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
devoravam - verbo terminado em “m” = pronome oblí-
quo no/na (fizeram-na, colocaram-no) 2 - Substantivos Concretos e Abstratos
impedir - verbo transitivo direto = pede objeto direto;
“lhe” é para objeto indireto LÂMPADA MALA
convencer - verbo transitivo direto = pede objeto direto;
“lhe” é para objeto indireto
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com
(A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
existência própria, que são independentes de outros seres.
10-)
São substantivos concretos.
– Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimentos
felizmente comprovam os acontecimentos, e testemunhas
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que
vão ajudar a polícia na investigação.
existe, independentemente de outros seres.
felizmente os comprovam ... ajudá-la
(advérbio)
Obs.: os substantivos concretos designam seres do
Substantivo mundo real e do mundo imaginário.
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Subs- Brasília, etc.
tantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma,
denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenôme- etc.
nos, os substantivos também nomeiam:
-lugares: Alemanha, Porto Alegre... Observe agora:
-sentimentos: raiva, amor... Beleza exposta
-estados: alegria, tristeza... Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual.
-qualidades: honestidade, sinceridade...
-ações: corrida, pescaria... O substantivo beleza designa uma qualidade.

Morfossintaxe do substantivo Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que


dependem de outros para se manifestar ou existir.
Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser
geral exerce funções diretamente relacionadas com o ver- observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou
bo: atua como núcleo do sujeito, dos complementos verbais coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para se
(objeto direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ain- manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo abs-
da funcionar como núcleo do complemento nominal ou do trato.
aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou Os substantivos abstratos designam estados, qualida-
como núcleo do vocativo. Também encontramos substan- des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
tivos como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
adverbiais - quando essas funções são desempenhadas por rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento).
grupos de palavras.

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LÍNGUA PORTUGUESA

3 - Substantivos Coletivos multidão pessoas em geral


ninhada pintos
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra nuvem insetos (gafanhotos,
abelha, mais outra abelha. mosquitos, etc.)
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. penca bananas, chaves
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame. pinacoteca pinturas, quadros
quadrilha ladrões, bandidos
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- ramalhete flores
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, rebanho ovelhas
mais outra abelha... récua bestas de carga, cavalgadura
No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural. repertório peças teatrais, obras mu-
No terceiro caso, empregou-se um substantivo no sin- sicais
gular (enxame) para designar um conjunto de seres da mes- réstia alhos ou cebolas
ma espécie (abelhas). romanceiro poesias narrativas
revoada pássaros
O substantivo enxame é um substantivo coletivo. sínodo párocos
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mes- talha lenha
mo estando no singular, designa um conjunto de seres da tropa muares, soldados
mesma espécie. turma estudantes, trabalhadores
vara porcos
Substantivo coletivo Conjunto de:
assembleia pessoas reunidas Formação dos Substantivos
alcateia lobos
acervo livros Substantivos Simples e Compostos
antologia trechos literários selecio-
nados Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
arquipélago ilhas terra.
banda músicos O substantivo chuva é formado por um único elemento
bando desordeiros ou malfeitores ou radical. É um substantivo simples.
banca examinadores Substantivo Simples: é aquele formado por um único
batalhão soldados elemento.
cardume peixes Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja
caravana viajantes peregrinos agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele-
cacho frutas mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
cáfila camelos Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou
cancioneiro canções, poesias líricas mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
colmeia abelhas
chusma gente, pessoas Substantivos Primitivos e Derivados
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas. Meu limão meu limoeiro,
elenco atores de uma peça ou filme meu pé de jacarandá...
esquadra navios de guerra
enxoval roupas O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de
falange soldados, anjos nenhum outro dentro de língua portuguesa.
fauna animais de uma região Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de ne-
feixe lenha, capim nhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O subs-
flora vegetais de uma região tantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir da pa-
frota navios mercantes, ônibus lavra limão.
girândola fogos de artifício Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra
horda bandidos, invasores palavra.
junta médicos, bois, credores,
examinadores Flexão dos substantivos
júri jurados
legião soldados, anjos, demônios O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável
leva presos, recrutas quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exem-
malta malfeitores ou desordeiros plo, pode sofrer variações para indicar:
manada búfalos, bois, elefantes, Plural: meninos Feminino: menina
matilha cães de raça Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho
molho chaves, verduras

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LÍNGUA PORTUGUESA

Flexão de Gênero - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: cônsul


- consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque - du-
Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar quesa / conde - condessa / profeta - profetisa
sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há dois
gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao gênero masculino - Substantivos que formam o feminino trocando o -e
os substantivos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, final por -a: elefante - elefanta
uns. Veja estes títulos de filmes:
O velho e o mar - Substantivos que têm radicais diferentes no masculino
Um Natal inesquecível e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
Os reis da praia
- Substantivos que formam o feminino de maneira es-
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas: czar – czarina réu - ré
A história sem fim
Uma cidade sem passado Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes
As tartarugas ninjas Epicenos:
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso
Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar nomes de ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma
seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado ao para indicar o masculino e o feminino.
sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o mas- Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
culino e outra para o feminino. Observe: gato – gata, homem para designar os dois sexos. Esses substantivos são chama-
– mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita dos de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a
necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras ma-
Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma cho e fêmea.
única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o
A cobra macho picou o marinheiro.
feminino. Classificam-se em:
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
- Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos: a cobra
Sobrecomuns:
macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
Entregue as crianças à natureza.
- Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas:
A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo mas-
a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o
indivíduo.
- Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o sexo
por meio do artigo: o colega e a colega, o doente e a doente, o dos seres a que se refere a palavra. Veja:
artista e a artista. A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria.
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados em
ema ou oma, são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o Outros substantivos sobrecomuns:
sintoma, o teorema. a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
- Existem certos substantivos que, variando de gênero, va- criatura.
riam em seu significado: o rádio (aparelho receptor) e a rádio o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
(estação emissora) o capital (dinheiro) e a capital (cidade) Marcela faleceu

Formação do Feminino dos Substantivos Biformes Comuns de Dois Gêneros:


- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno - aluna. Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao mas- Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
culino: freguês - freguesa É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
formas: A distinção de gênero pode ser feita através da análise
- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo:
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem -
-troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter francês
- repórter francesa
Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - sul- - A palavra personagem é usada indistintamente nos
tana dois gêneros.
- Substantivos terminados em -or: a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada pre-
- acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora ferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens os
- troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz personagens dos contos de carochinha.

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LÍNGUA PORTUGUESA

b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino: Flexão de Número do Substantivo


O problema está nas mulheres de mais idade, que não acei-
tam a personagem. Em português, há dois números gramaticais: o singular,
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
fotográfico Ana Belmonte. indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica do
Observe o gênero dos substantivos seguintes: plural é o “s” final.

Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó Plural dos Substantivos Simples


(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o ma-
racajá, o clã, o hosana, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, - Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e
o proclama, o pernoite, o púbis. “n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a - cânones.
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido, a - Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em
cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa). “ns”: homem - homens.
- São geralmente masculinos os substantivos de origem
grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma, o - Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural
plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o telefonema, o pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes.
estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o eczema, o ede-
ma, o magma, o estigma, o axioma, o tracoma, o hematoma. Atenção: O plural de caráter é caracteres.

Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc. - Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
Gênero dos Nomes de Cidades col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul e
cônsules.
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos.
A histórica Ouro Preto. - Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de
A dinâmica São Paulo. duas maneiras:
A acolhedora Porto Alegre. - Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
Uma Londres imensa e triste. - Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas
Gênero e Significação maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).

Muitos substantivos têm uma significação no masculino - Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
e outra no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que à duas maneiras:
frente da tropa, indica os movimentos que se deve realizar em - Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
conjunto; o que vai à frente de um bloco carnavalesco, mane- acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
jando um bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que marca - Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariá-
um limite ou proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça veis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
(parte do corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a - Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de
cisma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), três maneiras.
a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital - substituindo o -ão por -ões: ação - ações
(cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o - substituindo o -ão por -ães: cão - cães
coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra - substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração
da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento da - Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o
confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o estepe látex - os látex.
(pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vegetação), o
guia (pessoa que guia outras), a guia (documento, pena gran- Plural dos Substantivos Compostos
de das asas das aves), o grama (unidade de peso), a grama
(relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (recipiente, setor -A formação do plural dos substantivos compostos de-
de pagamentos), o lente (professor), a lente (vidro de aumen- pende da forma como são grafados, do tipo de palavras que
to), o moral (ânimo), a moral (honestidade, bons costumes, formam o composto e da relação que estabelecem entre si.
ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a nascente (a fonte), Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se como
o maria-fumaça (trem como locomotiva a vapor), maria-fu- os substantivos simples: aguardente/aguardentes, giras-
maça (locomotiva movida a vapor), o pala (poncho), a pala sol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malmequeres.
(parte anterior do boné ou quepe, anteparo), o rádio (apare- O plural dos substantivos compostos cujos elementos
lho receptor), a rádio (estação emissora), o voga (remador), a são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
voga (moda, popularidade). discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Flexionam-se os dois elementos, quando formados de: mão(s) + zinhas = mãozinhas


substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores papéi(s) + zinhos = papeizinhos
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens funi(s) + zinhos = funizinhos
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando pé(s) + zinhos = pezinhos
formados de: pé(s) + zitos = pezitos
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto- Plural dos Nomes Próprios Personativos
-falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas sem-
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando pre que a terminação preste-se à flexão.
formados de: Os Napoleões também são derrotados.
substantivo + preposição clara + substantivo = água-de- As Raquéis e Esteres.
colônia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo- Plural dos Substantivos Estrangeiros
vapor e cavalos-vapor
substantivo + substantivo que funciona como determinan- Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es-
te do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto
anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba-relógio - bom- quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz.
bas-relógio, notícia-bomba - notícias-bomba, homem-rã - ho- Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor-
mens-rã, peixe-espada - peixes-espada. do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os ré-
- Permanecem invariáveis, quando formados de: quiens.
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora Observe o exemplo:
Este jogador faz gols toda vez que joga.
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
ca-rolhas
Plural com Mudança de Timbre
- Casos Especiais
o louva-a-deus e os louva-a-deus
Certos substantivos formam o plural com mudança de
o bem-te-vi e os bem-te-vis
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato fo-
o bem-me-quer e os bem-me-queres
nético chamado metafonia (plural metafônico).
o joão-ninguém e os joões-ninguém. Singular Plural
corpo (ô) corpos (ó)
Plural das Palavras Substantivadas esforço esforços
fogo fogos
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras clas- forno fornos
ses gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plu- fosso fossos
ral, as flexões próprias dos substantivos. imposto impostos
Pese bem os prós e os contras. olho olhos
O aluno errou na prova dos noves. osso (ô) ossos (ó)
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos. ovo ovos
Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou “z” poço poços
não variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos seis porto portos
e alguns dez. posto postos
tijolo tijolos
Plural dos Diminutivos
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos,
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
acrescenta-se o sufixo diminutivo. Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
pãe(s) + zinhos = pãezinhos molho (ó) = feixe (molho de lenha).
animai(s) + zinhos = animaizinhos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos Particularidades sobre o Número dos Substantivos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos - Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
tren(s) + zinhos = trenzinhos norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
colhere(s) + zinhas = colherezinhas - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
flore(s) + zinhas = florezinhas as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.

97
LÍNGUA PORTUGUESA

- Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do sin- Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados
gular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade, bom (compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois
nome) e honras (homenagem, títulos). a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de
- Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas com haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas
sentido de plural: do verbo: põe, pões, põem, etc.
Aqui morreu muito negro.
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas im- Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
provisadas.
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos
Flexão de Grau do Substantivo verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos
com facilidade que nas formas rizotônicas o acento tônico cai
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas
variações de tamanho dos seres. Classifica-se em: formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado sim na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos.
normal. Por exemplo: casa
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho do Classificação dos Verbos
ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjeti- Classificam-se em:
vo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande. - Regulares: são aqueles que possuem as desinências nor-
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indica- mais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações
dor de aumento. Por exemplo: casarão. no radical: canto cantei cantarei cantava cantasse.
- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações
ser. Pode ser: no radical ou nas desinências: faço fiz farei fizesse.
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo - Defectivos: são aqueles que não apresentam conjuga-
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena. ção completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indica- pessoais:
dor de diminuição. Por exemplo: casinha. * Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normal-
mente, são usados na terceira pessoa do singular. Os principais
Verbo verbos impessoais são:
** haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, se ou fazer (em orações temporais).
número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros pro- Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
cessos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); ocor- Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
rência (nascer); desejo (querer). Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
seus possíveis significados. Observe que palavras como cor-
rida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de ** fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
alguns verbos mencionados acima; não apresentam, porém, Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
todas as possibilidades de flexão que esses verbos possuem. Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia.
Estrutura das Formas Verbais ** Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza
são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal-
apresentar os seguintes elementos: -humorado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado.
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significado es- Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado,
sencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-) deixa de ser impessoal para ser pessoal.
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (falar), Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
2ª - Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática - I -
(partir). ** São impessoais, ainda:
- Desinência modo-temporal: é o elemento que designa 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tem-
o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: po: Já passa das seis.
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) 2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de,
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) indicando suficiência: Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
- Desinência número-pessoal: é o elemento que desig- 3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem,
na a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a
ou plural): sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso,
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais ver-
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) bos, então, pessoais.

98
LÍNGUA PORTUGUESA

4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?

* Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
A fruta amadureceu.
As frutas amadureceram.

Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadureceu
bastante.
Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais; eis alguns: bramar: tigre, bramir: crocodilo, cacarejar:
galinha, coaxar: sapo, cricrilar: grilo

Os principais verbos unipessoais são:


1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.):
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante.)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.

* Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
- verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.
- verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de
sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de
formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento e
a popularização da informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.
- Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma
ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas
(particípio irregular). Observe:
INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
Anexar Anexado Anexo
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais,
ides, fui, foste, pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).
- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal,
quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar as moscas.
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do debate.


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos os presentes.


(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pretérito Imp. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês
SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imperf. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

100
LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


haja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


Tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

101
LÍNGUA PORTUGUESA

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam Formas Nominais


com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pro- Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for-
nominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implí- mas que podem exercer funções de nomes (substantivo,
cita no próprio sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja: adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam nominais. Observe:
com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São pou- - Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo
cos: abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arre- de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de
pender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexi- substantivo. Por exemplo:
bilidade já está implícita no radical do verbo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
Arrependi-me de ter estado lá.
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu)
tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen-
verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada exemplo:
com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço É preciso ler este livro.
da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo. Era preciso ter lido este livro.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e res-
pectivos pronomes): - Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três
Eu me arrependo pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não
Tu te arrependes apresenta desinências, assumindo a mesma forma do im-
Ele se arrepende pessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
Nós nos arrependemos 2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
Vós vos arrependeis 1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
Eles se arrependem 2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma
que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto represen-
boa colocação.
tado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim,
o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os
- Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo
verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos po-
dem ser conjugados com os pronomes mencionados, formando ou advérbio. Por exemplo:
o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava. Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de ad-
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode vérbio)
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de ad-
Maria penteou-me. jetivo)
Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem fun- curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exem-
ção sintática. plo:
- Há verbos que também são acompanhados de pro- Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
nomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
pronominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos,
os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica - Particípio: quando não é empregado na formação
à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo: dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gê-
(objeto direto) - 1ª pessoa do singular nero, número e grau. Por exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram.
Modos Verbais
Quando o particípio exprime somente estado, sem ne-
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo nhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função
verbo na expressão de um fato. Em Português, existem três de adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a aluna
modos: escolhida para representar a escola.
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu sem-
pre estudo. Tempos Verbais
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Tal-
vez eu estude amanhã. Tomando-se como referência o momento em que se
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos
agora, menino. tempos. Veja:

102
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Tempos do Indicativo

- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.


- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já tinha estudado as
lições quando os amigos chegaram. (forma composta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma simples).
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se eu tivesse
dinheiro, viajaria nas férias.

2. Tempos do Subjuntivo

- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.
Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por
exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier à
loja, levará as encomendas.
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja,
levará as encomendas.

Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª/2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

103
LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito Imperfeito do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do indi-
cativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).
1ª conjug. 2ª conjug. 3ª conju. Des. temporal Des.temporal Desinên. pessoal
1ª conj. 2ª/3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

104
LÍNGUA PORTUGUESA

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-
se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa
correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM PartiREM R EM

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa
do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo


Que eu cante ---
Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido ou
conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

105
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões sobre Verbo A) puder.


B) poderia.
01. (AGENTE POLÍCIA - VUNESP 2013) Considere o tre- C) pôde.
cho a seguir. D) poderá.
É comum que objetos ___________ esquecidos em locais E) pudesse.
públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as
pessoas _____________ a atenção voltada para seus pertences, 06. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013) Assinale a alterna-
conservando-os junto ao corpo. tiva em que todos os verbos estão empregados de acordo com
Assinale a alternativa que preenche, correta e respecti- a norma- -padrão.
vamente, as lacunas do texto. (A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da im-
(A) sejam … mantesse pressão definitiva.
(B) sejam … mantivessem (B) Não haverá prova do crime se o réu se manter em si-
(C) sejam … mantém lêncio.
(D) seja … mantivessem (C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a trabalhar
(E) seja … mantêm no feriado.
(D) Ficarão surpresos quando o verem com a toga...
02. (MGS - TÉCNICO CONTÁBIL – IBFC/2017-adaptada) (E) Se você quer a promoção, é necessário que a requera
Em “Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos”, a seu superior.
nota--se que o acento do verbo em destaque deve-se a uma
exigência de concordância. Assinale a alternativa correta em 07. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL VUNESP 2013-adap.)
relação ao emprego desse mesmo verbo. Assinale a alternativa que substitui, corretamente e sem alterar
a) No Brasil, a sociedade têm várias questões. o sentido da frase, a expressão destacada em – Se a criança se
b) O jovem têm um grande desafio pela frente. perder, quem encontrá-la verá na pulseira instruções para que
c) As pessoas tem muitos planos. envie uma mensagem eletrônica ao grupo ou acione o código
d) A mentira tem perna curta. na internet.
(A) Caso a criança se havia perdido…
03. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013-adap.) Sem que- (B) Caso a criança perdeu…
rer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser (C) Caso a criança se perca…
cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da (D) Caso a criança estivera perdida…
pergunta “débito ou crédito?”. (E) Caso a criança se perda…
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
(A) considerar ao acaso, sem premeditação. 08. (AGENTE DE APOIO OPERACIONAL – VUNESP –
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela. 2013-adap.). Assinale a alternativa em que o verbo destacado
(C) adotar como referência de qualidade. está no tempo futuro.
(D) julgar de acordo com normas legais. A) Os consumidores são assediados pelo marketing …
(E) classificar segundo ideias preconcebidas. B) … somente eles podem decidir se irão ou não comprar.
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessida-
04. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013) Assinale a alter- des”…
nativa contendo a frase do texto na qual a expressão verbal D) … de onde vem o produto…?
destacada exprime possibilidade. E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas…
(A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sis-
tema capaz de disponibilizar um grande número de obras 09. (AGERBA - TÉCNICO EM REGULAÇÃO – IBFC/2017-a-
literárias... daptada)
(B) Funcionando como um imenso sistema de informa- A flexão de alguns verbos, sobretudo os irregulares, pode
ção e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme causar confusão. O verbo “quis”, presente em “Minha mãe sem-
arquivo virtual. pre quis viajar” é um exemplo típico. Nesse sentido, assinale a
(C) Isso acarreta uma textualidade que funciona por as- alternativa em que se indica INCORRETAMENTE a sua flexão.
sociação, e não mais por sequências fixas previamente esta- a) queres – Presente do Indicativo.
belecidas. b) queria – Futuro do Pretérito do Indicativo.
(D) Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse con- c) quisera – Pretérito mais-que-perfeito do Indicativo.
ceito está ligado a uma nova concepção de textualidade... d) queira – Presente do Subjuntivo.
(E) Criou, então, o “Xanadu”, um projeto para disponibi- e) quisesse – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.
lizar toda a literatura do mundo...
10. (AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁ-
05.(POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO RIA – VUNESP – 2013-adap.). Leia as frases a seguir.
SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) No trecho: “O I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de madeira
crescimento econômico, se associado à ampliação do empre- no animal.
go, PODE melhorar o quadro aqui sumariamente descrito.”, se II. Existiam muitos ferimentos no boi.
passarmos o verbo destacado para o futuro do pretérito do III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida
indicativo, teremos a forma: movimentada.

106
LÍNGUA PORTUGUESA

Substituindo-se o verbo Haver pelo verbo Existir e este 7-)


pelo verbo Haver, nas frases, têm-se, respectivamente: Caso a criança se perca…(perda = substantivo: Houve
A) Existia – Haviam – Existiam uma grande perda salarial...)
B) Existiam – Havia – Existiam
C) Existiam – Haviam – Existiam 8-)
D) Existiam – Havia – Existia A) Os consumidores são assediados pelo marketing =
E) Existia – Havia – Existia presente
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessi-
GABARITO dades”… = pretérito do Subjuntivo
D) … de onde vem o produto…? = presente
01. B 02. D 03. E 04. B 05. B E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… =
06. A 07. C 08. B 09. B 10. D pretérito perfeito
9-)
RESOLUÇÃO Vamos aos itens:
a) queres – Presente do Indicativo = eu quero, tu que-
1-) res - correta.
É comum que objetos sejam esquecidos em locais b) queria – Futuro do Pretérito do Indicativo = eu que-
públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se reria, tu quererias, ele quereria - incorreta.
as pessoas mantivessem a atenção voltada para seus per- c) quisera – Pretérito mais-que-perfeito do Indicativo
tences, conservando-os junto ao corpo. = eu quisera, ele quisera – correta.
d) queira – Presente do Subjuntivo = que eu queira,
2-) que tu queiras, que ele queira - correta
Analisemos: e) quisesse – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo = se
a) No Brasil, a sociedade têm várias questões. = a socie- eu quisesse, se tu quisesses, se ele quisesse – correta.
dade tem (verbo no singular) RESPOSTA: B
b) O jovem têm um grande desafio pela frente. = o jo- 10-)
vem tem (verbo no singular) I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de
c) As pessoas tem muitos planos. = as pessoas têm (ver- madeira no animal.
bo no plural) II. Existiam muitos ferimentos no boi.
d) A mentira tem perna curta. = correta III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida
RESPOSTA: D movimentada.
Haver – sentido de existir= invariável, impessoal;
3-) existir = variável. Portanto, temos:
Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se I – Existiam onze pessoas...
de um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, II – Havia muitos ferimentos...
diante da pergunta “débito ou crédito?”. III – Existia muita gente...
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
classificar segundo ideias preconcebidas. Vozes do Verbo

4-) Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo


(B) Funcionando como um imenso sistema de informa- para indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente
ção e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme ar- da ação. São três as vozes verbais:
quivo virtual. = verbo no futuro do pretérito
- Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
5-) ação expressa pelo verbo. Por exemplo:
Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do Ele fez o trabalho.
Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós pode- sujeito agente ação objeto (pacien-
ríamos, vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração é te)
crescimento econômico (singular), portanto, terceira pessoa
do singular (ele) = poderia. - Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a
ação expressa pelo verbo. Por exemplo:
6-) O trabalho foi feito por ele.
(B) Não haverá prova do crime se o réu se mantiver em sujeito paciente ação agente da pas-
silêncio. siva
(C) Vão pagar horas-extras aos que se dispuserem a tra-
balhar no feriado. - Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo
(D) Ficarão surpresos quando o virem com a toga... agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por
(E) Se você quiser a promoção, é necessário que a re- exemplo:
queira a seu superior. O menino feriu-se.

107
LÍNGUA PORTUGUESA

Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva
a noção de reciprocidade: Os lutadores feriram-se. (um ao
outro) Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substan-
cialmente o sentido da frase.
Formação da Voz Passiva Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
A voz passiva pode ser formada por dois processos: ana-
lítico e sintético. A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Passiva)
1- Voz Passiva Analítica Sujeito da Passiva Agente da Passiva
Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio
do verbo principal. Por exemplo: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o
A escola será pintada. sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo as-
O trabalho é feito por ele. sumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. Observe
mais exemplos:
Obs.: o agente da passiva geralmente é acompanhado - Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de solda- mestres.
dos.
- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não es- - Eu o acompanharei.
teja explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. Ele será acompanhado por mim.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transformação Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não
das frases seguintes: haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: Prejudi-
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo) caram-me. / Fui prejudicado.
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indi-
cativo) Saiba que:
- Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexi-
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) vos, são chamados neutros.
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo) O vinho é bom.
Aqui chove muito.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) - Há formas passivas com sentido ativo:
É chegada a hora. (= Chegou a hora.)
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.)
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)
Observe a transformação da frase seguinte: - Inversamente, usamos formas ativas com sentido passivo:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio) Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)
Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva
analítica com outros verbos que podem eventualmente fun- - Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido ci-
cionar como auxiliares. Por exemplo: A moça ficou marcada rúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o sujeito
pela doença. é paciente.
Chamo-me Luís.
2- Voz Passiva Sintética Batizei-me na Igreja do Carmo.
Operou-se de hérnia.
A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com Vacinaram-se contra a gripe.
o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE.
Por exemplo: Fonte:
Abriram-se as inscrições para o concurso. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php
Destruiu-se o velho prédio da escola. Questões sobre Vozes dos Verbos
Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva
sintética. 01. (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMINIS-
Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz la- TRAÇÃO – AOCP/2010) Em “Os dados foram divulgados ontem
tina de paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacio- pelo Instituto Sou da Paz.”, a expressão destacada é
nam com o significado sofrimento, padecimento. Daí vem o (A) adjunto adnominal.
significado de voz passiva como sendo a voz que expressa (B) sujeito paciente.
a ação sofrida pelo sujeito. Na voz passiva temos dois ele- (C) objeto indireto.
mentos que nem sempre aparecem: SUJEITO PACIENTE e (D) complemento nominal.
AGENTE DA PASSIVA. (E) agente da passiva.

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LÍNGUA PORTUGUESA

02. (FCC-COPERGÁS – AUXILIAR TÉCNICO ADMINIS- (A) vinham indicadas.


TRATIVO - 2011) Um dia um tufão furibundo abateu-o pela (B) era indicado.
raiz. Transpondo- -se a frase acima para a voz passiva, a (C) eram indicadas.
forma verbal resultante será: (D) tinha indicado.
(A) era abatido. (E) foi indicada.
(B) fora abatido.
(C) abatera-se. 08. (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – PRO-
(D) foi abatido. CON – AGENTE ADMINISTRATIVO – CEPERJ/2012 - adaptada)
(E) tinha abatido Um exemplo de construção na voz passiva está em:
(A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos”
03. (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) (B) “o consumidor pode solicitar a devolução do dinheiro”
... valores e princípios que sejam percebidos pela socieda- (C) “enviar o brinquedo por sedex”
de como tais. (D) “A empresa também é obrigada pelo Código de De-
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo pas- fesa do Consumidor”
sará a ser, corretamente, (E) “A empresa fez campanha para recolher”
(A) perceba.
(B) foi percebido. 09. (METRÔ/SP –SECRETÁRIA PLENO – FCC/2010) Trans-
(C) tenham percebido. pondo-se para a voz passiva a construção Mais tarde vim a
(D) devam perceber. entender a tradução completa, a forma verbal resultante será:
(E) estava percebendo. (A) veio a ser entendida.
(B) teria entendido.
04. (TJ/RJ – TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA SEM (C) fora entendida.
(D) terá sido entendida.
ESPECIALIDADE – FCC/2012) As ruas estavam ocupadas pela
(E) tê-la-ia entendido.
multidão...
A forma verbal resultante da transposição da frase aci-
10. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL
ma para a voz ativa é: PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011 - ADAPTADA)
(A) ocupava-se. ... ele empreende, de maneira quase clandestina, a série
(B) ocupavam. Mulheres.
(C) ocupou. Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma
(D) ocupa. verbal resultante será:
(E) ocupava. (A) foi empreendida.
(B) são empreendidos.
05. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - (C) foi empreendido.
FCC/2012) A frase que NÃO admite transposição para a (D) é empreendida.
voz passiva está em: (E) são empreendidas.
(A) Quando Rodolfo surgiu...
(B) ... adquiriu as impressoras... GABARITO
(C) ... e sustentar, às vezes, família numerosa.
(D) ... acolheu-o como patrono. 01. E 02. D 03. A 04. E 05. A
(E) ... que montou [...] a primeira grande folhetaria do 06. B 07. C 08. D 09. A 10. D
Recife ...
RESOLUÇÃO
06. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
O engajamento moral e político não chegou a constituir um 1-)
deslocamento da atenção intelectual de Said ... No enunciado temos uma oração com a voz passiva do
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbo. Transformando-a em ativa, teremos: “O Instituto Sou
verbal resultante é: da Paz divulgou dados”. Nessa, “Instituto Sou da Paz” funcio-
a) se constituiu. na como sujeito da oração, ou seja, na passiva sua função é a
b) chegou a ser constituído. de agente da passiva. O sujeito paciente é “os dados”.
c) teria chegado a constituir.
2-)
d) chega a se constituir.
Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. = Ele foi
e) chegaria a ser constituído.
abatido...
07. (METRÔ/SP – TÉCNICO SISTEMAS METROVIÁRIOS 3-)
CIVIL – FCC/2014 - ADAPTADA) ...’sertanejo’ indicava indistin- ... valores e princípios que sejam percebidos pela socie-
tamente as músicas produzidas no interior do país... dade como tais = dois verbos na voz passiva, então teremos
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma um na ativa: que a sociedade perceba os valores e princí-
verbal resultante será: pios...

109
LÍNGUA PORTUGUESA

4-) O fonema s:
As ruas estavam ocupadas pela multidão = dois verbos
na passiva, um verbo na ativa: Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substanti-
A multidão ocupava as ruas. vadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr
e sent: pretender - pretensão / expandir - expansão / ascender
5-) - ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão / submer-
B = as impressoras foram adquiridas... gir - submersão / divertir - diversão / impelir - impulsivo /
C = família numerosa é sustentada... compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer - recurso /
D – foi acolhido como patrono... discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir - consensual
E – a primeira grande folhetaria do Recife foi montada...
Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes derivados
6-) dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com
O engajamento moral e político não chegou a consti- verbos terminados por tir ou meter: agredir - agressivo / impri-
tuir um deslocamento da atenção intelectual de Said = dois mir - impressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder
verbos na voz ativa, mas com presença de preposição e, um - excesso / percutir - percussão / regredir - regressão / oprimir -
deles, no infinitivo, então o verbo auxiliar “ser” ficará no in- opressão / comprometer - compromisso / submeter - submissão
finitivo (na voz passiva) e o verbo principal (constituir) ficará *quando o prefixo termina com vogal que se junta com a
no particípio: Um deslocamento da atenção intelectual de palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimétrico
Said não chegou a ser constituído pelo engajamento... / re + surgir - ressurgir
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem-
7-) plos: ficasse, falasse
’sertanejo’ indicava indistintamente as músicas produzi-
das no interior do país. Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos
As músicas produzidas no país eram indicadas pelo ser- de origem árabe: cetim, açucena, açúcar
tanejo, indistintamente. *os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó,
8-) Juçara, caçula, cachaça, cacique
*os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, uço:
(A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos” = voz ativa
barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperan-
(B) “o consumidor pode solicitar a devolução do dinhei-
ça, carapuça, dentuço
ro” = voz ativa
*nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / deter
(C) “enviar o brinquedo por sedex” = voz ativa
- detenção / ater - atenção / reter - retenção
(D) “A empresa também é obrigada pelo Código de De-
*após ditongos: foice, coice, traição
fesa do Consumidor” = voz passiva
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r):
(E) “A empresa fez campanha para recolher” = voz ativa
marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção
9-) O fonema z:
Mais tarde vim a entender a tradução completa...
A tradução completa veio a ser entendida por mim. Escreve-se com S e não com Z:
10-) *os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
ele empreende, de maneira quase clandestina, a série tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês, fre-
Mulheres. guesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc.
A série de mulheres é empreendida por ele, de maneira *os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, meta-
quase clandestina. morfose.
*as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
ORTOGRAFIA quiseste.
*nomes derivados de verbos com radicais terminados
A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - em-
correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão culto presa / difundir - difusão
da língua. *os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís -
As palavras podem apresentar igualdade total ou par- Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho
cial no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo ten- *após ditongos: coisa, pausa, pouso
do significados diferentes. Essas palavras são chamadas de *em verbos derivados de nomes cujo radical termina
homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, do com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar
latim, significa música vocal). As palavras homônimas divi-
dem-se em homógrafas, quando têm a mesma grafia (gosto, Escreve-se com Z e não com S:
substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo gostar) *os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjeti-
e homófonas, quando têm o mesmo som (paço, palácio ou vo: macio - maciez / rico - riqueza
passo, movimento durante o andar). *os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori-
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem- gem não termine com s): final - finalizar / concreto - con-
se observar as seguintes regras: cretizar

110
LÍNGUA PORTUGUESA

*como consoante de ligação se o radical não terminar Questões sobre Ortografia


com s: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis +
inho - lapisinho 01. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013) Assinale a alter-
nativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas
O fonema j: do trecho a seguir, de acordo com a norma-padrão.
Além disso, ___certamente ____entre nós ____do fenôme-
Escreve-se com G e não com J: no da corrupção e das fraudes.
*as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, (A) a … concenso … acerca
gesso. (B) há … consenso … acerca
*estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. (C) a … concenso … a cerca
*as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou- (D) a … consenso … há cerca
cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. (E) há … consenço … a cerca
Observação: Exceção: pajem
02. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013). Assinale a alter-
*as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
nativa cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo
litígio, relógio, refúgio.
com a norma- -padrão.
*os verbos terminados em ger e gir: eleger, mugir.
*depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur- (A) Os tabeliãos devem preparar o documento.
gir. (B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
*depois da letra “a”, desde que não seja radical termina- (C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local.
do com j: ágil, agente. (D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos.
Escreve-se com J e não com G: (E) Cuidado com os degrais, que são perigosos!
*as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
*as palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, 03. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP –
manjerona. 2013). Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para
*as palavras terminada com aje: aje, ultraje. informar os usuários sobre o festival Sounderground.
Prezado Usuário
O fonema ch: ________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do
metrô, ________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30,
Escreve-se com X e não com CH: começa o Sounderground, festival internacional que presti-
*as palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, gia os músicos que tocam em estações do metrô.
muxoxo, xucro. Confira o dia e a estação em que os artistas se apresen-
*as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J): xam- tarão e divirta-se!
pu, lagartixa. Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se
*depois de ditongo: frouxo, feixe. preencher as lacunas, correta e respectivamente, com as
*depois de “en”: enxurrada, enxoval. expressões
A) A fim ...a partir ... as
Observação: Exceção: quando a palavra de origem não B) A fim ...à partir ... às
derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) C) A fim ...a partir ... às
D) Afim ...a partir ... às
Escreve-se com CH e não com X: E) Afim ...à partir ... as
*as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo,
chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
04. Assinale a alternativa que não apresenta erro de
ortografia:
As letras e e i:
A) Ela interrompeu a reunião derrepente.
*os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. B) O governador poderá ter seu mandato caçado.
Com “i”, só o ditongo interno cãibra. C) Os espectadores aplaudiram o ministro.
*os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são D) Saiu com descrição da sala.
escritos com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os
verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui. 05.Em qual das alternativas a frase está corretamente
- atenção para as palavras que mudam de sentido quan- escrita?
do substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), A) O mindingo não depositou na cardeneta de pou-
ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emer- pansa.
gir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que B) O mendigo não depositou na caderneta de pou-
anda a pé), pião (brinquedo). pança.
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de pou-
Fonte: panssa.
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or- D) O mendingo não depozitou na carderneta de pou-
tografia pansa.

111
LÍNGUA PORTUGUESA

06. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- Confira o dia e a estação em que os artistas se apresen-
LO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Analise a propaganda do tarão e divirta-se!
programa 5inco Minutos. A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado; an-
tes de horas: há crase

4-)
A) Ela interrompeu a reunião derrepente. =de repente
B) O governador poderá ter seu mandato caçado. =
cassado
D) Saiu com descrição da sala. = discrição

5-)
A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupan-
sa. = mendigo/caderneta/poupança
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupans-
sa. = mendigo/caderneta/poupança
D) O mendingo não depozitou na carderneta de pou-
pansa. =mendigo/depositou/caderneta/poupança
Em norma-padrão da língua portuguesa, a frase da pro-
paganda, adaptada, assume a seguinte redação: 6-) A questão envolve colocação pronominal e ortogra-
(A) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não ma- fia. Comecemos pela mais fácil: ortografia! A palavra “por
tem-na porisso. isso” é escrita separadamente. Assim, já descartamos duas
(B) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não ma- alternativas (“A” e “E”). Quanto à colocação pronominal,
tem-na por isso. temos a presença do advérbio “não”, que sabemos ser um
(C) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a ma- “ímã” para o pronome oblíquo, fazendo-nos aplicar a regra
tem por isso. da próclise (pronome antes do verbo). Então, a forma corre-
(D) 5INCO MINUTOS: as vezes, dura mais, mas não lhe ta é “mas não A matem” (por que A e não LHE? Porque quem
matem por isso. mata, mata algo ou alguém, objeto direto. O “lhe” é usado
(E) 5INCO MINUTOS: às vezes, dura mais, mas não a ma- para objeto indireto. Se não tivéssemos a conjunção “mas”
tem porisso. nem o advérbio “não”, a forma “matem-na” estaria correta,
GABARITO já que, após vírgula, o ideal é que utilizemos ênclise – prono-
me oblíquo após o verbo).
01. B 02. D 03. C 04. C 05. B 06. C
HÍFEN
RESOLUÇÃO
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado
1-) O exercício quer a alternativa que apresenta correção para ligar os elementos de palavras compostas (couve-flor,
ortográfica. Na primeira lacuna utilizaremos “há”, já que está ex-presidente) e para unir pronomes átonos a verbos (ofere-
empregado no sentido de “existir”; na segunda, “consenso” ceram-me; vê-lo-ei).
com “s”; na terceira, “acerca” significa “a respeito de”, o que Serve igualmente para fazer a translineação de palavras,
se encaixa perfeitamente no contexto. “Há cerca” = tem cer- isto é, no fim de uma linha, separar uma palavra em duas
ca (de arame, cerca viva, enfim...); “a cerca” = a cerca está partes (ca-/sa; compa-/nheiro).
destruída (arame, madeira...)
Uso do hífen que continua depois da Reforma Orto-
2-) gráfica:
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = ta-
beliães 1. Em palavras compostas por justaposição que formam
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem
= cidadãos para formam um novo significado: tio-avô, porto-alegrense,
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda-feira, conta-gotas,
= certidões guarda-chuva, arco- -íris, primeiro-ministro, azul-escuro.
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = de-
graus 2. Em palavras compostas por espécies botânicas e zoo-
lógicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-meni-
3-) Prezado Usuário na, erva-doce, feijão-verde.
A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do me-
trô, a partir desta segunda-feira (25/02), às 17h30, começa 3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém e
o Sounderground, festival internacional que prestigia os mú- sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-casado,
sicos que tocam em estações do metrô. aquém- -fiar, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu- 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobriga-
uso: cor- -de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de- ção, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.
meia, água-de- -colônia, queima-roupa, deus-dará.
5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedista,
Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações etc.
históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, Al- 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
sácia-Lorena, etc. to, benquerer, benquerido, etc.

6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super- Questões sobre Hífen
quando associados com outro termo que é iniciado por r:
hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. 01.Assinale a alternativa em que o hífen, conforme o
novo Acordo, está sendo usado corretamente:
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, A) Ele fez sua auto-crítica ontem.
ex- -presidente, vice-governador, vice-prefeito. B) Ela é muito mal-educada.
C) Ele tomou um belo ponta-pé.
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré- D) Fui ao super-mercado, mas não entrei.
natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. E) Os raios infra-vermelhos ajudam em lesões.

9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abraça 02.Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do
-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. hífen:
A) Pelo interfone ele comunicou bem-humorado que fa-
10. Nas formações em que o prefixo tem como segundo ria uma superalimentação.
B) Nas circunvizinhanças há uma casa malassombrada.
termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, eletro-hi-
C) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido.
grómetro, geo-história, neo-helênico, extra-humano, semi
D) Nossos antepassados realizaram vários anteprojetos.
-hospitalar, super- -homem.
E) O autodidata fez uma autoanálise.
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudo prefixo
termina na mesma vogal do segundo elemento: micro-on-
03.Assinale a alternativa incorreta quanto ao emprego
das, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.
do hífen, respeitando-se o novo Acordo.
A) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo.
Obs: O hífen é suprimido quando para formar outros
B) O meia-direita fez um gol de sem-pulo na semifinal
termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar. do campeonato.
- Lembre-se: ao separar palavras na translineação (mu- C) Era um sem-vergonha, pois andava seminu.
dança de linha), caso a última palavra a ser escrita seja for- D) O recém-chegado veio de além-mar.
mada por hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escre- E) O vice-reitor está em estado pós-operatório.
verei anti-inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na
linha debaixo escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as 04.Segundo o novo Acordo, entre as palavras pão duro
linhas). (avarento), copo de leite (planta) e pé de moleque (doce) o
hífen é obrigatório:
Não se emprega o hífen: A) em nenhuma delas.
B) na segunda palavra.
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo ter- C) na terceira palavra.
mina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou “s”. D) em todas as palavras.
Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antirreli- E) na primeira e na segunda palavra.
gioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia, mi-
crorradiografia, etc. 05.Fez um esforço __ para vencer o campeonato __. Qual
alternativa completa corretamente as lacunas?
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo A) sobreumano/interregional
termina em vogal e o segundo termo inicia-se com vogal B) sobrehumano-interregional
diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoestrada, C) sobre-humano / inter-regional
autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoescola, in- D) sobrehumano/ inter-regional
fraestrutura, etc. E) sobre-humano /interegional

3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos GABARITO


“dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o h inicial: desu-
mano, inábil, desabilitar, etc. 01. B 02. B 03. A 04. E 05. C

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LÍNGUA PORTUGUESA

RESOLUÇÃO Classificação dos Fonemas

1-) Os fonemas classificam-se em vogais, semivogais e con-


A) autocrítica soantes.
C) pontapé
D) supermercado Vogais: são fonemas resultantes das vibrações das cor-
E) infravermelhos das vocais e em cuja produção a corrente de ar passa li-
vremente na cavidade bucal. As vogais podem ser orais e
2-)B) Nas circunvizinhanças há uma casa mal-assombrada. nasais.
Orais: quando a corrente de ar passa apenas pela cavi-
3-) A) O semianalfabeto desenhou um semicírculo. dade bucal. São elas: a, é, ê, i, ó, ô, u. Exemplos: já, pé, vê, ali,
pó, dor, uva.
4-)
Nasais: quando a corrente de ar passa pela cavidade bu-
a) pão-duro / b) copo-de-leite (planta) / c) pé de mole-
cal e nasal. A nasalidade pode ser indicada pelo til (~) ou pe-
que (doce)
las letras n e m. Exemplos: mãe, venda, lindo, pomba, nunca.
a) Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apre-
sentam elementos de ligação.
b) Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies Observação: As vogais ainda podem ser tônicas ou áto-
animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes, nas, dependendo da intensidade com que são pronuncia-
sementes), tenham ou não elementos de ligação. das. A vogal tônica é pronunciada com maior intensidade:
c) Não se usa o hífen em compostos que apresentam café, bola, vidro. A vogal átona é pronunciada com menor
elementos de ligação. intensidade: café, bola, vidro.

5-) Fez um esforço sobre-humano para vencer o cam- Semivogais: são os fonemas /i/ e /u/ quando, juntos de
peonato inter-regional. uma vogal, formam com ela uma mesma sílaba. Observe,
- Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. por exemplo, a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas:
- Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra pa-pai. Na sílaba pai, o fonema vocálico /i/ não é tão forte
com que se inicia a outra palavra quanto o fonema vocálico /a/; nesse caso, o /i/ é semivogal.

LETRA E FONEMA Consoantes: são os fonemas em que a corrente de ar,


emitida para sua produção, teve de forçar passagem na
Letra é o sinal gráfico da escrita. Exemplos: pipoca (tem boca, onde determinado movimento articulatório lhe criou
6 letras); hoje (tem 4 letras). embaraço. Exemplos: gato, pena, lado.

Fonema é o menor elemento sonoro capaz de estabe- Encontro Vocálicos


lecer uma distinção de significado entre palavras. Veja, nos
exemplos, os fonemas que marcam a distinção entre os pares - Ditongos: é o encontro de uma vogal e uma semivogal
de palavras: (ou vice-versa) numa mesma sílaba. Exemplos: pai (vogal +
semivogal = ditongo decrescente); ginásio (semivogal + vo-
bar – mar tela – vela sela – sala gal = ditongo crescente).
- Tritongos: é o encontro de uma semivogal com uma
Não confunda os fonemas com as letras. Fonema é um
vogal e outra semivogal numa mesma sílaba. Exemplo: Pa-
elemento acústico e a letra é um sinal gráfico que representa
raguai.
o fonema. Nem sempre o número de fonemas de uma pala-
- Hiatos: é a sequência de duas vogais numa mesma pa-
vra corresponde ao número de letras que usamos para escre-
vê-la. Na palavra chuva, por exemplo, temos quatro fonemas, lavra mas que pertencem a sílabas diferentes, pois nunca há
isto é, quatro unidades sonoras [xuva] e cinco letras. mais de uma vogal numa sílaba. Exemplos: saída (sa-í-da),
Certos fonemas podem ser representados por diferentes juiz (ju-iz)
letras. É o caso do fonema /s/, que pode ser representado
por: s (pensar) – ss (passado) – x (trouxe) – ç (caçar) – sc (nas- Encontro Consonantais
cer) – xc (excelente) – c (cinto) – sç (desço)
Às vezes, a letra “x” pode representar mais de um fone- Ocorre quando há um grupo de consoantes sem vogal
ma, como na palavra táxi. Nesse caso, o “x” representa dois intermediária. Exemplos: flor, grade, digno.
sons, pois lemos “táksi”. Portanto, a palavra táxi tem quatro
letras e cinco fonemas. Dígrafos
Em certas palavras, algumas letras não representam ne-
nhum fonema, como a letra h, por exemplo, em palavras Grupo de duas letras que representa apenas um fone-
como hora, hoje, etc., ou como as letras m e n quando são ma. Exemplos: passo (ss = fonema /s/), nascimento (sc = fo-
usadas apenas para indicar a nasalização de uma vogal, nema /s/), queijo (qu = fonema /k/)
como em canto, tinta, etc.

114
LÍNGUA PORTUGUESA

Os dígrafos podem ser consonantais e vocálicos. 04. Indique a alternativa cuja sequência de vocábulos
apresenta, na mesma ordem, o seguinte: ditongo, hiato, hia-
- Consonantais: ch (chuva), sc (nascer), ss (osso), sç (des- to, ditongo.
ça), lh (filho), xc (excelente), qu (quente), nh (vinho), rr (ferro), a) jamais / Deus / luar / daí
gu (guerra) b) joias / fluir / jesuíta / fogaréu
- Vocálicos: am, an (tampa, canto), em, en (tempo, ven- c) ódio / saguão / leal / poeira
to), im, in (limpo, cinto), om, on (comprar, tonto), um, un d) quais / fugiu / caiu / história
(tumba, mundo) 05. Os vocabulários passarinho e querida possuem:

Atenção: nos dígrafos, as duas letras representam um só a) 6 e 8 fonemas respectivamente;


fonema; nos encontros consonantais, cada letra representa b)10 e 7 fonemas respectivamente;
um fonema. c) 9 e 6 fonemas respectivamente;
Observe de acordo com os exemplos que o número de d) 8 e 6 fonemas respectivamente;
letras e fonemas não precisam ter a mesma quantidade. e) 7 e 6 fonemas respectivamente.
- Chuva: tem 5 letras e 4 fonemas, já que o “ch” tem um
único som. 06. Quantos fonemas existem na palavra paralelepípedo:
- Hipopótamo: tem 10 letras e 9 fonemas, já que o “h” a) 7
não tem som. b) 12
- Galinha: tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “nh” tem c) 11
um único som. d) 14
- Pássaro: tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “ss” só tem e) 15
um único som.
- Nascimento: 10 letras e 8 fonemas, já que não se pro- 07. Os vocábulos pequenino e drama apresentam, res-
nuncia o “s” e o “en” tem um único som. pectivamente:
- Exceção: 7 letras e 6 fonemas, já que não tem som o “x”. a) 4 e 2 fonemas
- Táxi: 4 letras e 5 fonemas, já que o “x” tem som de “ks”. b) 9 e 5 fonemas
- Guitarra: 8 letras e 6 fonemas, já que o “gu” tem um c) 8 e 5 fonemas
único som e o “rr” também tem um único som. d) 7 e 7 fonemas
- Queijo: 6 letras e 5 fonemas, já que o “qu” tem um e) 8 e 4 fonemas
único som.
08. O “I” não é semivogal em:
Repare que através do exemplo a mudança de apenas a) Papai
uma letra ou fonema gera novas palavras: C a v a l o / C a v b) Azuis
a d o / C a l a d o / C o l a d o / S o l a d o. c) Médio
d) Rainha
EXERCÍCIOS e) Herói
01. A palavra que apresenta tantos fonemas quantas são
09. Assinale a alternativa que apresenta apenas hiatos:
as letras que a compõem é:
a) muito, faísca, balaústre.
a) importância
b) guerreiro, gratuito, intuito.
b) milhares
c) fluido, fortuito, Piauí.
c) sequer
d) tua, lua, nua.
d) técnica
e) n.d.a.
e) adolescente

02. Em qual das palavras abaixo a letra x apresenta não 10. Em qual dos itens abaixo todas as palavras apresen-
um, mas dois fonemas? tam ditongo crescente:
a) exemplo a) Lei, Foice, Roubo
b) complexo b) Muito, Alemão, Viu
c) próximos c) Linguiça, História, Área
d) executivo d) Herói, Jeito, Quilo
e) luxo e) Equestre, Tênue, Ribeirão

03. Qual palavra possui dois dígrafos? RESPOSTAS:


a) fechar
b) sombra 01-D (Em d, a palavra possui 7 fonemas e 7 letras. Nas
c) ninharia demais alternativas, tem-se: a) 10 fonemas / 11 letras; b) 7
d) correndo fonemas / 8 letras; c) 5 fonemas / 6 letras; e) 9 fonemas / 11
e) pêssego letras).

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LÍNGUA PORTUGUESA

02-B (a palavra complexo, o x equivale ao fonema /ks/). acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com
03-D (Em d, há o dígrafo “rr” e o dígrafo nasal “en”). artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
04-B (Observe os encontros: oi, u - i, u - í e eu). trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmente
05-D / 06-D / 07-C / 08-D / 09-D / 10-C abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em pala-
vras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.: mülleria-
ACENTUAÇÃO GRÁFICA no (de Müller)
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as re- nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã
gras estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se com- Regras fundamentais:
põe de algumas particularidades, às quais devemos estar
atentos, procurando estabelecer uma relação de familiari- Palavras oxítonas:
dade e, consequentemente, colocando-as em prática na lin- Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
guagem escrita. “o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a pó(s) – armazém(s)
prática de redigir, automaticamente aprimoramos essas Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
competências, e logo nos adequamos à forma padrão.
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
Regras básicas – Acentuação tônica guidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há

A acentuação tônica implica na intensidade com que Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, se-
são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá guidas de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – com-
de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. pô-lo
As demais, como são pronunciadas com menos intensidade,
são denominadas de átonas. Paroxítonas:
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifica- Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
das como: - i, is : táxi – lápis – júri
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a - us, um, uns : vírus – álbuns – fórum
- l, n, r, x, ps : automóvel – elétron - cadáver – tórax –
última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel
fórceps
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai
- ã, ãs, ão, ãos : ímã – ímãs – órfão – órgãos
na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato –
passível
-- Dica da Zê!: Memorize a palavra LINURXÃO. Para
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica
quê? Repare que essa palavra apresenta as terminações das
está na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tím-
paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =
pano – médico – ônibus
fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
Como podemos observar, os vocábulos possuem mais
de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com -ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não
uma sílaba somente: são os chamados monossílabos que, de “s”: água – pônei – mágoa – jóquei
quando pronunciados, apresentam certa diferenciação
quanto à intensidade. Regras especiais:
Tal diferenciação só é percebida quando os pronuncia-
mos em uma dada sequência de palavras. Assim como po- Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
demos observar no exemplo a seguir: abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento de
“Sei que não vai dar em nada, acordo com a nova regra, mas desde que estejam em pala-
Seus segredos sei de cor”. vras paroxítonas.

Os monossílabos classificam-se como tônicos; os de- * Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma
mais, como átonos (que, em, de). palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são acen-
tuados. Ex.: herói, céu, dói, escarcéu.
Os acentos Antes Agora
assembléia assembleia
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i», «u» idéia ideia
e sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras re- geléia geleia
presentam as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, jibóia jiboia
público, parabéns. Sobre as letras “e” e “o” indica, além da apóia (verbo apoiar) apoia
tonicidade, timbre aberto.Ex.: herói – médico – céu (diton- paranóico paranoico
gos abertos)
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompa-
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.: nhados ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca – baú
tâmara – Atlântico – pêssego – supôs – país – Luís

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observação importante: A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pre-


Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando térito perfeito do modo indicativo) ainda continua sendo
hiato quando vierem depois de ditongo: Ex.: acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa do
Antes Agora singular do presente do indicativo). Ex:
bocaiúva bocaiuva Ela pode fazer isso agora.
feiúra feiura Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou...
Sauípe Sauipe
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abo- preposição por.
lido. Ex.:
- Quando, na frase, der para substituir o “por” por “co-
Antes Agora
locar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
crêem creem
lêem leem “pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex:
vôo voo Faço isso por você.
enjôo enjoo Posso pôr (colocar) meus livros aqui?

- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos Questões sobre Acentuação Gráfica
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. 01. “Cadáver” é paroxítona, pois:
Repare: A) Tem a última sílaba como tônica.
1-) O menino crê em você B) Tem a penúltima sílaba como tônica.
Os meninos creem em você. C) Tem a antepenúltima sílaba como tônica.
2-) Elza lê bem! D) Não tem sílaba tônica.
Todas leem bem!
3-) Espero que ele dê o recado à sala. 02. Assinale a alternativa correta.
Esperamos que os garotos deem o recado! A palavra faliu contém um:
4-) Rubens vê tudo! A) hiato
Eles veem tudo! B) dígrafo
C) ditongo decrescente
* Cuidado! Há o verbo vir:
D) ditongo crescente
Ele vem à tarde!
Eles vêm à tarde!
03. Em “O resultado da experiência foi, literalmente,
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando aterrador.” a palavra destacada encontra-se acentuada pelo
seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru-im, con- mesmo motivo que:
tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz A) túnel
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estive- B) voluntário
rem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha. C) até
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem D) insólito
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba E) rótulos
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz,
com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou 04. Assinale a alternativa correta.
“i” não serão mais acentuadas. Ex.: A) “Contrário” e “prévias” são acentuadas por serem pa-
Antes Depois roxítonas terminadas em ditongo.
apazigúe (apaziguar) apazigue B) Em “interruptor” e “testaria” temos, respectivamente,
averigúe (averiguar) averigue encontro consonantal e hiato.
argúi (arguir) argui C) Em “erros derivam do mesmo recurso mental” as
palavras grifadas são paroxítonas.
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do
D) Nas palavras “seguida”, “aquele” e “quando” as par-
plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo vir)
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, tes destacadas são dígrafos.
reter, deter, abster. E) A divisão silábica está correta em “co-gni-ti-va”, “p-
ele contém – eles contêm si-có-lo-ga” e “a-ci-o-na”.
ele obtém – eles obtêm
ele retém – eles retêm 05. Todas as palavras abaixo são hiatos, EXCETO:
ele convém – eles convêm A) saúde
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes B) cooperar
eram acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes C) ruim
(regra do acento diferencial). Apenas em algumas exceções, D) creem
como: E) pouco

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LÍNGUA PORTUGUESA

06. “O episódio aconteceu em plena via pública de 3-) ex – pe - ri – ên - cia : paroxítona terminada em
Assis. Dez mulheres começaram a cantar músicas pela paz ditongo crescente (semivogal + vogal)
mundial. A partir daquele momento outras pessoas que a-) Tú –nel: paroxítona terminada em L
passavam por ali decidiram integrar ao grupo. Rapidamente, b-) vo – lun - tá – rio : paroxítona terminada em ditongo
uma multidão aderiu à ideia. Assim começou a formação do c-) A - té – oxítona
maior coral popular de Assis”. O vocábulo sublinhado tem d-) in – só – li – to : proparoxítona
sua acentuação gráfica justificada pelo mesmo motivo das e-) ró – tu los – proparoxítona
palavras:
A) eminência, ímpio, vácuo, espécie, sério 4-)
B) aluá, cárie, pátio, aéreo, ínvio a-) correta
C) chinês, varíola, rubéola, período, prêmio b-) inteRRuptor: não é encontro consonantal, mas sim
D) sábio, sábia, sabiá, curió, sério DÍGRAFO
c-) todas são, exceto MENTAL, que é oxítona
07. Assinale a opção CORRETA em que todas as palavras d-) são dígrafos, exceto QUANDO, que “ouço” o som do
estão acentuadas na mesma posição silábica. U, portanto não é caso de dígrafo
A) Nazaré - além - até - está - também. e-) cog – ni - ti – va / psi – có- lo- ga
B) Água - início - além - oásis - religião.
C) Município - início - água - século - oásis 5-) sa - ú - de / co - o - pe – rar / ru – im /
D) Século - símbolo - água - histórias - missionário cre - em / pou - co (ditongo)
E) Missionário - símbolo - histórias - século – município
6-) e - pi - só - dio - paroxítona terminada em ditongo
08. Considerando as palavras: também / revólver / lâm- a-) ok
pada / lápis. Assinale a única alternativa cuja justificativa de b-) a – lu –á :oxítona, então descarte esse item
acentuação gráfica não se refere a uma delas: c-) chi – nês : oxítona, idem
A) palavra paroxítona terminada em - is d-) sa – bi – á : idem
B) palavra proparoxítona terminada em - em
C) palavra paroxítona terminada em - r 7-)
D) palavra proparoxítona - todas devem ser acentuadas a-) oxítona – TODAS
b-) paroxítona – paroxítona – oxítona – paroxítona – não
09. Assinale a alternativa incorreta: acentuada
A) Os vocábulos sábio, régua e decência são paroxíto- c-) paroxítona – idem – idem – proparoxítona – paroxí-
nos terminadas em ditongos crescentes. tona
B) O vocábulo armazém é acentuado por ser um oxítono d-) proparoxítona – idem – paroxítona – idem – idem
terminado em em. e-) paroxítona – proparoxítona – paroxítona – proparo-
C) Os vocábulos baú e cafeína são hiatos. xítona – paroxítona
D) O vocábulo véu é acentuado por ser um oxítono ter-
minado em u. 8-) tam – bém: oxítona / re – vól – ver: paroxítona / lâm
– pa – da: proparoxítona / lá – pis :paroxítona
GABARITO a-) é a regra do LÁPIS
b-) todas as proparoxítonas são acentuadas, indepen-
01. B 02. C 03. B 04. A 05. E dente de sua terminação
06. A 07. A 08. B 09. D c-) regra para REVÓLVER
d-) relativa à palavra lâmpada
RESOLUÇÃO
9-) As alternativas A, B e C contêm afirmativas corretas.
1-) Separando as sílabas: Ca – dá – ver: a penúltima síla- Na D, há erro, pois véu é monossílabo acentuado por termi-
ba é a tônica (mais forte; nesse caso, acentuada). Penúltima nar em ditongo aberto.
sílaba tônica = paroxítona

2-) fa - liu - temos aqui duas vogais na mesma síla-


ba, portanto: ditongo. É decrescente porque apresenta uma
vogal e uma semivogal. Na classificação, ambas são semivo-
gais, mas quando juntas, a que “aparecer” mais na pronúncia
será considerada “vogal”.

118
MATEMÁTICA

1. Conjuntos Numéricos: Números naturais e números inteiros: operações, relação de ordem, divisibilidade, máximo
divisor comum, mínimo múltiplo comum e decomposição em fatores primos; Números racionais e irracionais:
operações, relação de ordem, propriedades e valor absoluto; Números complexos: conceito, operações e representação
geométrica; Situações-problema envolvendo conjuntos numéricos. ................................................................................................. 01
2. Progressão Aritmética e Progressão Geométrica: Razão, termo geral e soma dos termos; Situações-problema
envolvendo progressões. ..................................................................................................................................................................................... 07
3. Noções de Matemática Financeira: Razão e Proporção; Porcentagem; Juros simples e composto. ................................. 15
4. Equações e Inequações: Conceito; Resolução e discussão. ............................................................................................................... 30
5. Funções: Conceito e representação gráfica das funções: afim, quadrática, exponencial e modulares; Situações-
problema envolvendo funções. ......................................................................................................................................................................... 35
6. Sistemas de equações: Conceito; Resolução, discussão e representação geométrica; Situações-problema envolvendo
sistemas de equações. ........................................................................................................................................................................................... 41
7. Análise Combinatória: Princípio fundamental de contagem; Combinações e permutações; Situações-problema
envolvendo análise combinatória. .................................................................................................................................................................... 41
8. Noções de Estatística: Apresentação de dados estatísticos: tabelas e gráficos; Medidas de centralidade: média
aritmética, média ponderada, mediana e moda.......................................................................................................................................... 50
9. Geometria: Figuras geométricas planas: ângulos, retas, polígonos, circunferências e círculos; Relações métricas nos
polígonos; Perímetro de polígono e comprimento de circunferência; Área de polígono e do círculo; Resolução de
problemas envolvendo geometria..................................................................................................................................................................... 65
MATEMÁTICA

Subconjuntos de
1. CONJUNTOS NUMÉRICOS: NÚMEROS Vale lembrar que um asterisco, colocado junto à letra
NATURAIS E NÚMEROS INTEIROS: que simboliza um conjunto, significa que o zero foi excluí-
OPERAÇÕES, RELAÇÃO DE ORDEM, do de tal conjunto.
DIVISIBILIDADE, MÁXIMO DIVISOR
COMUM, MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM E
DECOMPOSIÇÃO EM FATORES PRIMOS;
NÚMEROS RACIONAIS E IRRACIONAIS:
Expressões Numéricas
OPERAÇÕES, RELAÇÃO DE ORDEM,
PROPRIEDADES E VALOR ABSOLUTO; Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra-
NÚMEROS COMPLEXOS: CONCEITO, ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem
OPERAÇÕES E REPRESENTAÇÃO acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex-
GEOMÉTRICA; SITUAÇÕES-PROBLEMA pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos:
ENVOLVENDO CONJUNTOS NUMÉRICOS.
Se em uma expressão numérica aparecer as quatro ope-
rações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão pri-
meiramente, na ordem em que elas aparecerem e somente
Números Naturais depois a adição e a subtração, também na ordem em que
Os números naturais são o modelo matemático neces- aparecerem e os parênteses são resolvidos primeiro.
sário para efetuar uma contagem.
Começando por zero e acrescentando sempre uma uni- Exemplo 1
dade, obtemos os elementos dos números naturais:
10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7
A construção dos Números Naturais 16 + 7
- Todo número natural dado tem um sucessor (número que 23
vem depois do número dado), considerando também o zero.
Exemplos: Seja m um número natural. Exemplo 2
a) O sucessor de m é m+1.
b) O sucessor de 0 é 1. 40 – 9 x 4 + 23
c) O sucessor de 1 é 2. 40 – 36 + 23
d) O sucessor de 19 é 20. 4 + 23
27
- Se um número natural é sucessor de outro, então os
dois números juntos são chamados números consecutivos. Exemplo 3
Exemplos: 25-(50-30)+4x5
a) 1 e 2 são números consecutivos. 25-20+20=25
b) 5 e 6 são números consecutivos.
c) 50 e 51 são números consecutivos. Números Inteiros

- Vários números formam uma coleção de números na- Podemos dizer que este conjunto é composto pelos
turais consecutivos se o segundo é sucessor do primeiro, números naturais, o conjunto dos opostos dos números
o terceiro é sucessor do segundo, o quarto é sucessor do naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por:
terceiro e assim sucessivamente.
Exemplos:
a) 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos.
b) 5, 6 e 7 são consecutivos. Subconjuntos do conjunto  :
c) 50, 51, 52 e 53 são consecutivos.
1)
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um
antecessor (número que vem antes do número dado).
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente
de zero.
a) O antecessor do número m é m-1. 2)
b) O antecessor de 2 é 1.
c) O antecessor de 56 é 55.
d) O antecessor de 10 é 9.

1
MATEMÁTICA

3)

Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que pode
ser expresso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer,
com b≠0

Assim, os números são dois


exemplos de números racionais.
2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada;
Representação Decimal das Frações para tanto, vamos apresentar o procedimento através de
alguns exemplos:
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em Exemplo 1
decimais
Seja a dízima 0, 333... .
1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o nú-
mero decimal terá um número finito de algarismos após a Façamos x = 0,333... e multipliquemos ambos os mem-
vírgula. bros por 10: 10x = 3,333
Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade
da segunda:
10x – x = 3,333... – 0,333... → 9x = 3 → x = 3/9
3
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração .
9
Exemplo 2

Seja a dízima 5, 1717... .

2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgu- Façamos x = 5,1717... e 100x = 517,1717... .
la, mas lembrando que a dízima deve ser periódica para ser Subtraindo membro a membro, temos:
número racional 99x = 512 → x = 512/99
OBS: período da dízima são os números que se repe-
tem, se não repetir não é dízima periódica e assim números Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração 512/99 .
irracionais, que trataremos mais a frente.
Números Irracionais
Identificação de números irracionais
- Todas as dízimas periódicas são números racionais.
- Todos os números inteiros são racionais.
- Todas as frações ordinárias são números racionais.
- Todas as dízimas não periódicas são números irracio-
nais.
- Todas as raízes inexatas são números irracionais.
- A soma de um número racional com um número irra-
cional é sempre um número irracional.
Representação Fracionária dos Números Decimais - A diferença de dois números irracionais, pode ser um
número racional.
Trata-se do problema inverso: estando o número ra- -Os números irracionais não podem ser expressos na
cional escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo na forma , com a e b inteiros e b≠0.
forma de fração. Temos dois casos:
Exemplo:  -  = 0 e 0 é um número racional.
1º) Transformamos o número em uma fração cujo nu-
merador é o número decimal sem a vírgula e o denomina- - O quociente de dois números irracionais, pode ser um
dor é composto pelo numeral 1, seguido de tantos zeros número racional.
quantas forem as casas decimais do número decimal dado:
Exemplo:  :  =  = 2  e 2 é um número racional.

- O produto de dois números irracionais, pode ser um


número racional.

2
MATEMÁTICA

Intervalo fechado à direita – números reais maiores que


Exemplo:  .  =  = 5 e 5 é um número racional. a e menores ou iguais a b.

Exemplo:radicais( a raiz quadrada de um núme-


ro natural, se não inteira, é irracional.

Números Reais Intervalo:]a,b]


Conjunto:{x∈R|a<x≤b}

INTERVALOS IIMITADOS

Semirreta esquerda, fechada de origem b- números


reais menores ou iguais a b.

Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x∈R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números


reais menores que b.
Fonte: www.estudokids.com.br

Representação na reta

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}

Semirreta direita, fechada de origem a – números reais


maiores ou iguais a a.

INTERVALOS LIMITADOS
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
iguais a e menores do que b ou iguais a b.
Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais


Intervalo:[a,b] maiores que a.
Conjunto: {x∈R|a≤x≤b}

Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-


nores que b.

Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}
Intervalo:]a,b[
Conjunto:{x∈R|a<x<b} Potenciação

Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores Os números envolvidos em uma multiplicação são cha-
que a ou iguais a a e menores do que b. mados de fatores e o resultado da multiplicação é o pro-
duto, quando os fatores são todos iguais existe uma forma
diferente de fazer a representação dessa multiplicação que
é a potenciação. 

Intervalo:{a,b[ 2 . 2 . 2 . 2 = 16 → multiplicação de fatores iguais.


Conjunto {x∈R|a≤x<b}

3
MATEMÁTICA

Propriedades
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências
de mesma base, repete-se a base e  adiciona-se (soma) os
expoentes.

Exemplos:
54 . 53 = 54+3= 57
(5.5.5.5) .( 5.5.5)= 5.5.5.5.5.5.5 = 57

Casos

1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma


base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio Exemplos:


número. 96 : 92 = 96-2 = 94

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multi-


3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, plica-se os expoentes.
resulta em um número positivo. Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56

4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím- Radiciação


par, resulta em um número negativo. Radiciação é a operação inversa a potenciação

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas-


sar o sinal para positivo e inverter o número que está na
base.  Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-
se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado em
números primos. Veja: 

6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o


valor do expoente, o resultado será igual a zero. 

64=2.2.2.2.2.2=26

4
MATEMÁTICA

Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira- Exemplo


se” um e multiplica.

1 1
3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5
1
Observe:
Adição e subtração
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , então:
n
a.b = n a .n b
O radical de índice inteiro e positivo de um produto Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.
indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
dos fatores do radicando.

Raiz quadrada de frações ordinárias


1 1
2 2 22 2 2
Observe: =  = 1 =
3 3 3
32
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: Caso tenha:
* *
+

a na
n =
b nb Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.

O radical de índice inteiro e positivo de um quociente Racionalização de Denominadores


indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi-
ce dos termos do radicando. Normalmente não se apresentam números irracionais
com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
Raiz quadrada números decimais minação dos radicais do denominador chama-se racionali-
zação do denominador.

1º Caso:Denominador composto por uma só parcela

Operações

Operações

Multiplicação
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Exemplo

Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-


Divisão rença de quadrados no denominador:

5
MATEMÁTICA

MMC Vamos estudar dois métodos para encontrar o mdc de


dois ou mais números
1) Um modo de calcular o m.d.c. de dois ou mais nú-
O mmc de dois ou mais números naturais é o menor meros é utilizar a decomposição desses números em fato-
número, excluindo o zero, que é múltiplo desses números. res primos:
- Decompomos os números em fatores primos;
Cálculo do m.m.c. - O m.d.c. é o produto dos fatores primos comuns.
Acompanhe o cálculo do m.d.c. entre 36 e 90:
Vamos estudar dois métodos para encontrar o mmc de 36 = 2 x 2 x 3 x 3
dois ou mais números: 90 = 2 x 3 x 3 x 5
1)  Podemos calcular o m.m.c. de dois ou mais números O m.d.c. é o produto dos fatores primos comuns =>
utilizando a fatoração. Acompanhe o cálculo do m.m.c. de m.d.c.(36,90) = 2 x 3 x 3
12 e 30: Portanto m.d.c.(36,90) = 18.
1º) decompomos os números em fatores primos Escrevendo a fatoração do número na forma de potên-
2º) o m.m.c. é o produto dos fatores primos comuns e cia temos:
não comuns: 36 = 22 x 32
                   12   =  2  x  2  x  3 90 = 2  x 32 x 5
                   30   =          2  x  3   x  5 Portanto m.d.c.(36,90) = 2 x 32 = 18.
m.m.c (12,30)  = 2  x  2  x  3   x  5 2) Processo das divisões sucessivas : Nesse processo
Escrevendo a fatoração dos números na forma de efetuamos várias divisões até chegar a uma divisão exata.
potência, temos: O divisor desta divisão é o m.d.c. Acompanhe o cálculo do
12 = 22  x  3 m.d.c.(48,30).
30 = 2   x  3  x  5  Regra prática:
m.m.c (12,30)  = 22  x  3  x  5 1º) dividimos o número maior pelo número menor;
    48 / 30 = 1 (com resto 18)
O mmc de dois ou mais números, quando fatorados, 2º) dividimos o divisor 30, que é divisor da divisão an-
é o produto dos fatores comuns e não comuns , cada um terior, por 18, que é o resto da divisão anterior, e assim
com seu maior expoente sucessivamente;
    30 / 18 = 1 (com resto 12)
2) Método da decomposição simultânea 18 / 12 = 1 (com resto 6)
Vamos encontrar o mmc (15, 24, 60) 12 / 6 = 2 (com resto zero - divisão exata)

3º) O divisor da divisão exata é 6. Então m.d.c.(48,30)


= 6.
OBS:
1.Dois ou mais números são primos entre si quando o
máximo divisor comum entre eles é o número.
2.Dados dois ou mais números, se um deles é divisor
de todos os outros, então ele é o mdc dos números dados.

Problemas
Neste processo decompomos todos os números ao 1. Uma indústria de tecidos fabrica retalhos de mes-
mesmo tempo, num dispositivo como mostra a figura aci- mo comprimento. Após realizarem os cortes necessários,
ma. O produto dos fatores primos que obtemos nessa de- verificou-se que duas peças restantes tinham as seguintes
composição é o m.m.c. desses números. medidas: 156 centímetros e 234 centímetros. O gerente de
Portanto, m.m.c.(15,24,60) = 2 x 2 x 2 x 3 x 5 = 120 produção ao ser informado das medidas, deu a ordem para
OBS: que o funcionário cortasse o pano em partes iguais e de
1. Dados dois ou mais números, se um deles é múlti- maior comprimento possível. Como ele poderá resolver
plo de todos os outros, então ele é o m.m.c. dos números essa situação? 
dados. 2. Uma empresa de logística é composta de três áreas:
2. Dados dois números primos entre si, o mmc deles é administrativa, operacional e vendedores. A área adminis-
o produto desses números. trativa é composta de 30 funcionários, a operacional de 48
e a de vendedores com 36 pessoas. Ao final do ano, a em-
MDC presa realiza uma integração entre as três áreas, de modo
que todos os funcionários participem ativamente. As equi-
Máximo divisor comum (mdc) pes devem conter o mesmo número de funcionários com
É o maior divisor comum entre dois ou mais núme- o maior número possível. Determine quantos funcionários
ros naturais. Usamos a abreviação MDC devem participar de cada equipe e o número possível de
Cálculo do m.d.c equipes. 

6
MATEMÁTICA

3. (PUC–SP) Numa linha de produção, certo tipo de ma- As sequências podem ser finitas, quando apresentam
nutenção é feita na máquina A a cada 3 dias, na máquina B, a um último termo, ou, infinitas, quando não apresentam um
cada 4 dias, e na máquina C, a cada 6 dias. Se no dia 2 de de- último termo. As sequências infinitas são indicadas por re-
zembro foi feita a manutenção nas três máquinas, após quan- ticências no final.
tos dias as máquinas receberão manutenção no mesmo dia. 
Exemplos:
4. Um médico, ao prescrever uma receita, determina que - Sequência dos números primos positivos: (2, 3, 5,
três medicamentos sejam ingeridos pelo paciente de acordo 7, 11, 13, 17, 19, ...). Notemos que esta é uma sequência
com a seguinte escala de horários: remédio A, de 2 em 2 ho- infinita com a1 = 2; a2 = 3; a3 = 5; a4 = 7; a5 = 11; a6 = 13 etc.
ras, remédio B, de 3 em 3 horas e remédio C, de 6 em 6 horas. - Sequência dos números ímpares positivos: (1, 3, 5, 7,
Caso o paciente utilize os três remédios às 8 horas da manhã, 9, 11, ...). Notemos que esta é uma sequência infinita com
qual será o próximo horário de ingestão dos mesmos? a1 = 1; a2 = 3; a3 = 5; a4 = 7; a5 = 9; a6 = 11 etc.
- Sequência dos algarismos do sistema decimal de
5. João tinha 20 bolinhas de gude e queria distribuí-las numeração: (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9). Notemos que esta é
entre ele e 3 amigos de modo que cada um ficasse com uma sequência finita com a1 = 0; a2 = 1; a3 = 2; a4 = 3; a5 =
um número par de bolinhas e nenhum deles ficasse com o 4; a6 = 5; a7 = 6; a8 = 7; a9 = 8; a10 = 9.
mesmo número que o outro. Com quantas bolinhas ficou
cada menino?  1. Igualdade
Resposta As sequências são apresentadas com os seus termos
1. Calculamos o MDC entre 156 e 234 e o resultado é entre parênteses colocados de forma ordenada. Sucessões
:  os retalhos devem ter 78 cm de comprimento.  que apresentarem os mesmos termos em ordem diferente
serão consideradas sucessões diferentes.
2. Calculamos o MDC entre 30, 48 e 36. O número de Duas sequências só poderão ser consideradas iguais
equipes será igual a 19, com 6 participantes cada uma.  se, e somente se, apresentarem os mesmos termos, na
mesma ordem.
3. Calculamos o MMC entre 3, 4 e 6. Concluímos que
Exemplo
após 12 dias, a manutenção será feita nas três máquinas.
A sequência (x, y, z, t) poderá ser considerada igual à
Portanto, dia 14 de dezembro. 
sequência (5, 8, 15, 17) se, e somente se, x = 5; y = 8; z =
15; e t = 17.
4. Calculamos o MMC entre 2, 3 e 6. De 6 em 6 horas os
Notemos que as sequências (0, 1, 2, 3, 4, 5) e (5, 4, 3,
três remédios serão ingeridos juntos. Portanto, o próximo
2, 1) são diferentes, pois, embora apresentem os mesmos
horário será às 14 horas. 
elementos, eles estão em ordem diferente.
5. Se o primeiro menino ficar com 2 bolinhas, sobrarão 2. Formula Termo Geral
18 bolinhas para os outros 3 meninos. Se o segundo rece- Podemos apresentar uma sequência através de uma
ber 4, sobrarão 14 bolinhas para os outros dois meninos. determina o valor de cada termo an em função do valor de
O terceiro menino receberá 6 bolinhas e o quarto receberá n, ou seja, dependendo da posição do termo. Esta formula
8 bolinhas. que determina o valor do termo an e chamada formula do
termo geral da sucessão.

Exemplos
2. PROGRESSÃO ARITMÉTICA E
- Determinar os cincos primeiros termos da sequência
PROGRESSÃO GEOMÉTRICA: RAZÃO, TERMO cujo termo geral e igual a:
GERAL E SOMA DOS TERMOS; SITUAÇÕES- an = n – 2n,com n € N* a
PROBLEMA ENVOLVENDO PROGRESSÕES. Teremos:
A1 = 12 – 2 . 1 a a1 = 1
A2 = 22 – 2 . 2 a a2 = 0
Progressão Aritmética (PA) A3 = 32 – 2 . 3 a a3 = 3
Podemos, no nosso dia-a-dia, estabelecer diversas se- A4 = 42 – 4 . 2 a a4 = 8
quências como, por exemplo, a sucessão de cidades que A5 = 55 – 5 . 2 a a5 = 15
temos numa viagem de automóvel entre Brasília e São Pau-
lo ou a sucessão das datas de aniversário dos alunos de - Determinar os cinco primeiros termos da seqüência
uma determinada escola. cujo termo geral é igual a:
Podemos, também, adotar para essas sequências uma an = 3 . n + 2, com n € N*.
ordem numérica, ou seja, adotando a1 para o 1º termo, a2 a1 = 3 . 1 + 2 a a1 = 5
para o 2º termo até an para o n-ésimo termo. Dizemos que o a2 = 3 . 2 + 2 a a2 = 8
termo an é também chamado termo geral das sequências, em a3 = 3 . 3 + 2 a a3 = 11
que n é um número natural diferente de zero. Evidentemente, a4 = 3 . 4 + 2 a a4 = 14
daremos atenção ao estudo das sequências numéricas. a5 = 3 . 5 + 2 a a5 = 17

7
MATEMÁTICA

- Determinar os termos a12 e a23 da sequência cujo PA com quatro termos: (a – 3r), (a – r), (a + r) e (a + 3r),
termo geral é igual a: razão igual a 2r.
an = 45 – 4 + n, com n € N*. PA com cinco termos: (a – 2r), (a – r), a, (a + r) e (a + 2r),
razão igual a r.
Teremos:
a12 = 45 – 4 . 12 a a12 = -3 Exemplo
a23 = 45 – 4 . 23 a a23 = -47
- Determinar os números a, b e c cuja soma é, igual a
3. Lei de Recorrências 15, o produto é igual a 105 e formam uma PA crescente.
Uma sequência pode ser definida quando oferecemos
o valor do primeiro termo e um “caminho” (uma formula) Teremos:
que permite a determinação de cada termo conhecendo- Fazendo a = (b – r) e c = (b + r) e sendo a + b + c =
se o seu antecedente. Essa forma de apresentação de uma 15, teremos:
sucessão é dita de recorrências. (b – r) + b + (b + r) = 15 → 3b = 15 → b = 5.

Exemplos Assim, um dos números, o termo médio da PA, já é


- Escrever os cinco primeiros termos de uma sequência conhecido.
em que: Dessa forma a sequência passa a ser:
a1 = 3 e an+1 = 2 . an - 4, em que n € N*. (5 – r), 5 e ( 5 + r ), cujo produto é igual a 105, ou seja:
Teremos: (5 – r) .5 . (5 + r) = 105 → 52 – r2 = 21
a1 = 3 r2 = 4 → 2 ou r = -2.
a2 = 2 . a1 – 4 a a2 = 2 . 3 – 4 a a2 = 2 Sendo a PA crescente, ficaremos apenas com r= 2.
a3 = 2 . a2 – 4 a a3 = 2 . 2 - 4 a a3 = 0 Finalmente, teremos a = 3, b = 5 e c= 7.
a4 = 2 . a3 – 4 a a4 = 2 . 0 - 4 a a4 = -4
a5 = 2 . a4 – 4 a a5 = 2 .(-4) – 4 a a5 = -12 5. Propriedades
- Determinar o termo a5 de uma sequência em que:
P1: para três termos consecutivos de uma PA, o termo
a1 = 12 e an+ 1 = an – 2, em que n € N*.
médio é a media aritmética dos outros dois termos.
a2 = a1 – 2 → a2 = 12 – 2 → a2=10
Exemplo
a3 = a2 – 2 → a3 = 10 – 2 → a3 = 8
a4 = a3 – 2 → a4 = 8 – 2 → a4 = 6
Vamos considerar três termos consecutivos de uma PA:
a5 = a4 – 2 → a5 = 6 – 2 → a5 = 4
an-1, an e an+1. Podemos afirmar que:
I - an = an-1 + r
Observação 1
II - an = an+ 1 –r
Devemos observar que a apresentação de uma se-
quência através do termo geral é mais pratica, visto que Fazendo I + II, obteremos:
podemos determinar um termo no “meio” da sequência 2an = an-1 + r + an +1 - r
sem a necessidade de determinarmos os termos interme- 2an = an -1+ an + 1
diários, como ocorre na apresentação da sequência através an + 1
da lei de recorrências. Logo: an = an-1 +
2
Observação 2 Portanto, para três termos consecutivos de uma PA o
termo médio é a media aritmética dos outros dois termos.
Algumas sequências não podem, pela sua forma “de- 6. Termos Equidistantes dos Extremos
sorganizada” de se apresentarem, ser definidas nem pela
lei das recorrências, nem pela formula do termo geral. Um Numa sequência finita, dizemos que dois termos são
exemplo de uma sequência como esta é a sucessão de nú- equidistantes dos extremos se a quantidade de termos que
meros naturais primos que já “destruiu” todas as tentativas precederem o primeiro deles for igual à quantidade de ter-
de se encontrar uma formula geral para seus termos. mos que sucederem ao outro termo. Assim, na sucessão:

4. Artifícios de Resolução (a1, a2, a3, a4,..., ap,..., ak,..., an-3, an-2, an-1, an), temos:

Em diversas situações, quando fazemos uso de apenas a2 e an-1 são termos equidistantes dos extremos;
alguns elementos da PA, é possível, através de artifícios de a3 e an-2 são termos equidistantes dos extremos;
resolução, tornar o procedimento mais simples: a4 an-3 são termos equidistantes dos extremos.
PA com três termos: (a – r), a e (a + r), razão igual a r.

8
MATEMÁTICA

Notemos que sempre que dois termos são E, assim, finalmente:


equidistantes dos extremos, a soma dos seus índices é (a1 + an ).n
igual ao valor de n + 1. Assim sendo, podemos generalizar Sn =
que, se os termos ap e ak são equidistantes dos extremos, 2
então: p + k = n+1. Exemplo
- Ache a soma dos sessenta primeiros termos da PA (2
, 5, 8,...).
Propriedade
Dados: a1 = 2
Numa PA com n termos, a soma de dois termos r=5–2=3
equidistantes dos extremos é igual à soma destes Calculo de a60:
extremos. A60 = a1 + 59r → a60 = 2 + 59 . 3
a60 = 2 + 177
Exemplo a60 = 179

Sejam, numa PA de n termos, ap e ak termos Calculo da soma:


equidistantes dos extremos.
]
(a1 + an )n (a + a ).60
Teremos, então: Sn = → S60 = 1 60
I - ap = a1 + (p – 1) . r a ap = a1 + p . r – r 2 2
II - ak = a1 + (k – 1) . r a ak = a1 + k . r – r
Fazendo I + II, teremos: (2 + 179).60
S60 =
Ap + ak = a1 + p . r – r + a1 + k . r – r 2
Ap + ak = a1 + a1 + (p + k – 1 – 1) . r
S60 = 5430
Considerando que p + k = n + 1, ficamos com:
ap + ak = a1 + a1 + (n + 1 – 1) . r Resposta: 5430
ap + ak = a1 + a1 + (n – 1) . r
ap + ak = a1 + an Progressão Geométrica (PG)

Portanto numa PA com n termos, em que n é um PG é uma sequência numérica onde cada termo, a partir
numero ímpar, o termo médios (am) é a media aritmética do segundo, é o anterior multiplicado por uma constante q
dos extremos. chamada razão da PG.
a1 + an an+1 = an . q
Am =
2 Com a1 conhecido e n € N*

7. Soma dos n Primeiros Termos de uma PA Exemplos

Vamos considerar a PA (a1, a2, a3,…,an-2, an-1,an ) e - (3, 6, 12, 24, 48,...) é uma PG de primeiro termo a1 =
representar por Sn a soma dos seus n termos, ou seja: 3 e razão q = 2.
Sn = a1 + a2 + a3 + …+ an-2 + an-1 + an
(igualdade I) - (-36, -18, -9, −9 , −9 ,...) é uma PG de primeiro termo
a1= -36 e razão q =2 1 . 4
Podemos escrever também: 2
Sn = an + an-1 + an-2 + ...+ a3 + a2 + a1 - (15, 5, 5 , 5 ,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 15
(igualdade II) e razão q = 13 . 9
3
Somando-se I e II, temos: - (-2, -6, -18, -54, ...) é uma PG de primeiro termo a1 =
2Sn = (a1 + an) + (a2 + an-1) + (a3 + an-2) + …+ (an-2 + a3) -2 e razão q = 3.
+ (an-1 + a2) + (an + a1) - (1, -3, 9, -27, 81, -243, ...) é uma PG de primeiro termo
Considerando que todas estas parcelas, colocadas a1 = 1 e razão q = -3.
entre parênteses, são formadas por termos equidistantes - (5, 5, 5, 5, 5, 5,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 5
dos extremos e que a soma destes termos é igual à soma e razão q = 1.
dos extremos, temos: - (7, 0, 0, 0, 0, 0,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 7
e razão q = 0.
2Sn = (a1 + an) + (a1 + an) + (a1 + an) + (a1 + an) + - (0, 0, 0, 0, 0, 0,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 0
+… + (a1 + an) → 2Sn = ( a1 + an) . n e razão q qualquer.

9
MATEMÁTICA

Observação: Para determinar a razão de uma PG, basta Assim, se quisermos determinar o termo a6 desta PG,
efetuar o quociente entre dois termos consecutivos: o faremos:
posterior dividido pelo anterior. 5
(1).5
a +1 A6 = 15 . → a6 =
q= n (an ≠ 0) 2 81
an - Numa PG de primeiro termo a1 = 1 e razão = -3 temos
o termo geral na igual a:
Classificação an = a1 . qn-1 → an = 1 . (-3)n-1

As classificações geométricas são classificadas assim: Assim, se quisermos determinar o termo a4 desta PG,
- Crescente: Quando cada termo é maior que o ante- faremos:
rior. Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e A4 = 1 . (-3)3 → a4 = -27
0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o an- Artifícios de Resolução
terior. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1
< 0 e q > 1. Em diversas situações, quando fazemos uso de apenas
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal con- alguns elementos da PG, é possível através de alguns
trario ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0. elementos de resolução, tornar o procedimento mais
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto simples.
ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA
de razão r = 0. A PG constante é também chamada de PG PG com três termos:
estacionaria.
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto a a; aq
ocorre quando a1 = 0 ou q = 0. q

Formula do Termo Geral PG com quatro termos:


a q
A definição de PG está sendo apresentada por meio de ; ; aq; aq3
uma lei de recorrências, e nos já aprendemos nos módu- q3 q
los anteriores que a formula do termo geral é mais pratica.
Por isso, estaremos, neste item, procurando estabelecer, a PG com cinco termos:
partir da lei de recorrências, a fórmula do termo geral da
progressão geométrica. a q ; a; aq; aq2
;
q2 q
Vamos considerar uma PG de primeiro termo a1 e
razão q. Assim, teremos: Exemplo
a2 = a1 . q
a3 = a2 . q = a1 . q2 Considere uma PG crescente formada de três números.
a4 = a3 . q = a1 . q3 Determine esta PG sabendo que a soma destes números é
a5 = a4 . q = a1 . q4 13 e o produto é 27.
. . Vamos considerar a PG em questão formada pelos
. . termos a, b e c, onde a = e c = b . q.
. . Assim,
an= a1 . qn-1
b . b . bq = 27 → b3 = 27 → b = 3.
Exemplos q

- Numa PG de primeiro termo a1 = 2 e razão q = 3, Temos:


temos o termo geral na igual a: 3
+ 3 +3q = 13 → 3q2 – 10q + 3 = 0 a
an = a1 . qn-1 → an = 2 . 3n-1 q
Assim, se quisermos determinar o termo a5 desta PG,
faremos: q = 3 ou q = 1
A5 = 2 . 34 → a5 = 162 3
Sendo a PG crescente, consideramos apenas q = 3. E,
- Numa PG de termo a1 = 15 e razão q = , temos o assim, a nossa PG é dada pelos números: 1, 3 e 9.
termo geral na igual a:
an = a1 . qn-1 → an = 15 . n-1

10
MATEMÁTICA

Propriedades Podemos escrever, multiplicando-se, membro a


P1: Para três termos consecutivos de uma PG, o membro, a igualdade ( I ) por q:
quadrado do termo médio é igual ao produto dos outros
dois. q . Sn = q . a1 + q . a2 + q . a3 + ...+ q . an-2 +
+ q . an-1 + q . an
Exemplo
Vamos considerar três termos consecutivos de uma PG: Utilizando a formula do termo geral da PG, ou seja, an
an-1, an e an+1. Podemos afirmar que: = a1 . qn-1, teremos:
q . Sn = a2 + a3 + ... + an-2 + an-1 + an + a1 . qn
I – an = an-1 . q e (igualdade II)
II – an = an+1
q Subtraindo-se a equação I da equação II, teremos:

Fazendo I . II, obteremos: q . Sn – Sn = a1 . qn – a1 → sn . (q – 1) =


an+1 = a1 . (qn – 1)
(an)2 = (an-1 . q). ( ) a (an )2 = an-1 . an+1
E assim: S = a1 .(q − 1)
n
q
q −1
n
Logo: (an)2 = an-1 . an+1
Observação: Se a PG for positive, o termo médio será a Se tivéssemos efetuado a subtração das equações em
media geométrica dos outros dois: ordem inversa, a fórmula da soma dos termos da PG ficaria:
an = √an-1 . an+1 a1 .(1+ q n )
Sn =
1− q
P2: Numa PG, com n termos, o produto de dois termos
equidistantes dos extremos é igual ao produto destes Evidentemente que por qualquer um dos “caminhos”
extremos. o resultado final é o mesmo. É somente uma questão de
forma de apresentação.
Exemplo
Sejam, numa PG de n termos, ap e ak dois termos Observação: Para q = 1, teremos sn = n . a1
equidistantes dos extremos.
Série Convergente – PG Convergente
Teremos, então: Dada a sequência ( a1, a2, a3, a4, a5,..., an-2, an-1, an),
I – ap = a1 . qp-1 chamamos de serie a sequência S1, S2, S3, S4, S5,..., Sn-2, sn-1,
II – ak = a1 . qk-1 sn,tal que:
S1 = a1
Multiplicando I por II, ficaremos com: S2 = a1 + a2
ap . ak = a1 . qp-1 . a1 . qk-1 S3 = a1 + a2 + a3
ap . ak = a1 . a1 . qp-1+k-1 S4 = a1 + a2 + a3 + a4
S5 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5
Considerando que p + k = n + 1, ficamos com: .
ap . ak = a1 . an .
Portanto, numa PG, com n termos, o produto de dois Sn-2 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2
termos equidistantes dos extremos é igual ao produto Sn-1 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2 + an-1
destes extremos. Sn = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2 + an-1 + an
Observação: Numa PG positiva, com n termos, onde
n é um numero impar, o termo médio (am) é a media Vamos observar como exemplo, numa PG com primeiro
geométrica dos extremos ou de 2 termos equidistantes dos termo a1 = 4 e razão q = , à série que ela vai gerar.
extremos.
Os termos que vão determinar a progressão geométrica
am = √a1 . an são: (4, 2, 1, 1 , 1, 1, 1, 1, 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 1 1 1
, ,
...) 2 128 256 512
Soma dos termos de uma PG
E, portanto, a série correspondente será:
Soma dos n Primeiros Termos de uma PG
Vamos considerar a PG (a1, a2, a3, ..., an-2, an-1, an), com S1 = 4
q diferente de 1 e representar por Sn a soma dos seus n S2 = 4 + 2 = 6
termos, ou seja: S3 = 4 + 2 + 1 = 7
1 15
Sn = a1 + a2 + a3 + ...+an-2 + an-1 + an S4 = 4 + 2 + 1 + = = 7, 5
( igualdade I) 2 2

11
MATEMÁTICA

1 1 31 Observação: Quando a PG é não singular (sequência


S5 = 4 + 2 + 1 + + = = 7, 75 com termos não nulos) e a razão q é de tal forma que q | ≥
2 4 4 1, a serie é divergente. Séries divergentes não apresentam
1 1 1 63 soma finita.
S6 = 4 + 2 + 1 + + + = = 7, 875
2 4 8 8 Exemplos
1 1 1 1 127
S7 = 4 + 2 + 1 + + + + = = 7, 9375 - A medida do lado de um triângulo equilátero é 10.
2 4 8 16 16 Unindo-se os pontos médios de seus lados, obtém-se o
segundo triângulo equilátero. Unindo-se os pontos médios
1 1 1 1 1 255
S8 = 4 + 2 + 1 + + + + + = = 7, 96875 dos lados deste novo triangulo equilátero, obtém-se um
2 4 8 16 32 32 terceiro, e assim por diante, indefinidamente. Calcule a
1 1 1 1 1 1 511 soma dos perímetros de todos esses triângulos.
S9 = 4 + 2 + 1 + + + + + + =
2 4 8 16 32 64 64 = 7,
984375 Solução:

1 1 1 1 1 1 1 1023
S10 = 4 + 2 + 1 + + + + + + + =
= 7, 9921875 2 4 8 16 32 64 128 128
Devemos notar que a cada novo termo calculado, na
PG, o seu valor numérico cada vez mais se aproxima de
zero. Dizemos que esta é uma progressão geométrica
convergente.

Por outro lado, na serie, é cada vez menor a parcela


que se acrescenta. Desta forma, o ultimo termos da serie
vai tendendo a um valor que parece ser o limite para a série
em estudo. No exemplo numérico, estudado anteriormente,
nota-se claramente que este valor limite é o numero 8.
Temos: perímetro do 1º triangulo = 30
Bem, vamos dar a esta discussão um caráter matemático. perímetro do 2º triangulo = 15
É claro que, para a PG ser convergente, é necessário perímetro do 3º triangulo = 15
que cada termo seja, um valor absoluto, inferior ao anterior 2
a ele. Assim, temos que:
PG convergente → | q | < 1 Logo, devemos calcular a soma dos termos da PG
infinita 30, 15, 15 ,... na qual a1 = 30 e q =. 1
ou 2 2

PG convergente → -1 < 1 30 30
S = a1 → s = 1− q = 1 = 60.
Resta estabelecermos o limite da serie, que é o Sn para 1−
2
quando n tende ao infinito, ou seja, estabelecermos a soma
dos infinitos termos da PG convergente.
Exercícios
Vamos partir da soma dos n primeiros termos da PG:
1. Uma progressão aritmética e uma progressão geo-
a .(1+ q n ) métrica têm, ambas, o primeiro termo igual a 4, sendo que
Sn = 1
1− q os seus terceiros termos são estritamente positivos e coin-
cidem. Sabe-se ainda que o segundo termo da progressão
Estando q entre os números -1e 1 e, sendo n um aritmética excede o segundo termo da progressão geomé-
expoente que tende a um valor muito grande, pois estamos trica em 2. Então, o terceiro termo das progressões é:
somando os infinitos termos desta PG, é fácil deduzir que qn a) 10
vai apresentando um valor cada vez mais próximo de zero. b) 12
Para valores extremamente grandes de n não constitui erro c) 14
considerar que qn é igual a zero. E, assim, teremos: d) 16
e) 18
a1
S= 2. O valor de n que torna a sequência (2 + 3n; –5n; 1 –
1− q 4n) uma progressão aritmética pertence ao intervalo:

12
MATEMÁTICA

a) [– 2, –1]
b) [– 1, 0] 9. O limite da expressão   onde x
c) [0, 1] é positivo, quando o número de radicais aumenta indefini-
d) [1, 2] damente é igual a:
e) [2, 3] a) 1/x
b) x
c) 2x
3. Os termos da sequência (10; 8; 11; 9; 12; 10; 13; …) d) n.x
obedecem a uma lei de formação. Se an, em que n pertence e) 1978x
a N*, é o termo de ordem n dessa sequência, então a30 +
a55 é igual a: 10. Quantos números inteiros existem, de 1000 a
a) 58 10000, que não são divisíveis nem por 5 nem por 7 ?
b) 59
c) 60
d) 61 Respostas
e) 62
1) Resposta “D”.
Solução:
4. A soma dos elementos da sequência numérica infini- Sejam (a1, a2, a3,…) a PA de r e (g1, g2, g3, …) a PG de
ta (3; 0,9; 0,09; 0,009; …) é: razão q. Temos como condições iniciais:
a) 3,1 1 - a1 = g1 = 4
b) 3,9 2 - a3 > 0, g3 > 0 e a3 = g3
c) 3,99 3 - a2 = g2 + 2
d) 3, 999
e) 4 Reescrevendo (2) e (3) utilizando as fórmulas gerais dos
termos de uma PA e de uma PG e (1) obtemos o seguinte
sistema de equações:
5. A soma dos vinte primeiros termos de uma progres- 4 - a3 = a1 + 2r e g3 = g1 . q2 → 4 + 2r = 4q2
são aritmética é -15. A soma do sexto termo dessa PA., com 5 - a2 = a1 + r e g2 = g1 . q → 4 + r = 4q + 2
o décimo quinto termo, vale:
a) 3,0 Expressando, a partir da equação (5), o valor de r em
b) 1,0 função de q e substituindo r em (4) vem:
c) 1,5 5 - r = 4q + 2 – 4 → r = 4q – 2
d) -1,5 4 - 4 + 2(4q – 2) = 4q2 → 4 + 8q – 4 = 4q2 → 4q2 – 8q = 0
e) -3,0 → q(4q – 8) = 0 → q = 0 ou 4q – 8 = 0 → q = 2

6. Os números que expressam os ângulos de um qua- Como g3 > 0, q não pode ser zero e então q = 2. Para
drilátero, estão em progressão geométrica de razão 2. Um obter r basta substituir q na equação (5):
desses ângulos mede: r = 4q – 2 → r = 8 – 2 = 6
a) 28° Para concluir calculamos a3 e g3:
b) 32° a3 = a1 + 2r → a3 = 4 + 12 = 16
c) 36° g3 = g1.q2 → g3 = 4.4 = 16
d) 48°
e) 50°
2) Resposta “B”.
7. Sabe-se que S = 9 + 99 + 999 + 9999 + ... + 999...9 Solução: Para que a sequência se torne uma PA de ra-
onde a última parcela contém n algarismos. Nestas condi- zão r é necessário que seus três termos satisfaçam as igual-
ções, o valor de 10n+1 - 9(S + n) é: dades (aplicação da definição de PA):
a) 1 (1) -5n = 2 + 3n + r
b) 10 (2) 1 – 4n = -5n + r
c) 100 Determinando o valor de r em (1) e substituindo em
d) -1 (2):
e) -10 (1) → r = -5n – 2 – 3n = -8n – 2
(2) → 1 – 4n = -5n – 8n – 2 → 1 – 4n = -13n – 2
8. Se a soma dos três primeiros termos de uma PG de- → 13n – 4n = -2 – 1 → 9n = -3 → n = -3/9 = -1/3
crescente é 39 e o seu pro
duto é 729, então sendo a, b e c os três primeiros ter- Ou seja, -1 < n < 0 e, portanto, a resposta correta é a b.
mos, pede-se calcular o valor de a2 + b2 + c2.

13
MATEMÁTICA

3) Resposta “B”. Logo,


Solução: Primeiro, observe que os termos ímpares da x + 2x + 4x + 8x = 360º
sequência é uma PA de razão 1 e primeiro termo 10 - (10; 15.x = 360º
11; 12; 13; …). Da mesma forma os termos pares é uma PA
de razão 1 e primeiro termo igual a 8 - (8; 9; 10; 11; …). Portanto, x = 24º. Os ângulos do quadrilátero são, por-
tanto: 24º, 48º, 96º e 192º.
Assim, as duas PA têm como termo geral o seguinte O problema pede um dos ângulos. Logo, alternativa D.
formato:
(1) ai = a1 + (i - 1).1 = a1 + i – 1
7) Resposta “B”.
Para determinar a30 + a55 precisamos estabelecer a re- Solução: Observe que podemos escrever a soma S
gra geral de formação da sequência, que está intrinseca- como:
mente relacionada às duas progressões da seguinte forma: S = (10 – 1) + (100 – 1) + (1000 – 1) + (10000 – 1) + ...
- Se n (índice da sucessão) é impar temos que n = 2i - 1, + (10n – 1)
ou seja, i = (n + 1)/2; S = (10 – 1) + (102  – 1) + (103  – 1) + (104  – 1) + ... +
- Se n é par temos n = 2i ou i = n/2. (10 – 1)

Daqui e de (1) obtemos que: Como existem n parcelas, observe que o número (– 1)
an = 10 + [(n + 1)/2] - 1 se n é ímpar é somado n vezes, resultando em n(-1) = - n.
an = 8 + (n/2) - 1 se n é par Logo, poderemos escrever:
Logo: S = (10 + 102 + 103 + 104 + ... + 10n ) – n
a30 = 8 + (30/2) - 1 = 8 + 15 - 1 = 22 e Vamos calcular a soma Sn = 10 + 102 + 103 + 104 + ... +
a55 = 10 + [(55 + 1)/2] - 1 = 37 10n, que é uma PG de primeiro termo a1 = 10, razão q = 10
e último termo an = 10n.
E, portanto: Teremos:
a30 + a55 = 22 + 37 = 59. Sn  = (an.q – a1) / (q –1) = (10n  . 10 – 10) / (10 – 1) =
(10n+1 – 10) / 9

4) Resposta “E”. Substituindo em S, vem:


Solução: Sejam S as somas dos elementos da sequên- S = [(10n+1 – 10) / 9] – n
cia e S1 a soma da PG infinita (0,9; 0,09; 0,009;…) de razão q
Deseja-se calcular o valor de 10n+1 - 9(S + n)
= 10 - 1 = 0,1. Assim:
Temos que S + n = [(10n+1  – 10) / 9] – n + n = (10n+1  –
S = 3 + S1
10) / 9
Como -1 < q < 1 podemos aplicar a fórmula da soma
de uma PG infinita para obter S1:
Substituindo o valor de S + n encontrado acima, fica:
S1 = 0,9/(1 - 0,1) = 0,9/0,9 = 1 → S = 3 + 1 = 4
10n+1  – 9(S + n) = 10n+1  – 9(10n+1  – 10) / 9 = 10n+1  –
(10n+1 – 10) = 10.
5) Resposta “D”.
Solução: Aplicando a fórmula da soma dos 20 primei-
ros termos da PA: 8) Resposta “819”.
S20 = 20(a1 + a20)/2 = -15 Solução: Sendo q a razão da PG, poderemos escrever
Na PA finita de 20 termos, o sexto e o décimo quinto a sua forma genérica: (x/q, x, xq).
são equidistantes dos extremos, uma vez que: Como o produto dos 3 termos vale 729, vem:
15 + 6 = 20 + 1 = 21 x/q . x . xq = 729 de onde concluímos que: x3 = 729 =
E, portanto: 36 = 33 . 33 = 93 , logo, x = 9.
a6 + a15 = a1 + a20
Portanto a PG é do tipo: 9/q, 9, 9q
Substituindo este valor na primeira igualdade vem: É dado que a soma dos 3 termos vale 39, logo:
20(a6 + a15)/2 = -15 → 10(a6 + a15) = -15 → a6 + a15 = 9/q + 9 + 9q = 39 de onde vem: 9/q + 9q – 30 = 0
-15/10 = -1,5.
Multiplicando ambos os membros por q, fica: 9 + 9q2 –
6) Resposta “D”. 30q = 0
Solução: Seja x o menor ângulo interno do quadrilátero Dividindo por 3 e ordenando, fica: 3q2  – 10q + 3 = 0,
em questão. Como os ângulos estão em Progressão Geo- que é uma equação do segundo grau.
métrica de razão 2, podemos escrever a PG de 4 termos: Resolvendo a equação do segundo grau acima encon-
(x, 2x, 4x, 8x). traremos q = 3 ou q = 1/3.
Ora, a soma dos ângulos internos de um quadrilátero Como é dito que a PG é decrescente, devemos consi-
vale 360º. derar apenas o valor 
q = 1/3, já que para q = 3, a PG seria crescente.

14
MATEMÁTICA

Portanto, a PG é: 9/q, 9, 9q, ou substituindo o valor de Os termos da razão recebem nomes especiais.
q vem: 27, 9, 3. O número 3 é numerador
O problema pede a soma dos quadrados, logo:
a2 + b2 + c2 = 272 + 92 + 32 = 729 + 81 + 9 = 819. a) Na fração
3
5
O número 5 é denominador
9) Resposta “B”.
Solução: Observe que a expressão dada pode ser es- O número 3 é antecedente
crita como:
a) Na razão 3
x1/2. x1/4 . x1/8 . x1/16 . ... = x1/2 + 1 / 4 + 1/8 + 1/16 + ... 5 O número 5 é consequente
O expoente é a soma dos termos de uma PG infinita de Exemplo 1
primeiro termo a1 = 1 /2 e razão q = 1 /2.
A razão entre 20 e 50 é 20 = 2 ; já a razão entre 50 e
Logo, a soma valerá: 20 é 50 5 . 50 5
=
S = a1 / (1 – q) = (1 /2) / 1 – (1 /2) = 1 20 2
Então, x1/2 + 1 / 4 + 1/8 + 1/16 + ... = x1 = x
10) Resposta “6171”. Exemplo 2
Solução: Dados:
M(5) = 1000, 1005, ..., 9995, 10000. Numa classe de 42 alunos há 18 rapazes e 24 moças. A
M(7) = 1001, 1008, ..., 9996. razão
18 3entre o número de rapazes e o número de moças é
M(35) = 1015, 1050, ... , 9975. = , o que significa que para “cada 3 rapazes há 4 mo-
M(1) = 1, 2, ..., 10000. 24 Por
ças”. 4 outro lado, a razão entre o número de rapazes e o
18 3
Para múltiplos de 5, temos: an = a1+ (n-1).r → 10000 = total de alunos é dada por = , o que equivale a dizer
1000 + (n - 1). 5 → n = 9005/5 → n = 1801. 42 37 são rapazes”.
que “de cada 7 alunos na classe,
Para múltiplos de 7, temos: an = a1+ (n-1).r → 9996 =
1001 + (n - 1). 7 → n = 9002/7 → n = 1286. Razão entre grandezas de mesma espécie
Para múltiplos de 35, temos: an = a1 + (n - 1).r → 9975
= 1015 + (n - 1).35 → n = 8995/35 → n = 257. A razão entre duas grandezas de mesma espécie é o
Para múltiplos de 1, temos: an = a1 = (n -1).r → 10000 quociente dos números que expressam as medidas dessas
= 1000 + (n - 1).1 → n = 9001. grandezas numa mesma unidade.
Sabemos que os múltiplos de 35 são múltiplos comuns Exemplo
de 5 e 7, isto é, eles aparecem no conjunto dos múltiplos de
5 e no conjunto dos múltiplos de 7 (daí adicionarmos uma Uma sala tem 18 m2. Um tapete que ocupar o centro
vez tal conjunto de múltiplos). dessa sala mede 384 dm2. Vamos calcular a razão entre a
Total = M(1) - M(5) - M(7) + M(35). área do tapete e a área da sala.
Total = 9001 - 1801 - 1286 + 257 = 6171 Primeiro, devemos transformar as duas grandezas em
uma mesma unidade:
Área da sala: 18 m2 = 1 800 dm2
Área do tapete: 384 dm2
3. NOÇÕES DE MATEMÁTICA FINANCEIRA: Estando as duas áreas na mesma unidade, podemos
RAZÃO E PROPORÇÃO; PORCENTAGEM; escrever a razão:
JUROS SIMPLES E COMPOSTO. 384dm 2 384 16
2
= =
1800dm 1800 75

Razão Razão entre grandezas de espécies diferentes


Sejam dois números reais a e b, com b ≠ 0. Chama-se
razão entre a e b (nessa ordem) o quociente a b, ou . Exemplo 1
A razão é representada por um número racional, mas é
lida de modo diferente. Considere um carro que às 9 horas passa pelo quilô-
metro 30 de uma estrada e, às 11 horas, pelo quilômetro
Exemplos 170.
3
a) A fração lê-se: “três quintos”. Distância percorrida: 170 km – 30 km = 140 km
5 Tempo gasto: 11h – 9h = 2h
3
b) A razão lê-se: “3 para 5”. Calculamos a razão entre a distância percorrida e o
5 tempo gasto para isso:

15
MATEMÁTICA

Proporção
140km
= 70km / h
2h A igualdade entre duas razões recebe o nome de pro-
porção.
A esse tipo de razão dá-se o nome de velocidade média. 3 6
Na proporção 5 = 10 (lê-se: “3 está para 5 assim como
Observe que: 6 está para 10”), os números 3 e 10 são chamados extre-
- as grandezas “quilômetro e hora” são de naturezas mos, e os números 5 e 6 são chamados meios.
diferentes;
- a notação km/h (lê-se: “quilômetros por hora”) deve Observemos que o produto 3 x 10 = 30 é igual ao pro-
acompanhar a razão. duto 5 x 6 = 30, o que caracteriza a propriedade fundamen-
Exemplo 2 tal das proporções:

A Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de “Em toda proporção, o produto dos meios é igual
Janeiro e São Paulo) tem uma área aproximada de 927 286 ao produto dos extremos”.
km2 e uma população de 66 288 000 habitantes, aproxi- Exemplo 1
madamente, segundo estimativas projetadas pelo Instituto
2 6
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano de Na proporção = , temos 2 x 9 = 3 x 6 = 18;
1995. 3 9
e em 1 = 4 , temos 4 x 4 = 1 x 16 = 16.
Dividindo-se o número de habitantes pela área, obte- 4 16
remos o número de habitantes por km2 (hab./km2):
Exemplo 2
6628000
≅ 71,5hab. / km 2 Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se a
927286 seguinte dosagem: 5 gotas para cada 2 kg do “peso” da
criança.
A esse tipo de razão dá-se o nome de densidade de- Se uma criança tem 12 kg, a dosagem correta x é dada
mográfica. por:
A notação hab./km2 (lê-se: ”habitantes por quilômetro
quadrado”) deve acompanhar a razão. 5gotas x
= → x = 30gotas
2kg 12kg
Exemplo 3
Por outro lado, se soubermos que foram corretamente
Um carro percorreu, na cidade, 83,76 km com 8 L de ministradas 20 gotas a uma criança, podemos concluir que
gasolina. Dividindo-se o número de quilômetros percor- seu “peso” é 8 kg, pois:
ridos pelo número de litros de combustível consumidos,
teremos o número de quilômetros que esse carro percorre 5gotas
= 20gotas / p → p = 8kg
com um litro de gasolina: 2kg
83, 76km (nota: o procedimento utilizado nesse exemplo é co-
≅ 10, 47km / l
8l mumente chamado de regra de três simples.)

A esse tipo de razão dá-se o nome de consumo mé- Propriedades da Proporção


dio. O produto dos extremos é igual ao produto dos meios:
A notação km/l (lê-se: “quilômetro por litro”) deve essa propriedade possibilita reconhecer quando duas ra-
acompanhar a razão. zões formam ou não uma proporção.

Exemplo 4 4 12
e
3 9 formam uma proporção, pois
Uma sala tem 8 m de comprimento. Esse comprimento
é representado num desenho por 20 cm. Qual é a escala Produtos dos extremos ← 4.9
 = 3.12
 → Produtos dos
do desenho? meios. 36 36

comprimento i no i desenho 20cm 20cm 1


A soma dos dois primeiros termos está para o primeiro
Escala = = = = ou1 : 40 (ou para o segundo termo) assim como a soma dos dois
comprimento i real 8m 800cm 40
últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo).

A razão entre um comprimento no desenho e o corres- 5 10 ⎧ 5 + 2 10 + 4 7 14


= ⇒⎨ = ⇒ =
pondente comprimento real, chama-se Escala. 2 4 ⎩ 5 10 5 10

16
MATEMÁTICA

ou 2 – (VNSP1214/001-AssistenteAdministrativo-I – 2012)
– Em uma padaria, a razão entre o número de pessoas que
5 10 ⎧ 5 + 2 10 + 4 7 14 tomam café puro e o número de pessoas que tomam café
= ⇒⎨ = ⇒ =
2 4 ⎩ 2 4 2 4 com leite, de manhã, é 2/3. Se durante uma semana, 180
pessoas tomarem café de manhã nessa padaria, e supondo
A diferença entre os dois primeiros termos está para que essa razão permaneça a mesma, pode-se concluir que
o primeiro (ou para o segundo termo) assim como a dife- o número de pessoas que tomarão café puro será:
rença entre os dois últimos está para o terceiro (ou para o A) 72
quarto termo). B) 86
C) 94
4 8 4 − 3 8 − 6 1 2 D) 105
= ⇒ = ⇒ =
3 6  4 8 4 8 E) 112

ou
3 - (PREF. NEPOMUCENO/MG – TÉCNICO EM SEGU-
RANÇA DO TRABALHO – CONSULPLAN/2013) Num zooló-
4 8 4 − 3 8 − 6 1 2
= ⇒ = ⇒ = gico, a razão entre o número de aves e mamíferos é igual à
3 6  3 6 3 6 razão entre o número de anfíbios e répteis. Considerando
que o número de aves, mamíferos e anfíbios são, respecti-
A soma dos antecedentes está para a soma dos con- vamente, iguais a 39, 57 e 26, quantos répteis existem neste
sequentes assim como cada antecedente está para o seu zoológico?
consequente. A) 31
B) 34
12 3 ⎧12 + 3 12 15 12 C) 36
= ⇒⎨ = ⇒ = D) 38
8 2 ⎩ 8+2 8 10 8 E) 43

ou
4 - (TRT - Técnico Judiciário) Na figura abaixo, os pon-
12 3 ⎧12 + 3 3 15 3 tos E e F dividem o lado AB do retângulo ABCD em seg-
= ⇒⎨ = ⇒ = mentos de mesma medida.
8 2 ⎩ 8 + 2 2 10 2

A diferença dos antecedentes está para a diferença dos


consequentes assim como cada antecedente está para o
seu consequente.

3 1 ⎧ 3−1 3 2 3
= ⇒⎨ = ⇒ =
15 5 ⎩15 − 5 15 10 15

ou

3 1 ⎧ 3−1 1 2 1
= ⇒⎨ = ⇒ = A razão entre a área do triângulo (CEF) e a área do
15 5 ⎩15 − 5 5 10 5 retângulo é:
a) 1/8
b) 1/6
Questões c) 1/2
d) 2/3
1 - (VUNESP - AgSegPenClasseI-V1 - 2012) – Em um e) 3/4
concurso participaram 3000 pessoas e foram aprovadas
1800. A razão do número de candidatos aprovados para o
total de candidatos participantes do concurso é: 5 - (CREFITO/SP – ALMOXARIFE – VUNESP/2012) Na
A) 2/3 biblioteca de uma faculdade, a relação entre a quantidade
B) 3/5 de livros e de revistas era de 1 para 4. Com a compra de
C) 5/10 novos exemplares, essa relação passou a ser de 2 para 3.
D) 2/7 Assinale a única tabela que está associada corretamen-
E) 6/7 te a essa situação.

17
MATEMÁTICA

A)
Nº de livros Nº de revistas
Antes da compra 50 200
Após a compra 200 300

B)
Nº de livros Nº de revistas
Antes da compra 50 200
Após a compra 300 200

C)
Nº de livros Nº de revistas
Antes da compra 200 50
Após a compra 200 300

D)
Nº de livros Nº de revistas
Antes da compra 200 50
Após a compra 300 200

E)
Nº de livros Nº de revistas
Antes da compra 200 200
Após a compra 50 300

6 - (CREFITO/SP – ALMOXARIFE – VUNESP/2012) Uma rede varejista teve um faturamento anual de 4,2 bilhões de
reais com 240 lojas em um estado. Considerando que esse faturamento é proporcional ao número de lojas, em outro estado
em que há 180 lojas, o faturamento anual, em bilhões de reais, foi de
A) 2,75
B) 2,95
C) 3,15
D) 3,35
E) 3,55

7 - (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF. IMARUÍ/2014) De cada dez alunos de uma sala de aula, seis são do
sexo feminino. Sabendo que nesta sala de aula há dezoito alunos do sexo feminino, quantos são do sexo masculino?
A) Doze alunos.
B) Quatorze alunos.
C) Dezesseis alunos.
D) Vinte alunos.

8 - (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) Em um dia de muita chuva e trânsito caótico, 2/5 dos
alunos de certa escola chegaram atrasados, sendo que 1/4 dos atrasados tiveram mais de 30 minutos de atraso. Sabendo
que todos os demais alunos chegaram no horário, pode-se afirmar que nesse dia, nessa escola, a razão entre o número de
alunos que chegaram com mais de 30 minutos de atraso e número de alunos que chegaram no horário, nessa ordem, foi de
A) 2:3
B) 1:3
C) 1:6
D) 3:4
E) 2:5

9 - (PMPP1101/001-Escriturário-I-manhã – 2012) – A razão entre as idades de um pai e de seu filho é hoje de 5/2.
Quando o filho nasceu, o pai tinha 21 anos. A idade do filho hoje é de

18
MATEMÁTICA

A) 10 anos
B) 12 anos
C) 14 anos
D) 16 anos
E) 18 anos

10 - (FAPESP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – VUNESP/2012) Em uma fundação, verificou-se que a razão entre o nú-
mero de atendimentos a usuários internos e o número de atendimento total aos usuários (internos e externos), em um
determinado dia, nessa ordem, foi de 3/5. Sabendo que o número de usuários externos atendidos foi 140, pode-se concluir
que, no total, o número de usuários atendidos foi
A) 84
B) 100
C) 217
D) 280
E) 350
Respostas

1 – Resposta “B”

2 – Resposta “A”
Sejam CP e CL o número de pessoas que consumiram café puro e café com leite respectivamente. Como na semana o
número total de pessoas que consumiram café foi de 180, temos que:
CP+CL = 180

A relação encontrada entre eles é de ; assim aplicando a propriedade da proporção teremos:

  180.2 = CP.5  CP =  CP = 72

3 - RESPOSTA: “D”

Aplicando-se o produto dos meios pelos extremos temos:

4 - Resposta “B”

19
MATEMÁTICA

5 - RESPOSTA: “A” 10 - RESPOSTA: “E”


Para cada 1 livro temos 4 revistas Usuários internos: I
Significa que o número de revistas é 4x o número de Usuários externos : E
livros.
50 livros: 200 revistas  5I = 3I+420 2I = 420 I = 210

Depois da compra
2 livros :3 revistas I+E = 210+140 = 350
200 livros: 300 revistas

6 - RESPOSTA: “C” PORCENTAGEM

É uma fração de denominador centesimal, ou seja,


é uma fração de denominador 100. Representamos
240.x = 4,2.180 → 240x = 756 → x = 3,15 bilhões porcentagem pelo símbolo % e lê-se: “por cento”.
50
Deste modo, a fração é uma porcentagem que
100
podemos representar por 50%.
7 - RESPOSTA: “A”
Como 6 são do sexo feminino, 4 são do sexo masculi- Forma Decimal: É comum representarmos uma
no(10-6 = 4) .Então temos a seguinte razão: porcentagem na forma decimal, por exemplo, 35% na
forma decimal seriam representados por 0,35.
75
 6x = 72  x = 12 75% =
100
= 0,75

Cálculo de uma Porcentagem: Para calcularmos uma


porcentagem p% de V, basta multiplicarmos a fração p
8- RESPOSTA: “C” por V. 100
p
Se 2/5 chegaram atrasados P% de V = .V
100
chegaram no horário Exemplo 1
23
23% de 240 = . 240 = 55,2
100
tiveram mais de 30 minutos de atraso Exemplo 2

Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que 67%


de uma amostra assistem a um certo programa de TV.
Se a população é de 56.000 habitantes, quantas pessoas
assistem ao tal programa?
67
Resolução: 67% de 56 000 = .56000 = 37520
100
Resposta: 37 520 pessoas.

9 – RESPOSTA: “C” Porcentagem que o lucro representa em relação ao


A razão entre a idade do pai e do filho é respectiva- preço de custo e em relação ao preço de venda
mente , se quando o filho nasceu o pai tinha 21, sig-
nifica que hoje o pai tem x + 21 , onde x é a idade do filho. Chamamos de lucro em uma transação comercial de
Montando a proporção teremos: compra e venda a diferença entre o preço de venda e o
preço de custo.
Lucro = preço de venda – preço de custo
Caso essa diferença seja negativa, ela será chamada de
prejuízo.

Assim, podemos escrever:


Preço de custo + lucro = preço de venda
Preço de custo – prejuízos = preço de venda

20
MATEMÁTICA

Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos


de duas formas: um valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer
Lucro sobre o custo = lucro/preço de custo. 100% dois aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor
Lucro sobre a venda = lucro/preço de venda. 100% após o primeiro aumento, temos:
p1
Observação: A mesma análise pode ser feita para o V1 = V . (1 + )
caso de prejuízo. 100
Sendo V2 o valor após o segundo aumento, temos:
Exemplo
Uma mercadoria foi comprada por R$ 500,00 e vendida V2 = V1 . (1 + p2 )
por R$ 800,00. 100
Pede-se:
p1 p
- o lucro obtido na transação; V2 = V . (1 + ) . (1 + 2 )
100
- a porcentagem de lucro sobre o preço de custo; 100
- a porcentagem de lucro sobre o preço de venda. Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá
sofrer dois descontos sucessivos de p1% e p2%.
Resposta:
Lucro = 800 – 500 = R$ 300,00 Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos:
Lc = 300 = 0,60 = 60% V1 = V. (1 – p1 )
500 100
300
Lv = = 0,375 = 37,5% Sendo V2 o valor após o segundo desconto, temos:
800
p2
Aumento V2 = V1 . (1 – )
Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial 100
V que deve sofrer um aumento de p% de seu valor. V2 = V . (1 – p1 ) . (1 – p2 )
Chamemos de A o valor do aumento e VA o valor após o 100 100
aumento. Então, A = p% de V = p . V Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá
p
100 sofrer um aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto
VA = V + A = V + .V de p2%.
100
p
VA = ( 1 + ).V Sendo V1 o valor após o aumento, temos:
100
p p1
Em que (1 + 100 ) é o fator de aumento. V1 = V . (1+ )
100

Sendo V2 o valor após o desconto, temos:


Desconto
Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial V2 = V1 . (1 – p2 )
V que deve sofrer um desconto de p% de seu valor. 100
Chamemos de D o valor do desconto e VD o valor após o V2 = V . (1 + p1 ) . (1 – p2 )
desconto. Então, D = p% de V = p . V 100 100
100 Exemplo
p
VD = V – D = V – .V (VUNESP-SP) Uma instituição bancária oferece um
100
rendimento de 15% ao ano para depósitos feitos numa
p
VD = (1 – ).V certa modalidade de aplicação financeira. Um cliente deste
100
banco deposita 1 000 reais nessa aplicação. Ao final de n
p
Em que (1 – ) é o fator de desconto. anos, o capital que esse cliente terá em reais, relativo a esse
100
depósito, são:
Exemplo  p 
n

Uma empresa admite um funcionário no mês de janeiro Resolução: VA = 1 +  .v


sabendo que, já em março, ele terá 40% de aumento. Se a  100 
empresa deseja que o salário desse funcionário, a partir de n

março, seja R$ 3 500,00, com que salário deve admiti-lo? VA = 1. 15  .1000
Resolução: VA = 1,4 . V  100 
3 500 = 1,4 . V
VA = 1 000 . (1,15)n
3500
V= = 2500 VA = 1 000 . 1,15n
1,4
VA = 1 150,00n
Resposta: R$ 2 500,00

21
MATEMÁTICA

QUESTÕES

1 - (PREF. AMPARO/SP – AGENTE ESCOLAR – CONRIO/2014) Se em um tanque de um carro for misturado 45 litros
de etanol em 28 litros de gasolina, qual será o percentual aproximado de gasolina nesse tanque?
A) 38,357%
B) 38,356%
C) 38,358%
D) 38,359%

2 - (CEF / Escriturário) Uma pessoa x pode realizar uma certa tarefa em 12 horas. Outra pessoa, y, é 50% mais eficiente
que x. Nessas condições, o número de horas necessárias para que y realize essa tarefa é :
A) 4
B) 5
C) 6
D) 7
E) 8

3 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Observe a tabela que indica o consumo mensal de uma mesma torneira da pia
de uma cozinha, aberta meia volta por um minuto, uma vez ao dia.

Em relação ao cosumo mensal da torneira alimentada pela água da rua, o da torneira alimentada pela água da caixa
representa, aproximadamente,
A) 20%
B) 26%
C) 30%
D) 35%
E) 40%

4 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de uma mercadoria, na loja J, é
de R$ 50,00. O dono da loja J resolve reajustar o preço dessa mercadoria em 20%. A mesma mercadoria, na loja K, é vendida
por R$ 40,00. O dono da loja K resolve reajustar o preço dessa mercadoria de maneira a igualar o preço praticado na loja J
após o reajuste de 20%. Dessa maneira o dono da loja K deve reajustar o preço em
A) 20%.
B) 50%.
C) 10%.
D) 15%.
E) 60%.

5 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de venda de um produto, des-
contado um imposto de 16% que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de compra em 40%, os quais constituem
o lucro líquido do vendedor. Em quantos por cento, aproximadamente, o preço de venda é superior ao de compra?
A) 67%.
B) 61%.
C) 65%.
D) 63%.
E) 69%.

6 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC/2013) Um comerciante comprou uma mercadoria por R$
350,00. Para estabelecer o preço de venda desse produto em sua loja, o comerciante decidiu que o valor deveria ser sufi-
ciente para dar 30% de desconto sobre o preço de venda e ainda assim garantir lucro de 20% sobre o preço de compra.
Nessas condições, o preço que o comerciante deve vender essa mercadoria é igual a

22
MATEMÁTICA

A) R$ 620,00. Quem arrematou algum dos lotes disponíveis no leilão


B) R$ 580,00. pagou 20% do lance mais 5% de comissão do leiloeiro no
C) R$ 600,00. ato da arrematação. Os 80% restantes foram pagos impre-
D) R$ 590,00. terivelmente até o dia 11 de dezembro.
E) R$ 610,00. Fonte: http://www.ssp.se.gov.br05/12/13 (modificada).

7 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – Vitor arrematou um lote, pagou o combinado no ato
FCC/2013) Uma bolsa contém apenas 5 bolas brancas e 7 da arrematação e os R$28.800,00 restantes no dia 10 de
bolas pretas. Sorteando ao acaso uma bola dessa bolsa, a dezembro. Com base nas informações contidas no texto,
probabilidade de que ela seja preta é calcule o valor total gasto por Vitor nesse leilão.
A) maior do que 55% e menor do que 60%.
B) menor do que 50%. A) R$34.600,00
C) maior do que 65%. B) R$36.000,00
D) maior do que 50% e menor do que 55%. C) R$35.400,00
E) maior do que 60% e menor do que 65%. D) R$32.000,00
E) R$37.800,00
8 - PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
MA/2013) Das 80 crianças que responderam a uma en- RESPOSTAS
quete referente a sua fruta favorita, 70% eram meninos.
Dentre as meninas, 25% responderam que sua fruta favori- 1 - RESPOSTA: “B”.
ta era a maçã. Sendo assim, qual porcentagem representa, Mistura:28+45=73
em relação a todas as crianças entrevistadas, as meninas 73------100%
que têm a maçã como fruta preferida? 28------x
A) 10% X=38,356%
B) 1,5%
C) 25%
D) 7,5% 2 - RESPOSTA “C”.
E) 5% 12 horas → 100 %
50 % de 12 horas = = 6 horas
9 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014)
Numa liquidação de bebidas, um atacadista fez a seguinte
X = 12 horas → 100 % = total de horas trabalhado
promoção:
Y = 50 % mais rápido que X.
Então, se 50% de 12 horas equivalem a 6 horas, logo Y
faz o mesmo trabalho em 6 horas.

3 - RESPOSTA: “B”.

Alexandre comprou duas embalagens nessa promoção


e revendeu cada unidade por R$3,50. O lucro obtido por
ele com a revenda das latas de cerveja das duas embala-
gens completas foi: 4 - RESPOSTA: “B”.
A) R$33,60
B) R$28,60
C) R$26,40
D) R$40,80
E) R$43,20

10 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) O reajuste deve ser de 50%.


Leilão de veículos apreendidos do Detran aconteceu no dia
7 de dezembro.
5 - RESPOSTA: “A”.
O Departamento Estadual de Trânsito de Sergipe – De- Preço de venda: PV
tran/SE – realizou, no dia 7 de dezembro, sábado, às 9 ho- Preço de compra: PC
ras, no Espaço Emes, um leilão de veículos apreendidos em
fiscalizações de trânsito. Ao todo foram leiloados 195 veí- Note que: 1,4 = 100%+40% ou 1+0,4.Como ele supe-
culos, sendo que 183 foram comercializados como sucatas rou o preço de venda (100%) em 40% , isso significa soma
e 12 foram vendidos como aptos para circulação. aos 100% mais 40%, logo 140%= 1,4.

23
MATEMÁTICA

PV - 0,16PV = 1,4PC 10 - RESPOSTA: “E”.


0,84PV=1,4PC R$28.800-------80%
x------------------100%

O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.

6 - RESPOSTA: “C”. Valor total: R$36.000,00+R$1.800,00=R$37.800,00


Preço de venda: PV
Preço de compra: 350
30% de desconto, deixa o produto com 70% do seu
valor. JUROS SIMPLES
Como ele queria ter um lucro de 20% sobre o preço Toda vez que falamos em juros estamos nos referindo
de compra, devemos multiplicar por 1,2(350+0,2.350) ➜ a uma quantia em dinheiro que deve ser paga por um
0,7PV = 1,2 . 350 devedor, pela utilização de dinheiro de um credor (aquele
que empresta).

- Os juros são representados pela letra j.


- O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos
O preço de venda deve ser R$600,00. de capital e é representado pela letra C.
- O tempo de depósito ou de empréstimo é
representado pela letra t.
7 - RESPOSTA: “A”. - A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre
Ao todo tem 12 bolas, portanto a probabilidade de se um capital durante certo tempo. É representado pela letra i
tirar uma preta é: e utilizada para calcular juros.

Chamamos de simples os juros que são somados ao


capital inicial no final da aplicação.

Devemos sempre relacionar taxa e tempo numa mesma


8 - RESPOSTA: “D”. unidade:
Tem que ser menina E gostar de maçã. Taxa anual --------------------- tempo em anos
Meninas:100-70=30% Taxa mensal-------------------- tempo em meses
Taxa diária---------------------- tempo em dias
, simplificando temos ➜
P = 0,075 . 100% = 7,5%. Consideremos, como exemplo, o seguinte problema:

Uma pessoa empresta a outra, a juros simples, a quan-


9 - RESPOSTA: “A”. tia de R$ 3. 000,00, pelo prazo de 4 meses, à taxa de 2% ao
mês. Quanto deverá ser pago de juros?

Resolução:

- Capital aplicado (C): R$ 3.000,00


- Tempo de aplicação (t): 4 meses
- Taxa (i): 2% ou 0,02 a.m. (= ao mês)

Fazendo o cálculo, mês a mês:


- No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,02 x
R$ 3.000,00 = R$ 60,00
O lucro de Alexandre foi de R$33,60. - No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$
60,00 + R$ 60,00 = R$ 120,00
- No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$
120,00 + R$ 60,00 = R$ 180,00
- No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$
180,00 + R$ 60,00 = R$ 240,00

24
MATEMÁTICA

Desse modo, no final da aplicação, deverão ser pagos Juros compostos - após cada período, os juros são
R$ 240,00 de juros. incorporados ao principal e passam, por sua vez, a render
juros. Também conhecido como “juros sobre juros”.
Fazendo o cálculo, período a período: Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um
- No final do 1º período, os juros serão: i.C capital através juros simples e juros compostos, com um
- No final do 2º período, os juros serão: i.C + i.C exemplo: Suponha que $100,00 são empregados a uma
- No final do 3º período, os juros serão: i.C + i.C + i.C taxa de 10% a.a. (ao ano) Teremos:
-----------------------------------------------------------
--
- No final do período t, os juros serão: i.C + i.C + i.C +
... + i.C

Portanto, temos:

J=C.i.t
Observe que o crescimento do principal segundo juros
Observações: simples é LINEAR enquanto que o crescimento segundo
juros compostos é EXPONENCIAL, e, portanto tem um
1) A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma crescimento muito mais “rápido”. Isto poderia ser ilustrado
unidade. graficamente da seguinte forma:
2) Nessa fórmula, a taxa i deve ser expressa na forma
decimal.
3) Chamamos de montante (M) a soma do capital
com os juros, ou seja: Na fórmula J= C . i . t, temos quatro
variáveis. Se três delas forem valores conhecidos, podemos
calcular o 4º valor.

M=C+ j

Exemplo

A que taxa esteve empregado o capital de R$ 20.000,00 Na prática, as empresas, órgãos governamentais e
para render, em 3 anos, R$ 28.800,00 de juros? (Observação: investidores particulares costumam reinvestir as quantias
Como o tempo está em anos devemos ter uma taxa anual.) geradas pelas aplicações financeiras, o que justifica o
emprego mais comum de juros compostos na Economia.
C = R$ 20.000,00 Na verdade, o uso de juros simples não se justifica em
t = 3 anos estudos econômicos.
j = R$ 28.800,00
i = ? (ao ano) Fórmula para o cálculo de Juros compostos
Considere o capital inicial (principal P) $1000,00
j = C.i.t aplicado a uma taxa mensal de juros compostos ( i ) de
100 10% (i = 10% a.m.). Vamos calcular os montantes (principal
28 800 = 20000..i.3 + juros), mês a mês:
100 Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 x 1,1 = 1100 = 1000(1
28 800 = 600 . i + 0,1)
Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 x 1,1 = 1210 = 1000(1
i = 28.800 + 0,1)2
600 Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 x 1,1 = 1331 = 1000(1
i = 48 + 0,1)3
.................................................................................................
Resposta: 48% ao ano. Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, teremos
evidentemente: S = 1000(1 + 0,1)n
JUROS COMPOSTOS
De uma forma genérica, teremos para um principal
O capital inicial (principal) pode crescer, como já P, aplicado a uma taxa de juros compostos i durante o
sabemos, devido aos juros, segundo duas modalidades, a período n : S = P (1 + i)n onde S = montante, P = principal,
saber: i = taxa de juros e n = número de períodos que o principal
Juros simples - ao longo do tempo, somente o principal P (capital inicial) foi aplicado.
rende juros.

25
MATEMÁTICA

Nota: Na fórmula acima, as unidades de tempo EXERCÍCIOS


referentes à taxa de juros (i) e do período (n), tem de ser
necessariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo, 1. (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILIDA-
que não pode ser esquecido! Assim, por exemplo, se a taxa DE – FCC/2012) Renato aplicou uma quantia no regime de
for 2% ao mês e o período 3 anos, deveremos considerar capitalização de juros simples de 1,25% ao mês. Ao final de
2% ao mês durante 3x12=36 meses. um ano, sacou todo o dinheiro da aplicação, gastou meta-
de dele para comprar um imóvel e aplicou o restante, por
Exemplos quatro meses, em outro fundo, que rendia juros simples de
1 – Expresse o número de períodos n de uma aplicação, 1,5% ao mês. Ao final desse período, ele encerrou a aplica-
em função do montante S e da taxa de aplicação i por ção, sacando um total de R$ 95.082,00. A quantia inicial, em
período. reais, aplicada por Renato no primeiro investimento foi de
A) 154.000,00
Solução: B) 156.000,00
Temos S = P(1+i)n C) 158.000,00
Logo, S/P = (1+i)n D) 160.000,00
Pelo que já conhecemos de logaritmos, poderemos E) 162.000,00
escrever:
n = log (1+ i ) (S/P) . Portanto, usando logaritmo decimal 2. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-
(base 10), vem: NISTRATIVO – FCC/2014) José Luiz aplicou R$60.000,00
log(S / P) log S − log P num fundo de investimento, em regime de juros compos-
n= = tos, com taxa de 2% ao mês. Após 3 meses, o montante
log(1+ i) log(1+ i) que José Luiz poderá sacar é
A) R$63.600,00.
Temos também da expressão acima que: n.log(1 + i) = B) R$63.672,48.
logS – logP C) R$63.854,58.
D) R$62.425,00.
Deste exemplo, dá para perceber que o estudo dos E) R$62.400,00.
juros compostos é uma aplicação prática do estudo dos
logaritmos. 3. CREA/PR – AGENTE ADMINISTRATIVO – FUNDA-
2 – Um capital é aplicado em regime de juros TEC/2013) Um empréstimo de R$ 50.000,00 será pago no
compostos a uma taxa mensal de 2% (2% a.m.). Depois de prazo de 5 meses, com juros simples de 2,5% a.m. (ao mês).
quanto tempo este capital estará duplicado? Nesse sentido, o valor da dívida na data do seu vencimento
será:
Solução: Sabemos que S = P (1 + i)n. Quando o capital A) R$6.250,00.
inicial estiver duplicado, teremos S = 2P. B) R$16.250,00.
Substituindo, vem: 2P = P(1+0,02)n [Obs: 0,02 = 2/100 C) R$42.650,00.
= 2%] D) R$56.250,00.
E) R$62.250,00.
Simplificando, fica:
4. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
2 = 1,02n , que é uma equação exponencial simples. MA/2013) Teresa pagou uma conta no valor de R$ 400,00
com seis dias de atraso. Por isso, foi acrescido, sobre o va-
Teremos então: n = log1,022 = log2 /log1,02 = 0,30103 lor da conta, juro de 0,5% em regime simples, para cada dia
/ 0,00860 = 35 de atraso. Com isso, qual foi o valor total pago por Teresa?
A) R$ 420,00.
Nota: log2 = 0,30103 e log1,02 = 0,00860; estes valores B) R$ 412,00.
podem ser obtidos rapidamente em máquinas calculadoras C) R$ 410,00.
científicas. Caso uma questão assim caia no vestibular, o D) R$ 415,00.
examinador teria de informar os valores dos logaritmos E) R$ 422,00.
necessários, ou então permitir o uso de calculadora na
prova, o que não é comum no Brasil. 5. PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014)
Polícia autua 16 condutores durante blitz da Lei Seca
Portanto, o capital estaria duplicado após 35 meses No dia 27 de novembro, uma equipe da Companhia
(observe que a taxa de juros do problema é mensal), o que de Polícia de Trânsito(CPTran) da Polícia Militar do Estado
equivale a 2 anos e 11 meses. de Sergipe realizou blitz da Lei Seca na Avenida Beira Mar.
Durante a ação, a polícia autuou 16 condutores.
Resposta: 2 anos e 11 meses. Segundo o capitão Fábio <achado, comandante da CP-
Tran, 12 pessoas foram notificadas por infrações diversas e
quatro por desobediência à Lei Seca[...].

26
MATEMÁTICA

O quarteto detido foi multado em R$1.910,54 cada e teve a Carteira Nacional de Trânsito (CNH) suspensa por um ano.
(Fonte: PM/SE 28/11/13, modificada)
Investindo um capital inicial no valor total das quatros mulas durante um período de dez meses, com juros de 5% ao
mês, no sistema de juros simples, o total de juros obtidos será:
A) R$2.768,15
B) R$1.595,27
C) R$3.821,08
D) R$9.552,70
E) R$1.910,54

6. (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – INDEC/2013) Uma aplicação financeira rende mensalmente 0,72%.
Após 3 meses, um capital investido de R$ 14.000,00 renderá: (Considere juros compostos)
A) R$ 267,92
B) R$ 285,49
C) R$300,45
D) R$304,58

7. (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – INDEC/2013) Qual a porcentagem de rendimento mensal de um


capital de R$ 5.000,00 que rende R$ 420,00 após 6 meses?
(Considere juros simples)
A) 2,2%
B) 1,6%
C) 1,4%
D) 0,7%

8. (PM/SP – OFICIAL – VUNESP/2013) Pretendendo aplicar em um fundo que rende juros compostos, um investidor
fez uma simulação. Na simulação feita, se ele aplicar hoje R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00 daqui a um ano, e não fizer nenhuma
retirada, o saldo daqui a dois anos será de R$ 38.400,00. Desse modo, é correto afirmar que a taxa anual de juros conside-
rada nessa simulação foi de
A) 12%.
B) 15%.
C) 18%.
D) 20%.
E) 21%.

9. (TRT 1ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2013) Juliano possui R$ 29.000,00 aplicados em
um regime de juros compostos e deseja comprar um carro cujo preço à vista é R$30.000,00. Se nos próximos meses essa
aplicação render 1% ao mês e o preço do carro se mantiver, o número mínimo de meses necessário para que Juliano tenha
em sua aplicação uma quantia suficiente para comprar o carro é
A) 7.
B) 4.
C) 5.
D) 6.
E) 3.

10. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRANRIO/2012) João tomou um empréstimo de R$900,00 a juros com-
postos de 10% ao mês. Dois meses depois, João pagou R$600,00 e, um mês após esse pagamento, liquidou o empréstimo.
O valor desse último pagamento foi, em reais, aproximadamente,
A) 240,00
B) 330,00
C) 429,00
D) 489,00
E) 538,00

27
MATEMÁTICA

RESPOSTAS

1 - RESPOSTA: “B”.
Quantia inicial: C= 25.000 ; i=1,25% a.m = 0,0125 ; t= 1 ano = 12 meses
M= J+C e J= C.i.t da junção dessas duas fórmulas temos : M=C.(1+i.t),aplicando

Como ele gastou metade e a outra metade ele aplicou a uma taxa i=1,5% a.m=0,015 e t=4m e sacou após esse período
R$ 95.082,00

95.082 = 0,6095C ➜ ➜ C= 156.000

A quantia inicial foi de R$ 156.000,00.

2 - RESPOSTA: “B”.
C=60.000 ; i = 2% a.m = 0,02 ; t = 3m

O montante a ser sacado será de R$ 63.672,48.

3 - RESPOSTA: “D”.
J=C.i.t C = 50.000 ; i = 2,5% a.m = 0,025 ; t = 5m
J=50 000.0,025.5
J=6250
M=C+J
M=50 000+6 250=56250
O valor da dívida é R$56.250,00.

4 – RESPOSTA: “B”.

C = 400 ; t = 6 d ; i = 0,5% a.d = 0,005

O valor que ela deve pagar é R$412,00.

5 - RESPOSTA: “C”.

O juros obtido será R$3.821,08.

28
MATEMÁTICA

6 - RESPOSTA: “D”.
i = 0,72%a.m = 0,0072 ; t = 3m ; C = 14.000

Como ele quer saber os juros:


M = C+J ➜ J = 14304,58-14000 = 304,58
A aplicação renderá R$ 304,58.

7 - RESPOSTA: “C”.
C = 5.000 ; J = 420 ; t = 6m
J=C.i.t ➜ 420=5000.i.6

A porcentagem será de 1,4%.

8 - RESPOSTA: “D”.

C1º ano = 10.000 ; C2º ano = 20.000

M1+M2 = 384000

Têm se uma equação do segundo grau, usa-seentão a fórmula de Bhaskara:

É correto afirmar que a taxa é de 20%

29
MATEMÁTICA

9 - RESPOSTA: “B”.

C=29.000 ; M=30.000 ; i=1%a.m = 0,01

Teremos que substituir os valores de t, portanto vamos começar dos números mais baixos:
1,013=1,0303, está próximo, mas ainda é menor
1,014=1,0406
Como t=4 passou o número que precisava(1,0344), então ele tem que aplicar no mínimo por 4 meses.

10 - RESPOSTA: “E”.

C = 900 ; i = 10% a.m=0,10 ; t = 2m ; pagou 2 meses depois R$ 600,00 e liquidou após 1 mês

Depois de dois meses João pagou R$ 600,00.

1089-600=489

4. EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES: CONCEITO;


RESOLUÇÃO E DISCUSSÃO.

Equação 1º grau
Equação é toda sentença matemática aberta representada por uma igualdade, em que exista uma ou mais letras que
representam números desconhecidos.
Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação redutível à forma ax+b=0, em que a e b são números reais, chama-
dos coeficientes, com a≠0.
Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor numérico de x que, substituindo no 1º membro da equação, torna-se
igual ao 2º membro.

Nada mais é que pensarmos em uma balança.

30
MATEMÁTICA

A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a Pa+3+10=2Pa+3


equação também. Pa=10
No exemplo temos: Pi=Pa+3
3x+300 Pi=10+3=13
Outro lado: x+1000+500 Pe=40+6=46
E o equilíbrio? Soma das idades: 10+13+46=69
3x+300=x+1500
Resposta: B.
Quando passamos de um lado para o outro invertemos
o sinal Equação 2º grau
3x-x=1500-300
2x=1200 A equação do segundo grau é representada pela fór-
X=600 mula geral:

Exemplo
(PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas – Onde a, b e c são números reais,
FGV/2015) A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao do-
bro da soma das idades de seus dois filhos, Paulo e Pierre. Discussão das Raízes
Pierre é três anos mais velho do que Paulo. Daqui a dez
anos, a idade de Pierre será a metade da idade que Pedro 1.
tem hoje.

A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje é:


(A) 72;
(B) 69;
(C) 66; Se for negativo, não há solução no conjunto dos
(D) 63; números reais.
(E) 60.
Se for positivo, a equação tem duas soluções:
Resolução
A ideia de resolver as equações é literalmente colocar
na linguagem matemática o que está no texto.
Exemplo
“Pierre é três anos mais velho do que Paulo”
Pi=Pa+3

“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da


idade que Pedro tem hoje.”

, portanto não há solução real.

A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da


soma das idades de seus dois filhos, 2.

Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa

Lembrando que:
Pi=Pa+3

Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6
3.

31
MATEMÁTICA

Resolução
A+J=44
A²+J²=1000
A=44-J
Se não há solução, pois não existe raiz quadrada
real de um número negativo. (44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000
Se , há duas soluções iguais: 2J²-88J+936=0
Dividindo por2:
J²-44J+468=0
Se , há soluções reais diferentes: ∆=(-44)²-4.1.468
∆=1936-1872=64

Relações entre Coeficientes e Raízes

Dada as duas raízes:

Inequação
Soma das Raízes Uma inequação é uma sentença matemática expressa
por uma ou mais incógnitas, que ao contrário da equação
que utiliza um sinal de igualdade, apresenta sinais de desi-
gualdade. Veja os sinais de desigualdade:

Produto das Raízes >: maior 


<: menor
≥: maior ou igual 
≤: menor ou igual 

Composição de uma equação do 2ºgrau, conhecidas O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da
as raízes equação, onde temos que organizar os termos semelhan-
tes em cada membro, realizando as operações indicadas.
Podemos escrever a equação da seguinte maneira: No caso das inequações, ao realizarmos uma multiplicação
de seus elementos por –1 com o intuito de deixar a parte
x²-Sx+P=0 da incógnita positiva, invertemos o sinal representativo da
desigualdade.
Exemplo
Exemplo 1
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau.
4x + 12 > 2x – 2
Solução 4x – 2x > – 2 – 12
S=x1+x2=-2+7=5 2x > – 14
P=x1.x2=-2.7=-14 x > –14/2
Então a equação é: x²-5x-14=0 x>–7

Exemplo Inequação-Produto

(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A Quando se trata de inequações-produto, teremos uma


soma das idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando desigualdade que envolve o produto de duas ou mais fun-
somamos os quadrados dessas idades, obtemos 1000. A ções. Portanto, surge a necessidade de realizar o estudo
mais velha das duas tem: da desigualdade em cada função e obter a resposta final
(A) 24 anos realizando a intersecção do conjunto resposta das funções.
(B) 26 anos
(C) 31 anos
(D) 33 anos

32
MATEMÁTICA

Exemplo Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º


grau: 
a)(-x+2)(2x-3)<0

Vamos achar a solução de cada inequação. 

4x + 4 ≤ 0 
4x ≤ - 4 
x ≤ - 4 : 4 
Inequação-Quociente x ≤ - 1 
Na inequação-quociente, tem-se uma desigualdade
de funções fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual
uma está dividindo a outra. Diante disso, deveremos nos
atentar ao domínio da função que se encontra no denomi-
nador, pois não existe divisão por zero. Com isso, a função
que estiver no denominador da inequação deverá ser dife- S1 = {x   R | x ≤ - 1} 
rente de zero.
O método de resolução se assemelha muito à resolu- Fazendo o cálculo da segunda inequação temos: 
ção de uma inequação-produto, de modo que devemos x + 1 ≤ 0 
analisar o sinal das funções e realizar a intersecção do sinal x ≤ - 1 
dessas funções.

Exemplo

Resolva a inequação a seguir:


A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual. 

S2 = { x   R | x ≤ - 1} 

x-2≠0 Calculando agora o CONJUTO SOLUÇÃO da inequação


x≠2 temos: 

S = S1 ∩ S2

Portanto: 
Sistema de Inequação do 1º Grau S = { x   R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]

Um sistema de inequação do 1º grau é formado por Substituindo em A


duas ou mais inequações, cada uma delas tem apenas uma A=44-26=18
variável sendo que essa deve ser a mesma em todas as Ou A=44-18=26
outras inequações envolvidas.  Resposta: B.

33
MATEMÁTICA

Inequação 2º grau Escolhemos a equação 1 e isolamos o x: 


Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que x + y = 20 
pode ser escrita numa das seguintes formas: x = 20 – y 
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0 Agora na equação 2 substituímos o valor de x = 20 – y. 
ax²+bx+c<0
ax²+bx+c<0  3x   +   4 y   = 72 
ax²+bx+c≤0 3 (20 – y) + 4y = 72 
ax²+bx+c≠0  60-3y + 4y  = 72 
 -3y + 4y   =   72 – 60
Exemplo y = 12 
Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0. Descobrimos o valor de y, para descobrir o valor de x
basta substituir 12 na equação 
Resolvendo Inequações x = 20 – y. 
Resolver uma inequação significa determinar os valores x = 20 – y 
reais de x que satisfazem a inequação dada. x = 20 – 12 
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de x x = 8 
que tornem a expressão 3x² + 10x +7 negativa. Portanto, a solução do sistema é S = (8, 12) 

Método da adição 
Esse método consiste em adicionar as duas equações
de tal forma que a soma de uma das incógnitas seja zero.
Para que isso aconteça será preciso que multipliquemos
algumas vezes as duas equações ou apenas uma equação
por números inteiros para que a soma de uma das incóg-
nitas seja zero. 

Dado o sistema: 

S = {x ∈ R / –7/3 < x < –1} Para adicionarmos as duas equações e a soma de uma
Sistemas de equações primeiro grau das incógnitas de zero, teremos que multiplicar a primeira
Duas  equações de 1º grau, com duas incógnitas for- equação por – 3. 
mam um “sistema de equações”.
Para encontramos o par ordenado solução de um siste-
ma pode-se utilizar dois métodos para a sua solução. 
Esses dois métodos são: Substituição e Adição. 

Método da substituição 
Esse método consiste em escolher uma das duas equa-
ções, isolar uma das incógnitas e substituir na outra equa- Agora, o sistema fica assim:
ção, veja como: 

Dado o sistema , enumeramos as equa-


ções. 

Adicionando as duas equações: 


       - 3x – 3y = - 60 
+     3x + 4y = 72
                y   = 12 

34
MATEMÁTICA

Para descobrirmos o valor de x basta escolher uma das


duas equações e substituir o valor de y encontrado: 
x + y = 20  5. FUNÇÕES: CONCEITO E REPRESENTAÇÃO
x + 12 = 20  GRÁFICA DAS FUNÇÕES: AFIM,
x = 20 – 12  QUADRÁTICA, EXPONENCIAL E MODULARES;
x = 8  SITUAÇÕES-PROBLEMA ENVOLVENDO
Portanto, a solução desse sistema é: S = (8, 12).  FUNÇÕES.
Se resolver um sistema utilizando qualquer um dois
métodos o valor da solução será sempre o mesmo.

(MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VUNESP/2016) Diagrama de Flechas


Um artesão produz três tipos de peças: A, B e C. Em um
mesmo dia ele só produz um desses tipos de peça, sendo
que ele consegue produzir, por dia, 7 peças do tipo A, ou
10 peças do tipo B, ou 15 do tipo C. Em 30 dias de trabalho,
ele produziu um total de 333 peças. O número de dias que
ele trabalhou produzindo peças do tipo B foi 13 a mais do
que o número de dias trabalhados produzindo peças do
tipo A. Nesses 30 dias, o número de peças do tipo C que
ele produziu foi
(A) 180.
(B) 135. Gráfico Cartesiano
(C) 150.
(D) 120.
(E) 165.

Resposta: B.
Sabemos que se somarmos a produção dará 30 dias, e
se multiplicarmos as peças pelos dias dará 333 peças pro-
duzidas.

Substituindo III em I Muitas vezes nos deparamos com situações que en-
A+A+13+C=30 volvem uma relação entre grandezas. Assim, o valor a ser
2A+C=30-13 pago na conta de luz depende do consumo medido no pe-
2A+C=17 ríodo; o tempo de uma viagem de automóvel depende da
C=17-2A (IV) velocidade no trajeto.
Substituindo III e IV em II Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas,
7A+10(A+13)+15(17-2A)=333 o domínio e a imagem são conjuntos numéricos, e pode-
7A+10A +130+255-30A=333 mos definir com mais rigor o que é uma função matemáti-
-13A=-52 ca utilizando a linguagem da teoria dos conjuntos.
A=4
Trabalhou 4 dias produzindo a peça A. Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f
C=17-8=9 dias produzindo a peça C uma relação de A em B.
Devemos multiplicar por 15, pois ele produz 15 peças Essa relação f é uma função de A em B quando a cada
por dia de C elemento x do conjunto A está associado um e apenas um
9x15=135 peças elemento y do conjunto B.
Notação: f:A→B (lê-se função f de A em B)

Domínio, contradomínio, imagem


O domínio é constituído por todos os valores que po-
dem ser atribuídos à variável independente. Já a imagem
da função é formada por todos os valores correspondentes
da variável dependente.

35
MATEMÁTICA

O conjunto A é denominado domínio da função, indi- Bijetora: Quando apresentar as características de fun-
cada por D. O domínio serve para definir em que conjun- ção injetora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja,
to estamos trabalhando, isto é, os valores possíveis para a elementos distintos têm sempre imagens distintas e todos
variável x. os elementos do contradomínio são imagens de pelo me-
O conjunto B é denominado contradomínio, CD. nos um elemento do domínio.
Cada elemento x do domínio tem um correspondente
y no contradomínio. A esse valor de y damos o nome de
imagem de x pela função f. O conjunto de todos os valores
de y que são imagens de valores de x forma o conjunto
imagem da função, que indicaremos por Im.

Exemplo
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}
criamos a função f: A→B.definida por f(x) = x + 5 que tam-
bém pode ser representada por y = x + 5. A representação,
utilizando conjuntos, desta função, é: Função 1 grau
A função do 1° grau relacionará os valores numéricos
obtidos de expressões algébricas do tipo (ax + b), consti-
tuindo, assim, a função f(x) = ax + b.

Estudo dos Sinais


Definimos função como relação entre duas grandezas
representadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau,
sua lei de formação possui a seguinte característica: y = ax
+ b ou f(x) = ax + b, onde os coeficientes a e b pertencem
aos reais e diferem de zero. Esse modelo de função possui
como representação gráfica a figura de uma reta, portanto,
as relações entre os valores do domínio e da imagem cres-
No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contra- cem ou decrescem de acordo com o valor do coeficiente a.
domínio é = {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente,
= {6, 9, 12} e caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente.

Classificação das funções Função Crescente: a > 0


De uma maneira bem simples, podemos olhar no gráfi-
Injetora: Quando para ela elementos distintos do domínio co que os valores de y vão crescendo.
apresentam imagens também distintas no contradomínio.

Sobrejetora: Quando todos os elementos do contra-


domínio forem imagens de pelo menos um elemento do
domínio.

36
MATEMÁTICA

Função Decrescente: a < 0 3(3-b)+b=5


Nesse caso, os valores de y, caem. 9-3b+b=5
-2b=-4
b=2
Portanto,
a=3-b
a=3-2=1

Assim, f(x)=x+2

Função Quadrática ou Função do 2º grau


Em geral, uma função quadrática ou polinomial do se-
gundo grau tem a seguinte forma:
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0
f(x)=a(x-x1)(x-x2)
Raiz da função É essencial que apareça ax² para ser uma função qua-
drática e deve ser o maior termo.
Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor
em que a reta cruza o eixo x, para isso consideremos o Considerações
valor de y igual a zero, pois no momento em que a reta
intersecta o eixo x, y = 0. Observe a representação gráfica Concavidade
a seguir: A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para
baixo se a<0

Discriminante(∆)

∆=b²-4ac
Podemos estabelecer uma formação geral para o cálcu-
lo da raiz de uma função do 1º grau, basta criar uma gene- ∆>0
ralização com base na própria lei de formação da função, A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois
considerando y = 0 e isolando o valor de x (raiz da função). pontos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da
X=-b/a equação ax²+bx+c=0

Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema ∆=0


com duas equações para acharmos o valor de a e b. Quando , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao
Exemplo: eixo x, no ponto
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.
Repare que, quando tivermos o discriminante , as
F(1)=1a+b duas raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais
3=a+b
∆<0
F(3)=3a+b
5=3a+b A função não tem raízes reais

Isolando a em I
a=3-b
Substituindo em II

37
MATEMÁTICA

Raízes Equação Exponencial


É toda equação cuja incógnita se apresenta no expoen-
te de uma ou mais potências de bases positivas e diferen-
tes de 1.

Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.

Vértices e Estudo do Sinal Solução


Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para
cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a parábola tem
concavidade voltada para baixo e um ponto de máximo V. 
Em qualquer caso, as coordenadas de V são 

. Veja os gráficos:

Função exponencial

A expressão matemática que define a função exponen-


cial é uma potência. Nesta potência, a base é um número
real positivo e diferente de 1 e o expoente é uma variável.
Função crescente
Se   temos uma função exponencial crescente,
qualquer que seja o valor real de x.
No gráfico da função ao lado podemos observar que à
medida que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Grafica-
mente vemos que a curva da função é crescente.

Função decrescente
  Se   temos uma função exponencial de-
crescente em todo o domínio da função.

38
MATEMÁTICA

Neste outro gráfico podemos observar que à medida Solução


que x aumenta, y diminui. Graficamente observamos que
a curva da função é decrescente.

2x-4=x+2
X=6
2x-4=-x-2
3x=2
X=2/3
S={2/3, 6}

Inequação Modular
Para resolver uma inequação modular, empregamos
inicialmente a propriedade seguinte, obtendo as inequa-
ções equivalentes de resoluções conhecidas.
A Constante de Euler
É definida por :
e = exp(1)
O número e é um número irracional e positivo e em
função da definição da função exponencial, temos que:
Ln(e) = 1
Este número é denotado por e em homenagem ao ma-
temático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primei- Exemplo
ros a estudar as propriedades desse número. Resolva as inequações:
O valor deste número expresso com 10 dígitos deci- a)
mais, é: b)
e = 2,7182818284
Se x é um número real, a função exponencial exp(.)
pode ser escrita como a potência de base e com expoente Solução
x, isto é:  a) x≤-2 ou x≥2
ex = exp(x) S={x∈R| x≤-2 ou x≥2}

Propriedades dos expoentes b) -3<2x+5<3


Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um -3-5<2x<3-5
número racional, então: -8<2x<-2
- ax ay= ax + y -4<x<-1
- ax / ay= ax - y S={x∈R|-4<x<-1}
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx Função Modular
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax   dada por f(x)=|x| denomina-se
função modular.
Dado um número real x, o módulo de x, denotado por As principais características dessa função modular são:
é igual a x se x≥0 e igual a –x se x<0. -domínio:R
-imagem:R+

Equação Modular
Toda equação em que a variável aparece em módulo.
Sua solução é obtida aplicando-se a definição de módulo.

Exemplo
-

39
MATEMÁTICA

Exemplo Consequências da Definição


Faça o gráfico da função f(x)=|x²-5x+4|

Solução
Primeiramente, fazemos o gráfico da função sem o mó-
dulo:f(x)=x²-5x+4

Propriedades

O gráfico da função f(x)=|x²-5x+4| será

Mudança de Base

Exemplo

Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule:


a)log 6
b) log1,5
c) log 16

Considerando-se dois números N e a reais e positivos,


com a ≠1, existe um número c tal que: Solução

a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781

A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N b)


na base a
c)

Ainda com base na definição podemos estabelecer con- Função Logarítmica


dições de existência:
Uma função dada por , em que
a constante a é positiva e diferente de 1, denomina-se fun-
ção logarítmica.
Exemplo

40
MATEMÁTICA

Princípio fundamental da contagem: é o mesmo que


a Regra do Produto, um princípio combinatório que indica
quantas vezes e as diferentes formas que um acontecimento
pode ocorrer. O acontecimento é formado por dois estágios
caracterizados como sucessivos e independentes:

• O primeiro estágio pode ocorrer de m modos


distintos.
• O segundo estágio pode ocorrer de n modos distintos.

Desse modo, podemos dizer que o número de formas


diferente que pode ocorrer em um acontecimento é igual
ao produto m . n
Exemplo: Alice decidiu comprar um carro novo, e
inicialmente ela quer se decidir qual o modelo e a cor do
seu novo veículo. Na concessionária onde Alice foi há 3
6. SISTEMAS DE EQUAÇÕES: CONCEITO; tipos de modelos que são do interesse dela: Siena, Fox e
RESOLUÇÃO, DISCUSSÃO E REPRESENTAÇÃO Astra, sendo que para cada carro há 5 opções de cores:
GEOMÉTRICA; SITUAÇÕES-PROBLEMA preto, vinho, azul, vermelho e prata. Qual é o número total
ENVOLVENDO SISTEMAS DE EQUAÇÕES. de opções que Alice poderá fazer?

Resolução: Segundo o Principio Fundamental da


Contagem, Alice tem 3×5 opções para fazer, ou seja,ela
“Caro Candidato, O Tópico Acima Foi Abordado poderá optar por 15 carros diferentes. Vamos representar
no tópico 4. EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES: CONCEITO; as 15 opções na árvore de possibilidades:
RESOLUÇÃO E DISCUSSÃO.”

7. ANÁLISE COMBINATÓRIA: PRINCÍPIO


FUNDAMENTAL DE CONTAGEM;
COMBINAÇÕES E PERMUTAÇÕES;
SITUAÇÕES-PROBLEMA ENVOLVENDO
ANÁLISE COMBINATÓRIA.

Análise Combinatória

Análise combinatória é uma parte da matemática que


estuda, ou melhor, calcula o número de possibilidades, e
estuda os métodos de contagem que existem em acertar
algum número em jogos de azar. Esse tipo de cálculo
nasceu no século XVI, pelo matemático italiano Niccollo
Fontana (1500-1557), chamado também de Tartaglia.
Depois, apareceram os franceses Pierre de Fermat (1601-
1665) e Blaise Pascal (1623-1662). A análise desenvolve
métodos que permitem contar, indiretamente, o número
de elementos de um conjunto. Por exemplo, se quiser Generalizações: Um acontecimento é formado por k
saber quantos números de quatro algarismos são estágios sucessivos e independentes, com n1, n2, n3, … , nk
formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9, é preciso possibilidades para cada. O total de maneiras distintas de
aplicar as propriedades da análise combinatória. Veja quais ocorrer este acontecimento é n1, n2, n3, … , nk
propriedades existem: Técnicas de contagem: Na Técnica de contagem não
- Princípio fundamental da contagem importa a ordem.
- Fatorial
- Arranjos simples Considere A = {a; b; c; d; …; j} um conjunto formado por
- Permutação simples 10 elementos diferentes, e os agrupamentos ab, ac e ca”.
- Combinação
- Permutação com elementos repetidos

41
MATEMÁTICA

ab e ac são agrupamentos sempre distintos, pois se


diferenciam pela natureza de um dos elemento.
ac e ca são agrupamentos que podem ser considerados
distintos ou não distintos pois se diferenciam somente pela
ordem dos elementos.
Arranjos simples: são agrupamentos sem repetições
Quando os elementos de um determinado conjunto em que um grupo se torna diferente do outro pela ordem
A forem algarismos, A = {0, 1, 2, 3, …, 9}, e com estes ou pela natureza dos elementos componentes. Seja A um
algarismos pretendemos obter números, neste caso, os conjunto com n elementos e k um natural menor ou igual
agrupamentos de 13 e 31 são considerados distintos, pois a n. Os arranjos simples k a k dos n elementos de A, são os
indicam números diferentes. agrupamentos, de k elementos distintos cada, que diferem
Quando os elementos de um determinado conjunto A entre si ou pela natureza ou pela ordem de seus elementos.
forem pontos, A = {A1, A2, A3, A4, A5…, A9}, e com estes pontos Cálculos do número de arranjos simples:
pretendemos obter retas, neste caso os agrupamentos
são iguais, pois indicam a mesma reta. Na formação de todos os arranjos simples dos n
elementos de A, tomados k a k:

Conclusão: Os agrupamentos... n → possibilidades na escolha do 1º elemento.

1. Em alguns problemas de contagem, quando os n - 1 → possibilidades na escolha do 2º elemento, pois


agrupamentos se diferirem pela natureza de pelo menos um um deles já foi usado.
de seus elementos, os agrupamentos serão considerados
distintos. n - 2 → possibilidades na escolha do 3º elemento, pois
ac = ca, neste caso os agrupamentos são denominados dois deles já foi usado.
combinações. .
n - (k - 1) → possibilidades na escolha do kº elemento,
Pode ocorrer: O conjunto A é formado por pontos e o pois l-1 deles já foi usado.
problema é saber quantas retas esses pontos determinam.
2. Quando se diferir tanto pela natureza quanto pela No Princípio Fundamental da Contagem (An, k), o
ordem de seus elementos, os problemas de contagem número total de arranjos simples dos n elementos de A
serão agrupados e considerados distintos. (tomados k a k), temos:
ac ≠ ca, neste caso os agrupamentos são denominados
arranjos. An,k = n (n - 1) . (n - 2) . ... . (n – k + 1)
(é o produto de k fatores)

Pode ocorrer: O conjunto A é formado por algarismos


e o problema é contar os números por eles determinados. Multiplicando e dividindo por (n – k)!

Fatorial: Na matemática, o fatorial de um número


natural n, representado por n!, é o produto de todos os
inteiros positivos menores ou iguais a n. A notação n! foi
introduzida por Christian Kramp em 1808. A função fatorial
é normalmente definida por:
Note que n (n – 1) . (n – 2). ... .(n – k + 1) . (n – k)! = n!

Podemos também escrever

Por exemplo, 5! = 1 . 2 . 3 . 4 . 5 = 120


Permutações: Considere A como um conjunto com n
Note que esta definição implica em particular que 0! elementos. Os arranjos simples n a n dos elementos de A,
= 1, porque o produto vazio, isto é, o produto de nenhum são denominados permutações simples de n elementos. De
número é 1. Deve-se prestar atenção neste valor, pois acordo com a definição, as permutações têm os mesmos
este faz com que a função recursiva (n + 1)! = n! . (n + 1) elementos. São os n elementos de A. As duas permutações
funcione para n = 0. diferem entre si somente pela ordem de seus elementos.
Os fatoriais são importantes em análise combinatória. Cálculo do número de permutação simples:
Por exemplo, existem n! caminhos diferentes de arranjar
n objetos distintos numa sequência. (Os arranjos são O número total de permutações simples de n elementos
chamados permutações) E o número de opções que podem indicado por Pn, e fazendo k = n na fórmula An,k = n (n – 1)
ser escolhidos é dado pelo coeficiente binomial. (n – 2) . … . (n – k + 1), temos:

42
MATEMÁTICA

Pn = An,n= n (n – 1) (n – 2) . … . (n – n + 1) = (n – 1) Lembrando que:


(n – 2) . … .1 = n!

Portanto: Pn = n!

Combinações Simples: são agrupamentos formados Também pode ser escrito assim:
com os elementos de um conjunto que se diferenciam
somente pela natureza de seus elementos. Considere A
como um conjunto com n elementos k um natural menor
ou igual a n. Os agrupamentos de k elementos distintos
cada um, que diferem entre si apenas pela natureza de seus Arranjos Completos: Arranjos completos de n
elementos são denominados combinações simples k a k, elementos, de k a k são os arranjos de k elementos
dos n elementos de A. não necessariamente distintos. Em vista disso, quando
Exemplo: Considere A = {a, b, c, d} um conjunto com vamos calcular os arranjos completos, deve-se levar
elementos distintos. Com os elementos de A podemos em consideração os arranjos com elementos distintos
formar 4 combinações de três elementos cada uma: abc – (arranjos simples) e os elementos repetidos. O total de
abd – acd – bcd arranjos completos de n elementos, de k a k, é indicado
simbolicamente por A*n,k dado por: A*n,k = nk
Se trocarmos ps 3 elementos de uma delas:
Exemplo: abc, obteremos P3 = 6 arranjos disdintos. Permutações com elementos repetidos

abc abd acd bcd Considerando:


acb α elementos iguais a a,
bac β elementos iguais a b,
bca γ elementos iguais a c, …,
λ elementos iguais a l,
cab
cba Totalizando em α + β + γ + … λ = n elementos.

Se trocarmos os 3 elementos das 4 combinações Simbolicamente representado por Pnα, β, γ, …, λ o


obtemos todos os arranjos 3 a 3: número de permutações distintas que é possível formarmos
abc abd acd bcd com os n elementos:

acb adb adc bdc


bac bad cad cbd
bca bda cda cdb
Combinações Completas: Combinações completas de
cab dab dac dbc n elementos, de k a k, são combinações de k elementos
cba dba dca dcb não necessariamente distintos. Em vista disso, quando
vamos calcular as combinações completas devemos levar
(4 combinações) x (6 permutações) = 24 arranjos em consideração as combinações com elementos distintos
(combinações simples) e as combinações com elementos
Logo: C4,3 . P3 = A4,3 repetidos. O total de combinações completas de n
elementos, de k a k, indicado por C*n,k
Cálculo do número de combinações simples: O
número total de combinações simples dos n elementos de
A representados por C n,k, tomados k a k, analogicamente
ao exemplo apresentado, temos:
a) Trocando os k elementos de uma combinação k a k,
obtemos Pk arranjos distintos.
b) Trocando os k elementos das Cn,k . Pk arranjos QUESTÕES
distintos. 01. Quantos números de três algarismos distintos
podem ser formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 7 e 8?
Portanto: Cn,k . Pk = An,k ou
02. Organiza-se um campeonato de futebol com 14
A n,k clubes, sendo a disputa feita em dois turnos, para que cada
C n,k = clube enfrente o outro no seu campo e no campo deste. O
Pk
número total de jogos a serem realizados é:

43
MATEMÁTICA

(A)182 (A) 80
(B) 91 (B) 96
(C)169 (C) 240
(D)196 (D) 640
(E)160 (E) 1.280

03. Deseja-se criar uma senha para os usuários de um 08. Numa clínica hospitalar, as cirurgias são sempre
sistema, começando por três letras escolhidas entre as cinco assistidas por 3 dos seus 5 enfermeiros, sendo que, para
A, B, C, D e E, seguidas de quatro algarismos escolhidos uma eventualidade qualquer, dois particulares enfermeiros,
entre 0, 2, 4, 6 e 8. Se entre as letras puder haver repetição, por serem os mais experientes, nunca são escalados para
mas se os algarismos forem todos distintos, o número total trabalharem juntos. Sabendo-se que em todos os grupos
de senhas possíveis é: participa um dos dois enfermeiros mais experientes,
(A) 78.125 quantos grupos distintos de 3 enfermeiros podem ser
(B) 7.200 formados?
(A) 06
(C) 15.000
(B) 10
(D) 6.420
(C) 12
(E) 50
(D) 15
(E) 20
04. (UFTM) – João pediu que Cláudia fizesse cartões
com todas as permutações da palavra AVIAÇÃO. Cláudia 09. Seis pessoas serão distribuídas em duas equipes
executou a tarefa considerando as letras A e à como para concorrer a uma gincana. O número de maneiras
diferentes, contudo, João queria que elas fossem diferentes de formar duas equipes é
consideradas como mesma letra. A diferença entre o (A) 10
número de cartões feitos por Cláudia e o número de (B) 15
cartões esperados por João é igual a (C) 20
(A) 720 (D) 25
(B) 1.680 (E) 30
(C) 2.420
(D) 3.360 10. Considere os números de quatro algarismos do
(E) 4.320 sistema decimal de numeração. Calcule:
a) quantos são no total;
05. (UNIFESP) – As permutações das letras da palavra b) quantos não possuem o algarismo 2;
PROVA foram listadas em ordem alfabética, como se c) em quantos deles o algarismo 2 aparece ao menos
fossem palavras de cinco letras em um dicionário. A 73ª uma vez;
palavra nessa lista é d) quantos têm os algarismos distintos;
(A) PROVA. e) quantos têm pelo menos dois algarismos iguais.
(B) VAPOR.
(C) RAPOV. Resoluções
(D) ROVAP.
(E) RAOPV. 01.

06. (MACKENZIE) – Numa empresa existem 10 diretores,


02. O número total de jogos a serem realizados é A14,2
dos quais 6 estão sob suspeita de corrupção. Para que se
= 14 . 13 = 182.
analisem as suspeitas, será formada uma comissão especial
com 5 diretores, na qual os suspeitos não sejam maioria. O
03.
número de possíveis comissões é:
(A) 66
(B) 72 Algarismos
(C) 90
(D) 120
(E) 124
Letras
07. (ESPCEX) – A equipe de professores de uma escola As três letras poderão ser escolhidas de 5 . 5 . 5 =125
possui um banco de questões de matemática composto maneiras.
de 5 questões sobre parábolas, 4 sobre circunferências e 4 Os quatro algarismos poderão ser escolhidos de 5 . 4 .
sobre retas. De quantas maneiras distintas a equipe pode 3 . 2 = 120 maneiras.
montar uma prova com 8 questões, sendo 3 de parábolas, O número total de senhas distintas, portanto, é igual a
2 de circunferências e 3 de retas? 125 . 120 = 15.000.

44
MATEMÁTICA

04. 09.
I) O número de cartões feitos por Cláudia foi

10.
a) 9 . A*10,3 = 9 . 103 = 9 . 10 . 10 . 10 = 9000
II) O número de cartões esperados por João era b) 8 . A*9,3 = 8 . 93 = 8 . 9 . 9 . 9 = 5832
c) (a) – (b): 9000 – 5832 = 3168
d) 9 . A9,3 = 9 . 9 . 8 . 7 = 4536
e) (a) – (d): 9000 – 4536 = 4464
Assim, a diferença obtida foi 2.520 – 840 = 1.680 Binômio de Newton

Denomina-se Binômio de Newton , a todo binômio da


05. Se as permutações das letras da palavra PROVA forma (a + b)n , sendo n um número natural .
forem listadas em ordem alfabética, então teremos:
P4 = 24 que começam por A Exemplo: 
P4 = 24 que começam por O B = (3x - 2y)4 ( onde a = 3x, b = -2y e n = 4 [grau do
P4 = 24 que começam por P binômio] ).
A 73.ª palavra nessa lista é a primeira permutação que Exemplos de desenvolvimento de binômios de Newton :
começa por R. Ela é RAOPV. a) (a + b)2 = a2 + 2ab + b2
b) (a + b)3 = a3 + 3 a2b + 3ab2 + b3
c) (a + b)4 = a4 + 4 a3b + 6 a2b2 + 4ab3 + b4
06. Se, do total de 10 diretores, 6 estão sob suspeita de d) (a + b)5 = a5 + 5 a4b + 10 a3b2 + 10 a2b3 + 5ab4 + b5
corrupção, 4 não estão. Assim, para formar uma comissão
de 5 diretores na qual os suspeitos não sejam maioria, Nota:
podem ser escolhidos, no máximo, 2 suspeitos. Portanto, o
número de possíveis comissões é Não é necessário memorizar as fórmulas acima, já que
elas possuem uma lei de formação bem definida, senão ve-
jamos:
Vamos tomar, por exemplo, o item (d) acima:
Observe que o expoente do primeiro e últimos termos
são iguais ao expoente do binômio, ou seja, igual a 5.
A partir do segundo termo, os coeficientes podem ser ob-
tidos a partir da seguinte regra prática de fácil memorização:
Multiplicamos o coeficiente de a pelo seu expoente e
07. C5,3 . C4,2 . C4,3 = 10 . 6 . 4 = 240 dividimos o resultado pela ordem do termo. O resultado
será o coeficiente do próximo termo. Assim por exemplo,
para obter o coeficiente do terceiro termo do item (d) aci-
08. ma teríamos:
I) Existem 5 enfermeiros disponíveis: 2 mais experientes 5.4 = 20; agora dividimos 20 pela ordem do termo an-
e outros 3. terior (2 por se tratar do segundo termo) 20:2 = 10 que é o
II) Para formar grupos com 3 enfermeiros, conforme o coeficiente do terceiro termo procurado.
enunciado, devemos escolher 1 entre os 2 mais experientes Observe que os expoentes da variável a decrescem de
e 2 entre os 3 restantes. n até 0 e os expoentes de b crescem de 0 até n. Assim o
III) O número de possibilidades para se escolher 1 entre terceiro termo é 10 a3b2 (observe que o expoente de a de-
os 2 mais experientes é cresceu de 4 para 3 e o de b cresceu  de 1 para 2).
Usando a regra prática acima, o desenvolvimento do
binômio de Newton (a + b)7 será:
(a + b)7 = a7 + 7 a6b + 21 a5b2 + 35 a4b3 + 35 a3b4 + 21
IV) O número de possibilidades para se escolher 2 a b + 7 ab6 + b7
2 5
entre 3 restantes é Como obtivemos, por exemplo, o coeficiente do 6º ter-
mo (21 a2b5) ?
Pela regra: coeficiente do termo anterior = 35. Multipli-
camos 35 pelo expoente de a que é igual a 3 e dividimos o
resultado pela ordem do termo que é 5.
V) Assim, o número total de grupos que podem ser Então, 35 . 3 = 105 e dividindo por 5 (ordem do termo
formados é 2 . 3 = 6 anterior) vem 105:5 = 21, que é o coeficiente do sexto ter-
mo, conforme se vê acima.

45
MATEMÁTICA

Observações: - um espaço amostral, que seria o conjunto S {1, 2, 3,


1) o desenvolvimento do binômio (a + b)n é um poli- 4, 5, 6}.
nômio. - um evento número par, que seria o conjunto A1 = {2,
2) o desenvolvimento de (a + b)n possui n + 1 termos . 4, 6} C S.
3) os coeficientes dos termos equidistantes dos extre- - o número de elementos do evento número par é
mos , no desenvolvimento De (a + b)n são iguais . n(A1) = 3.
4) a soma dos coeficientes de (a + b)n é igual a 2n .
Fórmula do termo geral de um Binômio de Newton - a probabilidade do evento número par é 1/2, pois

Um termo genérico Tp+1 do desenvolvimento de (a+b)n


, sendo p um número natural, é dado por
Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não
⎛ n⎞ Vazio
T p+1 = ⎜ ⎟ .a n− p .b p - Em um evento impossível a probabilidade é igual a
⎝ p⎠ zero. Em um evento certo S a probabilidade é igual a 1.
onde Simbolicamente: P(Ø) = 0 e P(S) = 1.
- Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤
⎛ n⎞ n! P(A) ≤ 1.
⎜⎝ p ⎟⎠ = Cn. p = p!(n − p)! - Se A for o complemento de A em S, neste caso: P(A)
= 1 - P(A).

é denominado Número Binomial e Cn.p é o número de Demonstração das Propriedades


combinações simples de n elementos, agrupados p a p, ou Considerando S como um espaço finito e não vazio,
seja, o número de combinações simples de n elementos temos:
de taxa p.
Este número é também conhecido como Número
Combinatório.

Probabilidade

Ponto Amostral, Espaço Amostral e Evento


Em uma tentativa com um número limitado de
resultados, todos com chances iguais, devemos considerar:
Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos
resultados possíveis.
Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos
resultados possíveis; será representado por S e o número
de elementos do espaço amostra por n(S).
Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do
espaço amostral; será representado por A e o número de
elementos do evento por n(A).

Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S,


portanto são eventos. União de Eventos
Ø = evento impossível. Considere A e B como dois eventos de um espaço
S = evento certo. amostral S, finito e não vazio, temos:

Conceito de Probabilidade A
As probabilidades têm a função de mostrar a chance
de ocorrência de um evento. A probabilidade de ocorrer
um determinado evento A, que é simbolizada por P(A), de B
um espaço amostral S ≠ Ø, é dada pelo quociente entre S
o número de elementos A e o número de elemento S.
Representando:

Exemplo: Ao lançar um dado de seis lados, numerados


de 1 a 6, e observar o lado virado para cima, temos: Logo: P(A B) = P(A) + P(B) - P(A B)

46
MATEMÁTICA

Eventos Mutuamente Exclusivos Eventos Independentes


Considere dois eventos A e B de um espaço amostral
A S, finito e não vazio. Estes serão independentes somente
quando:

P(A/N) = P(A) P(B/A) = P(B)


B
S Intersecção de Eventos
Considerando A e B como dois eventos de um espaço
Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão amostral S, finito e não vazio, logo:
denominados mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B =
0, portanto: P(A B) = P(A) + P(B). Quando os eventos A1, A2,
A3, …, An de S forem, de dois em dois, sempre mutuamente
exclusivos, nesse caso temos, analogicamente:

P(A1 A2 A3 … An) = P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... +


P(An)

Eventos Exaustivos Assim sendo:

Quando os eventos A1, A2, A3, …, An de S forem, de dois P(A ∩ B) = P(A) . P(B/A)
em dois, mutuamente exclusivos, estes serão denominados P(A ∩ B) = P(B) . P(A/B)
exaustivos se A1 A2 A3 … An = S
Considerando A e B como eventos independentes, logo
P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B) = P(A)
. P(B). Para saber se os eventos A e B são independentes,
podemos utilizar a definição ou calcular a probabilidade de
A ∩ B. Veja a representação:

A e B independentes ↔ P(A/B) = P(A) ou


A e B independentes ↔ P(A ∩ B) = P(A) . P(B)

Então, logo: Lei Binominal de Probabilidade


Considere uma experiência sendo realizada diversas
vezes, dentro das mesmas condições, de maneira que
os resultados de cada experiência sejam independentes.
Portanto: P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... + P(An) = 1 Sendo que, em cada tentativa ocorre, obrigatoriamente,
um evento A cuja probabilidade é p ou o complemento A
cuja probabilidade é 1 – p.
Probabilidade Condicionada Problema: Realizando-se a experiência descrita
exatamente n vezes, qual é a probabilidade de ocorrer o
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral S, evento A só k vezes?
finito e não vazio. A probabilidade de B condicionada a A é
dada pela probabilidade de ocorrência de B sabendo que Resolução:
já ocorreu A. É representada por P(B/A). - Se num total de n experiências, ocorrer somente
k vezes o evento A, nesse caso será necessário ocorrer
exatamente n – k vezes o evento A.
Veja: - Se a probabilidade de ocorrer o evento A é p e do
evento A é 1 – p, nesse caso a probabilidade de ocorrer k
vezes o evento A e n – k vezes o evento A, ordenadamente,
é:

- As k vezes em que ocorre o evento A são quaisquer


entre as n vezes possíveis. O número de maneiras de
escolher k vezes o evento A é, portanto Cn,k.

47
MATEMÁTICA

- Sendo assim, há Cn,k eventos distintos, mas que (A) 42%


possuem a mesma probabilidade pk . (1 – p)n-k, e portanto a (B) 45%
probabilidade desejada é: Cn,k . pk . (1 – p)n-k (C) 46%
(D) 48%
QUESTÕES (E) 50%

01. A probabilidade de uma bola branca aparecer


ao se retirar uma única bola de uma urna que contém, 08. Num espaço amostral, dois eventos independentes
exatamente, 4 bolas brancas, 3 vermelhas e 5 azuis é: A e B são tais que P(A U B) = 0,8 e P(A) = 0,3. Podemos
concluir que o valor de P(B) é:
(A) (B) (C) (D) (E) (A) 0,5
(B) 5/7
(C) 0,6
02. As 23 ex-alunas de uma turma que completou o (D) 7/15
Ensino Médio há 10 anos se encontraram em uma reunião (E) 0,7
comemorativa. Várias delas haviam se casado e tido filhos.
A distribuição das mulheres, de acordo com a quantidade
de filhos, é mostrada no gráfico abaixo. Um prêmio 09. Uma urna contém 6 bolas: duas brancas e quatro
foi sorteado entre todos os filhos dessas ex-alunas. A pretas. Retiram-se quatro bolas, sempre com reposição de
probabilidade de que a criança premiada tenha sido um(a) cada bola antes de retirar a seguinte. A probabilidade de só
filho(a) único(a) é a primeira e a terceira serem brancas é:

(A) (B) (C) (D) (E)

10. Uma lanchonete prepara sucos de 3 sabores:


laranja, abacaxi e limão. Para fazer um suco de laranja, são
utilizadas 3 laranjas e a probabilidade de um cliente pedir
(A) (B) (C) (D) (E) esse suco é de 1/3. Se na lanchonete, há 25 laranjas, então
a probabilidade de que, para o décimo cliente, não haja
03. Retirando uma carta de um baralho comum de 52 mais laranjas suficientes para fazer o suco dessa fruta é:
cartas, qual a probabilidade de se obter um rei ou uma
dama? (A) 1 (B) (C) (D) (E)
04. Jogam-se dois dados “honestos” de seis faces,
numeradas de 1 a 6, e lê-se o número de cada uma das
duas faces voltadas para cima. Calcular a probabilidade Respostas
de serem obtidos dois números ímpares ou dois números
iguais? 01.

05. Uma urna contém 500 bolas, numeradas de 1 a 500.


Uma bola dessa urna é escolhida ao acaso. A probabilidade 02.
de que seja escolhida uma bola com um número de três A partir da distribuição apresentada no gráfico:
algarismos ou múltiplo de 10 é 08 mulheres sem filhos.
(A) 10% 07 mulheres com 1 filho.
(B) 12% 06 mulheres com 2 filhos.
(C) 64% 02 mulheres com 3 filhos.
(D) 82%
(E) 86% Comoas 23 mulheres têm um total de 25 filhos, a
06. Uma urna contém 4 bolas amarelas, 2 brancas e 3 probabilidade de que a criança premiada tenha sido um(a)
bolas vermelhas. Retirando-se uma bola ao acaso, qual a filho(a) único(a) é igual a P = 7/25.
probabilidade de ela ser amarela ou branca?

07. Duas pessoas A e B atiram num alvo com 03. P(dama ou rei) = P(dama) + P(rei) =
probabilidade 40% e 30%, respectivamente, de acertar.
Nestas condições, a probabilidade de apenas uma delas
acertar o alvo é:

48
MATEMÁTICA

04. No lançamento de dois dados de 6 faces, numeradas 07.


de 1 a 6, são 36 casos possíveis. Considerando os eventos Se apenas um deve acertar o alvo, então podem ocorrer
A (dois números ímpares) e B (dois números iguais), a os seguintes eventos:
probabilidade pedida é: (A) “A” acerta e “B” erra; ou
(B) “A” erra e “B” acerta.
Assim, temos:
P (A B) = P (A) + P (B)
P (A B) = 40% . 70% + 60% . 30%
P (A B) = 0,40 . 0,70 + 0,60 . 0,30
05. Sendo Ω, o conjunto espaço amostral, temos n(Ω) P (A B) = 0,28 + 0,18
= 500 P (A B) = 0,46
P (A B) = 46%
A: o número sorteado é formado por 3 algarismos;
08.
A = {100, 101, 102, ..., 499, 500}, n(A) = 401 e p(A) =
Sendo A e B eventos independentes, P(A B) = P(A) .
401/500
P(B) e como P(A B) = P(A) + P(B) – P(A B). Temos:
P(A B) = P(A) + P(B) – P(A) . P(B)
B: o número sorteado é múltiplo de 10;
0,8 = 0,3 + P(B) – 0,3 . P(B)
B = {10, 20, ..., 500}. 0,7 . (PB) = 0,5
P(B) = 5/7.
Para encontrarmos n(B) recorremos à fórmula do termo
geral da P.A., em que 09. Representando por a
a1 = 10 probabilidade pedida, temos:
an = 500
r = 10 =
Temos an = a1 + (n – 1) . r → 500 = 10 + (n – 1) . 10 →
n = 50 =

Dessa forma, p(B) = 50/500.

A Ω B: o número tem 3 algarismos e é múltiplo de 10;


A Ω B = {100, 110, ..., 500}.
De an = a1 + (n – 1) . r, temos: 500 = 100 + (n – 1) . 10 →
n = 41 e p(A B) = 41/500 10. Supondo que a lanchonete só forneça estes três
tipos de sucos e que os nove primeiros clientes foram
servidos com apenas um desses sucos, então:
Por fim, p(A.B) = I- Como cada suco de laranja utiliza três laranjas, não é
possível fornecer sucos de laranjas para os nove primeiros
clientes, pois seriam necessárias 27 laranjas.
06. II- Para que não haja laranjas suficientes para o próximo
Sejam A1, A2, A3, A4 as bolas amarelas, B1, B2 as brancas cliente, é necessário que, entre os nove primeiros, oito
e V1, V2, V3 as vermelhas. tenham pedido sucos de laranjas, e um deles tenha pedido
outro suco.
Temos S = {A1, A2, A3, A4, V1, V2, V3 B1, B2} → n(S) = 9
A probabilidade de isso ocorrer é:
A: retirada de bola amarela = {A1, A2, A3, A4}, n(A) = 4
B: retirada de bola branca = {B1, B2}, n(B) = 2

Como A B = , A e B são eventos mutuamente


exclusivos;
Logo: P(A B) = P(A) + P(B) =

49
MATEMÁTICA

resultado que é significante “ao nível de 5%”. No entanto,


um teste ao nível de 1% é mais susceptível de padecer do
8. NOÇÕES DE ESTATÍSTICA: APRESENTAÇÃO erro de tipo II do que um teste de 5% e por isso terá menos
DE DADOS ESTATÍSTICOS: TABELAS E poder estatístico.
GRÁFICOS; MEDIDAS DE CENTRALIDADE: Ao divisar um teste de hipóteses, o técnico deverá
MÉDIA ARITMÉTICA, MÉDIA PONDERADA, tentar maximizar o poder de uma dada significância, mas
MEDIANA E MODA. ultimamente tem de reconhecer que o melhor resultado
que se pode obter é um compromisso entre significância e
poder, em outras palavras, entre os erros de tipo I e tipo II.
É importante ressaltar que os valores p Fisherianos são
A estatística é, hoje em dia, um instrumento útil e, em filosoficamente diferentes dos erros de tipo I de Neyman
alguns casos, indispensável para tomadas de decisão em -Pearson. Esta confusão é infelizmente propagada por mui-
diversos campos: científico, econômico, social, político… tos livros de estatística.
Todavia, antes de chegarmos à parte de interpretação
para tomadas de decisão, há que proceder a um indispen- Divisão da Estatística:
sável trabalho de recolha e organização de dados, sendo
a recolha feita através de recenseamentos (ou censos ou - Estatística Descritiva: Média (Aritmética, Geométri-
levantamentos estatísticos) ou sondagens. ca, Harmônica, Ponderada) - Mediana - Moda - Variância
Existem indícios que há 300 mil anos a.C. já se faziam - Desvio padrão - Coeficiente de variação.
censos na China, Babilônia e no Egito. Censos estes que se - Inferência Estatística: Testes de hipóteses - Signi-
ficância - Potência - Hipótese nula/Hipótese alternativa
destinavam à taxação de impostos.
- Erro de tipo I - Erro de tipo II - Teste T - Teste Z - Distri-
Estatística pode ser pensada como a ciência de apren-
buição t de Student - Normalização - Valor p - Análise de
dizagem a partir de dados. No nosso quotidiano, precisa-
variância.
mos tomar decisões, muitas vezes decisões rápidas.
- Estatística Não-Paramétrica: Teste Binomial - Teste
Qui-quadrado (uma amostra, duas amostras independen-
tes, k amostras independentes) - Teste Kolmogorov-Smir-
nov (uma amostra, duas amostras independentes) - Teste
de McNemar - Teste dos Sinais - Teste de Wilcoxon - Teste
de Walsh - Teste Exata de Fisher - Teste Q de Cochran - Tes-
te de Kruskal-Wallis - Teste de Friedman.
Em linhas gerais a Estatística fornece métodos que au- - Análise da Sobrevivência: Função de sobrevivência -
xiliam o processo de tomada de decisão através da análise Kaplan-Meier - Teste log-rank - Taxa de falha - Proportional
dos dados que possuímos. hazards models.
Em Estatística, um resultado é significante, portanto, - Amostragem: Amostragem aleatória simples (com
tem significância estatística, se for improvável que tenha reposição, sem reposição) - Amostragem estratificada -
ocorrido por acaso (que em estatística e probabilidade é Amostragem por conglomerados - Amostragem sistemá-
tratado pelo conceito de chance), caso uma determinada tica - estimador razão - estimador regressão.
hipótese nula seja verdadeira, mas não sendo improvável - Distribuição de Probabilidade: Normal - De Pareto
caso a hipótese base seja falsa. A expressão teste de signifi- - De Poisson - De Bernoulli - Hipergeométrica - Binomial
cância foi cunhada por Ronald Fisher. - Binomial negativa - Gama - Beta - t de Student - F-Sne-
Mais concretamente, no teste de hipóteses com base decor.
em frequência estatística, a significância de um teste é a - Correlação: Variável de confusão - Coeficiente de
probabilidade máxima de rejeitar acidentalmente uma hi- correlação de Pearson - Coeficiente de correlação de pos-
pótese nula verdadeira (uma decisão conhecida como erro tos de Spearman - Coeficiente de correlação tau de Ken-
de tipo I). O nível de significância de um resultado é tam- dall).
bém chamado de α e não deve ser confundido com o valor Regressão: Regressão linear - Regressão não-linear
p (p-value). - Regressão logística - Método dos mínimos quadrados
Por exemplo, podemos escolher um nível de signifi- - Modelos Lineares Generalizados - Modelos para Dados
cância de, digamos, 5%, e calcular um valor crítico de um Longitudinais.
parâmetro (por exemplo a média) de modo que a probabi- - Análise Multivariada: Distribuição normal multiva-
lidade de ela exceder esse valor, dada a verdade da hipó- riada - Componentes principais - Análise fatorial - Análise
tese nulo, ser 5%. Se o valor estatístico calculado (ou seja, discriminante - Análise de “Cluster” (Análise de agrupa-
o nível de 5% de significância anteriormente escolhido) ex- mento) - Análise de Correspondência.
ceder o valor crítico, então é significante “ao nível de 5%”. - Séries Temporais: Modelos para séries temporais -
Se o nível de significância (ex: 5% anteriormente dado) Tendência e sazonalidade - Modelos de suavização expo-
é menor, o valor é menos provavelmente um extremo em nencial - ARIMA - Modelos sazonais.
relação ao valor crítico. Deste modo, um resultado que é
“significante ao nível de 1%” é mais significante do que um

50
MATEMÁTICA

Panorama Geral: Níveis de Mensuração: As variáveis diferem em “quão


bem” elas podem ser medidas, isto é, em quanta informa-
Variáveis: São características que são medidas, contro- ção seu nível de mensuração pode prover. Há obviamente
ladas ou manipuladas em uma pesquisa. Diferem em mui- algum erro em cada medida, o que determina o “montante
tos aspectos, principalmente no papel que a elas é dado de informação” que se pode obter, mas basicamente o fator
em uma pesquisa e na forma como podem ser medidas. que determina a quantidade de informação que uma variá-
vel pode prover é o seu tipo de nível de mensuração. Sob
Pesquisa “Correlacional” X Pesquisa “Experimen- este prisma as variáveis são classificadas como nominais,
tal”: A maioria das pesquisas empíricas pertencem cla- ordinais e intervalares.
ramente a uma dessas duas categorias gerais: em uma - Variáveis nominais permitem apenas classificação
pesquisa correlacional (Levantamento) o pesquisador não qualitativa. Ou seja, elas podem ser medidas apenas em
influencia (ou tenta não influenciar) nenhuma variável, mas termos de quais itens pertencem a diferentes categorias,
apenas as mede e procura por relações (correlações) en- mas não se pode quantificar nem mesmo ordenar tais ca-
tre elas, como pressão sangüínea e nível de colesterol. Em tegorias. Por exemplo, pode-se dizer que 2 indivíduos são
diferentes em termos da variável A (sexo, por exemplo),
uma pesquisa experimental (Experimento) o pesquisador
mas não se pode dizer qual deles “tem mais” da qualidade
manipula algumas variáveis e então mede os efeitos des-
representada pela variável. Exemplos típicos de variáveis
ta manipulação em outras variáveis; por exemplo, aumen-
nominais são sexo, raça, cidade, etc.
tar artificialmente a pressão sangüínea e registrar o nível
- Variáveis ordinais permitem ordenar os itens medidos
de colesterol. A análise dos dados em uma pesquisa ex- em termos de qual tem menos e qual tem mais da quali-
perimental também calcula “correlações” entre variáveis, dade representada pela variável, mas ainda não permitem
especificamente entre aquelas manipuladas e as que fo- que se diga “o quanto mais”. Um exemplo típico de uma
ram afetadas pela manipulação. Entretanto, os dados ex- variável ordinal é o status sócio-econômico das famílias re-
perimentais podem demonstrar conclusivamente relações sidentes em uma localidade: sabe-se que média-alta é mais
causais (causa e efeito) entre variáveis. Por exemplo, se o “alta” do que média, mas não se pode dizer, por exemplo,
pesquisador descobrir que sempre que muda a variável A que é 18% mais alta. A própria distinção entre mensuração
então a variável B também muda, então ele poderá concluir nominal, ordinal e intervalar representa um bom exemplo
que A “influencia” B. Dados de uma pesquisa correlacional de uma variável ordinal: pode-se dizer que uma medida
podem ser apenas “interpretados” em termos causais com nominal provê menos informação do que uma medida or-
base em outras teorias (não estatísticas) que o pesquisa- dinal, mas não se pode dizer “quanto menos” ou como esta
dor conheça, mas não podem ser conclusivamente provar diferença se compara à diferença entre mensuração ordinal
causalidade. e intervalar.
- Variáveis intervalares permitem não apenas ordenar
Variáveis dependentes e variáveis independentes: em postos os itens que estão sendo medidos, mas também
Variáveis independentes são aquelas que são manipuladas quantificar e comparar o tamanho das diferenças entre
enquanto que variáveis dependentes são apenas medidas eles. Por exemplo, temperatura, medida em graus Celsius
ou registradas. Esta distinção confunde muitas pessoas que constitui uma variável intervalar. Pode-se dizer que a tem-
dizem que “todas variáveis dependem de alguma coisa”. peratura de 40C é maior do que 30C e que um aumento de
Entretanto, uma vez que se esteja acostumado a esta dis- 20C para 40C é duas vezes maior do que um aumento de
tinção ela se torna indispensável. Os termos variável de- 30C para 40C.
pendente e independente aplicam-se principalmente à  
pesquisa experimental, onde algumas variáveis são mani- Relações entre variáveis: Duas ou mais variáveis
puladas, e, neste sentido, são “independentes” dos padrões quaisquer estão relacionadas se em uma amostra de ob-
servações os valores dessas variáveis são distribuídos de
de reação inicial, intenções e características dos sujeitos
forma consistente. Em outras palavras, as variáveis estão
da pesquisa (unidades experimentais).Espera-se que ou-
relacionadas se seus valores correspondem sistematica-
tras variáveis sejam “dependentes” da manipulação ou das
mente uns aos outros para aquela amostra de observações.
condições experimentais. Ou seja, elas dependem “do que
Por exemplo, sexo e WCC seriam relacionados se a maioria
os sujeitos farão” em resposta. Contrariando um pouco a dos homens tivesse alta WCC e a maioria das mulheres bai-
natureza da distinção, esses termos também são usados xa WCC, ou vice-versa; altura é relacionada ao peso porque
em estudos em que não se manipulam variáveis indepen- tipicamente indivíduos altos são mais pesados do que indi-
dentes, literalmente falando, mas apenas se designam su- víduos baixos; Q.I. está relacionado ao número de erros em
jeitos a “grupos experimentais” baseados em propriedades um teste se pessoas com Q.I.’s mais altos cometem menos
pré-existentes dos próprios sujeitos. Por exemplo, se em erros.
uma pesquisa compara-se a contagem de células brancas
(White Cell Count em inglês, WCC) de homens e mulheres, Importância das relações entre variáveis: Geral-
sexo pode ser chamada de variável independente e WCC mente o objetivo principal de toda pesquisa ou análise
de variável dependente. científica é encontrar relações entre variáveis. A filosofia
  da ciência ensina que não há outro meio de representar

51
MATEMÁTICA

“significado” exceto em termos de relações entre quan- variáveis em questão seria igual ou mais forte do que a que
tidades ou qualidades, e ambos os casos envolvem rela- foi observada naquela amostra anterior. Em muitas áreas
ções entre variáveis. Assim, o avanço da ciência sempre de pesquisa, o nível-p de 0,05 é costumeiramente tratado
tem que envolver a descoberta de novas relações entre como um “limite aceitável” de erro.
variáveis. Em pesquisas correlacionais a medida destas Como determinar que um resultado é “realmente”
relações é feita de forma bastante direta, bem como nas significante: Não há meio de evitar arbitrariedade na de-
pesquisas experimentais. Por exemplo, o experimento já cisão final de qual nível de significância será tratado como
mencionado de comparar WCC em homens e mulheres realmente “significante”. Ou seja, a seleção de um nível de
pode ser descrito como procura de uma correlação en- significância acima do qual os resultados serão rejeitados
tre 2 variáveis: sexo e WCC. A Estatística nada mais faz como inválidos é arbitrária. Na prática, a decisão final de-
do que auxiliar na avaliação de relações entre variáveis. pende usualmente de: se o resultado foi previsto a priori ou
  apenas a posteriori no curso de muitas análises e compara-
Aspectos básicos da relação entre variáveis: As duas ções efetuadas no conjunto de dados; no total de evidên-
propriedades formais mais elementares de qualquer rela- cias consistentes do conjunto de dados; e nas “tradições”
ção entre variáveis são a magnitude (“tamanho”) e a con- existentes na área particular de pesquisa. Tipicamente, em
fiabilidade da relação. muitas ciências resultados que atingem nível-p 0,05 são
- Magnitude é muito mais fácil de entender e medir considerados estatisticamente significantes, mas este nível
do que a confiabilidade. Por exemplo, se cada homem em ainda envolve uma probabilidade de erro razoável (5%).
nossa amostra tem um WCC maior do que o de qualquer Resultados com um nível-p 0,01 são comumente conside-
mulher da amostra, poderia-se dizer que a magnitude da rados estatisticamente significantes, e com nível-p 0,005 ou
relação entre as duas variáveis (sexo e WCC) é muito alta nível-p 0,001 são freqüentemente chamados “altamente”
em nossa amostra. Em outras palavras, poderia-se prever significantes. Estas classificações, porém, são convenções
uma baseada na outra (ao menos na amostra em questão). arbitrárias e apenas informalmente baseadas em experiên-
- Confiabilidade é um conceito muito menos intuitivo, cia geral de pesquisa. Uma conseqüência óbvia é que um
mas extremamente importante. Relaciona-se à “represen- resultado considerado significante a 0,05, por exemplo,
tatividade” do resultado encontrado em uma amostra es- pode não sê-lo a 0,01.
pecífica de toda a população. Em outras palavras, diz quão
provável será encontrar uma relação similar se o experi- Significância estatística e o número de análises rea-
mento fosse feito com outras amostras retiradas da mesma lizadas: Desnecessário dizer quanto mais análises sejam
população, lembrando que o maior interesse está na po- realizadas em um conjunto de dados, mais os resultados
pulação. O interesse na amostra reside na informação que atingirão “por acaso” o nível de significância convenciona-
ela pode prover sobre a população. Se o estudo atender do. Por exemplo, ao calcular correlações entre dez variáveis
certos critérios específicos (que serão mencionados pos- (45 diferentes coeficientes de correlação), seria razoável es-
teriormente) então a confiabilidade de uma relação obser- perar encontrar por acaso que cerca de dois (um em cada
vada entre variáveis na amostra pode ser estimada quan- 20) coeficientes de correlação são significantes ao nível-p
titativamente e representada usando uma medida padrão 0,05, mesmo que os valores das variáveis sejam totalmente
(chamada tecnicamente de nível-p ou nível de significância aleatórios, e aquelas variáveis não se correlacionem na po-
estatística). pulação. Alguns métodos estatísticos que envolvem muitas
comparações, e portanto uma boa chance para tais erros,
Significância Estatística (nível-p): A significância es- incluem alguma “correção” ou ajuste para o número total
tatística de um resultado é uma medida estimada do grau de comparações. Entretanto, muitos métodos estatísticos
em que este resultado é “verdadeiro” (no sentido de que (especialmente análises exploratórias simples de dados)
seja realmente o que ocorre na população, ou seja no sen- não oferecem nenhum remédio direto para este problema.
tido de “representatividade da população”). Mais tecnica- Cabe então ao pesquisador avaliar cuidadosamente a con-
mente, o valor do nível-p representa um índice decrescen- fiabilidade de descobertas não esperadas.
te da confiabilidade de um resultado. Quanto mais alto o
nível-p, menos se pode acreditar que a relação observada Força X Confiabilidade de uma relação entre va-
entre as variáveis na amostra é um indicador confiável da riáveis: Foi dito anteriormente que força (magnitude) e
relação entre as respectivas variáveis na população. Especi- confiabilidade são dois aspectos diferentes dos relaciona-
ficamente, o nível-p representa a probabilidade de erro en- mentos entre variáveis. Contudo, eles não são totalmente
volvida em aceitar o resultado observado como válido, isto independentes. Em geral, em uma amostra de um certo
é, como “representativo da população”. Por exemplo, um tamanho quanto maior a magnitude da relação entre va-
nível-p de 0,05 (1/20) indica que há 5% de probabilidade riáveis, mais confiável a relação.
de que a relação entre as variáveis, encontrada na amostra, Assumindo que não há relação entre as variáveis na
seja um “acaso feliz”. Em outras palavras, assumindo que população, o resultado mais provável deveria ser também
não haja relação entre aquelas variáveis na população, e o não encontrar relação entre as mesmas variáveis na amos-
experimento de interesse seja repetido várias vezes, pode- tra da pesquisa. Assim, quanto mais forte a relação encon-
ria-se esperar que em aproximadamente 20 realizações do trada na amostra menos provável é a não existência da re-
experimento haveria apenas uma em que a relação entre as lação correspondente na população. Então a magnitude e

52
MATEMÁTICA

a significância de uma relação aparentam estar fortemente um estudo a não ser que a amostra seja correspondente-
relacionadas, e seria possível calcular a significância a partir mente grande. Mesmo que a amostra seja de fato “per-
da magnitude e vice-versa. Entretanto, isso é válido ape- feitamente representativa” da população o efeito não será
nas se o tamanho da amostra é mantido constante, por- estatisticamente significante se a amostra for pequena.
que uma relação de certa força poderia ser tanto altamente Analogamente, se a relação em questão é muito grande na
significante ou não significante de todo dependendo do população então poderá ser constatada como altamente
tamanho da amostra. significante mesmo em um estudo baseado em uma pe-
Por que a significância de uma relação entre va- quena amostra. Mais um exemplo:
riáveis depende do tamanho da amostra: Se há muito Se uma moeda é ligeiramente viciada, de tal forma que
poucas observações então há também poucas possibili- quando lançada é ligeiramente mais provável que ocorram
dades de combinação dos valores das variáveis, e então a caras do que coroas (por exemplo uma proporção 60%
probabilidade de obter por acaso uma combinação desses para 40%). Então dez lançamentos não seriam suficientes
valores que indique uma forte relação é relativamente alta. para convencer alguém de que a moeda é viciada, mesmo
Considere-se o seguinte exemplo: que o resultado obtido (6 caras e 4 coroas) seja perfeita-
Há interesse em duas variáveis (sexo: homem, mulher; mente representativo do viesamento da moeda. Entretan-
WCC: alta, baixa) e há apenas quatro sujeitos na amostra to, dez lançamentos não são suficientes para provar nada?
(2 homens e 2 mulheres). A probabilidade de se encontrar, Não, se o efeito em questão for grande o bastante, os dez
puramente por acaso, uma relação de 100% entre as duas lançamentos serão suficientes. Por exemplo, imagine-se
variáveis pode ser tão alta quanto 1/8. Explicando, há uma que a moeda seja tão viciada que não importe como ve-
chance em oito de que os dois homens tenham alta WCC nha a ser lançada o resultado será cara. Se tal moeda fos-
e que as duas mulheres tenham baixa WCC, ou vice-versa, se lançada dez vezes, e cada lançamento produzisse caras,
mesmo que tal relação não exista na população. Agora con- muitas pessoas considerariam isso prova suficiente de que
sidere-se a probabilidade de obter tal resultado por acaso há “algo errado” com a moeda. Em outras palavras, seria
se a amostra consistisse de 100 sujeitos: a probabilidade de considerada prova convincente de que a população teórica
obter aquele resultado por acaso seria praticamente zero. de um número infinito de lançamentos desta moeda teria
Observando um exemplo mais geral. Imagine-se uma mais caras do que coroas. Assim, se a relação é grande,
população teórica em que a média de WCC em homens e
então poderá ser considerada significante mesmo em uma
mulheres é exatamente a mesma. Supondo um experimen-
pequena amostra.
to em que se retiram pares de amostras (homens e mu-
lheres) de um certo tamanho da população e calcula-se a
Pode uma “relação inexistente” ser um resultado
diferença entre a média de WCC em cada par de amostras
significante: Quanto menor a relação entre as variáveis
(supor ainda que o experimento será repetido várias vezes).
maior o tamanho de amostra necessário para prová-la sig-
Na maioria dos experimento os resultados das diferenças
serão próximos de zero. Contudo, de vez em quando, um nificante. Por exemplo, imagine-se quantos lançamentos
par de amostra apresentará uma diferença entre homens seriam necessários para provar que uma moeda é viciada
e mulheres consideravelmente diferente de zero. Com que se seu viesamento for de apenas 0,000001 %! Então, o ta-
freqüência isso acontece? Quanto menor a amostra em manho mínimo de amostra necessário cresce na mesma
cada experimento maior a probabilidade de obter esses re- proporção em que a magnitude do efeito a ser demonstra-
sultados errôneos, que, neste caso, indicariam a existência do decresce. Quando a magnitude do efeito aproxima-se
de uma relação entre sexo e WCC obtida de uma população de zero, o tamanho de amostra necessário para prová-lo
em que tal relação não existe. Observe-se mais um exem- aproxima-se do infinito. Isso quer dizer que, se quase não
plo (“razão meninos para meninas”, Nisbett et al., 1987): há relação entre duas variáveis o tamanho da amostra pre-
Há dois hospitais: no primeiro nascem 120 bebês a cisa quase ser igual ao tamanho da população, que teorica-
cada dia e no outro apenas 12. Em média a razão de me- mente é considerado infinitamente grande. A significância
ninos para meninas nascidos a cada dia em cada hospital estatística representa a probabilidade de que um resultado
é de 50/50. Contudo, certo dia, em um dos hospitais nas- similar seja obtido se toda a população fosse testada. As-
ceram duas vezes mais meninas do que meninos. Em que sim, qualquer coisa que fosse encontrada após testar toda
hospital isso provavelmente aconteceu? A resposta é óbvia a população seria, por definição, significante ao mais alto
para um estatístico, mas não tão óbvia para os leigos: é nível possível, e isso também inclui todos os resultados de
muito mais provável que tal fato tenha ocorrido no hospital “relação inexistente”.
menor. A razão para isso é que a probabilidade de um des-
vio aleatório da média da população aumenta com a dimi- Como medir a magnitude (força) das relações en-
nuição do tamanho da amostra (e diminui com o aumento tre variáveis: Há muitas medidas da magnitude do rela-
do tamanho da amostra). cionamento entre variáveis que foram desenvolvidas por
estatísticos: a escolha de uma medida específica em dadas
Por que pequenas relações podem ser provadas circunstâncias depende do número de variáveis envolvi-
como significantes apenas por grandes amostras: Os das, níveis de mensuração usados, natureza das relações,
exemplos dos parágrafos anteriores indicam que se um re- etc. Quase todas, porém, seguem um princípio geral: elas
lacionamento entre as variáveis em questão (na população) procuram avaliar a relação comparando-a de alguma for-
é pequeno, então não há meio de identificar tal relação em ma com a “máxima relação imaginável” entre aquelas va-

53
MATEMÁTICA

riáveis específicas. Tecnicamente, um modo comum de Como é calculado o nível de significância estatís-
realizar tais avaliações é observar quão diferenciados são tico: Assuma-se que já tenha sido calculada uma medida
os valores das variáveis, e então calcular qual parte des- da relação entre duas variáveis (como explicado acima). A
ta “diferença global disponível” seria detectada na ocasião próxima questão é “quão significante é esta relação”? Por
se aquela diferença fosse “comum” (fosse apenas devida à exemplo, 40% da variação global ser explicada pela relação
relação entre as variáveis) nas duas (ou mais) variáveis em entre duas variáveis é suficiente para considerar a relação
questão. Falando menos tecnicamente, compara-se “o que significante? “Depende”. Especificamente, a significância
é comum naquelas variáveis” com “o que potencialmente depende principalmente do tamanho da amostra. Como já
poderia haver em comum se as variáveis fossem perfeita- foi explicado, em amostras muito grandes mesmo relações
mente relacionadas”. Outro exemplo: muito pequenas entre variáveis serão significantes, en-
Em uma amostra o índice médio de WCC é igual a 100 quanto que em amostras muito pequenas mesmo relações
muito grandes não poderão ser consideradas confiáveis
em homens e 102 em mulheres. Assim, poderia-se dizer
(significantes). Assim, para determinar o nível de significân-
que, em média, o desvio de cada valor da média de ambos
cia estatística torna-se necessária uma função que repre-
(101) contém uma componente devida ao sexo do sujeito, sente o relacionamento entre “magnitude” e “significância”
e o tamanho desta componente é 1. Este valor, em certo das relações entre duas variáveis, dependendo do tama-
sentido, representa uma medida da relação entre sexo e nho da amostra. Tal função diria exatamente “quão prová-
WCC. Contudo, este valor é uma medida muito pobre, por- vel é obter uma relação de dada magnitude (ou maior) de
que não diz quão relativamente grande é aquela compo- uma amostra de dado tamanho, assumindo que não há tal
nente em relação à “diferença global” dos valores de WCC. relação entre aquelas variáveis na população”. Em outras
Há duas possibilidades extremas: S palavras, aquela função forneceria o nível de significância
- Se todos os valore de WCC de homens são exata- (nível-p), e isso permitiria conhecer a probabilidade de erro
mente iguais a 100 e os das mulheres iguais a 102 então envolvida em rejeitar a idéia de que a relação em ques-
todos os desvios da média conjunta na amostra seriam in- tão não existe na população. Esta hipótese “alternativa” (de
teiramente causados pelo sexo. Poderia-se dizer que nesta que não há relação na população) é usualmente chamada
amostra sexo é perfeitamente correlacionado a WCC, ou de hipótese nula. Seria ideal se a função de probabilidade
seja, 100% das diferenças observadas entre os sujeitos re- fosse linear, e por exemplo, apenas tivesse diferentes incli-
lativas a suas WCC’s devem-se a seu sexo. nações para diferentes tamanhos de amostra. Infelizmente,
- Se todos os valores de WCC estão em um intervalo de a função é mais complexa, e não é sempre exatamente a
0 a 1000, a mesma diferença (de 2) entre a WCC média de mesma. Entretanto, em muitos casos, sua forma é conhe-
cida e isso pode ser usado para determinar os níveis de
homens e mulheres encontrada no estudo seria uma par-
significância para os resultados obtidos em amostras de
te tão pequena na diferença global dos valores que muito
certo tamanho. Muitas daquelas funções são relacionadas
provavelmente seria considerada desprezível. Por exemplo, a um tipo geral de função que é chamada de normal (ou
um sujeito a mais que fosse considerado poderia mudar, ou gaussiana).
mesmo reverter, a direção da diferença. Portanto, toda boa
medida das relações entre variáveis tem que levar em conta Por que a distribuição normal é importante: A “dis-
a diferenciação global dos valores individuais na amostra tribuição normal” é importante porque em muitos casos
e avaliar a relação em termos (relativos) de quanto desta ela se aproxima bem da função introduzida no item ante-
diferenciação se deve à relação em questão. rior. A distribuição de muitas estatísticas de teste é normal
ou segue alguma forma que pode ser derivada da distribui-
“Formato geral” de muitos testes estatísticos: Como ção normal. Neste sentido, filosoficamente, a distribuição
o objetivo principal de muitos testes estatísticos é avaliar normal representa uma das elementares “verdades acerca
relações entre variáveis, muitos desses testes seguem o da natureza geral da realidade”, verificada empiricamente,
princípio exposto no item anterior. Tecnicamente, eles re- e seu status pode ser comparado a uma das leis funda-
presentam uma razão de alguma medida da diferenciação mentais das ciências naturais. A forma exata da distribuição
comum nas variáveis em análise (devido à sua relação) normal (a característica “curva do sino”) é definida por uma
pela diferenciação global daquelas variáveis. Por exemplo, função que tem apenas dois parâmetros: média e desvio
teria-se uma razão da parte da diferenciação global dos padrão.
Uma propriedade característica da distribuição normal
valores de WCC que podem se dever ao sexo pela dife-
é que 68% de todas as suas observações caem dentro de
renciação global dos valores de WCC. Esta razão é usual-
um intervalo de 1 desvio padrão da média, um intervalo de
mente chamada de razão da variação explicada pela va- 2 desvios padrões inclui 95% dos valores, e 99% das obser-
riação total. Em estatística o termo variação explicada não vações caem dentro de um intervalo de 3 desvios padrões
implica necessariamente que tal variação é “compreendida da média. Em outras palavras, em uma distribuição normal
conceitualmente”. O termo é usado apenas para denotar a as observações que tem um valor padronizado de menos
variação comum às variáveis em questão, ou seja, a parte do que -2 ou mais do que +2 tem uma freqüência relativa
da variação de uma variável que é “explicada” pelos valores de 5% ou menos (valor padronizado significa que um valor
específicos da outra variável e vice-versa. é expresso em termos de sua diferença em relação à média,
dividida pelo desvio padrão).

54
MATEMÁTICA

Ilustração de como a distribuição normal é usada Como se conhece as consequências de violar a su-
em raciocínio estatístico (indução): Retomando o exem- posição de normalidade: Embora muitas das declarações
plo já discutido, onde pares de amostras de homens e mu- feitas anteriormente possam ser provadas matematicamen-
lheres foram retirados de uma população em que o valor te, algumas não têm provas teóricas e podem demonstra-
médio de WCC em homens e mulheres era exatamente o das apenas empiricamente via experimentos Monte Carlo
mesmo. Embora o resultado mais provável para tais expe- (simulações usando geração aleatória de números). Nestes
rimentos (um par de amostras por experimento) é que a experimentos grandes números de amostras são geradas
diferença entre a WCC média em homens e mulheres em por um computador seguindo especificações pré-designa-
cada par seja próxima de zero, de vez em quando um par das e os resultados de tais amostras são analisados usando
de amostras apresentará uma diferença substancialmente uma grande variedade de testes. Este é o modo empírico
diferente de zero. Quão freqüentemente isso ocorre? Se o de avaliar o tipo e magnitude dos erros ou viesamentos a
tamanho da amostra é grande o bastante, os resultados que se expõe o pesquisador quando certas suposições teó-
de tais repetições são “normalmente distribuídos”, e assim, ricas dos testes usados não são verificadas nos dados sob
conhecendo a forma da curva normal pode-se calcular pre- análise. Especificamente, os estudos de Monte Carlo foram
cisamente a probabilidade de obter “por acaso” resultados usados extensivamente com testes baseados na distribui-
representando vários níveis de desvio da hipotética média ção normal para determinar quão sensíveis eles eram à vio-
populacional 0 (zero). Se tal probabilidade calculada é tão lações da suposição de que as variáveis analisadas tinham
pequena que satisfaz ao critério previamente aceito de sig- distribuição normal na população. A conclusão geral destes
nificância estatística, então pode-se concluir que o resul- estudos é que as conseqüências de tais violações são me-
tado obtido produz uma melhor aproximação do que está nos severas do que se tinha pensado a princípio. Embora
acontecendo na população do que a “hipótese nula”. Lem- estas conclusões não devam desencorajar ninguém de se
brando ainda que a hipótese nula foi considerada apenas preocupar com a suposição de normalidade, elas aumenta-
por “razões técnicas” como uma referência contra a qual o ram a popularidade geral dos testes estatísticos dependen-
resultado empírico (dos experimentos) foi avaliado. tes da distribuição normal em todas as áreas de pesquisa.

Todos os testes estatísticos são normalmente dis- Objeto da Estatística: Estatística é uma ciência exata
que visa fornecer subsídios ao analista para coletar, orga-
tribuídos: Não todos, mas muitos são ou baseados na
nizar, resumir, analisar e apresentar dados. Trata de parâ-
distribuição normal diretamente ou em distribuições a ela
metros extraídos da população, tais como média ou desvio
relacionadas, e que podem ser derivadas da normal, como
padrão. A estatística fornece-nos as técnicas para extrair
as distribuições t, F ou Chi-quadrado (Qui-quadrado). Tipi-
informação de dados, os quais são muitas vezes incom-
camente, estes testes requerem que as variáveis analisadas
pletos, na medida em que nos dão informação útil sobre
sejam normalmente distribuídas na população, ou seja, que
o problema em estudo, sendo assim, é objetivo da Estatís-
elas atendam à “suposição de normalidade”. Muitas variá-
tica extrair informação dos dados para obter uma melhor
veis observadas realmente são normalmente distribuídas, o
compreensão das situações que representam. Quando se
que é outra razão por que a distribuição normal representa
aborda uma problemática envolvendo métodos estatísti-
uma “característica geral” da realidade empírica. O proble- cos, estes devem ser utilizados mesmo antes de se recolher
ma pode surgir quando se tenta usar um teste baseado na a amostra, isto é, deve-se planejar a experiência que nos vai
distribuição normal para analisar dados de variáveis que permitir recolher os dados, de modo que, posteriormente,
não são normalmente distribuídas. Em tais casos há duas se possa extrair o máximo de informação relevante para o
opções. Primeiramente, pode-se usar algum teste “não pa- problema em estudo, ou seja, para a população de onde
ramétrico” alternativo (ou teste “livre de distribuição”); mas os dados provêm. Quando de posse dos dados, procura-se
isso é freqüentemente inconveniente porque tais testes são agrupá-los e reduzi-los, sob forma de amostra, deixando de
tipicamente menos poderosos e menos flexíveis em termos lado a aleatoriedade presente. Seguidamente o objetivo do
dos tipos de conclusões que eles podem proporcionar. Al- estudo estatístico pode ser o de estimar uma quantidade
ternativamente, em muitos casos ainda se pode usar um ou testar uma hipótese, utilizando-se técnicas estatísticas
teste baseado na distribuição normal se apenas houver convenientes, as quais realçam toda a potencialidade da
certeza de que o tamanho das amostras é suficientemen- Estatística, na medida em que vão permitir tirar conclusões
te grande. Esta última opção é baseada em um princípio acerca de uma população, baseando-se numa pequena
extremamente importante que é largamente responsável amostra, dando-nos ainda uma medida do erro cometido.
pela popularidade dos testes baseados na distribuição nor- Exemplo: Ao chegarmos a uma churrascaria, não pre-
mal. Nominalmente, quanto mais o tamanho da amostra cisamos comer todos os tipos de saladas, de sobremesas
aumente, mais a forma da distribuição amostral (a distri- e de carnes disponíveis, para conseguirmos chegar a con-
buição de uma estatística da amostra) da média aproxima- clusão de que a comida é de boa qualidade. Basta que seja
se da forma da normal, mesmo que a distribuição da variá- provado um tipo de cada opção para concluirmos que es-
vel em questão não seja normal. Este princípio é chamado tamos sendo bem servidos e que a comida está dentro dos
de Teorema Central do Limite. padrões.

55
MATEMÁTICA

Noção Geral de Média Cálculo da média aritmética ponderada


Se x for a média aritmética ponderada dos elementos
Considere um conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} e do conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} com “pesos” P1;
efetue uma certa operação com todos os elementos de A. P2; P3; ...; Pn, respectivamente, então, por definição:
Se for possível substituir cada um dos elementos do
conjunto A por um número x de modo que o resultado da P1 . x + P2 . x + P3 . x + ... + Pn . x =
operação citada seja o mesmo diz-se, por definição, que x = P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn . xn
será a média dos elementos de A relativa a essa operação. (P1 + P2 + P3 + ... + Pn) . x =
= P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn . xn e, portanto,
Média Aritmética
P1 .x1; P2 .x2 ; P3 .x3;...Pn xn
Definição x=
P1 + P2 + P3 + ...+ Pn
A média dos elementos do conjunto numérico A Observe que se P1 = P2 = P3 = ... = Pn = 1, então:
relativa à adição é chamada média aritmética. x1; x2 ; x3;...; xn que é a média aritmética simples.
x=
Cálculo da média aritmética n
Conclusão
Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto
numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por definição: A média aritmética ponderada dos n elementos do
conjunto numérico A é a soma dos produtos de cada
elemento multiplicado pelo respectivo peso, dividida pela
soma dos pesos.
n parcelas
e, portanto, Exemplo
Calcular a média aritmética ponderada dos números
x1; x2 ; x3;...; xn 35, 20 e 10 com pesos 2, 3, e 5, respectivamente.
x=
n
Resolução
Conclusão
Se x for a média aritmética ponderada, então:
A média aritmética dos n elementos do conjunto 2.35 + 3.20 + 5.10 70 + 60 + 50 180
numérico A é a soma de todos os seus elementos, dividida x= ↔x= ↔x= ↔ x = 18
2 + 3+ 5 10 10
por n.
A média aritmética ponderada é 18.
Exemplo
Observação: A palavra média, sem especificar se é
Calcular a média aritmética entre os números 3, 4, 6, aritmética, deve ser entendida como média aritmética.
9, e 13.
Exercícios
Resolução
1. Determine a média aritmética entre 2 e 8.
Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto
(3, 4, 6, 9, 13), então x será a soma dos 5 elementos, dividida 2. Determine a média aritmética entre 3, 5 e 10.
por 5. Assim:
3 + 4 + 6 + 9 + 13 35 3. Qual é a média aritmética simples dos números 11,
x= ↔x= ↔x=7 7, 13 e 9?
15 5
4. A média aritmética simples de 4 números pares
A média aritmética é 7. distintos, pertences ao conjunto dos números inteiros não
nulos é igual a 44. Qual é o maior valor que um desses
Média Aritmética Ponderada números pode ter?

Definição 5. Calcule a média aritmética simples em cada um dos


seguintes casos:
A média dos elementos do conjunto numérico A relativa a) 15; 48; 36
à adição e na qual cada elemento tem um “determinado b) 80; 71; 95; 100
peso” é chamada média aritmética ponderada. c) 59; 84; 37; 62; 10
d) 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9

56
MATEMÁTICA

6. Qual é a média aritmética ponderada dos números Em função do enunciado, os três menores valores intei-
10, 14, 18 e 30 sabendo-se que os seus pesos são respecti- ros, pares, distintos e não nulos são:2, 4 e 6. Identificando
vamente 1, 2, 3 e 5? como x este quarto valor, vamos montar a seguinte equa-
ção:
7. Calcular a média ponderada entre 3, 6 e 8 para os
2+4+6+x
respectivos pesos 5 , 3 e 2. = 44
4
8. Numa turma de 8ª série 10 alunos possuem 14 Solucionando-a temos:
anos, 12 alunos possuem 15 anos e oito deles 16 anos de
idade. Qual será a idade média dessa turma? Logo, o maior valor que um desses números pode ter
é 164.
9. Determine a média salarial de uma empresa, cuja fo-
lha de pagamento é assim discriminada:
5) Solução:
Profissionais → Quantidade → Salário a) (15 + 48 + 36)/3 =
99/3 = 33
Serventes → 20 profissionais → R$ 320,00 b) (80 + 71 + 95 + 100)/4=
Técnicos → 10 profissionais → R$ 840,00 346/4 = 86,5
Engenheiros → 5 profissionais → R$ 1.600,00 c) (59 + 84 + 37 + 62 + 10)/5=
= 252/5
10. Calcule a média ponderada entre 5, 10 e 15 para os = 50,4
respectivos pesos 10, 5 e 20.
d) (1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9)/9=
Respostas 45/9 =
=5
1) Resposta “5”.
Solução: 6) Resposta “22”.
M.A. ( 2 e 8 ) = 2 + 8 / 2 = 10 / 2 = 5 → M.A. ( 2 e 8 ) Solução: Neste caso a solução consiste em multiplicar-
= 5. mos cada número pelo seu respectivo peso e somarmos
todos estes produtos. Este total deve ser então dividido
2) Resposta “6”. pela soma total dos pesos:
Solução: 10.1+ 14.2 + 18.3 + 30.5 10 + 28 + 54 + 150 242
M.A. ( 3, 5 e 10 ) = 3 + 5 + 10 / 3 = 18 / 3 = 6 → M.A. ( = = = 22
1+ 2 + 3 + 5 11 11
3, 5 e 10 ) = 6.

3) Resposta “10”. Logo, a média aritmética ponderada é 22.


Solução: Para resolver esse exercício basta fazer a
soma dos números e dividi-los por quatro, que é a quanti- 7) Resposta “4,9”.
dade de números, portanto: Solução:

11+ 7 + 13 + 9 40 3.5 + 6.3 + 8.2 15 + 18 + 16 49


M .A = = = 10 MP = = = = 4,9
4 4 5 + 3+ 2 10 10

Logo, a média aritmética é 10. 8) Resposta “ ±14,93 ”


Solução:
14.10 + 15.12 + 16.8 140 + 180 + 128 448
4) Resposta “164”. MP = = = = ±14,93
10 + 12 + 8 30 30
Solução: Quando falamos de média aritmética simples,
ao diminuirmos um dos valores que a compõe, precisamos
aumentar a mesma quantidade em outro valor, ou distribuí 9) Resposta “ ≅ R$651, 43 ”
-la entre vários outros valores, de sorte que a soma total Solução: Estamos diante de um problema de média
não se altere, se quisermos obter a mesma média. aritmética ponderada, onde as quantidades de profissio-
Neste exercício, três dos elementos devem ter o me- nais serão os pesos. E com isso calcularemos a média pon-
nor valor possível, de sorte que o quarto elemento tenha derada entre R$ 320,00 , R$ 840,00 e R$ 1 600,00 e seus
o maior valor dentre eles, tal que a média aritmética seja respectivos pesos 20 , 10 e 5. Portanto:
igual a 44. Este será o maior valor que o quarto elemento 320.20 + 840.10 + 1600.5 22.800
poderá assumir. MP = = ≅ R$651, 43
20 + 10 + 5 35

57
MATEMÁTICA

10) Resposta “11,42”. A partir dai podemos calcular a média geométrica


Solução: destes fatores:
5.10 + 10.5 + 15.20 50 + 50 + 300 400 3
1,2.1,12.1,07 ⇒ 3 1, 43808 ⇒ 1,128741
MP = = = = 11, 42
10 + 5 + 20 35 35
Como sabemos, um fator de 1, 128741 corresponde
a 12, 8741% de aumento.
Média Geométrica Este é o valor percentual médio mensal do aumento
salarial, ou seja, se aplicarmos três vezes consecutivas o
Este tipo de média é calculado multiplicando-se todos percentual 12, 8741%, no final teremos o mesmo resultado
os valores e extraindo-se a raiz de índice n deste produto. que se tivéssemos aplicado os percentuais 20%, 12% e 7%.
Digamos que tenhamos os números 4, 6 e 9, para ob-
termos o valor médio geométrico deste conjunto, multipli- Digamos que o salário desta categoria de operários
camos os elementos e obtemos o produto 216. seja de R$ 1.000,00, aplicando-se os sucessivos aumentos
Pegamos então este produto e extraímos a sua raiz cú- temos:
bica, chegando ao valor médio 6.
Extraímos a raiz cúbica, pois o conjunto é composto de Salário +% Salário Salário +% Salário
3 elementos. Se fossem n elementos, extrairíamos a raiz de Inicial Informado final inicial médio final
índice n.
R$ R$ R$ R$
Neste exemplo teríamos a seguinte solução: 20% 12, 8417
1.000,00 1.200,00 1.000,00 1.128,74
3
4.6.9 ⇒ 3 216 ⇒ 6 R$ R$ R$ R$
12% 12, 8417
1.200,00 1.334,00 1.287,74 1.274,06
Utilidades da Média Geométrica R$ R$ R$ R$
7% 12, 8417
1.334,00 1.438,00 1.274,06 1.438,08
Progressão Geométrica
Observe que o resultado final de R$ 1.438,08 é o mesmo
Uma das utilizações deste tipo de média é na definição nos dois casos. Se tivéssemos utilizado a média aritmética
de uma progressão geométrica que diz que em toda no lugar da média geométrica, os valores finais seriam
PG., qualquer termo é média geométrica entre o seu distintos, pois a média aritmética de 13% resultaria em
antecedente e o seu consequente: um salário final de R$ 1.442,90, ligeiramente maior como
já era esperado, já que o percentual de 13% utilizado é
an = an−1 .an+1
ligeiramente maior que os 12, 8417% da média geométrica.
Tomemos como exemplo três termos consecutivos de
uma PG.: 7, 21 e 63. Cálculo da Média Geométrica
Temos então que o termo 21 é média geométrica dos
termos 7 e 63. Em uma fórmula: a média geométrica de a1, a2, ..., an é
1/n
⎛ n ⎞
Vejamos: ⎜⎝ ∏ ai ⎟⎠ = (a1 .a2 ...an )1/n = n a1 .a2 ...an
i=1
7.63 ⇒ 441 ⇒ 21
A média geométrica de um conjunto de números é
Variações Percentuais em Sequência sempre menor ou igual à média aritmética dos membros
desse conjunto (as duas médias são iguais se e somente se
Outra utilização para este tipo de média é quando es- todos os membros do conjunto são iguais). Isso permite a
tamos trabalhando com variações percentuais em sequên- definição da média aritmética geométrica, uma mistura das
cia. duas que sempre tem um valor intermediário às duas.
A média geométrica é também a média aritmética har-
Exemplo mônica no sentido que, se duas sequências (an) e (hn) são
definidas:
Digamos que uma categoria de operários tenha um
an + hn x+y
aumento salarial de 20% após um mês, 12% após dois me- an+1 = ,a1 =
ses e 7% após três meses. Qual o percentual médio mensal 2 2
de aumento desta categoria?
E
Sabemos que para acumularmos um aumento 2 2
de 20%, 12% e 7% sobre o valor de um salário, devemos hn+1 = ,h =
1 1 1 1 1
multiplicá-lo sucessivamente por 1,2, 1,12 e 1,07 que são + +
an hn x y
os fatores correspondentes a tais percentuais.

58
MATEMÁTICA

então  an  e  hn  convergem para a média geométrica Exercícios


de x e y.
1. Determine a média proporcional ou geométrica
Cálculo da Media Geométrica Triangular entre 2 e 8.
Bom primeiro observamos o mapa e somamos as áreas
dos quadrados catetos e dividimos pela hipotenusa e no 2. Determine a média geométrica entre 1, 2 e 4.
final pegamos a soma dos ângulos subtraindo o que esta
entre os catetos e dividimos por PI(3,1415...) assim desco- 3. Determine a média geométrica entre dois números
brimos a media geométrica dos triângulos. sabendo que a média aritmética e a média harmônica entre
eles são, respectivamente, iguais a 4 e 9.
Exemplo
A média geométrica entre os números 12, 64, 126 e 4. A média geométrica entre 3 números é 4. Quanto
345, é dada por: devo multiplicar um desses números para que a média
aumente 2 unidades ?
G = R4[12 ×64×126×345] = 76,013 5. Qual é a média geométrica dos núme-
Aplicação Prática ros 2, 4, 8, 16 e 32?
Dentre todos os retângulos com a área igual a 64 cm²,
qual é o retângulo cujo perímetro é o menor possível, isto
é, o mais econômico? A resposta a este tipo de questão 6. Dados dois números quaisquer, a média aritmética
é dada pela média geométrica entre as medidas do simples e a média geométrica deles são respectivamente
comprimento a e da largura b, uma vez que a.b = 64. 20 e 20,5. Quais são estes dois números?

A média geométrica G entre a e b fornece a medida


desejada. 7. A média geométrica entre dois números é igual a 6.
G = R[a × b] = R[64] = 8 Se a eles juntarmos o número 48, qual será a média geo-
Resposta métrica entre estes três números?

É o retângulo cujo comprimento mede 8 cm e é lógico


que a altura também mede 8 cm, logo só pode ser um 8. Calcule a média geométrica entre 4 e 9.
quadrado! O perímetro neste caso é p = 32 cm. Em qualquer
outra situação em que as medidas dos comprimentos
forem diferentes das alturas, teremos perímetros maiores 9. Calcule a média geométrica entre 3, 3, 9 e 81
do que 32 cm.

Interpretação gráfica 10. Calcule a média geométrica entre 1, 1, 1, 32 e 234.

A média geométrica entre dois segmentos de reta


pode ser obtida geometricamente de uma forma bastante Respostas
simples.
1) Resposta “4”.
Sejam AB e BC segmentos de reta. Trace um segmento Solução:
de reta que contenha a junção dos segmentos AB e BC, de
forma que eles formem segmentos consecutivos sobre a M .G.(2e8) = 2 2 × 8 = 16 = 4 ⇒ M .G.(2e8) = 4
mesma reta.

2) Resposta “2”.
Solução:
M .G.(1,2e4) = 3 1× 2 × 4 = 3 8 = 2 ⇒ M .G.(1,2e4) = 2

Observação: O termo média proporcional deve ser,


Dessa junção aparecerá um novo segmento AC. apenas, utilizado para a média geométrica entre dois nú-
Obtenha o ponto médio O deste segmento e com um meros.
compasso centrado em O e raio OA, trace uma semi-
circunferência começando em A e terminando em C. O
segmento vertical traçado para cima a partir de B encontrará 3) Resposta “6”.
o ponto D na semi-circunferência. A medida do segmento Solução: Aplicando a relação: g2 = a.h, teremos:
BD corresponde à média geométrica das medidas dos
segmentos AB e BC. g2 = 4.9 → g2 = 36 → g = 6 → MG. (4, 9) = 6.

59
MATEMÁTICA

27 Agora para que possamos solucionar a segunda equa-


4) Resposta “ ” ção, é necessário que fiquemos com apenas uma variável
8 na mesma. Para conseguirmos isto iremos substituir a por
Solução: Se a média geométrica entre 3 números é 4, 41 - b:
podemos escrever:
( ) = 20
2
a.b = 20 ⇒ (41− b).b = 20 ⇒ 41b − b 2 2

M .G. = 3 x.y.z ⇒ 4 = 3 x.y.z ⇒ x.y.z = 64


⇒ 41b − b 2 = 400 ⇒ −b 2 + 41b − 400 = 0
Se multiplicarmos um deles por m, a nova média será: Note que acabamos obtendo uma equação do segun-
do grau:
4 + 2 = 3 x.y.z.m ⇒ 6 = 3 x.y.z.m ⇒ x.y.z.m = 216
216 27
e como x . y . z = 64 → 64 . m = 216 → m = = -b2 + 41b - 400 = 0
64 8
Solucionando a mesma temos:
5) Resposta “8”.
Solução: Se dispusermos de uma calculadora científica, −41 ± 412 − 4.(−1).(−400)
−b 2 + 41b − 400 = 0 ⇒ b =
este exercício pode ser solucionado multiplicando-se to- 2.(−1)
dos os números e extraindo-se do produto final, a raiz de
índice cinco, pois se tratam de cinco números: ⎧ −41+ 81 −41+ 9 −32
⎪⎪b1 = ⇒ b1 = ⇒ b1 = ⇒ b1 = 16
−2 −2 −2
5
2.4.8.16.32 ⇒ 5 32768 ⇒ 8 ⇒⎨
⎪b = −41− 81 ⇒ b = −41+ 9 ⇒ b = −50 ⇒ b = 25
⎪⎩ 2 −2
2
−2
2
−2
2
Se não dispusermos de uma calculadora científica esta
solução ficaria meio inviável, pois como iríamos extrair tal
raiz, isto sem contar na dificuldade em realizarmos as mul- O número b pode assumir, portanto os valores 16 e 25.
tiplicações? É de se esperar, portanto que quando  b for igual a 16,
Repare que todos os números são potência de 2, po- que a seja igual a 25 e quando b for igual a 25, que a seja
demos então escrever: igual a 16. Vamos conferir.
Sabemos que a = 41 - b, portanto atribuindo a b um de
5
2.4.8.16.32 ⇒ 5 2.2 2.2 3.2 4.2 5 seus possíveis valores, iremos encontrar o valor de a.

Como dentro do radical temos um produto de potên- Para b = 16 temos:


cias de mesma base, somando-se os expoentes temos:
a = 41 - b ⇒ 41 - 16 ⇒ a = 25
5
2.2 2.2 3.2 4.2 5 ⇒ 5 215
Para b = 25 temos:
Finalmente dividindo-se o índice e o expoente por 5 e
resolvendo a potência resultante: a = 41 - b ⇒ a = 41 - 25 ⇒ a = 16
5
215 ⇒ 1 2 3 ⇒ 2 3 ⇒ 8 Logo, os dois números são 16, 25.

Logo, a média geométrica deste conjunto é 8.


7) Resposta “12”.
Solução: Se chamarmos de P o produto destes dois
6) Resposta “16, 25”. números, a partir do que foi dito no enunciado podemos
Solução: Chamemos de a e b estes dois números. A montar a seguinte equação:
média aritmética deles pode ser expressa como:
P =6
a+b
= 20,5
2 Elevando ambos os membros desta equação ao qua-
drado, iremos obter o valor numérico do produto destes
Já média geométrica pode ser expressa como: dois números:
2
a.b = 20 P = 6 ⇒ ( P) = 6 2 ⇒ P = 36

Vamos isolar a na primeira equação: Agora que sabemos que o produto de um número pelo
outro é igual 36, resta-nos multiplicá-lo por 48 e extraímos
a+b
= 20,5 ⇒ a + b = 20,5.2 ⇒ a = 41− b a raiz cúbica deste novo produto para encontrarmos a mé-
2 dia desejada:

60
MATEMÁTICA

M = 3 36.48 ⇒ M = 3 (2 2.32 ).(2 4.3) ⇒ M = 3 2 6.33


⇒ M = 2 2.3 ⇒ M = 4.3 ⇒ M = 12

Note que para facilitar a extração da raiz cúbica, rea-


lizamos a decomposição dos números 36 e 48 em fatores
primos. Acesse a página decomposição de um número na-
tural em fatores primos para maiores informações sobre Como medida de localização, a mediana é mais robusta
este assunto. do que a média, pois não é tão sensível aos dados. Consi-
deremos o seguinte exemplo: um aluno do 10º ano obteve
Logo, ao juntarmos o número 48 aos dois números ini- as seguintes notas: 10, 10, 10, 11, 11, 11, 11, 12. A média e a
ciais, a média geométrica passará a ser 12. mediana da amostra anterior são respectivamente.

=10.75 e =11
8) Resposta “6”.
Solução: G = 2 4.9 = 6

9) Resposta “9”.
Solução: G = 4 3.3.9.81 = 9
Admitamos que uma das notas de 10 foi substituída
por uma de 18. Neste caso a mediana continuaria a ser
igual a 11, enquanto que a média subiria para 11.75.
10) Resposta “6”.
Solução: G = 5 1.1.1.32.243 = 6

Média e Mediana: Se se representarmos os elementos


Mediana: é o valor que tem tantos dados antes dele,
da amostra ordenada com a seguinte notação: X1:n, X2:n,
como depois dele. Para se medir a mediana, os valores de-
..., Xn: “n” então uma expressão para o cálculo da mediana
vem estar por ordem crescente ou decrescente. No caso do
será:
número de dados ser ímpar, existe um e só um valor central
que é a mediana. Se o número de dados é par, toma-se a
Como medida de localização, a mediana é mais robus-
média aritmética dos dois valores centrais para a mediana.
ta do que a média, pois não é tão sensível aos dados.
É uma medida de localização do centro da distribui-
- Quando a distribuição é simétrica, a média e a me-
ção dos dados, definida do seguinte modo: Ordenados os
diana coincidem.
elementos da amostra, a mediana é o valor (pertencente
- A mediana não é tão sensível, como a média, às ob-
ou não à amostra) que a divide ao meio, isto é, 50% dos
servações que são muito maiores ou muito menores do
elementos da amostra são menores ou iguais à mediana e
que as restantes (outliers). Por outro lado a média reflete o
os outros 50% são maiores ou iguais à mediana. 
valor de todas as observações.
Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, de-
A média ao contrário da mediana, é uma medida muito
pois de ordenada a amostra de n elementos: Se n é ímpar,
influenciada por valores “muito grandes” ou “muito peque-
a mediana é o elemento médio. Se n é par, a mediana é a
nos”, mesmo que estes valores surjam em pequeno núme-
semi-soma dos dois elementos médios.
ro na amostra. Estes valores são os responsáveis pela má
A mediana, m, é uma medida de localização do centro
utilização da média em muitas situações em que teria mais
da distribuição dos dados, definida do seguinte modo:
significado utilizar a mediana.
Ordenados os elementos da amostra, a mediana é o va-
A partir do exposto, deduzimos que se a distribuição
lor (pertencente ou não à amostra) que a divide ao meio, isto
dos dados:
é, 50% dos elementos da amostra são menores ou iguais à
- for aproximadamente simétrica, a média aproxima-se
mediana e os outros 50% são maiores ou iguais à mediana.
da mediana.
Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, de-
- for enviesada para a direita (alguns valores grandes
pois de ordenada a amostra de n elementos:
como “outliers”), a média tende a ser maior que a mediana.
- Se n é ímpar, a mediana é o elemento médio.
- for enviesada para a esquerda (alguns valores peque-
- Se n é par, a mediana é a semi-soma dos dois ele-
nos como “outliers”), a média tende a ser inferior à media-
mentos médios.
na.
Se se representarem os elementos da amostra orde-
nada com a seguinte notação: X1:n, X2:n, ..., Xn:n; então uma
expressão para o cálculo da mediana será:

61
MATEMÁTICA

Vejamos de uma outra forma: Sabes, quando a dis-


tribuição dos dados é simétrica ou aproximadamente si-
métrica, as medidas de localização do centro da amostra
(média e mediana) coincidem ou são muito semelhantes.
O mesmo não se passa quando a distribuição dos dados
é assimétrica, fato que se prende com a pouca resistência
da média.

Representando as distribuições dos dados (esta obser-


vação é válida para as representações gráficas na forma de
diagramas de barras ou de histograma) na forma de uma
Dado um histograma é fácil obter a posição da media- mancha, temos, de um modo geral:
na, pois esta está na posição em que passando uma linha
vertical por esse ponto o histograma fica dividido em duas
partes com áreas iguais.

Moda: é o valor que ocorre mais vezes numa distri-


buição, ou seja, é o de maior efetivo e, portanto, de maior
frequência. Define-se moda como sendo: o valor que sur-
ge com mais frequência se os dados são discretos, ou, o
intervalo de classe com maior frequência se os dados são
contínuos. Assim, da representação gráfica dos dados, ob-
Como medida de localização, a mediana é mais resis- tém-se imediatamente o valor que representa a moda ou
tente do que a média, pois não é tão sensível aos dados. a classe modal. Esta medida é especialmente útil para re-
- Quando a distribuição é simétrica, a média e a me- duzir a informação de um conjunto de dados qualitativos,
diana coincidem. apresentados sob a forma de nomes ou categorias, para os
- A mediana não é tão sensível, como a média, às ob- quais não se pode calcular a média e por vezes a mediana.
servações que são muito maiores ou muito menores do Para um conjunto de dados, define-se moda como
que as restantes (outliers). Por outro lado a média reflete o sendo: o valor que surge com mais frequência  se os dados
valor de todas as observações. são discretos, ou, o intervalo de classe com maior frequên-
cia se os dados são contínuos. Assim, da representação
Assim, não se pode dizer em termos absolutos qual gráfica dos dados, obtém-se imediatamente o valor que
destas medidas de localização é preferível, dependendo do representa a moda ou a classe modal.
contexto em que estão a ser utilizadas.
Exemplo: Os salários dos 160 empregados de uma
determinada empresa, distribuem-se de acordo com a se-
guinte tabela de frequências:

Salário (em euros) 75 100 145 200 400 1700


Frequência absoluta 23 58 50 20 7 2
Frequência acumulada 23 81 131 151 158 160

Calcular a média e a mediana  e comentar os resulta- Esta medida é especialmente útil para reduzir a infor-
dos obtidos. mação de um conjunto de dados qualitativos, apresenta-
Resolução: = = (75.23+100.58+...+400.7+1700.2)/16 dos sob a forma de nomes ou categorias, para os quais não
0 = 156,10 se pode calcular a média e por vezes a mediana (se não
Resolução: euros. m = semi-soma dos elementos de forem susceptíveis de ordenação).
ordem 80 e 81 = 100 euros.
Comentário: O fato de termos obtido uma média de
156,10 e uma mediana de 100, é reflexo do fato de exis-
tirem alguns, embora poucos, salários muito altos, relati-
vamente aos restantes. Repare-se que, numa perspectiva
social, a mediana é uma característica mais importante do
que a média. Na realidade 50% dos trabalhadores têm sa-
lário menor ou igual a 100 €, embora a média de 156,10 €
não transmita essa ideia.

62
MATEMÁTICA

Quartis: Generalizando a noção de mediana m, que Diagramas de Barras


como vimos anteriormente é a medida de localização, tal
que 50% dos elementos da amostra são menores ou iguais
a m, e os outros 50% são maiores ou iguais a m, temos a
noção de quartil de ordem p, com 0<p<1, como sendo
o valor Qp tal que 100p% dos elementos da amostra são
menores ou iguais a Qp e os restantes 100 (1-p)% dos ele-
mentos da amostra são maiores ou iguais a Qp.
Tal como a mediana, é uma medida que se calcula
a partir da amostra ordenada. Um processo de obter os
quartis é utilizando a Função Distribuição Empírica.
Generalizando ainda a expressão para o cálculo da me-
diana, temos uma expressão análoga para o cálculo dos
quartis:

Diagramas Circulares

Qp =

onde representamos por [a], o maior inteiro contido


em a.

Aos quartis de ordem 1/4 e 3/4 , damos respectiva-


mente o nome de 1º quartil e 3º quartil. Exemplo: Tendo-se
decidido registrar os pesos dos alunos de uma determi-
nada turma prática do 10º ano, obtiveram-se os seguintes Histogramas
valores (em kg):

52 56 62 54 52 51 60 61 56 55 56 54 57 67 61 49

a) Determine os quantis de ordem 1/7, 1/2 e os 1º e


3º quartis.

b) Um aluno com o peso de 61 kg, pode ser considera-


do “normal”, isto é nem demasiado magro, nem demasiado
gordo?

Resolução: Ordenando a amostra anterior, cuja dimen-


são é 16, temos:
Pictogramas
49 51 52 52 54 54 55 56 56 56 57 60 61 61 62 67
1ª (10)
2ª (8)
a) 16 . 1/7 = 16/7, onde [16/7] = 2 e Q1/7 = x3 : 16 = 52
3ª (4)
16 . 1/4 = 4, onde Q1/2 = [x8 : 16 + x9 : 16]/2 = 56
4ª (5)
16 . 1/2 = 8, onde Q1/4 = [x4 : 16 + x5 : 16]/2 = 53
5ª (4)
16 . 3/4 = 12, onde Q3/4 = [x12 : 16 + x13 : 16]/2 = 60.5
= 1 unidade
b) Um aluno com 61 kg pode ser considerado um pou-
Tabela de Frequências: Como o nome indica, conte-
co “forte”, pois naquela turma só 25% dos alunos é que
rá os valores da variável e suas respectivas contagens, as
têm peso maior ou igual a 60.5 kg.
quais são denominadas frequências absolutas ou simples-
mente, frequências. No caso de variáveis qualitativas ou
Escalas – Tabelas – Gráficos
quantitativas discretas, a tabela de freqüência consiste em
listar os valores possíveis da variável, numéricos ou não, e
Tipos de gráficos: Os dados podem então ser repre-
fazer a contagem na tabela de dados brutos do número de
sentados de várias formas:
suas ocorrências. A frequência do valor i será representada
por ni, a frequência total por n e a freqüência relativa por
fi = ni/n.

63
MATEMÁTICA

Para variáveis cujos valores possuem ordenação natu- Diagrama Circular: Para construir um diagrama circu-
ral (qualitativas ordinais e quantitativas em geral), faz sen- lar ou gráfico de pizza, repartimos um disco em setores
tido incluirmos também uma coluna contendo as frequên- circulares correspondentes às porcentagens de cada valor
cias acumuladas f ac, obtidas pela soma das frequências (calculadas multiplicando-se a frequência relativa por 100).
de todos os valores da variável, menores ou iguais ao valor Este tipo de gráfico adapta-se muito bem para as variáveis
considerado. qualitativas nominais. Exemplo:
No caso das variáveis quantitativas contínuas, que po-
dem assumir infinitos valores diferentes, é inviável cons-
truir a tabela de frequência nos mesmos moldes do caso
anterior, pois obteríamos praticamente os valores originais
da tabela de dados brutos. Para resolver este problema,
determinamos classes ou faixas de valores e contamos o
número de ocorrências em cada faixa. Por ex., no caso da
variável peso de adultos, poderíamos adotar as seguintes
faixas: 30 |— 40 kg, 40 |— 50 kg, 50 |— 60, 60 |— 70, e as-
sim por diante. Apesar de não adotarmos nenhuma regra
formal para estabelecer as faixas, procuraremos utilizar, em
geral, de 5 a 8 faixas com mesma amplitude.
Eventualmente, faixas de tamanho desigual podem ser
convenientes para representar valores nas extremidades da
tabela. Exemplo:

Histograma: O histograma consiste em retângulos


contíguos com base nas faixas de valores da variável e com
área igual à frequência relativa da respectiva faixa. Desta
forma, a altura de cada retângulo é denominada densida-
de de frequência ou simplesmente densidade definida pelo
quociente da área pela amplitude da faixa. Alguns autores
utilizam a frequência absoluta ou a porcentagem na cons-
trução do histograma, o que pode ocasionar distorções (e,
consequentemente, más interpretações) quando amplitu-
des diferentes são utilizadas nas faixas. Exemplo:
Gráfico de Barras: Para construir um gráfico de barras,
representamos os valores da variável no eixo das abscissas
e suas as frequências ou porcentagens no eixo das orde-
nadas. Para cada valor da variável desenhamos uma barra
com altura correspondendo à sua freqüência ou porcenta-
gem. Este tipo de gráfico é interessante para as variáveis
qualitativas ordinais ou quantitativas discretas, pois permi-
te investigar a presença de tendência nos dados. Exemplo:

64
MATEMÁTICA

Gráfico de Linha ou Sequência: Adequados para


apresentar observações medidas ao longo do tempo, enfa- 9. GEOMETRIA: FIGURAS GEOMÉTRICAS
tizando sua tendência ou periodicidade. Exemplo: PLANAS: ÂNGULOS, RETAS, POLÍGONOS,
CIRCUNFERÊNCIAS E CÍRCULOS; RELAÇÕES
MÉTRICAS NOS POLÍGONOS; PERÍMETRO
DE POLÍGONO E COMPRIMENTO DE
CIRCUNFERÊNCIA; ÁREA DE POLÍGONO E
DO CÍRCULO; RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
ENVOLVENDO GEOMETRIA.

A Geometria é a parte da matemática que estuda as


figuras e suas propriedades. A geometria estuda figuras
abstratas, de uma perfeição não existente na realidade.
Apesar disso, podemos ter uma boa ideia das figuras
geométricas, observando objetos reais, como o aro da
cesta de basquete que sugere uma circunferência, as portas
e janelas que sugerem retângulos e o dado que sugere um
Polígono de Frequência: cubo.
Semelhante ao histograma, mas construído a partir dos
pontos médios das classes. Exemplo: Reta, semirreta e segmento de reta

Definições.
Gráfico de Ogiva: a) Segmentos congruentes.
Apresenta uma distribuição de frequências acumula- Dois segmentos são congruentes se têm a mesma
das, utiliza uma poligonal ascendente utilizando os pontos medida.
extremos.
b) Ponto médio de um segmento.
Um ponto P é ponto médio do segmento AB se
pertence ao segmento e divide AB em dois segmentos
congruentes.

c) Mediatriz de um segmento.
É a reta perpendicular ao segmento no seu ponto
médio

Ângulo

Definições.
a) Ângulo é a região plana limitada por duas semirretas
de mesma origem.

65
MATEMÁTICA

b) Ângulos congruentes: Dois ângulos são ditos


congruentes se têm a mesma medida.

c) Bissetriz de um ângulo: É a semirreta de origem no


vértice do ângulo que divide esse ângulo em dois ângulos
congruentes.

Perímetro: entendendo o que é perímetro.

Imagine uma sala de aula de 5m de largura por 8m de


comprimento.
Quantos metros lineares serão necessários para Veremos que a área do campo de futebol é 70 unidades
colocar rodapé nesta sala, sabendo que a porta mede 1m de área.
de largura e que nela não se coloca rodapé? A unidade de medida da área é: m² (metros quadrados),
cm² (centímetros quadrados), e outros.
Se tivermos uma figura do tipo:

A conta que faríamos seria somar todos os lados da


sala, menos 1m da largura da porta, ou seja:
P = (5 + 5 + 8 + 8) – 1
Sua área será um valor aproximado. Cada é uma
P = 26 – 1 unidade, então a área aproximada dessa figura será de 4
P = 25 unidades.
No estudo da matemática calculamos áreas de figuras
planas e para cada figura há uma fórmula pra calcular a
sua área.

Retângulo

É o quadrilátero que tem todos os ângulos internos


congruentes e iguais a 90º.

Colocaríamos 25m de rodapé.


A soma de todos os lados da planta baixa se chama
Perímetro.
Portanto, Perímetro é a soma dos lados de uma figura
plana. No cálculo da área de qualquer retângulo podemos
seguir o raciocínio:
Área
Área é a medida de uma superfície.
A área do campo de futebol é a medida de sua
superfície (gramado).
Se pegarmos outro campo de futebol e colocarmos
em uma malha quadriculada, a sua área será equivalente
à quantidade de quadradinho. Se cada quadrado for uma
unidade de área:

66
MATEMÁTICA

Pegamos um retângulo e colocamos em uma malha Trapézio


quadriculada onde cada quadrado tem dimensões de 1 cm. É o quadrilátero que tem dois lados paralelos. A altura
Se contarmos, veremos que há 24 quadrados de 1 cm de de um trapézio é a distância entre as retas suporte de suas
dimensões no retângulo. Como sabemos que a área é a bases.
medida da superfície de uma figuras podemos dizer que
24 quadrados de 1 cm de dimensões é a área do retângulo.

O retângulo acima tem as mesmas dimensões que o Em todo trapézio, o segmento que une os pontos
outro, só que representado de forma diferente. O cálculo médios dos dois lados não paralelos, é paralelo às bases e
da área do retângulo pode ficar também da seguinte forma: vale a média aritmética dessas bases.
A = 6 . 4 A = 24 cm²
Podemos concluir que a área de qualquer retângulo é:

A=b
.h A área do trapézio está relacionada com a área do
triângulo que é calculada utilizando a seguinte fórmula:
Quadrado A = b . h (b = base e h = altura).
É o quadrilátero que tem os lados congruentes e todos 2
os ângulos internos a congruentes (90º). Observe o desenho de um trapézio e os seus elementos
mais importantes (elementos utilizados no cálculo da sua
área):

Sua área também é calculada com o produto da base


pela altura. Mas podemos resumir essa fórmula:

Um trapézio é formado por uma base maior (B), por


uma base menor (b) e por uma altura (h).
Para fazermos o cálculo da área do trapézio é preciso
dividi-lo em dois triângulos, veja como:
Primeiro: completamos as alturas no trapézio:

Como todos os lados são iguais, podemos dizer que


base é igual a e a altura igual a , então, substituindo na
fórmula A = b . h, temos:

A= .
A= ²

67
MATEMÁTICA

Segundo: o dividimos em dois triângulos: Losango

É o quadrilátero que tem os lados congruentes.

A área desse trapézio pode ser calculada somando as


áreas dos dois triângulos (∆CFD e ∆CEF).
Antes de fazer o cálculo da área de cada triângulo Em todo losango as diagonais são:
separadamente observamos que eles possuem bases
diferentes e alturas iguais. a) perpendiculares entre si;

Cálculo da área do ∆CEF: b) bissetrizes dos ângulos internos.

A∆1 = B . h A área do losango é definida pela seguinte fórmula:


d .D Onde D é a diagonal maior e d é a menor.
2 S=
2
Cálculo da área do ∆CFD:
Triângulo
A∆2 = b . h
2 Figura geométrica plana com três lados.

Somando as duas áreas encontradas, teremos o cálculo


da área de um trapézio qualquer:

AT = A∆1 + A∆2

AT = B . h + b . h
2 2

AT = B . h + b . h → colocar a altura (h) em evi-


2
dência, pois é um termo comum aos dois fatores.
Ângulo externo. O ângulo externo de qualquer
polígono convexo é o ângulo formado entre um lado e o
prolongamento do outro lado.
AT = h (B + b)
2 Classificação dos triângulos.

Portanto, no cálculo da área de um trapézio qualquer a) quanto aos lados:


utilizamos a seguinte fórmula: - triângulo equilátero.
- triângulo isósceles.
A = h (B + b) - triângulo escaleno.
2
b) quanto aos ângulos:
h = altura - triângulo retângulo.
B = base maior do trapézio - triângulo obtusângulo.
b = base menor do trapézio - triângulo acutângulo.

68
MATEMÁTICA

Propriedades dos triângulos Área do triangulo

1) Em todo triângulo, a soma das medidas dos 3


ângulos internos é 180º.

Segmentos proporcionais

Teorema de Tales.
2) Em todo triângulo, a medida de um ângulo externo
é igual à soma das medidas dos 2 ângulos internos não Em todo feixe de retas paralelas, cortado por uma
adjacentes. reta transversal, a razão entre dois segmento quaisquer
de uma transversal é igual à razão entre os segmentos
correspondentes da outra transversal.

3) Em todo triângulo, a soma das medidas dos 3


ângulos externos é 360º.
Semelhança de triângulos

Definição.
Dois triângulos são semelhantes se têm os ângulos
dois a dois congruentes e os lados correspondentes dois a
dois proporcionais.

Definição mais “popular”.


Dois triângulos são semelhantes se um deles é a
redução ou a ampliação do outro.
Importante - Se dois triângulos são semelhantes, a
4) Em todo triângulo isósceles, os ângulos da base proporcionalidade se mantém constante para quaisquer
são congruentes. Observação - A base de um triângulo dois segmentos correspondentes, tais como: lados,
isósceles é o seu lado diferente. medianas, alturas, raios das circunferências inscritas, raios
das circunferências circunscritas, perímetros, etc.

Altura - É a distância entre o vértice e a reta suporte do


lado oposto.

69
MATEMÁTICA

Exercícios 7. Na figura, os ângulos assinalados sao iguais, AC=2 e


AB=6. A medida de AE é:
1. Seja um paralelogramo com as medidas da base e da a)6/5 b)7/4 c)9/5 d)3/2 e)5/4
altura respectivamente, indicadas por b e h. Se construir-
mos um outro paralelogramo que tem o dobro da base e o
dobro da altura do outro paralelogramo, qual será relação
entre as áreas dos paralelogramos?

2. Os lados de um triângulo equilátero medem 5 mm.


Qual é a área deste triângulo equilátero?

8. Na figura a seguir, as distâncias dos pontos A e B à


3. Qual é a medida da área de um paralelogramo cujas
reta valem 2 e 4. As projeções ortogonais de A e B sobre
medidas da altura e da base são respectivamente 10 cm e
essa reta são os pontos C e D. Se a medida de CD é 9, a que
2 dm?
distância de C deverá estar o ponto E, do segmento CD,
para que CÊA=DÊB
a)3
4. As diagonais de um losango medem 10 cm e 15 cm. b)4
Qual é a medida da sua superfície? c)5
d)6
e)7
5. Considerando as informações constantes no trian-
gulo PQR, pode-se concluir que a altura PR desse triângulo
mede:
9. Para ladrilhar uma sala são necessários exatamente
400 peças iguais de cerâmica na forma de um quadrado.
Sabendo-se que a área da sala tem 36m², determine:
a) a área de cada peça, em m².
b) o perímetro de cada peça, em metros.

10. Na figura, os ângulos ABC, ACD, CÊD, são retos. Se


AB=2 3 m e CE= 3 m, a razão entre as áreas dos triângu-
los ABC e CDE é:

a)5 b)6 c)7 d)8 a)6


b)4
c)3
6. Num cartão retangular, cujo comprimento é igual ao d)2
dobro de sua altura, foram feitos dois vincos AC e BF, que e) 3
formam, entre si, um ângulo reto (90°). Observe a figura:

Respostas

1. A2 = (2b)(2h) = 4bh = 4A1

2. Segundo o enunciado temos:


l=5mm
Considerando AF=16cm e CB=9cm, determine:
a) as dimensões do cartão; Substituindo na fórmula:
b) o comprimento do vinco AC l² 3 5² 3
=
S ⇒=S = 6, 25 3 ⇒ =
S 10,8
4 4

70
MATEMÁTICA

3. Sabemos que 2 dm equivalem a 20 cm, temos: 9.


h=10
b=20

Substituindo na fórmula:
=
S b= = 100cm
.h 20.10 = ² 2dm²

4. Para o cálculo da superfície utilizaremos a fórmula


que envolve as diagonais, cujos valores temos abaixo: 10.
d1=10
d2=15

Utilizando na fórmula temos:


d1.d 2 10.15
S= ⇒ = 75cm ²
2 2
5. 4 6 36
= ⇒ PR = =6
PR 9 6

6.
x 9 Ângulos
= ⇒ x ² = 144 ⇒ x = 12
16 x
Ângulo: Do latim - angulu (canto, esquina), do grego
= =
a ) x 12( altura ); 2 x 24(comprimento)
- gonas; reunião de duas semi-retas de mesma origem não
b) AC = 9² + x ² = 81 + 144 = 15 colineares.

7.

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do


que 90º.

8.

71
MATEMÁTICA

Ângulo Central: Ângulo Raso:


- Da circunferência: é o ângulo cujo vértice é o centro
da circunferência; - É o ângulo cuja medida é 180º;
- Do polígono: é o ângulo, cujo vértice é o centro do - É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.
polígono regular e cujos lados passam por vértices conse-
cutivos do polígono.

Ângulo Reto:

- É o ângulo cuja medida é 90º;


- É aquele cujos lados se apóiam em retas perpendi-
culares.

Ângulo Circunscrito: É o ângulo, cujo vértice não per-


tence à circunferência e os lados são tangentes à ela.

Ângulos Complementares: Dois ângulos são comple-


0
mentares se a soma das suas medidas é 90 .
Ângulo Inscrito: É o ângulo cujo vértice pertence a
uma circunferência e seus lados são secantes a ela.

Ângulos Congruentes: São ângulos que possuem a


mesma medida.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do


que 90º.

Ângulos Opostos pelo Vértice: Dois ângulos são


opostos pelo vértice se os lados de um são as respectivas

72
MATEMÁTICA

semi-retas opostas aos lados do outro. Grau: (º): Do latim - gradu; dividindo a circunferência
em 360 partes iguais, cada arco unitário que corresponde a
1/360 da circunferência denominamos de grau.

Exercícios

1. As retas f e g são paralelas (f // g). Determine a me-


dida do ângulo â, nos seguintes casos:

a)

Ângulos Replementares: Dois ângulos são ditos re-


0
plementares se a soma das suas medidas é 360 .

b)

Ângulos Suplementares: Dois ângulos são ditos su-


plementares se a soma das suas medidas de dois ângulos
é 180º.

c)

Poligonal: Linha quebrada, formada por vários seg-


mentos formando ângulos. 2. As retas a e b são paralelas. Quanto mede o ângulo î?

Grado: (gr.): Do latim - gradu; dividindo a circunferên-


cia em 400 partes iguais, a cada arco unitário que corres-
ponde a 1/400 da circunferência denominamos de grado.

73
MATEMÁTICA

3. Obtenha as medidas dos ângulos assinalados: 5. Dois ângulos são complementares tais que o triplo
de um deles é igual ao dobro do outro. Determine o suple-
a) mento do menor.

6. A metade de um ângulo menos a quinta parte de seu


complemento mede 38 graus. Qual é esse angulo?

7. Cinco semi-retas partem de um mesmo ponto V, for-


mando cinco ângulos que cobrem todo o plano e são pro-
porcionais aos números 2, 3, 4, 5 e 6. Calcule o maior dos
ângulos.

8. Na figura, o ângulo x mede a sexta parte do ângulo


y, mais a metade do ângulo z. Calcule y.
b)

c)

9. Observe a figura abaixo e determine o valor de m e


n.

d)

10. Determine o valor de a na figura seguinte:

4. Usando uma equação, determine a medida de cada


ângulo do triângulo:

Quanto mede a soma dos ângulos de um quadrado?

74
MATEMÁTICA

Respostas 4) Solução: Sabemos que a soma dos ângulos do triân-


gulo é 180°.
1) Resposta
a) 55˚ Então, 6x + 4x + 2x = 180°
b) 74˚ 12x = 180°
c) 33˚ x = 180°/12
x = 15°
Os ângulos são: 30° 60° e 90°.
2) Resposta “130”.
Solução: Imagine uma linha cortando o ângulo î, for- a) Um quadrado tem quatro ângulos de 90º, e, portan-
mando uma linha paralela às retas “a” e “b”. to a soma deles vale 360º.

Fica então decomposto nos ângulos ê e ô. 5) Resposta “144˚”.


Solução:
- dois ângulos são complementares, então a + b = 90º
- o triplo de um é igual ao dobro do outro, então 3a
= 2b

É um sistema de equações do 1º grau. Se fizermos a =


2b/3, substituímos na primeira equação:

2b/3 + b = 90
5b/3 = 90
b = 3/5 * 90
Sendo assim, ê = 80° e ô = 50°, pois o ângulo ô é igual b = 54 → a = 90 – 54 = 36º
ao complemento de 130° na reta b.
Como a é o menor ângulo, o suplemento de 36 é 180-
Logo, î = 80° + 50° = 130°. 36 = 144º.

3) Solução: 6) Resposta “80˚”.


a) 160° - 3x = x + 100°         Solução: (a metade de um ângulo) menos seu a [quinta
160° - 100° = x + 3x     parte] de seu [complemento] mede 38º.
60° = 4x     
x = 60°/4     [a/2] – [1/5] [(90-a)] = 38
x = 15°   a/2 – 90/5 + a/5 = 38
a/2 + a/5 = 38 + 90/5
Então 15°+100° = 115° e 160°-3*15° = 115° 7a/10 = 38 + 18
a = 10/7 * 56
b) 6x + 15° + 2x + 5º = 180° a = 80º
6x + 2x = 180° -15° - 5°
8x = 160° 7) Resposta “180˚”.
x = 160°/8 Solução: Seja x a constante de proporcionalidade, te-
x = 20° mos para os ângulos: a, b, c, d, e…, a seguinte proporção
com os números 2, 3, 4, 5 e 6:
Então, 6*20°+15° = 135° e 2*20°+5° = 45°
a/2 = x → a = 2x
c) Sabemos que a figura tem 90°. b/3 = x → b = 3x
Então x + (x + 10°) + (x + 20°) + (x + 20°) = 90° c/4 = x → c = 4x
4x + 50° = 90° d/5 = x → d = 5x
4x = 40° e/6 = x → e = 6x
x = 40°/4
x = 10° Assim as semi-retas: a + b + c + d + e = 2x + 3x + 4x
+ 5x + 6x = 360º
d) Sabemos que os ângulos laranja + verde formam
180°, pois são exatamente a metade de um círculo. Agora a soma das retas: 20x
Então, 138° + x = 180°
x = 180° - 138° Então: 20x = 360º → x = 360°/20
x = 42° x = 18°
Logo, o ângulo x mede 42°. Agora sabemos que o maior é 6x, então 6 . 18° = 108°.

75
MATEMÁTICA

8) Resposta “135˚”.
Solução: Na figura, o ângulo x mede a sexta parte do
ângulo y, mais a metade do ângulo z. Calcule y.

Então vale lembrar que:

x + y = 180 então y = 180 – x.
1. Vértices: A,B,C.
E também como x e z são opostos pelo vértice, x = z 2. Lados: AB,BC e AC.
3. Ângulos internos: a, b e c.
E de acordo com a figura:  o ângulo x mede a sexta
parte do ângulo y, mais a metade do ângulo z. Calcule y. Altura: É um segmento de reta traçada a partir de um
x = y/6 + z/2 vértice de forma a encontrar o lado oposto ao vértice for-
Agora vamos substituir lembrando que y = 180 - x e x mando um ângulo reto. BH é uma altura do triângulo.
=z
Então:
x = 180° - x/6 + x/2 agora resolvendo fatoração:
6x = 180°- x + 3x | 6x = 180° + 2x
6x – 2x = 180°
4x = 180°
x=180°/4
x=45º

Agora achar y, sabendo que y = 180° - x Mediana: É o segmento que une um vértice ao ponto
y=180º - 45° médio do lado oposto. BM é uma mediana.
y=135°.

9) Resposta “11º; 159º”.


Solução:
3m - 12º e m + 10º, são ângulos opostos pelo vérti-
ce logo são iguais.

3m - 12º = m + 10º
3m - m = 10º + 12º Bissetriz: É a semi-reta que divide um ângulo em duas
2m = 22º partes iguais. O ângulo B está dividido ao meio e neste
m = 22º/2 caso Ê = Ô.
m = 11º
m + 10º e n são ângulos suplementares logo a soma
entre eles é igual a 180º.
(m + 10º) + n = 180º
(11º + 10º) + n = 180º
21º + n = 180º
n = 180º - 21º
n = 159º
Resposta: m = 11º e n = 159º. Ângulo Interno: É formado por dois lados do triângulo.
Todo triângulo possui três ângulos internos.
10) Resposta “45˚”.
É um ângulo oposto pelo vértice, logo, são ângulos
iguais.

Triângulos
Triângulo é um polígono de três lados. É o polígono
que possui o menor número de lados. Talvez seja o polí-
gono mais importante que existe. Todo triângulo possui al-
guns elementos e os principais são: vértices, lados, ângulos,
alturas, medianas e bissetrizes. Ângulo Externo: É formado por um dos lados do triân-
Apresentaremos agora alguns objetos com detalhes gulo e pelo prolongamento do lado adjacente (ao lado).
sobre os mesmos.

76
MATEMÁTICA

Classificação dos triângulos quanto ao número de la- Triângulo Retângulo: Possui um ângulo interno reto
dos (90 graus).

Triângulo Equilátero: Os três lados têm medidas


iguais. m(AB) = m(BC) = m(CA)

Medidas dos Ângulos de um Triângulo

Triângulo Isóscele: Pelo menos dois lados têm medi- Ângulos Internos: Consideremos o triângulo ABC. Po-
das iguais. m(AB) = m(AC). deremos identificar com as letras a, b e c as medidas dos
ângulos internos desse triângulo. Em alguns locais escre-
vemos as letras maiúsculas A, B e C para representar os
ângulos.

Triângulo Escaleno: Todos os três lados têm medidas


diferentes.

A soma dos ângulos internos de qualquer triângulo é


sempre igual a 180 graus, isto é: a + b + c = 180º

Exemplo

Considerando o triângulo abaixo, podemos escrever


Classificação dos triângulos quanto às medidas dos que: 70º + 60º + x = 180º e dessa forma, obtemos x = 180º
ângulos - 70º - 60º = 50º.

Triângulo Acutângulo: Todos os ângulos internos são


agudos, isto é, as medidas dos ângulos são menores do
que 90º.

Ângulos Externos: Consideremos o triângulo ABC.


Como observamos no desenho, em anexo, as letras minús-
culas representam os ângulos internos e as respectivas le-
tras maiúsculas os ângulos externos.

Triângulo Obtusângulo: Um ângulo interno é obtuso,


isto é, possui um ângulo com medida maior do que 90º.

Todo ângulo externo de um triângulo é igual à soma


dos dois ângulos internos não adjacentes a esse ângulo
externo. Assim: A = b+c, B = a+c, C = a+b

77
MATEMÁTICA

Exemplo LAL (Lado, Ângulo, Lado): Dados dois lados e um ân-


gulo
No triângulo desenhado: x=50º+80º=130º. Dois triângulos são congruentes quando têm dois la-
dos congruentes e os ângulos formados por eles também
são congruentes.

Congruência de Triângulos

A idéia de congruência: Duas figuras planas são con- ALA (Ângulo, Lado, Ângulo): Dados dois ângulos e
gruentes quando têm a mesma forma e as mesmas dimen- um lado
sões, isto é, o mesmo tamanho. Dois triângulos são congruentes quando têm um lado
Para escrever que dois triângulos ABC e DEF são con- e dois ângulos adjacentes a esse lado, respectivamente,
gruentes, usaremos a notação: ABC ~ DEF congruentes.

Para os triângulos das figuras abaixo, existe a con-


gruência entre os lados, tal que:
AB ~ RS, BC ~ ST, CA ~ T e entre os ângulos: A ~ R , B
~S,C~T

LAAo (Lado, Ângulo, Ângulo oposto): Conhecido um


lado, um ângulo e um ângulo oposto ao lado.
Dois triângulos são congruentes quando têm um lado,
um ângulo, um ângulo adjacente e um ângulo oposto a
esse lado respectivamente congruente.
Se o triângulo ABC é congruente ao triângulo RST, es-
crevemos: ABC ~ RST

Dois triângulos são congruentes, se os seus elementos


correspondentes são ordenadamente congruentes, isto é,
os três lados e os três ângulos de cada triângulo têm res-
pectivamente as mesmas medidas.
Para verificar se um triângulo é congruente a outro,
não é necessário saber a medida de todos os seis elemen- Semelhança de Triângulos
tos, basta conhecerem três elementos, entre os quais esteja A idéia de semelhança: Duas figuras são semelhantes
presente pelo menos um lado. Para facilitar o estudo, indi- quando têm a mesma forma, mas não necessariamente o
caremos os lados correspondentes congruentes marcados mesmo tamanho.
com símbolos gráficos iguais. Se duas figuras R e S são semelhantes, denotamos:
R~S.
Casos de Congruência de Triângulos
LLL (Lado, Lado, Lado): Os três lados são conhecidos. Exemplo
Dois triângulos são congruentes quando têm, respec- As ampliações e as reduções fotográficas são figuras
tivamente, os três lados congruentes. Observe que os ele- semelhantes. Para os triângulos:
mentos congruentes têm a mesma marca.

78
MATEMÁTICA

os três ângulos são respectivamente congruentes, isto Exemplo


é: A~R, B~S, C~T Na figura abaixo, observamos que um triângulo pode
ser “rodado” sobre o outro para gerar dois triângulos se-
Observação: Dados dois triângulos semelhantes, tais melhantes e o valor de x será igual a 8.
triângulos possuem lados proporcionais e ângulos con-
gruentes. Se um lado do primeiro triângulo é proporcio-
nal a um lado do outro triângulo, então estes dois lados
são ditos homólogos. Nos triângulos acima, todos os lados
proporcionais são homólogos.
Realmente:

AB~RS pois m(AB)/m(RS) = 2


BC~ST pois m(BC)/m(ST) = 2 Realmente, x pode ser determinado a partir da seme-
AC~RT pois m(AC)/m(RT) = 2 lhança de triângulos.

Como as razões acima são todas iguais a 2, este valor Três lados proporcionais: Se dois triângulos têm os
comum é chamado razão de semelhança entre os triângu- três lados correspondentes proporcionais, então os triân-
los. Podemos concluir que o triângulo ABC é semelhante gulos são semelhantes.
ao triângulo RST.
Dois triângulos são semelhantes se, têm os 3 ângulos
e os 3 lados correspondentes proporcionais, mas existem
alguns casos interessantes a analisar.

Casos de Semelhança de Triângulos

Dois ângulos congruentes: Se dois triângulos tem


dois ângulos correspondentes congruentes, então os triân-
gulos são semelhantes. Exercícios
1. Neste triângulo ABC, vamos calcular a, h, m e n:

Se A~D e C~F então: ABC~DEF 2. Determine os valores literais indicados na figura:

Dois lados congruentes: Se dois triângulos tem dois


lados correspondentes proporcionais e os ângulos forma-
dos por esses lados também são congruentes, então os
triângulos são semelhantes.

3. Determine os valores literais indicados na figura:

Como m(AB) / m(EF) = m(BC) / m(FG) = 2


Então ABC ~ EFG

79
MATEMÁTICA

4. Determine os valores literais indicados na figura: 8. Determine a diagonal de um quadrado de lado l.

5. Determine os valores literais indicados na figura:


9. Calcule o perímetro do triângulo retângulo ABC da
figura, sabendo que o segmento BC é igual a 10 m e cos
α = 3/5

6. Determine a altura de um triângulo equilátero de


lado l. 10. Calcule a altura de um triângulo equilátero que
tem 10 cm de lado.

Respostas

1) Solução:
7. Determine x nas figuras. a² = b² + c² → a² = 6² + 8² → a² = 100 → a = 10
b.c = a.h → 8.6 = 10.h → h = 48/10 = 4,8
c² = a.m → 6² = 10.m → m = 36/10 = 3,6
b² = a.n → 8² = 10.n → n = 64/10 = 6,4

2) Solução:
13² = 12² + x²
169 = 144 + x²
x² = 25
x=5

5.12 = 13.y
y = 60/13

80
MATEMÁTICA

3) Solução: 6) Solução:
52 = 32 + x2 2
25 = 9 + x2 ⎛ 1⎞
l =h ⎜ ⎟
2 2
x2 = 16 ⎝ 2⎠
x = √16 = 4
12
l =h +
2 2

32 = 5m 4
9 12
m= h2 = l 2 −
4
5
4l − l 2
2
4 = 5n
2
h2 =
4
16 2
n= h2 =
3l
5 4
9 16 3l 2 l 3
h2 = x h= =
5 5 4 2
144
h2 =
25 7) Solução: O triângulo ABC é equilátero.
144
h= x=
l 3
25 2
12 8 3
x= =4 3
h= 2
5
8) Solução:
4) Solução: d2 = l2 + 12
d2 = 2l2
AC = 10 → e ← AB = 24 d = √2l2
d = 1√2
(O é o centro da circunferência)
9) Solução:
Solução:
x
cos α =
(BC)2 = 10 2 + 24 2 10
3 x
=
(BC) = 100 + 576
2
5 10
5x = 30
(BC)2 = 676
30
x= =6
BC = 676 = 26 5
26 10 2 = 6 2 + y 2
x= = 13 100 = 36 + y2
2
y 2 = 100 − 36
5) Solução:
d2 = 52 + 42 y 2 = 64 ⇒ y = 64 = 8
d2 = 25 + 16
d2 = 41 P = 10 + 6 + 8 = 24m
d = √41

81
MATEMÁTICA

10) Solução: Classificação dos Quadriláteros

Paralelogramo: É o quadrilátero que tem lados opos-


tos paralelos. Num paralelogramo, os ângulos opostos são
congruentes. Os paralelogramos mais importantes rece-
bem nomes especiais:
- Losango: 4 lados congruentes
- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

10 2 = 5 2 + h 2
h 2 = 100 − 25
h 2 = 75
Trapézio: É o quadrilátero que tem apenas dois lados
h = 75 = 5 2.3 = 5 3cm opostos paralelos. Alguns elementos gráficos de um trapé-
zio (parecido com aquele de um circo).
Quadrilátero

Quadriláteros e a sua classificação

Quadrilátero é um polígono com quatro lados e os


principais quadriláteros são: quadrado, retângulo, losango,
trapézio e trapezóide.

- AB é paralelo a CD
- BC é não é paralelo a AD
- AB é a base maior
- DC é a base menor

Os trapézios recebem nomes de acordo com os triân-


gulos que têm características semelhantes. Um trapézio
pode ser:
No quadrilátero acima, observamos alguns elementos
geométricos: - Retângulo: dois ângulos retos
- Os vértices são os pontos: A, B, C e D. - Isósceles: lados não paralelos congruentes
- Os ângulos internos são A, B, C e D. - Escaleno: lados não paralelos diferentes
- Os lados são os segmentos AB, BC, CD e DA.

Observação: Ao unir os vértices opostos de um quadri-


látero qualquer, obtemos sempre dois triângulos e como a
soma das medidas dos ângulos internos de um triângulo é
180 graus, concluímos que a soma dos ângulos internos de
um quadrilátero é igual a 360 graus.

82
MATEMÁTICA

Exercícios 5. No retângulo abaixo, determine as medidas de x e


y indicadas:
1. Determine a medida dos ângulos indicados:
a)

6. Determine as medidas dos ângulos do trapézio da


figura abaixo:
b)

c)
7. A figura abaixo é um trapézio isósceles, onde a, b, c
representam medidas dos ângulos internos desse trapézio.
Determine a medida de a, b, c.

2. As medidas dos ângulos internos de um quadrilátero


são: x + 17°; x + 37°; x + 45° e x + 13°. Determine as medi-
das desses ângulos.
8. Sabendo que x é a medida da base maior, y é a medi-
3. No paralelogramo abaixo, determine as medidas de da da base menor, 5,5 cm é a medida da base média de um
x e y. trapézio e que x - y = 5 cm, determine as medidas de x e y.

9. Seja um paralelogramo com as medidas da base e da


altura respectivamente, indicadas por b e h. Se construir-
mos um outro paralelogramo que tem o dobro da base e o
dobro da altura do outro paralelogramo, qual será relação
entre as áreas dos paralelogramos?

10. É possível obter a área de um losango cujo lado


mede 10 cm?

Respostas
4. A figura abaixo é um losango. Determine o valor de
x e y, a medida da diagonal AC , da diagonal BD e o pe- 1) Solução:
rímetro do triângulo BMC. a) x + 105° + 98º + 87º = 360º
x + 290° = 360°
x = 360° - 290°
x = 70º

b) x + 80° + 82° = 180°


x + 162° = 180°
x = 180º - 162º
x = 18°

83
MATEMÁTICA

18º + 90º + y + 90º = 360° 6) Solução:


y + 198° = 360° x + 27° + 90° = 180°
y = 360º - 198° x + 117° = 180°
y = 162º x = 180° - 117°
x = 63°
c) 3a / 2 + 2a + a / 2 + a = 360º
(3a + 4a + a + 2a) / 2 = 720° /2 y + 34° + 90° = 180°
10a = 720º y + 124° = 180°
a = 720° / 10 y = 180° - 124°
a =  72° y = 56°
72° + b + 90° = 180°
b + 162° = 180° As medidas dos ângulos são:
b = 180° - 162° 63° ; 56° ; 90° + 27° = 117° ; 90 + 34° = 124°.
b = 18°. 7) Solução:
c = 117°
2) Solução: a + 117° = 180°
x + 17° + x + 37° + x + 45° + x + 13° = 360° a = 180° - 117°
4x + 112° = 360° a = 63°
4x = 360° - 112° b = 63°
x = 248° / 4
x = 62° 8) Solução:

Então, os ângulos são:


⎧x + y ⎫
x + 17° = 79° ⎪ = 5,5 ⎪
x + 37° = 99°
x + 45° = 107º
⎨ 2 ⎬
x + 13° = 75°. ⎪⎩ x − y = 5 ⎪⎭
3) Solução: x+y
9y + 16° = 7y + 40° = 5,5
9y = 7y + 40° - 16° 2
9y = 7y + 24°
9y - 7y = 24° x + y = 11
2y = 24°
y = 24º /2 x + y = 11
y = 12° x-y=5
__________
Então:
x + (7 * 12° + 40°) = 180° 2x + 0 = 16
x = 180º - 124° 2x = 16/2
x = 56° x=8

4) Solução: x + y = 11 
x = 15 8 + y = 11
y = 20 y = 11 – 8
AC = 20 + 20 = 40 y=3
BD = 15 + 15 = 30
BMC = 15 + 20 + 25 = 60.
9) Solução:
5) Solução: A2 = (2b)(2h) = 4 bh = 4 A1
12 x + 2° + 5 x + 3° = 90°
17 x + 5° = 90°
17 x = 90° - 5° 10) Solução:
17 x = 85° Não, pois os ângulos entre os lados de dois losangos,
x = 85° / 17° = 5° podem ser diferentes.
y = 5x + 3°
y = 5 (5°) + 3°
y = 28°

84
MATEMÁTICA

GEOMETRIA ESPACIAL Considere uma região plana limitada por uma curva
suave (sem quinas), fechada e um ponto P fora desse pla-
Sólidos Geométricos no. Chamamos de cone ao sólido formado pela reunião de
Para explicar o cálculo do volume de figuras geométri- todos os segmentos de reta que têm uma extremidade em
cas, podemos pedir que visualizem a seguinte figura: P e a outra num ponto qualquer da região.

Elementos do cone
- Base: A base do cone é a região plana contida no
interior da curva, inclusive a própria curva.
- Vértice: O vértice do cone é o ponto P.
- Eixo: Quando a base do cone é uma região que pos-
sui centro, o eixo é o segmento de reta que passa pelo
vértice P e pelo centro da base.
- Geratriz: Qualquer segmento que tenha uma extre-
a) A  figura representa a planificação de um prisma reto; midade no vértice do cone e a outra na curva que envolve
b) O volume de um prisma reto é igual ao produto da a base.
área da base pela altura do sólido, isto é - Altura: Distância do vértice do cone ao plano da base.
- Superfície lateral: A superfície lateral do cone é a
V = Ab x a reunião de todos os segmentos de reta que tem uma extre-
midade em P e a outra na curva que envolve a base.
c) O cubo e o paralelepípedo retângulo são prismas; - Superfície do cone: A superfície do cone é a reunião
d) O volume do cilindro também se pode calcular da da superfície lateral com a base do cone que é o círculo.
mesma forma que o volume de um prisma reto. - Seção meridiana: A seção meridiana de um cone é
Os formulários seguintes, das figuras geométricas são uma região triangular obtida pela interseção do cone com
para calcular da mesma forma que as acima apresentadas: um plano que contem o eixo do mesmo.

Figuras Geométricas: Classificação do cone

Quando observamos a posição relativa do eixo em re-


lação à base, os cones podem ser classificados como retos
ou oblíquos. Um cone é dito reto quando o eixo é perpen-
dicular ao plano da base e é oblíquo quando não é um
cone reto. Ao lado apresentamos um cone oblíquo.

Observação: Para efeito de aplicações, os cones mais


importantes são os cones retos. Em função das bases, os
cones recebem nomes especiais. Por exemplo, um cone é
dito circular se a base é um círculo e é dito elíptico se a
base é uma região elíptica.

O conceito de cone

Observações sobre um cone circular reto


1. Um cone circular reto é chamado cone de revolução
por ser obtido pela rotação (revolução) de um triângulo
retângulo em torno de um de seus catetos

85
MATEMÁTICA

2. A seção meridiana do cone circular reto é a interse- O conceito de esfera


ção do cone com um plano que contem o eixo do cone. No A esfera no espaço R³ é uma superfície muito impor-
caso acima, a seção meridiana é a região triangular limitada tante em função de suas aplicações a problemas da vida.
pelo triângulo isósceles VAB. Do ponto de vista matemático, a esfera no espaço R³ é con-
fundida com o sólido geométrico (disco esférico) envolvido
3. Em um cone circular reto, todas as geratrizes são pela mesma, razão pela quais muitas pessoas calculam o
congruentes entre si. Se g é a medida de cada geratriz en- volume da esfera. Na maioria dos livros elementares sobre
tão, pelo Teorema de Pitágoras, temos: g2 = h2 + R2 Geometria, a esfera é tratada como se fosse um sólido, he-
rança da Geometria Euclidiana.
4. A Área Lateral de um cone circular reto pode ser Embora não seja correto, muitas vezes necessitamos
obtida em função de g (medida da geratriz) e R (raio da falar palavras que sejam entendidas pela coletividade. De
base do cone):ALat = Pi R g um ponto de vista mais cuidadoso, a esfera no espaço R³ é
um objeto matemático parametrizado por duas dimensões,
5. A Área total de um cone circular reto pode ser ob- o que significa que podemos obter medidas de área e de
tida em função de g (medida da geratriz) e R (raio da base comprimento, mas o volume tem medida nula. Há outras
do cone): esferas, cada uma definida no seu respectivo espaço n-di-
ATotal = Pi R g + Pi R2 mensional. Um caso interessante é a esfera na reta unidi-
mensional:
So = {x em R: x²=1} = {+1,-1}
Por exemplo, a esfera
S1 = { (x,y) em R²: x² + y² = 1 }
é conhecida por nós como uma circunferência de raio
unitário centrada na origem do plano cartesiano.

Aplicação: volumes de líquidos

Cones Equiláteros Um problema fundamental para empresas que arma-


zenam líquidos em tanques esféricos, cilíndricos ou esfé-
ricos e cilíndricos é a necessidade de realizar cálculos de
volumes de regiões esféricas a partir do conhecimento da
altura do líquido colocado na mesma. Por exemplo, quan-
do um tanque é esférico, ele possui um orifício na parte
superior (pólo Norte) por onde é introduzida verticalmente
uma vara com indicadores de medidas. Ao retirar a vara,
observa-se o nível de líquido que fica impregnado na vara
Um cone circular reto é um cone equilátero se a sua e esta medida corresponde à altura de líquido contido na
seção meridiana é uma região triangular equilátera e neste região esférica. Este não é um problema trivial, como ob-
caso a medida da geratriz é igual à medida do diâmetro servaremos pelos cálculos realizados na sequência.
da base.
A área da base do cone é dada por:
ABase=Pi R2

Pelo Teorema de Pitágoras temos:


(2R)2 = h2 + R2
h2 = 4R2 - R2 = 3R2

Assim:
h=R
Como o volume do cone é obtido por 1/3 do produto
da área da base pela altura, então:

V = (1/3) Pi R3 A seguir apresentaremos elementos esféricos básicos e


Como a área lateral pode ser obtida por: algumas fórmulas para cálculos de áreas na esfera e volu-
ALat = Pi R g = Pi R 2R = 2 Pi R2 mes em um sólido esférico.
então a área total será dada por:
ATotal = 3 Pi R2 A superfície esférica
A esfera no espaço R³ é o conjunto de todos os pontos
do espaço que estão localizados a uma mesma distância
denominada raio de um ponto fixo chamado centro.

86
MATEMÁTICA

Uma notação para a esfera com raio unitário centrada Da forma como está definida, a esfera centrada na ori-
na origem de R³ é: gem pode ser construída no espaço euclidiano R³ de modo
S² = { (x,y,z) em R³: x² + y² + z² = 1 } que o centro da mesma venha a coincidir com a origem do
Uma esfera de raio unitário centrada na origem de R4 sistema cartesiano R³, logo podemos fazer passar os eixos
é dada por: OX, OY e OZ, pelo ponto (0,0,0).
S³ = { (w,x,y,z) em R4: w² + x² + y² + z² = 1 }

Você conseguiria imaginar espacialmente tal esfera?


Do ponto de vista prático, a esfera pode ser pensada
como a película fina que envolve um sólido esférico. Em
uma melancia esférica, a esfera poderia ser considerada a
película verde (casca) que envolve a fruta.
É comum encontrarmos na literatura básica a definição
de esfera como sendo o sólido esférico, no entanto não
se devem confundir estes conceitos. Se houver interesse
em aprofundar os estudos desses detalhes, deve-se tomar
algum bom livro de Geometria Diferencial que é a área da Seccionando a esfera x²+y²+z²=R² com o plano z=0,
Matemática que trata do detalhamento de tais situações. obteremos duas superfícies semelhantes: o hemisfério
Norte (“boca para baixo”) que é o conjunto de todos os
pontos da esfera onde a cota z é não negativa e o hemis-
fério Sul (“boca para cima”) que é o conjunto de todos os
pontos da esfera onde a cota z não é positiva.
Se seccionarmos a esfera x²+y²+z²=R² por um plano
vertical que passa em (0,0,0), por exemplo, o plano x=0, te-
remos uma circunferência maximal C da esfera que é uma
circunferência contida na esfera cuja medida do raio coin-
cide com a medida do raio da esfera, construída no plano
YZ e a equação desta circunferência será:
x=0, y² + z² = R2
sendo que esta circunferência intersecta o eixo OZ nos
pontos de coordenadas (0,0,R) e (0,0,-R). Existem infinitas
O disco esférico é o conjunto de todos os pontos do circunferências maximais em uma esfera.
espaço que estão localizados na casca e dentro da esfera. Se rodarmos esta circunferência maximal C em torno
Do ponto de vista prático, o disco esférico pode ser pen- do eixo OZ, obteremos a esfera através da rotação e por
sado como a reunião da película fina que envolve o sólido este motivo, a esfera é uma superfície de revolução.
esférico com a região sólida dentro da esfera. Em uma me- Se tomarmos um arco contido na circunferência ma-
lancia esférica, o disco esférico pode ser visto como toda ximal cujas extremidades são os pontos (0,0,R) e (0,p,q) tal
a fruta. que p²+q²=R² e rodarmos este arco em torno do eixo OZ,
obteremos uma superfície denominada calota esférica.
Quando indicamos o raio da esfera pela letra R e o cen-
tro da esfera pelo ponto (0,0,0), a equação da esfera é dada
por:
x² + y² + z² = R²

e a relação matemática que define o disco esférico é o


conjunto que contém a casca reunido com o interior, isto é:
x² + y² + z² < R²
Na prática, as pessoas usam o termo calota esférica
Quando indicamos o raio da esfera pela letra R e o cen- para representar tanto a superfície como o sólido geomé-
tro da esfera pelo ponto (xo,yo,zo), a equação da esfera é trico envolvido pela calota esférica. Para evitar confusões,
dada por: usarei “calota esférica” com aspas para o sólido e sem as-
(x-xo)² + (y-yo)² + (z-zo)² = R² pas para a superfície.
A partir da rotação, construiremos duas calotas em
e a relação matemática que define o disco esférico é o uma esfera, de modo que as extremidades dos arcos se-
conjunto que contém a casca reunido com o interior, isto é, jam (0,0,R) e (0,p,q) com p²+q²=R² no primeiro caso (calota
o conjunto de todos os pontos (x,y,z) em R³ tal que: Norte) e no segundo caso (calota Sul) as extremidades dos
(x-xo)² + (y-yo)² + (z-zo)² < R² arcos (0,0,-R) e (0,r,-s) com r²+s²=R² e retirarmos estas duas
calotas da esfera, teremos uma superfície de revolução de-
nominada zona esférica.

87
MATEMÁTICA

Volume de uma calota no hemisfério Sul


Consideremos a esfera centrada no ponto (0,0,R) com
raio R.

De um ponto de vista prático, consideremos uma me-


lancia esférica. Com uma faca, cortamos uma “calota esféri-
ca” superior e uma “calota esférica” inferior. O que sobra da
melancia é uma região sólida envolvida pela zona esférica, A equação desta esfera será dada por:
algumas vezes denominada zona esférica. x² + y² + (z-R)² = R²
Consideremos uma “calota esférica” com altura h1 e A altura da calota será indicada pela letra h e o plano
raio da base r1 e retiremos desta calota uma outra “calota que coincide com o nível do líquido (cota) será indicado
esférica” com altura h2 e raio da base r2, de tal modo que por z=h. A interseção entre a esfera e este plano é dado
os planos das bases de ambas sejam paralelos. A região só- pela circunferência
lida determinada pela calota maior menos a calota menor x² + y² = R² - (h-R)²
recebe o nome de segmento esférico com bases paralelas.
Obteremos o volume da calota esférica com a altura
h menor ou igual ao raio R da esfera, isto é, h pertence ao
intervalo [0,R] e neste caso poderemos explicitar o valor de
z em função de x e y para obter:
z = R − R 2 − (x 2 + y 2 )
Para simplificar as operações algébricas, usaremos a
letra r para indicar:
No que segue, usaremos esfera tanto para o sólido r² = R² - (h-R)² = h(2R-h)
como para a superfície, “calota esférica” para o sólido en- A região circular S de integração será descrita por
volvido pela calota esférica, a letra maiúscula R para en- x²+y²<R² ou em coordenadas polares através de:
tender o raio da esfera sobre a qual estamos realizando 0<m<R, 0<t<2Pi
os cálculos, V será o volume, A(lateral) será a área lateral e A integral dupla que representa o volume da calota em
A(total) será a área total. função da altura h é dada por:
Vc(h) = ∫ ∫ s (h − z)dxdy
Algumas fórmulas (relações) para objetos esféricos

Objeto Relações e fórmulas ou seja


Volume = (4/3) Pi R³ Vc(h) = ∫ ∫ s (h − R + R 2 − (x 2 + y 2 ))dxdy
Esfera
A(total) = 4 Pi R²
R² = h (2R-h)
Escrita em Coordenadas Polares, esta integral fica na
Calota esférica (altura h, A(lateral) = 2 Pi R h
forma:
raio da base r) A(total) = Pi h (4R-h) 2x R
V=Pi.h²(3R-h)/3=Pi(3R²+h²)/6
R² = a² + [(r1² -r2²-h²)/2h)]²
Vc(h) = ∫ ∫ (h − R +
t=0 m=0
R 2 − m 2 )mdmdt
Segmento esférico (altura A(lateral) = 2 Pi R h
h, raios das bases r1>r²) A(total) = Pi(2Rh+r1²+r2²) Após realizar a integral na variável t, podemos separá
Volume=Pi.h(3r1²+3r2²+h²)/6 -la em duas integrais:
R R
Estas fórmulas podem ser obtidas como aplicações do Vc(h) = 2π { ∫ (h − R)m dm + ∫ R 2 − m 2 mdm}
Cálculo Diferencial e Integral, mas nós nos limitaremos a 0 0
apresentar um processo matemático para a obtenção da
ou seja:
fórmula do cálculo do volume da “calota esférica” em fun- R
ção da altura da mesma. Vc(h) = π {(h − R)R 2 − ∫ R 2 − m 2 (−2m)dm}
0

88
MATEMÁTICA

Com a mudança de variável u=R²-m² e du=(-2m)dm Poliedros convexos são aqueles cujos ângulos diedrais
poderemos reescrever: formados por planos adjacentes têm medidas menores do
R2 que 180 graus. Outra definição: Dados quaisquer dois pon-
Vc(h) = π {(h − R)R + ∫
2
u du} tos de um poliedro convexo, o segmento que tem esses
u=0 pontos como extremidades, deverá estar inteiramente con-
Após alguns cálculos obtemos: tido no poliedro.
VC(h) = Pi (h-R) [R² -(h-R)²] - (2/3)Pi[(R-h)³ - R³]
e assim temos a fórmula para o cálculo do volume da Poliedros Regulares
calota esférica no hemisfério Sul com a altura h no intervalo
[0,R], dada por: Um poliedro é regular se todas as suas faces são re-
VC(h) = Pi h²(3R-h)/3 giões poligonais regulares com n lados, o que significa que
o mesmo número de arestas se encontram em cada vértice.
Volume de uma calota no hemisfério Norte
Se o nível do líquido mostra que a altura h já ultrapas- Tetraedro Hexaedro (cubo) Octaedro
sou o raio R da região esférica, então a altura h está no
intervalo [R,2R]

Áreas e Volumes

Poliedro regular Área Volume


Lançaremos mão de uma propriedade de simetria da Tetraedro a2 R[3] (1/12) a³ R[2]
esfera que nos diz que o volume da calota superior assim Hexaedro 6 a2 a³
como da calota inferior somente depende do raio R da es- Octaedro 2 a2 R[3] (1/3) a³ R[2]
fera e da altura h e não da posição relativa ocupada. Dodecaedro 3a2 R{25+10·R[5]}
(1/4) a³
Aproveitaremos o resultado do cálculo utilizado para a (15+7·R[5])
calota do hemisfério Sul. Tomaremos a altura tal que: h=2R Icosaedro 5a2 R[3] (5/12) a³ (3+R[5])
-d, onde d é a altura da região que não contém o líquido.
Como o volume desta calota vazia é dado por: Nesta tabela, a notação R[z] significa a raiz quadra-
da de z>0.
VC(d) = Pi d²(3R-d)/3
e como h=2R-d, então para h no intervalo [R,2R], po- Prisma
deremos escrever o volume da calota vazia em função de h:
VC(h) = Pi (2R-h)²(R+h)/3 Prisma é um sólido geométrico delimitado por faces
planas, no qual as bases se situam em planos paralelos.
Para obter o volume ocupado pelo líquido, em função Quanto à inclinação das arestas laterais, os prismas podem
da altura, basta tomar o volume total da região esférica e ser retos ou oblíquos.
retirar o volume da calota vazia, para obter:
V(h) = 4Pi R³/3 - Pi (2R-h)²(R+h)/3
que pode ser simplificada para: Prisma reto
V(h) = Pi h²(3R-h)/3
As arestas laterais têm o mesmo comprimento.
Independentemente do fato que a altura h esteja no As arestas laterais são perpendiculares ao plano da
intervalo [0,R] ou [R,2R] ou de uma forma geral em [0,2R], o base.
cálculo do volume ocupado pelo líquido é dado por: As faces laterais são retangulares.
V(h) = Pi h²(3R-h)/3

Poliedro Prisma oblíquo


Poliedro é um sólido limitado externamente por planos
no espaço R³. As regiões planas que limitam este sólido são As arestas laterais têm o mesmo comprimento.
as faces do poliedro. As interseções das faces são as ares- As arestas laterais são oblíquas ao plano da base.
tas do poliedro. As interseções das arestas são os vértices As faces laterais não são retangulares.
do poliedro. Cada face é uma região poligonal contendo
n lados.

89
MATEMÁTICA

Bases: regiões Volume de um prisma


poligonais congruentes O volume de um prisma é dado por:
Altura: distância entre
as bases Vprisma = Abase . h
Arestas laterais
paralelas: mesmas Área lateral de um prisma reto com base poligonal
medidas regular
Faces laterais: A área lateral de um prisma reto que tem por base uma
paralelogramos região poligonal regular de n lados é dada pela soma das
áreas das faces laterais. Como neste caso todas as áreas das
Prisma reto Aspectos comuns Prisma oblíquo
faces laterais são iguais, basta tomar a área lateral como:
Seções de um prisma

Seção transversal
É a região poligonal obtida pela interseção do prisma
com um plano paralelo às bases, sendo que esta região
poligonal é congruente a cada uma das bases. Cilindros
Seção reta (seção normal)
É uma seção determinada por um plano perpendicular
às arestas laterais.
Princípio de Cavaliere
Consideremos um plano P sobre o qual estão apoiados
dois sólidos com a mesma altura. Se todo plano paralelo Seja P um plano e nele vamos construir um círculo de
ao plano dado interceptar os sólidos com seções de áreas raio r. Tomemos também um segmento de reta PQ que não
iguais, então os volumes dos sólidos também serão iguais. seja paralelo ao plano P e nem esteja contido neste plano
P.
Prisma regular Um cilindro circular é a reunião de todos os segmentos
É um prisma reto cujas bases são regiões poligonais congruentes e paralelos a PQ com uma extremidade no
regulares. círculo.
Observamos que um cilindro é uma superfície no es-
Exemplos: paço R3, mas muitas vezes vale a pena considerar o cilindro
Um prisma triangular regular é um prisma reto cuja com a região sólida contida dentro do cilindro. Quando
base é um triângulo equilátero. nos referirmos ao cilindro como um sólido usaremos aspas,
Um prisma quadrangular regular é um prisma reto cuja isto é, “cilindro” e quando for à superfície, simplesmente
base é um quadrado. escreveremos cilindro.
A reta que contém o segmento PQ é denominada ge-
Planificação do prisma ratriz e a curva que fica no plano do “chão” é a diretriz.

Um prisma é um sólido formado por todos os pontos Em função da inclinação do segmento PQ em relação
do espaço localizados dentro dos planos que contêm as fa- ao plano do “chão”, o cilindro será chamado reto ou oblí-
ces laterais e os planos das bases. As faces laterais e as ba- quo, respectivamente, se o segmento PQ for perpendicular
ses formam a envoltória deste sólido. Esta envoltória é uma ou oblíquo ao plano que contém a curva diretriz.
“superfície” que pode ser planificada no plano cartesiano.
Tal planificação se realiza como se cortássemos com Objetos geométricos em um “cilindro”
uma tesoura esta envoltória exatamente sobre as arestas Num cilindro, podemos identificar vários elementos:
para obter uma região plana formada por áreas congruen- - Base É a região plana contendo a curva diretriz e todo
tes às faces laterais e às bases. o seu interior. Num cilindro existem duas bases.
A planificação é útil para facilitar os cálculos das áreas - Eixo É o segmento de reta que liga os centros das
lateral e total. bases do “cilindro”.

90
MATEMÁTICA

- Altura A altura de um cilindro é a distância entre os


dois planos paralelos que contêm as bases do “cilindro”. Respostas
- Superfície Lateral É o conjunto de todos os pontos
do espaço, que não estejam nas bases, obtidos pelo deslo- 1) Solução: No cilindro equilátero, a área lateral e a área
camento paralelo da geratriz sempre apoiada sobre a curva total é dada por:
diretriz.
- Superfície Total É o conjunto de todos os pontos Alat = 2 r. 2r = 4 r2
da superfície lateral reunido com os pontos das bases do Atot = Alat + 2 Abase
cilindro. Atot = 4 r2 + 2 r2 = 6 r2
- Área lateral É a medida da superfície lateral do ci- V = Abase h = r2. 2r = 2 r3
lindro.
- Área total É a medida da superfície total do cilindro.
- Seção meridiana de um cilindro É uma região poli-
gonal obtida pela interseção de um plano vertical que pas-
sa pelo centro do cilindro com o cilindro.
Classificação dos cilindros circulares
Cilindro circular oblíquo Apresenta as geratrizes oblí-
quas em relação aos planos das bases. 2) Solução: Cálculo da Área lateral Alat = 2 r h = 2
Cilindro circular reto As geratrizes são perpendicula- 2.3 = 12 cm2
res aos planos das bases. Este tipo de cilindro é também Cálculo da Área total Atot = Alat + 2 Abase Atot = 12 + 2
chamado de cilindro de revolução, pois é gerado pela rota- 22 = 12 + 8 = 20 cm2
ção de um retângulo. Cálculo do Volume V = Abase × h = r2 × h V = 22 ×
Cilindro equilátero É um cilindro de revolução cuja se- 3 = × 4 × 3 = 12 cm33
ção meridiana é um quadrado. 3) Solução:
hprisma = 12
Volume de um “cilindro” Abase do prisma = Abase do cone = A
Vprisma = 2 Vcone
Em um cilindro, o volume é dado pelo produto da área A hprisma = 2(A h)/3
da base pela altura. 12 = 2.h/3
V = Abase × h h =18 cm
Se a base é um círculo de raio r, então:
V = r2 h 4) Solução:
Áreas lateral e total de um cilindro circular reto
Quando temos um cilindro circular reto, a área lateral V = Vcilindro - Vcone
é dada por: V = Abase h - (1/3) Abase h
Alat = 2 r h V = Pi R2 h - (1/3) Pi R2 h
onde r é o raio da base e h é a altura do cilindro. V = (2/3) Pi R2 h cm3
Atot = Alat + 2 Abase
Atot = 2 r h + 2 r2
Atot = 2 r(h+r)

Exercícios

1. Dado o cilindro circular equilátero (h = 2r), calcular a


área lateral e a área total.

2. Seja um cilindro circular reto de raio igual a 2cm e


altura 3cm. Calcular a área lateral, área total e o seu volume.

3. As áreas das bases de um cone circular reto e de um


prisma quadrangular reto são iguais. O prisma tem altura
12 cm e volume igual ao dobro do volume do cone. Deter-
minar a altura do cone.

4. Anderson colocou uma casquinha de sorvete dentro


de uma lata cilíndrica de mesma base, mesmo raio R e mes-
ma altura h da casquinha. Qual é o volume do espaço (va-
zio) compreendido entre a lata e a casquinha de sorvete?

91
MATEMÁTICA

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES _____


8.7.6.5.4=6720
1. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
MA/2013) Dentre os nove competidores de um campeona- RESPOSTA: “D”.
to municipal de esportes radicais, somente os quatro pri-
meiros colocados participaram do campeonato estadual. 4. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Leia o
Sendo assim, quantas combinações são possíveis de serem trecho abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que
formadas com quatro desses nove competidores? preenche corretamente a lacuna.
A) 126 Com a palavra PERMUTA é possível formar ____ ana-
B) 120 gramas começados por consoante e terminados por vogal.
C) 224 A) 120
D) 212 B) 480
E) 156 C) 1.440
D) 5.040
9! 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5! _______
!!,! = = = 126 P5.4.3.2.1 A=120
5! 4! 5! ∙ 24
! 120.2(letras E e U)=240

RESPOSTA: “A”. 120+240=360 anagramas com a letra P


360.4=1440 (serão 4 tipos por ter 4 consoantes)
2. (PREF. LAGOA DA CONFUSÃO/TO – ORIENTADOR
SOCIAL – IDECAN/2013) Renato é mais velho que Jorge de RESPOSTA: “C”.
forma que a razão entre o número de anagramas de seus
nomes representa a diferença entre suas idades. Se Jorge 5. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Assinale a alter-
tem 20 anos, a idade de Renato é nativa que apresenta o número de anagramas da palavra
A) 24. QUARTEL que começam com AR.
B) 25. A) 80.
C) 26. B) 120.
D) 27. C) 240.
E) 28. D) 720.

Anagramas de RENATO AR_ _ _ _ _


______ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1=120
6.5.4.3.2.1=720
RESPOSTA: “B”.
Anagramas de JORGE
_____ 6. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Uma lei de certo
5.4.3.2.1=120 país determinou que as placas das viaturas de polícia de-
720
Razão dos anagramas: = 6! veriam ter 3 algarismos seguidos de 4 letras do alfabeto
120 grego (24 letras).
Se Jorge tem 20 anos, Renato tem 20+6=26 anos Sendo assim, o número de placas diferentes será igual
a
RESPOSTA: “C”. A) 175.760.000.
B) 183.617.280.
3. (PREF. NEPOMUCENO/MG – PORTEIRO – CON- C) 331.776.000.
SULPLAN/2013) Uma dona de casa troca a toalha de rosto D) 358.800.000.
do banheiro diariamente e só volta a repeti-la depois que
já tiver utilizado todas as toalhas. Sabe-se que a dona de Algarismos possíveis: 0,1,2,3,4,5,6,7,8,9=10 algarismos
casa dispõe de 8 toalhas diferentes. De quantas maneiras _ _ _ _ _ _ _
ela pode ter utilizado as toalhas nos primeiros 5 dias de 10 ⋅ 10 ⋅ 10 ⋅ 24 ⋅ 24 ⋅ 24 ⋅ 24=331.776.000
um mês?
A) 4650. RESPOSTA: “C”.
B) 5180.
C) 5460. 7. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-
D) 6720. NISTRATIVO – FCC/2014) São lançados dois dados e mul-
E) 7260. tiplicados os números de pontos obtidos em cada um de-
les. A quantidade de produtos distintos que se pode obter
nesse processo é

92
MATEMÁTICA

A) 36. De quantos modos distintos é possível escolher uma


B) 27. cor para o fundo e uma cor para o texto se, por uma ques-
C) 30. tão de contraste, as cores do fundo e do texto não podem
D) 21. ser iguais?
E) 18. A) 13
B) 14
__ C) 16
6.6=36 D) 17
Mas, como pode haver o mesmo produto por ser dois E) 18
dados, 36/2=18
__
RESPOSTA: “E”. 6.3=18

8. (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁ- Tirando as possibilidades de papel e texto iguais:


TICA – IMA/2014) Quantos são os anagramas da palavra P P e V V=2 possibilidades
TESOURA? 18-2=16 possiblidades
A) 2300
B) 5040 RESPOSTA: “C”.
C) 4500
D) 1000 11. (PREF. NEPOMUCENO/MG – TÉCNICO EM SEGU-
E) 6500 RANÇA DO TRABALHO – CONSULPLAN/2013) Numa sala
há 3 ventiladores de teto e 4 lâmpadas, todos com inter-
_______ ruptores independentes. De quantas maneiras é possível
7.6.5.4.3.2.1=5040 ventilar e iluminar essa sala mantendo, pelo menos, 2 ven-
Anagramas são quaisquer palavras que podem ser for- tiladores ligados e 3 lâmpadas acesas?
madas com as letras, independente se formam palavras A) 12.
que existam ou não. B) 18.
C) 20.
RESPOSTA: “B”.
D) 24.
E) 36.
9. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Analise
as sentenças abaixo.
1ª possibilidade:2 ventiladores e 3 lâmpadas
I. 4! + 3! = 7!
II. 4! ⋅ 3! = 12! !!
!!,! = !!!! = 3
III. 5! + 5! = 2 ⋅ 5!
É correto o que se apresenta em
!!
A) I, apenas. !!!,! = =4
B) II, apenas. !!!!
C) III, apenas.
D) I, II e III. !!,! ∙ !!,! = 3 ∙ 4 = 12
! 2ª possibilidade:2 ventiladores e 4 lâmpadas
I falsa
4!=24 !!
3!=6
!!,! = !!!! = 3
7!=5040
II falsa !!
4! ⋅ 3! ≠12! !!,! = =1
!!!!
III verdadeira
5!=120 !!,! ∙ !!,! = 3 ∙ 1 = 3
5!+5!=240
2 ⋅ 5!=240 !
3ª possibilidade:3 ventiladores e 3 lâmpadas
RESPOSTA: “C”. !!
!!,! = !!!! = 1
10. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
GRANRIO/2013) Uma empresa de propaganda pretende !!
criar panfletos coloridos para divulgar certo produto. O
!!,! = !!!! = 4
papel pode ser laranja, azul, preto, amarelo, vermelho ou
roxo, enquanto o texto é escrito no panfleto em preto, ver- !!,! ∙ !!,! = 1 ∙ 4 = 4
melho ou branco.
!

93
MATEMÁTICA

4ª possibilidade:3 ventiladores e 4 lâmpadas 14. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA


!! E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) O Tribunal de Justiça
!!,! = =1 está utilizando um código de leitura de barras composto por
!!!!
5 barras para identificar os pertences de uma determinada
!! seção de trabalho. As barras podem ser pretas ou brancas.
!!,! = !!!! = 1 Se não pode haver código com todas as barras da mesma
cor, o número de códigos diferentes que se pode obter é de
!!,! ∙ !!,! = 1 ∙ 1 = 1 A) 10.
B) 30.
! C) 50.
Somando as possibilidades:12+3+4+1=20
D) 150.
RESPOSTA: “C”. E) 250.
_____
2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2=32 possibilidades se pudesse ser qual-
12. (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁ- quer uma das cores
TICA – IMA/2014) Se enfileirarmos três dados iguais, obte- Mas, temos que tirar código todo preto e todo branco.
remos um agrupamento dentre quantos possíveis. 32-2=30
A) 150 RESPOSTA: “B”.
B) 200
C) 410 15. (PETROBRAS – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR –
D) 216 CESGRANRIO/2012) Certa empresa identifica as diferentes
E) 320 peças que produz, utilizando códigos numéricos compos-
!!,! ∙ !!,! ∙ !!,! tos de 5 dígitos, mantendo, sempre, o seguinte padrão: os
dois últimos dígitos de cada código são iguais entre si, mas
diferentes dos demais. Por exemplo, o código “03344” é
6! 6.5! válido, já o código “34544”, não.
!!,! = = =6 Quantos códigos diferentes podem ser criados?
1! 5! 5! A) 3.312
B) 4.608
6 ∙ 6 ∙ 6 = 216 C) 5.040
! D) 7.000
E) 7.290
RESPOSTA: “D”.
_____
9.9.9.1.1=729
13. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA São 10 possibilidades para os últimos dois dígitos:
E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) Um técnico judiciário 729.10=7290
deve agrupar 4 processos do juiz A, 3 do juiz B e 2 do juiz RESPOSTA: “E”.
C, de modo que os processos de um mesmo juiz fiquem
sempre juntos e em qualquer ordem. A quantidade de ma- 16. (DNIT – ANALISTA ADMINISTRATIVO –ADMINIS-
neiras diferentes de efetuar o agrupamento é de TRATIVA – ESAF/2012) Os pintores Antônio e Batista farão
A) 32. uma exposição de seus quadros. Antônio vai expor 3 qua-
B) 38. dros distintos e Batista 2 quadros distintos. Os quadros se-
C) 288. rão expostos em uma mesma parede e em linha reta, sendo
D) 864. que os quadros de um mesmo pintor devem ficar juntos.
E) 1728. Então, o número de possibilidades distintas de montar essa
exposição é igual a:
Juiz A:P4=4!=24 A) 5
Juiz B: P3=3!=6 B) 12
Juiz C: P2=2!=2 C) 24
_ _ _ D) 6
24.6.2=288.P3=288.6=1728 E) 15
A P3 deve ser feita, pois os processos tem que ficar jun- Para Antônio
tos, mas não falam em que ordem podendo ser de qual- _ _ _ P3=3!=6
quer juiz antes.
Portanto pode haver permutação entre eles. Para Batista
_ _ P2=2!=2
RESPOSTA: “E”. E pode haver permutação dos dois expositores:
6.2.2=24
RESPOSTA: “C”.

94
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1. Sistemas operacionais Windows: recursos básicos de utilização: janelas, menus, atalhos, ajuda e suporte gerencia-
mento de pastas e arquivos; pesquisas e localização de conteúdo; gerenciamento de impressão; instalação e remoção
de programas; configuração no Painel de Controle; configuração de dispositivos de hardware; configuração de aplica-
tivos. ............................................................................................................................................................................................................................. 01
2. Aplicativos para edição de textos por meio de software livre e de software comercial: ambiente do software; opera-
ções básicas com documentos; edição e formatação do texto; tratamento de fontes de texto; verificação ortográfica e
gramatical; impressão; utilização de legendas, índices e figuras. ........................................................................................................ 12
3. Navegadores de Internet e serviços de busca na Web: redes de computadores e Internet; elementos da interface
dos principais navegadores de Internet; navegação e exibição de sítios Web; utilização e gerenciamento dos principais
navegadores de Internet........................................................................................................................................................................................ 61
4. Hardware, periféricos e conhecimentos básicos de informática: tipos de computador; tipos de conectores para dispo-
sitivos externos; dispositivos de entrada, saída, armazenamento e comunicação de dados..................................................... 94
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Apesar do Windows 7 conter muitos novos recursos


1. SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS: o número de capacidades e certos programas que faziam
RECURSOS BÁSICOS DE UTILIZAÇÃO: parte do Windows Vista não estão mais presentes ou mu-
JANELAS, MENUS, ATALHOS, AJUDA E daram, resultando na remoção de certas funcionalidades.
Mesmo assim, devido ao fato de ainda ser um sistema
SUPORTE GERENCIAMENTO DE PASTAS E
operacional em desenvolvimento, nem todos os recursos
ARQUIVOS; PESQUISAS E LOCALIZAÇÃO podem ser definitivamente considerados excluídos. Fixar
DE CONTEÚDO; GERENCIAMENTO DE navegador de internet e cliente de e-mail padrão no menu
IMPRESSÃO; INSTALAÇÃO E REMOÇÃO Iniciar e na área de trabalho (programas podem ser fixados
DE PROGRAMAS; CONFIGURAÇÃO NO manualmente).
PAINEL DE CONTROLE; CONFIGURAÇÃO
DE DISPOSITIVOS DE HARDWARE; Windows Photo Gallery, Windows Movie Maker, Win-
CONFIGURAÇÃO DE APLICATIVOS. dows Mail e Windows
Calendar foram substituídos pelas suas respectivas
contrapartes do Windows Live, com a perda de algumas
WINDOWS 7 funcionalidades. O Windows 7, assim como o Windows Vis-
ta, estará disponível em cinco diferentes edições, porém
O Windows 7 foi lançado para empresas no dia 22 de apenas o Home Premium, Professional e Ultimate serão
julho de 2009, e começou a ser vendido livremente para vendidos na maioria dos países, restando outras duas edi-
usuários comuns dia 22 de outubro de 2009. ções que se concentram em outros mercados, como mer-
Diferente do Windows Vista, que introduziu muitas no- cados de empresas ou só para países em desenvolvimento.
vidades, o Windows 7 é uma atualização mais modesta e Cada edição inclui recursos e limitações, sendo que só o
direcionada para a linha Windows, tem a intenção de tor- Ultimate não tem limitações de uso. Segundo a Microsoft,
ná-lo totalmente compatível com aplicações e hardwares os recursos para todas as edições do Windows 7 são arma-
com os quais o Windows Vista já era compatível. zenadas no computador.
Apresentações dadas pela companhia no começo de Um dos principais objetivos da Microsoft com este
2008 mostraram que o Windows 7 apresenta algumas va- novo Windows é proporcionar uma melhor interação e in-
riações como uma barra de tarefas diferente, um sistema tegração do sistema com o usuário, tendo uma maior oti-
de “network” chamada de “HomeGroup”, e aumento na mização dos recursos do Windows 7, como maior autono-
performance.
mia e menor consumo de energia, voltado a profissionais
· Interface gráfica aprimorada, com nova barra de tare-
ou usuários de internet que precisam interagir com clientes
fas e suporte para telas touch screen e multi-táctil (multi-
e familiares com facilidade, sincronizando e compartilhan-
touch)
· Internet Explorer 8; do facilmente arquivos e diretórios.
· Novo menu Iniciar;
· Nova barra de ferramentas totalmente reformulada; Recursos
· Comando de voz (inglês); Segundo o site da própria Microsoft, os recursos en-
· Gadgets sobre o desktop; contrados no Windows 7 são fruto das novas necessidades
· Novos papéis de parede, ícones, temas etc.; encontradas pelos usuários. Muitos vêm de seu antecessor,
· Conceito de Bibliotecas (Libraries), como no Windows Windows Vista, mas existem novas funcionalidades exclusi-
Media Player, integrado ao Windows Explorer; vas, feitas para facilitar a utilização e melhorar o desempe-
· Arquitetura modular, como no Windows Server 2008; nho do SO (Sistema Operacional) no computador.
· Faixas (ribbons) nos programas incluídos com o Win- Vale notar que, se você tem conhecimentos em outras
dows (Paint e WordPad, por exemplo), como no Office versões do Windows, não terá que jogar todo o conheci-
2007; mento fora. Apenas vai se adaptar aos novos caminhos e
· Aceleradores no Internet Explorer 8; aprender “novos truques” enquanto isso.
· Aperfeiçoamento no uso da placa de vídeo e memória
RAM; Tarefas Cotidianas
· Home Groups; Já faz tempo que utilizar um computador no dia a dia
· Melhor desempenho; se tornou comum. Não precisamos mais estar em alguma
· Windows Media Player 12; empresa enorme para precisar sempre de um computador
· Nova versão do Windows Media Center; perto de nós. O Windows 7 vem com ferramentas e fun-
· Gerenciador de Credenciais; ções para te ajudar em tarefas comuns do cotidiano.
· Instalação do sistema em VHDs;
· Nova Calculadora, com interface aprimorada e com Grupo Doméstico
mais funções; Ao invés de um, digamos que você tenha dois ou mais
· Reedição de antigos jogos, como Espadas Internet, computadores em sua casa. Permitir a comunicação entre
Gamão Internet e Internet Damas; várias estações vai te poupar de ter que ir fisicamente aon-
· Windows XP Mode; de a outra máquina está para recuperar uma foto digital
· Aero Shake; armazenada apenas nele.

1
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Com o Grupo Doméstico, a troca de arquivos fica sim-


plificada e segura. Você decide o que compartilhar e qual
os privilégios que os outros terão ao acessar a informação,
se é apenas de visualização, de edição e etc.

Tela sensível ao toque

O Windows 7 está preparado para a tecnologia sensí-


vel ao toque com opção a multitoque, recurso difundido
pelo iPhone.
O recurso multitoque percebe o toque em diversos
pontos da tela ao mesmo tempo, assim tornando possí-
vel dimensionar uma imagem arrastando simultaneamente
duas pontas da imagem na tela.
O Touch Pack para Windows 7 é um conjunto de apli-
cativos e jogos para telas sensíveis ao toque. O Surface Col-
lage é um aplicativo para organizar e redimensionar fotos.
Nele é possível montar slide show de fotos e criar papeis de
parede personalizados. Essas funções não são novidades,
mas por serem feitas para usar uma tela sensível a múlti-
plos toques as tornam novidades.
Exemplo de arquivos recentes no Paint.

Pode, inclusive, fixar conteúdo que você considere im-


portante. Se a edição de um determinado documento é
constante, vale a pena deixá-lo entre os “favoritos”, visto
que a lista de recentes se modifica conforme você abre e
fecha novos documentos.

Snap
Ao se utilizar o Windows por muito tempo, é comum
ver várias janelas abertas pelo seu monitor. Com o recur-
so de Snap, você pode posicioná-las de um jeito prático e
divertido. Basta apenas clicar e arrastá-las pelas bordas da
tela para obter diferentes posicionamentos.
O Snap é útil tanto para a distribuição como para a
comparação de janelas. Por exemplo, jogue uma para a es-
Microsoft Surface Collage, desenvolvido para usar tela querda e a outra na direita. Ambas ficaram abertas e divi-
sensível ao toque. dindo igualmente o espaço pela tela, permitindo que você
as veja ao mesmo tempo.
Lista de Atalhos
Windows Search
Novidade desta nova versão, agora você pode abrir di- O sistema de buscas no Windows 7 está refinado e es-
retamente um arquivo recente, sem nem ao menos abrir tendido. Podemos fazer buscas mais simples e específicas
o programa que você utilizou. Digamos que você estava diretamente do menu iniciar, mas foi mantida e melhorada
editando um relatório em seu editor de texto e precisou fe- a busca enquanto você navega pelas pastas.
chá-lo por algum motivo. Quando quiser voltar a trabalhar
nele, basta clicar com o botão direito sob o ícone do editor Menu iniciar
e o arquivo estará entre os recentes. As pesquisas agora podem ser feitas diretamente do
Ao invés de ter que abrir o editor e somente depois se menu iniciar. É útil quando você necessita procurar, por
preocupar em procurar o arquivo, você pula uma etapa e exemplo, pelo atalho de inicialização de algum programa
vai diretamente para a informação, ganhando tempo. ou arquivo de modo rápido.
“Diferente de buscas com as tecnologias anteriores do
Windows Search, a pesquisa do menu início não olha ape-
nas aos nomes de pastas e arquivos.
Considera-se o conteúdo do arquivo, tags e proprieda-
des também” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 770).
Os resultados são mostrados enquanto você digita e
são divididos em categorias, para facilitar sua visualização.

2
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Abaixo as categorias nas quais o resultado de sua bus- A busca não se limita a digitação de palavras. Você
ca pode ser dividido. pode aplicar filtros, por exemplo, buscar, na pasta músicas,
· Programas todas as canções do gênero Rock. Existem outros, como
· Painel de Controle data, tamanho e tipo. Dependendo do arquivo que você
· Documentos procura, podem existir outras classificações disponíveis.
· Música Imagine que todo arquivo de texto sem seu computa-
· Arquivos dor possui um autor. Se você está buscando por arquivos
de texto, pode ter a opção de filtrar por autores.

Você observará que o Windows Explorer traz a janela


dividida em duas partes.

Fonte: http://ead.go.gov.br/ficead/mod/book/tool/
print/index.php?id=53&chapterid=56

Controle dos pais


Não é uma tarefa fácil proteger os mais novos do que
Ao digitar “pai” temos os itens que contêm essas letras visualizam por meio do computador. O Windows 7 ajuda
em seu nome. a limitar o que pode ser visualizado ou não. Para que essa
funcionalidade fique disponível, é importante que o com-
Windows Explorer putador tenha uma conta de administrador, protegida por
O que você encontra pelo menu iniciar é uma pequena senha, registrada. Além disso, o usuário que se deseja res-
parte do total disponível. tringir deve ter sua própria conta.
Fazendo a busca pelo Windows Explorer – que é acio- As restrições básicas que o 7 disponibiliza:
nado automaticamente quando você navega pelas pastas · Limite de Tempo: Permite especificar quais horas do
do seu computador – você encontrará uma busca mais dia que o PC pode ser utilizado.
abrangente. · Jogos: Bloqueia ou permite jogar, se baseando pelo
Em versões anteriores, como no Windows XP, antes de horário e também pela classificação do jogo. Vale notar
se fazer uma busca é necessário abrir a ferramenta de bus- que a classificação já vem com o próprio game.
ca. No 7, precisamos apenas digitar os termos na caixa de · Bloquear programas: É possível selecionar quais apli-
busca, que fica no canto superior direito. cativos estão autorizados a serem executados.
Fazendo download de add-on’s é possível aumentar a
quantidade de restrições, como controlar as páginas que
são acessadas, e até mesmo manter um histórico das ativi-
dades online do usuário.

Central de ações
A central de ações consolida todas as mensagens de
segurança e manutenção do Windows. Elas são classifica-
das em vermelho (importante – deve ser resolvido rapida-
mente) e amarelas (tarefas recomendadas).
O painel também é útil caso você sinta algo de estra-
nho no computador. Basta checar o painel e ver se o Win-
Windows Explorer com a caixa de busca (Jim Boyce; dows detectou algo de errado.
Windows 7 Bible, pg 774).

3
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A central de ações e suas opções.


- Do seu jeito Gadgets de calendário e relógio.
O ambiente que nos cerca faz diferença, tanto para
nossa qualidade de vida quanto para o desempenho no Temas
trabalho. O computador é uma extensão desse ambiente. Como nem sempre há tempo de modificar e deixar to-
O Windows 7 permite uma alta personalização de ícones, das as configurações exatamente do seu gosto, o Windows
cores e muitas outras opções, deixando um ambiente mais 7 disponibiliza temas, que mudam consideravelmente os as-
confortável, não importa se utilizado no ambiente profis- pectos gráficos, como em papéis de parede e cores.
sional ou no doméstico.
Muitas opções para personalizar o Windows 7 estão ClearType
na página de Personalização1, que pode ser acessada por “Clear Type é uma tecnologia que faz as fontes pare-
um clique com o botão direito na área de trabalho e em cerem mais claras e suaves no monitor. É particularmente
seguida um clique em Personalizar. efetivo para monitores LCD, mas também tem algum efeito
nos antigos modelos CRT(monitores de tubo). O Windows 7
É importante notar que algumas configurações podem
dá suporte a esta tecnologia” (Jim Boyce; Windows 7 Bible,
deixar seu computador mais lento, especialmente efeitos
pg 163, tradução nossa).
de transparência. Abaixo estão algumas das opções de per-
sonalização mais interessantes. Novas possibilidades
Os novos recursos do Windows 7 abrem, por si só, novas
Papéis de Parede possibilidades de configuração, maior facilidade na navega,
Os papéis de parede não são tamanha novidade, virou dentre outros pontos. Por enquanto, essas novidades foram
praticamente uma rotina entre as pessoas colocarem fotos diretamente aplicadas no computador em uso, mas no 7 po-
de ídolos, paisagens ou qualquer outra figura que as agra- demos também interagir com outros dispositivos.
de. Uma das novidades fica por conta das fotos que você
encontra no próprio SO. Variam de uma foto focando uma Reproduzir em
única folha numa floresta até uma montanha. Permitindo acessando de outros equipamentos a um
A outra é a possibilidade de criar um slide show com computador com o Windows 7, é possível que eles se co-
várias fotos. Elas ficaram mudando em sequência, dando a muniquem e seja possível tocar, por exemplo, num aparelho
impressão que sua área de trabalho está mais viva. de som as músicas que você tem no HD de seu computador.
É apenas necessário que o aparelho seja compatível
Gadgets com o Windows 7 – geralmente indicado com um logotipo
As “bugigangas” já são conhecidas do Windows Vista, “Compatível com o Windows 7”.
mas eram travadas no canto direito. Agora elas podem ficar
em qualquer local do desktop. Streaming de mídia remoto
Servem para deixar sua área de trabalho com ele- Com o Reproduzir em é possível levar o conteúdo do
mentos sortidos, desde coisas úteis – como uma pequena computador para outros lugares da casa. Se quiser levar
agenda – até as de gosto mais duvidosas – como uma que para fora dela, uma opção é o Streaming de mídia remoto.
mostra o símbolo do Corinthians. Fica a critério do usuário Com este novo recurso, dois computadores rodando
o que e como utilizar. Windows 7 podem compartilhar músicas através do Windo-
O próprio sistema já vem com algumas, mas se sentir ws Media Player 12. É necessário que ambos estejam asso-
necessidade, pode baixar ainda mais opções da internet. ciados com um ID online, como a do Windows Live.

4
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Personalização No Math Input Center, utilizando recursos multitoque,


Você pode adicionar recursos ao seu computador alte- equações matemáticas escritas na tela são convertidas em
rando o tema, a cor, os sons, o plano de fundo da área de texto, para poder adicioná-la em um processador de texto.
trabalho, a proteção de tela, o tamanho da fonte e a ima- O print screen agora tem um aplicativo que permite cap-
gem da conta de usuário. Você pode também selecionar turar de formas diferentes a tela, como por exemplo, a tela
“gadgets” específicos para sua área de trabalho. inteira, partes ou áreas desenhadas da tela com o mouse.
Ao alterar o tema você inclui um plano de fundo na
área de trabalho, uma proteção de tela, a cor da borda da
janela sons e, às vezes, ícones e ponteiros de mouse.
Você pode escolher entre vários temas do Aero, que é
um visual premium dessa versão do Windows, apresentan-
do um design como o vidro transparente com animações
de janela, um novo menu Iniciar, uma nova barra de tarefas
e novas cores de borda de janela. Use o tema inteiro ou
crie seu próprio tema personalizado alterando as imagens,
cores e sons individualmente. Você também pode locali-
zar mais temas online no site do Windows. Você também
pode alterar os sons emitidos pelo computador quando,
por exemplo, você recebe um e-mail, inicia o Windows ou
desliga o computador.
O plano de fundo da área de trabalho, chamado de
papel de parede, é uma imagem, cor ou design na área de
trabalho que cria um fundo para as janelas abertas. Você
pode escolher uma imagem para ser seu plano de fundo Aplicativo de copiar tela (botão print screen).
de área de trabalho ou pode exibir uma apresentação de
slides de imagens. Também pode ser usada uma proteção O Paint foi reformulado, agora conta com novas ferra-
de tela onde uma imagem ou animação aparece em sua mentas e design melhorado, ganhou menus e ferramentas
tela quando você não utiliza o mouse ou o teclado por que parecem do Office 2007.
determinado período de tempo. Você pode escolher uma
variedade de proteções de tela do Windows. Aumentando Paint com novos recursos.
o tamanho da fonte você pode tornar o texto, os ícones e
outros itens da tela mais fáceis de ver. Também é possível O WordPad também foi reformulado, recebeu novo visual
reduzir a escala DPI, escala de pontos por polegada, para mais próximo ao Word 2007, também ganhou novas ferra-
diminuir o tamanho do texto e outros itens na tela para que mentas, assim se tornando um bom editor para quem não tem
caibam mais informações na tela. o Word 2007. A calculadora também sofreu mudanças, ago-
Outro recurso de personalização é colocar imagem de ra conta com 2 novos modos, programador e estatístico. No
conta de usuário que ajuda a identificar a sua conta em um modo programador ela faz cálculos binários e tem opção de
computador. A imagem é exibida na tela de boas vindas e álgebra booleana. A estatística tem funções de cálculos básicos.
no menu Iniciar. Você pode alterar a imagem da sua conta Também foi adicionado recurso de conversão de uni-
de usuário para uma das imagens incluídas no Windows dades como de pés para metros.
ou usar sua própria imagem. E para finalizar você pode
adicionar “gadgets” de área de trabalho, que são minipro-
gramas personalizáveis que podem exibir continuamente
informações atualizadas como a apresentação de slides de
imagens ou contatos, sem a necessidade de abrir uma nova
janela.

Aplicativos novos
Uma das principais características do mundo Linux é
suas versões virem com muitos aplicativos, assim o usuário
não precisa ficar baixando arquivos após instalar o sistema,
o que não ocorre com as versões Windows.
O Windows 7 começa a mudar essa questão, agora
existe uma serie de aplicativos juntos com o Windows 7,
para que o usuário não precisa baixar programas para ati-
vidades básicas.
Com o Sticky Notes pode-se deixar lembretes no desk-
top e também suportar entrada por caneta e toque. Calculadora: 2 novos modos.

5
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Atualização
“Atualizar é a forma mais conveniente de ter o Win-
dows 7 em seu computador, pois mantém os arquivos, as
configurações e os programas do Windows Vista no lugar”
(Site da Microsoft, http://windows.microsoft.com/pt-
BR/windows7/help/upgrading-from-windows-vista-
to-windows-7).
É o método mais adequado, se o usuário não possui
conhecimento ou tempo para fazer uma instalação do mé-
todo tradicional. Optando por essa opção, ainda devesse
tomar cuidado com a compatibilidade dos programas, o
que funciona no Vista nem sempre funcionará no 7.

Instalação
Por qualquer motivo que a atualização não possa ser
efetuada, a instalação completa se torna a opção mais viá-
WordPad remodelado vel.
Neste caso, é necessário fazer backup de dados que
Requisitos se deseja utilizar, como drivers e documentos de texto,
Apesar desta nova versão do Windows estar mais leve pois todas as informações no computador serão perdidas.
em relação ao Vista, ainda é exigido uma configuração de Quando iniciar o Windows 7, ele vai estar sem os progra-
hardware (peças) relativamente boa, para que seja utilizado mas que você havia instalado e com as configurações pa-
sem problemas de desempenho. drão.
Esta é a configuração mínima:
· Processador de 1 GHz (32-bit) Desempenho
· Memória (RAM) de 1 GB De nada adiantariam os novos recursos do Windows 7
· Placa de Vídeo compatível com DirectX 9.0 e 32 MB de se ele mantivesse a fama de lento e paranóico, adquirida
memória (sem Windows Aero) por seu antecessor. Testes indicam que a nova versão tem
· Espaço requerido de 16GB ganhou alguns pontos na velocidade.
· DVD-ROM O 7 te ajuda automaticamente com o desempenho:
· Saída de Áudio “Seu sistema operacional toma conta do gerenciamento do
processador e memória para você” (Jim Boyce; Windows 7
Se for desejado rodar o sistema sem problemas de len- Bible, pg 1041, tradução nossa).
tidão e ainda usufruir de recursos como o Aero, o reco- Além disso, as tarefas recebem prioridades. Apesar
mendado é a seguinte configuração. de não ajudar efetivamente no desempenho, o Windows
Configuração Recomendada: 7 prioriza o que o usuário está interagindo (tarefas “fore-
· Processador de 2 GHz (32 ou 64 bits) ground”).
· Memória (RAM) de 2 GB Outras, como uma impressão, tem baixa prioridade
· Espaço requerido de disco rígido: 16 GB pois são naturalmente lentas e podem ser executadas “lon-
· Placa de vídeo com suporte a elementos gráficos Di- ge da visão” do usuário, dando a impressão que o compu-
rectX 9 com 256 MB de memória (para habilitar o tema do tador não está lento.
Windows Aero) Essa característica permite que o usuário não sinta uma
· Unidade de DVD-R/W lentidão desnecessária no computador.
· Conexão com a Internet (para obter atualizações) Entretanto, não se pode ignorar o fato que, com cada
vez mais recursos e “efeitos gráficos”, a tendência é que o
Atualizar de um SO antigo sistema operacional se torne um forte consumidor de me-
mória e processamento. O 7 disponibiliza vários recursos
O melhor cenário possível para a instalação do Win- de ponta e mantêm uma performance satisfatória.
dows 7 é com uma máquina nova, com os requisitos apro-
priados. Entretanto, é possível utilizá-lo num computador Monitor de desempenho
antigo, desde que atenda as especificações mínimas. Apesar de não ser uma exclusividade do 7, é uma fer-
Se o aparelho em questão possuir o Windows Vista ramenta poderosa para verificar como o sistema está se
instalado, você terá a opção de atualizar o sistema opera- portando. Podem-se adicionar contadores (além do que já
cional. Caso sua máquina utilize Windows XP, você deverá existe) para colher ainda mais informações e gerar relatórios.
fazer a re-instalação do sistema operacional.
Utilizando uma versão anterior a do XP, muito prova- Monitor de recursos
velmente seu computador não atende aos requisitos míni- Com o monitor de recursos, uma série de abas mostra
mos. Entretanto, nada impede que você tente fazer a re- informações sobre o uso do processador, da memória, dis-
instalação. co e conexão à rede.

6
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS VERSÕES Para isso foram desenvolvidos aplicativos como o
Domain Join, que ajuda os computadores de uma rede a
Windows 7 Starter “se enxergarem” e conseguirem se comunicar. O Location
Como o próprio título acima sugere, esta versão do Win- Aware Printing, por sua vez, tem como objetivo tornar mui-
dows é a mais simples e básica de todas. A Barra de Tarefas to mais fácil o compartilhamento de impressoras.
foi completamente redesenhada e não possui suporte ao fa- Como empresas sempre estão procurando maneiras
moso Aero Glass. Uma limitação da versão é que o usuário para se proteger de fraudes, o Windows 7 Professional traz
não pode abrir mais do que três aplicativos ao mesmo tempo. o Encrypting File System, que dificulta a violação de dados.
Esta versão será instalada em computadores novo ape- Esta versão também será encontrada em lojas de varejo ou
nas nos países em desenvolvimento, como Índia, Rússia e computadores novos.
Brasil. Disponível apenas na versão de 32 bits.
Windows 7 Enterprise, apenas para vários
Windows 7 Home Basic Sim, é “apenas para vários” mesmo. Como esta é uma
Esta é uma versão intermediária entre as edições Starter versão mais voltada para empresas de médio e grande por-
e Home Premium (que será mostrada logo abaixo). Terá tam- te, só poderá ser adquirida com licenciamento para diver-
bém a versão de 64 bits e permitirá a execução de mais de sas máquinas. Acumula todas as funcionalidades citadas na
três aplicativos ao mesmo tempo. edição Professional e possui recursos mais sofisticados de
Assim como a anterior, não terá suporte para o Aero Glass segurança.
nem para as funcionalidades sensíveis ao toque, fugindo um Dentre esses recursos estão o BitLocker, responsável
pouco da principal novidade do Windows 7. Computadores pela criptografia de dados e o AppLocker, que impede a
novos poderão contar também com a instalação desta edi- execução de programas não-autorizados. Além disso, há
ção, mas sua venda será proibida nos Estados Unidos. ainda o BrachCache, para turbinar transferência de arqui-
vos grandes e também o DirectAccess, que dá uma super
Windows 7 Home Premium ajuda com a configuração de redes corporativas.
Edição que os usuários domésticos podem chamar de
“completa”, a Home Premium acumula todas as funcionali- Windows 7 Ultimate, o mais completo e mais caro
dades das edições citadas anteriormente e soma mais algu- Esta será, provavelmente, a versão mais cara de todas,
mas ao pacote.
pois contém todas as funcionalidades já citadas neste ar-
Dentre as funções adicionadas, as principais são o su-
tigo e mais algumas. Apesar de sua venda não ser restrita
porte à interface Aero Glass e também aos recursos Touch
às empresas, o Microsoft disponibilizará uma quantidade
Windows (tela sensível ao toque) e Aero Background, que
limitada desta versão do sistema.
troca seu papel de parede automaticamente no intervalo
Isso porque grande parte dos aplicativos e recursos
de tempo determinado. Haverá ainda um aplicativo nativo
presentes na Ultimate são dedicados às corporações, não
para auxiliar no gerenciamento de redes wireless, conhecido
interessando muito aos usuários comuns.
como Mobility Center.

Esta edição será colocada à venda em lojas de varejo e Usando a Ajuda e Suporte do Windows
também poderá ser encontrada em computadores novos. A Ajuda e Suporte do Windows é um sistema de ajuda
interno do Windows, no qual você obtém respostas rápidas
Windows 7 Professional, voltado às pequenas empresas a dúvidas comuns, sugestões para solução de problemas e
Mais voltada para as pequenas empresas, a versão Pro- instruções sobre diversos itens e tarefas. Caso precise de
fessional do Windows 7 possuirá diversos recursos que visam ajuda com relação a um programa que não faz parte do
facilitar a comunicação entre computadores e até mesmo Windows, consulte a Ajuda desse programa (consulte “Ob-
impressoras de uma rede corporativa. tendo ajuda sobre um programa”, a seguir).

7
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para abrir a Ajuda e Suporte do Windows, clique no WINDOWS 8


botão Iniciar e, em seguida, clique em Ajuda e Suporte.
Obter o conteúdo mais recente da Ajuda O Windows 8 veio com uma nova característica para
Se você estiver conectado à Internet, verifique se o Desktops e Tablets, o Windows Style, que já é conhecido por
Centro de Ajuda e Suporte do Windows está configurado muitos com o nome de Windows Metro, presente no Win-
como Ajuda Online. A Ajuda Online inclui novos tópicos da dows Phone 7. O que significa que uma aplicação feita com
Ajuda e as versões mais recentes dos tópicos existentes. Windows Style vai poder ser executada no seu Desktop, Tablet
Clique no botão Iniciar  e em Ajuda e Suporte. ou smarthphone que utiliza o Windows 8 que traz um visual
Na barra de ferramentas Ajuda e Suporte do Windows, diferenciado possibilitando maior interação do usuário com
clique em Opções e em Configurações. os aplicativos. Apesar de trazer esta grande novidade, o Win-
dows 8 não perdeu a compatibilidade e nem a forma de tra-
Em Resultados da pesquisa, marque a caixa de sele- balhar com aplicativos na versão x86, feitos em versões mais
ção Melhorar os resultados de pesquisa usando a Ajuda antigas deste Sistema Operacional. Isso porque o Windows 8
online (recomendado) e clique em OK. Quando você estiver para Desktop usa duas interfaces, a interface Style também
conectado, as palavras Ajuda Online serão exibidas no can- chamada de Windows RT e a Interface Win32. Isso significa
to inferior direito da janela Ajuda e Suporte. que os aplicativos desenvolvidos para Windows Win32 não
Pesquisar na Ajuda serão executados em tablets ou smarthphones.
A maneira mais rápida de obter ajuda é digitar uma Além das características citadas acima, outra novidade
ou duas palavras na caixa de pesquisa. Por exemplo, para interessante do Windows 8 é a interface Win32 que foi mo-
obter informações sobre rede sem fio, digite rede sem fio e dificada, além de trazer novas funções até então (até então
pressione Enter. Será exibida uma lista de resultados, com porque até o lançamento oficial pode acontecer alguma
os mais úteis na parte superior. Clique em um dos resulta- mudança), ele não trás o botão iniciar (Figura 1).
dos para ler o tópico.

A caixa de pesquisa na Ajuda e Suporte do Windows

Pesquisar Ajuda
Você pode pesquisar tópicos da Ajuda por assunto. Clique
no botão Pesquisar Ajuda e, em seguida, clique em um item
na lista de títulos de assuntos que será exibida. Esses títulos
podem conter tópicos da Ajuda ou outros títulos de assuntos.
Clique em um tópico da Ajuda para abri-lo ou clique em outro Figura 1: Interface do Windows Win32
título para investigar mais a fundo a lista de assuntos. Ao invés disso temos um painel onde todos os progra-
mas são listados com seus ícones no modo paisagem e que
pode ser movido com a barra de rolagem horizontal que se
encontra no rodapé da página. Então qualquer programa
instalado tanto para a interface Style quanto para a interfa-
ce Win32 pode ser acessado (Figura 2).

Figura 2: Painel contendo todos os aplicativos do Win-


Navegando em tópicos da Ajuda por assunto dows 8

8
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Muitos que já tiveram contato com o Windows 8 acha-


ram estranho, porque se não tem o botão iniciar, como
desligar o computador? Bom, aí está mais uma mudança,
pensando no uso comum para todos os dispositivos foi
criada uma Barra Lateral (lado direito), onde temos as op-
ções de Pesquisa, Compartilhar, Iniciar, Dispositivos, Confi-
gurações (Figura 3).

Figura 5: Interface Windows Style

O uso da memória na interface Style foi otimizado para


obter o máximo de desempenho para o aplicativo construí-
do para a essa interface, que está sendo executado naquele
momento. E como o Windows faz isso? O Windows 8 au-
tomaticamente suspende o aplicativo anterior para então
executar o aplicativo atual, liberando mais memória para
ele. Isso significa que o usuário pode iniciar a quantidade
Figura 3: Barra Lateral de aplicativos que quiser, porque isso não vai comprometer
É nessa barra lateral, na opção configurações onde va- a memória ou a bateria do dispositivo. O Windows pode
mos encontrar a configuração das conexões com redes a eventualmente encerrar um aplicativo que está em segundo
cabo ou sem fio (wireless), configuração de volume, con- plano para liberar memória para outro aplicativo que está
figuração de brilho, configuração do idioma teclado, con- sendo executado.
figuração das notificações, a opção de desligar que inclui, Essa característica requer que os desenvolvedores de
desligar, reiniciar, hibernar ou suspender a máquina, além aplicativos Windows Style sejam muito cuidadosos ao cons-
das outras configurações que são: Área de trabalho, Painel truírem suas aplicações, para que o usuário não perceba o
de controle, Personalização Informações do PC e ajuda (Fi- que está acontecendo “por trás” no sistema operacional.
gura 4). Então o desenvolvedor deve gravar o estado em que a apli-
cação foi suspensa ou encerrada, para que o usuário não
perceba a alteração ao alternar entre um aplicativo e outro.
É bom frisar que esta característica é apenas para o
Windows 8 RT ou Style e estão direcionados para melhorar
o desempenho de aplicativos móveis.
O Windows Win32 não tem essa característica e conse-
quentemente os aplicativos já existentes e construídos para
Windows Win32 vão trabalhar da mesma forma, estarão
sendo executados em segundo plano, consumindo memó-
ria e processamento, deixando a cargo do usuário encerrar
o aplicativo que mais estiver consumindo recursos do com-
putador.
Espero que com estas breves explanações, estejam
prontos para instalar o Windows 8 e as ferramentas de de-
senvolvimento para esta plataforma, pois a intenção neste
Figura 4: Barra Lateral Configuração deste tópico é apenas dar uma ideia básica das novidades
do Windows 8.
A interface Style está muito voltada para o conteúdo, Então para desenvolver alguma aplicação para dispo-
onde temos ícones dinâmicos também conhecidos como sitivos móveis que utilizam Windows 8, devemos ter ins-
tiles que podem mostrar informações em tempo real, de talados o Windows 8 e também o Visual Studio 2012, que
acordo com a característica de cada aplicativo e obviamen- conta também com a versão Express que é gratuita. Apesar
te quando houver uma conexão com a internet.(Figura 5) de não ter sido lançado oficialmente já podemos iniciar o
desenvolvimento de aplicativos para Windows 8 baixando
a versão de avaliação do Windows 8 Release Preview, que
será válida até 15 de fevereiro de 2013, o que é suficien-
te para testar e desenvolver alguns aplicativos. Para baixar
a versão de avaliação acesse o endereço http://windows.

9
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

microsoft.com/pt-BR/windows-8/download. Após acessar Uma tela inicial mais personalizável


este endereço escolha o idioma e a versão para máquinas A tela inicial recebeu algumas novas opções que permi-
32 ou 64 bits, não se esqueça de anotar a chave do pro- tem personalizá-la. Agora, é possível customizar a tela ini-
duto, depois baixe a imagem no formato ISO, grave em cial com mais cores e imagens de fundo. Há a possibilidade,
um DVD e pronto, agora é só instalar. Se você já tiver uma inclusive, de usar imagens animadas. Além disso, o fundo
outra versão do Windows instalada na máquina, pode criar do desktop e da tela inicial podem ficar com os seus blocos
uma partição e instalar o Windows 8, assim será criado um dinâmicos iguais.
Dual Boot, ou seja você poderá escolher qual sistema ope- Para evitar que os usuários reorganizem a tela por aci-
racional vai utilizar. dente ao passar o mouse ou os dedos sobre os blocos dinâ-
micos, a tela inicial possui novos tamanhos de ícones. Eles
8.1 podem ser ordenados facilmente ao clicar com o botão di-
O Windows 8.1 é a primeira grande atualização do reito ou, então, ao tocá-lo e segurá-lo. É possível, também,
Windows 8 e traz diversas mudanças que, em alguns as- agrupar muitos ícones ao mesmo tempo para redimensio-
pectos – principalmente nas opções de personalização –, nar, desinstalar ou arranjá-los. Para completar, a edição de
se aproximam da versão desktop do Windows Phone. Com grupos de apps está mais simples. Para não encher a tela
a possível unificação das lojas de ambos os sistemas, esta inicial ao instalar um aplicativo da Windows Store, ele não é
tendência aumentará. Mas isso é só o começo, não perca adicionado automaticamente à tela inicial.
tempo para baixar o Windows 8.1 e conhecer as novidades
desta atualização. Tela de bloqueio estilo Windows Phone
Muito da convergência entre o Windows 8 e Windows
Iniciando o sistema pela interface desktop Phone está na tela de bloqueio. Isso fica perceptível na con-
Boa parte das mudanças estão relacionadas à questão figuração, que permite colocar papéis de parede, slidshows,
da personalização e dão ao usuário mais controle sobre escolher quais aplicativos serão executados em segundo
o sistema. Uma das principais é a possibilidade de iniciá plano, além de exibir informações na tela de bloqueio. Com
-lo diretamente na interface tradicional do Windows. Essa, a atualização, é possível transformar um computador ou ta-
com certeza, é a alteração que muitos usuários estavam blet em uma moldura que mostra fotos do HD, ou direto
esperando. do SkyDrive.

Aplicativos redimensionáveis
A volta do botão Iniciar ou quase isso
No Windows 8, quando o usuário ocupava a tela com
Outra modificação bastante aguardada é a volta do
duas aplicações, os apps ficavam com proporções de-
botão “Iniciar”. No entanto, ele não retornou como todos
siguais. Ou seja, a divisão da tela não era feita em partes
esperavam. A função do botão é a mesma da tecla “Windo-
iguais, ficando assim: um dos aplicativos ocupava um tama-
ws”. Ele é apenas um atalho para levar o usuário da interfa-
nho maior e o outro ocupa uma pequena parte. Contudo,
ce tradicional para a nova, chamada Modern e voltada para
a Microsoft eliminou esta restrição e, agora, permite que
dispositivos com tela touch.
usuário possa dividir a tela em qualquer proporção. Com
isso, o espaço é usado de acordo com cada necessidade.
Uma busca mais completa e um acesso mais fácil às
configurações Integração com o SkyDrive
A ferramenta de busca foi redesenhada, mas continua O SkyDrive foi completamente integrado ao novo sis-
simples. Agora esta função está mais eficiente e abrangen- tema operacional. Dessa maneira, o 8.1 permite salvar ar-
te, pois pesquisa na web, em arquivos locais e contas do quivos direto no serviço, acessar arquivos offline e enviar as
SkyDrive. Houve, também, uma mudança em seu compor- edições ao ficar online.
tamento. Ao ser chamada no desktop, a busca não redire-
ciona mais o usuário para a tela inicial e sim, para uma tela Internet Explorer 11
que se sobrepõe ao desktop com novos resultados. Esta nova versão do Windows disponibiliza o Internet
Com a busca se tornando mais abrangente e integra- Explorer 11 com diversas melhorias. Entre elas, estão: a ca-
da ao sistema, a Microsoft trabalha para que seus usuá- pacidade de abrir até 100 abas simultaneamente por janela,
rio usem o seu buscador, o Bing. Assim, a empresa de Bill um processo de troca de abas mais fácil, melhoria do uso
Gates tenta afastá-los do serviço do Google. Para facilitar de memória, melhor reconhecimento de toque, uma barra
ainda mais a customização do dispositivo, a busca também de endereços melhorada, uma tela de leitura para mostrar
localiza as configurações do sistema. o texto da web de uma forma mais elegante e em tela cheia
Falando em configuração, o sistema de edição de con- para facilitar a leitura dentro do navegador, e muitas outras
figurações foi melhorado. No Windows 8, era preciso abrir funcionalidades.
a tela inicial e, em seguida, o Painel de Controle para fazer
modificações. Porém, no Windows 8.1 elas estão disponí- Windows Explorer
veis já na tela inicial, sem a necessidade de um passo inter- O Windows Explorer também foi englobado nas mu-
mediário. danças e a sua interface ganhou uma nova roupagem. Tanto
as telas do gerenciador de pastas e de arquivos quanto as

10
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

janelas abertas quando alguma operação está sendo rea- Melhorias no espaço útil das telas
lizada – como a cópia ou exclusão de itens – receberam Algumas abas ficam escondidas e só aparecem quando
uma aparência renovada. Os detalhes sobre essas novida- é selecionado ou aberto algum arquivo que tenha a ver com
des você confere neste artigo. a funcionalidade que ela representa. Um exemplo disso é
a opção de busca conceitual, que fica oculta e apenas se
Ribbon: uma revolução no Explorer torna ativa quando você inicia a pesquisa por algum item.
A mudança mais sentida nesta nova versão do Windo- Dessa forma, a tela do Windows Explorer não fica tomada
ws Explorer é a alteração da aparência do menu superior da por botões e categorias que são pouco utilizadas por você.
tela, nas quais todas as funcionalidades e opções de intera- Para dar mais espaço para a tela do Windows Explorer,
ção podem ser acessadas. Esta seção do gerenciador é mais mesmo com a adição do Ribbon, os desenvolvedores res-
comumente chamada de Ribbon. ponsáveis pelo projeto reavaliaram a localização de outras
funções e seções que diminuem o espaço útil da janela.

As duas telas mostram 35 arquivos, mas o novo Explo-


A reformulação da estrutura do menu do Windows Explorer
rer aproveita melhor o espaço útil da interface. (Fonte da
tem a pretensão de centralizar as principais funcionalidades do
imagem: MSDN/Microsoft)
gerenciador de pastas em um lugar de fácil acesso, sendo que
Exemplos disso são a eliminação do cabeçalho e a re-
você pode personalizar a localização e o tamanho dos botões.
moção das propriedades dos arquivos, que antes apare-
A aparência do novo Ribbon lembra bastante as telas do Office,
principalmente porque todas as funções estão categorizadas de ciam na parte inferior da tela e agora são mostradas do
acordo com a sua finalidade. Ou seja, se você quer copiar, colar lado direito. Entretanto, a barra de status que fica locali-
ou excluir um arquivo, você encontra todas essas funções – de zada na parte inferior da janela foi mantida, para que o
gerenciamento de itens – reunidas na mesma aba, o que facilita sistema possa mostrar informações importantes sobre as
a realização de tarefas semelhantes de forma repetida. atividades realizadas.
Com essa mudança a barra que exibe as propriedades
dos arquivos ficou muito mais fácil de ser visualizada, já
que as informações não ficam espremidas em um espa-
ço muito pequeno e podem ocupar um tamanho maior da
tela para mostrar outros dados sobre os itens.
Acesso facilitado aos botões mais utilizados
Todas as funcionalidades presentes no Ribbon pos-
suem atalhos que podem ser acessados por meio do tecla-
do. As letras, os números ou as combinações que permitem
utilizar cada função são mostrados juntamente com os bo-
tões, para tornar mais fácil a aprendizagem dos “corta-ca-
minhos”.

Além disso, o novo Ribbon possibilitou a apresentação


de uma gama maior de funcionalidades. Algumas dessas
funções já estavam presentes nas versões anteriores, mas,
por elas não estarem tão acessíveis quanto agora, a maior (Fonte da imagem: MSDN/Microsoft)
parte das pessoas nem sequer faz ideia da existência delas.

11
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O novo Windows Explorer também traz uma barra de


ferramentas de acesso rápido, que permite adicionar os
botões mais utilizados em uma espécie de lista de favoritos
e que está presente nos programas do Office. A nova ver-
são do gerenciador de pastas possibilita que você escolha
onde essa seção será mostrada.

Ajuda e Suporte
Voce pode acessar a ajuda e suporte do Windows atra-
vés do menu Arquivo/Ajuda ou clicar no botão Windows e
digitar “ajuda”

*Fonte: http://equipe.nce.ufrj.br/antonio/windows
http://www.devmedia.com.br/windows-8-visao-geral
-e-preparacao-do-ambiente-de-desenvolvimento/26170

2. APLICATIVOS PARA EDIÇÃO DE TEXTOS


POR MEIO DE SOFTWARE LIVRE E DE
SOFTWARE COMERCIAL: AMBIENTE DO
SOFTWARE; OPERAÇÕES BÁSICAS COM
DOCUMENTOS; EDIÇÃO E FORMATAÇÃO
DO TEXTO; TRATAMENTO DE FONTES DE
TEXTO; VERIFICAÇÃO ORTOGRÁFICA E
GRAMATICAL; IMPRESSÃO; UTILIZAÇÃO DE
LEGENDAS, ÍNDICES E FIGURAS.

MS OFFICE

O Microsoft Office é uma suíte de aplicativos para es-


critório que contém programas como processador de tex-
to, planilha de cálculo, banco de dados (Também conheci-
do como DB “Data Base”), apresentação gráfica e gerencia-
dor de tarefas, de e-mails e contatos.
O Word é o processador de texto do Microsoft Office,
sendo o paradigma atual de WYSIWYG. Facilita a criação, o
compartilhamento e a leitura de documentos. Desde a ver-
são 2.0 (1992) já se apresentava como um poderoso editor
de textos que permitia tarefas avançadas de automação de
escritório. Com o passar do tempo, se desenvolveu rapida-
mente e, atualmente, é o editor mais utilizado pelas gran-
des empresas e por outros usuários.

12
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MS WORD

O Word faz parte da suíte de aplicativos Office, e é considerado um dos principais produtos da Microsoft sendo a suíte
que domina o mercado de suítes de escritório, mesmo com o crescimento de ferramentas gratuitas como Google Docs e
LibreOffice.

Interface

No cabeçalho de nosso programa temos a barra de títulos do documento , que como


é um novo documento apresenta como título “Documento1”. Na esquerda temos a Barra de acesso rápido,
que permite acessar alguns comandos mais rapidamente como salvar, desfazer. Você pode personalizar essa barra, clicando
no menu de contexto (flecha para baixo) à direita dela.

Mais a esquerda tem a ABA Arquivo.

13
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Através dessa ABA, podemos criar novos documentos, abrir arquivos existentes, salvar documentos, imprimir, preparar
o documento (permite adicionar propriedades ao documento, criptografar, adicionar assinaturas digitais, etc.).

ABAS

Os comandos para a edição de nosso texto agora ficam agrupadas dentro destas guias. Dentro destas guias temos os
grupos de ferramentas, por exemplo, na guia Página Inicial, temos “Fonte”, “Parágrafo”, etc., nestes grupos fica visíveis para
os usuários os principais comandos, para acessar os demais comandos destes grupos de ferramentas, alguns destes grupos
possuem pequenas marcações na sua direita inferior .
O Word possui também guias contextuais quando determinados elementos dentro de seu texto são selecionados, por
exemplo, ao selecionar uma imagem, ele criar na barra de guias, uma guia com a possibilidade de manipulação do elemen-
to selecionado.

Trabalhando com documentos


Ao iniciarmos o Word temos um documento em branco que é sua área de edição de texto.

Salvando Arquivos
É importante ao terminar um documento, ou durante a digitação do mesmo, quando o documento a ser criado é longo,
salvar seu trabalho. Salvar consiste em armazenar seu documento em forma de arquivo em seu computador, pendrive, ou
outro dispositivo de armazenamento. Para salvar seu documento, clique no botão salvar no topo da tela. Será aberta uma
tela onde você poderá definir o nome, local e formato de seu arquivo.

14
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Você pode mudar o local do arquivo a ser salvo, bastando clicar no botão “Procurar” e selecionar o local desejado pela
parte esquerda da janela.

No campo nome do arquivo, o Word normalmente preenche com o título do documento, como o documento não
possui um título, ele pega os primeiros 255 caracteres e atribui como nome, é aconselhável colocar um nome menor e
que se aproxime do conteúdo de seu texto. Até a versão 2003, os documentos eram salvos no formato .DOC, a partir da
versão 2007, os documentos são salvos na versão .DOCX, que não são compatíveis com as versões anteriores. Para poder
salvar seu documento e manter ele compatível com versões anteriores do Word, clique na direita dessa opção e mude para
Documento do Word 97-2003.

Observe que o nome de seu arquivo agora aparece na barra de títulos.

15
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Abrindo um arquivo do Word

Para abrir um arquivo, você precisa clicar na ABA Arquivo.

Na esquerda da janela, localizamos o botão abrir, observe também que ele mostra uma relação de documentos recen-
tes, nessa área serão mostrados os últimos documentos abertos pelo Word facilitando a abertura. Ao clicar em abrir, será
necessário localizar o arquivo no local onde o mesmo foi salvo.

Caso necessite salvar seu arquivo em outro formato, outro local ou outro nome, clique na aba arquivo e escolha Salvar
Como.

Visualização do Documento

Podemos alterar a forma de visualização de nosso documento. No rodapé a direta da tela temos o controle de Zoom.·. An-
terior a este controle de zoom temos os botões de forma de visualização de seu documento,
que podem também ser acessados pela Aba Exibição.

Os primeiros botões são os mesmos que temos em miniaturas no rodapé.


Layout de Impressão: Formato atual de seu documento é o formato de como seu documento ficará na folha impressa.
Leitura: Ele oculta as barras de seu documento, facilitando a leitura em tela, observe que no rodapé do documento à
direita, ele possui uma flecha apontado para a próxima página. Para sair desse modo de visualização, clique no botão fechar
no topo à direita da tela.

Layout da Web: Aproxima seu texto de uma visualização na Internet, esse formato existe, pois muitos usuários postam
textos produzidos no Word em sites e blogs na Internet.
O terceiro grupo de ferramentas da Aba exibição permite trabalhar com o Zoom da página. Ao clicar no botão Zoom
o Word apresenta a seguinte janela:

16
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Onde podemos utilizar um valor de zoom predefinido, ou colocarmos a porcentagem desejada, podemos visualizar
o documento em várias páginas. E finalizando essa aba temos as formas de exibir os documentos aberto em uma mesma
seção do Word.

Configuração de Documentos

Um dos principais cuidados que se deve ter com seus documentos é em relação à configuração da página.
No Word 2013 a ABA que permite configurar sua página é a ABA Layout da Página.

O grupo “Configurar Página”, permite definir as margens de seu documento, ele possui alguns tamanhos pré-definidos,
como também personalizá-las.

17
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ao personalizar as margens, é possível alterar as mar- Em cabeçalhos e rodapés podemos definir se vamos
gens superior, esquerda, inferior e direita, definir a orien- utilizar cabeçalhos e rodapés diferentes nas páginas pares
tação da página, se retrato ou paisagem, configurar a fora e ímpares, e se quero ocultar as informações de cabeçalho
de várias páginas, como normal, livro, espelho. Ainda nessa e rodapé da primeira página. Em Página, pode-se definir o
mesma janela temos a guia Papel. alinhamento do conteúdo do texto na página. O padrão é
o alinhamento superior, mesmo que fique um bom espa-
Nesta guia podemos definir o tipo de papel, e fonte de ço em branco abaixo do que está editado. Ao escolher a
opção centralizada, ele centraliza o conteúdo na vertical. A
alimentação do papel. opção números de linha permite adicionar numeração as
linhas do documento.

Colunas

Ao clicar em mais Colunas, é possível personalizar as


suas colunas, o Word disponibiliza algumas opções pré-
definidas, mas você pode colocar em um número maior de
A terceira guia dessa janela chama-se Layout. A primei- colunas, adicionar linha entre as colunas, definir a largura
ra opção dessa guia chama-se seção. Aqui se define como e o espaçamento entre as colunas. Observe que se você
será uma nova seção do documento, vamos aprender mais pretende utilizar larguras de colunas diferentes é preciso
frente como trabalhar com seções. desmarcar a opção “Colunas de mesma largura”. Atente
também que se preciso adicionar colunas a somente uma
parte do texto, eu preciso primeiro selecionar esse texto.

18
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O Word apresenta alguns modelos, mais abaixo temos


o item Personalizar Marca D’água. Clique nessa opção.

Números de Linha
É bastante comum em documentos acrescentar nume-
ração nas páginas dos documentos, o Word permite que
você possa fazer facilmente, clicando no botão “Números
de Linhas”.

Nesta janela podemos definir uma imagem como mar-


ca d’água, basta clicar em Selecionar Imagem, escolher a
imagem e depois definir a dimensão e se a imagem fica-
Ao clicar em “Opções de Numeração de Linhas...”, rá mais fraca (desbotar) e clicar em OK. Como também é
abre-se a janela que vimos em Layout.
possível definir um texto como marca d’água. O segundo
botão permite colocar uma cor de fundo em seu texto, um
Plano de Fundo da Página
recurso interessante é que o Word verifica a cor aplicada e
automaticamente ele muda a cor do texto.

Podemos adicionar as páginas do documento, marcas


d’água, cores e bordas. O grupo Plano de Fundo da Página,
localizado na Aba Design possui três botões para modificar
o documento. O botão Bordas da Página, já estudamos seu funciona-
Clique no botão Marca d’água. mento ao clicar nas opções de Margens.

Selecionando Textos
Embora seja um processo simples, a seleção de tex-
tos é indispensável para ganho de tempo na edição de seu
texto. Através da seleção de texto podemos mudar a cor,
tamanho e tipo de fonte, etc.

Selecionando pelo Mouse


Ao posicionar o mouse mais a esquerda do texto, o
cursor aponta para a direita.
Ao dar um clique ele seleciona toda a linha
Ao dar um duplo clique ele seleciona todo o parágrafo.
Ao dar um triplo clique seleciona todo o texto
Com o cursor no meio de uma palavra:
Ao dar um clique o cursor se posiciona onde foi clicado
Ao dar um duplo clique, ele seleciona toda a palavra.
Ao dar um triplo clique ele seleciona todo o parágrafo
Podemos também clicar, manter o mouse pressionado
e arrastar até onde se deseja selecionar. O problema é que
se o mouse for solto antes do desejado, é preciso reiniciar
o processo, ou pressionar a tecla SHIFT no teclado e clicar

19
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ao final da seleção desejada. Podemos também clicar onde


começa a seleção, pressionar a tecla SHIFT e clicar onde
termina a seleção. É possível selecionar palavras alternadas.
Selecione a primeira palavra, pressione CTRL e vá selecio-
nando as partes do texto que deseja modificar.

Copiar e Colar

O copiar e colar no Word funciona da mesma forma


que qualquer outro programa, pode-se utilizar as teclas de
atalho CTRL+C (copiar), CTRL+X (Recortar) e CTRL+V(Co-
lar), ou o primeiro grupo na ABA Página Inicial.
A janela que se abre possui três guias, localizar, Substi-
tuir e Ir para. A guia substituir que estamos vendo, permi-
te substituir em seu documento uma palavra por outra. A
substituição pode ser feita uma a uma, clicando em subs-
tituir, ou pode ser todas de uma única vez clicando-se no
botão Substituir Tudo.

Algumas vezes posso precisar substituir uma palavra


por ela mesma, porém com outra cor, ou então somente
quando escrita em maiúscula, etc., nestes casos clique no
Este é um processo comum, porém um cuidado impor- botão Mais. As opções são:
tante é quando se copia texto de outro tipo de meio como, Pesquisar: Use esta opção para indicar a direção da
pesquisa;
por exemplo, da Internet. Textos na Internet possuem for-
Diferenciar maiúsculas de minúsculas: Será localizada
matações e padrões deferentes dos editores de texto. Ao
exatamente a palavra como foi digitada na caixa localizar.
copiar um texto da Internet, se você precisa adequá-lo ao
Palavras Inteiras: Localiza uma palavra inteira e não
seu documento, não basta apenas clicar em colar, é ne-
parte de uma palavra. Ex: Atenciosamente.
cessário clicar na setinha apontando para baixo no botão
Usar caracteres curinga: Procura somente as palavras
Colar, escolher Colar Especial.
que você especificou com o caractere coringa. Ex. Se você
digitou *ão o Word vai localizar todas as palavras termina-
das em ão.

Semelhantes: Localiza palavras que tem a mesma so-


noridade, mas escrita diferente. Disponível somente para
palavras em inglês.

Todas as formas de palavra: Localiza todas as formas


da palavra, não será permitida se as opções usar caractere
coringa e semelhantes estiverem marcadas.

Formatar: Localiza e Substitui de acordo com o especi-


ficado como formatação.

Especial: Adiciona caracteres especiais à caixa localizar.


A caixa de seleção usar caracteres curinga.

Formatação de texto
Observe na imagem que ele traz o texto no formato
HTML. Precisa-se do texto limpo para que você possa ma- Um dos maiores recursos de uma edição de texto é a
nipulá-lo, marque a opção Texto não formatado e clique possibilidade de se formatar o texto. No Office 2013 a ABA
em OK. responsável pela formatação é a Página Inicial e os grupo
Fonte, Parágrafo e Estilo.
Localizar e Substituir

Ao final da ABA Inicio temos o grupo edição, dentro


dela temos a opção Localizar e a opção Substituir. Clique
na opção Substituir.

20
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Formatação de Fonte

A formatação de fonte diz respeito ao tipo de letra, tamanho de letra, cor, espaçamento entre caracteres, etc., para
formatar uma palavra, basta apenas clicar sobre ela, para duas ou mais é necessário selecionar o texto, se quiser formatar
somente uma letra também é necessário selecionar a letra. No grupo Fonte, temos visível o tipo de letra, tamanho, botões
de aumentar fonte e diminuir fonte, limpar formatação, negrito, itálico, sublinhado, observe que ao lado de sublinhado
temos uma seta apontando para baixo, ao clicar nessa seta, é possível escolher tipo e cor de linha.

Ao lado do botão de sublinhado temos o botão Tachado – que coloca um risco no meio da palavra, botão subscrito e
sobrescrito e o botão Maiúsculas e Minúsculas.

Este botão permite alterar a colocação de letras maiúsculas e minúsculas em seu texto. Após esse botão temos o de
realce – que permite colocar uma cor de fundo para realçar o texto e o botão de cor do texto.

21
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Podemos também clicar na Faixa no grupo Fonte. da, centralizado, direita e justificado, espaçamento entre li-
nhas, observe que o espaçamento entre linhas possui uma
seta para baixo, permitindo que se possa definir qual o es-
paçamento a ser utilizado.

Cor do Preenchimento do Parágrafo.

A janela fonte contém os principais comandos de for-


matação e permite que você possa observar as alterações
antes de aplica. Ainda nessa janela temos a opção Avan-
çado.
Podemos definir a escala da fonte, o espaçamento en-
tre os caracteres que pode ser condensado ou comprimido,
a posição é referente ao sobrescrito e subscrito, permitindo Bordas no parágrafo.
que se faça algo como: .

Kerning: é o acerto entre o espaço dentro das palavras,


pois algumas vezes acontece de as letras ficaram com es-
paçamento entre elas de forma diferente. Uma ferramenta
interessante do Word é a ferramenta pincel, pois com ela
você pode copiar toda a formatação de um texto e aplicar
em outro.
Formatação de parágrafos
A principal regra da formatação de parágrafos é que
independentemente de onde estiver o cursor a formatação
será aplicada em todo o parágrafo, tendo ele uma linha
ou mais. Quando se trata de dois ou mais parágrafos será
necessárioselecionar os parágrafos a serem formatados. A
formatação de parágrafos pode ser localizada na ABA Ini-
cio, e os recuos também na ABA Layout da Página.

No grupo da Guia Inicio, temos as opções de marcado- Na guia parágrafo da ABA Layout de Página temos
res (bullets e numeração e listas de vários níveis), diminuir apenas os recuos e os espaçamentos entre parágrafos. Ao
e aumentar recuo, classificação e botão Mostrar Tudo, na clicar na Faixa do grupo Parágrafos, será aberta a janela de
segunda linha temos os botões de alinhamentos: esquer- Formatação de Parágrafos.

22
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A opção vários níveis é utilizada quando nosso texto


tenha níveis de marcação como, por exemplo, contratos e
petições. Os marcadores do tipo Símbolos como o nome já
diz permite adicionar símbolos a frente de seus parágrafos.
Se precisarmos criar níveis nos marcadores, basta clicar
antes do inicio da primeira palavra do parágrafo e pressio-
nar a tecla TAB no teclado.

Você pode observar que o Word automaticamente


adicionou outros símbolos ao marcador, você pode alte-
rar os símbolos dos marcadores, clicando na seta ao lado
do botão Marcadores e escolhendo a opção Definir Novo
Marcador.

As opções disponíveis são praticamente as mesmas


disponíveis pelo grupo.
Podemos trabalhar os recuos de texto também pelas
réguas superiores.
Ao clicar em Símbolo, será mostrada a seguinte janela:

Marcadores e Numeração
Os marcadores e numeração fazem parte do grupo
parágrafos, mas devido a sua importância, merecem um
destaque. Existem dois tipos de marcadores: Símbolos e
Numeração.

Onde você poderá escolher a Fonte (No caso acon-


selha-se a utilizar fontes de símbolos como a Winddings,
Webdings), e depois o símbolo. Ao clicar em Imagem, você
poderá utilizar uma imagem do Office, e ao clicar no botão
importar, poderá utilizar uma imagem externa.

Bordas e Sombreamento
Podemos colocar bordas e sombreamentos em nosso
texto. Podem ser bordas simples aplicadas a textos e pará-
grafos. Bordas na página como vimos quando estudamos a

23
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ABA Layout da Página e sombreamentos. Selecione o texto ou o parágrafo a ser aplicado à borda e ao clicar no botão de
bordas do grupo Parágrafo, você pode escolher uma borda pré-definida ou então clicar na última opção Bordas e Som-
breamento.

Podemos começar escolhendo uma definição de borda (caixa, sombra, 3D e outra), ou pode-se especificar cada uma
das bordas na direita onde diz Visualização. Pode-se pelo meio da janela especificar cor e largura da linha da borda. A Guia
Sombreamento permite atribuir um preenchimento de fundo ao texto selecionado. Você pode escolher uma cor base, e
depois aplicar uma textura junto dessa cor.

Cabeçalho e Rodapé
O Word sempre reserva uma parte das margens para o cabeçalho e rodapé. Para acessar as opções de cabeçalho e
rodapé, clique na ABA Inserir, Grupo Cabeçalho e Rodapé.

24
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ele é composto de três opções Cabeçalho, Rodapé e Número de Página.


Ao clicar em Cabeçalho o Word disponibiliza algumas opções de caixas para que você possa digitar seu texto. Ao clicar
em Editar Cabeçalho o Word edita a área de cabeçalho e a barra superior passa a ter comandos para alteração do cabeçalho.

A área do cabeçalho é exibida em um retângulo pontilhado, o restante do documento fica em segundo plano. Tudo
o que for inserido no cabeçalho será mostrado em todas as páginas, com exceção se você definiu seções diferentes nas
páginas.

Para aplicar números de páginas automaticamente em seu cabeçalho basta clicar em Números de Página, apenas tome
o cuidado de escolher Inicio da Página se optar por Fim da Página ele aplicará o número da página no rodapé. Podemos
também aplicar cabeçalhos e rodapés diferentes a um documento, para isso basta que ambos estejam em seções diferentes
do documento. O cuidado é ao aplicar o cabeçalho ou o rodapé, desmarcar a opção Vincular ao anterior.
O funcionamento para o rodapé é o mesmo para o cabeçalho, apenas deve-se clicar no botão Rodapé.

25
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Data e Hora

O Word Permite que você possa adicionar um campo


de Data e Hora em seu texto, dentro da ABA Inserir, no
grupo Texto, temos o botão Data e Hora. Alterar o brilho, contraste ou nitidez de uma imagem
Você pode ajustar o brilho relativo de uma imagem,
seu contraste (a diferença entre suas áreas mais escuras
e mais claras) e como nitidez ou desfocado aparece. Estes
são também denominados correções de imagem.

No sentido horário da parte superior esquerda: a ima-


gem original, a imagem com aumento de suavização, con-
traste e brilho.
Basta escolher o formato a ser aplicado e clicar em OK.
Se precisar que esse campo sempre atualize data, marque Aplicar correções a uma imagem
a opção Atualizar automaticamente. Clique na imagem cujo brilho deseja alterar.
Em Ferramentas de Imagem, na guia Formatar, no gru-
Inserindo Elementos Gráficos po Ajustar, clique em Correções.
O Word permite que se insira em seus documentos
arquivos gráficos como Imagem, Clip-art, Formas, etc., as
opções de inserção estão disponíveis na ABA Inserir.

Imagens
O primeiro elemento gráfico que temos é o elemen-
to Imagem. Para inserir uma imagem clique no botão com
o mesmo nome no grupo Ilustrações na ABA Inserir. Na Dependendo do tamanho da sua tela, o botão de cor-
janela que se abre, localize o arquivo de imagem em seu reções pode aparecer diferente.
computador.
A imagem será inserida no local onde estava seu cur-
sor.
O que será ensinado agora é praticamente igual para Caso você não veja as guias Formatar ou Ferramentas
todos os elementos gráficos, que é a manipulação dos ele- de Imagem, confirme se selecionou uma imagem. Talvez
mentos gráficos. Ao inserir a imagem é possível observar seja necessário clicar duas vezes na imagem para selecioná
que a mesma enquanto selecionada possui uma caixa pon- -la e abrir a guia Formatar.
tilhadas em sua volta, para mover a imagem de local, basta Siga um ou mais destes procedimentos:
clicar sobre ela e arrastar para o local desejado, se precisar Em Nitidez/Suavização, clique na miniatura desejada.
redimensionar a imagem, basta clicar em um dos peque- As miniaturas à esquerda mostram mais nitidez e à direita,
nos quadrados em suas extremidades, que são chamados mais suavização.
por Alças de redimensionamento. Para sair da seleção da Em Brilho/Contraste, clique na miniatura desejada. Mi-
imagem, basta apenas clicar em qualquer outra parte do niaturas à esquerda mostram menos brilho e à direita, mais
texto. Ao clicar sobre a imagem, a barra superior mostra as brilho. Miniaturas na parte superior mostram menos con-
configurações de manipulação da imagem. traste e na parte inferior, mais contraste.

26
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Mova o ponteiro do mouse sobre qualquer uma das Grupo Ajustar na guia Formatar em Ferramentas de
miniaturas para ver a aparência de sua foto antes de clicar Imagem
na opção desejada. Caso você não veja as guias Formatar ou Ferramentas
Para ajustar qualquer correção, clique em Opções de de Imagem, confirme se selecionou uma imagem. Talvez
correção de imagem e, em seguida, mova o controle desli- seja necessário clicar duas vezes na imagem para selecioná
zante para nitidez, brilho ou contraste ou insira um número -la e abrir a guia Formatar.
na caixa ao lado do controle deslizante. Clique no efeito artístico desejado. Você pode mover
o ponteiro do mouse sobre qualquer uma das imagens
em miniatura efeito e usar visualização dinâmica para ver
como sua imagem ficará com esse efeito aplicado, antes de
clicar no efeito desejado.
Para ajustar o efeito artístico, clique em Opções de
efeitos artísticos na parte inferior da lista de imagens em
miniatura. No painel Formatar imagem, você pode aplicar
uma variedade de efeitos adicionais, incluindo a sombra,
reflexo, brilho, bordas suaves e efeitos 3D.

Recolorir
Clique duas vezes na imagem que deseja recolorir.
Em Ferramentas de Imagem, clique em Formatar e, no
grupo Ajustar, clique em Cor.

Compactar Imagem
A opção Compactar Imagens permite deixar sua ima-
gem mais adequada ao editor de textos. Ao clicar nesta
opção o Word mostra a seguinte janela:

Clique na miniatura desejada. Você pode mover o pon-


teiro do mouse sobre qualquer efeito para ver como ficará
sua imagem com esse efeito aplicado antes de clicar no
efeito desejado.
Para usar cores adicionais, incluindo as cores de tema,
cores da guia Padrão ou cores personalizadas, clique em
Mais Variações e, em seguida, clique em Mais Cores. O efei-
to de Recoloração será aplicado usando a cor selecionada.

Aplicar um efeito artístico


Clique na imagem à qual deseja aplicar um efeito ar-
tístico.
Clique em Ferramentas de imagem > Formatar e clique
em Efeitos artísticos no grupo Ajustar.

Pode-se aplicar a compactação a imagem seleciona-


da, ou a todas as imagens do texto. Podemos alterar a re-
solução da imagem. A opção Redefinir Imagem retorna a
imagem ao seu estado inicial, abandonando todas as alte-
rações feitas.

27
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

No grupo Organizar é possível definir a posição da


imagem em relação ao texto.

O primeiro dos botões é a Posição, ela permite defi-


nir em qual posição a imagem deverá ficar em relação ao
texto.

O último grupo é referente às dimensões da imagem.

Neste grupo você pode cortar a sua imagem, ou redi-


mensionar a imagem definindo Largura e Altura.
Podemos aplicar também os Efeitos de Imagem

Ao clicar na opção Mais Opções de Layout abre-se a


janela Layout Avançado que permite trabalhar a disposição
da imagem em relação ao bloco de texto no qual ela esta
inserida. Essas mesmas opções estão disponíveis na opção
Quebra Automática de Texto nesse mesmo grupo. Ao colo-
car a sua imagem em uma disposição com o texto, é habi-
litado alguns recursos da barra de imagens. Como bordas

Através deste grupo é possível acrescentar bordas a


sua imagem E no grupo Organizar ele habilita as opções de Inserindo Elementos Gráficos
Trazer para Frente, Enviar para Trás e Alinhar. Ao clicar no O Word permite que se insira em seus documentos
botão Trazer para Frente, ele abre três opções: Trazer para arquivos gráficos como Imagem, Clip-art, Formas, etc., as
Frente e Avançar, são utilizadas quando houver duas ou opções de inserção estão disponíveis na ABA Inserir, grupo
mais imagens e você precisa mudar o empilhamento delas. ilustrações.
A opção Trazer para Frente do Texto faz com que a ima-
gem flutue sobre o Texto. Ao ter mais de uma imagem e ao Formas
selecionar as imagens (Utilize a tecla SHIFT), você poderá Podemos também adicionar formas ao nosso conteú-
alinhar as suas imagens. do do texto

28
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para desenhar uma forma, o processo é simples, basta clicar na forma desejada e arrastar o mouse na tela para definir
as suas dimensões. Ao desenhar a sua forma a barra passa a ter as propriedades para modificar a forma.
SmartArt
O SmartArt permite ao você adicionar Organogramas ao seu documento. Basta selecionar o tipo de organograma a ser
trabalhado e clique em OK.

WordArt
Para finalizarmos o trabalho com elementos gráficos temo os WordArt que já um velho conhecido da suíte Office, ele
ainda mantém a mesma interface desde a versão do Office 97 No grupo Texto da ABA Inserir temos o botão de WorArt
Selecione um formato de WordArt e clique sobre ele.

29
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Será solicitado a digitação do texto do WordArt. Digite seu texto e clique em OK. Será mostrada a barra do WordArt

Um dos grupos é o Texto, nesse grupo podemos editar o texto digitado e definir seu espaçamento e alinhamentos. No
grupo Estilos de WordArt pode-se mudar a forma do WordArt, depois temos os grupos de Sombra, Efeitos 3D, Organizar
e Tamanho.

Controlar alterações no Word


Quando quiser verificar quem está fazendo alterações em seu documento, ative o recurso Controlar Alterações.
Clique em Revisar > Controlar Alterações.

Agora, o Word está no modo de exibição Marcação Simples. Ele marca todas as alterações feitas por qualquer pessoa
no documento e mostra para você onde elas estão, exibindo uma linha ao lado da margem.

O Word mostra um pequeno balão no local em que alguém fez um comentário. Para ver o comentário, clique no res-
pectivo balão.

Para ver as alterações, clique na linha próxima à margem. Isso alterna para o modo de exibição Toda a Marcação do
Word.

Manter o recurso Controlar Alterações ativado


É possível bloquear o recurso Controlar Alterações com uma senha para impedir que outra pessoa o desative. (Lembre-
se da senha para poder desativar esse recurso quando estiver pronto para aceitar ou rejeitar as alterações.)

30
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique em Revisar. DICA:  Antes de compartilhar a versão final do seu do-


Clique na seta ao lado de Controlar Alterações e clique cumento, é uma boa ideia executar o Inspetor de Docu-
em Bloqueio de Controle. mento. Essa ferramenta verifica comentários e alterações
controladas, além de texto oculto, nomes pessoais em pro-
priedades e outras informações que talvez você não que-
ria compartilhar amplamente. Para executar o Inspetor de
Documento,

Imprimir um documento no Word


Antes de imprimir, você pode visualizar o documento e
especificar as páginas que você deseja imprimir.
Visualizar o documento
No menu Arquivo, clique em Imprimir.
Para visualizar cada página, clique nas setas para frente
e para trás, na parte inferior da página.
Digite uma senha e depois digite-a mais uma vez na
caixa Redigite para confirmar.
Clique em OK.

Enquanto as alterações controladas estiverem blo-


queadas, você não poderá desativar o controle de altera-
ções, nem poderá aceitar ou rejeitar essas alterações.
Para liberar o bloqueio, clique na seta ao lado de Con- Quando o texto é pequeno demais e difícil de ler, use
trolar Alterações e clique novamente em Bloqueio de Con- o controle deslizante de zoom na parte inferior da página
trole. O Word solicitará que você digite sua senha. Depois para ampliá-lo.
que você digitá-la e clicar em OK, o recurso Controlar Alte-
rações continuará ativado, mas agora você poderá aceitar
e rejeitar alterações.

Desativar o controle de alterações Escolha o número de cópias e qualquer outra opção


Para desativar esse recurso, clique no botão Controlar desejada e clique no botão Imprimir.
Alterações. O Word deixará de marcar novas alterações,
mas todas as alterações já realizadas continuarão marcadas
no documento até que você as remova.
Remover alterações controladas

IMPORTANTE:  A única maneira de remover alterações


controladas de um documento é aceitá-las ou rejeitá-las.
Ao escolherSem Marcação na caixa Exibir para Revisão aju-
da a ver qual será a aparência do documento final, mas isso
apenas oculta temporariamente as alterações controladas.
As alterações não são excluídas e aparecerão novamente
da próxima vez em que o documento for aberto. Para ex-
cluir permanentemente as alterações controladas, aceite
-as ou rejeite-as.
Clique em Revisar > Próxima > Aceitar ou Rejeitar.

O Word aceita a alteração ou a remove e depois passa


para a próxima alteração.
Para excluir um comentário, selecione-o e clique
em  Revisão  >  Excluir. Para excluir todos os comentários,
clique em Excluir >Excluir Todos os Comentários do Docu-
mento.

31
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Imprimir páginas específicas Para aplicar um estilo ao um texto é simples. Se você


No menu Arquivo, clique em Imprimir. clicar em seu texto sem selecioná-lo, e clicar sobre um esti-
Para imprimir apenas determinadas páginas, algumas lo existente, ele aplica o estilo ao parágrafo inteiro, porém
das propriedades do documento ou alterações controladas se algum texto estiver selecionado o estilo será aplicado
e comentários, clique na seta em  Configurações, ao lado somente ao que foi selecionado.
de Imprimir Todas as Páginas (o padrão), para ver todas as
opções.

Observe na imagem acima que foi aplicado o estilo Tí-


tulo2 em ambos os textos, mas no de cima como foi clicado
somente no texto, o estilo está aplicado ao parágrafo, na
linha de baixo o texto foi selecionado, então a aplicação do
estilo foi somente no que estava selecionado. Ao clicar no
botão Alterar Estilos é possível acessar a diversas defini-
ções de estilos através da opção Conjunto de Estilos.

Podemos também se necessário criarmos nossos pró-


prios estilos. Clique na Faixa do grupo Estilo.
Para imprimir somente determinadas páginas, siga um
destes procedimentos:
Para imprimir a página mostrada na visualização, sele-
cione a opção Imprimir Página Atual.
Para imprimir páginas consecutivas, como 1 a 3, esco-
lha Impressão Personalizada e insira o primeiro e o último
número das páginas na caixa Páginas.

Para imprimir páginas individuais e intervalo de pági-


nas (como a página 3 e páginas 4 a 6) ao mesmo tempo,
escolhaImpressão Personalizada  e digite os números das
páginas e intervalos separados por vírgulas (por exemplo,
3, 4-6).

Estilos
Os estilos podem ser considerados formatações pron-
tas a serem aplicadas em textos e parágrafos. O Word dis-
ponibiliza uma grande quantidade de estilos através do
grupo estilos.

32
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Será mostrado todos os estilos presentes no documento em uma caixa à direita. Na parte de baixo da janela existem
três botões, o primeiro deles chama-se Novo Estilo, clique sobre ele.

No exemplo dei o nome de Citações ao meu estilo, defini que ele será aplicado a parágrafos, que a base de criação
dele foi o estilo corpo e que ao finalizar ele e iniciar um novo parágrafo o próximo será também corpo. Abaixo definir a
formatação a ser aplicada no mesmo. Na parte de baixo mantive a opção dele aparecer nos estilos rápidos e que o mesmo
está disponível somente a este documento. Ao finalizar clique em OK. Veja um exemplo do estilo aplicado:

Inserir uma tabela


Para inserir rapidamente uma tabela, clique em Inserir > Tabela e mova o cursor sobre a grade até realçar o número
correto de colunas e linhas desejado.

Clique na tabela exibida no documento. Caso seja necessário fazer ajustes, você poderá adicionar colunas e linhas em
uma tabela, excluir linhas ou colunas ou mesclar células.
Quando você clica na tabela, as Ferramentas de Tabela são exibidas.

33
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Use as  Ferramentas de Tabela  para escolher diferen- automaticamente a largura das colunas com Automático
tes cores, estilos de tabela, adicionar uma borda a uma ou pode definir uma largura específica para todas as co-
página ou remover bordas de uma tabela. Você pode até lunas.
mesmo inserir uma fórmula para fornecer a soma de uma Ajustar-se automaticamente ao conteúdo: isso cria co-
coluna ou linha de números em uma tabela. lunas muito estreitas que são expandidas conforme você
Se você tem um texto que ficará melhor em uma tabe- adiciona conteúdo.
la, o Word pode convertê-lo em uma tabela. Ajustar-se automaticamente à janela: isso mudará au-
Inserir tabelas maiores ou tabelas com comportamen- tomaticamente a largura de toda a tabela para ajustar-se
tos de largura personalizada ao tamanho de seu documento. Se quiser que as tabelas
Para obter tabelas maiores e mais controle sobre as criadas tenham uma aparência semelhante à da tabela que
colunas, use o comando Inserir Tabela. você está criando, marque a caixa Lembrar dimensões para
novas tabelas.

Projetar sua própria tabela


Se quiser ter mais controle sobre a forma das colunas e
linhas de sua tabela ou algo diferente de uma grade básica,
a ferramenta Desenhar Tabela ajuda a desenhar exatamen-
te a tabela que você deseja.

Assim, você pode criar uma tabela com mais de dez


colunas e oito linhas, além de definir o comportamento de
largura das colunas. Você mesmo pode desenhar linhas diagonais e células
Clique em Inserir > Tabela > Inserir Tabela. dentro das células.
Defina o número de colunas e linhas. Clique em Inserir > Tabela > Desenhar Tabela. O pon-
teiro é alterado para um lápis.
Desenhe um retângulo para fazer as bordas da tabela.
Depois, desenhe linhas para as colunas e linhas dentro do
retângulo.

Na seção  Comportamento de Ajuste Automático, há Para apagar uma linha, clique na guia Layout de Ferra-
três opções para configurar a largura das colunas: mentas de Tabela, clique em Borracha e clique na linha que
Largura fixa da coluna: você pode deixar o Word definir você quer apagar.

34
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ABA Revisão

A ABA revisão é responsável por correção, proteção, comentários etc., de seu documento.

O primeiro grupo Revisão de Texto tem como principal botão o de ortografia e Gramática, clique sobre ele.

O objetivo desta ferramenta e verificar todo o seu documento em busca de erros. Os de ortografia ele marca em ver-
melho e os de gramática em verde. É importante lembrar que o fato dele marcar com cores para verificação na impressão
sairá com as cores normais. Ao encontrar uma palavra considerada pelo Word como errada você pode:
Ignorar uma vez: Ignora a palavra somente nessa parte do texto.
Ignorar Todas: Ignora a palavra quando ela aparecer em qualquer parte do texto.
Adicionar ao dicionário: Adiciona a palavra ao dicionário do Word, ou seja, mesmo que ela apareça em outro texto ela
não será grafada como errada. Esta opção deve ser utilizada quando palavras que existam, mas que ainda não façam parte
do Word.
Alterar: Altera a palavra. Você pode alterá-la por uma palavra que tenha aparecido na caixa de sugestões, ou se você a
corrigiu no quadro superior.
Alterar Todas: Faz a alteração em todas as palavras que estejam da mesma forma no texto.

Índices

Sumário
O Sumário ou Índice Analítico é o mais utilizado, ele normalmente aparece no início de documentos. A principal regra
é que todo parágrafo que faça parte de seu índice precisa estar atrelado a um estilo. Clique no local onde você precisa que
fique seu índice e clique no botão Sumário, localizado na guia referência. Serão mostrados alguns modelos de sumário,
clique em Inserir Sumário.

35
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Será mostrada uma janela de configuração de seu índice. Clique no botão Opções.

Será aberta outra janela, nesta janela aparecem todos os estilos presentes no documento, então é nela que você define
quais estilos farão parte de seu índice. No exemplo apliquei o nível 1 do índice ao estilo Título 1, o nível 2 ao Título 2 e o
nível 3 ao Título 3. Após definir quais serão suas entradas de índice clique em OK. Retorna-se a janela anterior, onde você
pode definir qual será o preenchimento entre as chamadas de índice e seu respectivo número de página e na parte mais
abaixo, você pode definir o Formato de seu índice e quantos níveis farão parte do índice. Ao clicar em Ok, seu índice será
criado.

36
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Quando houver necessidade de atualizar o índice, basta clicar com o botão direito do mouse em qualquer parte do
índice e escolher Atualizar Campo.

Na janela que se abre escolha Atualizar o índice inteiro.

Verificar Ortografia e gramatica

Na guia Revisão, no grupo Revisão de Texto, clique em Ortografia e Gramática.

Você pode acessar esse comando rapidamente, adicionando-o à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Para isso,
clique com o botão direito do mouse em Ortografia e Gramática e, em seguida, clique em Adicionar à Barra de Ferramentas
de Acesso Rápido, no menu de atalho.
Quando o programa encontra erros de ortografia, uma caixa de diálogo ou painel de tarefas é exibido mostrando a
primeira palavra incorreta encontrada pelo verificador ortográfico.
Depois que solucionar cada palavra incorreta, o programa sinalizará a próxima palavra incorreta para que você possa
decidir o que fazer.
Apenas no Outlook ou no Word, quando o programa conclui a sinalização de erros ortográficos, ele mostra os erros
gramaticais. Para cada erro, clique em uma opção na caixa de diálogo Ortografia e Gramática.

Como funciona a verificação ortográfica automática


Quando você verifica a ortografia automaticamente enquanto digita, por certo não vai precisar corrigir muitos erros or-
tográficos. O programa do Microsoft Office pode sinalizar as palavras com ortografia incorreta à medida que você trabalha,
para que você possa localizá-las facilmente, como no exemplo a seguir.

37
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique com o botão direito do mouse em uma palavra Clique em Arquivo > Informações > Proteger Docu-
escrita incorretamente para ver as sugestões de correção. mento > Criptografar com Senha.

Dependendo do programa do Microsoft Office que


você está usando, clique com o botão direito do mouse em
uma palavra para obter outras opções, como adicionar a
palavra ao dicionário personalizado. Na caixa Criptografar Documento, digite uma senha e
Como funciona a verificação gramatical automática clique em OK.
(aplica-se somente ao Outlook e ao Word) Na caixa Confirmar Senha, digite a senha novamente e
Após ativar a verificação gramatical automática, o clique em OK.
Word e o Outlook sinalizam os possíveis erros gramaticais Observações : 
e estilísticos à medida que você trabalha nos documentos Você sempre pode alterar ou remover sua senha.
do Word e em itens abertos do Outlook (exceto Anota- As senhas diferenciam maiúsculas de minúsculas. Veri-
ções), conforme mostrado no exemplo a seguir.
fique se a tecla CAPS LOCK está desativada quando digitar
uma senha pela primeira vez.
Se você perder ou esquecer uma senha, o Word não
Clique com botão direito do mouse no erro para ver conseguirá recuperar suas informações. Portanto, guarde
mais opções. uma cópia da senha em um local seguro ou crie uma senha
forte da qual se lembrará.

LIBREOFFICE

O LibreOffice é uma uma suíte de aplicativos livre para


escritório disponível para Windows, Unix, Solaris, Linux e
Mac OS X; sua interface limpa e suas poderosas ferramen-
tas libertam sua criatividade e melhoram sua produtivida-
de. LibreOffice incorpora várias aplicações que a tornam
a mais avançada suite office livre e de código aberto do
mercado. O processador de textos Writer, a planilha Calc,
o editor de apresentações Impress, a aplicação de desenho
e fluxogramas Draw, o banco de dados Base e o editor de
equações Math são os componentes do LibreOffice.
Uma sugestão de correção pode ser exibida no menu
de atalho. Você pode também optar por ignorar o erro ou
Libre de liberdade, agora e para sempre.
clicar em Sobre esta sentença para ver por que o programa
O LibreOffice é um software livre e de código fonte
considera o texto um erro.
aberto. É desenvolvido de forma colaborativa por todo de-
Proteger um documento com senha senvolvedor interessado em desenvolver seus talentos e
Ajude a proteger um documento confidencial contra novas ideias. O software é testado e usado diariamente por
edições indesejadas atribuindo uma senha. Também é pos- uma ampla e dedicada comunidade de usuários. Você tam-
sível evitar que um documento seja aberto. bém pode participar e influenciar seu desenvolvimento.

38
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Janela Inicial No Brasil, houveram problemas com a marca OpenOf-


fice.org. Em 1998, uma empresa do Rio de Janeiro (BWS
A Janela inicial aparece quando não houver documen- Informática) registrou a marca “Open Office” junto ao INPI.
tos abertos no LibreOffice. Ela é dividida em dois painéis. Dado o sucesso da marca / suíte OpenOffice.org, a compa-
Clique num dos ícones para abrir um novo documento ou nhia carioca que havia registrado o nome Open Office per-
para abrir uma caixa de diálogo de arquivo. petrou uma campanha de ameaças de processos por uso
indevido da sua marca, obrigando a comunidade brasileira
a adotar um novo nome: BrOffice.org.

Surgimento da TDF (The Document Foundation)


Após algum tempo, nova reviravolta: a Sun é comprada
pela Oracle, a conhecida gigante do mundo dos Bancos de
Dados Corporativos. Com a aquisição da Sun, no que tan-
ge a SL e suas especificidades, a comunidade internacio-
nal se viu compelida a adotar uma nova marca para a sua
suíte, ao mesmo tempo aproveitando todo o código-fonte
existente do OpenOffice.org. Foi criada assim a OpenDocu-
ment Foundation, já contando com o aporte de importan-
tes programadores de companhias como a IBM, Canonical,
BrOffice.org, Collabora, FSF (Free Software Foundation),
dentre muitas outras, além, é claro, de toda ajuda desta e
de outras companhias em questões extradesenvolvimento,
como, por exemplo, questões jurídicas. Veja a relação com-
Cada ícone de documento abre um novo documento pleta de entidades endossantes do TDF em http://www.do-
do tipo especificado. cumentfoundation.org/supporters/.
Espere-se que o LibreOffice.org difira bastante, no de-
• Documento de texto abre o LibreOffice Writer
correr do seu longo e necessário processo de desmembra-
• Planilha abre o LibreOffice Calc
mento e bifurcação (fork), pelas razões aqui elencadas. A
• Apresentação abre o LibreOffice Impress
interface do LibreOffice.org já recebe, por ora, inúmeras
• Desenho abre o LibreOffice Draw
sugestões de redesenho; o Projeto Renaissance, por exem-
• Banco de dados abre o LibreOffice Base
plo, que provê para o LibreOffice.org uma interface similar
• Fórmula abre o LibreOffice Math
ao Ribbon, da suíte da Microsoft (Office 2007 em diante).
• O ícone Modelos abre a caixa de diálogo Modelos
Dizer que a fundação BrOffice.org apoia a TDF é pou-
e documentos.
co preciso: o BrOffice.org, junto com a fundação respon-
• O ícone Abrir um documento apresenta uma caixa sável pela suíte OxigenOfice se fundem ao projeto TDF e
de diálogo para abrir arquivos. passam a ser o mesmo software. Se você executar o ícone
do BrOffice.org e vir, ao invés do logo do próprio, o logo
O painel da direita contém miniaturas dos documentos com a palavra “LibreOffice.org”, não se assuste, pois é uma
recém-abertos. Passe o mouse por cima da miniatura para questão meramente cosmética. Na verdade, são ambos o
destacar o documento, exibir uma dica sobre o local onde mesmo software.
o documento reside e exibir um ícone em cima à direita Ao visitar o sítio http://www.documentfoundation.org/
para excluir a miniatura do painel e da lista dos documen- ver-se-á o manifesto da fundação, que diz:
tos recentes. Clique na miniatura para abrir o documento [TDF] É uma organização autônoma, independente e
subjacente. meritocrática, criada pelos líderes da Comunidade Ope-
Obs,.: Nem todos os arquivos mostrarão uma miniatura nOffice.org (a fundação, não a Oracle).
do seu conteúdo. No lugar, pode ser mostrado um ícone Continuamos o trabalho de dez (10) anos da Comuni-
grande que representa o tipo de arquivo. dade OpenOffice.org;
Fomos criados com a crença de que a cultura gerada
Histórico em uma organização independente agrega que há de me-
lhor nos desenvolvedores e provê aos clientes o que há de
Uma empresa pequena e produtiva, chamada StarDi- melhor em software;
vision, da Alemanha, desenvolvia uma suíte de aplicativos Somos abertos a quem quiser colaborar com as nossas
para escritório. A Sun, uma grande companhia de software, atividades, dentro de nossos valores básicos;
antevendo a briga pelas suítes de escritório, compra-a e Aceitamos colaboração corporativa, por exemplo, para
absorve o trabalho da suíte, em 1999. Em 2000, a Sun li- nos ajudar no custeio de colaboradores dentro da comu-
berou o código-fonte da suíte sob as licenças LGPL/SISSL, nidade.
com o nome comercial StarOffice 5.0. A comunidade Open Pelos motivos aqui elencados, doravante adotaremos
Source lança, ainda em 2000, a primeira versão livre do pa- LibreOffice.org para nos referimos ao pacote, salvo men-
cote (suíte) OpenOffice.org. ção em contrário.

39
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Formato Open Document Também possibilita que as pessoas tenham comuni-


O openDocument 1.0 foi publicado pelo grupo OASIS cabilidade e interoperabilidade na troca de documentos.
(“Organization for the Advancement of Structured Informa- Obviamente, quando se usa um padrão aberto a sociedade
tion Standards”), como um padrão aberto e padronizado. é o maior beneficiário já que o texto digitado poderá ser
ODF significa Open Document Format (Formato de do- lido por vários programas.
cumento aberto) e é um conjunto de regras para a criação Vários governos estão aprovando a preferência pelo
de diversos tipos de arquivos. uso de formatos abertos para trocar informações e textos.
O ODF surgiu quando a Sun Microsystemas comprou O ODF é o formato escolhido para documentos pela Co-
a Star Division, que fabricava a suíte Star Office, e iniciou o munidade Europeia.
projeto do OpenOffice. Na época, foi criado um subcomitê Portanto, várias outras empresas e instituições estão
na OASIS, que incluiu profissionais de software livre e de adotando ou estudando adotar o formato ODF para escre-
empresas privadas, para trabalhar com armazenamento de ver documentos. Ou, pelo menos, suportar em seus pro-
documentos, baseado na linguagem aberta XML (eXten- gramas, evitando o favorecimento de qualquer fornecedor.
sible Markup Language) e tem suporte em pacotes como É importante lembrar que os formatos de empresas
OpenOffice / Br-Office.org, StarOffice, KOffice e IBM Wor- como a Microsoft ( .doc, docx, .xls, xlsx, .ppt, pptx) são fe-
kPlace. chados, proprietários, e seguem unicamente os desejos e
Assim, qualquer empresa pode desenvolver produtos prioridades daquela empresa. E que, evidentemente, o mo-
com base nesse padrão e atualmente há mais de 40 aplica- nopólio mundial de software é contrário ao padrão aberto.
tivos que podem manipular o ODF. Assim, essas empresas tentam impedir que os governos,
Como o ODF é um conjunto de especificações, para instituições e quaisquer pessoas ou empresas adotem o
cada situação é utilizada uma parte delas. Assim, se aplica padrão ODF.
a documentos de texto, gerando o formato odt, de cálculo
(extensão ods) e de apresentações ( terminação odp). Abrir um arquivo do Microsoft Office
É norma ISO 26300 e ABNT NBR-26300. Escolha Arquivo - Abrir. Selecione um arquivo do Mi-
crosoft Office na caixa de diálogo do LibreOffice.
Extensões ODF O arquivo do MS Office... ...será aberto no módulo
Um documento ODF pode ter as seguintes extensões: do LibreOffice
• odt: documentos de texto (text) MS Word, *.doc, *.docx = LibreOffice Writer
• ott: documentos de texto modelo (template text) MS Excel, *.xls, *.xlsx = LibreOffice Calc
• ods: planilhas eletrônicas (spreadsheets) MS PowerPoint, *.ppt, *.pps, *.pptx = LibreOffice Im-
• ots: planilhas eletrônicas - modelo (template press
spreadsheets)
• odp: apresentações (presentations) Salvar como arquivo do Microsoft Office
• otp: apresentações - modelo (template presenta- Escolha Arquivo - Salvar como.
tions) Na caixa Tipo de arquivo, selecione um formato de ar-
• odg: desenhos vetoriais (draw) quivo do Microsoft Office.
• otg: desenhos vetoriais - modelo (template draw) Sempre salvar documentos em formatos do Microsoft
• odf: equações (formulae) Office
• odb: banco de dados (database) Selecione Ferramentas - Opções - Carregar / Salvar -
• odm: documentos mestre (document master) Geral.
Na área Formato de arquivo padrão e configurações
Vantagens do ODF ODF, selecione primeiro o tipo de documento e depois se-
A adoção do padrão ODF é uma garantia de preserva- lecione o tipo de arquivo para salvar.
ção de documentos eletrônicos sem restrição no tempo, De agora em diante, ao salvar um documento, o Tipo
um item muito precioso na administração pública e priva- de arquivo será definido de acordo com sua escolha. Você
da de longo prazo. É só imaginar o que pode acontecer ainda poderá selecionar outro tipo de arquivo na caixa de
se documentos não puderem ser lidos após algum tempo, diálogo usada para salvar arquivos.
simplesmente porque a empresa proprietária do tipo de
arquivo resolveu mudar algo na criação ou na leitura de Converter vários arquivos do Microsoft Office em ar-
seus formatos. quivos com o formato do OpenDocument
Assim, daqui a 100 anos ou mais, certamente será pos- O Assistente de conversão de documentos copiará e
sível abrir documentos armazenados em ODF, o que pode converterá todos os arquivos do Microsoft Office existen-
não ocorrer com arquivos binários e proprietários, que po- tes em uma pasta em documentos do LibreOffice no for-
dem se transformar em verdadeiros hieróglifos, cujo códi- mato de arquivo do OpenDocument. Você pode especificar
go pode não ser acessível em alguns anos. a pasta a ser lida e a pasta em que os arquivos convertidos
Paralelamente, o padrão ODF possibilita a concorrên- serão salvos.
cia, pois permite adquirir software de mais de um fornece- Escolha Arquivo - Assistentes - Conversor de docu-
dor, já que o formato não é propriedade de uma empresa. mentos para iniciar o assistente.

40
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

LIBREOFFICE WRITER

O Writer é um aplicativo de processamento de texto que lhe permite criar documentos, como cartas, currículos, li-
vros ou formulários online. Alternativa gratuita e open source ao tradicional pacote Microsoft Office. Surgido a partir de
um fork do OpenOffice, o LibreOffice traz soluções completas para edição de texto, criação de planilhas, apresentações de
slides, desenhos, base de dados e ainda fórmulas matemáticas.
O Writer do LibreOffice suporta os seguintes formatos: ODT, OTT, SXW, STW, DOC (Word), DOCX (Word 2007), RTF,
SDW, VOR, TXT, HTML, PDB, XML, PSW e UOT.

Formato Open Document


No Writer o formato padrão dos arquivos passou de sdw (formato do antigo StarWriter) para odt (Open document
text), que dota os arquivos de uma estrutura XML, permitindo uma maior interoperabilidade entre as várias aplicações.
Aliás, este foi um dos principais motivos pelos quais a Microsoft tem mantido o monopólio nas aplicações de escritório:
a compatibilidade ou a falta dela.
É importante notar que versões mais antigas do OpenOffice já abriam e gravavam arquivos com a terminação doc.
Entretanto, não havia compatibilidade de 100% e os documentos perdiam algumas formatações.
A proposta da Sun, da IBM e de outras empresas foi normalizar os tipos de documento, num formato conhecido por
todos, o odt.

Layout

O Writer aparece sob a forma de uma janela genérica de documento em branco, a tela de edição, que é composta por
vários elementos:
Barra de Título: Apresenta o nome do arquivo e o nome do programa que está sendo usado nesse momento. Usando-
se os 3 botões no canto superior direito pode-se minimizar, maximizar / restaurar ou fechar a janela do programa.
Barra de Menus: Apresenta os menus suspensos onde estão as listas de todos os comandos e funções disponíveis do
programa.
Barra de Formatação: Apresenta os atalhos que dão forma e cor aos textos e objetos.
Área para trabalho: Local para digitação de texto e inserção de imagens e sons.
Barra de Status: Apresenta o número de páginas / total de páginas, o valor percentual do Zoom
e a função inserir / sobrescrever está na parte inferior e central da tela.
Réguas: Permite efetuar medições e configurar tabulações e recuos.

41
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Barra de menus - Abrir


Abre ou importa um arquivo.
Arquivo Escolha Arquivo - Abrir
Esses comandos se aplicam ao documento atual, abre Ctrl+O
um novo documento ou fecha o aplicativo. Na Barra de ferramentas, clique em
-Novo:
Cria um novo documento do LibreOffice.
Escolha Arquivo - Novo
Abrir arquivo
Ícone Novo na Barra de ferramentas (o ícone mostra o
tipo do novo documento) Locais: Mostra os locais favoritos. Por exemplo, os ata-
lhos das pastas locais ou remotas.
Área de exibição: Mostra os arquivos e pastas existen-
Novo tes em que você está. Para abrir um arquivo, selecione-o e
clique em Abrir.
Tecla Ctrl+N Para abrir mais de um documento ao mesmo tempo,
Para criar um documento a partir de um modelo, esco- cada um em sua própria janela, pressione a tecla Ctrl ao
lha Novo - Modelos. clicar nos arquivos e, em seguida, clique em Abrir.
Um modelo é um arquivo que contém os elementos de Para classificar os arquivos, clique em um cabeçalho de
design para um documento, incluindo estilos de formata- coluna. Para inverter a ordem de classificação, clique no-
ção, planos de fundo, quadros, figuras, campos, layout de vamente.
página e texto. Para excluir um arquivo, clique com o botão direito do
mouse sobre ele e, em seguida, escolha Excluir.
Ícone Nome Função Para renomear um arquivo, dê um clique com o botão
Documento de Cria um novo documento de direito do mouse sobre ele e, em seguida, escolha Reno-
texto texto (LibreOffice Writer). mear.
Cria um novo documento de
Planilha
planilha (LibreOffice Calc). Nome do arquivo: Insira um nome de arquivo ou um
Cria um novo documento caminho para o arquivo. Você também pode inserir um URL
de apresentação (LibreOffice que começa com o nome de protocolo ftp, http, ou https.
Apresentação Impress). Se ativado, será exibida Caso deseje, utilize caracteres curinga na caixa Nome
a caixa de diálogo Assistente de do arquivo para filtrar a lista de arquivos exibida.
apresentações. Por exemplo, para listar todos os arquivos de texto em
Cria um novo documento de uma pasta, insira o caractere asterisco (*) com a extensão
Desenho
desenho (LibreOffice Draw). de arquivo de texto (*.txt) e, em seguida, clique em Abrir.
Abre o Assistente de Bancos de Utilize o caractere curinga ponto de interrogação (?) para
Banco de dados dados para criar um arquivo de representar qualquer caractere, como em (??3*.txt), o que
banco de dados.
só exibe arquivos de texto com um ‘3’ como terceiro carac-
Documento HTML Cria um novo documento HTML. tere no nome do arquivo.
Documento de Cria um novo O LibreOffice possui uma função autocompletar que
formulário XML documento XForms. se ativa sozinha em alguns textos e caixas de listagem. Por
Documento Cria um novo documento exemplo, entre ~/a no campo da URL e a função autocom-
mestre mestre. pletar exibe o primeiro arquivo ou o primeiro diretório en-
Cria um novo documento de contrado no seu diretório de usuário que começa com a
Fórmula
fórmula (LibreOffice Math). letra “a”.
Abre a caixa de Utilize a seta para baixo para rolar para outros arquivos
diálogo Etiquetas, para definir e diretórios. Utilize a seta para a direita para exibir tam-
as opções para suas etiquetas bém um subdiretório existente no campo da URL. A função
Etiquetas
e, em seguida, cria um novo autocompletar rápida está disponível se você pressionar a
documento de texto para as tecla End após inserir parte da URL. Uma vez encontrado o
etiquetas (LibreOffice Writer). documento ou diretório desejado, pressione Enter.
Abre a caixa de diálogo Cartões Versão: Se houver várias versões do arquivo seleciona-
de visita para definir as opções do, selecione a versão que deseja abrir. Você pode salvar
para os cartões de visita e, e organizar várias versões de um documento, escolhendo
Cartões de visita
em seguida, criar um novo Arquivo - Versões. As versões de um documento são aber-
documento de texto (LibreOffice tas em modo somente leitura.
Writer). Tipo de arquivo: Selecione o tipo de arquivo que deseja
Criar um novo documento a abrir ou selecione Todos os arquivos(*) para exibir uma lista
Modelos
partir de um modelo. de todos os arquivos na pasta.

42
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Abrir: Abre o(s) documento(s) selecionado(s). Se foram efetuadas alterações no documento atual,
Inserir: Se você tiver aberto a caixa de diálogo esco- você será perguntado se deseja salvar as lterações.
lhendo Inserir - Arquivo, o botão Abrir será rotulado Inserir. Ao fechar a última janela de documento aberta, apare-
Insere no documento atual, na posição do cursor, o arquivo cerá a Tela inicial.
selecionado.
Somente leitura: Abre o arquivo no modo somente lei- - Salvar
tura. Salva o documento atual.
Abrir documentos com modelos: O LibreOffice reco- Escolha Arquivo - Salvar
nhece modelos localizados em qualquer uma das seguintes Ctrl+S
pastas: Na Barra de ferramentas ou de tabela de dados, clique
• Pasta de modelos compartilhados em
• Pasta de modelos do usuário em Documents and
Settingsno diretório inicial do usuário
• Todas as pastas de modelos definidas em Ferra- Salvar
mentas - Opções - LibreOffice - Caminhos
Ao utilizar Arquivo - Modelo - Salvar como mode- Salvar como: Salva o documento atual em outro local
lo para salvar um modelo, o modelo será armazenado na ou com um nome de arquivo ou tipo de arquivo diferente.
sua pasta de modelos do usuário. Ao abrir um documento Escolha Arquivo - Salvar como
baseado neste modelo, o documento será verificado para
detectar uma mudança do modelo, como descrito abaixo.
O modelo é associado com o documento e pode ser cha-
mado de “modelo vinculado”.
Ao utilizar Arquivo - Salvar como e selecionar um filtro
de modelo para salvar um modelo em qualquer outra pas-
ta que não esteja na lista, então os documentos baseados
nesse modelo não serão verificados.
Ao abrir um documento criado a partir de um “modelo
vinculado” (definido acima), O LibreOffice verifica se o mo-
delo foi modificado desde a última vez que foi aberto. Se o
modelo tiver sido alterado, uma caixa de diálogo aparecerá
para você poder selecionar os estilos que devem ser apli-
cados ao documento.
Para aplicar os novos estilos do modelo ao documento,
clique em Sim.
Para manter os estilos que estão sendo usados no do-
cumento, clique em Não.
Se um documento tiver sido criado por meio de um
modelo que não possa ser encontrado, será mostrada uma
caixa de diálogo perguntando como proceder na próxima
vez em que o documento for aberto.
Para quebrar o vínculo entre o documento e o modelo Nome do arquivo: Insira um nome de arquivo ou um
que está faltando, clique em Não; caso contrário, o LibreOf- caminho para o arquivo. Você também pode inserir um URL
fice procurará o modelo na próxima vez que você abrir o
• Tipo de arquivo: Selecione o formato de arquivo
documento.
para o documento que você está salvando. Na área de exi-
- Documentos recentes bição, serão exibidos somente os documentos com esse
tipo de arquivo.
Lista os arquivos abertos mais recentemente. Para
• Salvar com senha: Protege o arquivo com uma se-
abrir um arquivo da lista, clique no nome dele.
nha que deve ser digitada para que o usuário possa abrir
o arquivo.
- Assistentes
Guia você na criação de cartas comerciais e pessoais, Salvar tudo: Salva todos os documentos do LibreOffice
fax, agendas, apresentações, etc. que foram modificados.

- Fechar - Recarregar
Fecha o documento atual sem sair do programa. Substitui o documento atual pela última versão salva.
Escolha Arquivo - Fechar Todos as alterações efetuadas após o último salvamen-
O comando Fechar fecha todas as janelas abertas do to serão perdidas.
documento atual. Escolha Arquivo - Recarregar

43
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Versões Na Barra de ferramentas, clique em


Salva e organiza várias versões do documento atual no
mesmo arquivo. Você também pode abrir, excluir e compa- - Configuração da impressora
rar versões anteriores.
Escolha Arquivo - Versões Selecione a impressora padrão para o documento
Novas versões - Define as opções para salvar uma nova atual.
versão do documento. Escolha Arquivo - Imprimir - Configurações da impres-
Salvar nova versão - Salva o estado atual do documen- sora
to como nova versão. Caso deseje, antes de salvar a nova Fecha todos os programas do LibreOffice e pede para
versão, insira também comentários na caixa de diálogo In- salvar as modificações.
serir comentário da versão.
Inserir comentário da versão - Insira um comentário - Sair
aqui quando estiver salvando uma nova versão. Se você
tiver clicado em Mostrar para abrir esta caixa de diálogo, Escolha Arquivo - Sair
não poderá editar o comentário. Ctrl+Q
Salvar sempre uma versão ao fechar - Se você tiver fei-
to alterações no documento, o LibreOffice salvará automa- Editar
ticamente uma nova versão quando você o fechar.
Se salvar o documento manualmente, e não alterar o
documento após salvar, não será criada uma nova versão.
Versões existentes - Lista as versões existentes do do-
cumento atual, a data e a hora em que elas foram criadas,
o autor e os comentários associados.
- Exportar
Salva o documento atual com outro nome e formato
em um local a especificar.
Escolha Arquivo – Exportar
- Exportar como PDF
Salva o arquivo atual no formato Portable Document
Format (PDF) versão 1.4. Um arquivo PDF pode ser visto e
impresso em qualquer plataforma com a formatação ori-
ginal intacta, desde que haja um software compatível ins-
talado.
Escolha Arquivo - Exportar como PDF

- Visualizar impressão

Exibe uma visualização da página impressa ou fecha a


visualização.
Menu Arquivo - Visualizar impressão
Utilize os ícones na barra Visualização de impressão
para folhear as páginas do documento ou para imprimir o
documento.
Você também pode pressionar as teclas Page Up e
Page Down para folhear as páginas.
Obs: Não é possível editar seu documento enquanto Este menu contém comandos para editar o conteúdo
estiver na visualização de impressão. do documento atual.

- Imprimir - Desfazer
Desfaz o último comando ou a última entrada digitada.
Imprime o documento atual, a seleção ou as páginas Para selecionar o comando que deseja desfazer, clique na
que você especificar. Você também pode definir as opções seta ao lado do ícone Desfazer na barra de ferramentas
de impressão para o documento atual. Tais opções variam Padrão.
de acordo com a impressora e com o sistema operacional
utilizado. - Refazer
Reverte a ação do último comando Desfazer. Para sele-
Escolha Arquivo - Imprimir cionar a etapa Desfazer que deseja reverter, clique na seta
Ctrl+P ao lado do ícone Refazer na barra de ferramentas Padrão.

44
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Repetir Autotexto. Para inserir Autotexto rapidamente, digite o ata-


Repete o último comando. Esse comando está disponí- lho do Autotexto no documento e pressione F3.
vel no Writer e no Calc. Escolha Editar – Autotexto
Ctrl+F3
- Recortar
Remove e copia a seleção para a área de transferência. - Trocar banco de dados
Altera a fonte de dados do documento atual. Para
- Copiar exibir corretamente o conteúdo dos campos inseridos, o
Copia a seleção para a área de transferência.
banco de dados que foi substituído deve conter nomes de
Escolha Editar - Copiar
campos idênticos.
Ctrl+C

- Colar - Campos
Insere o conteúdo da área de transferência no local do Abre um caixa de diálogo na qual você pode editar as
cursor, e substitui qualquer texto ou objeto selecionado. propriedades de um campo. Clique antes de um campo e
Escolha Editar - Colar selecione este comando. Na caixa de diálogo, você pode
Ctrl+V usar as setas para ir para o próximo campo ou voltar para
o anterior.
- Colar especial
Insere o conteúdo da área de transferência no arquivo - Notas de rodapé
atual em um formato que você pode especificar. Edita a âncora de nota de rodapé ou de nota de fim
Escolha Editar - Colar especial selecionada. Clique na frente da nota de rodapé ou da nota
de fim e, em seguida, escolha este comando.
- Selecionar texto - Entrada de índice
Você pode ativar um cursor de seleção em um texto Edita a entrada de índice selecionada. Clique antes da
somente leitura ou na Ajuda. Escolha Editar - Selecionar entrada de índice ou na própria entrada e, em seguida, es-
texto ou abra o menu de contexto de um documento so- colha este comando.
mente leitura e escolha Selecionar texto. O cursor de sele-
ção não fica intermitente.
- Entrada bibliográfica
Use o ícone Editar arquivo para ativar ou desativar o
Edita a entrada bibliográfica selecionada.
modo de edição.

- Modo de seleção - Hiperlink


Escolha o modo de seleção do submenu: modo de se- Abre uma caixa de diálogo que permite que você crie
leção normal, ou modo de seleção por bloco. e edite hiperlinks.

- Selecionar tudo - Vínculos


Seleciona todo o conteúdo do arquivo, quadro ou ob- Permite a edição das propriedades de cada vínculo no
jeto de texto atual. documento atual, incluindo o caminho para o arquivo de
Escolha Editar - Selecionar tudo origem. Este comando não estará disponível se o docu-
Ctrl+A mento atual não contiver vínculos para outros arquivos.

- Alterações - Plug-in
Lista os comandos que estão disponíveis para rastrear Permite a edição de plug-ins no seu arquivo. Escolha
as alterações em seu arquivo. este comando para ativar ou desativar este recurso. Quan-
do ativado, aparecerá uma marca de seleção ao lado do
- Comparar documento
comando, e você verá comandos para editar o plug-in em
Compara o documento atual com um documento que
seu menu de contexto. Quando desativado, você verá co-
você seleciona.
mandos para controlar o plug-in no menu de contexto.
- Localizar e substituir
Procura ou substitui textos ou formatos no documento - Mapa de imagem
atual. Permite que você anexe URLs a áreas específicas, deno-
Escolha Editar - Localizar e substituir minadas pontos de acesso, em uma figura ou em um grupo
Ctrl+H de figuras. Um Mapa de imagem é um grupo com um ou
Na Barra de ferramentas, clique em mais pontos de acesso.

- Autotexto - Objeto
Cria, edita ou insere Autotexto. Você pode armazenar Permite editar um objeto selecionado no arquivo, inse-
texto formatado, texto com figuras, tabelas e campos como rido com o comando Inserir - Objeto.

45
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Exibir - Limites do texto


Este menu contém comandos para controlar a exibição Mostra ou oculta os limites da área imprimível da pági-
do documento na tela. na. As linhas de limite não são impressas.

- Sombreamentos de campos
Mostra ou oculta os sombreamentos de campos no
documento, incluindo espaços incondicionais, hifens per-
sonalizados, índices e notas de rodapé.

- Nomes de campos
Alterna a exibição entre o nome e o conteúdo do cam-
po. A presença de uma marca de seleção indica que os no-
mes dos campos são exibidos e a ausência dessa marca
indica que o conteúdo é exibido. O conteúdo de alguns
campos não pode ser exibido.

- Caracteres não-imprimíveis
Mostra os caracteres não imprimíveis no texto, como
marcas de parágrafo, quebras de linha, paradas de tabula-
ção e espaços.

- Parágrafos ocultos
Mostra ou oculta parágrafos ocultos. Esta opção afeta
somente a exibição de parágrafos ocultos. Ela não afeta a
impressão desses parágrafos.

- Fontes de dados
Lista os bancos de dados registrados para o LibreOffice
- Layout de impressão e permite que você gerencie o conteúdo deles.
Exibe a forma que terá o documento quando este for
impresso. - Navegador
Mostra ou oculta o Navegador. Você pode usá-lo para
- Layout da Web acessar rapidamente diferentes partes do documento e
Exibe o documento como seria visualizado em um na- para inserir elementos do documento atual ou de outros
vegador da Web. Esse recurso é útil ao criar documentos documentos abertos, bem como para organizar documen-
HTML. tos mestre. Para editar um item do Navegador, clique com
o botão direito do mouse no item e, em seguida, escolha
- Código-fonte HTML um comando do menu de contexto. Se preferir, você pode
Exibe o código fonte do documento HTML atual. Para encaixar o Navegador na borda do espaço de trabalho.
exibir o código fonte HTML de um novo documento, é ne-
cessário primeiro salvar o novo documento como um do-
- Tela inteira
cumento HTML.
Exibe ou oculta os menus e as barras de ferramentas
no Writer ou no Calc. Para sair do modo de tela inteira,
- Barra de status
clique no botão Ativar/Desativar tela inteira.
Mostra ou oculta a barra de status na borda inferior
da janela.
- Zoom
- Status do método de entrada Reduz ou amplia a exibição de tela do LibreOffice.
Mostra ou oculta a janela de status do IME (Input Me-
thod Engine). Inserir
O menu Inserir contém os comandos necessários para
- Régua inserir novos elementos no seu documento. Isso inclui se-
Mostra ou oculta a régua horizontal, que é utilizada ções, notas de rodapé, anotações, caracteres especiais, fi-
para ajustar as margens da página, paradas de tabulação, guras e objetos de outros aplicativos.
recuos, bordas, células de tabela e para dispor objetos na
página. Para mostrar a régua vertical, escolha Ferramentas
- Opções - LibreOffice Writer - Exibir, e selecione a caixa
Régua vertical na área Réguas.

46
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Hiperlink
Abre uma caixa de diálogo que permite que você crie
e edite hiperlinks.

- Cabeçalho
Adiciona ou remove um cabeçalho do estilo de página
que você selecionar no submenu. O cabeçalho é adiciona-
do a todas as páginas que usam o mesmo estilo de página.
Em um novo documento, é listado apenas o estilo de pági-
na “Padrão”. Outros estilos de páginas serão adicionados à
lista depois que você aplicá-los ao documento.
- Rodapé
Adiciona ou remove um rodapé do estilo de página se-
lecionado no submenu. O rodapé é adicionado a todas as
páginas que usam o mesmo estilo. Em um novo documen-
to, somente o estilo de página “Padrão” é listado. Outros
estilos serão adicionados à lista depois que forem aplica-
dos ao documento.

- Nota de rodapé / Nota de fim


Insere uma nota de rodapé ou uma nota de fim no do-
cumento. A âncora para a nota será inserida na posição
atual do cursor. Você pode escolher entre numeração au-
tomática ou um símbolo personalizado.

- Legenda
Adiciona uma legenda numerada à figura, tabela, qua-
dro, quadro de texto ou objeto de desenho selecionado.
Você também pode acessar este comando clicando com o
botão direito do mouse no item ao qual deseja adicionar
a legenda.

- Marcador
Insere um indicador na posição do cursor. Use o Na-
- Quebra manual vegador para saltar rapidamente para a posição indicada
Insere uma quebra manual de linha, de coluna ou de em outra hora. em um documento HTML, os indicadores
página na posição atual em que se encontra o cursor. são convertidos em âncoras para você navegar através de
hyperlinks.
- Campos
Insere um campo na posição atual do cursor. O sub- - Referência
menu lista os tipos de campos mais comuns. Para exibir Esta é a posição em que você insere as referências ou
os campos referidos no documento atual. As referências
todos os campos disponíveis, escolha Outro.
são os campos referidos no mesmo documento ou em
subdocumentos de um documento mestre.
- Caractere especial
Insere caracteres especiais a partir das fontes instala- - Anotação
das. Insere uma anotação.

- Marca de formatação - Script


Abe um submenu para inserir marcas especiais de for- Insere um script na posição atual do cursor em um do-
matação. Ative o CTL para mais comandos. cumento HTML ou de texto.

- Seção - Índices e índices gerais


Insere uma seção de texto no mesmo local em que o Abre um menu para inserir entradas de índice e inserir
cursor está posicionado no documento. Também é possível índices e tabelas.
selecionar um bloco de texto e, em seguida, escolher esse
comando para criar uma seção. Use as seções para inserir - Envelope
blocos de texto de outros documentos, para aplicar layouts Cria um envelope. Nas três guias, você pode especificar
de colunas personalizados ou para proteger ou ocultar os o destinatário e o remetente, a posição e o formato de am-
blocos de texto quando uma condição for atendida. bos os endereços, o tamanho e a orientação do envelope.

47
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Quadro - Caractere
Insere um quadro que você pode usar para criar um Muda a fonte e a formatação de fonte dos caracteres
layout com uma ou mais colunas de texto e objetos. selecionados.

- Tabela - Parágrafo
Insere uma tabela no documento. Você também pode Modifica o formato do parágrafo atual, por exemplo,
clicar na seta, arrastar o mouse para selecionar o número alinhamento e recuo.
de linhas e colunas a serem incluídas na tabela e, em segui-
da, clicar na última célula. - Marcadores e numeração
Adiciona marcadores ou numeração ao parágrafo atual
- Figura e permite que você edite o formato da numeração ou dos
Selecione a origem da figura que deseja inserir. marcadores.

- Objeto de desenho - Página


Insere um objeto no documento. Para vídeo e áudio Especifique os estilos de formatação e o layout do es-
utilize Inserir - Multimídia - Áudio ou vídeo. tilo de página atual, incluindo margens da página, cabeça-
lhos, rodapés e o plano de fundo da página.
- Quadro flutuante
Insere um quadro flutuante no documento atual. Qua- - Alterar caixa
dros flutuantes são utilizados em documentos HTML para Altera a caixa dos caracteres selecionados. Se o cursor
exibir conteúdo de outro arquivo. estiver no meio de uma palavra e não houver texto selecio-
nado, então a palavra será a seleção.
- Áudio ou vídeo
Insere um arquivo de vídeo ou áudio no documento. - Guia fonético asiático
Permite que você adicione comentários sobre carac-
teres asiáticos para serem usados como manual de pro-
- Arquivo
núncia.
Insere um arquivo de texto na posição atual do cursor.
- Colunas
Formatar
Especifica o número de colunas e o layout de coluna
Contém comandos para formatar o layout e o conteú-
para um estilo de página, quadro ou seção.
do de seu documento.
- Seções
Altera as propriedades das seções definidas no docu-
mento. Para inserir uma seção, selecione o texto ou clique
no documento e, em seguida, escolha Inserir - Seção.

- Estilos e formatação
Use a janela Estilos e formatação para aplicar, criar, edi-
tar, adicionar e remover estilos de formatação. Clique duas
vezes para aplicar o estilo.

- Autocorreção
Formata automaticamente o arquivo de acordo com as
opções definidas em Ferramentas - Opções da autocorre-
ção.

- Ancorar
Define as opções de ancoramento para o objeto sele-
cionado.

- Quebra Automática
Define as opções de quebra automática de texto para
figuras, objetos e quadros.

- Alinhar (objetos)
Alinha os objetos selecionados em relação a outro.
- Limpar formatação direta
Remove a formatação direta e a formatação por estilos - Alinhamento (objetos de texto)
de caracteres da seleção. Define as opções de alinhamento para a seleção atual.

48
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Dispor Linhas
Altera a ordem de empilhamento do(s) objeto(s) sele- Insere linhas.
cionado(s).
- Excluir
- Inverter Tabela
Inverte o objeto selecionado, horizontalmente ou ver- Exclui a tabela atual.
ticalmente.
Colunas
- Agrupar Exclui as colunas selecionadas.
Agrupa os objetos selecionados de forma que possam
ser movidos ou formatados como um único objeto. Linhas
Exclui as linhas selecionadas.
- Objeto
Abre um submenu para editar propriedades do objeto Selecionar
selecionado. Tabela
Seleciona a tabela atual.
- Quadro
Insere um quadro que você pode usar para criar um Coluna
layout com uma ou mais colunas de texto e objetos. Seleciona a coluna atual.

- Imagem Linha
Formata o tamanho, a posição e outras propriedades Seleciona a linha atual.
da figura selecionada.
Célula
Tabela Seleciona a célula atual.

- Mesclar células
Combina o conteúdo das células selecionadas da tabe-
la em uma única célula.

- Dividir células
Divide a célula ou grupo de células horizontalmente ou
verticalmente em um número especificado de células.

- Mesclar tabela
Combina duas tabelas consecutivas em uma única ta-
bela. As tabelas devem estar lado a lado, e não separadas
por um parágrafo vazio.

- Dividir tabela
Divide a tabela atual em duas tabelas separadas na po-
sição do cursor. Você também pode clicar com o botão di-
reito do mouse em uma célula da tabela para acessar este
comando.

- Autoformatação de tabela
Aplica automaticamente formatos à tabela atual, in-
cluindo fontes, sombreamento e bordas.

Autoajustar
Largura da coluna
Abre a caixa de diálogo Largura da coluna para alterar
a largura de uma coluna.

- Inserir - Largura de coluna ideal


Tabela Ajusta automaticamente a largura das colunas para
Insere uma nova tabela. coincidir com o conteúdo das células. A alteração da lar-
gura de uma coluna não afeta a largura das outras colunas
Colunas na tabela. A largura da tabela não pode exceder a largura
Insere colunas. da página.

49
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Distribuir colunas uniformemente Ferramentas


Ajusta a largura das colunas selecionadas para a largu- Contém ferramentas de verificação ortográfica, uma
ra da coluna mais larga da seleção. A largura total da tabela galeria de objetos artísticos que podem ser adicionados ao
não pode exceder a largura da página. documento, bem como ferramentas para configurar menus
e definir preferências do programa.
Altura da linha
Abre a caixa de diálogo Altura da linha para alterar a
altura de uma linha.

- Altura de linha ideal


Ajusta automaticamente a altura das linhas para que
corresponda ao conteúdo das células. Esta é a definição
padrão para novas tabelas.

- Distribuir linhas uniformemente


Ajusta a altura das linhas selecionadas para a altura da
linha mais alta na seleção.

Permitir quebra de linha em páginas e colunas


Permite uma quebra de página na linha atual.

Repetir linhas de cabeçalho


Repete os cabeçalhos das tabelas nas páginas subse-
quentes quando a tabela se estende por uma ou mais pá-
ginas.

Converter
Texto em tabela
Abre uma caixa de diálogo para poder converter em
tabela o texto selecionado.

Tabela para texto - Verificação ortográfica


Abre uma caixa de diálogo para converter a tabela Verifica a ortografia manualmente.
atual em texto.
- Idioma
Classificar Abre um submenu para escolher comandos específicos
Classifica alfabeticamente ou numericamente os pará- do idioma.
grafos ou linhas de tabela selecionados. Você pode definir
até três chaves de classificação bem como combinar chaves - Contagem de palavras
alfabéticas com numéricas. Conta as palavras e caracteres, com ou sem espaços,
na seleção atual, e em todo o documento. A contagem é
mantida atualizada enquanto digita, ou altera a seleção.
Fórmula
Abre a Barra de fórmulas para inserir ou editar uma
- Numeração da estrutura de tópicos
fórmula.
Especifica o formato de número e a hierarquia para a
numeração de capítulos no documento atual.
Formato numérico
Abre uma caixa de diálogo para especificar o formato - Numeração de linhas
de números na tabela. Adiciona ou remove e formata números de linha no
documento atual. Para desativar a numeração de linhas em
Limites da tabela um parágrafo, clique no parágrafo, escolha Formatar - Pa-
Mostra ou oculta os limites em torno das células da ta- rágrafo, clique na guia Numeração e, em seguida, desmar-
bela. Os limites só são visíveis na tela e não são impressos. que a caixa de seleção Incluir este parágrafo na numeração
de linhas
Propriedades da tabela
Especifica as propriedades da tabela selecionada, - Notas de rodapé
como, por exemplo, nome, alinhamento, espaçamento, lar- Especifica as configurações de exibição de notas de ro-
gura da coluna, bordas e plano de fundo. dapé e notas de fim.

50
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Galeria Contém comandos para manipulação e exibição de ja-


Abre a Galeria, onde você poderá selecionar figuras e nelas de documentos.
sons para inserir em seu documento.
- Nova janela
- Banco de dados bibliográfico
Insira, exclua, edite e organize arquivos no banco de Abre uma nova janela que exibe os conteúdos da jane-
dados bibliográfico. la atual. Você pode agora ver diferentes partes do mesmo
documento ao mesmo tempo.
- Assistente de Mala Direta
Inicia o Assistente de Mala Direta para criar cartas-mo- - Fechar a janela
delo ou enviar mensagens de e-mail a vários destinatários.
Fecha a janela atual. Escolha Janela - Fechar janela,
- Classificar ou pressione Ctrl+F4. Na visualização de impressão do Li-
Classifica alfabeticamente ou numericamente os pará- breOffice Writer e Calc, você pode fechar a janela ao clicar
grafos ou linhas de tabela selecionados. Você pode definir
no botão Fechar visualização.
até três chaves de classificação bem como combinar chaves
alfabéticas com numéricas.
- Lista de documentos
- Calcular
Calcula a fórmula selecionada e copia o resultado para Lista os documentos abertos no momento atual. Sele-
a área de transferência. cione o nome de um documento na lista para alternar para
esse documento.
- Atualizar
Atualiza os itens do documento atual com conteúdo Ajuda
dinâmico, como campos e índices.
O menu da Ajuda permite iniciar e controlar o sistema
- Player de mídia de Ajuda do LibreOffice.
Abre a janela do Player de mídia, para poder visualizar
arquivos de vídeo e áudio e inseri-los no documento atual.

- Macros
Permite gravar, organizar e editar macros.
- Gerenciador de extensão
O Gerenciador de extensão adiciona, remove, desativa,
ativa e atualiza extensões do LibreOffice.

- Filtros XML
Abre a caixa de diálogo Configurações do filtro XML,
onde você pode criar, editar, excluir e testar filtros para im-
portar e exportar arquivos XML.
Barras de ferramentas
- Opções da Autocorreção
Configura as opções para substituir texto automatica-
Barra de objetos de texto
mente ao digitar.
Contém comandos de formatação para o texto de um
objeto de desenho. A barra Objetos de texto aparece quan-
- Personalizar
Personaliza menus, teclas de atalho, barras de ferramen- do você faz um duplo clique dentro de um objeto de de-
tas e atribuições de macros do LibreOffice para eventos. senho.
- Nome da fonte
- Opções Permite que você selecione um nome de fonte na lista
Este comando abre uma caixa de diálogo para configu- ou digite um nome de fonte diretamente.
ração personalizada do programa. Você pode inserir várias fontes, separadas por ponto
-e-vírgulas. O LibreOffice usará cada fonte nomeada em
Janela sucessão se as fontes anteriores não estiverem disponíveis.

Nome da fonte

- Tamanho da fonte
Permite que você escolha entre diferentes tamanhos
de fonte na lista ou que digite um tamanho manualmente.

51
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Negrito
Justificado
Aplica o formato negrito ao texto selecionado. Se o
cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará toda em negri-
- Suporte a idiomas asiáticos
to. Se a seleção ou a palavra já estiver em negrito, a forma-
Esses comandos só podem ser acessados após ativar o
tação será removida.
suporte para idiomas asiáticos em Ferramentas - Opções -
Negrito Configurações de idioma - Idiomas.

- Itálico - Texto escrito da esquerda para a direita


Aplica o formato itálico ao texto selecionado. Se o cur- Especifica a direção horizontal do texto.
sor estiver sobre uma palavra, ela ficará toda em itálico. Se
a seleção ou palavra já estiver em itálico, a formatação será Direção do texto da esquerda para a direita
removida.
Itálico - Texto escrito de cima para baixo
Especifica a direção vertical do texto.
- Sublinhado
Sublinha o texto selecionado ou remove o sublinhado Texto escrito de cima para baixo
do texto selecionado.
- Selecionar tudo
Sublinhado Seleciona todo o conteúdo do arquivo, quadro ou ob-
jeto de texto atual.
- Sobrescrito
Reduz o tamanho da fonte do texto selecionado e le- Selecionar tudo
vanta o texto acima da linha de base.
- Caractere
Sobrescrito Muda a fonte e a formatação de fonte dos caracteres
selecionados.
- Subscrito
Reduz o tamanho da fonte do texto selecionado e po- Caractere
siciona o texto abaixo da linha de base.
- Parágrafo
Subscrito Aqui você pode definir recuos, espaçamento, alinha-
mento e espaçamento de linha para o parágrafo selecio-
nado.
- Esquerda
Alinha o parágrafo selecionado em relação à margem Parágrafo
esquerda da página.
Adicionando e editando texto
Alinhar à esquerda
Você pode adicionar texto ao documento das seguin-
tes maneiras:
- Centralizar • Digitando texto com o teclado
Centraliza na página os parágrafos selecionados. • Copiando e colando texto de outro documento
• Importando texto de outro arquivo

- Direita Digitando texto


Alinha os parágrafos selecionados em relação à mar-
gem direita da página. A maneira mais fácil de inserir texto no documento é
digitar o texto. Ao digitá-lo, a ferramenta AutoCorreção
corrige automaticamente possíveis erros de ortografia co-
Alinhar à direita muns, como “catra” em vez de “carta”.
Por padrão, a ferramenta Completar palavras coleta
- Justificar palavras longas enquanto você digita. Ao começar a digitar
Alinha os parágrafos selecionados às margens esquer- novamente a mesma palavra, o
da e direita da página. Se preferir, você pode especificar as LibreOffice.org completa automaticamente a palavra.
opções de alinhamento para a última linha de um parágra- Para aceitar a palavra, pressione Enter ou continue digitan-
fo, escolhendo Formatar - Parágrafo - Alinhamento. do.

52
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Para selecionar o texto restante na linha à esquerda


do cursor, mantenha pressionada a tecla Shift e pressione
a tecla Home.
• Para selecionar o texto restante na linha à direita do
cursor, mantenha pressionada a tecla Shift e pressione a
tecla End.

Copiando, colando e excluindo texto


Você pode copiar texto de um lugar para outro no
mesmo documento ou de um documento para outro.

Dica – Para desativar as ferramentas de completar e - Para copiar e colar texto


substituir automaticamente procure na ajuda on-line os Etapas
seguintes termos: 1. Selecione o texto que deseja copiar e siga um destes
• Função de AutoCorreção procedimentos:
• Função de AutoEntrada • Escolha Editar – Copiar.
• Completar palavras • Pressione Ctrl+C.
• Reconhecimento de números • Clique no ícone Copiar na barra Padrão.
• Função de AutoFormatação • Clique com o botão direito do mouse no texto sele-
cionado e escolha Copiar.
Selecionando texto O texto continua na área de transferência até você co-
piar outra seleção de texto ou item.
Você pode selecionar texto com o mouse ou com o 2. Clique ou mova o cursor para onde deseja colar o
teclado. texto. Siga um destes procedimentos:
• Escolha Editar – Colar.
• Pressione Ctrl+V.
• Clique no ícone Colar na barra Padrão.
• Clique com o botão direito do mouse onde deseja
colar o texto e escolha Colar.

Selecionando texto com o mouse - Para excluir texto


• Para selecionar um trecho de texto, clique no início Etapas
do trecho, mantenha pressionado o botão esquerdo do 1. Selecione o texto que deseja excluir.
mouse e arraste o mouse até o fim do texto. 2. Siga um destes procedimentos:
Pode também clicar na frente do trecho, mover o mou- • Escolha Editar - Recortar ou pressione Ctrl+X.
se até o fim do texto, manter pressionada a tecla Shift e O texto é excluído do documento e adicionado à área
clicar novamente. de transferência, para você colar o texto onde pretender.
• Para selecionar uma frase inteira, clique três vezes em • Pressione a tecla Delete ou Backspace.
qualquer lugar na frase. Observação – Você pode usar essas teclas para tam-
• Para selecionar uma única palavra, clique duas vezes bém excluir caracteres individuais.
em qualquer lugar na palavra. Se desejar desfazer uma exclusão, escolha Editar - Des-
• Para acrescentar mais de um trecho a uma seleção, fazer ou pressione Ctrl+Z.
selecione o trecho, mantenha pressionada a tecla Ctrl e se-
lecione outro trecho de texto. -Para inserir um documento de texto
Você pode inserir o conteúdo de qualquer documento
Selecionando texto com o teclado de texto no documento do Writer, desde que o formato do
• Para selecionar o documento inteiro, pressione Ctr- arquivo seja conhecido pelo LibreOffice.org.
l+A. Etapas
• Para selecionar uma única palavra em um dos lados 1. Clique no documento do Writer onde deseja inserir
do cursor, mantenha pressionadas as teclas Ctrl+Shift e o texto.
pressione a seta para a esquerda <- ou a seta para a direita 2. Escolha Inserir – Arquivo.
->. 3. Localize o arquivo que deseja inserir e clique em In-
• Para selecionar um único caractere em um dos lados serir.
do cursor, mantenha pressionada a tecla Shift e pressione Localizando e substituindo texto
a seta para a esquerda <- ou a seta para a direita ->. Para Você pode usar o recurso Localizar e substituir no Li-
selecionar mais de um caractere, mantenha pressionada a breOffice.org Writer para procurar e substituir palavras em
tecla Shift enquanto pressiona a tecla de direção. um documento de texto.

53
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Para localizar e substituir texto

1. Clique com o botão direito do mouse em uma pala-


vra com um sublinhado ondulado em vermelho.

2. Siga um destes procedimentos:


• Escolha uma das palavras de substituição sugeridas
no alto do menu de contexto.
A palavra incorreta é substituída pela palavra que você
Etapas escolher.

1. Escolha Editar – Localizar e substituir. • Escolha uma das palavras de substituição no sub-
Abre-se a caixa de diálogo Localizar e substituir. menu AutoCorreção.
2. Na caixa Pesquisar por, digite o texto que você dese- A palavra incorreta é substituída pela palavra que você
ja localizar no documento. escolher.
Pode selecionar também a palavra ou a frase que dese- As duas palavras são acrescentadas automaticamen-
ja procurar no documento de texto e escolher Editar - Lo- te à lista de substituição da ferramenta AutoCorreção. Na
calizar e substituir. O texto selecionado é inserido automa- próxima vez que cometer o mesmo erro ortográfico, o Wri-
ticamente na caixa Procurar. ter fará a correção ortográfica automaticamente.
3. Na caixa Substituir por, insira a palavra ou a frase de
substituição. • Escolha Ortografia e gramatica para abrir a caixa de
4. Clique em Localizar para iniciar a procura. diálogo Ortografia e gramatica.
5. Quando o Writer localizar a primeira ocorrência da
palavra ou frase, siga um destes procedimentos: • Para adicionar a palavra a um dos dicionários, escolha
• Para substituir a ocorrência do texto encontrada pela Adicionar e clique no nome do dicionário.
que você inseriu na caixa Substituir por, clique em Substi- Observação – O número de entradas em um dicionário
tuir. definido pelo usuário é limitado, mas você pode criar quan-
• Para substituir todas as ocorrências do texto encon- tos dicionários definidos pelo usuário forem necessários.
tradas pela que você inseriu na caixa Substituir por, clique
em Substituir tudo. - Para verificar a ortografia em um documento inteiro
• Para ignorar o texto encontrado e continuar a procu- Se não deseja verificar a ortografia enquanto digita,
ra, clique em Localizar próxima. você pode usar a ferramenta Ortografia e gramatica para
6. Clique em Fechar quando concluir a procura. corrigir erros manualmente. A ferramenta Ortografia e gra-
matica começa a partir da posição atual do cursor ou a
Verificando ortografia partir do início do texto selecionado.

O Writer pode verificar possíveis erros ortográficos en- Etapas


quanto você digita ou em um documento inteiro.
1. Clique no documento ou selecione o texto que de-
- Para verificar ortografia enquanto digita seja corrigir.
O Writer pode avisar sobre possíveis erros de ortogra-
fia enquanto você digita. 2. Escolha Ferramentas - Ortografia e gramatica.
Para ativar e desativar esse recurso, clique no ícone Au-
toOrtografia e gramatica na barra de Ferramentas. Quando 3. Quando um possível erro de ortografia é localizado,
esse recurso está ativado, uma linha vermelha ondulada a caixa de diálogo Ortografia e gramatica sugere uma cor-
marca possíveis erros ortográficos. reção.

54
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

4. Siga um destes procedimentos:


• Para aceitar uma correção, clique em Corrigir.
• Substitua a palavra incorreta na caixa no alto pela palavra correta e clique em Alterar.
• Para ignorar a palavra atual uma vez e continuar a Ortografia e gramatica, clique em Ignorar uma vez.
• Para ignorar a palavra atual no documento inteiro e continuar a Ortografia e gramatica, clique em Ignorar sempre.

Formatando texto
O Writer permite-lhe formatar o texto manualmente ou ao usar estilos. Com os dois métodos, você controla tamanho,
tipo de fonte, cor, alinhamento e espaçamento do texto. A principal diferença é que a formatação manual aplica-se apenas
ao texto selecionado, enquanto a formatação de estilo aplica-se toda vez que o estilo é usado no documento.

Formatando texto manualmente

Para uma formatação simples, como alterar o tamanho e a cor do texto, use os ícones na barra Formatação. Se desejar,
pode também usar os comandos de menu no menu Formato, assim como teclas de atalho.

Selecione o texto que deseja alterar e siga um destes procedimentos:


• Para alterar o tipo de fonte usado, selecione uma fonte diferente na caixa Nome da fonte.
• Para alterar o tamanho do texto, selecione um tamanho na caixa Tamanho da fonte.
• Para alterar o tipo de letra do texto, clique no ícone Negrito, Itálico ou Sublinhado.
Pode também usar as seguintes teclas de atalho: Ctrl+B para negrito, Ctrl+I para itálico ou Ctrl+U para sublinhado. Para
restaurar o tipo de letra padrão, selecione o texto novamente e clique no mesmo ícone, ou pressione as mesmas teclas de
atalho.
• Para alterar o alinhamento do texto, clique no ícone Alinhar à esquerda, Centralizar, Alinhar à direita ou Justificado.
• Para adicionar ou remover marcadores ou números de uma lista, clique no ícone Ativar/desativar numeração ou Ati-
var/desativar marcadores.
• Para alterar um recuo do texto, use os ícones de recuo.
• Para alterar a cor do texto, clique no ícone Cor da fonte.
• Para alterar a cor do plano de fundo do texto, clique no ícone Cor do plano de fundo ou no ícone Realce.
Dica – Consulte a ajuda on-line para obter informação sobre a diferença desses dois ícones.

Formatando texto com estilos


No Writer, a formatação padrão de caracteres, parágrafos, páginas, quadros e listas é feita com estilos. Um estilo é um
conjunto de opções de formatação, como tipo e tamanho da fonte. Um estilo define o aspecto geral do texto, assim como
o layout de um documento.

55
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Você pode selecionar alguns estilos comuns, e todos os


estilos aplicados, a partir da lista drop-down Aplicar estilo
na barra Formatar.

Uma maneira fácil de aplicar um estilo de formatação é


com a janela Estilos e formatação. Para abrir a janela Estilos
e formatação, escolha Formatar – Estilos e formatação.

• Para visualizar o conteúdo de uma categoria, clique


no sinal de mais na frente do nome da categoria.
• Para exibir o conteúdo de uma única categoria no Na-
vegador, selecione a categoria e clique no ícone Exibição
do conteúdo.

Observação – Para exibir todo o conteúdo, clique nova-


mente no ícone Exibição do conteúdo.
• Para saltar rapidamente para o local no documento,
clique duas vezes em qualquer entrada na lista do Nave-
gador.
• Para editar propriedades de um objeto, clique no ob-
jeto com o botão direito do mouse.
Você pode encaixar o Navegador na borda de qualquer
janela do documento.
Para desanexar o Navegador da borda de uma janela,
clique duas vezes na área cinza do Navegador encaixado.
Para redimensionar o Navegador, arraste as bordas do Na-
vegador.
Usando o navegador Dica – Em um documento de texto, você pode usar
o modo Exibição do conteúdo para títulos para arrastar
O Navegador exibe as seguintes categorias de objetos e soltar capítulos inteiros em outras posições dentro do
no documento: documento. Para obter mais informações, consulte a ajuda
• Títulos on-line sobre o Navegador.
• Folhas Usando tabelas em documentos do Writer
• Tabelas Você pode usar tabelas para apresentar e organizar
• Quadros de texto informações importantes em linhas e colunas, para as in-
• Gráficos formações serem lidas com facilidade. A interseção de uma
• Objetos OLE linha e uma coluna é chamada de célula.
• Seções - Para adicionar uma tabela a um documento do Writer
• Hyperlinks Etapas
• Referências 1. Escolha Tabela - Inserir – Tabela.
• Índices 2. Na área Tamanho, digite o número de linhas e colu-
• Notas nas para a tabela.

56
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

3. (Opcional) Para usar um layout de tabela predefinido, clique em AutoFormatar, selecione o formato desejado e clique
em OK.

4. Na caixa de diálogo Inserir tabela, especifique opções adicionais, como o nome da tabela, e clique em OK.

- Para adicionar uma linha ou coluna a uma tabela


Etapas
1. Clique em qualquer linha ou coluna da tabela.
2. Clique no ícone Inserir coluna ou Inserir linha na barra Tabela.

- Para excluir uma linha ou coluna de uma tabela


Etapas
1. Clique na linha ou coluna que deseja excluir.
2. Clique no ícone Excluir coluna ou Excluir linha na barra Tabela.

57
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Cabeçalho e rodapé Por exemplo, para mudar o símbolo do marcador, cli-


Cabeçalhos e rodapés são áreas nas margens superior que na guia Opções , clique no botão de seleção (...) perto
e inferior das páginas para adiciona textos ou figuras. Os de Caractere, e selecione um caractere especial. Pode-se
cabeçalhos e rodapés são adicionados ao estilo de página também clicar na guia Figura, e clicar num estilo de símbo-
atual. Todas as páginas que usarem o mesmo estilo recebe- lo na área Seleção.
rão automaticamente o cabeçalho ou rodapé adicionado. É
possível inserir Campos, tais como números de páginas e Números de página
títulos de capítulos, nos cabeçalhos e rodapés de um do- No Writer, o número da página é um campo que pode
cumento de texto. ser inserido no texto.
Obs.: O estilo de página para a página atual será exibi- Para inserir números de página
do na Barra de status. Escolha Inserir - Campos - Número da página para in-
Para adicionar um cabeçalho a uma página, escolha In- serir um número de página na posição atual do cursor.
serir - Cabeçalho e, em seguida, no submenu, selecione o Obs.: Se, em vez do número, aparecer o texto “Número
estilo de página para a página atual. da página”, escolha Exibir - Nome de campos.
Para adicionar um rodapé a uma página, escolha Inserir No entanto, esses campos mudarão de posição quan-
- Rodapé e, em seguida, selecione o estilo de página para a do um texto for adicionado ou removido. Assim, é melhor
página atual no submenu. inserir o campo de número da página em um cabeçalho ou
Você também pode escolher Formatar - Página, clicar rodapé que se encontram na mesma posição e se repetem
na guia Cabeçalho ou Rodapé, e selecionar Ativar cabeça- em todas as páginas.
lho ou Ativar rodapé. Desmarque a caixa de seleção Mesmo Escolha Inserir - Cabeçalho - (nome do estilo de pági-
conteúdo esquerda/direita se desejar definir cabeçalhos e na) ou Inserir - Rodapé - (nome do estilo de rodapé) para
rodapés diferentes para páginas pares e ímpares. adicionar um cabeçalho ou um rodapé em todas as páginas
Para utilizar diferentes cabeçalhos e rodapés docu- com o estilo de página atual.
mento, adicione-os a diferentes estilos de páginas e, em
seguida, aplique os estilos às páginas nas deseja exibir os Para iniciar com um número de página definido
cabeçalhos ou rodapés. Agora você que ter um pouco mais de controle sobre o
número da página. Você está editando um documento de
Marcadores e numeração texto que deve começar com o número de página 12.
Para adicionar marcadores
Selecione o(s) parágrafo(s) ao(s) qual(is) deseja adicio-
Clique no primeiro parágrafo do documento.
nar marcadores.
Escolha Formatar - Parágrafo - Fluxo de texto.
Na barra de Formatação, clique no ícone Ativar/desa-
Em Quebras, ative Inserir. Ative Com estilo de página
tivar marcadores.
para poder definir o novo Número da página. Clique em
OK.

Para remover marcadores, selecione os parágrafos com


marcadores e, em seguida, clique no ícone Ativar/Desativar
marcadores na barra Formatação.
Para formatar marcadores
Para alterar a formatação da lista com marcadores, es-
colha Formatar - Marcadores e numeração.

O novo número da página é um atributo do primeiro


parágrafo da página.

Para formatar o estilo dos números de página


Você deseja que os números da página sejam em nu-
merais romanos: i, ii, iii, iv e assim por diante.

58
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique duas vezes imediatamente na frente do campo Escolha Inserir - Quebra manual. A caixa de diálogo
de número da página. A caixa de diálogo Editar campos se Editar quebra se abrirá.
abrirá. Na caixa de listagem Estilo, selecione um estilo de pá-
Selecione um formato de número e clique em OK. gina. Você pode definir um novo número de página tam-
Utilizar diferentes estilos de número de página bém. Clique em OK.
Você precisa que algumas páginas apresentem o es- O estilo de página selecionado será usado a partir do
tilo em numerais romanos e o restante das páginas, outro parágrafo atual até a próxima quebra de página com estilo.
estilo. Você pode precisar criar primeiro um novo estilo de página.
No Writer, serão necessários vários estilos de página.
O primeiro estilo de página apresenta um rodapé com um Gráfico em um documento de texto do Writer
campo de número de página formatado em numerais ro- Em um documento do Writer, você pode inserir um
manos. O estilo de página seguinte apresenta um rodapé gráfico com valores provenientes de uma tabela do Wri-
com um campo de número de página formatado em outro ter.#Clique dentro da tabela do Writer.
estilo. Selecione Inserir – Objeto – Gráfico.
Ambos estilos de página devem estar separados por
uma quebra de página. No Writer, é possível inserir que-
bras de página automática ou manualmente.
Uma quebra de página automática aparece no final de
uma página quando o estilo de página possui um “próximo
estilo” diferente.
Por exemplo, o estilo de página da “Primeira página”
apresenta “Padrão” como próximo estilo. Para comprovar
essa possibilidade, pressione F11 para abrir a janela Estilos
e formatação, clique no ícone Estilos de página e clique
com o botão direito do mouse na entrada Primeira página.
Escolha Modificar no menu de contexto. Na guia Organiza-
dor, pode ser visto o “próximo estilo”.
A quebra de página manual pode ser aplicada com ou
sem alterações dos estilos de página.
Se pressionar Ctrl+Enter, será aplicada a quebra de pá-
gina sem alterações nos estilos de página.
Se escolher Inserir - Quebra manual, a quebra de pá-
gina pode ser inserida com ou sem alterações no estilo ou
com alterações no número da página.
Dependendo do documento, é melhor: utilizar a que- Você verá uma visualização do gráfico e o Assistente
bra de página inserida manualmente entre os estilos de de gráfico.
página, ou utilizar uma mudança automática. Se for neces- Siga as instruções no Assistente de gráfico para criar
sária apenas uma página de título com estilo diferente, o um gráfico.
método automático pode ser utilizado:
Teclas de atalho do LibreOffice Writer
Para aplicar um estilo de página diferente na primeira Você pode utilizar teclas de atalho para executar rapi-
página damente tarefas comuns no LibreOffice. Esta seção relacio-
Clique na primeira página do documento. na as teclas de atalho padrão do LibreOffice Writer.
Escolha Formatar - Estilos e formatação. Teclas de função para o LibreOffice Writer
Na janela Estilos e formatação, clique no ícone Estilos Teclas de atalho - Efeito
de página. F2 - Barra de fórmulas
Clique duas vezes no estilo “Primeira página”. Ctrl+F2 - Insere campos
A página de título apresentará o estilo “Primeira pági- F3 - Completa o autotexto
na” e as páginas seguintes apresentarão automaticamente Ctrl+F3 - Edita o autotexto
o estilo “Padrão”. F4 - Abre a exibição da fonte de dados
Você pode agora por exemplo, inserir um rodapé so- Shift+F4 - Seleciona o próximo quadro
mente para o estilo de página “Padrão”, ou inserir rodapés F5 - Ativar/Desativar o Navegador
em ambos estilos de página, mas com os campos de nú- Ctrl+Shift+F5 - Ativar Navegador, vai para número da
mero de página formatados de modo diferente. página
F7 - Verificação ortográfica
Para aplicar uma alteração de estilo de página inserida Ctrl+F7 - Dicionário de sinônimos
manualmente F8 - Modo de extensão
Clique no início do primeiro parágrafo da página onde Ctrl+F8 - Ativar/Desativar sombreamentos de campos
será aplicado um estilo de página diferente. Shift+F8 - Modo de seleção adicional

59
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ctrl+Shift+F8 - Modo de seleção por bloco Seta para a direita - Move o cursor para a direita
F9 - Atualiza os campos Shift+Seta para a direita - Move o cursor para a direita
Ctrl+F9 - Mostra os campos com seleção
Shift+F9 - Calcula a tabela Ctrl+Seta para a direita - Vá para o início da próxima
Ctrl+Shift+F9 - Atualiza os campos e as listas de en- palavra
trada Ctrl+Shift+Seta para a direita - Seleciona à direita, uma
Ctrl+F10 - Ativar/Desativar caracteres não imprimíveis palavra de cada vez
F11 - Ativar/Desativar janela Estilos e formatação Seta para cima - Move o cursor uma linha acima
Shift+F11 - Cria um estilo Shift+Seta para cima - Seleciona linhas de baixo para cima
Ctrl+F11 - Define o foco para a caixa Aplicar estilos Ctrl+Seta para cima - Move o cursor para o começo do
Ctrl+Shift+F11 - Atualiza o estilo parágrafo anterior
F12 - Ativar numeração CtrlShift+Seta para cima - Seleciona até o começo do
Ctrl+F12 - Insere ou edita a tabela parágrafo. Ao repetir, estende a seleção até o início do pa-
Shift+F12 - Ativa marcadores rágrafo anterior
Ctrl+Shift+F12 - Desativa Numeração / Marcadores Seta para baixo - Move o cursor uma linha para baixo
Shift+Seta para baixo - Seleciona linhas de cima para
Teclas de atalho para o LibreOffice Writer baixo
Teclas de atalho - Efeito Ctrl+Seta para baixo - Move o cursor para o final do
Ctrl+A - Selecionar tudo parágrafo.
Ctrl+J - Justificar CtrlShift+Seta para baixo - Seleciona até o fim do pa-
Ctrl+D - Sublinhado duplo rágrafo. Ao repetir, estende a seleção até o fim do próximo
Ctrl+E - Centralizado parágrafo
Ctrl+H - Localizar e substituir Home - Vai até o início da linha
Ctrl+Shift+P - Sobrescrito Home+Shift - Vai e seleciona até o início de uma linha
Ctrl+L - Alinhar à esquerda End - Vai até o fim da linha
Ctrl+R - Alinhar à direita
End+Shift - Vai e seleciona até o fim da linha
Ctrl+Shift+B - Subscrito
Ctrl+Home - Vai para o início do documento
Ctrl+Y - Refaz a última ação
Ctrl+Home+Shift - Vai e seleciona o texto até o início
Ctrl+0 (zero) - Aplica o estilo de parágrafo Padrão
do documento
Ctrl+1 - Aplica o estilo de parágrafo Título 1
Ctrl+End - Vai para o fim do documento
Ctrl+2 - Aplica o estilo de parágrafo Título 2
Ctrl+End+Shift - Vai e seleciona o texto até o fim do
Ctrl+3 - Aplica o estilo de parágrafo Título 3
documento
Ctrl+4 - Aplica o estilo de parágrafo Título 4
Ctrl+5 - Aplica o estilo de parágrafo Título 5 Ctrl+PageUp - Alterna o cursor entre o texto e o ca-
Ctrl + tecla mais - Calcula o texto selecionado e copia beçalho
o resultado para a área de transferência. Ctrl+PageDown - Alterna o cursor entre o texto e o
Ctrl+Hífen(-) - Hifens personalizados; hifenização defi- rodapé
nida pelo usuário. Insert - Ativa / Desativa modo de inserção
Ctrl+Shift+sinal de menos (-) - Traço incondicional PageUp - Move uma página da tela para cima
(não utilizado na hifenização) Shift+PageUp - Move uma página da tela para cima
Ctrl+sinal de multiplicação * (somente no teclado nu- com seleção
mérico) - Executar campo de macro PageDown - Move uma página da tela para baixo
Ctrl+Shift+Espaço - Espaços incondicionais. Esses Shift+PageDown - Move uma página da tela para bai-
espaços não serão usados para hifenização nem serão ex- xo com seleção
pandidos se o texto estiver justificado. Ctrl+Del - Exclui o texto até o fim da palavra
Shift+Enter - Quebra de linha sem mudança de pará- Ctrl+Backspace - Exclui o texto até o início da palavra
grafo Em uma lista: exclui um parágrafo vazio na frente do
Ctrl+Enter - Quebra manual de página parágrafo atual
Ctrl+Shift+Enter - Quebra de coluna em textos com Ctrl+Del+Shift - Exclui o texto até o fim da frase
várias colunas Ctrl+Shift+Backspace - Exclui o texto até o início da frase
Alt+Enter - Insere um novo parágrafo sem numeração Ctrl+Tab - Próxima sugestão com Completar palavra
numa lista. Não funciona se o cursor estiver no fim da lista. automaticamente
Alt+Enter - Insere um novo parágrafo antes ou depois Ctrl+Shift+Tab - Utiliza a sugestão anterior com Com-
de uma seção ou antes de uma tabela. pletar palavra automaticamente
Seta para a esquerda - Move o cursor para a esquerda Ctrl+Alt+Shift+V - Cola o conteúdo da área de transfe-
Shift+Seta para a esquerda - Move o cursor para a es- rência como texto sem formatação.
querda com seleção Ctrl + clique duplo ou Ctrl + Shift + F10 - Utilize esta
Ctrl+Seta para a esquerda - Vai para o início da palavra combinação para encaixar ou desencaixar rapidamente a
Ctrl+Shift+Seta para a esquerda - Seleciona à janela do Navegador, a janela Estilos e Formatação ou ou-
esquerda, uma palavra de cada vez tras janelas

60
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

sites ou blogs, ou seja, são instituições que se conectam


3. NAVEGADORES DE INTERNET E à Internet com o objetivo de fornecer serviços à ela
SERVIÇOS DE BUSCA NA WEB: REDES relacionados, e em função do serviço classificam-se em:
DE COMPUTADORES E INTERNET; • Provedores de Backbone: São instituições que cons-
troem e administram backbones de longo alcance, ou seja,
ELEMENTOS DA INTERFACE DOS PRINCIPAIS
estrutura física de conexão, com o objetivo de fornecer
NAVEGADORES DE INTERNET; NAVEGAÇÃO
acesso à Internet para redes locais;
E EXIBIÇÃO DE SÍTIOS WEB; UTILIZAÇÃO
• Provedores de Acesso: São instituições que se conec-
E GERENCIAMENTO DOS PRINCIPAIS tam à Internet via um ou mais acessos dedicados e disponi-
NAVEGADORES DE INTERNET. bilizam acesso à terceiros a partir de suas instalações;
• Provedores de Informação: São instituições que dis-
ponibilizam informação através da Internet.
INTERNET
Endereço Eletrônico ou URL
“Imagine que fosse descoberto um continente tão
Para se localizar um recurso na rede mundial, deve-se
vasto que suas dimensões não tivessem fim. Imagine
conhecer o seu endereço.
um mundo novo, com tantos recursos que a ganância
Este endereço, que é único, também é considerado sua
do futuro não seria capaz de esgotar; com tantas oportuni-
URL (Uniform Resource Locator), ou Localizador de Recur-
dades que os empreendedores seriam poucos para apro-
sos Universal. Boa parte dos endereços apresenta-se assim:
veitá-las; e com um tipo peculiar de imóvel que se
www.xxxx.com.br
expandiria com o desenvolvimento.”
Onde:
John P. Barlow
www = protocolo da World Wide Web
Os Estados Unidos temiam que em um ataque nuclear
ficassem sem comunicação entre a Casa Branca e o Pentá- xxx = domínio
gono. com = comercial
Este meio de comunicação “infalível”, até o fim da dé- br = brasil
cada de 60, ficou em poder exclusivo do governo conec-
tando bases militares, em quatro localidades. WWW = World Wide Web ou Grande Teia Mundial
Nos anos 70, seu uso foi liberado para instituições
norte-americanas de pesquisa que desejassem aprimorar É um serviço disponível na Internet que possui um con-
a tecnologia, logo vinte e três computadores foram conec- junto de documentos espalhados por toda rede e disponi-
tados, porém o padrão de conversação entre as máquinas bilizados a qualquer um.
se tornou impróprio pela quantidade de equipamentos. Estes documentos são escritos em hipertexto, que uti-
Era necessário criar um modelo padrão e univer- liza uma linguagem especial, chamada HTML.
sal para que as máquinas continuassem trocando da-
dos, surgiu então o Protocolo Padrão TCP/IP, que permi- Domínio
tiria portanto que mais outras máquinas fossem inseridas Designa o dono do endereço eletrônico em ques-
àquela rede. tão, e onde os hipertextos deste empreendimento estão
Com esses avanços, em 1972 é criado o correio eletrô- localizados. Quanto ao tipo do domínio, existem:
nico, o E-mail, permitindo a troca de mensagens entre as .com = Instituição comercial ou provedor de serviço
máquinas que compunham aquela rede de pesquisa, assim .edu = Instituição acadêmica
no ano seguinte a rede se torna internacional. .gov = Instituição governamental
Na década de 80, a Fundação Nacional de Ciência do .mil = Instituição militar norte-americana
Brasil conectou sua grande rede à ARPANET, gerando aqui- .net = Provedor de serviços em redes
lo que conhecemos hoje como internet, auxiliando portan- .org = Organização sem fins lucrativos
to o processo de pesquisa em tecnologia e outras áreas a
nível mundial, além de alimentar as forças armadas brasi- HTTP, Hyper Texto Transfer Protocol ou Protocolo de
leiras de informação de todos os tipos, até que em 1990 Trasferência em Hipertexto
caísse no domínio público. É um protocolo ou língua específica da internet, res-
Com esta popularidade e o surgimento de softwares ponsável pela comunicação entre computadores.
de navegação de interface amigável, no fim da década de Um hipertexto é um texto em formato digital, e
90, pessoas que não tinham conhecimentos profundos de pode levar a outros, fazendo o uso de elementos espe-
informática começaram a utilizar a rede internacional. ciais (palavras, frases, ícones, gráficos) ou ainda um Mapa
Sensitivo o qual leva a outros conjuntos de informação na
Acesso à Internet forma de blocos de textos, imagens ou sons.
O ISP, Internet Service Provider, ou Provedor de Serviço Assim, um link ou hiperlink, quando acionado com o
de Internet, oferece principalmente serviço de acesso à In- mouse, remete o usuário à outra parte do documento ou
ternet, adicionando serviços como e-mail, hospedagem de outro documento.

61
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Home Page até que o nível mais baixo seja alcançado. Abaixo do nível
Sendo assim, home page designa a página inicial, prin- 1 está o meio físico de comunicação, através do qual a co-
cipal do site ou web page. municação ocorre. Na Figura abaixo, a comunicação virtual
É muito comum os usuários confundirem um Blog ou é mostrada através de linhas pontilhadas e a comunicação
Perfil no Orkut com uma Home Page, porém são coisas dis- física através de linhas sólidas.
tintas, aonde um Blog é um diário e um Perfil no Orkut é
um Profile, ou seja um hipertexto que possui informações
de um usuário dentro de uma comunidade virtual.

HTML, Hyper Text Markut language ou Linguagem de


Marcação de Hipertexto
É a linguagem com a qual se cria as páginas para a
web.
Suas principais características são:
• Portabilidade (Os documentos escritos em HTML de-
vem ter aparência semelhante nas diversas plataformas de
trabalho);
• Flexibilidade (O usuário deve ter a liberdade de “cus-
tomizar” diversos elementos do documento, como o tama-
nho padrão da letra, as cores, etc);
• Tamanho Reduzido (Os documentos devem ter
um tamanho reduzido, a fim de economizar tempo na
transmissão através da Internet, evitando longos perío- Entre cada par de camadas adjacentes há uma interfa-
dos de espera e congestionamento na rede). ce. A interface define quais operações primitivas e serviços
a camada inferior oferece à camada superior. Quando os
Browser ou Navegador projetistas decidem quantas camadas incluir em uma rede
É o programa específico para visualizar as páginas da e o que cada camada deve fazer, uma das considerações
web. mais importantes é definir interfaces limpas entre as cama-
O Browser lê e interpreta os documentos escritos em das. Isso requer, por sua vez, que cada camada desempe-
HTML, apresentando as páginas formatadas para os nhe um conjunto específico de funções bem compreendi-
usuários. das. Além de minimizar a quantidade de informações que
deve ser passada de camada em camada, interfaces bem
ARQUITETURAS DE REDES definidas também tornam fácil a troca da implementação
As modernas redes de computadores são projetadas de uma camada por outra implementação completamente
de forma altamente estruturada. Nas seções seguintes exa- diferente (por exemplo, trocar todas as linhas telefônicas
minaremos com algum detalhe a técnica de estruturação. por canais de satélite), pois tudo o que é exigido da nova
implementação é que ela ofereça à camada superior exa-
HIERARQUIAS DE PROTOCOLOS tamente os mesmos serviços que a implementação antiga
Para reduzir a complexidade de projeto, a maioria das oferecia.
redes é organizada em camadas ou níveis, cada uma cons- O conjunto de camadas e protocolos é chamado de
truída sobre sua predecessora. O número de camadas, o arquitetura de rede. A especificação de arquitetura deve
nome, o conteúdo e a função de cada camada diferem de conter informações suficientes para que um implementa-
uma rede para outra. No entanto, em todas as redes, o pro- dor possa escrever o programa ou construir o hardware de
pósito de cada camada é oferecer certos serviços às cama- cada camada de tal forma que obedeça corretamente ao
das superiores, protegendo essas camadas dos detalhes de protocolo apropriado. Nem os detalhes de implementação
como os serviços oferecidos são de fato implementados. nem a especificação das interfaces são parte da arquitetura,
A camada n em uma máquina estabelece uma con- pois esses detalhes estão escondidos dentro da máquina e
versão com a camada n em outra máquina. As regras e não são visíveis externamente. Não é nem mesmo neces-
convenções utilizadas nesta conversação são chamadas sário que as interfaces em todas as máquinas em uma rede
coletivamente de protocolo da camada n, conforme ilus- sejam as mesmas, desde que cada máquina possa usar cor-
trado na Figura abaixo para uma rede com sete camadas. retamente todos os protocolos.
As entidades que compõem as camadas correspondentes
em máquinas diferentes são chamadas de processos par- O endereço IP
ceiros. Em outras palavras, são os processos parceiros que Quando você quer enviar uma carta a alguém, você...
se comunicam utilizando o protocolo. Ok, você não envia mais cartas; prefere e-mail ou deixar um
Na verdade, nenhum dado é transferido diretamente recado no Facebook. Vamos então melhorar este exemplo:
da camada n em uma máquina para a camada n em outra quando você quer enviar um presente a alguém, você ob-
máquina. Em vez disso, cada camada passa dados e infor- tém o endereço da pessoa e contrata os Correios ou uma
mações de controle para a camada imediatamente abaixo, transportadora para entregar. É graças ao endereço que é

62
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

possível encontrar exatamente a pessoa a ser presenteada. ternet Corporation for Assigned Names and Numbers) que,
Também é graças ao seu endereço - único para cada resi- basicamente, divide os endereços em três classes principais
dência ou estabelecimento - que você recebe suas contas e mais duas complementares. São elas:
de água, aquele produto que você comprou em uma loja Classe A: 0.0.0.0 até 127.255.255.255 - permite até 128
on-line, enfim. redes, cada uma com até 16.777.214 dispositivos conecta-
Na internet, o princípio é o mesmo. Para que o seu dos;
computador seja encontrado e possa fazer parte da rede Classe B: 128.0.0.0 até 191.255.255.255 - permite até
mundial de computadores, necessita ter um endereço úni- 16.384 redes, cada uma com até 65.536 dispositivos;
co. O mesmo vale para websites: este fica em um servidor, Classe C: 192.0.0.0 até 223.255.255.255 - permite até
que por sua vez precisa ter um endereço para ser localiza- 2.097.152 redes, cada uma com até 254 dispositivos;
do na internet. Isto é feito pelo endereço IP (IP Address), Classe D: 224.0.0.0 até 239.255.255.255 - multicast;
recurso que também é utilizado para redes locais, como a Classe E: 240.0.0.0 até 255.255.255.255 - multicast re-
existente na empresa que você trabalha, por exemplo. servado.
O endereço IP é uma sequência de números composta As três primeiras classes são assim divididas para aten-
de 32 bits. Esse valor consiste em um conjunto de quatro der às seguintes necessidades:
sequências de 8 bits. Cada uma destas é separada por um
ponto e recebe o nome de octeto ou simplesmente byte, já
que um byte é formado por 8 bits. O número 172.31.110.10 - Os endereços IP da classe A são usados em locais
é um exemplo. Repare que cada octeto é formado por nú- onde são necessárias poucas redes, mas uma grande quan-
meros que podem ir de 0 a 255, não mais do que isso. tidade de máquinas nelas. Para isso, o primeiro byte é utili-
zado como identificador da rede e os demais servem como
identificador dos dispositivos conectados (PCs, impresso-
ras, etc);
- Os endereços IP da classe B são usados nos casos
onde a quantidade de redes é equivalente ou semelhante
à quantidade de dispositivos. Para isso, usam-se os dois
primeiros bytes do endereço IP para identificar a rede e os
restantes para identificar os dispositivos;
A divisão de um IP em quatro partes facilita a organi- - Os endereços IP da classe C são usados em locais que
zação da rede, da mesma forma que a divisão do seu en- requerem grande quantidade de redes, mas com poucos
dereço em cidade, bairro, CEP, número, etc, torna possível dispositivos em cada uma. Assim, os três primeiros bytes
a organização das casas da região onde você mora. Neste são usados para identificar a rede e o último é utilizado
sentido, os dois primeiros octetos de um endereço IP po- para identificar as máquinas.
dem ser utilizados para identificar a rede, por exemplo. Em Quanto às classes D e E, elas existem por motivos es-
uma escola que tem, por exemplo, uma rede para alunos peciais: a primeira é usada para a propagação de pacotes
e outra para professores, pode-se ter 172.31.x.x para uma especiais para a comunicação entre os computadores, en-
rede e 172.32.x.x para a outra, sendo que os dois últimos quanto que a segunda está reservada para aplicações futu-
octetos são usados na identificação de computadores. ras ou experimentais.
Vale frisar que há vários blocos de endereços reserva-
Classes de endereços IP dos para fins especiais. Por exemplo, quando o endereço
Neste ponto, você já sabe que os endereços IP podem começa com 127, geralmente indica uma rede “falsa”, isto
ser utilizados tanto para identificar o seu computador den- é, inexistente, utilizada para testes. No caso do endereço
tro de uma rede, quanto para identificá-lo na internet. 127.0.0.1, este sempre se refere à própria máquina, ou seja,
Se na rede da empresa onde você trabalha o seu com- ao próprio host, razão esta que o leva a ser chamado de
putador tem, como exemplo, IP 172.31.100.10, uma má- localhost. Já o endereço 255.255.255.255 é utilizado para
quina em outra rede pode ter este mesmo número, afinal, propagar mensagens para todos os hosts de uma rede de
ambas as redes são distintas e não se comunicam, sequer maneira simultânea.
sabem da existência da outra. Mas, como a internet é uma
rede global, cada dispositivo conectado nela precisa ter um Endereços IP privados
endereço único. O mesmo vale para uma rede local: nesta, Há conjuntos de endereços das classes A, B e C que são
cada dispositivo conectado deve receber um endereço úni- privados. Isto significa que eles não podem ser utilizados
co. Se duas ou mais máquinas tiverem o mesmo IP, tem-se na internet, sendo reservados para aplicações locais. São,
então um problema chamado “conflito de IP”, que dificulta essencialmente, estes:
a comunicação destes dispositivos e pode inclusive atrapa- -Classe A: 10.0.0.0 à 10.255.255.255;
lhar toda a rede. -Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255;
Para que seja possível termos tanto IPs para uso em re- -Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255.
des locais quanto para utilização na internet, contamos com Suponha então que você tenha que gerenciar uma rede
um esquema de distribuição estabelecido pelas entidades com cerca de 50 computadores. Você pode alocar para es-
IANA (Internet Assigned Numbers Authority) e ICANN (In- tas máquinas endereços de 192.168.0.1 até 192.168.0.50,

63
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

por exemplo. Todas elas precisam de acesso à internet. O 11111111.11111111.11111111.00000000


que fazer? Adicionar mais um IP para cada uma delas? Não. Perceba então que, aqui, temos uma máscara forma-
Na verdade, basta conectá-las a um servidor ou equipa- da por 24 bits 1: 11111111 + 11111111 + 11111111. Para
mento de rede - como um roteador - que receba a cone- criarmos as nossas sub-redes, temos que ter um esquema
xão à internet e a compartilhe com todos os dispositivos com 25, 26 ou mais bits, conforme a necessidade e as pos-
conectados a ele. Com isso, somente este equipamento sibilidades. Em outras palavras, precisamos trocar alguns
precisará de um endereço IP para acesso à rede mundial zeros do último octeto por 1.
de computadores. Suponha que trocamos os três primeiros bits do últi-
mo octeto (sempre trocamos da esquerda para a direita),
Máscara de sub-rede resultando em:
As classes IP ajudam na organização deste tipo de en- 11111111.11111111.11111111.11100000
dereçamento, mas podem também representar desperdí- Se fizermos o número 2 elevado pela quantidade de
cio. Uma solução bastante interessante para isso atende bits “trocados”, teremos a quantidade possível de sub-re-
pelo nome de máscara de sub-rede, recurso onde parte des. Em nosso caso, temos 2^3 = 8. Temos então a possi-
dos números que um octeto destinado a identificar dis- bilidade de criar até oito sub-redes. Sobrou cinco bits para
positivos conectados (hosts) é “trocado” para aumentar a o endereçamento dos host. Fazemos a mesma conta: 2^5
capacidade da rede. Para compreender melhor, vamos en- = 32. Assim, temos 32 dispositivos em cada sub-rede (esta-
xergar as classes A, B e C da seguinte forma: mos fazendo estes cálculos sem considerar limitações que
- A: N.H.H.H; possam impedir o uso de todos os hosts e sub-redes).
- B: N.N.H.H; 11100000 corresponde a 224, logo, a máscara resultan-
- C: N.N.N.H. te é 255.255.255.224.
N significa Network (rede) e H indica Host. Com o Perceba que esse esquema de “trocar” bits pode ser
uso de máscaras, podemos fazer uma rede do N.N.H.H se empregado também em endereços classes A e B, conforme
“transformar” em N.N.N.H. Em outras palavras, as máscaras a necessidade. Vale ressaltar também que não é possível
de sub-rede permitem determinar quantos octetos e bits utilizar 0.0.0.0 ou 255.255.255.255 como máscara.
são destinados para a identificação da rede e quantos são IP estático e IP dinâmico
utilizados para identificar os dispositivos. IP estático (ou fixo) é um endereço IP dado permanen-
Para isso, utiliza-se, basicamente, o seguinte esquema: temente a um dispositivo, ou seja, seu número não muda,
se um octeto é usado para identificação da rede, este re- exceto se tal ação for executada manualmente. Como
ceberá a máscara de sub-rede 255. Mas, se um octeto é exemplo, há casos de assinaturas de acesso à internet via
aplicado para os dispositivos, seu valor na máscara de sub ADSL onde o provedor atribui um IP estático aos seus as-
-rede será 0 (zero). A tabela a seguir mostra um exemplo sinantes. Assim, sempre que um cliente se conectar, usará
desta relação: o mesmo IP.
O IP dinâmico, por sua vez, é um endereço que é dado
Identifica- a um computador quando este se conecta à rede, mas que
Identifica- dor muda toda vez que há conexão. Por exemplo, suponha que
Máscara
Classe Endereço IP dor do você conectou seu computador à internet hoje. Quando
de sub-rede
da rede computa- você conectá-lo amanhã, lhe será dado outro IP. Para en-
dor tender melhor, imagine a seguinte situação: uma empresa
A 10.2.68.12 10 2.68.12 255.0.0.0 tem 80 computadores ligados em rede. Usando IPs dinâ-
B 172.31.101.25 172.31 101.25 255.255.0.0 micos, a empresa disponibiliza 90 endereços IP para tais
C 192.168.0.10 192.168.0 10 255.255.255.0 máquinas. Como nenhum IP é fixo, um computador rece-
berá, quando se conectar, um endereço IP destes 90 que
Você percebe então que podemos ter redes com más- não estiver sendo utilizado. É mais ou menos assim que os
cara 255.0.0.0, 255.255.0.0 e 255.255.255.0, cada uma indi- provedores de internet trabalham.
cando uma classe. Mas, como já informado, ainda pode ha- O método mais utilizado na distribuição de IPs dinâ-
ver situações onde há desperdício. Por exemplo, suponha micos é o protocolo DHCP (Dynamic Host Configuration
que uma faculdade tenha que criar uma rede para cada um Protocol).
de seus cinco cursos. Cada curso possui 20 computadores.
A solução seria então criar cinco redes classe C? Pode ser IP nos sites
melhor do que utilizar classes B, mas ainda haverá desper- Você já sabe que os sites na Web também necessitam
dício. Uma forma de contornar este problema é criar uma de um IP. Mas, se você digitar em seu navegador www.in-
rede classe C dividida em cinco sub-redes. Para isso, as fowester.com, por exemplo, como é que o seu computador
máscaras novamente entram em ação. sabe qual o IP deste site ao ponto de conseguir encontrá
Nós utilizamos números de 0 a 255 nos octetos, mas -lo?
estes, na verdade, representam bytes (linguagem binária). Quando você digitar um endereço qualquer de um site,
255 em binário é 11111111. O número zero, por sua vez, um servidor de DNS (Domain Name System) é consultado.
é 00000000. Assim, a máscara de um endereço classe C, Ele é quem informa qual IP está associado a cada site. O sis-
255.255.255.0, é: tema DNS possui uma hierarquia interessante, semelhante

64
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

a uma árvore (termo conhecido por programadores). Se,


por exemplo, o site www.infowester.com é requisitado, o
sistema envia a solicitação a um servidor responsável por
terminações “.com”. Esse servidor localizará qual o IP do
endereço e responderá à solicitação. Se o site solicitado
termina com “.br”, um servidor responsável por esta termi-
nação é consultado e assim por diante.

IPv6
O mundo está cada vez mais conectado. Se, em um
passado não muito distante, você conectava apenas o PC
da sua casa à internet, hoje o faz com o celular, com o seu
notebook em um serviço de acesso Wi-Fi no aeroporto e Perceba, no entanto, que se você estiver conectado a
assim por diante. Somando este aspecto ao fato de cada partir de uma rede local - tal como uma rede wireless -
vez mais pessoas acessarem a internet no mundo inteiro, visualizará o IP que esta disponibiliza à sua conexão. Para
nos deparamos com um grande problema: o número de saber o endereço IP do acesso à internet em uso pela rede,
IPs disponíveis deixa de ser suficiente para toda as (futuras) você pode visitar sites como whatsmyip.org.
aplicações.
A solução para este grande problema (grande mesmo, Provedor
afinal, a internet não pode parar de crescer!) atende pelo O provedor é uma empresa prestadora de serviços que
nome de IPv6, uma nova especificação capaz de suportar
oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é neces-
até - respire fundo - 340.282.366.920.938.463.463.374.607.
sário conectar-se com um computador que já esteja na In-
431.768.211.456 de endereços, um número absurdamente
ternet (no caso, o provedor) e esse computador deve per-
alto!
mitir que seus usuários também tenham acesso a Internet.
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada
à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link,
que é a conexão física que interliga o provedor de acesso
com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como
backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no Bra-
sil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma ave-
nida de três pistas e os links como se fossem as ruas que
estão interligadas nesta avenida.
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade
de transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite
os dados. Esta velocidade é dada em bps (bits por segun-
O IPv6 não consiste, necessariamente, apenas no au- do). Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso,
mento da quantidade de octetos. Um endereço do tipo que fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso
pode ser, por exemplo: e um endereço eletrônico na Internet.
FEDC:2D9D:DC28:7654:3210:FC57:D4C8:1FFF
URL - Uniform Resource Locator
Finalizando Tudo na Internet tem um endereço, ou seja, uma iden-
Com o surgimento do IPv6, tem-se a impressão de que tificação de onde está localizado o computador e quais re-
a especificação tratada neste texto, o IPv4, vai sumir do cursos este computador oferece. Por exemplo, a URL:
mapa. Isso até deve acontecer, mas vai demorar bastante. http://www.novaconcursos.com.br
Durante essa fase, que podemos considerar de transição, Será mais bem explicado adiante.
o que veremos é a “convivência” entre ambos os padrões.
Não por menos, praticamente todos os sistemas operacio-
Como descobrir um endereço na Internet?
nais atuais e a maioria dos dispositivos de rede estão aptos
a lidar tanto com um quanto com o outro. Por isso, se você
Para que possamos entender melhor, vamos exempli-
é ou pretende ser um profissional que trabalha com redes
ficar.
ou simplesmente quer conhecer mais o assunto, procure se
aprofundar nas duas especificações. Você estuda em uma universidade e precisa fazer algu-
A esta altura, você também deve estar querendo des- mas pesquisas para um trabalho. Onde procurar as infor-
cobrir qual o seu IP. Cada sistema operacional tem uma mações que preciso?
forma de mostrar isso. Se você é usuário de Windows, por Para isso, existem na Internet os “famosos” sites de
exemplo, pode fazê-lo digitando cmd em um campo do procura, que são sites que possuem um enorme banco de
Menu Iniciar e, na janela que surgir, informar ipconfig /all dados (que contém o cadastro de milhares de Home Pa-
e apertar Enter. Em ambientes Linux, o comando é ifconfig. ges), que permitem a procura por um determinado assun-

65
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

to. Caso a palavra ou o assunto que foi procurado exista PLUG-INS


em alguma dessas páginas, será listado toda esta relação Os plug-ins são programas que expandem a capacida-
de páginas encontradas. de do Browser em recursos específicos - permitindo, por
A pesquisa pode ser realizada com uma palavra, refe- exemplo, que você toque arquivos de som ou veja filmes
rente ao assunto desejado. Por exemplo, você quer pesqui- em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas de soft-
sar sobre amortecedores, caso não encontre nada como ware vêm desenvolvendo plug-ins a uma velocidade im-
amortecedores, procure como autopeças, e assim suces- pressionante. Maiores informações e endereços sobre plu-
sivamente. g-ins são encontradas na página:

http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/
Barra de endereços Software/Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/
Indices/

Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo


A Barra de Endereços possibilita que se possa navegar temos uma relação de alguns deles:
em páginas da internet, bastando para isto digitar o ende- - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
reço da página. etc.).
Alguns sites interessantes: - Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
• www.diariopopular.com.br (Jornal Diário Popular) - Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
PCX, etc.).
• www.ufpel.tche.br (Ufpel)
- Negócios e Utilitários
• www.cefetrs.tche.br (Cefet) - Apresentações
• www.servidor.gov.br (Informações sobre servidor pú-
blico) FTP - Transferência de Arquivos
• www.siapenet.gog.br (contracheque) Permite copiar arquivos de um computador da Internet
• www.pelotas.com.br (Site Oficial de Pelotas) para o seu computador.
• www.mec.gov.br (Ministério da Educação) Os programas disponíveis na Internet podem ser:
• Freeware: Programa livre que pode ser distribuído e
Identificação de endereços de um site utilizado livremente, não requer nenhuma taxa para sua utili-
Exemplo: http://www.pelotas.com.br zação, e não é considerado “pirataria” a cópia deste programa.
• Shareware: Programa demonstração que pode ser
http:// -> (Hiper Text Tranfer Protocol) protocolo de
utilizado por um determinado prazo ou que contém alguns
comunicação limites, para ser utilizado apenas como um teste do progra-
WWW -> (World Wide Web) Grande rede mundial ma. Se o usuário gostar ele compra, caso contrário, não usa
pelotas -> empresa ou organização que mantém o site mais o programa. Na maioria das vezes, esses programas
.com -> tipo de organização exibem, de tempos em tempos, uma mensagem avisando
......br -> identifica o país que ele deve ser registrado. Outros tipos de shareware têm
Tipos de Organizações: tempo de uso limitado. Depois de expirado este tempo de
.edu -> instituições educacionais. Exemplo: michigam. teste, é necessário que seja feito a compra deste programa.
edu
.com -> instituções comerciais. Exemplo: microsoft. Navegar nas páginas
com Consiste percorrer as páginas na internet a partir de
um documento normal e de links das próprias páginas.
.gov -> governamental. Exemplo: fazenda.gov
.mil -> instalação militar. Exemplo: af.mil Como salvar documentos, arquivos e sites
.net -> computadores com funções de administrar re- Clique no menu Arquivo e na opção Salvar como.
des. Exemplo: embratel.net
.org -> organizações não governamentais. Exemplo: Como copiar e colar para um editor de textos
care.org Selecionar o conteúdo ou figura da página. Clicar com
o botão direito do mouse e escolha a opção Copiar.
Home Page
Pela definição técnica temos que uma Home Page é
um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de compu-
tadores rodando um Navegador (Browser), que permite o
acesso às informações em um ambiente gráfico e multimí-
dia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de informações
dentro das Home Pages.
O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
http://www.endereço.com/página.html
Por exemplo, a página principal da Pronag:
http://www.pronag.com.br/index.html Abra o editor de texto clique em colar

66
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Navegadores
O navegador de WWW é a ferramenta mais importante
para o usuário de Internet. É com ele que se podem vi-
sitar museus, ler revistas eletrônicas, fazer compras e até
participar de novelas interativas. As informações na Web
são organizadas na forma de páginas de hipertexto, cada
um com seu endereço próprio, conhecido como URL. Para
começar a navegar, é preciso digitar um desses endereços
no campo chamado Endereço no navegador. O software
estabelece a conexão e traz, para a tela, a página corres-
pondente.

O navegador não precisa de nenhuma configuração


especial para exibir uma página da Web, mas é necessário
ajustar alguns parâmetros para que ele seja capaz de enviar Em pesquisar pode-se escolher onde será feita a pes-
e receber algumas mensagens de correio eletrônico e aces- quisa.
sar grupos de discussão (news).

O World Wide Web foi inicialmente desenvolvido no


Centro de Pesquisas da CERN (Conseil Europeen pour la
Recherche Nucleaire), Suíça. Originalmente, o WWW era
um meio para físicos da CERN trocar experiências sobre
suas pesquisas através da exibição de páginas de texto. Fi- Os sites de pesquisa em geral não fazem distinção na
cou claro, desde o início, o imenso potencial que o WWW pesquisa com letras maiúsculas e minúsculas e nem pala-
possuía para diversos tipos de aplicações, inclusive não vras com ou sem acento.
científicas.
Opções de pesquisa
O WWW não dispunha de gráficos em seus primór-
dios, apenas de hipertexto. Entretanto, em 1993, o projeto
WWW ganhou força extra com a inserção de um visualiza-
dor (também conhecido como browser) de páginas capaz Web: pesquisa em todos os sites
não apenas de formatar texto, mas também de exibir grá- Imagens: pesquisa por imagens anexadas nas páginas.
ficos, som e vídeo. Este browser chamava-se Mosaic e foi Exemplo do resultado se uma pesquisa.
desenvolvido dentro da NCSA, por um time chefiado por
Mark Andreesen. O sucesso do Mosaic foi espetacular.

Depois disto, várias outras companhias passaram a


produzir browsers que deveriam fazer concorrência ao
Mosaic. Mark Andreesen partiu para a criação da Netscape
Communications, criadora do browser Netscape.
Surgiram ainda o Cello, o AIR Mosaic, o SPRY Mosaic,
o Microsoft Internet Explorer, o Mozilla Firefox e muitos
outros browsers.

Busca e pesquisa na web

Os sites de busca servem para procurar por um deter- Grupos: pesquisa nos grupos de discussão da Usenet.
minado assunto ou informação na internet. Exemplo:
Alguns sites interessantes:
• www.google.com.br
• http://br.altavista.com
• http://cade.search.yahoo.com
• http://br.bing.com/

Como fazer a pesquisa

Digite na barra de endereço o endereço do site de pes- Diretórios: pesquisa o conteúdo da internet organiza-
quisa. Por exemplo: dos por assunto em categorias. Exemplo:
www.google.com.br

67
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos


interligados através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratiza-
ram o acesso à informação através de redes de computa-
dores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de
usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos de
Como escolher palavra-chave informática e de navegação na Internet. Finalmente, surgi-
ram muitas ferramentas de software de custo zero ou pe-
• Busca com uma palavra: retorna páginas que in- queno, que permitem a qualquer organização ou empresa,
cluam a palavra digitada. sem muito esforço, “entrar na rede” e começar a acessar e
• “Busca entre aspas”: a pesquisa só retorna páginas colocar informação. O resultado inevitável foi a impressio-
que incluam todos os seus termos de busca, ou seja, toda a nante explosão na informação disponível na Internet, que
sequência de termos que foram digitadas. segundo consta, está dobrando de tamanho a cada mês.
• Busca com sinal de mais (+): a pesquisa retorna
páginas que incluam todas Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito,
• as palavras aleatoriamente na página. que tem interessado um número cada vez maior de em-
• Busca com sinal de menos (-): as palavras que fi- presas, hospitais, faculdades e outras organizações interes-
cam antes do sinal de sadas em integrar informações e usuários: a intranet. Seu
• menos são excluídas da pesquisa. advento e disseminação promete operar uma revolução
• Resultado de um cálculo: pode ser efetuado um tão profunda para a vida organizacional quanto o apare-
cálculo em um site de pesquisa. cimento das primeiras redes locais de computadores, no
final da década de 80.

Por exemplo: 3+4 O que é Intranet?


O termo “intranet” começou a ser usado em meados de
1995 por fornecedores de produtos de rede para se refe-
rirem ao uso dentro das empresas privadas de tecnologias
Irá retornar: projetadas para a comunicação por computador entre em-
presas. Em outras palavras, uma intranet consiste em uma
rede privativa de computadores que se baseia nos padrões
O resultado da pesquisa de comunicação de dados da Internet pública, baseadas na
O resultado da pesquisa é visualizado da seguinte for- tecnologia usada na Internet (páginas HTML, e-mail, FTP,
ma: etc.) que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre
as razões para este sucesso, estão o custo de implantação
relativamente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos
programas de navegação na Web, os browsers.

Objetivo de construir uma Intranet


Organizações constroem uma intranet porque ela é
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente
para economizar tempo, diminuir as desvantagens da dis-
tância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de capital-
funcionários com conhecimentos das operações e produ-
tos da empresa.
INTRANET
A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de Aplicações da Intranet
uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comu-
empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes de nicações corporativas em uma intranet dá para simplificar o
comunicação internas baseadas na tecnologia usada na In- trabalho, pois estamos virtualmente todos na mesma sala.
ternet. Como um jornal editado internamente, e que pode De qualquer modo, é cedo para se afirmar onde a intranet
ser acessado apenas pelos funcionários da empresa. vai ser mais efetiva para unir (no sentido operacional) os
A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e diversos profissionais de uma empresa. Mas em algumas
departamentos, mesclando (com segurança) as suas infor- áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo:
mações particulares dentro da estrutura de comunicações • Marketing e Vendas - Informações sobre produ-
da empresa. tos, listas de preços, promoções, planejamento de eventos;
O grande sucesso da Internet, é particularmente da • Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação
World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na de Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades
evolução da informática nos últimos anos. de membros das equipes, situações de projetos;

68
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, sis- nome de quem pede e de quem solicita. Para isso existem
temas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), ma- dois programas: o DNS que identifica o servidor e o DHCP
nuais de qualidade; (Dinamic Host Configuration Protocol) que atribui nome às
• Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apos- estações clientes.
tilas, políticas da companhia, organograma, oportunidades Estações da Rede - Nas estações da rede, os funcio-
de trabalho, programas de desenvolvimento pessoal, be- nários acessam as informações colocadas à sua disposição
nefícios. no servidor. Para isso usam o Web browser, software que
Para acessar as informações disponíveis na Web corpo- permite folhear os documentos.
rativa, o funcionário praticamente não precisa ser treinado.
Afinal, o esforço de operação desses programas se resume Comparando Intranet com Internet
quase somente em clicar nos links que remetem às novas Na verdade as diferenças entre uma intranet e a In-
páginas. No entanto, a simplicidade de uma intranet termi- ternet, é uma questão de semântica e de escala. Ambas
na aí. Projetar e implantar uma rede desse tipo é uma tarefa utilizam as mesmas técnicas e ferramentas, os mesmos
complexa e exige a presença de profissionais especializa- protocolos de rede e os mesmos produtos servidores. O
dos. Essa dificuldade aumenta com o tamanho da intranet, conteúdo na Internet, por definição, fica disponível em es-
sua diversidade de funções e a quantidade de informações cala mundial e inclui tudo, desde uma home-page de al-
nela armazenadas. guém com seis anos de idade até as previsões do tempo.
A intranet é baseada em quatro conceitos: A maior parte dos dados de uma empresa não se destina
• Conectividade - A base de conexão dos computa- ao consumo externo, na verdade, alguns dados, tais como
dores ligados através de uma rede, e que podem transferir as cifras das vendas, clientes e correspondências legais, de-
qualquer tipo de informação digital entre si; vem ser protegidos com cuidado. E, do ponto de vista da
• Heterogeneidade - Diferentes tipos de computa- escala, a Internet é global, uma intranet está contida den-
dores e sistemas operacionais podem ser conectados de tro de um pequeno grupo, departamento ou organização
forma transparente; corporativa. No extremo, há uma intranet global, mas ela
• Navegação - É possível passar de um documento a ainda conserva a natureza privada de uma Internet menor.
outro através de referências ou vínculos de hipertexto, que A Internet e a Web ficaram famosas, com justa razão,
facilitam o acesso não linear aos documentos; por serem uma mistura caótica de informações úteis e ir-
• Execução Distribuída - Determinadas tarefas de relevantes, o meteórico aumento da popularidade de sites
acesso ou manipulação na intranet só podem ocorrer gra- da Web dedicados a índices e mecanismos de busca é uma
ças à execução de programas aplicativos, que podem es- medida da necessidade de uma abordagem organizada.
tar no servidor, ou nos microcomputadores que acessam a Uma intranet aproveita a utilidade da Internet e da Web
rede (também chamados de clientes, daí surgiu à expres- num ambiente controlado e seguro.
são que caracteriza a arquitetura da intranet: cliente-servi-
dor). A vantagem da intranet é que esses programas são Vantagens e Desvantagens da Intranet
ativados através da WWW, permitindo grande flexibilidade. Alguns dos benefícios são:
Determinadas linguagens, como Java, assumiram grande • Redução de custos de impressão, papel, distribuição
importância no desenvolvimento de softwares aplicativos de software, e-mail e processamento de pedidos;
que obedeçam aos três conceitos anteriores. • Redução de despesas com telefonemas e pessoal no
suporte telefônico;
Como montar uma Intranet • Maior facilidade e rapidez no acesso as informações
Basicamente a montagem de uma intranet consiste em técnicas e de marketing;
usar as estruturas de redes locais existentes na maioria das • Maior rapidez e facilidade no acesso a localizações
empresas, e em instalar um servidor Web. remotas;
Servidor Web - É a máquina que faz o papel de repo- • Incrementando o acesso a informações da concor-
sitório das informações contidas na intranet. É lá que os rência;
clientes vão buscar as páginas HTML, mensagens de e-mail • Uma base de pesquisa mais compreensiva;
ou qualquer outro tipo de arquivo. • Facilidade de acesso a consumidores (clientes) e par-
ceiros (revendas);
Protocolos - São os diferentes idiomas de comunica- • Aumento da precisão e redução de tempo no acesso
ção utilizados. O servidor deve abrigar quatro protocolos. à informação;
O primeiro é o HTTP, responsável pela comunicação do • Uma única interface amigável e consistente para
browser com o servidor, em seguida vem o SMTP ligado ao aprender e usar;
envio de mensagens pelo e-mail, e o FTP usado na transfe- • Informação e treinamento imediato (Just in Time);
rência de arquivos. Independentemente das aplicações uti- • As informações disponíveis são visualizadas com cla-
lizadas na intranet, todas as máquinas nela ligadas devem reza;
falar um idioma comum: o TCP/IP, protocolo da Internet. • Redução de tempo na pesquisa a informações;
• Compartilhamento e reutilização de ferramentas e
Identificação do Servidor e das Estações - Depois de informação;
definidos os protocolos, o sistema já sabe onde achar as • Redução no tempo de configuração e atualização dos
informações e como requisitá-las. Falta apenas saber o sistemas;

69
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Simplificação e/ou redução das licenças de software plamente utilizado para a segurança de transações Web é a
e outros; tecnologia de chave pública, que constitui a base do HTTPS
• Redução de custos de documentação; - um protocolo Web seguro;
• Redução de custos de suporte;
• Redução de redundância na criação e manutenção Firewall - Você pode proporcionar uma comunicação
de páginas; segura entre uma intranet e a Internet através de servi-
• Redução de custos de arquivamento; dores proxy, que são programas que residem no firewall
• Compartilhamento de recursos e habilidade. e permitem (ou não) a transmissão de pacotes com base
no serviço que está sendo solicitado. Um proxy HTTP, por
Alguns dos empecilhos são: exemplo, pode permitir que navegadores Webs internos
• Aplicativos de Colaboração - Os aplicativos de cola- da empresa acessem servidores Web externos, mas não o
boração, não são tão poderosos quanto os oferecidos pe- contrário.
los programas para grupos de trabalho tradicionais. É ne- Dispositivos para realização de Cópias de Segurança
cessário configurar e manter aplicativos separados, como Os dispositivos para a realização de cópias de seguran-
e-mail e servidores Web, em vez de usar um sistema unifi- ça do(s) servidor(es) constituem uma das peças de especial
cado, como faria com um pacote de software para grupo importância. Por exemplo, unidades de disco amovíveis
de trabalho; com grande capacidade de armazenamento, tapes...
• Número Limitado de Ferramentas - Há um número Queremos ainda referir que para o funcionamento de
limitado de ferramentas para conectar um servidor Web a uma rede existem outros conceitos como topologias/con-
bancos de dados ou outros aplicativos back-end. As intra- figurações (rede linear, rede em estrela, rede em anel, rede
nets exigem uma rede TCP/IP, ao contrário de outras solu- em árvore, rede em malha …), métodos de acesso, tipos
ções de software para grupo de trabalho que funcionam de cabos, protocolos de comunicação, velocidade de trans-
com os protocolos de transmissão de redes local existentes; missão …
• Ausência de Replicação Embutida – As intranets não
apresentam nenhuma replicação embutida para usuários EXTRANET
remotos. A HMTL não é poderosa o suficiente para desen- A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de
volver aplicativos cliente/servidor. computadores que faz uso da Internet para partilhar com
Como a Intranet é ligada à Internet segurança parte do seu sistema de informação.
A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de
computadores que faz uso da Internet para partilhar com
segurança parte do seu sistema de informação.
Tomado o termo em seu sentido mais amplo, o concei-
to confunde-se com Intranet. Uma Extranet também pode
ser vista como uma parte da empresa que é estendida a
usuários externos (“rede extra-empresa”), tais como repre-
sentantes e clientes. Outro uso comum do termo Extranet
ocorre na designação da “parte privada” de um site, onde
somente “usuários registrados” podem navegar, previa-
mente autenticados por sua senha (login).

Empresa estendida
O acesso à intranet de uma empresa através de um
Portal (internet) estabelecido na web de forma que pessoas
e funcionários de uma empresa consigam ter acesso à in-
Segurança da Intranet tranet através de redes externas ao ambiente da empresa.
Três tecnologias fornecem segurança ao armazena- Uma extranet é uma intranet que pode ser acessada via
mento e à troca de dados em uma rede: autenticação, con- Web por clientes ou outros usuários autorizados. Uma in-
trole de acesso e criptografia. tranet é uma rede restrita à empresa que utiliza as mesmas
Autenticação - É o processo que consiste em verificar tecnologias presentes na Internet, como e-mail, webpages,
se um usuário é realmente quem alega ser. Os documen- servidor FTP etc.
tos e dados podem ser protegidos através da solicitação A ideia de uma extranet é melhorar a comunicação en-
de uma combinação de nome do usuário/senha, ou da ve- tre os funcionários e parceiros além de acumular uma base
rificação do endereço IP do solicitante, ou de ambas. Os de conhecimento que possa ajudar os funcionários a criar
usuários autenticados têm o acesso autorizado ou negado novas soluções.
a recursos específicos de uma intranet, com base em uma Exemplificando uma rede de conexões privadas, basea-
ACL (Access Control List) mantida no servidor Web; da na Internet, utilizada entre departamentos de uma em-
Criptografia - É a conversão dos dados para um for- presa ou parceiros externos, na cadeia de abastecimento,
mato que pode ser lido por alguém que tenha uma chave trocando informações sobre compras, vendas, fabricação,
secreta de descriptografia. Um método de criptografia am- distribuição, contabilidade entre outros.

70
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Internet Explorer1

O Internet Explorer facilita o acesso a sites e ajuda a ver


com o máximo de qualidade todo o conteúdo incrível que
você pode encontrar. Depois de aprender alguns gestos
e truques comuns, você poderá usar seu novo navegador
com todo o conforto e aproveitar ao máximo seus sites
favoritos.

Noções básicas sobre navegação

Mãos à obra. Para abrir o Internet  Explorer,  toque ou


clique no bloco Internet Explorer na tela Inicial.
Uma barra de endereços, três formas de usar
A barra de endereços é o seu ponto de partida para Abrindo e alternando as guias
navegar pela Internet. Ela combina barra de endereços e Abra uma nova guia tocando ou clicando no botão
caixa de pesquisa para que você possa navegar, pesquisar Nova guia . Em seguida, insira uma URL ou um termo de
ou receber sugestões em um só local. Ela permanece fora pesquisa ou selecione um de seus sites favoritos ou mais
do caminho quando não está em uso para dar mais espaço visitados.
para os sites. Para que a barra de endereços apareça, passe Alterne várias guias abertas tocando ou clicando nelas
o dedo de baixo para cima na tela ou clique na barra na na barra de guias. Você pode ter até 100 guias abertas em
parte inferior da tela se estiver usando um mouse. Há três uma só janela. Feche as guias tocando ou clicando em Fe-
maneiras de utilizá-la: char no canto de cada guia.
Para navegar. Insira uma URL na barra de endereços
para ir diretamente para um site. Ou toque, ou clique, na
barra de endereços para ver os sites que mais visita (os
sites mais frequentes).
Para pesquisar. Insira um termo na barra de endereços
e toque ou clique em Ir para pesquisar a Internet com o
mecanismo de pesquisa padrão.
Para obter sugestões. Não sabe para onde deseja ir?
Digite uma palavra na barra de endereços para ver suges-
tões de sites, aplicativos e pesquisa enquanto digita. Basta
tocar ou clicar em uma das sugestões acima da barra de
endereços.

Usando várias janelas de navegação


Também é possível abrir várias janelas no Internet Ex-
plorer  11 e exibir duas delas lado a lado. Para abrir uma
nova janela, pressione e segure o bloco Internet Explorer
(ou clique nele com o botão direito do mouse) na tela Ini-
cial e, em seguida, toque ou clique em Abrir nova janela.
Duas janelas podem ser exibidas lado a lado na tela.
Abra uma janela e arraste-a de cima para baixo, para o lado
direito ou esquerdo da tela. Em seguida, arraste a outra
janela a partir do lado esquerdo da tela.

Dica
Multitarefas com guias e janelas Você pode manter a barra de endereços e as guias en-
Com as guias, você pode ter muitos sites abertos em caixadas na parte inferior da tela para abrir sites e fazer
uma só janela do navegador, para que seja mais fácil abrir, pesquisas rapidamente. Abra o botão Configurações, to-
fechar e alternar os sites. A barra de guias mostra todas que ou clique em Opções e, em Aparência, altere Sempre
as guias ou janelas que estão abertas no Internet Explorer. mostrar a barra de endereços e as guias para Ativado.
Para ver a barra de guias, passe o dedo de baixo para cima Personalizando sua navegação
(ou clique) na tela. Depois de ter aprendido as noções básicas sobre o uso
do navegador, você poderá alterar suas home pages, adi-
1 Fonte: Ajuda do Internet Explorer cionar sites favoritos e fixar sites à tela Inicial.

71
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para escolher suas home pages

Para fixar um site na tela Inicial

A fixação de um site cria um bloco na tela Inicial, o


que fornece acesso com touch ao site em questão. Alguns
sites fixados mostrarão notificações quando houver novo
conteúdo disponível. Você pode fixar quantos sites quiser e
organizá-los em grupos na tela Inicial.

As home pages são os sites que se abrem sempre que


você inicia uma nova sessão de navegação no Internet Ex-
plorer. Você pode escolher vários sites, como seus sites de
notícias ou blogs favoritos, a serem carregados na abertura
do navegador. Dessa maneira, os sites que você visita com
mais frequência estarão prontos e esperando por você.
Passe o dedo da borda direita da tela e toque em Con-
figurações.

(Se você estiver usando um mouse, aponte para o can- Para exibir os comandos de aplicativos, passe o dedo
to inferior direito da tela, mova o ponteiro do mouse para
de baixo para cima (ou clique).
cima e clique em Configurações.)
Toque ou clique no botão Favoritos , toque ou clique
Toque ou clique em Opções e, em Home pages, toque
no botão Fixar site  e, em seguida, toque ou clique em
ou clique em Gerenciar.
Fixar na Tela Inicial.
Insira a URL de um site que gostaria de definir como
home page ou toque ou clique em Adicionar site atual se
Dica
estiver em um site que gostaria de transformar em home
Você pode alternar rapidamente os favoritos e as guias
page.
tocando ou clicando no botão Favoritos ou no botão
Para salvar seus sites favoritos Guias nos comandos de aplicativos.
Salvar um site como favorito é uma forma simples de
memorizar os sites de que você gosta e que deseja visitar Lendo, salvando e compartilhando conteúdo da In-
sempre. (Se você tiver feito a atualização para o Windo- ternet
ws 8.1 a partir do Windows 8 e entrado usando sua conta
da Microsoft, todos os favoritos já existentes terão sido im- Ao examinar seu conteúdo online favorito, procure
portados automaticamente.) pelo ícone Modo de exibição de leitura na barra de en-
Vá até um site que deseja adicionar. dereços. O Modo de exibição de leitura retira quaisquer
Passe o dedo de baixo para cima (ou clique) para exibir itens desnecessários, como anúncios, para que as matérias
os comandos de aplicativos. Em seguida, toque ou clique sejam destacadas. Toque ou clique no ícone para abrir a
no botão Favoritos  para mostrar a barra de favoritos. página no modo de exibição de leitura. Quando quiser re-
Toque ou clique em Adicionar a favoritos e, em se- tornar à navegação, basta tocar ou clicar no ícone nova-
guida, toque ou clique em Adicionar. mente.

72
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para salvar páginas na Lista de Leitura

Quando você tiver um artigo ou outro conteúdo que


deseje ler mais tarde, basta compartilhá-lo com sua Lista
de Leitura em vez de enviá-lo por email para você mesmo
Um artigo da Internet com o modo de exibição de lei- ou de deixar mais guias de navegação abertas. A Lista de
tura desativado Leitura é a sua biblioteca pessoal de conteúdo. Você pode
adicionar artigos, vídeos ou outros tipos de conteúdo a ela
diretamente do Internet Explorer, sem sair da página em
que você está.
Passe o dedo desde a borda direita da tela e toque em
Compartilhar.
(Se usar um mouse, aponte para o canto superior direi-
to da tela, mova o ponteiro do mouse para baixo e clique
em Compartilhar.)
Toque ou clique em Lista de Leitura e, em seguida, em
Adicionar. O link para o conteúdo será armazenado na Lista
de Leitura.

Ajudando a proteger sua privacidade


Um artigo da Internet com o modo de exibição de lei-
tura ativado Interagir em redes sociais, fazer compras, estudar,
Para personalizar as configurações do modo de exibi- compartilhar e trabalhar: você provavelmente faz tudo isso
ção de leitura diariamente na Internet, o que pode disponibilizar suas in-
Passe o dedo da borda direita da tela e toque em Con- formações pessoais para outras pessoas. O Internet Explo-
figurações. rer ajuda você a se proteger melhor com uma segurança
(Se você estiver usando um mouse, aponte para o can- reforçada e mais controle sobre sua privacidade. Estas são
to inferior direito da tela, mova o ponteiro do mouse para algumas das maneiras pela quais você pode proteger me-
cima e clique em Configurações.) lhor a sua privacidade durante a navegação:
Toque ou clique em Opções e, em Modo de exibição de Use a Navegação InPrivate. Os navegadores armaze-
leitura, escolha um estilo de fonte e um tamanho de texto. nam informações como o seu histórico de pesquisa para
Estas são algumas opções de estilo que você pode se- ajudar a melhorar sua experiência. Quando você usa uma
lecionar. guia InPrivate, pode navegar normalmente, mas os dados
como senhas, o histórico de pesquisa e o histórico de pá-
ginas da Internet são excluídos quando o navegador é fe-
chado. Para abrir uma nova guia InPrivate, passe o dedo
de baixo para cima na tela (ou clique nela) para mostrar
os comandos de aplicativos, ou toque ou clique no botão
Ferramentas de guia e em Nova guia InPrivate.
Use a Proteção contra Rastreamento e o recurso Do
Not Track para ajudar a proteger sua privacidade. O ras-
treamento refere-se à maneira como os sites, os provedo-
res de conteúdo terceiros, os anunciantes, etc. aprendem
a forma como você interage com eles. Isso pode incluir o
rastreamento das páginas que você visita, os links em que
você clica e os produtos que você adquire ou analisa. No
Internet Explorer, você pode usar a Proteção contra Ras-
treamento e o recurso Do Not Track para ajudar a limitar
as informações que podem ser coletadas por terceiros so-
bre a sua navegação e para expressar suas preferências de
privacidade para os sites que visita.

73
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

FIREFOX2 · Os arquivos recebidos são salvos automaticamente na


área de trabalho, onde são fáceis de achar. Menos interrup-
Firefox é um navegador web de código aberto e mul- ções significam downloads mais rápidos. Claro, essa função
tiplataforma com versões para Windows, OS X (Mac), Linux pode ser personalizada sem problemas;
e Android, em variantes de 32 e 64 bits, dependendo da · Você decide como deve ser seu navegador;
plataforma. O Firefox possui suporte para extensões, nave- · O Firefox é o navegador mais personalizável que exis-
gação por abas, alerta contra sites maliciosos, suporte para te. Coloque novos botões nas barras de ferramentas, ins-
sincronização de informações, gerenciador de senhas, blo- tale extensões que adiciona novas funções, adicione temas
queador de janelas pop-up, pesquisa integrada, corretor que modificam o visual do Firefox e coloque mais mecanis-
ortográfico, gerenciador de download, leitor de feeds RSS mos nos campos de pesquisa.
e outros recursos. O Firefox pode se tornar o navegador mais adequado
Além de ser multiplataforma, o Firefox também supor- para a sua necessidade:
ta diferentes linguagens, incluindo o português do Brasil · Fácil utilização;
(Pt Br). · Simples e intuitivo, mas repleto de recursos. O Firefox
Surgido de um projeto criado por Dave Hyatt e Blake tem todas as funções que você está acostumado - favoritos,
Ross em 2002, somente dois anos depois a plataforma de histórico, tela inteira, zoom de texto para tornar as páginas
navegação pela internet se desmembrou de outras ferra- mais fáceis de ler, e diversas outras funcionalidades intuitivas;
mentas e se tornou um browser independente. No começo, · Compacto;
o Firefox se popularizou apenas entre o nicho de adeptos · A maioria das distribuições está em torno dos 5MB.
do “software livre”, e mesmo assim já alcançou dezenas de Você leva apenas alguns minutos para copiar o Firefox para
milhões de downloads. o seu computador em uma conexão discada e segunda em
Não demorou muito para que o navegador começasse uma conexão banda larga. A configuração é simples e in-
a receber melhorias relevantes e o seu potencial fosse ob- tuitiva. Logo você estará navegando com essa ferramenta.
servado por outros perfis de internautas. E foi basicamente
assim que o produto da Fundação Mozilla ganhou seu es- Principais novidades
paço e quase desbancou a hegemonia do Internet Explorer. Tudo começa pelo novo e intuitivo menu
Seu sistema de abas permite que o usuário navegue - As opções que você mais acessa, todas no mesmo lugar
em diversos sites sem a necessidade de abrir várias instân- - Pensado para facilitar o acesso
cias do programa. A função de navegação privativa é muito - Converse por vídeo com qualquer pessoa diretamen-
útil, pois com ela, o Mozilla Firefox não memoriza histórico, te do Firefox
dados fornecidos a páginas e ao campo de pesquisa, lista
de downloads, cookies e arquivos temporários. Serão pre-
servados apenas arquivos salvos por downloads e novos
favoritos. Além dessas opções, o navegador continua com
as funções básicas de qualquer outro aplicativo semelhan-
te: gerenciador de favoritos, suporte a complementos e
sincronização de dados na nuvem.
Principais características
· Navegação em abas;
· A mesma janela pode conter diversas páginas. Abrin-
do os links em segundo plano
Eles já estarão carregados quando você for ler;
· Bloqueador de popups: Conheça o Firefox Hello
· O Firefox já vem com um bloqueador embutido de - Converse por vídeo com qualquer pessoa, em qual-
popups; quer lugar
· Pesquisa inteligente; - É grátis! Não é preciso ter conta ou baixar comple-
· O campo de pesquisa pelo Google fica na direita na mentos.
barra de ferramentas e abre direto a página com os resul- - Escolha como você quer pesquisar
tados, poupando o tempo de acesso à página de pesquisa
antes de ter que digitar as palavras chaves. O novo localiza-
dor de palavras na página busca pelo texto na medida em
que você as digita, agilizando a busca;
· Favoritos RSS;
· A integração do RSS nos favoritos permite que você
fique sabendo das atualizações e últimas notícias dos seus
sites preferidos cadastrados. Essa função é disponibilizada
a partir do Firefox 2;
· Downloads sem perturbação;
2 Fonte: Ajuda do Firefox

74
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Uma nova maneira de pesquisar, ainda mais inteligente Ocultar ou exibir Sugestões na Nova Aba
- Sugestões de pesquisa aparecerão conforme você digita Você pode determinar sua página Nova Aba para exibir
- Escolha o site certo para cada pesquisa seus sites mais visitados ou até mesmo nada. Para acessar
- Use a estrela para adicionar Favoritos estes controles clique no ícone da engrenagem no canto
superior direito da nova aba.
Exibir seus sites principais
Clique no ícone de engrenagem na página Nova Aba e
marque Exibir os sites mais visitados.
Mostrar uma Nova Aba em branco
Para remover todos os sites da página Nova Aba, sele-
cione Exibir página em branco.

Seus sites favoritos estão mais perto do que nunca


- Adicione e visualize seus Favoritos rapidamente
- Salve qualquer site com apenas um clique

Desativar os controles da Nova Aba


Para ocultar tudo na sua página Nova Aba, incluindo os
controles da Nova Aba (ou para escolher a página que abre
em uma nova aba) você pode instalar o complemento New
Tab Override (browser.newtab.url replacement).

Personalizar a página Nova aba


O comportamento padrão do Firefox é exibir os sites
em destaque em uma nova aba. Aprenda como personali-
zar, fixar, remover e reorganizar esses sites.

Fixar

Como funcionam as sugestões de sites?


O Firefox exibe links de sites como miniaturas ou lo-
gotipos na página Nova Aba. Quando usar o Firefox pela
primeira vez, verá links para sites da Mozilla. Esses sites
serão eventualmente substituídos por sites visitados com
mais frequência.

Clique no ícone no canto superior esquerdo da suges-


tão para fixá-la naquela posição na página.
Dica: Configure o Firefox Sync para sincronizar suas Su-
gestões fixadas entre os seus outros computadores.

Remover

75
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique no “X” no canto superior direito do site para ex- Configurar o Sync requer duas partes: A criação de
cluí-lo da página. uma conta no seu dispositivo principal e entrar nesta conta
Nota: Se acidentalmente remover um site, pode recu- usando outros dispositivos. Aqui estão os passos em de-
perá-lo clicando em Desfazer no topo da página. Se muitos talhes:
sites foram removidos clique em Restaurar tudo. - Crie uma conta do Sync
Clique no botão de menu   e depois em Entrar no
Reorganizar Sync. A página de acesso será aberta em uma nova aba.

Nota: Se não visualizar uma seção do Sync no menu,


você ainda está usando uma versão antiga do Sync. 
Clique no botão Começar.
Preencha o formulário para criar uma conta e clique
em Sign Up. Anote o endereço de e-mail e a senha usada,
você precisará disso mais tarde para entrar.
Clique e arraste uma Sugestão para dentro da posição Verifique nas suas mensagens se recebeu o link de
que desejar. Ela será “fixada” nesse novo local. verificação e clique nele para confirmar seu endereço de
Adicionar um dos seus favoritos e-mail. Você já está pronto para começar a usar!
Você também pode abrir a biblioteca de favoritos e ar-
rastá-los para a página Nova Aba. Conecte dispositivos adicionais ao Sync
Antes de iniciar, configure o Firefox para lembrar o his- Tudo que precisa fazer é entrar e deixar o Sync fazer o
tórico. resto. Para entrar você precisa do endereço de e-mail e a
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos senha que usou no começo da configuração do sync.
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca. Clique no botão de menu   , e, em seguida, clique
Arraste um favorito para dentro da posição que você em Entrar no Sync.
quiser. Clique no botão Começar para abrir a página Crie uma
conta Firefox.
Clique no link Already have an account? Sign in na par-
te inferior da página.

Insira o e-mail e a senha que você usou para criar sua


nova conta do Sync.
Como faço para configurar o Sync no meu compu- Depois que você tiver entrado, o Firefox Sync começará
tador? a sincronização de suas informações através dos seus dis-
positivos conectados.
O Sync permite compartilhar seus dados e preferên-
cias (como favoritos, histórico, senhas, abas abertas, Lista Remover um dispositivo do Sync
de Leitura e complementos instalados) com todos os seus Clique no botão   para expandir o Menu.
dispositivos. Aprenda como configurar o Firefox Sync. Clique no nome da sua conta no Sync (geralmente seu
Importante:  O  Sync  requer a versão mais recente do endereço de e-mail) para abrir as preferências do Sync.
Firefox. Certifique-se de que você atualizou o Firefox em Clique em Desconectar. Seu dispositivo não será mais
quaisquer computadores ou dispositivos Android. sincronizado.

76
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Crie favoritos para salvar suas páginas favoritas dereços. Enquanto você digita, uma lista de sites que já
Os favoritos são atalhos para as páginas da web que você visitou, adicionou aos favoritos ou colocou tags apa-
você mais gosta. recerá. Sites com favoritos terão uma estrela amarela ao
Como eu crio um favorito? seu lado. Apenas clique em um deles e você será levado até
Fácil — é só clicar na estrela! lá instantaneamente.
Para criar um favorito, clique no ícone da estrela na
Barra de ferramentas. A estrela ficará azul e seu favorito
será adicionado na pasta “Não organizados”. Pronto!

Como eu organizo os meus favoritos?


Na Biblioteca, você pode ver e organizar todos os seus
Dica: Quer adicionar todas as abas de uma só vez? favoritos.
Clique com o botão direito do mouse em qualquer aba e Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos
selecione Adicionar todas as abas.... Dê um nome a pasta os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
e escolha onde quer guardá-la. Clique adicionar favoritos
para finalizar.

Como eu mudo o nome ou onde fica guardado um


favorito?
Para editar os detalhes do seu favorito, clique nova-
mente na estrela e a caixa Propriedades do favorito apa-
recerá.

Por padrão, os favoritos que você cria estarão localiza-


dos na pasta “Não organizados”. Selecione-a na barra late-
ral da janela “Biblioteca” para exibir os favoritos que você
adicionou. Dê um clique duplo em um favorito para abri-lo.
Enquanto a janela da Biblioteca está aberta, você tam-
bém pode arrastar favoritos para outras pastas como a
Na janela Propriedades do favorito você pode modifi- “Menu Favoritos”, que exibe seus favoritos no menu aberto
car qualquer um dos seguintes detalhes: pelo botão Favoritos. Se você adicionar favoritos à pasta
Nome: O nome que o Firefox exibe para os favoritos “Barra de favoritos”, eles aparecerão nela (embaixo da Bar-
em menus. ra de navegação).
Pasta: Escolha em que pasta guardar seu favorito sele-
cionando uma do menu deslizante (por exemplo, o Menu
Favoritos ou a Barra dos favoritos). Nesse menu, você tam-
bém pode clicar em Selecionar... para exibir uma lista de
todas as pastas de favoritos.
Tags: Você pode usar tags para ajudá-lo a pesquisar e
organizar seus favoritos. Quando você terminar suas modi-
ficações, clique em Concluir para fechar a caixa.

Onde posso encontrar meus favoritos?


A forma mais fácil de encontrar um site para o qual
você criou um favorito é digitar seu nome na Barra de En-

77
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Como eu ativo a Barra de favoritos?


Se você gostaria de usar a Barra de Favoritos, faça o
seginte:
Clique no botão e escolhe Personalizar.
Clique na lista Exibir/ocultar barras e no final selecione
Barra dos favoritos.
Clique no botão verde Sair da personalização.

Removendo apenas uma página dos Favoritos


Acesse a página que deseja remover nos Favoritos.
Clique no ícone da estrela à direita da sua barra de pes-
quisa.
Na janela Editar este favorito, clique Remover Favorito.

Na janela de nova pasta, digite o nome e (opcional-


mente) uma descrição para a pasta que você deseja criar.

Adicionando favoritos em pastas


Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Clique na pasta que contém atualmente o favorito que
você deseja mover.
Arraste o favorito sobre a pasta e solte o botão para
mover o favorito para a pasta.

Ordenando por nome


Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Clique com o botão direito do mouse na pasta que de-
Removendo mais de uma página ou pasta dos Favo-
seja ordenar e selecione Ordenar pelo nome. Os Favoritos
ritos
serão colocados em ordem alfabética.
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
No painel esquerdo da janela do gerenciador, clique na
pasta que deseja visualizar. Seu conteúdo será mostrado
no painel direito.
No painel direito, selecione os itens que deseja remo-
ver.
Com os itens a serem removidos selecionado, clique no
botão Organizar e selecione Excluir.

As alterações efetuadas na janela Biblioteca será refle-


Criando novas pastas tido na barra lateral, no menu e no botão de favoritos.
Reorganizando manualmente
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca. os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Clique com o botão direito do mouse na pasta que irá Clique na pasta que contém o favorito que você deseja
conter a nova pasta, então selecione Nova pasta.... mover para expandi-la.

78
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique no favorito que você quer mover e arraste-o Dica: Mais opções de configuração da página inicial es-
para a posição desejada. tão disponíveis na janela Opções .

Clique no botão menu e depois em Opções, na ja-


nela que foi aberta vá para o painel Geral.
A partir do menu drop-down, selecione Abrir página
em branco na inicialização ou Restaurar janelas e abas an-
teriores.
Clicando em Usar as páginas abertas, as páginas que
estiverem abertas serão configuradas como páginas ini-
ciais, abrindo cada página em uma aba separada.

Para restaurar as configurações da página inicial, siga


os seguintes passos:
Clique no botão , depois em Opções
Selecione o painel Geral.
Clique no botão Restaurar o padrão localizado logo
abaixo do campo Página Inicial.
Para mover um favorito para uma pasta diferente, ar-
raste-o para cima da pasta.
As alterações efetuadas na janela Biblioteca serão re-
fletidas na barra lateral, no menu e no botão de favoritos.

Ordenar visualizações na janela Biblioteca


Para ver os seus favoritos em várias ordens de classifi-
cação, use a janela Biblioteca:
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos
os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
No painel esquerdo, clique na pasta que deseja visuali-
zar. O conteúdo será exibido no painel da direita.
Clique no botão Exibir, selecione Ordenar e depois
escolha uma ordem de classificação. Feche a janela about:preferences. Quaisquer alterações
A ordem de classificação na janela Biblioteca é apenas feitas serão salvas automaticamente.
para visualização, e não vai ser refletido na barra lateral, no
menu ou no botão de favoritos. Sugestões de pesquisa no Firefox
Definindo a Página Inicial Muitos mecanismos de pesquisa (incluindo Yahoo,
Veja como abrir automaticamente qualquer página Google, Bing e outros) fornecem sugestões de pesquisa,
web na inicialização do Firefox ou clicando no botão Pági- as quais são baseadas em pesquisas populares que outras
na inicial . pessoas fazem e que estão relacionadas com uma pala-
Abra a página web que deseja definir como sua página vra ou palavras que você inserir. Quando as Sugestões de
inicial. Pesquisa estão ativadas, o texto que você digita em um
Clique e arraste a aba para cima do botão Página Inicial campo de pesquisa é enviado para o mecanismo de busca,
. o qual analisa as palavras e exibe uma lista de pesquisas
relacionadas.

Clique em Sim para definir esta página como sua pá-


gina inicial.

79
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Como as sugestões de pesquisa funcionam Enquanto você digita na busca da barra de ferramen-
Se você ver uma sugestão de pesquisa que correspon- tas, o seu mecanismo de pesquisa padrão mostra suges-
de ao que você está procurando, clique nela para ver re- tões para ajudá-lo a procurar mais rápido. Essas sugestões
sultados para aquele termo de pesquisa. Isso pode poupar são baseadas em pesquisas populares ou em suas pesqui-
tempo e ajudar você a encontrar o que está procurando sas anteriores (se estiver ativado).
com menos digitação.
Ativar as sugestões de pesquisa enviará as palavras-
chave que você digita num campo de busca para o me-
canismo de pesquisa padrão - a menos que pareça que
você está digitando uma URL ou hostname. Os campos de
pesquisa incluem:
- a barra de pesquisa
- páginas iniciais (como mostrado na imagem acima)
- a barra de endereço (onde as Sugestões de Pesquisa
podem ser desativadas separadamente)
O mecanismo de pesquisa padrão pode coletar essas
informações de acordo com os termos da política de pri-
vacidade deles, e os usuários preocupados sobre essas in-
formações sendo coletadas podem desejar não ativar as
sugestões de pesquisa. As sugestões de pesquisa estão de-
sativadas por padrão no modo de Navegação Privada. Você
deve ativá-las explicitamente em uma janela de navegação
privativa para ativá-las nesse modo.
Ativando ou desativando as sugestões de pesquisa
As sugestões de pesquisa podem ser ativadas ou de- Pressione Enter para pesquisar usando o seu mecanis-
sativadas a qualquer momento marcando ou desmarcando mo de pesquisa padrão, ou selecione outro mecanismo de
a caixa Fornecer sugestões de pesquisa na seção Pesquisar pesquisa clicando no logotipo.
das opções do Firefox: Mecanismos de pesquisa disponíveis
O Firefox vem com os seguintes mecanismos de pes-
quisa por padrão:
- Google para pesquisar na web através do Google
Nota: O padrão de busca do Google é criptografado
para evitar espionagem.
- Yahoo para pesquisar na web através do Yahoo
- Bing para pesquisar na web através do Microsoft Bing
- BuscaPé para procurar comparações de preços, pro-
dutos e serviços no site BuscaPé.
- DuckDuckGo como mecanismo de pesquisa para
para usuários que não querem ser rastreados.
- Mercado Livre para procurar por itens à venda ou em
leilão no Mercado Livre
Para ver sugestões de pesquisa na barra de endereços, - Twitter para procurar pessoas no Twitter
marque a opção Mostrar sugestões de pesquisa na barra - Wikipédia (pt) para pesquisar na enciclopédia online
de localização. gratuita Wikipédia Portuguesa.
Usando a Barra de Pesquisa
Basta digitar na barra de Pesquisa na sua barra de fer- Gerenciador de Downloads
ramentas ou na página de Nova Aba.
A Biblioteca e o painel de downloads controlam os ar-
quivos baixado pelo Firefox. Aprenda a gerenciar seus ar-
quivos e configurar as definições de download.
Como faço para acessar meus downloads?
Você pode acessar seus downloads facilmente clicando
no icone download (a seta para baixo na barra de ferra-
mentas). A seta vai aparecer azul para que você saiba
que existem arquivos baixados.
Durante um download, o icone de download muda
para um timer que mostra o progresso do seu download.
O timer volta a ser uma seta quando o download for con-
cluído.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Como posso gerenciar meus arquivos baixados?


No painel Downloads e na sua Biblioteca, existe um
botão icone a direita de cada arquivo que muda de acordo
com o progresso atual do download.

Clique no icone download para abrir o painel de down-


loads. O painel Downloads exibe os últimos três arquivos
baixados, juntamente com o tempo, tamanho e fonte do
download:

Pausar: Você pode pausar qualquer download em


progresso clicando com o botão direito no arquivo e se-
lecionando Pausar. Isto pode ser útil, por exemplo, se você
precisa abrir um pequeno download que começou depois
de um download grande. A Pausa de downloads lhe dá a
opção de decidir qual dos seus downloads são mais impor-
tantes.Quando você quiser continuar o download desses
arquivos, clique com o botão direito no arquivo e selecione
Continue.

Para ver todos os seus downloads, acesse a Biblioteca Cancelar : Se depois de iniciar o download você de-
clicando em Exibir todos os downloads na parte inferior do cidir que não precisa mais do arquivo, cancelar o download
painel de Downloads. é simples: apenas clique no botão X ao lado do arquivo.
Este botão se transformará em um símbolo de atualização,
clique novamente para reiniciar o download.
Abrir o arquivo: Quando o download acabar, você pode
dar um clique no arquivo para abrir-lo.
Abrir pasta : Uma vez que o arquivo tenha concluído
o download, o ícone à direita da entrada do arquivo torna-
se uma pasta. Clique no ícone da pasta para abrir a pasta
que contém esse arquivo.

Remover arquivo da lista: Se você não quiser manter o


registro de um determinado download, simplesmente cli-
que com o botão direito no arquivo, então selecione Excluir
da lista. Isto irá remover a arquivo da lista, mas não vai
apagar o arquivo em si.
Repetir um download : Se por qualquer razão um
download não completar, clique no botão a direita do ar-
quivo - um simbolo de atualizar - para reiniciar.
Limpar downloads: Clique no botão Limpar Downloads
A Biblioteca mostra essas informações para todos os no topo da janela da Biblioteca para limpar todo o histórico
seus arquivos baixados, a menos que você tenha removido de itens baixados.
eles do seu histórico.
Como deixar o Firefox em tela inteira
Tela inteira é um recurso do Firefox que permite que
ele ocupe a tela toda, ótimo para aquelas telinhas aperta-
das de netbooks, aproveitando o máximo da sua HDTV ou
só porque quer!
Ative o modo Tela inteira
Maior é melhor! Preencha sua tela com o Firefox.
Clique no botão menu no lado direito da barra de
ferramentas e selecione Tela inteira.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Histórico de navegação e downloads: Histórico de na-


vegação é a lista de sites que você visitou que são exibidos
no menu Histórico, a lista do Histórico na janela Biblioteca
e a lista de endereços da função de completar automati-
camente da Barra de endereços. Histórico dos downloads
é a lista de arquivos que foram baixados por você e são
exibidos na janela Downloads.
Dados memorizados de formulários e Barra de Pesqui-
sa: O histórico de dados memorizados de formulários inclui
os itens que você preencheu em formulários de páginas
web para a funcionalidade de Preenchimento Automático
de Formulários. O histórico da Barra de Pesquisa inclui os
itens que você pesquisou na Barra de Pesquisa do Firefox.
Cookies: Cookies armazenam informações sobre os
websites que você visita, tais como o estado da sua auten-
ticação e preferências do site. Também incluem informa-
Desative o modo Tela inteira ções e preferências do site armazenadas por plugins como
Traga o meu computador de volta! Encolha o Firefox o Adobe Flash. Cookies podem também ser usados por
para seu tamanho normal. terceiros para rastreá-lo entre páginas.
Mova o mouse para o topo da tela para fazer a barra de Nota: Para poder limpar cookies criados pelo Flash
ferramentas reaparecer você precisa estar usando a versão mais recente do plugin.
Clique no botão menu no lado direito da barra de Cache: O cache armazena arquivos temporariamente,
ferramentas e selecione Tela inteira. tais como páginas web e outras mídias online, que o Firefox
Atalhos de teclado baixou da Internet para tornar o carregamento das páginas
Para aqueles de boa memória. Use a tela inteira através e sites que você já visitou mais rápido.
do teclado. Logins ativos: Caso você tenha se logado em um web-
Atalho para alternar o modo Tela inteira: Pressione a site que usa autenticação HTTP desde a vez mais recente
tecla F11. que você abriu o Firefox, este site é considerado “ativo”. Ao
Nota: Em computadores com teclado compacto (como limpar estes registros você sai destes sites.
netbooks e laptops), pode ser necessário usar a combina- Dados offline de sites: Se você permitir, um website
ção de teclas fn + F11. pode guardar informações em seu computador para que
você possa continuar a utilizá-lo mesmo sem estar conec-
Histórico tado à Internet.
Toda vez que você navega na internet o Firefox guarda Preferências de sites: Preferências de sites, incluindo
várias informações suas, como por exemplo: sites que você o nível de zoom salvo para cada página específica, codi-
visitou, arquivos que você baixou, logins ativos, dados de ficação de caracteres e as permissões de páginas (como
formulários, entre outros. Toda essa informação é chamada excessões para bloqueadores de anúncios) estão descritas
de histórico. No entanto, se estiver usando um computador em janela de Propriedades da Página.
público ou compartilha um computador com alguém, você
pode não querer que outras pessoas vejam esses dados. Como limpo meu histórico?
Clique no botão de menu , selecione Histórico e, em
Que coisas estão incluídas no meu histórico? seguida, Limpar dados de navegação….
Selecione o quanto do histórico você deseja limpar:
Clique no menu suspenso ao lado de Intervalo de tem-
po a limpar para escolher quanto de seu histórico o Firefox
limpará.

Em seguida, clique na seta ao lado de Detalhes para


selecionar exatamente quais informações você quer que
sejam limpas.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Após selecionar os itens a serem limpos, clique em OK


para fechar a janela Configurações para a limpeza do his-
Finalmente, clique no botão Limpar agora. A janela tórico.
será fechada e os itens selecionados serão limpos. Feche a janela about:preferences. Quaisquer alterações
Como faço para o Firefox limpar meu histórico auto- feitas serão salvas automaticamente.
maticamente? Como faço para remover um único site do meu histó-
rico?
Se você precisa limpar seu histórico sempre que usar Clique no botão , depois em Histórico, em seguida,
o Firefox, você pode configurá-lo para que isso seja feito clique no link no final da lista Exibir todo o histórico, para
automaticamente assim que você sair, assim você não es- abrir a janela da Biblioteca.
quece. Use o campo Localizar no histórico no canto superior
Clique no botão , depois em Opções direito e pressione a tecla Enter para procurar pelo site que
Selecione o painel Privacidade. você deseja remover do histórico.
Defina O Firefox irá: para Usar minhas configurações. Nos resultados da busca, clique com o botão direito no
site que você deseja remover, e selecione Limpar tudo so-
bre este site. Ou simplesmente selecione o site que deseja
excluir e pressione a tecla ‘Delete’.
Todos os dados de histórico (histórico de navegação e
downloads, cookies, cache, logins ativos, senhas, dados de
formulários, exceções para cookies, imagens, pop-ups) do
site serão removidos.

Marque a opção Limpar histórico quando o Firefox fe-


char.

Para especificar que tipos de histórico devem ser lim-


pos, clique no botão Configurar..., ao lado de Limpar histó- Finalmente, feche a janela Biblioteca.
rico quando o Firefox fechar.
O leitor de PDF
Na janela Configurações para a limpeza do histórico, O visualizador de PDF integrado de maneira nativa ao
marque os itens que você quer que sejam limpos automa- navegador. Isto significa que agora não é mais necessário
ticamente sempre que você sair do Firefox. ter que instalar um plugin externo no Mozilla Firefox para

83
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

fazê-lo visualizar um documento neste formato. Este visua- Seção Impressoras:


lizador, inclusive, funciona da mesma forma como ocorre
no Google Chrome, que também suporta a visualização de Clique no menu drop-down ao lado de Name para mu-
arquivos PDF nativamente. dar qual a impressora imprimirá a página que você está
Agora, sempre que você clicar em um documento PDF vendo.
no navegador, ele será aberto diretamente na tela. Os con- Nota: A impressora padrão é a do Windows. Quando
troles são exibidos na parte superior, com os quais você uma página da web é impressa com a impressora selecio-
pode salvar ou imprimir o documento, bem como usar re- nada, ela se torna a impressora padrão do Firefox.
cursos como zoom, ou ir diretamente para uma página es- Cique em Propiedades... para mudar o tamanho do pa-
pecífica. Também é possível alternar para o modo de apre- pel, qualidade de impressão e outras configurações espe-
sentação e exibir o PDF em tela cheia. cíficas da impressora.
Durante os testes realizados, conseguimos abrir vários Seção Intervalo de impressão - Especifique quais pági-
PDFs em diversas abas sem nenhum problema, já que não nas da página web atual será impressa:
houve travamentos. O segredo por trás do leitor é que ele Selecione Tudo para imprimir tudo.
converte os PDFs para o HTML 5. Selecione Páginas e coloque o intervalo de páginas
que você quer imprimir. Por exemplo, selecionando “de 1 a
Imprimindo uma página web 1” imprimirá somente a primeira página.
Selecione Seleção para imprimir somente a parte da
Clique no menu e depois em Imprimir. página que você selecionou.
Seção Cópias - Especifique quantas cópias você quer
imprimir.
Se colocar mais do que 1 no campo Número de cópias,
você também pode escolher se quer agrupá-las. Por exem-
plo, se você escolheu fazer 2 cópias e selecionou Juntar,
elas serão impressas na ordem 1, 2, 3, 1, 2, 3. Caso contrá-
rio, elas serão impressas na ordem 1, 1, 2, 2, 3, 3.
Nota: As seguintes configurações são salvas como pre-
ferências do Firefox em uma base por impressora.
SeçãoImprimir bordas - Se você está vendo uma pá-
gina web com bordas, poderá selecionar como as bordas
serão impressas:

Na janela de impressão que foi aberta, ajuste as con-


figurações do que você está prestes a imprimir, se for ne-
cessário.
Clique em OK para iniciar a impressão.
Janela de configurações de impressão

Como apresentado na tela irá imprimir da mesma for-


ma que você vê a página web no Firefox.
O campo selecionado irá imprimir somente o conteúdo
dentro da última borda que você clicou.
Cada campo separadamente irá imprimir o conteúdo
de todas as bordas, mas em páginas separadas.
Mudando a configuração da página
Para alterar a orientação da página, alterar se as cores
e imagens de fundo são impressas, as margens da página,
o que incluir no cabeçalho e rodapé das páginas impressas,
na parte superior da janela do Firefox, clique no botão Fi-
refox, veja mais em Imprimir... (menu Arquivo no Windows
XP) e selecione Configurar página.... A janela de configura-
ção de página irá aparecer.

84
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Nota: As seguintes configurações são salvas como pre- Na aba Margens e Cabeçalhos/Rodapé você pode alte-
ferências do Firefox em uma base por impressora. rar:
Margens: Você pode colocar a largura da margem se-
Formato e Opções paradamente para cima, baixo, esquerda e direita.
Cabeçalho e Rodapé: Use os menus dropdown para
selecionar o que irá aparecer na página impressa. O valor
do dropdown superior esquerdo aparece no canto superior
esquerdo da página; o valor do dropdown superior central
aparece na parte superior central da página, e assim por
diante. Você pode escolher entre:
--em branco--: Nada será impresso.
Título: Imprime o título das páginas web.
Endereço: Imprime o endereço das páginas web.
Data/Hora: Imprime a data e hora em que a página foi
impressa.
Página #: Imprime o número da página.
Página # de #: Imprime o número da página e o total
de páginas.
Personalizar...: Coloque seu próprio texto de cabeçalho
ou rodapé. Isso pode ser usado pra mostrar o nome da
empresa ou organização no alto ou na parte de baixo de
toda página impressa.
Clique em OK para concluir as alterações e fechar a
Na aba Formato e Opções você pode alterar: janela de configuração de páginas.
Formato:
Selecione Retrato para a maioria dos documentos e Visualizar impressão
páginas web. Para ver como a página web que você quer imprimir
Selecione Paisagem para páginas e imagens largas. ficará quando impressa, na parte superior da janela do Fire-
Escala: Para tentar uma página web em menos folhas fox, clique no botão Firefox, veja mais em Imprimir...(menu
impressas, você pode ajustar a escala. Reduzir para caber Arquivo no Windows XP), e selecione Visualizar impressão.
ajusta automaticamente a escala. A janela de pré-visualização permite mudar algumas
Opções: Selecione Imprimir cores e imagens de fundo das opções descritas acima. Acesse a janela de impressão
para que o Firefox imprima as páginas com cor e imagens clicando em Imprimir..., ou a janela de configuração de pá-
de fundo como elas são mostradas na tela, caso contrário, gina clicando em Configurar página.... Clique nas setas ao
Firefox imprimirá com o fundo branco. lado do campo Página: para trocar as páginas do docu-
Margens e Cabeçalho/ Rodapé
mento. As setas duplas mudam para a primeira ou última
página, as setas únicas vão para a próxima página ou a
anterior. Você também pode ajustar a escala e o formato
(veja acima).

Clique em Fechar para sair da visualização da impressão.


Firefox Hello - conversas por vídeo e voz online
O Firefox Hello lhe deixa navergar e discutir páginas
web com seus amigos diretamente no navegador. Tudo
que você precisa é uma webcam (opcional), um microfone,
e a versão mais recente do Firefox para ligar para os ami-
gos que estão em navegadores suportados pelo WebRTC
como Firefox, Chrome, ou Opera.
Nota: O Firefox Hello não está disponível na Navega-
ção Privada.
Iniciar uma conversa
Clique no botão Hello .

85
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique em Navegar nessa página com um amigo. Navegação Privativa

Quando navega na web, o Firefox lembra de varias in-


formação para você - como os sites visitados. No entan-
to, pode haver momentos em que não deseja que outros
usuários tenham acesso a tais informações, como quando
estiver comprando um presente de aniversário. A navega-
ção privativa permite que navegue na internet sem salvar
informações sobre os sites e páginas visitadas.

A navegação privativa também inclui Proteção contra


rastreamento na navegação privada, a qual impede que
seja rastreado enquanto navega.

Mostraremos a você como funciona.


Importante: A navegação privativa não o torna anôni-
mo na Internet. Seu provedor de acesso a internet ou os
Use as seguintes opções para convidar seus amigos: próprios sites ainda podem rastrear as páginas visitadas.
Além disso, a navegação privativa não o protege de key-
loggers ou spywares que podem estar alojados em seu
computador

Como abrir uma nova janela privativa?


Existem duas maneiras de se abrir uma nova Janela Pri-
vativa.

Abrir uma nova Janela Privativa vazia


Clique no botão de menu e depois em Nova janela
privativa.

Copie e cole o link para a sua ferramenta de mensa-


gens preferida clicando em Copiar Link.
Envie o link por e-mail para o seu amigo clicando no
botão Enviar link por E-mail. Isso abrirá sua aplicação de
e-mail padrão.

Compartilhar no Facebook.
Quando seu amigo se juntar à conversa, você verá um
alerta.
Para encerrar a chamada, clique em .
Se juntar a uma conversa Abrir um link em nova janela privativa
Clique com o botão direito do mouse e escolha Abrir
Recebeu um convite? Se juntar a uma conversa é fácil! link em uma nova janela privativa no menu contextual.
Apenas clique no link do seu convite e clique no botão na
página para entrar na conversa.

Controlar suas notificações


Você pode desligar as notificações no Firefox se você
preferir não ser notificado quando um amigo se juntar:

Clique no botão do Hello .


Clique na engrenagem na parte de baixo do painel e
escolha Desligar notificações.

86
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Dica: Janelas de navegação privativas tem uma másca- Como saber se a minha conexão com um site é se-
ra roxa no topo. gura?
O botão de Identidade do Site (um cadeado) aparece
na sua barra de endereço quando você visita um site segu-
ro. Você pode descobrir rapidamente se a conexão para o
site que estar visualizando é criptografado. Isso deve lhe
ajudar a evitar sites maliciosos que estão tentando obter
sua informação pessoal.

O que a navegação privativa não salva?


Páginas visitadas: Nenhuma página será adicionada à O botão de Identidade do Site estar na barra de ende-
lista de sites no histórico, lista de história da janela da Bi- reço à esquerda do endereço web. Mais comumente, quan-
blioteca, ou na lista de endereços da Awesome Bar. do visualizando um site seguro, o botão de Identidade do
Entradas em formulário e na barra de pesquisa: Nada Site será um cadeado verde.
digitado em caixas de texto em páginas web ou na barra de
busca será salvo para o autocomplete.
Senhas: Nenhuma senha será salva.
Lista de arquivos baixados: os arquivos que você baixar
não serão listados na Janela de Downloads depois de de-
sativar a Navegação Privativa. No entanto, em algumas circunstâncias raras, ele tam-
Cookies: Cookies armazenam informações sobre os si- bém pode ser um cadeado verde com um triângulo de
tes que você visita como preferências, status de login, e os alerta cinza, um cadeado cinza com um triângulo de alerta
dados utilizados por plugins, como o Adobe Flash. Cookies amarelo, ou um cadeado cinza com uma linha vermelha.
também podem ser utilizados por terceiros para rastreá-lo
através dos sites.
Conteúdo web em Cache e Conteúdo Web off-line e
de dados do usuário ‘: Nenhum arquivo temporário da In-
ternet (cache) ou arquivos armazenados para o uso off-line Nota: Clicando no botão à esquerda da barra de en-
serão salvo. dereço nos traz o Centro de Controle, o qual lhe permite
Nota: visualizar mais informações detalhadas sobre o estado de
Favoritos criados ao usar a Navegação Privativa serão segurança da conexão e alterar algumas configurações de
salvos. segurança e privacidade. Aviso: Você nunca deve enviar
Todos os arquivos que você baixar para o seu compu- qualquer tipo de informação sensível (informação bancá-
tador durante o uso de navegação privada serão salvos. ria, dados de cartão de crédito, Números de Seguridade
O Firefox Hello não está disponível na navegação pri- Social, etc.) para um site sem o ícone de cadeado na barra
vativa. de endereço - neste caso não é verificado que você está se
Posso definir o Firefox para sempre usar a navegação comunicando com o site pretendido nem que seus dados
privativa? estão seguros contra espionagem!
O Firefox está definido para lembrar o histórico por
padrão, mas você pode alterar essa configuração de pri- Cadeado verde
vacidade no Firefox Opções (clique no menu Firefox , Um cadeado verde (com ou sem um nome de organi-
escolha Opções e selecione o painel Privacidade). Quando zação) indica que:
alterar a configuração do histórico para nunca lembrar o Você está realmente conectado ao website cujjo en-
histórico, isto equivale a estar sempre no modo de nave- dereço é exibido na barra de endereço; a conexão não foi
gação privativa. interceptada.
Importante: Quando o firefox está definido para nunca A conexão entre o Firefox e o website é criptografada
lembrar o histórico você não verá uma máscara roxa na para evitar espionagem.
parte superior de cada janela, mesmo que esteja efetiva-
mente no modo de navegação privativa. Para restaurar a
navegação normal, vá para o painel privacidade Opções e
defina o Firefox para lembrar o histórico.
Outras formas de controlar as informações que o Fire-
fox salva Um cadeado verde mais o nome da empresa ou or-
Você sempre pode remover a navegação recente, as ganização, também em verde, significa que o website está
pesquisas e histórico de download depois de visitar um usando um Certificado de Validação Avançada. Um certi-
site. ficado de Validação Avançada é um tipo especial de cer-

87
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

tificado do site que requer um processo de verificação de


identidade significativamente mais rigoroso do que outros
tipos de certificados.

Para sites usando certificados VE, o botão de identida-


de do site exibe tanto um cadeado verde e o nome legal
da companhia ou organização do website, então você sabe Configurações de Segurança
quem está operando ele. Por exemplo, isto mostra que o Alertar se sites tentarem instalar extensões ou temas
mozilla.org é de propriedade da Fundação Mozilla. O Firefox sempre pedirá a sua confirmação para a ins-
Cadeado verde com um triângulo cinza de alerta talação de complementos. Para evitar que tentativas de
Um cadeado verde com um triângulo cinza de alerta instalação não requisitadas resultem em instalações aci-
indica que o site é seguro; no entanto, o firefox bloqueou dentais, o Firefox exibe um aviso quando um site tentar ins-
o conteúdo inseguro e, assim, o site pode não necessaria- talar um complemento e bloqueia a tentativa de instalação.
mente exibir ou funcionar inteiramente correto. Para permitir que sites específicos instalem complementos,
você deve clicar em Exceções…, digitar o endereço do site
Cadeado cinza com um triângulo amarelo de alerta e clicar em Permitir. Desmarque essa opção para desativar
Um cadeado cinza com um triângulo amarelo de alerta esse aviso para todos os sites.
indica que a conexão entre o Firefox e o website é apenas Bloquear sites avaliados como focos de ataques: Mar-
parcialmente criptografada e não impede espionagem. que isso se você quer que o Firefox verifique se o site que
você está visitando pode ser uma tentativa de interfirir nas
funções normais do computador ou mandar dados pes-
soais sobre você sem autorização através da Internet.
A ausência deste aviso não garante que o site seja con-
fiável.
Bloquear sites avaliados como falsos: Marque isso se
você quer que o Firefox verifique ativamente se o site que
Nota: Não envie qualquer tipo de informação sensível
você está visitando pode ser uma tentativa de enganar
(informação bancária, dados de cartão de crédito, Números
você fazendo com que passe suas informações pessoais
de Seguridade Social, etc.) para sites onde o botão de iden-
(isto é frequentemente chamado de “phishing”).
tidade do site tem o ícone de triângulo de alerta amarelo.
Cadeado cinza com um traço vermelho Logins
Um cadeado cinza com um traço vermelho indica que Memorizar logins de sites: I Firefox pode salvar com
a conexão entre o Firefox e o website é apenas parcial- segurança senhas que você digita em formulários web para
mente criptografada e não previne contra espionagem ou facilitar seu acesso aos websites. Desmarque essa opção
ataque man-in-the-middle. para impedir o Firefox de memorizar suas senhas. No en-
tanto, mesmo com isso marcado, você ainda será questio-
nado se deseja salvar ou não as senhas para um site quan-
do você visitá-lo pela primeira vez. Se você selecionar Nun-
ca para este site, aquele site será adicionado à uma lista de
exceções. Para acessar essa lista ou para remover sites dela,
Esse ícone não aparecerá a menos que você manual- clique no botão Exceções….
mente desativou o bloqueio de conteúdo misto. Usar uma senha mestra: O Firefox pode proteger infor-
Nota: Não envie qualquer tipo de informação sensível mações sensíveis, como senhas salvas e certificados, crip-
(informação bancária, dados de cartão de crédito, números tografando eles usando uma senha mestra. Se você criar
de seguridade social, etc.) para sites onde o botão de iden- uma senha mestra, cada vez que você iniciar o Firefox, será
tidade do site tem o ícone de um cadeado cinza com uma solicitado que você digite a senha na primeira vez que for
listra vermelha. necessário acessar um certificado ou uma senha salva. Você
pode definir, alterar, ou remover a senha mestra marcando
Configurações de segurança e senhas ou desmarcando essa opção ou clicando no botão Modifi-
car senha mestra…. Se uma senha mestra já estiver defini-
Este artigo explica as configurações disponíveis no pai- da, você precisará digitá-la para alterar ou remover a senha
nel Segurança da janela Opções do Firefox. mestra.
O painel Segurança contém Opções relacionadas à sua Você pode gerenciar senhas salvas e excluir senhas in-
segurança ao navegar na internet. dividuais clicando no botão Logins salvos….

88
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Encontrar e instalar complementos para adicionar


funcionalidades ao Firefox
Complementos são como os aplicativos que você ins-
tala para adicionar sinos e assobios para o Firefox. Você
pode obter complementos para comparar preços, verificar
o tempo, mudar o visual do Firefox, ouvir música, ou mes-
mo atualizar o seu perfil no Facebook. Este artigo aborda
os diferentes tipos de complementos disponíveis e como
encontrar e instalá-los.

Existem três tipos de complementos:


- Extensões
Extensões adicionam novas funcionalidades ao Firefox O Firefox irá fazer o download do complemento e pode
ou modificam as já existentes. Existem extensões que per- pedir que você confirme a sua instalação.
mitem bloquear anúncios, baixar vídeos de sites, integrar Clique em Reiniciar agora se ele aparecer. Seus abas
o Firefox com sites, como o Facebook ou o Twitter, e até serão salvas e restauradas após a reinicialização.
mesmo adicionar recursos de outros navegadores. Algumas extensões colocam um botão na barra de fer-
- Aparência ramentas após a instalação..
Existem dois tipos de complementos de aparência:
temas completos, que mudam a aparência de botões e Como desativar extensões e temas
menus, e temas de fundo, que decoram a barra de menu e Ao desativar um complemento ele deixará de funcio-
faixa de abas com uma imagem de fundo nar sem ser removido:
- Plugins Clique no botão de menu   e selecione Complemen-
Plugins permitem adicionar suporte para todos os tipos tos para abrir a aba do gerenciador de complementos.
de conteúdo da Internet. Estes geralmente incluem forma- No gerenciador de complementos, selecione o pai-
tos patenteados como o Flash, QuickTime e Silverlight que nel Extensões ou Aparência.
são usados para vídeo, áudio, jogos on-line, apresentações Selecione o complemento que deseja desativar.
e muito mais. Plugins são criados e distribuídos por outras Clique no botão Desativar.
empresas. Se surgir uma mensagem em pop-up, clique em Rei-
Para visualizar quais complementos estão instalados: niciar agora. As suas abas serão salvas e restauradas ao
Clique no botão escolha complementos. A aba com- reiniciar.
plementos irá abrir. Para reativar um complemento, encontre-o na lista de
Selecione o painel Extensões, Aparência ou Plugins. complementos e clique em Ativar, será solicitado reiniciar
Como faço para encontrar e instalar complementos? o Firefox.
Aqui está um resumo para você começar: Como desativar plugins
Clique no botão de menu e selecione Complemen- Ao desativar um plugin ele irá deixar de funcionar sem
tos para abrir a aba do gerenciador de complementos. ser removido:
No gerenciador de complementos, selecione o painel Clique no botão de menu   e selecione Complemen-
Get Add-ons. tos para abrir a aba do gerenciador de complementos.
Para ver mais informações sobre um complemento ou No gerenciador de complementos, selecione o pai-
tema, clique nele. Você pode em seguida clicar no botão nel Plugins.
verde Adicionar ao Firefox para instalá-lo. Selecione o plugin que deseja desativar.
Você também pode pesquisar por complementos es- Selecione Nunca Ativar no menu de seleção.
pecíficos usando a caixa de busca na parte superior. Po- Para reativar um plugin, encontre-o na sua lista de plu-
dendo então instalar qualquer complemento que encon- gins e clique em Sempre ativo no menu de seleção.
trar, com o botão Instalar.
Como remover extensões e temas
Clique no botão de menu   e selecione Complemen-
tos para abrir a aba do gerenciador de complementos.
No gerenciador de complementos, selecione o pai-
nel Extensões ou Aparência.
Selecione o complemento que você deseja remover.
Clique no botão Excluir.
Se surgir uma mensagem em pop-up, clique em Rei-
niciar agora. As suas abas serão salvas e restauradas ao
reiniciar.
Como desinstalar plugins
Geralmente os plugins vem com seus próprios desins-
taladores. Se precisar de ajuda para desinstalar alguns dos

89
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

plugins mais populares, vá para lista de artigos de plugins e Diálogo de fontes


selecione o artigo do respectivo plugin que você quer de- Na lista Fontes padrão para, escolha um grupo de
sinstalar. caracteres/idioma. Por exemplo, para configurar o grupo
de fontes padrão dos idiomas ocidentais (latinos), clique
Configurações de Conteúdo em Latin.. Para um grupo de caracteres/idioma que não es-
teja na lista, clique em Outros Sistemas de Escrita.
Escolha se a fonte proporcional deverá ser com serifa
(como “Times New Roman”) ou sem serifa (como “Arial”),
e então especifique o tamanho padrão da fonte propor-
cional.
Especifique as fontes utilizadas para fontes com seri-
fa, sem serifa e monoespaçada (largura fixa). Você também
pode especificar o tamanho para as fontes monoespaça-
das.
Você também pode especificar o tamanho mínimo de
fonte que pode ser exibido na tela. Isso pode ser útil em
sites que utilizam tamanhos de fonte muito pequenos e
pouco legíveis.
Páginas podem usar outras fontes: Por padrão, o Fi-
refox exibe as fontes especificadas pelo autor da página.
Desative essa opção para forçar todos os sites a usar as
fontes padrão.
Codificação de texto para conteudo legado: A codifica-
ção de caracteres selecionada nessa caixa será a codifica-
ção padrão utilizada para exibir páginas que não especifi-
quem uma codificação.
DRM Content Diálogo de cores
Reproduzir conteúdo DRM: Por padrão, o Firefox per- Cores padrão: Aqui você pode modificar as cores pa-
mite a reprodução de conteúdo de áudio e vídeo protegi- drão de texto e fundo que serão utilizadas nas páginas em
do por Gerencimento de Direitos Digitais (DRM). Ao des- que essas cores não foram especificadas por seu autor. Cli-
marcar esta opção essa funcionalidade será desligada. que nas amostras de cores para modificá-las.
Usar cores do sistema: Marque essa opção para usar as
Notificações cores de fonte e fundo definidas pelo seu Sistema Opera-
O Firefox lhe permite escolher quais websites tem cional em vez das cores definidas acima.
permissão para lhe enviar notificações. Clique em  Esco- Aparência padrão dos links: Aqui você pode modificar
lher para fazer alterações na lista de sites permitidos. as cores padrão dos links das páginas. Clique nas amostras
Não me perturbe: Selecione esta opção para suspen- de cores para modificá-las.
der temporariamente todas as notificações até você fechar Sublinhar: Por padrão, o Firefox sublinha os links das
e reiniciar o Firefox. páginas. Desmarque essa opção para modificar esse com-
portamento. Note que vários sites especificam seus pró-
Pop-ups prios estilos de links e nesses sites essa opção não tem
Bloquear janelas popup: Por padrão, o Firefox bloqueia efeito.
janelas popup inconvenientes em sites da web. Desmarque Páginas podem usar outras cores: Por padrão, o Firefox
essa opção para desativar o Bloqueador de Popups. Alguns exibe as cores especificadas pelo autor da página. Desa-
sites utilizam popups com funções importantes. Para per- tive essa opção para forçar todos os sites a usar as cores
mitir que sites específicos utilizem popups, clique em Exce- padrão.
ções…, digite o domínio do site e clique em Permitir. Para Idiomas
excluir um site da lista de sites permitidos, selecione-o e Algumas páginas oferecem mais de um idioma para
clique em Excluir o site. Para limpar a lista completamente, exibição. Clique no botão  Selecionar…para especificar o
clique em Excluir tudo. idioma ou idiomas de sua preferência.
Idiomas: Para adicionar um idioma à lista de idiomas
Fontes e cores clique emSelecione um idioma para adicionar…, clique so-
Fonte padrão e Tamanho: Normalmente as páginas da bre o idioma escolhido e clique no botãoAdicionar. Exclua
web são exibidas na fonte e tamanho especificados aqui. um idioma da lista selecionando-o e clicando no botão Ex-
Entretanto, páginas da web podem definir fontes diferen- cluir. Você também pode reordenar os idiomas usando os
tes, que serão exibidos a não ser que você especifique o botões Para cima e Para baixo para determinar a ordem de
contrário na janela Fontes. Clique no botãoAvançado… para preferência no caso de haver mais de um idioma disponí-
acessar mais opções de fontes. vel.

90
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Use atalhos do mouse para executar tarefas comuns Página atual


no Firefox
Esta é uma lista dos atalhos do mouse mais comuns no
Comando Atalho
Mozilla Firefox.
Ir uma tela para baixo Page Down
Comando Atalho Ir uma tela para cima Page Up
Voltar Shift + Rolar para baixo Ir para o final da página End
Avançar Shift + Rolar para cima Ir para o início da página Home
Aumentar Zoom Ctrl + Rolar para cima Ir para o próximo frame F6
Diminuir Zoom Ctrl + Rolar para baixo Ir para o frame anterior Shift + F6
Clicar com botão do meio na Imprimir Ctrl + P
Fechar Aba
Aba
Salvar página como Ctrl + S
Abrir link em uma Clicar com botão do meio no
nova Aba link Mais zoom Ctrl + +
clicar com o botão do meio na Menos zoom Ctrl + -
Nova aba
barra de abas tamanho normal Ctrl + 0
Ctrl + Clicar com botão esquer-
Abrir em nova Aba do no link Editando
em segundo plano* Clicar com botão do meio no
link Comando Atalho
Abrir em nova Aba Ctrl + Shift + Botão esquerdo Copiar Ctrl + C
em primeiro plano* Shift + Botão do meio
Recortar Ctrl + X
Abrir em uma Nova Shift  + Clicar com botão es-
Apagar Del
Janela querdo no link
Duplicar Aba ou Fa- Colar Ctrl + V
Ctrl + Arrastar Aba
voritos Colar (como texto simples) Ctrl + Shift + V
Recarregar (ignorar Refazer Ctrl + Y
Shift + Botão recarregar
cache) Selecionar tudo Ctrl + A
Salvar como... Alt + Botão esquerdo Desfazer Ctrl + Z
* Os atalhos para abrir Abas em primeiro e segun-
do plano serão trocadas se a opção Ao abrir um link em GOOGLE CHROME
uma nova Aba, carregá-la em primeiro plano estiver ativa
no Painel de configurações geral.. O Chrome é o mais novo dos grandes navegadores e
já conquistou legiões de adeptos no mundo todo. O pro-
Atalhos de teclado grama apresenta excelente qualidade em seu desenvolvi-
Navegação mento, como quase tudo o que leva a marca Google. O
browser não deve nada para os gigantes Firefox e Internet
Explorer e mostra que não está de brincadeira no mundo
Comando Atalho dos softwares.
Alt + ← Confira nas linhas abaixo um pouco mais sobre o ótimo
Voltar Google Chrome.
Backspace
Alt + → Funções visíveis
Avançar
Shift + Backspace Antes de detalhar melhor os aspectos mais complica-
Página inicial Alt + Home dos do navegador, vamos conferir todas as funções dis-
poníveis logo em sua janela inicial. Observe a numeração
Abrir arquivo Ctrl + O na imagem abaixo e acompanhe sua explicação logo em
seguida:
F5
Atualizar a página
Ctrl + R
Ctrl + F5
Atualizar a página (ignorar o cache)
Ctrl + Shift + R
Parar o carregamento Esc

91
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1.As setas são ferramentas bem conhecidas por todos Abas


que já utilizaram um navegador. Elas permitem avançar ou A segunda tarefa importante para quem quer usar o
voltar nas páginas em exibição, sem maiores detalhes. Ao Chrome é lidar com suas abas. Elas são ferramentas muito
manter o botão pressionado sobre elas, você fará com que úteis e facilitam a navegação. Como citado anteriormente,
o histórico inteiro apareça na janela. basta clicar no botão com um “+” para abrir uma nova guia.
2.Reenviar dados, atualizar ou recarregar a página. To- Outra forma de abri-las é clicar em qualquer link ao
dos são sinônimos desta função, ideal para conferir nova- pressionar a rodinha do mouse, o que torna tudo ainda
mente o link em que você se encontra, o que serve para mais rápido. Também é possível utilizar o botão direito so-
situações bem específicas – links de download perdidos, bre o novo endereço e escolher a opção “Abrir link em uma
imagens que não abriram, erros na diagramação da página. nova guia”.
3.O ícone remete à palavra home (casa) e leva o nave-
gador à página inicial do programa. Mais tarde ensinare- Liberdade
mos você a modificar esta página para qualquer endereço É muito fácil manipular as abas no Google Chrome. É
de sua preferência. possível arrastá-las e mudar sua ordem, além de arrancar
4.A estrela adiciona a página em exibição aos favoritos, a aba da janela e desta forma abrir outra independente.
que nada mais são do que sites que você quer ter a dispo- Basta segurar a aba com o botão esquerdo do mouse para
sição de um modo mais rápido e fácil de encontrar. testar suas funções. Clicar nelas com a rodinha do mouse
5.Abre uma nova aba de navegação, o que permite vi- faz com que fechem automaticamente.
sitar outros sites sem precisar de duas janelas diferentes.
6.A barra de endereços é o local em que se encontra o
link da página visitada. A função adicional dessa parte no
Chrome é que ao digitar palavras-chave na lacuna, o me-
canismo de busca do Google é automaticamente ativado e
exibe os resultados em questão de poucos segundos.
7.Simplesmente ativa o link que você digitar na lacuna
à esquerda.
8. Abre as opções especiais para a página aberta no na-
vegador. Falaremos um pouco mais sobre elas em seguida.
9. Abre as funções gerais do navegador, que serão me-
lhor detalhadas nos próximos parágrafos.

Para Iniciantes O botão direito abre o menu de contexto da aba, em


Se você nunca utilizou um navegador ou ainda tem dú- que é possível abrir uma nova, recarregar a atual, fechar
vidas básicas sobre essa categoria de programas, continue a guia ou cancelar todas as outras. No teclado você pode
lendo este parágrafo. Do contrário, pule para o próximo e abrir uma nova aba com o comando Ctrl + T ou simples-
poupe seu tempo. Aqui falaremos um pouco mais sobre os mente apertando o F1.
conceitos e ações mais básicas do programa.
Com o Google Chrome, você acessa os sites da mesma Fechei sem querer!
forma que seus semelhantes – IE, Firefox, Opera. Ao exe- Quem nunca fechou uma aba importante acidental-
cutar o programa, tudo o que você precisa fazer é digitar mente em um momento de distração? Pensando nisso,
o endereço do local que quer visitar. Para acessar o portal o Chrome conta com a função “Reabrir guia fechada” no
Baixaki, por exemplo, basta escrever baixaki.com.br (hoje é menu de contexto (botão direito do mouse). Basta selecio-
possível dispensar o famoso “www”, inserido automatica- ná-la para que a última página retorne ao navegador.
mente pelo programa.)
No entanto nem sempre sabemos exatamente o link
que queremos acessar. Para isso, digite o nome ou as pa-
lavras-chave do que você procura na mesma lacuna. Desta
forma o Chrome acessa o site de buscas do Google e exibe
os resultados rapidamente. No exemplo utilizamos apenas
a palavra “Baixaki”.

Configuração
Antes de continuar com as outras funções do Google
Chrome é legal deixar o programa com a sua cara. Para
isso, vamos às configurações. Vá até o canto direito da tela
e procure o ícone com uma chave de boca. Clique nele e
selecione “Opções”.

92
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Configurações avançadas
Rede: configura um Proxy para a sua rede. (Indicado
para usuários avançados)
Privacidade: aqui há diversas funções de privacidade,
que podem ser marcadas ou desmarcadas de acordo com
suas preferências.
Downloads: esta é a opção mais importante da aba. Em
“Local de download” é possível escolher a pasta em que os
arquivos baixados serão salvos. Você também pode definir
que o navegador pergunte o local para cada novo down-
load.

Downloads
Básicas Todos os navegadores mais famosos da atualidade
Inicialização: aqui é possível definir a página inicial do contam com pequenos gerenciadores de download, o que
navegador. Basta selecionar a melhor opção para você e facilita a vida de quem baixa várias coisas ao mesmo tem-
configurar as páginas que deseja abrir. po. Com o Google Chrome não é diferente. Ao clicar em
Página inicial: caso esta tenha sido a sua escolha na aba um link de download, muitas vezes o programa pergunta-
anterior, defina qual será a página inicial do Chrome. Tam- rá se você deseja mesmo baixar o arquivo, como ilustrado
bém é possível escolher se o atalho para a home (aquele abaixo:
em formato de casinha) aparecerá na janela do navegador.
Pesquisa padrão: como o próprio nome já deixa claro,
aqui você escolhe o site de pesquisas utilizado ao digitar
na lacuna do programa. O botão “Gerenciar” mostra a lista
de mecanismos.
Navegador padrão: aqui você pode definir o aplicativo
como seu navegador padrão. Se você optar por isso, sem-
pre que algum software ou link for executado, o Chrome
será automaticamente utilizado pelo sistema.
Coisas pessoais

Senhas: define basicamente se o programa salvará ou


não as senhas que você digitar durante a navegação. A op-
ção “Mostrar senhas salvas” exibe uma tabela com tudo o Logo em seguida uma pequena aba aparecerá embai-
que já foi inserido por você. xo da janela, mostrando o progresso do download. Você
Preenchimento automático de formulário: define se os pode clicar no canto dela e conferir algumas funções es-
formulários da internet (cadastros e aberturas de contas) peciais para a situação. Além disso, ao selecionar a função
serão sugeridos automaticamente após a primeira digita- “Mostrar todos os downloads” (Ctrl + J), uma nova aba é
ção. exibida com ainda mais detalhes sobre os arquivos que
Dados de navegação: durante o uso do computador, o você está baixando
Chrome salva os dados da sua navegação para encontrar
sites, links e conteúdos com mais facilidade. O botão “Lim-
par dados de navegação” apaga esse conteúdo, enquanto
a função “Importar dados” coleta informações de outros
navegadores.
Temas: é possível modificar as cores e todo o visual do
navegador. Para isso, clique em “Obter temas” e aplique
um de sua preferência. Para retornar ao normal, selecione
“Redefinir para o tema padrão”.

93
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Pesquise dentro dos sites


Outra ferramenta muito prática do navegador é a pos- 4. HARDWARE, PERIFÉRICOS E
sibilidade de realizar pesquisas diretamente dentro de al- CONHECIMENTOS BÁSICOS DE
guns sites, como o próprio portal Baixaki. Depois de usar a INFORMÁTICA: TIPOS DE COMPUTADOR;
busca normalmente no nosso site pela primeira vez, tudo o TIPOS DE CONECTORES PARA
que você precisa fazer é digitar baixaki e teclar o TAB para
DISPOSITIVOS EXTERNOS; DISPOSITIVOS
que a busca desejada seja feita diretamente na lacuna do
Chrome. DE ENTRADA, SAÍDA, ARMAZENAMENTO E
COMUNICAÇÃO DE DADOS.

HARDWARE E SOFTWARE

Navegação anônima Os primeiros computadores construídos pelo homem


Se você quer entrar em alguns sites sem deixar rastros foram idealizados como máquinas para processar números
ou históricos de navegação no computador, utilize a nave- (o que conhecemos hoje como calculadoras), porém, tudo
gação anônima. Basta clicar no menu com o desenho da era feito fisicamente.
chave de boca e escolher a função “Nova janela anônima”,
que também pode ser aberta com o comando Ctrl + Shift Existia ainda um problema, porque as máquinas pro-
+ N. cessavam os números, faziam operações aritméticas, mas
depois não sabiam o que fazer com o resultado, ou seja,
eram simplesmente máquinas de calcular, não recebiam
instruções diferentes e nem possuíam uma memória. Até
então, os computadores eram utilizados para pouquíssi-
mas funções, como calcular impostos e outras operações.
Os computadores de uso mais abrangente apareceram
logo depois da Segunda Guerra Mundial. Os EUA desen-
volveram ― secretamente, durante o período ― o primei-
ro grande computador que calculava trajetórias balísticas.
Gerenciador de tarefas A partir daí, o computador começou a evoluir num ritmo
Uma das funções mais úteis do Chrome é o pequeno cada vez mais acelerado, até chegar aos dias de hoje.
gerenciador de tarefas incluso no programa. Clique com o
botão direito no topo da página (como indicado na figura) Código Binário, Bit e Byte
e selecione a função “Gerenciador de tarefas”. O sistema binário (ou código binário) é uma repre-
sentação numérica na qual qualquer unidade pode ser
demonstrada usando-se apenas dois dígitos: 0 e 1. Esta é
a única linguagem que os computadores entendem. Cada
um dos dígitos utilizados no sistema binário é chamado de
Binary Digit (Bit), em português, dígito binário e representa
a menor unidade de informação do computador.

Os computadores geralmente operam com grupos de


bits. Um grupo de oito bits é denominado Byte. Este pode
Desta forma, uma nova janela aparecerá em sua tela.
Ela controla todas as abas e funções executadas pelo na- ser usado na representação de caracteres, como uma letra
vegador. Caso uma das guias apresente problemas você (A-Z), um número (0-9) ou outro símbolo qualquer (#, %,
pode fechá-la individualmente, sem comprometer todo o *,?, @), entre outros.
programa. A função é muito útil e evita diversas dores de
cabeça. Assim como podemos medir distâncias, quilos, tama-
nhos etc., também podemos medir o tamanho das infor-
mações e a velocidade de processamento dos computa-
dores. A medida padrão utilizada é o byte e seus múltiplos,
conforme demonstramos na tabela abaixo:

94
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MAINFRAMES DESKTOPS

São os computadores mais comuns. Geralmente dis-


põem de teclado, mouse, monitor e gabinete separados
fisicamente e não são movidos de lugar frequentemente,
uma vez que têm todos os componentes ligados por cabos.
São compostos por:
• Monitor (vídeo)
• Teclado
• Mouse
• Gabinete: Placa-mãe, CPU (processador), memó-
rias, drives, disco rígido (HD), modem, portas USB etc.

PORTÁTEIS

Os computadores portáteis possuem todas as partes


integradas num só conjunto. Mouse, teclado, monitor e
gabinete em uma única peça. Os computadores portáteis
começaram a aparecer no início dos anos 80, nos Estados
Unidos e hoje podem ser encontrados nos mais diferen-
tes formatos e tamanhos, destinados a diferentes tipos de
operações.

LAPTOPS
Os computadores podem ser classificados pelo porte.
Basicamente, existem os de grande porte ― mainframes Também chamados de notebooks, são computadores
― e os de pequeno porte ― microcomputadores ― sen- portáteis, leves e produzidos para serem transportados fa-
cilmente. Os laptops possuem tela, geralmente de Liquid
do estes últimos divididos em duas categorias: desktops ou
Crystal Display (LCD), teclado, mouse (touchpad), disco rí-
torres e portáteis (notebooks, laptops, handhelds e smar- gido, drive de CD/DVD e portas de conexão. Seu nome vem
tphones). da junção das palavras em inglês lap (colo) e top (em cima),
Conceitualmente, todos eles realizam funções internas significando “computador que cabe no colo de qualquer
idênticas, mas em escalas diferentes. pessoa”.
Os mainframes se destacam por ter alto poder de pro-
cessamento, muita capacidade de memória e por controlar NETBOOKS
atividades com grande volume de dados. Seu custo é bas-
tante elevado. São encontrados, geralmente, em bancos, São computadores portáteis muito parecidos com o
grandes empresas e centros de pesquisa. notebook, porém, em tamanho reduzido, mais leves, mais
baratos e não possuem drives de CD/ DVD.
CLASSIFICAÇÃO DOS COMPUTADORES
PDA
A classificação de um computador pode ser feita de
diversas maneiras. Podem ser avaliados: É a abreviação do inglês Personal Digital Assistant e
• Capacidade de processamento; também são conhecidos como palmtops. São computado-
• Velocidade de processamento; res pequenos e, geralmente, não possuem teclado. Para a
entrada de dados, sua tela é sensível ao toque. É um assis-
• Capacidade de armazenamento das informações;
tente pessoal com boa quantidade de memória e diversos
• Sofisticação do software disponível e compatibi-
programas para uso específico.
lidade;
• Tamanho da memória e tipo de CPU (Central Pro- SMARTPHONES
cessing Uni), Unidade Central de Processamento.
São telefones celulares de última geração. Possuem
TIPOS DE MICROCOMPUTADORES alta capacidade de processamento, grande potencial de
armazenamento, acesso à Internet, reproduzem músicas,
Os microcomputadores atendem a uma infinidade de vídeos e têm outras funcionalidades.
aplicações. São divididos em duas plataformas: PC (compu-
tadores pessoais) e Macintosh (Apple). Sistema de Processamento de Dados
Os dois padrões têm diversos modelos, configurações
e opcionais. Além disso, podemos dividir os microcompu- Quando falamos em “Processamento de Dados” trata-
tadores em desktops, que são os computadores de mesa, mos de uma grande variedade de atividades que ocorre
com uma torre, teclado, mouse e monitor e portáteis, que tanto nas organizações industriais e comerciais, quanto na
podem ser levados a qualquer lugar. vida diária de cada um de nós.

95
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para tentarmos definir o que seja processamento de Identificaremos as partes internas do computador, lo-
dados temos de ver o que existe em comum em todas es- calizadas no gabinete ou torre:
tas atividades. Ao analisarmos, podemos perceber que em
todas elas são dadas certas informações iniciais, as quais • Motherboard (placa-mãe)
chamamos de dados. • Processador
E que estes dados foram sujeitos a certas transforma- • Memórias
ções, com as quais foram obtidas as informações. • Fonte de Energia
O processamento de dados sempre envolve três fases • Cabos
essenciais: Entrada de Dados, Processamento e Saída da • Drivers
Informação. • Portas de Entrada/Saída
Para que um sistema de processamento de dados fun-
cione ao contento, faz-se necessário que três elementos MOTHERBOARD (PLACA-MÃE)
funcionem em perfeita harmonia, são eles:

Hardware
Hardware é toda a parte física que compõe o sistema
de processamento de dados: equipamentos e suprimentos
tais como: CPU, disquetes, formulários, impressoras.

Software
É toda a parte lógica do sistema de processamento de
dados. Desde os dados que armazenamos no hardware, É uma das partes mais importantes do computador. A
até os programas que os processam. motherboard é uma placa de circuitos integrados que ser-
ve de suporte para todas as partes do computador.
Peopleware Praticamente, tudo fica conectado à placa-mãe de al-
Esta é a parte humana do sistema: usuários (aqueles guma maneira, seja por cabos ou por meio de barramentos.
que usam a informática como um meio para a sua ativi- A placa mãe é desenvolvida para atender às caracte-
dade fim), programadores e analistas de sistemas (aqueles rísticas especificas de famílias de processadores, incluindo
que usam a informática como uma atividade fim). até a possibilidade de uso de processadores ainda não
Embora não pareça, a parte mais complexa de um sis- lançados, mas que apresentem as mesmas características
tema de processamento de dados é, sem dúvida o People- previstas na placa.
ware, pois por mais moderna que sejam os equipamentos, A placa mãe é determinante quanto aos componentes
por mais fartos que sejam os suprimentos, e por mais inte- que podem ser utilizados no micro e sobre as possibilida-
ligente que se apresente o software, de nada adiantará se des de upgrade, influenciando diretamente na performan-
as pessoas (peopleware) não estiverem devidamente trei- ce do micro.
nadas a fazer e usar a informática.
O alto e acelerado crescimento tecnológico vem aprimo- Diversos componentes integram a placa-mãe, como:
rando o hardware, seguido de perto pelo software. Equipa- • Chipset
mentos que cabem na palma da mão, softwares que transfor- Denomina-se chipset os circuitos de apoio ao micro-
mam fantasia em realidade virtual não são mais novidades. computador que gerenciam praticamente todo o funciona-
Entretanto ainda temos em nossas empresas pessoas que mento da placa-mãe (controle de memória cache, DRAM,
sequer tocaram algum dia em um teclado de computador. controle do buffer de dados, interface com a CPU, etc.).
Mesmo nas mais arrojadas organizações, o relaciona- O chipset é composto internamente de vários outros
mento entre as pessoas dificulta o trâmite e consequente pequenos chips, um para cada função que ele executa. Há
processamento da informação, sucateando e subutilizando um chip controlador das interfaces IDE, outro controlador
equipamentos e softwares. Isto pode ser vislumbrado, so- das memórias, etc. Existem diversos modelos de chipsets,
bretudo nas instituições públicas. cada um com recursos bem diferentes.
Devido à complexidade das motherboards, da sofisti-
POR DENTRO DO GABINETE cação dos sistemas operacionais e do crescente aumento
do clock, o chipset é o conjunto de CIs (circuitos integra-
dos) mais importante do microcomputador. Fazendo uma
analogia com uma orquestra, enquanto o processador é o
maestro, o chipset seria o resto!

• BIOS

O BIOS (Basic Input Output System), ou sistema básico


de entrada e saída, é a primeira camada de software do
micro, um pequeno programa que tem a função de “iniciar”

96
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

o microcomputador. Durante o processo de inicialização, o • Memória CMOS


BIOS é o responsável pelo reconhecimento dos componen-
tes de hardware instalados, dar o boot, e prover informa- CMOS (Complementary Metal-Oxide Semicondutor)
ções básicas para o funcionamento do sistema. é uma memória formada por circuitos integrados de bai-
O BIOS é a camada (vide diagrama 1.1) que viabiliza a xíssimo consumo de energia, onde ficam armazenadas as
utilização de Sistemas Operacionais diferentes (Linux, Unix, informações do sistema (setup), acessados no momento
Hurd, BSD, Windows, etc.) no microcomputador. É no BIOS do BOOT. Estes dados são atribuídos na montagem do mi-
que estão descritos os elementos necessários para ope- crocomputador refletindo sua configuração (tipo de win-
racionalizar o Hardware, possibilitando aos diversos S.O. chester, números e tipo de drives, data e hora, configura-
acesso aos recursos independe de suas características es- ções gerais, velocidade de memória, etc.) permanecendo
pecíficas. armazenados na CMOS enquanto houver alimentação da
bateria interna. Algumas alterações no hardware (troca e/
ou inclusão de novos componentes) podem implicar na al-
teração de alguns desses parâmetros.
Muitos desses itens estão diretamente relacionados
com o processador e seu chipset e portanto é recomen-
dável usar os valores default sugerido pelo fabricante da
BIOS. Mudanças nesses parâmetros pode ocasionar o tra-
vamento da máquina, intermitência na operação, mau fun-
cionamento dos drives e até perda de dados do HD.
• Slots para módulos de memória
Na época dos micros XT e 286, os chips de memória
eram encaixados (ou até soldados) diretamente na placa
mãe, um a um. O agrupamento dos chips de memória em
módulos (pentes), inicialmente de 30 vias, e depois com 72
e 168 vias, permitiu maior versatilidade na composição dos
bancos de memória de acordo com as necessidades das
O BIOS é gravado em um chip de memória do tipo aplicações e dos recursos financeiros disponíveis.
EPROM (Erased Programmable Read Only Memory). É um Durante o período de transição para uma nova tecno-
tipo de memória “não volátil”, isto é, desligando o com- logia é comum encontrar placas mãe com slots para mais
putador não há a perda das informações (programas) nela de um modelo. Atualmente as placas estão sendo pro-
contida. O BIOS é contem 2 programas: POST (Power On duzidas apenas com módulos de 168 vias, mas algumas
Self Test) e SETUP para teste do sistema e configuração dos comportam memórias de mais de um tipo (não simulta-
parâmetros de inicialização, respectivamente, e de funções neamente): SDRAM, Rambus ou DDR-SDRAM.
básicas para manipulação do hardware utilizadas pelo Sis- • Clock
tema Operacional. Relógio interno baseado num cristal de Quartzo que
Quando inicializamos o sistema, um programa chama- gera um pulso elétrico. A função do clock é sincronizar to-
do POST conta a memória disponível, identifica dispositi- dos os circuitos da placa mãe e também os circuitos inter-
vos plug-and-play e realiza uma checagem geral dos com- nos do processador para que o sistema trabalhe harmoni-
ponentes instalados, verificando se existe algo de errado camente.
com algum componente. Após o término desses testes, é Estes pulsos elétricos em intervalos regulares são me-
emitido um relatório com várias informações sobre o hard- didos pela sua frequência cuja unidade é dada em hertz
(Hz). 1 MHz é igual a 1 milhão de ciclos por segundo. Nor-
ware instalado no micro. Este relatório é uma maneira fácil
malmente os processadores são referenciados pelo clock
e rápida de verificar a configuração de um computador.
ou frequência de operação: Pentium IV 2.8 MHz.
Para paralisar a imagem tempo suficiente para conseguir
ler as informações, basta pressionar a tecla “pause/break”
PROCESSADOR
do teclado.
Caso seja constatado algum problema durante o POST,
serão emitidos sinais sonoros indicando o tipo de erro en-
contrado. Por isso, é fundamental a existência de um alto-
falante conectado à placa mãe.
Atualmente algumas motherboards já utilizam chips de
memória com tecnologia flash. Memórias que podem ser
atualizadas por software e também não perdem seus da-
dos quando o computador é desligado, sem necessidade
de alimentação permanente.
As BIOS mais conhecidas são: AMI, Award e Phoenix.
50% dos micros utilizam BIOS AMI.

97
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O microprocessador, também conhecido como pro- dor de 2,5x. Fazendo o cálculo, 66 x 2,5 = 166, ou seja, o
cessador, consiste num circuito integrado construído para processador trabalha a 166 MHz, mas se comunica com os
realizar cálculos e operações. Ele é a parte principal do demais componentes do micro a 66 MHz.
computador, mas está longe de ser uma máquina completa Tendo um processador Pentium 166 (como o do exem-
por si só: para interagir com o usuário é necessário memó- plo acima), pode-se fazê-lo trabalhar a 200 MHz, simples-
ria, dispositivos de entrada e saída, conversores de sinais, mente aumentando o multiplicador de clock de 2,5x para
entre outros. 3x. Caso a placa-mãe permita, pode-se usar um barramen-
É o processador quem determina a velocidade de pro- to de 75 ou até mesmo 83 MHz (algumas placas mais mo-
cessamento dos dados na máquina. Os primeiros modelos dernas suportam essa velocidade de barramento). Neste
comerciais começaram a surgir no início dos anos 80. caso, mantendo o multiplicador de clock de 2,5x, o Pentium
• Clock Speed ou Clock Rate 166 poderia trabalhar a 187 MHz (2,5 x 75) ou a 208 MHz
É a velocidade pela qual um microprocessador execu- (2,5 x 83). As frequências de barramento e do multiplicador
ta instruções. Quanto mais rápido o clock, mais instruções podem ser alteradas simplesmente através de jumpers de
uma CPU pode executar por segundo. configuração da placa-mãe, o que torna indispensável o
Usualmente, a taxa de clock é uma característica fixa do manual da mesma. O aumento da velocidade de barramen-
processador. Porém, alguns computadores têm uma “cha- to da placa-mãe pode criar problemas caso algum perifé-
ve” que permite 2 ou mais diferentes velocidades de clock. rico (como memória RAM, cache L2, etc.) não suporte essa
Isto é útil porque programas desenvolvidos para trabalhar velocidade.
em uma máquina com alta velocidade de clock podem não
trabalhar corretamente em uma máquina com velocidade Quando se faz um overclock, o processador passa a
de clock mais lenta, e vice versa. Além disso, alguns com- trabalhar a uma velocidade maior do que ele foi projetado,
ponentes de expansão podem não ser capazes de trabalhar fazendo com que haja um maior aquecimento do mesmo.
a alta velocidade de clock. Com isto, reduz-se a vida útil do processador de cerca de
Assim como a velocidade de clock, a arquitetura inter- 20 para 10 anos (o que não chega a ser um problema já
na de um microprocessador tem influência na sua perfor- que os processadores rapidamente se tornam obsoletos).
mance. Dessa forma, 2 CPUs com a mesma velocidade de Esse aquecimento excessivo pode causar também frequen-
tes “crashes” (travamento) do sistema operacional durante
clock não necessariamente trabalham igualmente. Enquan-
o seu uso, obrigando o usuário a reiniciar a máquina.
to um processador Intel 80286 requer 20 ciclos para multi-
Ao fazer o overclock, é indispensável a utilização de um
plicar 2 números, um Intel 80486 (ou superior) pode fazer
cooler (ventilador que fica sobre o processador para redu-
o mesmo cálculo em um simples ciclo. Por essa razão, estes
zir seu aquecimento) de qualidade e, em alguns casos, uma
novos processadores poderiam ser 20 vezes mais rápido
pasta térmica especial que é passada diretamente sobre a
que os antigos mesmo se a velocidade de clock fosse a
superfície do processador.
mesma. Além disso, alguns microprocessadores são supe-
Atualmente fala-se muito em CORE, seja dual, duo ou
rescalar, o que significa que eles podem executar mais de
quad, essa denominação refere-se na verdade ao núcleo
uma instrução por ciclo.
do processador, onde fica a ULA (Unidade Aritmética e Ló-
Como as CPUs, os barramentos de expansão também gica). Nos modelos DUAL ou DUO, esse núcleo é duplica-
têm a sua velocidade de clock. Seria ideal que as velocida- do, o que proporciona uma execução de duas instruções
des de clock da CPU e dos barramentos fossem a mesma efetivamente ao mesmo tempo, embora isto não aconteça
para que um componente não deixe o outro mais lento. Na o tempo todo. Basta uma instrução precisar de um dado
prática, a velocidade de clock dos barramentos é mais lenta gerado por sua “concorrente” que a execução paralela tor-
que a velocidade da CPU. na-se inviável, tendo uma instrução que esperar pelo tér-
• Overclock mino da outra. Os modelos QUAD CORE possuem o núcleo
Overclock é o aumento da frequência do processador quadruplicado.
para que ele trabalhe mais rapidamente.
A frequência de operação dos computadores domésti- Esses são os processadores fabricados pela INTEL, em-
cos é determinada por dois fatores: presa que foi pioneira nesse tipo de produto. Temos tam-
• A velocidade de operação da placa-mãe, conhecida bém alguns concorrentes famosos dessa marca, tais como
também como velocidade de barramento, que nos compu- NEC, Cyrix e AMD; sendo que atualmente apenas essa últi-
tadores Pentium pode ser de 50, 60 e 66 MHz. ma marca mantém-se fazendo frente aos lançamentos da
• Um multiplicador de clock, criado a partir dos 486 INTEL no mercado. Por exemplo, um modelo muito popular
que permite ao processador trabalhar internamente a uma de 386 foi o de 40 MHz, que nunca foi feito pela INTEL, cujo
velocidade maior que a da placa-mãe. Vale lembrar que 386 mais veloz era de 33 MHz, esse processador foi obra
os outros periféricos do computador (memória RAM, cache da AMD. Desde o lançamento da linha Pentium, a AMD foi
L2, placa de vídeo, etc.) continuam trabalhando na veloci- obrigada a criar também novas denominações para seus
dade de barramento. processadores, sendo lançados modelos como K5, K6-2,
Como exemplo, um computador Pentium 166 trabalha K7, Duron (fazendo concorrência direta à ideia do Celeron)
com velocidade de barramento de 66 MHz e multiplica- e os mais atuais como: Athlon, Turion, Opteron e Phenom.

98
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MEMÓRIAS Podemos encontrar diferentes tipos de cabos dentro


do gabinete: podem ser de energia ou de dados e co-
nectam dispositivos, como discos rígidos, drives de CDs e
DVDs, LEDs (luzes), botão liga/desliga, entre outros, à pla-
ca-mãe.
Os tipos de cabos encontrados dentro do PC são: IDE,
SATA, SATA2, energia e som.

DRIVERS

Vamos chamar de memória o que muitos autores de-


nominam memória primária, que é a memória interna do
computador, sem a qual ele não funciona.
A memória é formada, geralmente, por chips e é uti-
lizada para guardar a informação para o processador num
determinado momento, por exemplo, quando um progra-
ma está sendo executado. São dispositivos de suporte para mídias - fixas ou re-
As memórias ROM (Read Only Memory - Memória So- movíveis - de armazenamento de dados, nos quais a in-
mente de Leitura) e RAM (Random Access Memory - Me- formação é gravada por meio digital, ótico, magnético ou
mória de Acesso Randômico) ficam localizadas junto à pla- mecânico.
ca-mãe. A ROM são chips soldados à placa-mãe, enquanto Hoje, os tipos mais comuns são o disco rígido ou HD,
a RAM são “pentes” de memória. os drives de CD/DVD e o pen drive. Os computadores mais
antigos ainda apresentam drives de disquetes, que são
FONTE DE ENERGIA bem pouco usados devido à baixa capacidade de armaze-
namento. Todos os drives são ligados ao computador por
meio de cabos.

PORTAS DE ENTRADA/SAÍDA

É um aparelho que transforma a corrente de eletricida-


de alternada (que vem da rua), em corrente contínua, para
ser usada nos computadores. Sua função é alimentar todas
as partes do computador com energia elétrica apropriada
para seu funcionamento.
Fica ligada à placa-mãe e aos outros dispositivos por
meio de cabos coloridos com conectores nas pontas. São as portas do computador nas quais se conectam
todos os periféricos. São utilizadas para entrada e saída de
CABOS dados. Os computadores de hoje apresentam normalmen-
te as portas USB, VGA, FireWire, HDMI, Ethernet e Modem.
Veja alguns exemplos de dispositivos ligados ao com-
putador por meio dessas Portas: modem, monitor, pen dri-
ve, HD externo, scanner, impressora, microfone, Caixas de
som, mouse, teclado etc.

Obs.: são dignas de citação portas ainda bastante


usadas, como as portas paralelas (impressoras e scan-
ners) e as portas PS/2(mouses e teclados).

99
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MEMÓRIAS E DISPOSITIVOS Memoria RAM


DE ARMAZENAMENTO

Memórias

Memória ROM

Random Access Memory (RAM) - Memória de acesso


aleatório onde são armazenados dados em tempo de pro-
cessamento, isto é, enquanto o computador está ligado e,
também, todas as informações que estiverem sendo exe-
No microcomputador também se encontram as me- cutadas, pois essa memória é mantida por pulsos elétricos.
mórias definidas como dispositivos eletrônicos respon- Todo conteúdo dela é apagado ao desligar-se a máquina,
sáveis pelo armazenamento de informações e instruções por isso é chamada também de volátil.
utilizadas pelo computador. O módulo de memória é um componente adicionado à
placa-mãe. É composto de uma série de pequenos circui-
Read Only Memory (ROM) é um tipo de memória em tos integrados, chamados chip de RAM. A memória pode
que os dados não se perdem quando o computador é des- ser aumentada, de acordo com o tipo de equipamento ou
ligado. Este tipo de memória é ideal para guardar dados das necessidades do usuário. O local onde os chips de me-
da BIOS (Basic Input/Output System - Sistema Básico de mória são instalados chama-se SLOT de memória.
Entrada/Saída) da placa-mãe e outros dispositivos. A memória ganhou melhor desempenho com versões
mais poderosas, como DRAM (Dynamic RAM - RAM dinâ-
Os tipos de ROM usados atualmente são: mica), EDO (Extended Data Out - Saída Estendida Dados),
entre outras, que proporcionam um aumento no desempe-
• Electrically-Erasable Programmable Read-Only nho de 10% a 30% em comparação à RAM tradicional. Hoje,
Memory (Eeprom) as memórias mais utilizadas são do tipo DDR2 e DDR3.
É um tipo de PROM que pode ser apagada simples-
mente com uma carga elétrica, podendo ser, posterior- Memória Cache
mente, gravada com novos dados. Depois da NVRAM é o
tipo de memória ROM mais utilizado atualmente.

• Non-Volatile Random Access Memory (Nvram)

Também conhecida como flash RAM ou memória flash,


a NVRAM é um tipo de memória RAM que não perde os
dados quando desligada. Este tipo de memória é o mais
usado atualmente para armazenar os dados da BIOS, não
só da placa-mãe, mas de vários outros dispositivos, como
modems, gravadores de CD-ROM etc.
É justamente o fato do BIOS da placa-mãe ser gravado
em memória flash que permite realizarmos upgrades de
BIOS. Na verdade essa não é exatamente uma memória
ROM, já que pode ser reescrita, mas a substitui com van-
tagens.
A memória cache é um tipo de memória de acesso
• Programmable Read-Only Memory (Prom) rápido utilizada, exclusivamente, para armazenamento de
É um tipo de memória ROM, fabricada em branco, sen- dados que provavelmente serão usados novamente.
do programada posteriormente. Uma vez gravados os da- Quando executamos algum programa, por exemplo,
dos, eles não podem ser alterados. Este tipo de memória é parte das instruções fica guardada nesta memória para
usado em vários dispositivos, assim como em placas-mãe que, caso posteriormente seja necessário abrir o programa
antigas. novamente, sua execução seja mais rápida.

100
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Atualmente, a memória cache já é estendida a outros O Compact Disc (CD) foi criado no começo da década
dispositivos, a fim de acelerar o processo de acesso aos de 80 e é hoje um dos meios mais populares de armazenar
dados. Os processadores e os HDs, por exemplo, já utilizam dados digitalmente.
este tipo de armazenamento. Sua composição é geralmente formada por quatro ca-
madas:
DISPOSITIVOS DE ARMAZENAMENTO • Uma camada de policarbonato (espécie de plásti-
co), onde ficam armazenados os dados
Disco Rígido (HD) • Uma camada refletiva metálica, com a finalidade
de refletir o laser
• Uma camada de acrílico, para proteger os dados
• Uma camada superficial, onde são impressos os
rótulos
Na camada de gravação existe uma grande espiral que
tem um relevo de partes planas e partes baixas que repre-
sentam os bits. Um feixe de laser “lê” o relevo e converte a
informação. Temos hoje, no mercado, três tipos principais
de CDs:

1. CD comercial
(que já vem gravado com música ou dados)

2. CD-R
(que vem vazio e pode ser gravado uma única vez)
O disco rígido é popularmente conhecido como HD
(Hard Disk Drive - HDD) e é comum ser chamado, também, 3. CD-RW
de memória, mas ao contrário da memória RAM, quando o (que pode ter seus dados apagados e regravados)
computador é desligado, não perde as informações. Atualmente, a capacidade dos CDs é armazenar cerca
O disco rígido é, na verdade, o único dispositivo para de 700 MB ou 80 minutos de música.
armazenamento de informações indispensável ao funcio-
namento do computador. É nele que ficam guardados to- DVD, DVD-R e DVD-RW
dos os dados e arquivos, incluindo o sistema operacional.
Geralmente é ligado à placa-mãe por meio de um cabo, O Digital Vídeo Disc ou Digital Versatille Disc (DVD) é
que pode ser padrão IDE, SATA ou SATA2. hoje o formato mais comum para armazenamento de vídeo
digital. Foi inventado no final dos anos 90, mas só se popu-
HD Externo larizou depois do ano 2000. Assim como o CD, é composto
por quatro camadas, com a diferença de que o feixe de
laser que lê e grava as informações é menor, possibilitando
uma espiral maior no disco, o que proporciona maior capa-
cidade de armazenamento.
Também possui as versões DVD-R e DVD-RW, sendo
R de gravação única e RW que possibilita a regravação de
dados. A capacidade dos DVDs é de 120 minutos de vídeo
ou 4,7 GB de dados, existindo ainda um tipo de DVD cha-
mado Dual Layer, que contém duas camadas de gravação,
cuja capacidade de armazenamento chega a 8,5 GB.

Blu-Ray

Os HDs externos são discos rígidos portáteis com alta O Blu-Ray é o sucessor do DVD. Sua capacidade varia
capacidade de armazenamento, chegando facilmente à entre 25 e 50 GB. O de maior capacidade contém duas
casa dos Terabytes. Eles, normalmente, funcionam a partir camadas de gravação.
de qualquer entrada USB do computador. Seu processo de fabricação segue os padrões do CD
e DVD comuns, com a diferença de que o feixe de laser
As grandes vantagens destes dispositivos são: usado para leitura é ainda menor que o do DVD, o que
• Alta capacidade de armazenamento; possibilita armazenagem maior de dados no disco.
• Facilidade de instalação; O nome do disco refere-se à cor do feixe de luz do lei-
• Mobilidade, ou seja, pode-se levá-lo para qual- tor ótico que, na verdade, para o olho humano, apresenta
quer lugar sem necessidade de abrir o computador. uma cor violeta azulada. O “e” da palavra blue (azul) foi
CD, CD-R e CD-RW retirado do nome por fins jurídicos, já que muitos países

101
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

não permitem que se registre comercialmente uma palavra Entrada


comum. O Blu-Ray foi introduzido no mercado no ano de São dispositivos que possuem a função de inserir da-
2006. dos ao computador, por exemplo: teclado, scanner, cane-
ta óptica, leitor de código de barras, mesa digitalizadora,
Pen Drive mouse, microfone, joystick, CD-ROM, DVD-ROM, câmera
fotográfica digital, câmera de vídeo, webcam etc.

Mouse

É um dispositivo de armazenamento de dados em me-


mória flash e conecta-se ao computador por uma porta
USB. Ele combina diversas tecnologias antigas com baixo
custo, baixo consumo de energia e tamanho reduzido, gra- É utilizado para selecionar operações dentro de uma
ças aos avanços nos microprocessadores. Funciona, ba- tela apresentada. Seu movimento controla a posição do
sicamente, como um HD externo e quando conectado ao cursor na tela e apenas clicando (pressionando) um dos
computador pode ser visualizado como um drive. O pen botões sobre o que você precisa, rapidamente a operação
drive também é conhecido como thumbdrive (por ter o ta- estará definida.
manho aproximado de um dedo polegar - thumb), flashdri- O mouse surgiu com o ambiente gráfico das famílias
ve (por usar uma memória flash) ou, ainda, disco removível. Macintosh e Windows, tornando-se indispensável para a
Ele tem a mesma função dos antigos disquetes e dos utilização do microcomputador.
CDs, ou seja, armazenar dados para serem transportados,
porém, com uma capacidade maior, chegando a 256 GB. Touchpad

Cartão de Memória

Assim como o pen drive, o cartão de memória é um Existem alguns modelos diferentes de mouse para no-
tipo de dispositivo de armazenamento de dados com me- tebooks, como o touchpad, que é um item de fábrica na
mória flash, muito encontrado em máquinas fotográficas maioria deles.
digitais e aparelhos celulares smartphones. É uma pequena superfície sensível ao toque e tem a
Nas máquinas digitais registra as imagens capturadas mesma funcionalidade do mouse. Para movimentar o cur-
e nos telefones é utilizado para armazenar vídeos, fotos, sor na tela, passa-se o dedo levemente sobre a área do
ringtones, endereços, números de telefone etc. touchpad.
O cartão de memória funciona, basicamente, como o
pen drive, mas, ao contrário dele, nem sempre fica aparen- Teclado
te no dispositivo e é bem mais compacto.
Os formatos mais conhecidos são:
• Memory Stick Duo
• SD (Secure Digital Card)
• Mini SD
• Micro SD

OS PERIFÉRICOS
Os periféricos são partes extremamente importantes
dos computadores. São eles que, muitas vezes, definem
sua aplicação.

102
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

É o periférico mais conhecido e utilizado para entrada


de dados no computador.
Acompanha o PC desde suas primeiras versões e foi
pouco alterado. Possui teclas representando letras, núme-
ros e símbolos, bem como teclas com funções específicas
(F1... F12, ESC etc.).

Câmera Digital

Scanner

Câmera fotográfica moderna que não usa mais filmes


fotográficos. As imagens são capturadas e gravadas numa
memória interna ou, ainda, mais comumente, em cartões
de memória.
O formato de arquivo padrão para armazenar as fotos
é o JPEG (.jpg) e elas podem ser transferidas ao compu-
tador por meio de um cabo ou, nos computadores mais
modernos, colocando-se o cartão de memória diretamente
no leitor. É um dispositivo utilizado para interpretar e enviar à
memória do computador uma imagem desenhada, pintada
Câmeras de Vídeo ou fotografada. Ele é formado por minúsculos sensores fo-
toelétricos, geralmente distribuídos de forma linear. Cada
linha da imagem é percorrida por um feixe de luz. Ao mes-
mo tempo, os sensores varrem (percorrem) esse espaço e
armazenam a quantidade de luz refletida por cada um dos
pontos da linha.
A princípio, essas informações são convertidas em car-
gas elétricas que, depois, ainda no scanner, são transforma-
das em valores numéricos. O computador decodifica esses
números, armazena-os e pode transformá-los novamente
As câmeras de vídeo, além de utilizadas no lazer, são em imagem. Após a imagem ser convertida para a tela,
também aplicadas no trabalho de multimídia. As câmeras pode ser gravada e impressa como qualquer outro arquivo.
de vídeo digitais ligam-se ao microcomputador por meio Existem scanners que funcionam apenas em preto e
de cabos de conexão e permitem levar a ele as imagens em branco e outros, que reproduzem cores. No primeiro caso,
movimento e alterá-las utilizando um programa de edição os sensores passam apenas uma vez por cada ponto da
de imagens. Existe, ainda, a possibilidade de transmitir as imagem. Os aparelhos de fax possuem um scanner desse
imagens por meio de placas de captura de vídeo, que po- tipo para captar o documento. Para capturar as cores é pre-
dem funcionar interna ou externamente no computador. ciso varrer a imagem três vezes: uma registra o verde, outra
o vermelho e outra o azul.
Há aparelhos que produzem imagens com maior ou
menor definição. Isso é determinado pelo número de pon-
tos por polegada (ppp) que os sensores fotoelétricos po-
dem ler. As capacidades variam de 300 a 4800 ppp. Alguns
modelos contam, ainda, com softwares de reconhecimento
de escrita, denominados OCR.
Hoje em dia, existem diversos tipos de utilização para
os scanners, que podem ser encontrados até nos caixas de
supermercados, para ler os códigos de barras dos produtos
vendidos.

103
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Webcam Nos desktops mais antigos, utilizava-se a Catodic Rays


Tube (CRT), que usava o tubo de cinescópio (o mesmo
princípio da TV), em que um canhão dispara por trás o fei-
xe de luz e a imagem é mostrada no vídeo. Uma grande
evolução foi o surgimento de uma tela especial, a Liquid
Crystal Display (LCD) - Tela de Cristal Líquido.
A tecnologia LCD troca o tubo de cinescópio por mi-
núsculos cristais líquidos na formação dos feixes de luz até
a montagem dos pixels. Com este recurso, pode-se aumen-
tar a área útil da tela.
Os monitores LCD permitem qualidade na visibilidade
da imagem - dependendo do tipo de tela ― que pode ser:
• Matriz ativa: maior contraste, nitidez e amplo cam-
É uma câmera de vídeo que capta imagens e as trans- po de visão
fere instantaneamente para o computador. A maioria delas • Matriz passiva: menor tempo de resposta nos mo-
não tem alta resolução, já que as imagens têm a finalidade vimentos de vídeo
de serem transmitidas a outro computador via Internet, ou Além do CRT e do LCD, uma nova tecnologia esta ga-
seja, não podem gerar um arquivo muito grande, para que nhando força no mercado, o LED. A principal diferença en-
possam ser transmitidas mais rapidamente. tre LED x LCD está diretamente ligado à tela. Em vez de
Hoje, muitos sites e programas possuem chats (bate células de cristal líquido, os LED possuem diodos emissores
-papo) com suporte para webcam. Os participantes podem de luz (Light Emitting Diode) que fornecem o conjunto de
conversar e visualizar a imagem um do outro enquanto luzes básicas (verde, vermelho e azul). Eles não aquecem
conversam. Nos laptops e notebooks mais modernos, a câ- para emitir luz e não precisam de uma luz branca por trás,
mera já vem integrada ao computador. o que permite iluminar apenas os pontos necessários na
tela. Como resultado, ele consume até 40% menos energia.
Saída A definição de cores também é superior, principalmen-
te do preto, que possui fidelidade não encontrada em ne-
São dispositivos utilizados para saída de dados do nhuma das demais tecnologias disponíveis no mercado.
Sem todo o aparato que o LCD precisa por trás, o LED
computador, por exemplo: monitor, impressora, projetor,
também pode ser mais fina, podendo chegar a apenas uma
caixa de som etc.
polegada de espessura. Isso resultado num monitor de de-
sign mais agradável e bem mais leve.
Monitor
Ainda é possível encontrar monitores CRT (que usavam
É um dispositivo físico (semelhante a uma televisão)
o tubo de cinescópio), mas os fabricantes, no entanto, não
que tem a função de exibir a saída de dados.
deram continuidade à produção dos equipamentos com
A qualidade do que é mostrado na tela depende da tubo de imagem.
resolução do monitor, designada pelos pontos (pixels - Pic- Os primeiros monitores tinham um tamanho de, geral-
ture Elements), que podem ser representados na sua su- mente, 13 ou 14 polegadas. Com profissionais trabalhando
perfície. com imagens, cores, movimentos e animações multimídia,
Todas as imagens que você vê na tela são compostas sentiu-se a necessidade de produzir telas maiores.
de centenas (ou milhares) de pontos gráficos (ou pixels). Hoje, os monitores são vendidos nos mais diferentes
Quanto mais pixels, maior a resolução e mais detalhada formatos e tamanhos. As televisões mais modernas apre-
será a imagem na tela. Uma resolução de 640 x 480 signi- sentam uma entrada VGA ou HDMI, para que computado-
fica 640 pixels por linha e 480 linhas na tela, resultando em res sejam conectados a elas.
307.200 pixels.
A placa gráfica permite que as informações saiam do Impressora Jato de Tinta
computador e sejam apresentadas no monitor. A placa
determina quantas cores você verá e qual a qualidade dos
gráficos e imagens apresentadas.
Os primeiros monitores eram monocromáticos, ou
seja, apresentavam apenas uma cor e suas tonalidades,
mostrando os textos em branco ou verde sobre um fun-
do preto. Depois, surgiram os policromáticos, trabalhando
com várias cores e suas tonalidades.
A tecnologia utilizada nos monitores também tem
acompanhado o mercado de informática. Procurou-se re-
duzir o consumo de energia e a emissão de radiação ele- Atualmente, as impressoras a jato de tinta ou inkjet
tromagnética. Outras inovações, como controles digitais, (como também são chamadas), são as mais populares do
tela plana e recursos multimídia contribuíram nas mudan- mercado. Silenciosas, elas oferecem qualidade de impres-
ças. são e eficiência.

104
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A impressora jato de tinta forma imagens lançando a Outro dispositivo utilizado para impressão é a plotter,
tinta diretamente sobre o papel, produzindo os caracteres que é uma impressora destinada a imprimir desenhos em
como se fossem contínuos. Imprime sobre papéis espe- grandes dimensões, com elevada qualidade e rigor, como
ciais e transparências e são bastante versáteis. Possuem plantas arquitetônicas, mapas cartográficos, projetos de
fontes (tipos de letras) internas e aceitam fontes via soft- engenharia e grafismo, ou seja, a impressora plotter é des-
ware. Também preparam documentos em preto e branco tinada às artes gráficas, editoração eletrônica e áreas de
e possuem cartuchos de tinta independentes, um preto e CAD/CAM.
outro colorido. Vários modelos de impressora plotter têm resolução
de 300 dpi, mas alguns podem chegar a 1.200 pontos por
Impressora Laser polegada, permitindo imprimir, aproximadamente, 20 pá-
ginas por minuto (no padrão de papel utilizado em impres-
soras a laser).
Existe a plotter que imprime materiais coloridos com
largura de até três metros (são usadas em empresas que
imprimem grandes volumes e utilizam vários formatos de
papel).

Projetor

É um equipamento muito utilizado em apresentações


multimídia.
Antigamente, as informações de uma apresentação
As impressoras a laser apresentam elevada qualidade eram impressas em transparências e ampliadas num retro-
de impressão, aliada a uma velocidade muito superior. Uti- projetor, mas, com o avanço tecnológico, os projetores têm
lizam folhas avulsas e são bastante silenciosas. auxiliado muito nesta área.
Possuem fontes internas e também aceitam fontes via
Quando conectados ao computador, esses equipa-
software (dependendo da quantidade de memória). Algu-
mentos reproduzem o que está na tela do computador em
mas possuem um recurso que ajusta automaticamente as
dimensões ampliadas, para que várias pessoas vejam ao
configurações de cor, eliminando a falta de precisão na im-
mesmo tempo.
pressão colorida, podendo atingir uma resolução de 1.200
dpi (dots per inch - pontos por polegada).
Entrada/Saída
São dispositivos que possuem tanto a função de inse-
Impressora a Cera
rir dados, quanto servir de saída de dados. Exemplos: pen
Categoria de impressora criada para ter cor no impres- drive, modem, CD-RW, DVD-RW, tela sensível ao toque,
so com qualidade de laser, porém o custo elevado de ma- impressora multifuncional, etc.
nutenção aliado ao surgimento da laser colorida fizeram IMPORTANTE: A impressora multifuncional pode ser
essa tecnologia ser esquecida. A ideia aqui é usar uma su- classificada como periférico de Entrada/Saída, pois sua
blimação de cera (aquela do lápis de cera) para fazer im- principal característica é a de realizar os papeis de impres-
pressão. sora (Saída) e scanner (Entrada) no mesmo dispositivo.

Plotters BARRAMENTOS – CONCEITOS GERAIS

Os barramentos, conhecidos como BUS em inglês, são


conjuntos de fios que normalmente estão presentes em to-
das as placas do computador.
Na verdade existe barramento em todas as placas de
produtos eletrônicos, porém em outros aparelhos os téc-
nicos referem-se aos barramentos simplesmente como o
“impresso da placa”.
Barramento é um conjunto de 50 a 100 fios que fazem
a comunicação entre todos os dispositivos do computador:
UCP, memória, dispositivos de entrada e saída e outros. Os
sinais típicos encontrados no barramento são: dados, clock,
endereços e controle.
Os dados trafegam por motivos claros de necessidade
de serem levados às mais diversas porções do computador.
Os endereços estão presentes para indicar a localiza-
ção para onde os dados vão ou vêm.

105
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O clock trafega nos barramentos conhecidos como sín- ISA – Industry Standard Architeture
cronos, pois os dispositivos são obrigados a seguir uma
sincronia de tempo para se comunicarem.
O controle existe para informar aos dispositivos en-
volvidos na transmissão do barramento se a operação em
curso é de escrita, leitura, reset ou outra qualquer. Alguns
sinais de controle são bastante comuns:
• Memory Write - Causa a escrita de dados do barra-
mento de dados no endereço especificado no barramento
de endereços.
• Memory Read - Causa dados de um dado endereço
especificado pelo barramento de endereço a ser posto no
barramento de dados.
• I/O Write - Causa dados no barramento de dados se- Foi lançado em 1984 pela IBM para suportar o novo
rem enviados para uma porta de saída (dispositivo de I/O). PC-AT. Tornou-se, de imediato, o padrão de todos os PC-
• I/O Read - Causa a leitura de dados de um dispositivo compatíveis. Era um barramento único para todos os com-
de I/O, os quais serão colocados no barramento de dados. ponentes do computador, operando com largura de 16 bits
• Bus request - Indica que um módulo pede controle e com clock de 8 MHz.
do barramento do sistema.
• Reset - Inicializa todos os módulos PCI – Peripheral Components Interconnect

Todo barramento é implementado seguindo um con-


junto de regras de comunicação entre dispositivos conhe-
cido como BUS STANDARD, ou simplesmente PROTOCOLO
DE BARRAMENTO, que vem a ser um padrão que qualquer
dispositivo que queira ser compatível com este barramento
deva compreender e respeitar. Mas um ponto sempre é
certeza: todo dispositivo deve ser único no acesso ao bar-
ramento, porque os dados trafegam por toda a extensão
da placa-mãe ou de qualquer outra placa e uma mistura de
dados seria o caos para o funcionamento do computador.

Os barramentos têm como principais vantagens o fato


de ser o mesmo conjunto de fios que é usado para todos os
periféricos, o que barateia o projeto do computador. Outro
ponto positivo é a versatilidade, tendo em vista que toda
placa sempre tem alguns slots livres para a conexão de no-
vas placas que expandem as possibilidades do sistema.
A grande desvantagem dessa idéia é o surgimento de
engarrafamentos pelo uso da mesma via por muitos perifé- PCI é um barramento síncrono de alta performance,
ricos, o que vem a prejudicar a vazão de dados (troughput). indicado como mecanismo entre controladores altamen-
Dispositivos conectados ao barramento te integrados, plug-in placas, sistemas de processadores/
memória.
• Ativos ou Mestres - dispositivos que comandam o Foi o primeiro barramento a incorporar o conceito plu-
acesso ao barramento para leitura ou escrita de dados g-and-play.
• Passivos ou Escravos - dispositivos que simplesmente Seu lançamento foi em 1993, em conjunto com o pro-
cessador PENTIUM da Intel. Assim o novo processador
obedecem à requisição do mestre.
realmente foi revolucionário, pois chegou com uma série
Exemplo:
de inovações e um novo barramento. O PCI foi definido
- CPU ordena que o controlador de disco leia ou escre-
com o objetivo primário de estabelecer um padrão da in-
va um bloco de dados. dústria e uma arquitetura de barramento que ofereça baixo
A CPU é o mestre e o controlador de disco é o escravo. custo e permita diferenciações na implementação.

Barramentos Comerciais Componente PCI ou PCI master


Funciona como uma ponte entre processador e barra-
Serão listados aqui alguns barramentos que foram e mento PCI, no qual dispositivos add-in com interface PCI
alguns que ainda são bastante usados comercialmente. estão conectados.

106
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Add-in cards interface Na busca de uma solução para algumas limitações dos
Possuem dispositivos que usam o protocolo PCI. São barramentos AGP e PCI, a indústria de tecnologia trabalha no
gerenciados pelo PCI master e são totalmente programáveis. barramento PCI Express, cujo nome inicial era 3GIO. Trata-se
de um padrão que proporciona altas taxas de transferência
AGP – Advanced Graphics Port de dados entre o computador em si e um dispositivo, por
exemplo, entre a placa-mãe e uma placa de vídeo 3D.
A tecnologia PCI Express conta com um recurso que per
mite o uso de uma ou mais conexões seriais, também
chamados de lanes para transferência de dados. Se um de-
terminado dispositivo usa um caminho, então diz-se que
esse utiliza o barramento PCI Express 1X; se utiliza 4 lanes ,
sua denominação é PCI Express 4X e assim por diante. Cada
lane pode ser bidirecional, ou seja, recebe e envia dados.
Cada conexão usada no PCI Express trabalha com 8 bits por
vez, sendo 4 em cada direção. A freqüência usada é de 2,5
GHz, mas esse valor pode variar. Assim sendo, o PCI Express
1X consegue trabalhar com taxas de 250 MB por segundo,
um valor bem maior que os 132 MB do padrão PCI. Esse bar-
ramento trabalha com até 16X, o equivalente a 4000 MB por
segundo. A tabela abaixo mostra os valores das taxas do PCI
Express comparadas às taxas do padrão AGP:
Esse barramento permite que uma placa controladora
gráfica AGP substitua a placa gráfica no barramento PCI. O AGP PCI Express
Chip controlador AGP substitui o controlador de E/S do bar- AGP 1X: 266 MB por PCI Express 1X: 250 MB por
ramento PCI. O novo conjunto AGP continua com funções segundo segundo
herdadas do PCI. O conjunto faz a transferência de dados
entre memória, o processador e o controlador ISA, tudo, si- AGP 4X: 1064 MB por PCI Express 2X: 500 MB por
multaneamente. segundo segundo
Permite acesso direto mais rápido à memória. Pela porta AGP 8X: 2128 MB por PCI Express 8X: 2000 MB por
gráfica aceleradora, a placa tem acesso direto à RAM, eliminan- segundo segundo
do a necessidade de uma VRAM (vídeo RAM) na própria placa
PCI Express 16X: 4000 MB por
para armazenar grandes arquivos de bits como mapas e textura.  
segundo
O uso desse barramento iniciou-se através de placas-
mãe que usavam o chipset i440LX, da Intel, já que esse chip-
É importante frisar que o padrão 1X foi pouco utilizado
set foi o primeiro a ter suporte ao AGP. A principal vanta-
e, devido a isso, há empresas que chamam o PC I Express 2X
gem desse barramento é o uso de uma maior quantidade de PCI Express 1X.
de memória para armazenamento de texturas para objetos Assim sendo, o padrão PCI Express 1X pode representar tam-
tridimensionais, além da alta velocidade no acesso a essas bém taxas de transferência de dados de 500 MB por segundo.
texturas para aplicação na tela. A Intel é uma das grandes precursoras de inovações tec-
O primeiro AGP (1X) trabalhava a 133 MHz, o que pro- nológicas.
porciona uma velocidade 4 vezes maior que o PCI. Além dis- No início de 2001, em um evento próprio, a empresa
so, sua taxa de transferência chegava a 266 MB por segundo mostrou a necessidade de criação de uma tecnologia capaz
quando operando no esquema de velocidade X1, e a 532 MB de substituir o padrão PCI: tratava-se do 3GIO (Third Gene-
quando no esquema de velocidade 2X. Existem também as ration I/O – 3ª geração de Entrada e Saída). Em agosto desse
versões 4X, 8X e 16X. Geralmente, só se encontra um único mesmo ano, um grupo de empresas chamado de
slot nas placas-mãe, visto que o AGP só interessa às placas PCI-SIG (composto por companhias como IBM, AMD e
de vídeo. Microsoft) aprovou as primeiras especificações do 3GIO.
Entre os quesitos levantados nessas especificações, estão
PCI Express os que se seguem: suporte ao barramento PCI, possibilida-
de de uso de mais de uma lane, suporte a outros tipos de
conexão de plataformas, melhor gerenciamento de energia,
melhor proteção contra erros, entre outros.
Esse barramento é fortemente voltado para uso em sub-
sistemas de vídeo.

Interfaces – Barramentos Externos


Os barramentos circulam dentro do computador, co-
brem toda a extensão da placa-mãe e servem para conectar
as placas menores especializadas em determinadas tarefas

107
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

do computador. Mas os dispositivos periféricos precisam co- USB – Universal Serial Bus
municarem-se com a UCP, para isso, historicamente foram
desenvolvidas algumas soluções de conexão tais como: se- A tecnologia USB surgiu no ano de 1994 e, desde então,
rial, paralela, USB e Firewire. Passando ainda por algumas so- foi passando por várias revisões. As mais populares são as
luções proprietárias, ou seja, que somente funcionavam com versões 1.1 e 2.0, sendo esta última ainda bastante utilizada.
determinado periférico e de determinado fabricante. A primeira é capaz de alcançar, no máximo, taxas de trans-
missão de 12 Mb/s (megabits por segundo), enquanto que a
Interface Serial segunda pode oferecer até 480 Mb/s.
Conhecida por seu uso em mouse e modems, esta in- Como se percebe, o USB 2.0 consegue ser bem rápido,
terface no passado já conectou até impressoras. Sua carac- afinal, 480 Mb/s correspondem a cerca de 60 megabytes por
terística fundamental é que os bits trafegam em fila, um por segundo. No entanto, acredite, a evolução da tecnologia aca-
vez, isso torna a comunicação mais lenta, porém o cabo do ba fazendo com que velocidades muito maiores sejam ne-
dispositivo pode ser mais longo, alguns chegam até a 10 me- cessárias.
tros de comprimento. Isso é útil para usar uma barulhenta Não é difícil entender o porquê: o número de conexões
impressora matricial em uma sala separada daquela onde o à internet de alta velocidade cresce rapidamente, o que faz
trabalho acontece. com que as pessoas queiram consumir, por exemplo, vídeos,
As velocidades de comunicação dessa interface variam músicas, fotos e jogos em alta definição. Some a isso ao fato
de 25 bps até 57.700 bps (modems mais recentes). Na parte de ser cada vez mais comum o surgimento de dispositivos
externa do gabinete, essas interfaces são representadas por como smartphones e câmeras digitais que atendem a essas
conectores DB-9 ou DB-25 machos. necessidades. A consequência não poderia ser outra: gran-
des volumes de dados nas mãos de um número cada vez
maior de pessoas.
Com suas especificações finais anunciadas em novembro
de 2008, o USB 3.0 surgiu para dar conta desta e da demanda
que está por vir. É isso ou é perder espaço para tecnologias
como o FireWire ou Thunderbolt, por exemplo. Para isso, o
USB 3.0 tem como principal característica a capacidade de
oferecer taxas de transferência de dados de até 4,8 Gb/s (gi-
gabits por segundo). Mas não é só isso...
O que é USB 3.0?
Como você viu no tópico acima, o USB 3.0 surgiu porque
o padrão precisou evoluir para atender novas necessidades.
Interface Paralela Mas, no que consiste exatamente esta evolução? O que o
USB 3.0 tem de diferente do USB 2.0? A principal caracterís-
Criada para ser uma opção ágil em relação à serial, essa tica você já sabe: a velocidade de até 4,8 Gb/s (5 Gb/s, arre-
interface transmite um byte de cada vez. Devido aos 8 bits dondando), que corresponde a cerca de 600 megabytes por
em paralelo existe um RISCo de interferência na corrente elé- segundo, dez vezes mais que a velocidade do USB 2.0. Nada
trica dos condutores que formam o cabo. Por esse motivo mal, não?
os cabos de comunicação desta interface são mais curtos,
normalmente funcionam muito bem até a distância de 1,5
metro, embora exista no mercado cabos paralelos de até 3
metros de comprimento. A velocidade de transmissão desta
porta chega até a 1,2 MB por segundo.
Nos gabinetes dos computadores essa porta é encontra- Símbolo para dispositivos USB 3.0
da na forma de conectores DB-25 fêmeas. Nas impressoras,
normalmente, os conectores paralelos são conhecidos como Mas o USB 3.0 também se destaca pelo fator “alimenta-
interface centronics. ção elétrica”: o USB 2.0 fornece até 500 miliampéres, enquan-
to que o novo padrão pode suportar 900 miliampéres. Isso
significa que as portas USB 3.0 podem alimentar dispositivos
que consomem mais energia (como determinados HDs ex-
ternos, por exemplo, cenário quase impossível com o USB
2.0).
É claro que o USB 3.0 também possui as características
que fizeram as versões anteriores tão bem aceitas, como Plug
and Play (plugar e usar), possibilidade de conexão de mais de
um dispositivo na mesma porta, hot-swappable (capacidade
de conectar e desconectar dispositivos sem a necessidade de
desligá-los) e compatibilidade com dispositivos nos padrões
anteriores.

108
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Conectores USB 3.0


Outro aspecto no qual o padrão USB 3.0 difere do 2.0 diz
respeito ao conector. Os conectores de ambos são bastante
parecidos, mas não são iguais.

Conector USB 3.0 A


Como você verá mais adiante, os cabos da tecnologia
USB 3.0 são compostos por nove fios, enquanto que os cabos
USB 2.0 utilizam apenas 4. Isso acontece para que o padrão Conector USB 3.0 B - imagem por USB.org
novo possa suportar maiores taxas de transmissão de dados.
Assim, os conectores do USB 3.0 possuem contatos para es- Micro-USB 3.0
tes fios adicionais na parte do fundo. Caso um dispositivo O conector micro-USB, utilizado em smartphones, por
USB 2.0 seja utilizado, este usará apenas os contatos da parte exemplo, também sofreu modificações: no padrão USB 3.0 -
frontal do conector. As imagens a seguir mostram um conec- com nome de micro-USB B -, passou a contar com uma área
tor USB 3.0 do tipo A: de contatos adicional na lateral, o que de certa forma diminui
a sua praticidade, mas foi a solução encontrada para dar con-
ta dos contatos adicionais:

Conector micro-USB 3.0 B - imagem por USB.org


Para facilitar a diferenciação, fabricantes estão adotando
Estrutura interna de um conector USB 3.0 A
a cor azul na parte interna dos conectores USB 3.0 e, algu-
mas vezes, nos cabos destes. Note, no entanto, que é essa
não é uma regra obrigatória, portanto, é sempre conveniente
prestar atenção nas especificações do produto antes de ad-
quiri-lo.

Sobre o funcionamento do USB 3.0


Como você já sabe, cabos USB 3.0 trabalham com 9 fios,
enquanto que o padrão anterior utiliza 4: VBus (VCC), D+, D-
Conector USB 3.0 A e GND. O primeiro é o responsável pela alimentação elétrica,
o segundo e o terceiro são utilizados na transmissão de da-
Você deve ter percebido que é possível conectar disposi- dos, enquanto que o quarto atua como “fio terra”.
tivos USB 2.0 ou 1.1 em portas USB 3.0. Este último é compa- No padrão USB 3.0, a necessidade de transmissão de da-
tível com as versões anteriores. Fabricantes também podem dos em alta velocidade fez com que, no início, fosse conside-
fazer dispositivos USB 3.0 compatíveis com o padrão 2.0, mas rado o uso de fibra óptica para este fim, mas tal característica
neste caso a velocidade será a deste último. E é claro: se você tornaria a tecnologia cara e de fabricação mais complexa. A
quer interconectar dois dispositivos por USB 3.0 e aproveitar solução encontrada para dar viabilidade ao padrão foi a ado-
a sua alta velocidade, o cabo precisa ser deste padrão. ção de mais fios. Além daqueles utilizados no USB 2.0, há
também os seguintes: StdA_SSRX- e StdA_SSRX+ para rece-
Conector USB 3.0 B bimento de dados, StdA_SSTX- e StdA_SSTX+ para envio, e
GND_DRAIN como “fio terra” para o sinal.
Tal como acontece na versão anterior, o USB 3.0 tam- O conector USB 3.0 B pode contar ainda com uma varia-
bém conta com conectores diferenciados para se adequar a ção (USB 3.0 B Powered) que utiliza um contato a mais para
determinados dispositivos. Um deles é o conector do tipo B, alimentação elétrica e outro associado a este que serve como
utilizado em aparelhos de porte maior, como impressoras ou “fio terra”, permitindo o fornecimento de até 1000 miliampé-
scanners, por exemplo. res a um dispositivo.
Em relação ao tipo B do padrão USB 2.0, a porta USB Quanto ao tamanho dos cabos, não há um limite defi-
3.0 possui uma área de contatos adicional na parte superior. nido, no entanto, testes efetuados por algumas entidades
Isso significa que nela podem ser conectados tantos disposi- especialistas (como a empresa  Cable Wholesale) recomen-
tivos USB 2.0 (que aproveitam só a parte inferior) quanto USB dam, no máximo, até 3 metros para total aproveitamento da
3.0. No entanto, dispositivos 3.0 não poderão ser conectados tecnologia, mas esta medida pode variar de acordo com as
em portas B 2.0: técnicas empregadas na fabricação.

109
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

No que se refere à transmissão de dados em si, o USB Novo conector “tipo C”: uso dos dois lados
3.0 faz esse trabalho de maneira bidirecional, ou seja, entre Em dezembro de 2013, a USB.org anunciou outra novi-
dispositivos conectados, é possível o envio e o recebimento dade para a versão 3.1 da tecnologia: um conector chamado
simultâneo de dados. No USB 2.0, é possível apenas um tipo (até agora, pelos menos) de tipo C que permitirá que você
de atividade por vez. conecte um cabo à entrada a partir de qualquer lado.
O USB 3.0 também consegue ser mais eficiente no con- Sabe aquelas situações onde você encaixa um cabo ou
trole do consumo de energia. Para isso, o host, isto é, a má- pendrive de um jeito, nota que o dispositivo não funcionou
quina na qual os dispositivos são conectados, se comunica e somente então percebe que o conectou incorretamente?
com os aparelhos de maneira assíncrona, aguardando estes Com o novo conector, este problema será coisa do passado:
indicarem a necessidade de transmissão de dados. No USB qualquer lado fará o dispositivo funcionar.
2.0, há uma espécie de “pesquisa contínua”, onde o host ne- Trata-se de um plugue reversível, portanto, semelhante
cessita enviar sinais constantemente para saber qual deles aos conectores Lightning existentes nos produtos da Apple.
necessita trafegar informações. Tal como estes, o conector tipo C deverá ter também dimen-
Ainda no que se refere ao consumo de energia, tanto sões reduzidas, o que facilitará a sua adoção em smartpho-
o host quanto os dispositivos conectados podem entrar em nes, tablets e outros dispositivos móveis.
um estado de economia em momentos de ociosidade. Além Tamanha evolução tem um preço: o conector tipo C não
disso, no USB 2.0, os dados transmitidos acabam indo do será compatível com as portas dos padrões anteriores, ex-
host para todos os dispositivos conectados. No USB 3.0, essa ceto pelo uso de adaptadores. É importante relembrar, no
comunicação ocorre somente com o dispositivo de destino. entanto, que será possível utilizar os conectores já existentes
com o USB 3.1.
Como saber rapidamente se uma porta é USB 3.0 A USB.org promete liberar mais informações sobre esta
Em determinados equipamentos, especialmente laptops, novidade em meados de 2014.
é comum encontrar, por exemplo, duas portas USB 2.0 e uma
USB 3.0. Quando não houver nenhuma descrição identifican- Firewire
do-as, como saber qual é qual? Pela cor existente no conector. O barramento firewire, também conhecido como IEEE
Pode haver exceções, é claro, mas pelo menos boa parte 1394 ou como i.Link, é um barramento de grande volume de
dos fabricantes segue a recomendação de identificar os co- transferência de dados entre computadores, periféricos e al-
nectores USB 3.0 com a sua parte plástica em azul, tal como guns produtos eletrônicos de consumo. Foi desenvolvido ini-
informado anteriormente. Nas portas USB 2.0, por sua vez, os cialmente pela Apple como um barramento serial de alta ve-
locidade, mas eles estavam muito à frente da realidade, ainda
conectores são pretos ou, menos frequentemente, brancos.
mais com, na época, a alternativa do barramento USB que já
possuía boa velocidade, era barato e rapidamente integrado
USB 3.1: até 10 Gb/s
no mercado. Com isso, a Apple, mesmo incluindo esse tipo
Em agosto de 2013, a USB.org anunciou as especifica-
de conexão/portas no Mac por algum tempo, a realidade “de
ções finais do  USB 3.1  (também chamado deSuperSpeed
fato”, era a não existência de utilidade para elas devido à falta
USB 10 Gbps), uma variação do USB 3.0 que se propõe a ofe-
de periféricos para seu uso. Porém o desenvolvimento conti-
recer taxas de transferência de dados de até 10 Gb/s (ou seja, nuou, sendo focado principalmente pela área de vídeo, que
o dobro). poderia tirar grandes proveitos da maior velocidade que ele
Na teoria, isso significa que conexões 3.1 podem alcan- oferecia.
çar taxas de até 1,2 gigabyte por segundo! E não é exagero, Suas principais vantagens:
afinal, há aplicações que podem usufruir desta velocidade. É • São similares ao padrão USB;
o caso de monitores de vídeo que são conectados ao com- • Conexões sem necessidade de desligamento/boot do
putador via porta USB, por exemplo. micro (hot-plugable);
Para conseguir taxas tão elevadas, o USB 3.1 não faz uso • Capacidade de conectar muitos dispositivos (até 63 por
de nenhum artefato físico mais elaborado. O “segredo”, es- porta);
sencialmente, está no uso de um método de codificação de • Permite até 1023 barramentos conectados entre si;
dados mais eficiente e que, ao mesmo tempo, não torna a • Transmite diferentes tipos de sinais digitais:
tecnologia significantemente mais cara. vídeo, áudio, MIDI, comandos de controle de dispositivo,
Vale ressaltar que o USB 3.1 é compatível com conecto- etc;
res e cabos das especificações anteriores, assim como com • Totalmente Digital (sem a necessidade de conversores
dispositivos baseados nestas versões. analógico-digital, e portanto mais seguro e rápido);
Merece destaque ainda o aspecto da alimentação elé- • Devido a ser digital, fisicamente é um cabo fino, flexível,
trica: o USB 3.1 poderá suportar até de 100 watts na transfe- barato e simples;
rência de energia, indicando que dispositivos mais exigentes • Como é um barramento serial, permite conexão bem
poderão ser alimentados por portas do tipo. Monitores de facilitada, ligando um dispositivo ao outro, sem a necessida-
vídeo e HDs externos são exemplos: não seria ótimo ter um de de conexão ao micro (somente uma ponta é conectada
único cabo saindo destes dispositivos? no micro).
A indústria trabalha com a possiblidade de os primeiros A distância do cabo é limitada a 4.5 metros antes de
equipamentos baseados em USB 3.1 começarem a chegar haver distorções no sinal, porém, restringindo a velocidade
ao mercado no final de 2014. Até lá, mais detalhes serão re- do barramento podem-se alcançar maiores distâncias de
velados. cabo (até 14 metros). Lembrando que esses valores são para

110
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

distâncias “ENTRE PERIFÉRICOS”, e SEM A UTILIZAÇÃO DE Conector DVI (Digital Video Interface)
TRANSCEIVERS (com transceivers a previsão é chegar a até
70 metros usando fibra ótica). Os conectores DVI  são bem mais recentes e proporcio-
O barramento firewire permite a utilização de dispositi- nam qualidade de imagem superior, portanto, são conside-
vos de diferentes velocidades (100, 200, 400, 800, 1200 Mb/s) rados substitutos do padrão VGA. Isso ocorre porque, con-
no mesmo barramento. forme indica seu nome, as informações das imagens podem
O suporte a esse barramento está nativamente em Macs, ser tratadas de maneira totalmente digital, o que não ocorre
e em PCs através de placas de expansão específicas ou inte-
com o padrão VGA.
gradas com placas de captura de vídeo ou de som.
Os principais usos que estão sendo direcionados a essa
interface, devido às características listadas, são na área de
multimídia, especialmente na conexão de dispositivos de ví-
deo (placas de captura, câmeras, TVs digitais, setup boxes,
home theather, etc).

Conector DVI-D

Quando, por exemplo, um monitor LCD trabalha com co-


INTERFACE DE VIDEO
nectores VGA, precisa converter o sinal que recebe para digi-
Conector VGA (Video Graphics Array) tal. Esse processo faz com que a qualidade da imagem dimi-
Os conectores VGA são bastante conhecidos, pois estão nua. Como o DVI trabalha diretamente com sinais digitais, não
presentes na maioria absoluta dos “grandalhões” monitores é necessário fazer a conversão, portanto, a qualidade da ima-
CRT (Cathode Ray Tube) e também em alguns modelos que gem é mantida. Por essa razão, a saída DVI é ótima para ser
usam a  tecnologia LCD, além de não ser raro encontrá-los usada em monitores LCD, DVDs, TVs de plasma, entre outros.
em placas de vídeos (como não poderia deixar de ser). O co- É necessário frisar que existe mais de um tipo de conec-
nector desse padrão, cujo nome é D-Sub, é composto por tor DVI:
três “fileiras” de cinco pinos. Esses pinos são conectados a um DVI-A: é um tipo que utiliza sinal analógico, porém ofe-
cabo cujos fios transmitem, de maneira independente, infor-
rece qualidade de imagem superior ao padrão VGA;
mações sobre as cores vermelha (red), verde (green) e azul
(blue) - isto é, o conhecido esquema RGB - e sobre as fre- DVI-D: é um tipo similar ao DVI-A, mas utiliza sinal digi-
quências verticais e horizontais. Em relação a estes últimos tal. É também mais comum que seu similar, justamente por
aspectos: frequência horizontal consiste no número de linhas ser usado em placas de vídeo;
da tela que o monitor consegue “preencher” por segundo. DVI-I: esse padrão consegue trabalhar tanto com DVI-A
Assim, se um monitor consegue varrer 60 mil linhas, dize- como com DVI-D. É o tipo mais encontrado atualmente.
mos que sua frequência horizontal é de 60 KHz. Frequência Há ainda conectores DVI que trabalham com as especifi-
vertical, por sua vez, consiste no tempo em que o monitor cações Single Link e Dual Link. O primeiro suporta resoluções
leva para ir do canto superior esquerdo da tela para o can- de até 1920x1080 e, o segundo, resoluções de até 2048x1536,
to inferior direito. Assim, se a frequência horizontal indica a em ambos os casos usando uma frequência de 60 Hz.
quantidade de vezes que o canhão consegue varrer linhas O cabo dos dispositivos que utilizam a tecnologia DVI é
por segundo, a frequência vertical indica a quantidade de ve-
composto, basicamente, por quatro pares de fios trançados,
zes que a tela toda é percorrida por segundo. Se é percorrida,
por exemplo, 56 vezes por segundo, dizemos que a frequên- sendo um par para cada cor primária (vermelho, verde e azul)
cia vertical do monitor é de 56 Hz. e um para o sincronismo. Os conectores, por sua vez, variam
É comum encontrar monitores cujo cabo VGA possui pi- conforme o tipo do DVI, mas são parecidos entre si, como
nos faltantes. Não se trata de um defeito: embora os conec- mostra a imagem a seguir:
tores VGA utilizem um encaixe com 15 pinos, nem todos são
usados.

Atualmente, praticamente todas as placas de vídeo e


monitores são compatíveis com DVI. A tendência é a de que
Conector e placa de vídeo com conexão VGA o padrão VGA caia, cada vez mais, em desuso.

111
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Conector S-Video (Separated Video) preferidos para sistemas de home theater. Isso ocorre justa-
mente pelo fato de o Vídeo Componente oferecer excelente
qualidade de imagem.

Component Video

A conexão do Component Video é feita através de um


cabo com três fios, sendo que, geralmente, um é indicado
Padrão S-Video pela cor verde, outro é indicado pela cor azul e o terceiro
Para entender o  S-Video, é melhor compreender, pri- é indicado pela cor vermelha, em um esquema conhecido
meiramente, outro padrão: o  Compost Video, mais conhe- como Y-Pb-Pr (ou Y-Cb-Cr). O primeiro (de cor verde), é res-
cido como Vídeo Composto. Esse tipo utiliza conectores do ponsável pela transmissão do vídeo em preto e branco, isto
tipo RCA e é comumente encontrado em TVs, aparelhos de é, pela “estrutura” da imagem. Os demais conectores traba-
DVD, filmadoras, entre outros. lham com os dados das cores e com o sincronismo.
Geralmente, equipamentos com Vídeo Composto fazem Como dito anteriormente, o padrão S-Video é cada vez
uso de três cabos, sendo dois para áudio (canal esquerdo mais comum em placas de vídeo. No entanto, alguns mode-
e canal direito) e o terceiro para o vídeo, sendo este o que los são também compatíveis com Vídeo Componente. Nestes
realmente faz parte do padrão. Esse cabo é constituído de casos, o encaixe que fica na placa pode ser do tipo que aceita
dois fios, um para a transmissão da imagem e outro que atua sete pinos (pode haver mais). Mas, para ter certeza dessa com-
como “terra”. patibilidade, é necessário consultar o manual do dispositivo.
O S-Video, por sua vez, tem seu cabo formado com três Para fazer a conexão de um dispositivo ao computador
fios: um transmite imagem em preto e branco; outro trans- usando o Component Video, é necessário utilizar um cabo
mite imagens em cores; o terceiro atua como terra. É essa especial (geralmente disponível em lojas especializadas):
distinção que faz com que o S-Video receba essa denomina- uma de suas extremidades contém os conectores Y-Pb-Pr,
ção, assim como é essa uma das características que faz esse enquanto a outra possui um encaixe único, que deve ser in-
padrão ser melhor que o Vídeo Composto. serido na placa de vídeo.
O conector do padrão S-Video usado atualmente é co- MONITOR DE VÍDEO
nhecido como Mini-Din de quatro pinos (é semelhante ao O monitor é um dispositivo de saída do computador,
usado em mouses do tipo PS/2). Também é possível encontrar cuja função é transmitir informação ao utilizador através da
conexões S-Video de sete pinos, o que indica que o dispositivo imagem.
também pode contar com Vídeo Componente (visto adiante). Os monitores são classificados de acordo com a tecno-
Muitas placas de vídeo oferecem conexão VGA ou DVI logia de amostragem de vídeo utilizada na formação da ima-
com S-Video. Dependendo do caso, é possível encontrar os gem. Atualmente, essas tecnologias são três: CRT , LCD e plas-
três tipos na mesma placa. Assim, se você quiser assistir na ma. À superfície do monitor sobre a qual se projecta a ima-
TV um vídeo armazenado em seu computador, basta usar a gem chamamos tela, ecrã ou écran.
conexão S-Video, desde que a televisão seja compatível com
esse conector, é claro. Tecnologias
CRT

Placa de vídeo com conectores S-Video, DVI e VGA Monitor CRT da marca LG.
Component Video (Vídeo Componente)
O padrão  Component Video  é, na maioria das vezes, CRT  (Cathodic Ray Tube), em  inglês, sigla de (Tubo de
usado em computadores para trabalhos profissionais - por raios catódicos) é o monitor “tradicional”, em que a tela é
exemplo, para atividades de edição de vídeo. Seu uso mais repetidamente atingida por um feixe de elétrons, que atuam
comum é em aparelhos de DVD e em televisores de alta de- no material fosforescente que a reveste, assim formando as
finição (HDTV - High-Definition Television), sendo um dos imagens.

112
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Este tipo de monitor tem como principais vantagens: • o “preto” que ele cria emite um pouco de luz, o que
• longa vida útil; confere ao preto um aspecto acinzentado ou azulado, não
• baixo custo de fabricação; apresentando desta forma um preto real similar aos ofereci-
• grande banda dinâmica de cores e contrastes; e dos nos monitores CRTs;
• grande versatilidade (uma vez que pode funcionar • o contraste não é muito bom como nos monitores
em diversas resoluções, sem que ocorram grandes distorções CRT ou de Plasma, assim a imagem fica com menos defini-
na imagem). ção, este aspecto vem sendo atenuado com os novos paineis
com iluminação por leds e a fidelidade de cores nos moni-
As maiores desvantagens deste tipo de monitor são: tores que usam paineis do tipo TN (monitores comuns) são
• suas dimensões (um monitor CRT de 20  polega- bem ruins, os monitores com paineis IPS, mais raros e bem
das pode ter até 50 cm de profundidade e pesar mais de mais caros, tem melhor fidelidade de cores, chegando mais
20 kg); proximo da qualidade de imagem dos CRTs;
• o consumo elevado de energia; • um fato não-divulgado pelos fabricantes: se o cristal
• seu efeito de cintilação (flicker); e líquido da tela do monitor for danificado e ficar exposto ao
• a possibilidade de emitir radiação que está fora do ar, pode emitir alguns compostos tóxicos, tais como o óxido
espectro luminoso (raios x), danosa à saúde no caso de lon- de zinco e o sulfeto de zinco; este será um problema quando
gos períodos de exposição. Este último problema é mais fre- alguns dos monitores fabricados hoje em dia chegarem ao
quentemente constatado em monitores e televisores antigos fim de sua vida útil (estimada em 20 anos).
e desregulados, já que atualmente a composição do vidro • ângulo de visão inferiores: Um monitor LCD, dife-
que reveste a tela dos monitores detém a emissão dessas rente de um monitor CRT, apresenta limitação com relação
radiações. ao ângulo em que a imagem pode ser vista sem distorção.
• Distorção geométrica. Isto era mais sensível tempos atrás quando os monitores
LCDs eram de tecnologia passiva, mas atualmente apresen-
LCD tam valores melhores em torno de 160º.
Apesar das desvantagens supra mencionadas, a venda
de monitores e televisores LCD vem crescendo bastante.

Principais características técnicas


Para a especificação de um monitor de vídeo, as caracte-
rísticas técnicas mais relevantes são:
• Luminância;
• Tamanho da tela;
• Tamanho do ponto;
• Temperatura da cor;
• Relação de contraste;
• Interface (DVI ou VGA, usualmente);
• Frequência de sincronismo horizontal;
• Frequência de sincronismo vertical;
Um monitor de cristal líquido. • Tempo de resposta; e
• Frequência de atualização da imagem
LCD  (Liquid Cristal Display, em inglês, sigla de tela de
cristal líquido) é um tipo mais moderno de monitor. Nele, a LED
tela é composta por cristais que são polarizados para gerar Painéis LCD com retro iluminação LED, ou LED TVs, o
as cores. mesmo mecanismo básico de um LCD, mas com iluminação
LED. Ao invés de uma única luz branca que incide sobre toda
Tem como vantagens: a superfície da tela, encontra-se um painel com milhares de
• O baixo consumo de energia; pequenas luzes coloridas que acendem de forma indepen-
• As dimensões e peso reduzidas; dente. Em outras palavras, aplica-se uma tecnologia similar
• A não-emissão de radiações nocivas; ao plasma a uma tela de LCD.
• A capacidade de formar uma imagem praticamente
perfeita, estável, sem cintilação, que cansa menos a visão - KIT MULTIMÍDIA
desde que esteja operando na resolução nativa; Multimídia nada mais é do que a combinação de textos,
As maiores desvantagens são: sons e vídeos utilizados para apresentar informações de ma-
• o maior custo de fabricação (o que, porém, tenderá neira que, antes somente imaginávamos, praticamente dan-
a impactar cada vez menos no custo final do produto, à me- do vida às suas apresentação comerciais e pessoais. A mul-
dida que o mesmo se for popularizando); timídia mudou completamente a maneira como as pessoas
• o fato de que, ao trabalhar em uma resolução dife- utilizam seus computadores.
rente daquela para a qual foi projetado, o monitor LCD utiliza Kit multimídia nada mais é do que o conjunto que com-
vários artifícios de composição de imagem que acabam de- põem a parte física (hardwares) do computador relacionados
gradando a qualidade final da mesma; e a áudio e som do sistema operacional.

113
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Podemos citar como exemplo de Kit Multimídia, uma Porta Série


placa de som, um drive de CD-ROM, microfone e um par de
caixas acústicas. A saída série de um computador geralmente está lo-
calizada na placa MULTI-IDE e é utilizada para diversos fins
como, por exemplo, ligar um fax modem externo, ligar um
rato série, uma plotter, uma impressora e outros periféricos.
As portas cujas fichas têm 9 ou 25 pinos são também desig-
nadas de COM1 e COM2. As motherboards possuem uma ou
duas portas deste tipo.

Porta Paralela
A porta paralela obedece à norma Centronics. Nas portas
paralelas o sinal eléctrico é enviado em simultâneo e, como
As portas são, por definição, locais onde se entra e sai. tal, tem um desempenho superior em relação às portas série.
Em termos de tecnologia informática não é excepção. As No caso desta norma, são enviados 8 bits de cada vez, o que
portas são tomadas existentes na face posterior da caixa do faz com que a sua capacidade de transmisssão atinja os 100
computador, às quais se ligam dispositivos de entrada e de
Kbps. Esta porta é utilizada para ligar impressoras e scanners
saída, e que são directamente ligados à motherboard .
e possui 25 pinos em duas filas.
Estas portas ou canais de comunicação podem ser:
Porta USB (Universal Serial Bus)
* Porta Dim
Desenvolvida por 7 empresas (Compaq, DEC, IBM, Intel,
* Porta PS/2
Microsoft, NEC e Northern Telecom), vai permitir conectar pe-
* Porta série
riféricos por fora da caixa do computador, sem a necessidade
* Porta Paralela
* Porta USB de instalar placas e reconfigurar o sistema. Computadores
* Porta FireWire equipados com USB vão permitir que os periféricos sejam
automaticamente configurados assim que estejam conecta-
Porta DIM dos fisicamente, sem a necessidade de reboot ou programas
de setup. O número de acessórios ligados à porta USB pode
É uma porta em desuso, com 5 pinos, e a ela eram li- chegar a 127, usando para isso um periférico de expansão.
gados os teclados dos computadores da geração da Intel A conexão é Plug & Play e pode ser feita com o com-
80486, por exemplo. Como se tratava apenas de ligação para putador ligado. O barramento USB promete acabar com os
teclados, existia só uma porta destas nas motherboards. Nos problemas de IRQs e DMAs.
equipamentos mais recentes, os teclados são ligados às por- O padrão suportará acessórios como controles de moni-
tas PS/2. tor, acessórios de áudio, telefones, modems, teclados, mou-
ses, drives de CD ROM, joysticks, drives de fitas e disquetes,
acessórios de imagem como scanners e impressoras. A taxa
de dados de 12 megabits/s da USB vai acomodar uma série
de periféricos avançados, incluindo produtos baseados em
Vídeo MPEG-2, digitalizadores e interfaces de baixo custo
para ISDN (Integrated Services Digital Network) e PBXs di-
gital.

Porta PS/2
Surgiram com os IBM PS/2 e nos respectivos teclados.
Também são designadas por mini-DIM de 6 pinos. Os tecla-
dos e ratos dos computadores actuais são, na maior parte
dos casos, ligados através destes conectores. Nas mother-
boards actuais existem duas portas deste tipo.

114
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Porta FireWire Há muitos tipos de arquivos, incluindo arquivos de pro-


A porta FireWire assenta no barramento com o mesmo gramas, dados, texto, imagens e assim por diante. A maneira
nome, que representa um padrão de comunicações recente que um sistema operacional organiza as informações em ar-
e que tem várias características em comum como o USB, mas quivos é chamada sistema de arquivos.
traz a vantagem de ser muito mais rápido, permitindo trans- A maioria dos sistemas operacionais usa um sistema de
ferências a 400 Mbps e, pela norma IEEE 1394b, irá permitir arquivo hierárquico em que os arquivos são organizados em
a transferência de dados a velocidades a partir de 800 Mbps. diretórios sob a estrutura de uma árvore. O início do sistema
As ligações FireWire são utilizadas para ligar discos amo- de diretório é chamado diretório raiz.
víveis, Flash drives (Pen-Disks), Câmaras digitais, televisões,
impressoras, scanners, dispositivos de som, etc. . Funções do Sistema Operacional
Assim como na ligação USB, os dispositivos FireWire Não importa o tamanho ou a complexidade do compu-
podem ser conectados e desconectados com o computador tador: todos os sistemas operacionais executam as mesmas
ligado. funções básicas.
- Gerenciador de arquivos e diretórios (pastas): um sis-
FAX/MODEM tema operacional cria uma estrutura de arquivos no disco
rígido (hard disk), de forma que os dados dos usuários pos-
sam ser armazenados e recuperados. Quando um arquivo é
armazenado, o sistema operacional o salva, atribuindo a ele
um nome e local, para usá-lo no futuro.
- Gerenciador de aplicações: quando um usuário requisi-
ta um programa (aplicação), o sistema operacional localiza-o
e o carrega na memória RAM.
Quando muitos programas são carregados, é trabalho
do sistema operacional alocar recursos do computador e ge-
Placa utilizada para conecção internet pela linha disca- renciar a memória.
da (DIAL UP) geralmente opera com 56 Kbps(velocidade de
transmissão dos dados 56.000 bits por segundo( 1 byte = 8 Programas Utilitários do Sistema Operacional
Suporte para programas internos (vulto-in): os progra-
bits).Usa interface PCI.
mas utilitários são os programas que o sistema operacional
usa para se manter e se reparar. Estes programas ajudam a
O SISTEMA OPERACIONAL E OS OUTROS SOFT-
identificar problemas, encontram arquivos perdidos, reparam
WARES
arquivos danificados e criam cópias de segurança (backup).
Controle do hardware: o sistema operacional está situa-
Um sistema operacional (SO) é um programa (software)
do entre os programas e o BIOS (Basic Input/Output System
que controla milhares de operações, faz a interface entre o - Sistema Básico de Entrada/Saída).
usuário e o computador e executa aplicações. O BIOS faz o controle real do hardware. Todos os progra-
Basicamente, o sistema operacional é executado quando mas que necessitam de recursos do hardware devem, primei-
ligamos o computador. Atualmente, os computadores já são ramente, passar pelo sistema operacional que, por sua vez,
vendidos com o SO pré-instalado. pode alcançar o hardware por meio do BIOS ou dos drivers
Os computadores destinados aos usuários individuais, de dispositivos.
chamados de PCs (Personal Computer), vêm com o sistema Todos os programas são escritos para um sistema ope-
operacional projetado para pequenos trabalhos. Um SO é racional específico, o que os torna únicos para cada um. Ex-
projetado para controlar as operações dos programas, como plicando: um programa feito para funcionar no Windows
navegadores, processadores de texto e programas de e-mail. não funcionará no Linux e vice-versa.
Com o desenvolvimento dos processadores, os compu-
tadores tornaram-se capazes de executar mais e mais ins- Termos Básicos
truções por segundo. Estes avanços possibilitaram aos siste- Para compreender do que um sistema operacional é
mas operacionais executar várias tarefas ao mesmo tempo. capaz, é importante conhecer alguns termos básicos. Os
Quando um computador necessita permitir usuários simultâ- termos abaixo são usados frequentemente ao comparar ou
neos e trabalhos múltiplos, os profissionais da tecnologia de descrever sistemas operacionais:
informação (TI) procuram utilizar computadores mais rápidos • Multiusuário: dois ou mais usuários executando
e que tenham sistemas operacionais robustos, um pouco di- programas e compartilhando, ao mesmo tempo, dispositi-
ferente daqueles que os usuários comuns usam. vos, como a impressora.
• Multitarefa: capacidade do sistema operacional em
Os Arquivos executar mais de um programa ao mesmo tempo.
O gerenciador do sistema de arquivos é utilizado pelo • Multiprocessamento: permite que um computa-
sistema operacional para organizar e controlar os arquivos. dor tenha duas ou mais unidades centrais de processa-
Um arquivo é uma coleção de dados gravados com um nome mento (CPU) que compartilhem programas.
lógico chamado “nomedoarquivo” (filename). Toda informa- • Multithreading: capacidade de um programa ser
ção que o computador armazena está na forma de arquivos. quebrado em pequenas partes podendo ser carregadas

115
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

conforme necessidade do sistema operacional. Multithrea- Comentários: Para desinstalar um programa de forma
ding permite que os programas individuais sejam multi- segura deve-se acessar Painel de Controle / Adicionar ou re-
tarefa. mover programas
Resposta – Letra A
Tipos de Sistemas Operacionais
Atualmente, quase todos os sistemas operacionais 2- Nos sistemas operacionais como o Windows, as infor-
são multiusuário, multitarefa e suportam multithreading. Os mações estão contidas em arquivos de vários formatos, que
mais utilizados são o Microsoft Windows, Mac OSX e o Li- são armazenados no disco fixo ou em outros tipos de mídias
nux. removíveis do computador, organizados em:
O Windows é hoje o sistema operacional mais popu- (A) telas.
(B) pastas.
lar que existe e é projetado para funcionar em PCs e para
(C) janelas.
ser usado em CPUs compatíveis com processadores Intel e (D) imagens.
AMD. Quase todos os sistemas operacionais voltados (E) programas.
ao consumidor doméstico utilizam interfaces gráficas para
realizar a ponte máquina-homem. Comentários: O Windows Explorer, mostra de forma bem
As primeiras versões dos sistemas operacionais fo- clara a organização por meio de PASTAS, que nada mais são
ram construídas para serem utilizadas por somente uma do que compartimentos que ajudam a organizar os arquivos
pessoa em um único computador. Com o decorrer do em endereços específicos, como se fosse um sistema de ar-
tempo, os fabricantes atenderam às necessidades dos usuá- mário e gavetas.
rios e permitiram que seus softwares operassem múltiplas Resposta: Letra B
funções com (e para) múltiplos usuários.
3- Um item selecionado do Windows XP pode ser excluí-
Sistemas Proprietários e Sistemas Livres do permanentemente, sem colocá-Lo na Lixeira, pressionan-
O Windows, o UNIX e o Macintosh são sistemas do-se simultaneamente as teclas
operacionais proprietários. Isto significa que é necessário (A) Ctrl + Delete.
comprá-los ou pagar uma taxa por seu uso às com- (B) Shift + End.
panhias que registraram o produto em seu nome e cobram (C) Shift + Delete.
(D) Ctrl + End.
pelo seu uso.
(E) Ctrl + X.
O Linux, por exemplo, pode ser distribuído livremente e
tem grande aceitação por parte dos profissionais da área, Comentário: Quando desejamos excluir permanente-
uma vez que, por possuir o código aberto, qualquer pes- mente um arquivo ou pasta no Windows sem enviar antes
soa que entenda de programação pode contribuir com para a lixeira, basta pressionarmos a tecla Shift em conjunto
o processo de melhoria dele. com a tecla Delete. O Windows exibirá uma mensagem do
Sistemas operacionais estão em constante evolução tipo “Você tem certeza que deseja excluir permanentemente
e hoje não são mais restritos aos computadores. Eles são este arquivo?” ao invés de “Você tem certeza que deseja en-
usados em PDAs, celulares, laptops etc. viar este arquivo para a lixeira?”.
Resposta: C
QUESTÕES GERAIS
4- Qual a técnica que permite reduzir o tamanho de ar-
1- Com relação ao sistema operacional Windows, assina- quivos, sem que haja perda de informação?
le a opção correta. (A) Compactação
(A) A desinstalação de um aplicativo no Windows deve (B) Deleção
ser feita a partir de opção equivalente do Painel de Controle, (C) Criptografia
de modo a garantir a correta remoção dos arquivos relacio- (D) Minimização
(E) Encolhimento adaptativo
nados ao aplicativo, sem prejuízo ao sistema operacional.
(B) O acionamento simultâneo das teclas CTRL, ALT e
Comentários: A compactação de arquivos é uma técnica
DELETE constitui ferramenta poderosa de acesso direto aos amplamente utilizada. Alguns arquivos compactados podem
diretórios de programas instalados na máquina em uso. conter extensões ZIP, TAR, GZ, RAR e alguns exemplos de
(C) O Windows oferece acesso facilitado a usuários de programas compactadores são o WinZip, WinRar, SolusZip,
um computador, pois bastam o nome do usuário e a senha etc.
da máquina para se ter acesso às contas dos demais usuários Resposta: A
possivelmente cadastrados nessa máquina.
(D) O Windows oferece um conjunto de acessórios dis- 5- A figura a seguir foi extraída do MS-Excel:
poníveis por meio da instalação do pacote Office, entre eles,
calculadora, bloco de notas, WordPad e Paint.
(E) O comando Fazer Logoff, disponível a partir do botão
Iniciar do Windows, oferece a opção de se encerrar o Windo-
ws, dar saída no usuário correntemente em uso na máquina
e, em seguida, desligar o computador.

116
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

 Se o conteúdo da célula D1 for copiado (Ctrl+C) e colado A seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail (em negri-
(Ctrl+V) na célula D3, seu valor será: to os mais conhecidos e utilizados atualmente):
(A) 7
(B) 56 Microsoft Office Outlook
(C) 448 Microsoft Outlook Express;
(D) 511 Mozilla Thunderbird;
(E) uma mensagem de erro IcrediMail
  Eudora
Comentários: temos que D1=SOMA(A1:C1). Quando co- Pegasus Mail
piamos uma célula que contém uma fórmula e colamos em Apple Mail (Apple)
outra célula, a fórmula mudará ajustando-se à nova posição. Kmail (Linux)
Veja como saber como ficará a nova fórmula ao ser copiada Windows Mail
de D1 para D3:
A questão cita o Yahoo Mail, mas este é um WEBMAIL, ou
 
seja, não é instalado no computador local. Logo, é o gabarito
da questão.
Resposta: B.

7- Sobre os conceitos de utilização da Internet e correio


eletrônico, analise:
I. A URL digitada na barra de Endereço é usada pelos na-
vegadores da Web (Internet Explorer, Mozilla e Google Chro-
me) para localizar recursos e páginas da Internet (Exemplo:
http://www.google.com.br).
II. Download significa descarregar ou baixar; é a transfe-
Agora é só substituir os valores: A fórmula diz para so- rência de dados de um servidor ou computador remoto para
mar todas as células de A3 até C3(dois pontos significam um computador local.
‘até’), sendo assim teremos que somar A3,  , B3, C3 obtendo- III. Upload é a transferência de dados de um computador
se o resultado 448. local para um servidor ou computador remoto.
Resposta: C. IV. Anexar um arquivo em mensagem de e-mail significa
movê-lo definitivamente da máquina local, para envio a um
6- “O correio eletrônico é um método que permite com- destinatário, com endereço eletrônico.
por, enviar e receber mensagens através de sistemas ele- Estão corretas apenas as afirmativas:
trônicos de comunicação”. São softwares gerenciadores de A) I, II, III, IV
email, EXCETO: B) I, II
A) Mozilla Thunderbird. C) I, II, III
B) Yahoo Messenger. D) I, II, IV
C) Outlook Express. E) I, III, IV
D) IncrediMail.
E) Microsoft Office Outlook 2003. Comentários: O URL é o endereço (único) de um recur-
so na Internet. A questão parece diferenciar um recurso de
Comentários: Podemos citar vários gerenciadores de
página, mas na verdade uma página é um recurso (o mais
e-mail (eletronic mail ou correio eletrônico), mas devemos
memorizar que os sistemas que trabalham o correio eletrôni- conhecido, creio) da Web. Item verdadeiro.
co podem funcionar por meio de um software instalado em É comum confundir os itens II e III, por isso memorize:
nosso computador local ou por meio de um programa que down = baixo = baixar para sua máquina, descarregar. II e III
funciona dentro de um navegador, via acesso por Internet. são verdadeiros.
Este programa da Internet, que não precisa ser instalado, e é
chamado de WEBMAIL, enquanto o software local é o geren-
ciador de e-mail citado pela questão.
Principais Vantagens do Gerenciador de e-mail:
• Pode ler e escrever mensagens mesmo quando está
desconectado da Internet;
• Permite armazenar as mensagens localmente (no
computador local);
• Permite utilizar várias caixas de e-mail ao mesmo
tempo;
Maiores Desvantagens: No item IV encontramos o item falso da questão, o que
• Ocupam espaço em disco; nos leva ao gabarito – letra C. Anexar um arquivo em mensa-
• Compatibilidade com os servidores de e-mail (nem gem de e-mail significa copiar e não mover!
sempre são compatíveis). Resposta: C.

117
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

8- A respeito dos modos de utilização de aplicativos do do mesmo que um servidor “caia” outros servidores ainda
ambiente MS Office, assinale a opção correta. darão acesso ao mesmo conteúdo permitindo que o down-
(A) Ao se clicar no nome de um documento gravado com load continue. Ex: programas torrent, Emule, Limeware, etc.
a extensão .xls a partir do Meu Computador, o Windows ativa Em relação às outras letras:
o MS Access para a abertura do documento em tela. letra A – Incorreto – Domínio é um nome que serve para
(B) As opções Copiar e Colar, que podem ser obtidas localizar e identificar conjuntos de computadores na Internet
ao se acionar simultaneamente as teclas CTRL + C e CTRL + e corresponde ao endereço que digitamos no navegador.
V,respectivamente, estão disponíveis no menu Editar de to- letra B – Incorreto – A intranet é acessada da mesma for-
dos os aplicativos da suíte MS Office. ma que a internet, contudo, o ambiente de acesso a rede é
(C) A opção Salvar Como, disponível no menu das aplica- restrito a uma rede local e não a internet como um todo.
ções do MS Office, permite que o usuário salve o documento letra C – Incorreto – O modem ADSL conecta o compu-
correntemente aberto com outro nome. Nesse caso, a versão tador a internet, como o acesso a intranet se faz da mesma
antiga do documento é apagada e só a nova versão perma- forma só que de maneira local, o acesso via ADSL pode sim
nece armazenada no computador. acessar redes locais.
(D) O menu Exibir permite a visualização do documento letra E – Incorreto – Um servidor é um sistema de com-
aberto correntemente, por exemplo, no formato do MS Word putação que fornece serviços a uma rede de computadores.
para ser aberto no MS PowerPoint. E não necessariamente armazena nomes de usuários e/ou
(E) Uma das vantagens de se utilizar o MS Word é a ela- restringe acessos.
boração de apresentações de slides que utilizem conteúdo e Resposta: D
imagens de maneira estruturada e organizada.
10- Com relação à Internet, assinale a opção correta.
Comentários: O menu editar geralmente contém os co- (A) A URL é o endereço físico de uma máquina na In-
mandos universais dos programas da Microsoft como é o ternet, pois, por esse endereço, determina-se a cidade onde
caso dos atalhos CTRL + C, CTRL + V, CTRL + X, além do está localizada tal máquina.
localizar. (B) O SMTP é um serviço que permite a vários usuários se
Em relação às outras letras: conectarem a uma mesma máquina simultaneamente, como
Letra A – Incorreto – A extensão .xls abre o aplicativo Ex- no caso de salas de bate-papo.
cel e não o Access (C) O servidor Pop é o responsável pelo envio e recebi-
Letra C – Incorreto – A opção salvar como, cria uma cópia mento de arquivos na Internet.
do arquivo corrente e não apaga a sua versão antiga. (D) Quando se digita o endereço de uma página web,
Letra D – Incorreto – O menu exibir mostra formas de o termo http significa o protocolo de acesso a páginas em
exibição do documento dentro do contexto de cada progra- formato HTML, por exemplo.
ma e não de um programa para o outro como é o caso da (E) O protocolo FTP é utilizado quando um usuário de
afirmativa. correio eletrônico envia uma mensagem com anexo para ou-
Letra E – Incorreto – O Ms Word não faz apresentação de tro destinatário de correio eletrônico.
slides e sim o Ms Power Point. Comentários: Os itens apresentados nessa questão estão
Resposta: B relacionados a protocolos de acesso. Segue abaixo os proto-
colos mais comuns:
9- Com relação a conceitos de Internet e intranet, assina- - HTTP(Hypertext Transfer Protocol) – Protocole de carre-
le a opção correta. gamento de páginas de Hipertexto –  HTML
(A) Domínio é o nome dado a um servidor que controla - IP (Internet Protocol) – Identificação lógica de uma má-
a entrada e a saída de conteúdo em uma rede, como ocorre quina na rede
na Internet. - POP (Post Office Protocol) – Protocolo de recebimento
(B) A intranet só pode ser acessada por usuários da Inter- de emails direto no PC via gerenciador de emails
net que possuam uma conexão http, ao digitarem na barra - SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) – Protocolo pa-
de endereços do navegador: http://intranet.com. drão de envio de emails
(C) Um modem ADSL não pode ser utilizado em uma - IMAP(Internet Message Access Protocol) – Semelhante
rede local, pois sua função é conectar um computador à rede ao POP, no entanto, possui mais recursos e dá ao usuário a
de telefonia fixa. possibilidade de armazenamento e acesso a suas mensagens
(D) O modelo cliente/servidor, em que uma máquina de email direto no servidor.
denominada cliente requisita serviços a outra, denominada - FTP(File Transfer Protocol) – Protocolo para transferên-
servidor, ainda é o atual paradigma de acesso à Internet. cia de arquivos
(E) Um servidor de páginas web é a máquina que ar- Resposta: D
mazena os nomes dos usuários que possuem permissão de
acesso a uma quantidade restrita de páginas da Internet. 11- Quanto ao Windows Explorer, assinale a opção correta.
Comentários: O modelo cliente/servidor é questionado (A) O Windows Explorer é utilizado para gerenciar pas-
em termos de internet pois não é tão robusto quanto redes tas e arquivos e por seu intermédio não é possível acessar o
P2P pois, enquanto no primeiro modelo uma queda do servi- Painel de Controle, o qual só pode ser acessado pelo botão
dor central impede o acesso aos usuários clientes, no segun- Iniciar do Windows.

118
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

(B) Para se obter a listagem completa dos arquivos salvos  Comentários: Sempre que se copia células de uma plani-
em um diretório, exibindo-se tamanho, tipo e data de modi- lha eletrônica e cola-se no Word, estas se apresentam como
ficação, deve-se selecionar Detalhes nas opções de Modos uma tabela simples, onde as fórmulas são esquecidas e só os
de Exibição. números são colados.
(C) No Windows Explorer, o item Meus Locais de Rede Resposta: E
oferece um histórico de páginas visitadas na Internet para
acesso direto a elas. 13- O envio do arquivo que contém o texto, por meio do
(D) Quando um arquivo estiver aberto no Windows e a correio eletrônico, deve considerar as operações de
opção Renomear for acionada no Windows Explorer com o (A) anexação de arquivos e de inserção dos endereços
botão direito do mouse,será salva uma nova versão do arqui- eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
vo e a anterior continuará aberta com o nome antigo. (B) de desanexação de arquivos e de inserção dos ende-
(E) Para se encontrar arquivos armazenados na estrutura reços eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
de diretórios do Windows, deve-se utilizar o sítio de busca (C) de anexação de arquivos e de inserção dos endereços
Google, pois é ele que dá acesso a todos os diretórios de eletrônicos dos destinatários no campo “Cc”.
máquinas ligadas à Internet. (D) de desanexação de arquivos e de inserção dos ende-
reços eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
Comentários: Na opção Modos de Exibição, os arquivos (E) de anexação de arquivos e de inserção dos endereços
são mostrados de várias formas como Listas, Miniaturas e eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
Detalhes.  
Resposta: B Comentários: Claro que, para se enviar arquivos pelo
correio eletrônico deve-se recorrer ao uso de anexação, ou
Atenção: Para responder às questões de números 12 seja, anexar o arquivo à mensagem. Quando colocamos os
e 13, considere integralmente o texto abaixo: endereços dos destinatários no campo Cco, ou seja, no cam-
Todos os textos produzidos no editor de textos padrão de- po “com cópia oculta”, um destinatário não ficará sabendo
verão ser publicados em rede interna de uso exclusivo do ór- quem mais recebeu aquela mensagem, o que atende a segu-
gão, com tecnologia semelhante à usada na rede mundial de rança solicitada no enunciado.
computadores. Resposta: A
Antes da impressão e/ou da publicação os textos deverão
ser verificados para que não contenham erros. Alguns artigos 14. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário
digitados deverão conter a imagem dos resultados obtidos em Novo - CESGRANRIO/2012) Usado para o manuseio de
planilhas eletrônicas, ou seja, linhas, colunas, valores e totais. arquivos em lotes, também denominados scripts, o shell
Todo trabalho produzido deverá ser salvo e cuidados de comando é um programa que fornece comunicação
devem ser tomados para a recuperação em caso de perda e entre o usuário e o sistema operacional de forma direta
também para evitar o acesso por pessoas não autorizadas às e independente. Nos sistemas operacionais Windows XP,
informações guardadas. esse programa pode ser acessado por meio de um co-
Os funcionários serão estimulados a realizar pesquisas na mando da pasta Acessórios denominado
internet visando o atendimento do nível de qualidade da infor- (A) Prompt de Comando
mação prestada à sociedade, pelo órgão. (B) Comandos de Sistema
O ambiente operacional de computação disponível para (C) Agendador de Tarefas
realizar estas operações envolve o uso do MS-Windows, do MS (D) Acesso Independente
-Office, das ferramentas Internet Explorer e de correio eletrô- (E) Acesso Direto
nico, em português e em suas versões padrões mais utilizadas
atualmente. Resposta: “A”
Observação: Entenda-se por mídia removível disquetes,
CD’s e DVD’s graváveis, Pen Drives (mídia removível acoplada Comentários
em portas do tipo USB) e outras funcionalmente semelhantes. Prompt de Comando é um recurso do Windows que ofe-
rece um ponto de entrada para a digitação de comandos do
12- As células que contêm cálculos feitos na planilha ele- MSDOS (Microsoft Disk Operating System) e outros comandos
trônica, do computador. O mais importante é o fato de que, ao digi-
(A) quando “coladas” no editor de textos, apresentarão tar comandos, você pode executar tarefas no computador sem
resultados diferentes do original. usar a interface gráfica do Windows. O Prompt de Comando é
(B) não podem ser “coladas” no editor de textos. normalmente usado apenas por usuários avançados.
(C) somente podem ser copiadas para o editor de textos
dentro de um limite máximo de dez linhas e cinco colunas. 15. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário
(D) só podem ser copiadas para o editor de texto uma Novo - CESGRANRIO/2012) Seja o texto a seguir digita-
a uma. do no aplicativo Word. Aplicativos para edição de textos.
(E) quando integralmente selecionadas, copiadas e “co- Aplicando-se a esse texto o efeito de fonte Tachado, o
ladas” no editor de textos, serão exibidas na forma de tabela. resultado obtido será

119
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

18- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011)

Resposta: “C”

Comentários:
Temos 3 itens com a formatação taxado aplicada: c, d, e.
Entretanto, temos que observar que na questão os itens d, e,
além de receberem taxado, também ficaram em caixa alta. O
único que recebe apenas o taxada, sem alterar outras forma-
tações foi o item c.

16. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário a) 3, 0 e 7.


b) 5, 0 e 7.
Novo - CESGRANRIO/2012) O envio e o recebimento de
c) 5, 1 e 2.
um arquivo de textos ou de imagens na internet, entre
d) 7, 5 e 2.
um servidor e um cliente, constituem, em relação ao
e) 8, 3 e 4.
cliente, respectivamente, um
Resposta: “C”
(A) download e um upload
(B) downgrade e um upgrade Comentário:
(C) downfile e um upfile Expressão =MÉDIA(A1:A3)
(D) upgrade e um downgrade São somadas as celular A1, A2 e A3, sendo uma média é
(E) upload e um download dividido por 3 (pois tem 3 células): (8+3+4)/3 = 5
Expressão =MENOR(B1:B3;2)
Resposta: “E”. Da célula B1 até a B3, deve mostrar o 2º menor número,
que seria o número 1. Para facilitar coloque esses números em
Comentários: ordem crescente.
 Up – Cima / Down – baixo  / Load – Carregar; Expressão =MAIOR(C1:C3;3)
Upload – Carregar para cima (enviar). Da célula C1 até a C3, deve mostrar o 3º maior número,
Download – Carregar para baixo (receber ou “baixar”) que seria o número 2. Para facilitar coloque esses números em
ordem decrescente.
17- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011) As- 19- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 – II)
sinale a alternativa que contém os nomes dos menus do
programa Microsoft Word XP, em sua configuração pa-
drão, que, respectivamente, permitem aos usuários: (I)
numerar as páginas do documento, (II) contar as palavras
de um parágrafo e (III) adicionar um cabeçalho ao texto
em edição.

a) Janela, Ferramentas e Inserir.


b) Inserir, Ferramentas e Exibir.
c) Formatar, Editar e Janela.
d) Arquivo, Exibir e Formatar.
e) Arquivo, Ferramentas e Tabela.
a) 1
Resposta: “B” b) 2
c) 3
Comentário: d) 4
• Ação numerar - “INSERIR” e) 5
• Ação contar paginas - “FERRAMENTAS”
• Ação adicionar cabeçalho - “EXIBIR” Resposta: “D”

120
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Comentário: Resposta: “E”


Passo 1 Comentário:
A célula A1 contém a fórmula =B$1+C1

21- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No âmbito


das URLs, considere o exemplo: protocolo://xxx.yyy.zzz.
br. O domínio de topo (ou TLD, conforme sigla em inglês)
utilizado para classificar o tipo de instituição, no exemplo
dado acima, é o
Passo 2 a) protocolo.
que foi propagada pela alça de preenchimento para A2 b) xxx.
e A3 c) zzz.
d) yyy.
e) br.

Resposta: “C”
Comentários:
a) protocolo. protocolo HTTP
b) xxx. o nome do domínio
c) zzz. o tipo de domínio
d) yyy. subdomínios
e) br. indicação do país ao qual pertence o domínio
22. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Ana-
lise a régua horizontal do Microsoft Word, na sua confi-
guração padrão, exibida na figura.
Click na imagem para melhor visualizar

Passo 3
Assim, a célula com interrogação (A3) apresenta, após a
propagação, o resultado

Assinale a alternativa que contém apenas os indica-


dores de tabulação.
(A) II, III, IV e V.
(B) III e VI.
(C) I, IV e V.
(D) III, IV e V.
(E) I, II e VI.
Resposta: D
Comentário:

20- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No Power-


Point 2007, a inserção de um novo comentário pode ser
feita na guia
a) Geral.
b) Inserir.
c) Animações.
d) Apresentação de slides.
e) Revisão.

121
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Você pode usar a régua para definir tabulações manuais


no lado esquerdo, no meio e no lado direito do documento.
Obs.: Se a régua horizontal localizada no topo do docu-
mento não estiver sendo exibida, clique no botão Exibir Régua
no topo da barra de rolagem vertical.
É possível definir tabulações rapidamente clicando no
seletor de tabulação na extremidade esquerda da régua até
que ela exiba o tipo de tabulação que você deseja. Em segui-
da, clique na régua no local desejado.
Uma tabulação Direita define a extremidade do texto à Nesta questão, foram colocadas várias funções, destrin-
direita. Conforme você digita, o texto é movido para a esquerda. chadas no exemplo acima (arredondamento, mínimo e soma-
Uma tabulação Decimal alinha números ao redor de um tório) em uma única questão. A função ARRED é para arre-
ponto decimal. Independentemente do numero de dígitos, o dondamento e pertence a mesma família de INT(parte inteira)
ponto decimal ficará na mesma posição. e TRUNCAR (parte do valor sem arredondamento). A respos-
Uma tabulação Barra não posiciona o texto. Ela insere ta está no item 2 que indica a quantidade de casas decimais.
uma barra vertical na posição de tabulação. Sendo duas casas decimais, não poderia ser letra A, C ou D. A
função SOMA efetua a soma das três células (B1:B3->B1 até
23. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) B3). A função MÍNIMO descobre o menor entre os dois valores
Uma planilha do Microsoft Excel, na sua configuração informados (2,66666 - dízima periódica - e 2,7). A função AR-
padrão, possui os seguintes valores nas células: B1=4, RED arredonda o número com duas casas decimais.
B2=1 e B3=3. A fórmula =ARRED(MÍNIMO(SOMA
(B1:B3)/3;2,7);2) inserida na célula B5 apresentará o se- Considere a figura que mostra o Windows Explorer
guinte resultado: do Microsoft Windows XP, em sua configuração original,
(A) 2 e responda às questões de números 24 e 25.
(B) 1,66
(C) 2,667
(D) 2,7
(E) 2,67
Resposta: E
Comentário:

24. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) O


arquivo zaSetup_en se encontra
(A) no disquete.
(B) no DVD.
(C) em Meus documentos.
(D) no Desktop.
(E) na raiz do disco rígido.

Resposta: E

Comentário:
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das pas-
tas em seu computador e todos os arquivos e pastas localiza-
dos em cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil para
copiar e mover arquivos.
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis: O
painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquizada que
mostra todas as unidades de disco, a Lixeira, a área de traba-

122
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

lho ou Desktop (também tratada como uma pasta); O painel EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
da direita exibe o conteúdo do item selecionado à esquerda e
funciona de maneira idêntica às janelas do Meu Computador 01. (POLÍCIA FEDERAL - PAPILOSCOPIS-
(no Meu Computador, como padrão ele traz a janela sem divi- TA DA POLÍCIA FEDERAL – CESPE/2012) - Acer-
são, as é possível dividi-la também clicando no ícone Pastas na ca de conceitos de hardware, julgue o item seguinte.
Barra de Ferramentas) Diferentemente dos computadores pessoais ou PCs tradi-
cionais, que são operados por meio de teclado e mouse, os
25. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Ao tablets, computadores pessoais portáteis, dispõem de re-
curso touch-screen. Outra diferença entre esses dois tipos
se clicar em , localizado abaixo do menu Favoritos, de computadores diz respeito ao fato de o tablet possuir
firmwares, em vez de processadores, como o PC.
será fechado ( ) Certo
( ) Errado
(A) o Meu computador.
(B) o Disco Local (C:). Firmwares não são hardwares, e sim códigos de progra-
(C) o painel Pastas. mação existentes no próprio hardware, inclusos em chips de
(D) Meus documentos. memória (ROM, PROM, EPROM, EEPROM, flash) durante sua
(E) o painel de arquivos.
fabricação. Sua natureza, na maioria das vezes, é não volátil,
Resposta: C ou seja, não perde seus dados durante a ausência de energia
elétrica, mas quando presentes em tipos de memória como
Comentário: PROM ou EPROM, podem ser atualizados.
Por esse motivo, os firmwares não substituem proces-
sadores inteiros.
A seguir, veja alguns modelos de tablets e observe a
presença do processador em sua configuração:

Tablet Softronic PHASER KINNO 4GB Android 2.3.4


Tela 7 Polegadas

Características do Produto
Tablet 4GB - Softronic
Este botão, contido na barra de ferramentas, exibe/ oculta
o painel PASTAS. APRESENTAÇÃO DO PRODUTO: Com o novo Phaser-
kinno Plus, você possui muito mais interatividade e rapidez
na palma de suas mãos, graças ao seu poderoso processa-
dor A10 de 1.2 Ghz, ele consegue ser totalmente multi-ta-
refas para você que se desdobra em dez durante o seu dia a
dia, podendo ler um livro, escutar suas músicas e continuar
acompanhando sua vida em redes sociais e sincronizando
e-mails. Tudo isso sem se preocupar com a lentidão do sis-
tema. Para você que precisa estar conectado a todo o mo-
mento, o PhaserKinno Plus ainda oferece suporte a modem
externo. Ele conta com uma tela touchscreen capacitiva de
7 polegadas que permite uma maior sensibilidade e leveza
ao tocar na tela de seu tablet, dispensando totalmente o
uso das inconvenientes canelas stykus. Possui saída mini
HDMI, para curtir seus vídeos favoritos da internet ou de

123
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

seu computador, na sua televisão ou projetor, com entrada d. ( ) Memória RAM, Memória ROM, Disco rígido, pro-
HDMI. Além de acompanhar um lindo case com teclado cessador, placa e rede.
para utilização de tablet comparada com a de um notebook e. ( ) Memória RAM, BIOS, Disco rígido, processador,
com grande performance. placa de rede.
- Modelo: PHASER KINNO.
- Capacidade: 4GB. Expansível para 32GB via Micro SD. Já vimos a respeito de Memória RAM, Memória ROM,
- Memória: 512MB. Disco Rígido e Processador.
- Tela:7 Polegadas capacitiva, sensível ao toque. Placa de rede é um hardware especificamente proje-
- Câmera:frontal 2 megapixels. tado para possibilitar a comunicação entre computadores.
- Conectividade: Wi-Fi - LAN 802.11b/g/n.
- Processador:Allwinner A10 de 1.0~1.2 Ghz.
- Sistema Operacional:Android 2.3.4.

Placa de rede

RESPOSTA: “D”.

03. (TRE - ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012) - Em


relação a hardware e software, é correto afirmar:
Tablet Multilaser Diamond NB005 8GB Android 2.3 Tela a) Para que um software aplicativo esteja pronto para
7 Polegadas execução no computador, ele deve estar carregado na me-
Wi-Fi HDMI mória flash.
b) O fator determinante de diferenciação entre um
Informações técnicas
processador sem memória cache e outro com esse recurso
Marca: Multilaser
reside na velocidade de acesso à memória RAM.
Capacidade :8 Gb. Memória expansível até 32 GB por
c) Processar e controlar as instruções executadas no
cartão micro SD.
computador é tarefa típica da unidade de aritmética e ló-
Processador: Boxchip 1.5 GHz.
gica.
Sistema Operacional: Android. 2.3.
d) O pendrive é um dispositivo de armazenamento
TV e vídeo: Somente vídeo: Vídeos suportados - MKV
removível, dotado de memória flash e conector USB, que
(H.264HP), AVI, RM/BMVB, FLV eMPEG-1/2. pode ser conectado em vários equipamentos eletrônicos.
Tamanho da tela: 7 “. LCD Multi toque. e) Dispositivos de alta velocidade, tais como discos rí-
Resolução: 800 x 480. gidos e placas de vídeo, conectam-se diretamente ao pro-
Wi-Fi:Sim. cessador.
Resolução: 1.3 megapixels e filmadora digital. O pendrive, por ser um dispositivo portátil, de grande
Localização poder de armazenamento e conector USB (Universal Serial
Sensores: Sensor de gravidade: gira a tela conforme a Bus) que permite sua rápida aceitação em vários disposi-
posição do tablet. tivos de hardware, popularizou-se rapidamente. Hoje, en-
contramos pendrives de vários GBs, como 2, 4, 8, 16 e até
Áudio Formatos suportados: 512GB.
MP3, WMA, WAV, APE, AC3, FLAC e AAC. A tecnologia USB está sendo largamente utilizada para
Duração aproximada da bateria: padronizar entradas e conectores, possibilitando um mes-
- 06 horas reproduzindo vídeo ou wi-fi ligado; mo tipo de conector para diversos tipos de equipamentos
- 48 horas em standby. como mouses, teclados, impressoras e outros. Por esse mo-
Alimentação do Tablet: tivo, os equipamentos atuais possuem uma grande quan-
Bateria recarregável. tidade de conectores USB. Além disso, a tecnologia usada
por esses conectores é a Plugand Play, onde basta conectar
RESPOSTA: “ERRADO”. o dispositivo para que o sistema o reconheça precisando
de poucos ou quase nenhum caminho de configuração
02. (UFFS - TÉCNICO DE LABORATÓRIO ÁREA IN- para poder utilizá-lo.
FORMÁTICA – FEPESE/2012)- São componentes de hard- O tipo de memória que o pendrive utiliza - memó-
ware de um micro-computador: ria flash - é do tipo EEPROM (Electrically-ErasablePro-
a. ( ) Disco rígido, patch-panel, BIOS, firmware, mouse. grammableRead-OnlyMemory), uma memória não volátil,
b. ( ) RJ-11, processador, memória RAM, placa de rede, ou seja, não depende da permanência de energia elétrica
pen-drive. para manter os dados,de leitura e gravação. Os chips de
c. ( ) Memória ROM, placa de vídeo, BIOS, processador, memória flash ocupam pouco espaço físico, mas grande
placa mãe. poder de armazenamento.

124
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Veja imagens de pendrives: Veja a seguir imagens ilustrativas da memória RAM.

Tipos de pendrive

RESPOSTA: “D”.

04. (ANE - ANALISTA EDUCACIONAL – NÍVEL I – GRAU


A – INSPETOR ESCOLAR – FCC/2012) - Marco Aurélio es- Tipos de memória RAM
tava digitando um documento na sala dos professores da
escola ABCD quando uma queda de energia fez com que o RESPOSTA: “A”.
computador que usava desligasse.
Após o retorno da energia elétrica, Marco Aurélio ligou 05. (TCE/SP - AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA
o computador e percebeu que havia perdido o documento – FCC/2012) - Sobre os computadores é correto afirmar:
digitado, pois não o havia gravado. Como tinha conheci- a) O BIOS é um software armazenado em um chip de
mentos gerais sobre informática, concluiu que perdera o memória RAM fixado na placa mãe. Tem a função de ar-
documento porque, enquanto estava digitando, ele estava mazenar o Sistema Operacional.
armazenado em um dispositivo de hardware que perde seu b) A fonte de alimentação transforma a tensão elétri-
conteúdo quando o computador desliga. O nome desse ca que entra no computador, de 240 V para 110 V, pois
dispositivo é os componentes internos suportam apenas a tensão de
a) memória RAM. 110 V.
b) HD. b) Barramentos são circuitos integrados que fazem a
c) memória ROM. transmissão física de dados de um dispositivo a outro.
d) pen drive. d) Quando o sistema de fornecimento de energia fa-
lha, um estabilizador comum tem como principal objetivo
RAM – Randon AcessMemory, ou Memória de Acesso manter o abastecimento por meio de sua bateria até que
Randômico, é um hardware considerado como memória a energia volte ou o computador seja desligado.
primária, volátil. Ela mantém os dados armazenados en- e) Um bit representa um sinal elétrico de exatos 5 V
quanto estes estão à disposição das solicitações do proces- que é interpretado pelos componentes de hardware do
sador, mantendo-os através de pulsos elétricos. As infor- computador.
mações mantidas nesse tipo de memória são informações (A)BIOS é a sigla do termo Basic Input/Output System,
que estão em uso em um programa em execução, como no ou Sistema Básico de Entrada/Saída. É um software grava-
caso de textos que estão sendo digitados e não foram sal-
do na memória não volátil ou memória ROM, que é a sigla
vos no disco rígido ainda. Como as informações são man-
para ReadOnlyMemory, ou Memória de Somente Leitura,
tidas por pulsos elétricos, caso haja falta de energia, seja
que não altera ou perde os dados com o desligamento ou
pelo desligamento do computador, seja por uma queda
ausência de energia do computador. Esse software não
brusca que cause o desligamento inesperado do equipa-
mento, os dados presentes nesse tipo de memória serão armazena o Sistema Operacional. É o primeiro software
perdidos. que é executado quando ligamos o computador.
(B)A fonte de alimentação do computador é um equi-
pamento eletrônico, fixada ao gabinete e ligada aos co-
nectores da placa mãe e alguns drives. Fornece energia
aos demais componentes da máquina. Ela transforma a
corrente elétrica alternada (que tem o sentido variável
com o tempo) em uma corrente constante ao longo do
tempo.
(C)Os barramentos são como vias de tráfego presen-
tes na placa mãe, por onde sinais elétricos (representando
dados) podem percorrer toda sua extensão se comuni-
cando com todos os dispositivos.

125
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

(D)O estabilizador é um equipamento eletrônico ex- Em um computador, a velocidade do clock se refere ao


terno ao gabinete do computador, onde os demais cabos número de pulsos por segundo gerados por um oscilador
de energia da máquina são ligados. Geralmente, o esta- (dispositivo eletrônico que gera sinais), que determina o
bilizador é ligado diretamente na rede elétrica e tem a tempo necessário para o processador executar uma instru-
função de estabilizar a tensão desta para evitar danos ao ção. Assim para avaliar a performance de um processador,
equipamento devido às variações e picos de tensão. medimos a quantidade de pulsos gerados em 1 segundo
(E)BIT é a sigla para BinaryDigit, ou Dígito Binário, que e, para tanto, utilizamos uma unidade de medida de fre-
pode ser representado apenas pelo 0 ou pelo 1 (verdadeiro quência, o Hertz.
ou falso) que representam a menor unidade de informação
transmitida na computação ou informática. RESPOSTA: “E”.

RESPOSTA: “C”. 07. (TCE/SP - AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA


– FCC/2012) - O armazenamento de informações em com-
06. (TCE/SP - AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA putadores é feito pela utilização de dispositivos chamados
– FCC/2012) - O processador do computador (ou CPU) é de memória, que as mantêm de forma volátil ou perma-
uma das partes principais do hardware do computador e é nente. Entre esses dispositivos, está a memória RAM ou
responsável pelos cálculos, execução de tarefas e processa- memória
mento de dados. Sobre processadores, considere: a) magnética.
b) secundária.
I. Contém um conjunto restrito de células de memó-
c) cache.
ria chamados registradores que podem ser lidos e escritos
d) principal.
muito mais rapidamente que em outros dispositivos de
e) de armazenamento em massa.
memória.
II. Em relação a sua arquitetura, se destacam os mode-
A memória RAM, sigla de Random Access Memory,
los RISC (ReducedInstruction Set Computer) e CISC (Com-
ou memória de acesso randômico, é um dispositivo ele-
plexInstruction Set Computer).
trônico de armazenamento temporário de dados que per-
III. Possuem um clock interno de sincronização que de-
mite a leitura e escrita, ou seja, as informações ocupam
fine a velocidade com que o processamento ocorre. Essa lugar nessa memória enquanto aguardam serem usadas
velocidade é medida em Hertz. pelo processador. Os dados da memória RAM são repre-
Está correto o que se afirma em sentados por pulsos elétricos e são descartados assim que
o fornecimento de energia elétrica é interrompido, seja
a) III, apenas. pelo desligamento do computador, ou por uma queda
b) I e II, apenas. de energia. Por esse motivo, essas memórias também são
c) II e III, apenas. chamadas de memórias voláteis. Devido a sua importância
d) II, apenas. para o funcionamento do computador, a memória RAM é
e) I, II e III. considerada um tipo de memória principal. Existem ain-
da outros tipos de memórias que são consideradas desse
O processador é um chip que executa instruções inter- grupo, como a memória ROM, sigla de ReadOnlyMemory,
nas do computador (em geral, operações matemáticas e ou memória de somente leitura, onde os dados são geral-
lógicas, leitura e gravação de informações). Todas as ações mente gravados na fábrica e não são perdidos em caso de
estão presentes na memória do computador e requisitadas ausência de energia. Por esse motivo, a memória ROM é
pelo sistema. A velocidade do processador é medida em considerada memória não volátil.
ciclos denominados clocks e sua unidade é expressa atra-
vés de Hz. RESPOSTA: “D”.
Os registradores são unidades de memória que repre-
sentam o meio mais caro e rápido de armazenamento de
dados. Por isso são usados em pequenas quantidades nos
processadores.
Quanto às arquiteturas RISC e CISC, podemos nos valer
das palavras de Nicholas Carter, em seu livro Arquitetura
de Computadores, editora Bookman:
... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento, en-
quanto que a maior parte das arquiteturas CISC permite
que outras operações também façam referência à memória.
Podemos citar também o autor Rogério Amigo De Oli-
veira, que em seu livro Informática – Teoria e Questões de
Concursos com Gabarito, editora Campus, fala a respeito
do clock, da seguinte maneira:

126
CONHECIMENTOS GERAIS

1. Temas políticos, econômicos e sociais em evidência no mundo e no Brasil na atualidade;.................................................. 01


2. Desenvolvimento sustentável;........................................................................................................................................................................ 24
3. Globalização e regionalização mundial;...................................................................................................................................................... 25
4. Mercado Comum do Sul (Mercosul) e política externa brasileira;.................................................................................................... 26
5. Fontes energéticas;............................................................................................................................................................................................. 26
6. Os recursos hídricos no Brasil;........................................................................................................................................................................ 27
7. Aspectos étnicos, geográficos, históricos, culturais e administrativos do Brasil......................................................................... 28
8. Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, nacionalidade, cidadania,
direitos políticos........................................................................................................................................................................................................ 37
9. Organização político-administrativa: União, estados, Distrito Federal, municípios e territórios.......................................... 67
10. Poder Legislativo: Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, deputados e senadores............... 75
11. Poder Executivo: atribuições do presidente da República e dos ministros de Estado........................................................... 87
12. Poder Judiciário: competências................................................................................................................................................................... 90
13. Noções de organização administrativa: administração direta e indireta; autarquias, fundações, empresas públicas e
sociedades de economia mista.........................................................................................................................................................................101
CONHECIMENTOS GERAIS

tia de ordem pública”, para permitir bloquear o patrimônio,


1. TEMAS POLÍTICOS, ECONÔMICOS E SOCIAIS além de “impedir que ambos continuem atuando, seja cri-
EM EVIDÊNCIA NO MUNDO E NO BRASIL NA minosamente, seja na interferência” das provas.
ATUALIDADE; O MPF reforça ainda que, apesar dos indícios de cor-
rupção, não houve movimentação no sentido de afastar
Nuzman e Gryner de suas funções junto ao COB. “Assim,
ambos continuam gerindo os contratos firmados pelo COB,
POLÍTICA mediante uso de dinheiro público além do pleno acesso a
documentos e informações necessárias à produção proba-
TENTATIVA DE OCULTAR DINHEIRO E 16 BARRAS tória”.
DE OURO LEVOU NUZMAN À PRISÃO, DIZ MPF. Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017
DE ACORDO COM INVESTIGAÇÃO, NOS ÚLTIMOS
10 DOS 22 ANOS DE PRESIDÊNCIA DO COB, NUZMAN TUCANOS QUEREM TIRAR AÉCIO DA PRESIDÊNCIA
AMPLIOU SEU PATRIMÔNIO EM 457%, NÃO HAVENDO DO PARTIDO
INDICAÇÃO CLARA DE SEUS RENDIMENTOS.
Cresceu dentro do PSDB o movimento para forçar a
A prisão temporária cumprida nesta quinta-feira (5) renúncia do senador Aécio Neves (MG) da presidência do
contra Carlos Arthur Nuzman teve como um dos motivos partido. Ele está licenciado do cargo desde maio, quando
a tentativa de o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro entrou na mira da delação da JBS. Na ocasião, caciques tu-
(COB) ocultar bens, segundo o Ministério Público Federal canos esperavam a renúncia do político mineiro. Mas ele
(MPF). Entre eles, valores em espécie e 16 quilos de ouro resistiu.
que estariam em um cofre na Suíça.
De acordo com os investigadores da força-tarefa da Agora, com o novo afastamento de Aécio do mandato
Lava Jato no Rio, as apreensões na primeira etapa da Ope- de senador pelo Supremo Tribunal Federal, o partido vol-
ração “Unfair Play”, em 5 de setembro, levaram Nuzman a tou a articular a saída definitiva dele do comando tucano. A
fazer uma retificação na declaração de imposto de renda. percepção é que a permanência dele no cargo tem trazido
Segundo o MPF, foi uma tentativa de regularizar os bens grande desgaste à imagem da legenda. A pressão é para
não declarados. que ele deixe a presidência do PSDB ainda em outubro.
Um dos objetos apreendidos foi uma chave, que estava Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017
guardada junto a cartões de agentes de serviços de loca-
ção na Suíça. Segundo o MPF, são indícios de que Nuzman
DELATOR DIZ QUE CONHECEU SUPOSTO OPERA-
guardou lá o ouro.
DOR DE PROPINA DE EX-PRESIDENTE DA PETROBRAS.
De acordo com o texto do documento de pedido de
CHEFE DO SETOR DE PROPINAS DA ODEBRECHT
prisão, “ao fazer a retificação da declaração de imposto de
DISSE QUE SE ENCONTROU COM HOMEM QUE PEDIU
renda para incluir esses bens, em 20/09/2017, [Nuzman]
DINHEIRO A ALDEMIR BENDINE.
claramente atuou para obstruir investigação da ocultação
de patrimônio” e “sequer apontou a origem desse patrimô-
nio, o que indica a ilicitude de sua origem”. O ex-funcionário da Odebrecht, Fernando Migliaccio,
Com as inclusões destes bens, os investigadores acre- afirmou ao juiz Sérgio Moro que se encontrou mais de uma
ditam que os rendimentos declarados são insuficientes vez com um suposto intermediário de propinas, que seriam
para justificar a variação patrimonial em 2014. A omissão, pagas ao ex-presidente da Petrobras, Aldemir Bendine.
segundo o MPF, seria de no mínimo R$ 1,87 milhões. Migliaccio atuava no Setor de Operações Estruturadas,
Ainda de acordo com o MPF, nos últimos 10 dos 22 que era usado pela empreiteira para fazer pagamentos ilíci-
anos de presidência do COB, Nuzman ampliou seu patri- tos a funcionários públicos e agentes políticos. Ele prestou
mônio em 457%, não havendo indicação clara de seus ren- depoimento em um processo em que Bendine é acusado
dimentos. Um relatório incluído no pedido de prisão diz de receber R$ 3 milhões em propina da Odebrecht, para
ainda que, em 2014, o patrimônio dobrou, com um acrésci- ajudar a empresa a fechar contratos com a Petrobras.
mo de R$ 4.276.057,33. Em depoimentos anteriores, ex-executivos da Ode-
“Chama a atenção o fato de que desse valor, R$ brecht confirmaram a história e apresentaram uma plani-
3.851.490,00 são decorrentes de ações de companhia se- lha com o suposto pagamento. No arquivo, consta que o
diada nas Ilhas Virgens Britânicas, conhecido paraíso fiscal”, dinheiro foi entregue a alguém com o codinome “Cobra”.
diz o texto. Para o Ministério Público Federal (MPF), trata-se de Ben-
O advogado Nélio Machado, que representa Nuzman, dine.
questionou a prisão desta terça: “É uma medida dura e não No depoimento desta quarta-feira, Moro perguntou a
é usual dentro do devido processo legal”. Migliaccio se ele conhecia Bendine ou André Gustavo Viei-
Além de Nuzman, foi preso na operação “Unfair Play” ra, o homem que é apontado como o operador da suposta
seu braço-direito Leonardo Gryner, diretor de marketing do propina.
COB e de comunicação e marketing do Comitê Rio-2016. Moro: O senhor conhece o senhor Aldemir Bendine ou
Segundo o MPF, as prisões foram necessárias como “garan- o senhor André Gustavo Vieira?

1
CONHECIMENTOS GERAIS

Migliaccio: O senhor Aldemir Bendine eu não conheço “Trata-se de um sistema [o atual] voltado para o en-
e o senhor André, eu não sei se é esse o nome, mas eu carceramento e para a contenção antecipada de pessoas,
imagino que sim sem julgamento definitivo. Como resultado, cria-se um am-
Moro: O senhor pode esclarecer? biente propício para as revoltas e as rebeliões”, justificou
Migliaccio: Ele foi à minha sala algumas vezes no escri- Anastasia.
tório pra saber dos pagamentos Mudanças
Moro: Desses pagamentos? Entre outros pontos, a proposta prevê que:
Migliaccio: É. O trabalho do condenado passa a ser visto como parte
Moro: O senhor mencionou que esse setor foi desman- integrante do programa de recuperação do preso, e não
telado, mas esses pagamentos que foram lhe mostrados como benesse, e passa a ser remunerado com base no sa-
[pagamentos ao codinome Cobra] pelo Ministério Público, lário mínimo cheio, não mais com base em 75% do salário
pela procuradora, esse pagamentos foram feitos pelo setor mínimo;
de operações estruturadas? estabelecimentos penais serão compostos de espaços
Migliaccio: Sim. Quer fizer, eu não tenho certeza se to- reservados para atividades laborais;
dos eles, mas se está no sistema, que eu não tenho mais gestores prisionais deverão implementar programas de
domínio, nunca mais vi, se está lá é porque foi feito. incentivo ao trabalho do preso, procurando parcerias junto
Outro lado às empresas e à Administração Pública
Em nota, a defesa de Aldemir Bendine afirmou que ele deverão ser ampliadas as possibilidades de conversão
não recebeu qualquer valor. Os advogados de André Gus- da prisão em pena alternativa;
tavo Vieira não foram encontrados para comentar o teor entre as formas de trabalho para presos, a preferência
do depoimento.
para o trabalho de produção de alimentos dentro do presí-
Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017
dio, como forma de melhorar a comida;
deverão ser incluídos produtos de higiene entre os
SENADO APROVA REFORMA DA LEI DE EXECUÇÃO
itens de assistência material ao preso;
PENAL; PROJETO VAI À CÂMARA
deverá ser informatizado o acompanhamento da exe-
PROPOSTA FOI ELABORADA POR COMISSÃO DE
cução penal.
JURISTAS CRIADA PARA DEBATER O TEMA. ENTRE AS
MUDANÇAS, ESTÁ O ESTABELECIMENTO DE LIMITE
O texto também promove alterações na lei que institui
MÁXIMO DE OITO PRESOS POR CELA.
o sistema nacional de políticas públicas sobre drogas.
No ponto sobre consumo pessoal, a proposta estabe-
Senado aprovou nesta quarta-feira (4) um projeto que
promove uma reforma da Lei de Execução Penal. lece que compete ao Conselho Nacional de Política sobre
Entre as mudanças previstas na proposta, está a defi- Drogas, em conjunto com o Conselho Nacional de Política
nição de limite máximo de oito presos por cela. A redação Criminal e Penitenciária, estabelecer os indicadores refe-
em vigor da lei, que é de 1984, prevê que o condenado renciais de natureza e quantidade da substância apreendi-
“será alojado em cela individual”, situação rara nos presí- da, compatíveis com o consumo pessoal.
dios brasileiros. Cumprimento de pena
Pela proposta, “em casos excepcionais”, serão admiti- A proposta também prevê a possibilidade do cumpri-
das celas individuais. mento de pena privativa de liberdade em estabelecimento
A medida também possibilita, como direito do preso, a administrado por organização da sociedade civil, observa-
progressão antecipada de regime no caso de presídio su- das as vedações estabelecidas na legislação, e cumpridos
perlotado (veja mais detalhes da proposta abaixo). os seguintes requisitos:
O projeto é derivado de uma comissão de juristas cria- Aprovar projeto de execução penal junto ao Tribunal
da pelo Senado para debater o tema. A proposta segue de Justiça da Unidade da Federação em que exercerá suas
agora para análise da Câmara dos Deputados. atividades;
A comissão trabalhou pautada em seis eixos: cadastrar-se junto ao Departamento Penitenciário Na-
Humanização da sanção penal; cional (Depen);
efetividade do cumprimento da sanção penal; habilitar-se junto ao órgão do Poder Executivo com-
ressocialização do sentenciado; petente da Unidade da Federação em que exercerá suas
desburocratização de procedimentos; atividades;
informatização; encaminhar, anualmente, ao Depen, relatório de reinci-
previsibilidade da execução penal. dência e demais informações solicitadas;
Entre os objetivos do projeto, está a tentativa de de- submeter-se à prestação de contas junto ao Tribunal de
sinchar o sistema penitenciário no país. Para o relator da Contas da Unidade da Federação em que desenvolva suas
proposta, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG),o atual atividades.
sistema carcerário não está “estruturado para cumprir a sua Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017
missão legal: ressocializar”.

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CONHECIMENTOS GERAIS

CONGRESSO PROMULGA EMENDA QUE EXTINGUE Eleições de 2030 - Os partidos terão de obter, nas elei-
COLIGAÇÕES EM 2020 E CRIA CLÁUSULA DE BARREIRA ções para a Câmara, pelo menos 3% dos votos válidos, dis-
COM A PROMULGAÇÃO, CLÁUSULA DE DESEMPE- tribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da fede-
NHO ELEITORAL PARA ACESSO DE PARTIDOS A RECUR- ração, com ao menos 2% dos votos válidos em cada uma
SOS DO FUNDO PARTIDÁRIO E AO TEMPO GRATUITO delas; ou ter eleito pelo menos 15 deputados, distribuídos
DE RÁDIO E TV VALERÁ A PARTIR DAS ELEIÇÕES DE em pelo menos um terço das unidades da federação.
2018. Levantamento feito pelo G1 mostrou que, se as regras
previstas para 2018 estivessem em vigor nas eleições de
O Congresso Nacional promulgou, em sessão solene 2014, 14 partidos que hoje possuem acesso ao Fundo Par-
nesta quarta-feira (4), a Emenda Constitucional que cria tidário e ao tempo gratuito de rádio e TV perderiam esses
uma cláusula de desempenho, a partir de 2018, para as le- direitos.
gendas terem acesso ao Fundo Partidário e ao tempo gra- Entre os partidos que teriam sido afetados caso a regra
tuito de rádio e TV. estivesse valendo na eleição de 2014, seis têm atualmente
O texto também prevê o fim das coligações proporcio- representantes na Câmara: PEN, PHS, PRP, PSL, PT do B e
nais, a partir das eleições de 2020. Podemos (antigo PTN).
A alteração à Constituição foi aprovada nesta terça-fei- Outros oito, que não elegeram deputados em 2014,
ra (3) pelo Senado. As votações dos dois turnos da pro- também seriam atingidos: PCB, PCO, PMN, PPL, PRTB,
posta na Casa aconteceram em menos de 30 minutos. Na PSDC, PSTU e PTC.
semana passada, o texto havia sido aprovado pela Câmara. O levantamento não levou em consideração as legen-
A classe política tem pressa na aprovação de novas re- das criadas após 2014 e que têm bancadas na Câmara:
gras eleitorais. Isso porque, para valerem em 2018, as mo- Rede e PMB.
dificações precisam passar pelo Congresso até a próxima A proposta atual foi flexibilizada com relação à que foi
sexta-feira (6), um ano antes das próximas eleições. aprovada pelo Senado em 2016. Se prevalecesse a versão
Com a promulgação, a cláusula de desempenho eleito- original do texto, 19 partidos seriam barrados. Siglas tradi-
ral para acesso de partidos a recursos do Fundo Partidário cionais, como o PPS e o PC do B, seriam afetadas. Outras,
e ao tempo gratuito de rádio e TV valerá a partir das elei- de criação mais recente, também seriam prejudicadas. É o
ções de 2018. caso de PSOL, PROS e PV.
A emenda tem origem no Senado, onde foi aprovada A flexibilização da cláusula de barreira foi necessária
em 2016. No entanto, durante análise na Câmara, os de- para que a proposta pudesse ser aprovada na Câmara.
putados promoveram mudanças e flexibilizaram o texto, o Diante do prazo exíguo, os senadores aceitaram o texto
que levou o projeto para uma nova análise dos senadores. modificado pelos deputados para garantir que a cláusula
Cláusula de desempenho valha em 2018.
O texto estabelece a chamada cláusula de desempe- Fim das coligações
nho nas urnas para a legenda ter acesso ao Fundo Partidá- A emenda acaba com as coligações partidárias a partir
rio e ao tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV. de 2020. Para 2018, continuam valendo as regras atuais, em
Como transição, até 2030, a cláusula de barreira crescerá que os partidos podem se juntar em alianças para disputar
gradualmente. Nas eleições posteriores a 2030, o desem- a eleição e somar os tempos de rádio e televisão e podem
penho mínimo exigido seria o mesmo do pleito de 2030. ser desfeitas passado o pleito.
Saiba abaixo os critérios: As coligações também são levadas em conta na hora
Eleições de 2018 - Os partidos terão de obter, nas elei- da divisão das cadeiras. Hoje, deputados federais e esta-
ções para deputado federal, pelo menos 1,5% dos votos duais e vereadores são eleitos no modelo proporcional
válidos, distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades com lista aberta.
da federação, com ao menos 1% dos votos válidos em cada É feito um cálculo para a distribuição das vagas com
uma delas; ou ter eleito pelo menos 9 deputados, distribuí- base nos votos no candidato e no partido ou coligação. São
dos em, no mínimo, um terço das unidades da federação. eleitos os mais votados nas legendas ou nas coligações.
Eleições de 2022 - Os partidos terão de obter, nas elei- Federações partidárias
ções para a Câmara, pelo menos 2% dos votos válidos, dis- Além de abrandar a cláusula de barreira, os deputados
tribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da fede- excluíram do projeto a possibilidade de partidos com afi-
ração, com ao menos 1% dos votos válidos em cada uma nidade ideológica se unirem em federações. A medida era
delas; ou ter eleito pelo menos 11 deputados, distribuídos uma saída para substituir, em parte, as coligações.
em, no mínimo, um terço das unidades da federação. Na prática, o fim das federações deverá prejudicar par-
Eleições de 2026 - Os partidos terão de obter, nas tidos pequenos que contam com as alianças com outras
eleições para a Câmara, pelo menos 2,5% dos votos váli- legendas para somar o tempo de rádio e TV e para garantir
dos, distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades cadeiras na Câmara e nas Assembleias.
da federação, com ao menos 1,5% dos votos válidos em A proposta era que os partidos com programas afins
cada uma delas; ou ter eleito pelo menos 13 deputados, pudessem se juntar em federações. As legendas teriam de
distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da fe- atuar juntas não apenas durante as eleições, mas como um
deração. bloco parlamentar durante toda a legislatura.

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CONHECIMENTOS GERAIS

A ideia era garantir maior coesão entre os partidos, já O fundo público para abastecer as campanhas é uma
que atualmente siglas com pouca afinidade formam coli- medida alternativa ao financiamento empresarial de cam-
gações e as desfazem após as eleições. panha, proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em
Desse modo, se juntos atingissem as exigências da 2015.
cláusula de desempenho, não perderiam o acesso ao Fun- No começo da discussão, o Congresso chegou a cogi-
do Partidário e ao tempo de rádio e TV. tar um fundo que chegaria a R$ 3,6 bilhões. A articulação
Janela partidária foi encabeçada pelo líder do governo no Senador, Romero
Durante análise na Câmara, os deputados também re- Jucá (PMDB-RR), com apoio de partidos da oposição, como
tiraram do texto um trecho que acabava com a janela par- o PT, PDT e PCdoB.
tidária seis meses antes da eleição. . A sessão que aprovou a proposta foi tumultuada. O
Com isso, ficam mantidas as regras atuais em que os principal protesto dos deputados foi pelo fato de a votação
detentores de mandato eletivo podem mudar de partido do texto-base do projeto ter sido simbólica. Um dos que
no mês de março do ano eleitoral sem serem punidos com protagonizaram a confusão foi o deputado Júlio Delgado
perda do mandato. (PSB-MG). Ele foi à tribuna e classificou como “vergonha”
Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017 a votação ter sido nominal. Para ele, os deputados que
apoiam o fundo não quiseram deixar a “digital” na aprova-
GEDDEL, SAUD E FUNARO PROMOVEM BARRACO ção da medida.
COM AMEAÇAS DE MORTE NA PAPUDA Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017

A prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, do opera- PF AUTUA BATTISTI EM FLAGRANTE POR EVASÃO
dor Lúcio Funaro e de Ricardo Saud, executivo da JBS, tem DE DIVISAS E LAVAGEM DE DINHEIRO
provocado uma sessão de gritaria no presídio da Papuda,
em Brasília, onde estão recolhidos. Segundo relatos, Funaro A Polícia Federal indiciou o ativista italiano Cesare Bat-
aguarda o fim do banho de sol e antes de voltar para a cela tisti por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Battisti
manda aos gritos recado para Saud, preso do outro lado: foi preso em flagrante nesta quarta-feira, 4, quando estava
“Saud, vou te matar”, aterroriza o delator que o entregou. tentando atravessar a fronteira para a Bolívia com US$ 6
Do seu lado “do muro”, Geddel faz coro: “Saud, também mil – quantia superior a R$ 10 mil em dinheiro.
vou te matar”. Saud devolve as provocações, mas só para Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália sob
Geddel. “Cala boca, seu gordo!” acusação de quatro assassinatos. No último dia de seu se-
No seu quadrado. Os três estão separados e não se en- gundo mandato, em 2012, o então presidente Lula assinou
contram no banho de sol, justamente para evitar que cum- decreto no qual negou ao governo italiano o pedido de
pram a promessa. Há, inclusive, revezamento entre os ad- extradição do ativista.
vogados para que eles não se esbarrem nem no parlatório. O italiano não teria declarado o dinheiro. Os federais
Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017 querem saber o que o ativista pretendia fazer com a quan-
tia no país vizinho.
CÂMARA GARANTE FUNDO BILIONÁRIO PARA Após ser detido, segundo a PF, ‘agentes da Delegacia
ABASTECER CAMPANHAS EM 2018 de Corumbá averiguaram a situação em que Battisti se en-
Em uma sessão tumultuada, a Câmara aprovou na noi- contrava na região de fronteira’.
te desta quarta-feira, 4, o projeto que cria um fundo pú- Em 27 de setembro, os advogados de Battisti entraram
blico bilionário para financiar as campanhas do ano que com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF)
vem. Assim que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia para barrar a possibilidade de extradição, deportação ou
(DEM-RJ), proclamou o resultado, deputados protestaram expulsão pelo presidente da República. O relator é o minis-
contra a votação e quase partiram para a agressão física. tro Luiz Fux. Battisti teve sua extradição pedida pela Itália.
O texto segue agora para a sanção presidencial. Para Em 2011, o Supremo arquivou uma Reclamação ajuiza-
que os partidos possam ter acesso ao dinheiro para realizar da pelo governo da Itália contra o ato de Lula, e determi-
o processo eleitoral em 2018, as novas regras têm de ser nou a soltura do italiano.
sancionadas pelo presidente Michel Temer até 7 de outu- A defesa de Battisti sustenta que, desde então, têm ha-
bro. vido ‘várias tentativas ilegais’ de remetê-lo para o exterior
Apesar de os parlamentares afirmarem que o fundo por meio de outros mecanismos, como a expulsão e a de-
será de R$ 1,7 bilhão, o texto não estabelece um teto para portação.
o valor, e sim um piso, ao dizer que o fundo será “ao menos Desde 2016, com as mudanças ocorridas no Poder Exe-
equivalente” às duas fontes estabelecidas pelo projeto. cutivo, os advogados afirmam que há notícias de que o
A proposta estabelece que pelo menos 30% do va- governo italiano pretende intensificar as pressões sobre o
lor das emendas de bancadas sejam direcionadas para as governo brasileiro para obter a extradição.
campanhas eleitorais. A segunda fonte de recursos virá da O alegado risco levou à impetração do HC 136898,
transferência dos valores de compensação fiscal cedidos às que teve seguimento negado. Naquele habeas corpus, o
emissoras de rádio e televisão que transmitem propagan- ministro Luiz Fux entendeu que não havia ato concreto de
das eleitorais, que serão extintas. O horário eleitoral duran- ameaça ou restrição ilegal do direito de locomoção que
te o período de campanha, no entanto, foi mantido. justificasse a concessão da ordem.

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CONHECIMENTOS GERAIS

No novo HC, a defesa argumenta que, segundo notí- “Jamais vi uma situação idêntica em que se coloca em
cias veiculadas recentemente, há um procedimento sigiloso segundo plano, de forma clara, ostensiva, a segurança ju-
em curso visando à revisão do ato presidencial que negou a rídica. A sociedade não pode viver em sobressaltos, muito
extradição em 2010. menos sobressaltos provocados pelo Supremo. Retroação
Os advogados também informam que Battisti tem soli- da lei, pra mim, é o fim em termos de Estado Democrático
citado certidões e informações ao Ministério Público Fede- de Direito”, disse o ministro Marco Aurélio Mello, que votou
ral, Ministério da Justiça, Ministério das Relações Exteriores e nesta quarta-feira contra a retroatividade da lei.
Casa Civil a fim de obter cópias de procedimentos sobre ele, “A questão é muito séria, porque inaugura mediante
mas até o momento nenhuma informação foi prestada. Ou- a voz do Supremo o vale tudo, que não se coaduna com
tro argumento é a existência de ação civil pública pela qual o o Estado Democrático de Direito”, concluiu Marco Aurélio.
Ministério Público pretende a declaração da nulidade do ato A aplicação do prazo de oito anos de inelegibilida-
que concedeu visto de permanência a Battisti, e, consequen- de para políticos condenados antes da publicação da Lei
temente, sua deportação. da Ficha Limpa também foi criticada pelo ministro Gilmar
O juízo da 20ª Vara Federal do Distrito Federal julgou Mendes.
procedente a ação e determinou a imediata prisão adminis-
“Quando o legislador concebe mudanças – e são ne-
trativa do italiano, mas a ordem foi suspensa liminarmente
cessárias mudanças – é óbvio que faz pra frente. ‘Ah, mas
pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Final-
nós queremos atingir fatos passados’. Então rasgue a Cons-
mente, alegam que Battisti casou-se com uma brasileira e
tem um filho que depende econômica e afetivamente dele, o tituição, porque isso não passa no teste inclusive do ato
que impede a sua expulsão. jurídico perfeito, da coisa julgada. ‘Ah, mas queremos apli-
Apontando risco iminente e irreversível, a defesa pede car o princípio da moralidade’. Isso é direito nazifascista,
a concessão de liminar para obstar eventual extradição, de- não tem nada a ver conosco, com o nosso sistema”, disse
portação ou expulsão a ser levada a efeito pelo presidente da Gilmar.
República. No mérito, pede-se a confirmação da liminar ou a O plenário do STF se dividiu na questão. Além de Cár-
conversão do HC em reclamação a fim de preservar a auto- men, votaram pela retroatividade do prazo de inelegibili-
ridade de decisão do STF que reconheceu que a negativa de dade os ministros Luiz Fux, Rosa Weber, Edson Fachin, Dias
extradição é insindicável pelo Poder Judiciário (RCL 11423), Toffoli e Luís Roberto Barroso. Em sentido contrário se po-
determinando-se assim o trancamento da ação civil pública. sicionaram Gilmar, Marco Aurélio, Lewandowski, Alexandre
Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017 de Moraes e o decano da Corte, Celso de Mello.
A discussão girou em torno do caso do ex-vereador
FICHA LIMPA ATINGE CONDENADOS ANTES DE Dilermando Fereira Soares contra decisão do Tribunal Su-
2010, DECIDE STF perior Eleitoral (TSE) que rejeitou o registro de sua candi-
POR 6 A 5, MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FE- datura à reeleição no município de Nova Soure, na Bahia,
DERAL NEGARAM RECURSO DO VEREADOR DE NOVA nas eleições de 2012. Como o caso tem repercussão geral,
SOURE, NA BAHIA, QUE FOI BARRADO DAS ELEIÇÕES a tese a ser firmada nesta quinta-feira valerá para diversas
DE 2012 POR UMA CONDENAÇÃO EM 2004, ANTES DA instâncias em todo o País.
APROVAÇÃO DA LEI Dilermando foi alvo de condenação judicial que tran-
sitou em julgado em 2004. Depois de cumprir o prazo de
Por 6 a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta três anos de inelegibilidade baseado na legislação anterior,
quarta-feira (4) que o prazo de oito anos de inelegibilidade conseguiu se eleger vereador em 2008. Em 2012, tentou a
fixado pela Lei da Ficha Limpa pode ser aplicado inclusive reeleição, mas teve o registro de candidatura impugnado
para candidatos que tenham sido condenados antes da pu- com base no novo prazo de oito anos de impedimento fi-
blicação da lei, em 2010. Com o plenário dividido, coube à
xado pela Lei da Ficha Limpa, que já estava em vigor.
presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, desempatar o
Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017
placar e definir o resultado.
Os ministros ainda definirão nesta quinta-feira (5) se vão
modular a decisão da Corte, o que poderia limitar o alcance FUX NEGA LIMINAR E MANTÉM PROCESSO CON-
do entendimento firmado no julgamento. O relator do caso, TRA SIMÃO JATENE POR CORRUPÇÃO
ministro Ricardo Lewandowski, alertou ao final da sessão GOVERNADOR DO PARÁ, DENUNCIADO PELO MI-
para o risco de prefeitos, vereadores e deputados atualmente NISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, TENTAVA POR MEIO DE
no exercício do mandato serem cassados. HABEAS CORPUS SUSPENDER AÇÃO EM QUE É ACUSA-
“Essa matéria foi exaustivamente analisada pelo Tribunal DO DE RECEBIMENTO DE ‘VANTAGENS INDEVIDAS’ DA
Superior Eleitoral, prevalecendo esse entendimento (de re- CERVEJARIA CERPA SOB ALEGAÇÃO DE PRESCRIÇÃO
troatividade) de maneira correta”, disse Cármen Lúcia.
A Lei da Ficha Limpa prevê que são inelegíveis os candi- O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, ne-
datos condenados por abuso de poder econômico ou polí- gou liminar no Habeas Corpus (HC) 148138 por meio da
tico para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplo- qual a defesa do governador do Pará, Simão Jatene (PSDB),
mados, bem como para as que se realizarem nos oito anos pedia para suspender processo no Superior Tribunal de
seguintes. A legislação anterior previa um prazo de apenas Justiça (STJ) em que foi denunciado pela suposta prática de
três anos. Em 2011, o STF decidiu que a Lei da Ficha Limpa corrupção passiva, pelo suposto recebimento de vantagens
valeria apenas a partir das eleições de 2012. indevidas da cervejaria Cerpa.

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CONHECIMENTOS GERAIS

O relator não verificou um dos requisitos para a con- ALTA NAS VENDAS DE CARROS NOVOS NÃO IMPE-
cessão da medida cautelar – a plausibilidade jurídico do DE AUMENTO DE NEGOCIAÇÃO DE USADOS
pedido (fumus boni iuris). PUXADAS PELOS SEMINOVOS, VENDAS DE VEÍ-
As informações foram divulgadas no site do Supremo. CULOS DE ‘SEGUNDA MÃO’ SOBEM 8,4% DE JANEIRO
Para a defesa de Jatene, o suposto crime apontado A SETEMBRO, NA COMPARAÇÃO COM 2016. AS DOS
pelo Ministério Público Federal ocorreu em setembro de ZERO QUILÔMETRO ACUMULAM AUMENTO DE 8%.
2002, portanto, aplicando o prazo prescricional do artigo
109, inciso III, do Código Penal (CP), a extinção da punibili- O reaquecimento das vendas de carros zero no Brasil
dade teria ocorrido em setembro de 2014. não impede que a procura pelos usados continue aumen-
O relator do caso no STJ reconheceu monocraticamen- tando.
te a prescrição da pretensão punitiva. As negociações desses veículos cresceram 4,7% em se-
Em exame de agravo regimental, no entanto, a Corte tembro, na comparação com 1 ano atrás, de acordo com
entendeu que o suposto crime teve continuação em 2003, dados da federação dos distribuidores, a Fenabrave.
quando Jatene, ao assumir o governo, teria repactuado a A entidade considera os registros de transferência de
proposta original para que o pagamento das vantagens in- documentos do Departamento Nacional de Trânsito (De-
devidas fosse feito em parcelas. natran).
Com isso, o STJ, levando em conta outros aspectos para De janeiro a setembro, foram negociados 7,9 milhões
a definição da prescrição – como a incidência de causa de de automóveis e comerciais leves (picapes e furgões) usa-
aumento da pena referente a ocupação de função pública dos, um volume 8,5% mais alto que o registrado no mesmo
-, afastou a prescrição e manteve a tramitação do processo período do ano passado.
para posterior análise do recebimento da denúncia. Já as vendas de carros novos cresceram 7,9% sobre os
O ministro Luiz Fux apontou que ‘a matéria de fundo 9 primeiros meses de 2016, com 1,5 milhão de unidades.
do habeas exige uma análise mais detida, pois a pretensão Base fraca
da defesa impõe a avaliação aprofundada entre os fatos O aumento na venda dos zero quilômetro, no entan-
citados na denúncia e o que foi decidido pelo STJ’. to, é em relação a uma base mais fraca que a dos carros
usados, que, no ano passado, terminaram com estabilidade
O ministro lembrou ainda que ‘a concessão de medida sobre 2015, enquanto as vendas de carros novos caíram
ainda mais.
cautelar pressupõe o atendimento concomitante dos re-
Segundo a Fenabrave, a cada 4 automóveis zero qui-
quisitos do fumus boni iuris e do perigo da demora, não
lômetro emplacados em setembro último, 6 usados foram
tendo sido demostrado, de plano, o preenchimento do pri-
negociados. A entidade diz que uma média normal é de 1
meiro requisito’.
para 3.
Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017
Seminovos lideram
Quando analisada a venda por “idade” dos veículos
ECONOMIA usados, os seminovos, como são chamados os que têm até
3 anos rodados, foram os únicos a registrar alta no mês
LATAM VENDE SUBSIDIÁRIA DE SERVIÇOS NO CHI- passado, segundo a Fenauto, federação que também con-
LE POR US$ 38,4 MILHÕES tabiliza dados do segmento.
OPERAÇÃO VAI RENDER À EMPRESA UM LUCRO DE Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
US$ 20 MILHÕES NO BALANÇO DO QUARTO TRIMES- GOVERNO DIZ QUE ABASTECIMENTO DE ELETRICI-
TRE DESTE ANO, INFORMOU A COMPANHIA. DADE ESTÁ ASSEGURADO APESAR DE SECA
NO FIM DO PERÍODO SECO, HIDRELÉTRICA DE SO-
O grupo aéreo Latam anunciou nesta quinta-feira (5) BRADINHO, NO RIO SÃO FRANCISCO, TERÁ ARMAZE-
que assinou acordo de venda de 100% do capital da em- NAMENTO ZERO, APONTAM ESTIMATIVAS DO COMITÊ
presa de serviços aeroportuários Andes Aiport Services SA, DE MONITORAMENTO DO SETOR ELÉTRICO (CMSE)
que era controlado pela holding, para a Acciona Airport
Services SA por 24,3 bilhões de pesos chilenos (US$ 38,4 Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE)
milhões). afirmou nesta quarta-feira (4) que as condições de abas-
A operação vai render à Latam um lucro de US$ 20 mi- tecimento de energia elétrica no país estão asseguradas,
lhões no balanço do quarto trimestre deste ano, informou apesar das previsões de chuvas abaixo da média em gran-
a companhia em comunicado. de parte das regiões de hidrelétricas do Brasil e dos níveis
De acordo com o texto, a Andes Aiport Services SA rea- críticos dos reservatórios do Nordeste.
liza serviços aeroportuários, como manuseio de bagagens, Segundo nota do órgão formado por autoridades
abastecimento de combustível, limpeza e suprimento de da área de energia do governo após reunião nesta quar-
alimentos e bebidas nas aeronaves. ta-feira, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)
Juntamente com a venda, foi assinado acordo por meio apresentou simulações atualizadas de expectativa de ar-
do qual a Andes Aiport Services vai continuar atendendo a mazenamento nas hidrelétricas Três Marias e Sobradinho
Latam em Santiago por pelo menos cinco anos. ao longo do período seco, utilizando os piores cenários de
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 afluências verificados no histórico, “que têm se aproximado
da realidade vivenciada atualmente”.

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CONHECIMENTOS GERAIS

E os resultados apontam para o atingimento dos níveis O superintendente da área financeira do BNDES, Selmo
de armazenamento, ao final do período seco, em novem- Aronovich, afirmou que espera que no último trimestre de
bro de 2017, de 4,2% na hidrelétrica de Três Marias e de 2017 os desembolsos operem em no mínimo R$ 10 bilhões
zero para Sobradinho, no rio São Francisco. ao mês. “A média do último trimestre será de pelo menos
Ainda assim, com a região Nordeste sendo suprida por 10 bilhões de reais...Concessões, retomada da economia e
outras fontes de energia, como eólica e térmica, o CMSE juros baixos justificam esse otimismo”, disse o superinten-
avalia que é zero o risco de qualquer déficit de energia em dente à Reuters.
2017 para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordes- Segundo Freitas, as consultas de interessados em em-
te. préstimos do BNDES “estão melhorando razoavelmente
Com base nos resultados apresentados pelo ONS para bem, por isso a expectativa de desembolso para o ano que
diferentes cenários de período úmido, o CMSE reiterou a vem é de entre 110 bilhões e 120 bilhões de reais”, afirmou
importância de que sejam adotadas medidas necessárias ele citando as Finame e para capital de giro. A expectativa
para preservação dos estoques dos reservatórios das usi- é baseada em um crescimento do PIB de 3% a 4% em 2018.
nas hidrelétricas do Rio São Francisco, a fim de proporcio- O diretor da área financeira comentou que o ban-
co deve captar entre 2 bilhões e 3 bilhões de dólares nos
nar segurança hídrica para a bacia no próximo ano.
mercados externos em 2018, como forma de fazer frente a
Para o final de novembro de 2017, quando tipicamen-
obrigações de desembolsos e atender em parte à chamada
te se inicia o replecionamento dos reservatórios devido ao
do governo federal para devolver recursos ao Tesouro.
aumento das afluências, a expectativa é que os armazena-
“Hoje é possível captar 2 bilhões a 3 bilhões (de dóla-
mentos equivalentes dos subsistemas Sul, Nordeste e Nor- res) no exterior...Obviamente, o banco vai se voltar a cap-
te atinjam valores inferiores aos verificados em 2014, ano tações externas, que é mais barato, porém não tão barato
mais crítico do histórico recente. quando o dinheiro que veio do Tesouro Nacional”, disse
O subsistema Sudeste/Centro-Oeste deve alcançar ar- Freitas.
mazenamento próximo ao verificado em 2014, segundo o Ele estimou que em nome da prudência bancária o BN-
CMSE. DES precisa ter em caixa, livre e disponível em 2018, 8 por
Dessa forma, “o CMSE reiterou a importância de viabi- cento do total das operações ativas, o equivalente a um
lização de recursos adicionais de usinas termelétricas que “caixa prudencial entre 60 e 70 bilhões” de reais. O banco
se encontram no momento operacionalmente disponíveis, tinha em caixa até final de agosto cerca de R$ 170 bilhões,
porém sem combustível”. sendo que boa parte dos recursos já estava comprometida
“Assim, o Comitê encaminhará correspondência à Pe- em financiamentos.
trobras solicitando gestão da empresa no sentido de viabi- Mais cedo, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de
lizar o fornecimento de combustível a essas usinas”, disse Castro, afirmou durante evento em São Paulo que a devo-
a nota, sem identificar motivos para a falta de combustível. lução em 2018 de 130 bilhões de reais cobrada do banco
No caso de uma operação térmica da Eletrobras no pelo governo “é materialmente improvável”.
Norte do país, a Petrobras tem sido forçada por decisão Questionado a respeito das demandas do governo,
judicial a fornecer o combustível, uma vez que a estatal do Freitas lembrou que como o Brasil mergulhou em crise em
setor elétrico tem uma dívida bilionária com a petroleira, 2015 e 2016, a demanda por recursos do banco foi fraca e
que tem se negado a vender o produto. por isso os valores que o BNDES tem a receber nos próxi-
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 mos meses também será fraca. “Vai haver uma defasagem
de uma volta fraca e demanda forte. Temos que atentar a
BNDES ESPERA DESEMBOLSOS DE R$ 110 BILHÕES isso e o banco tem que ter caixa mínimo”, disse o diretor.
A R$ 120 BILHÕES EM 2018 Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
VALOR REPRESENTA UM CRESCIMENTO DE ATÉ
FUNDO DE PENSÃO DA CAIXA DECIDE VENDER FA-
50% EM RELAÇÃO AOS R$ 80 BILHÕES PREVISTOS
TIA NA ELDORADO
PARA ESTE ANO.
J&F FECHOU EM SETEMBRO ACORDO DE VENDA
DO CONTROLE DA ELDORADO PARA O GRUPO HOLAN-
Os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvi- DÊS PAPER EXCELLENCE POR CERCA DE R$ 15 BILHÕES.
mento Econômico e Social (BNDES) devem oscilar entre R$
110 bilhões e R$ 120 bilhões em 2018, um crescimento de A Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Cai-
até 50% em relação aos R$ 80 bilhões previstos para este xa Econômica Federal, anunciou nesta quarta-feira (4) que
ano, disse nesta quarta-feira (4) o diretor da área financeira decidiu exercer o direito de vender a participação de 8,53%
da instituição, Carlos Thadeu de Freitas. na Eldorado Brasil Celulose. Segundo a agência Reuters, o
“Hoje, o que puxa a economia ainda é o consumo, ape- valor da operação é avaliado em cerca de R$ 650 milhões.
sar de restrições, mas no ano que vem será o investimento O fundo de pensão innveste na Eldorado por meio de
que está num patamar pífio”, disse Freitas em entrevista à cotas do fundo de investimento FIP Florestal.
Reuters. “A Fundação agora iniciará as negociações do contrato
Neste ano até agosto, os desembolsos do BNDES so- de compra e venda de cotas com a Paper Excellence, em-
mam cerca de R$ 45 bilhões, com isso, a expectativa do presa com sede na Holanda que fez uma oferta para adqui-
banco é de uma aceleração nos últimos meses do ano. rir a fabricante de celulose”, informou a Funcef.

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CONHECIMENTOS GERAIS

No dia 2 de setembro, o grupo J&F, holding que con- O acordo prevê que a Petrobras deverá gastar R$ 12,8
trola a JBS, anunciou que fechou acordo de venda do con- bilhões ao longo de 18 anos para equacionar o déficit do
trole da Eldorado para o grupo holandês Paper Excellence Petros. Apenas no primeiro ano, o desembolso previsto para
por cerca de R$ 15 bilhões. a empresa será de R$ 1,4 bilhão. Já a BR Distribuidora entrará
A Funcef, assim como a Petros, fundo de pensão dos com R$ 900 milhões.
empregados da Petrobras, tinham o direito de exercer sua Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
opção de venda na companhia em até 30 dias.
Atualmente, a J&F detém 80,98% do capital da Eldo- UBER LIMITA PODER DO EX-PRESIDENTE E ABRE ES-
rado. A fatia restante pertence a Petros (8,53%), Funcef PAÇO PARA INVESTIMENTO DE GRUPO JAPONÊS
(8,53%) e FIP Olimpia (1,96%). AS ALTERAÇÕES NA POLÍTICA DE GESTÃO APRO-
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 VADAS PELA DIRETORIA, QUE DEPENDEM DO INVES-
TIMENTO DO SOFTBANK, INCLUEM A ELIMINAÇÃO DO
DÉFICIT ACUMULADO DE FUNDOS DE PREVI- ‘SUPER-VOTO’ DE ALGUMAS AÇÕES, COMO AS CON-
DÊNCIA COMPLEMENTAR SOBE PARA R$ 77,6 BI, DIZ TROLADAS POR KALANICK.
ABRAPP
PARA O PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA O conselho de administração do Uber aprovou em reu-
DAS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COM- nião nesta terça-feira (3) um plano que reduz a influência do
PLEMENTAR, SITUAÇÃO DO POSTALIS É EXCEÇÃO E ex-presidente executivo da empresa Travis Kalanick e abre a
SISTEMA ESTÁ BEM CAPITALIZADO. porta para um investimento colossal do grupo de telecomu-
nicações japonês SoftBank.
O déficit acumulado dos fundos fechados de previdên- A proposta adotada pela diretoria do Uber também pro-
cia complementar subiu para R$ 77,6 bilhões em junho, mete acabar com os confrontos entre partidários de Kalanick
ante R$ 71,7 bilhões no fim de 2016, informou nesta quar- e investidores que suspeitam que o fundador da empresa
ta-feira (4) a Associação Brasileira das Entidades Fechadas pretende voltar à direção.
de Previdência Complementar (Abrapp). “Hoje, após dar as boas-vindas aos novos diretores Ur-
O déficit é a diferença entre o patrimônio de um pla- sula Burns e John Thain, a diretoria aprovou, por unanimi-
no e seus compromissos com pagamentos atuais e futuros. dade, avançar com o investimento do SoftBank e modificar
Segundo o balanço da Abrapp, dos 681 fundos de pensão a política de administração empresarial para fortalecer sua
no país, 220 apresentam déficit, ao passo que 461 regis- independência e garantir a igualdade entre todos os acio-
tram superávit. nistas”, informou o Uber em e-mail.
O rombo cresce há 7 anos e atinge, sobretudo, fundos “O interesse do SoftBank é um incrível voto de confiança
de pensão de estatais. Do déficit total, 88% do valor está no negócio do Uber e em seu potencial a longo prazo, e es-
concentrado em apenas 10 planos, segundo a associação. peramos concluir este investimento nas próximas semanas”.
O total de participantes ativos nos fundos supera 2,5 A previsão é de que o Softbank injete entre US$ 1 bilhão
milhões e os assistidos chegam a mais de 735 mil, segundo e US$ 1,25 bilhão na empresa com sede em San Francisco,
a associação. cujo valor atual é de US$ 69 bilhões, segundo uma fonte
A Abrapp informou também que os ativos totais do ligada ao assunto.
sistema somavam R$ 808 bilhões em junho. A rentabilidade Como medida de investimento secundário, o grupo ja-
média do setor no primeiro semestre foi de 4,24%, pouco ponês lançaria uma oferta pública para comprar entre 14%
abaixo da meta atuarial de 4,44%. e 17% das ações em circulação de grandes investidores, se-
A Superintendência Nacional de Previdência Comple- gundo a fonte.
mentar (Previc), vinculada ao Ministério da Fazenda, decre- As alterações na política de gestão aprovadas pela dire-
tou nesta quarta-feira intervenção no fundo de pensão dos toria, que dependem do investimento do SoftBank, incluem
funcionários dos Correios, o Postalis, por um prazo de 180 a eliminação do “super-voto” de algumas ações, como as
dias. controladas por Kalanick, visando limitar a influência dos
A Abrapp considera que a intervenção no Postalis é fundadores do Uber.
uma exceção dentro do sistema. Também há a exigência de mais de dois terços dos votos
“O sistema está conseguindo pagar seus benefícios da diretoria para a aprovação de um novo diretor-executivo.
normalmente”, disse o presidente da Abrapp, Luis Ricardo Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
Martins, a jornalistas na abertura do congresso anual da
Abrapp. “Temos um sistema sólido, que paga sem atrasos LUCRO DA MONSANTO CRESCE 70% NO ANO FIS-
os direitos dos participantes”. CAL DE 2017, PARA US$ 2,26 BILHÕES
Para o presidente da Abrapp, o mais importante nesse COMPANHIA ATRIBUIU MAIORES VENDAS A À
momento é garantir aos participantes do Postalis todos os ADOÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS PARA A SOJA NA
benefícios a que eles têm direito. AMÉRICA E AOS PREÇOS GLOBAIS DO MILHO.
Outro fundo de pensão com alto déficit é o dos funcio-
nários da Petrobras, o Petros. Em setembro, foi anunciado A norte-americana Monsanto reportou lucro líquido de
que os funcionários da Petrobras terão de pagar parcelas US$ 2,26 bilhões no ano fiscal de 2017, encerrado em 31 de
extras de R$ 236 a R$ 3,6 mil mensais como parte do plano agosto, resultado cerca de 70% maior em comparação com
para equacionar um rombo de mais de R$ 27 bilhões. US$ 1,33 bilhão registrados em 2016.

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CONHECIMENTOS GERAIS

No resultado trimestral, a companhia reverteu o pre- queda e cinco tiveram alta no mês analisado.
juízo líquido de US$ 191 milhões do quarto trimestre fiscal Em setembro de 2017, houve predominância de queda
do ano passado, em lucro de US$ 20 milhões no mesmo nos preços do açúcar, da farinha, óleo de soja e tomate.
período de 2017. Os dados foram divulgados na manhã Por outro lado, houve aumento da banana, pão e mantei-
desta quarta-feira (4) em balanço financeiro da empresa. ga o que influenciou na diminuição do custo da Cesta em
O lucro por ação ficou em US$ 5,09 no ano fiscal de Manaus.
2017, superior aos US$ 2,99 obtidos um ano antes. O açúcar (-9,60%) foi o produto que apresentou maior
De acordo com a Monsanto, este desempenho “de- queda no mês seguido da farinha (-6,74%), do óleo de soja
verá crescer no primeiro trimestre do ano fiscal de 2018”. (-5,28%), do tomate (-4,00%), do feijão (-3,84%), do leite
Para o quarto trimestre, a empresa registrou lucro por (-2,33%) e do arroz (-0,61%). A banana (3,40%) foi o pro-
ação de US$ 0,05, em comparação com uma perda por duto que apresentou maior alta no mês seguido do pão
ação de US$ 0,44 em 2016. (1,67%), da manteiga (1,09%), da carne (1,08%) e do café
A receita do quarto trimestre subiu 4,8%, para US$ (0,48%).
2,69 bilhões, ante US$ 2,56 bilhões em igual intervalo de Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
um antes, enquanto o consenso dos analistas consultados
pela FactSet apontava para uma queda a US$ 2,50 bilhões. QUANTIDADE DE PEDIDOS DE RECUPERAÇÃO JU-
A companhia atribuiu os resultados de vendas à ado- DICIAL CAI 58,6% EM SETEMBRO, DIZ SERASA.
ção de novas tecnologias para a soja na América e os pre- COMPARAÇÃO É COM O MESMO MÊS DE 2016; NÚ-
ços globais do milho. MERO DE FALÊNCIAS TAMBÉM CAIU.
O Ebit (lucro antes de juros e impostos) ficou em US$
3,26 bilhões no acumulado de 2017, em comparação O número de empresas que pediram recuperação ju-
com US$ 2,41 bilhões registrados no ano fiscal anterior. dicial caiu 58,6% em setembro ante o mesmo mês do ano
Na análise trimestral, houve retração de US$ 62 milhões, passado. Foram 101 requerimentos. Na comparação com
porém, inferior à redução de US$ 103 milhões do quarto agosto, a queda foi de 41,3%.
trimestre de 2016. Os dados são da Serasa Experian e foram divulgados
Considerando a pendente fusão com a Bayer, que de- nesta quarta-feira (4).
De acordo com os economistas da instituição, a reto-
verá ser concluída apenas no início de 2018, a Monsanto
mada do crescimento econômico e a redução da taxa de
disse que não forneceria guidance para 2018. No entanto,
juros estão contribuindo para a diminuição dos pedidos de
um dos segmentos que continuará sendo chave é a tec-
recuperação judicial em 2017, após os níveis recordes atin-
nologia Intacta RR2 PROTM para a soja da América do Sul.
gidos no ano passado.
O acordo com a Bayer envolve o volume financeiro de
As micro e pequenas empresas foram as que mais
US$ 57 bilhões e deverá criar o maior fornecedor mundial
precisaram de intervenção da Justiça nos negócios, com
de agrotóxicos e sementes geneticamente modificadas.
59 pedidos em setembro. As médias vieram na sequência,
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
com 26. As grandes companhias fizeram 16 pedidos.
No acumulado de janeiro a setembro, foram 1.087
PREÇO DA CESTA BÁSICA DE MANAUS REDUZ solicitações de recuperação judicial, 26,5% menos que no
0,70% E FICA EM R$ 355,47 EM SETEMBRO mesmo período de 2016, quando haviam sido registradas
COM QUEDA DO VALOR DA CESTA, MANAUS PAS- 1.479 ocorrências.
SOU A OCUPAR A 14° COLOCAÇÃO NO RANKING DAS Nos primeiros nove meses do ano, as micro e peque-
CESTAS BÁSICAS MAIS CARAS DO PAÍS. nas empresas fizeram 632 pedidos, enquanto as médias
requisitaram 292 e as grandes, 163.
O custo da cesta básica de Manaus diminuiu em re- Falências
lação ao mês anterior ficando em R$ 355,47, de acordo Ainda de acordo com o levantamento da Serasa, os pe-
com pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical didos de falência caíram 4,3% em setembro na comparação
de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com anual (178 ante 186). Frente a agosto deste ano, porém, foi
a queda do valor da cesta, Manaus passou a ocupar a 14° registrado aumento de 7,9%.
colocação no ranking das cestas básicas, dentre as 21 ca- Novamente as micro e pequenas empresas lideraram
pitais onde, atualmente é realizada. Açúcar (-9,60%) foi o a lista, com 99 requerimentos de falência, seguidas pelas
produto que apresentou maior queda no mês seguido da grandes empresas, com 40, e pelas médias, com 39.
farinha (-6,74%). No acumulado do ano até setembro foram contabi-
O preço da cesta básica de Manaus, composta por 12 lizados 1.329 pedidos de falência, queda de 5,4% ante o
produtos, teve variação de -0,70% em relação ao mês de mesmo período de 2016, quando foram registrados 1.405.
agosto. No mês anterior o conjunto de itens alimentícios Nos primeiros nove meses deste ano, as micro e pe-
essenciais custava R$ 357,97. Em setembro de 2016 a ces- quenas empresas fizeram 705 pedidos, enquanto as gran-
ta básica custou R$ 401,44 e a variação acumulada nos des solicitaram 337 e as médias, 287.
últimos doze meses ficou em -11,45%. Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
Na capital amazonense, sete produtos apresentaram

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CONHECIMENTOS GERAIS

INTERNACIONAL CINCO RAZÕES PELAS QUAIS AS LEIS SOBRE ARMAS


NÃO MUDAM NOS ESTADOS UNIDOS
WASHINGTON QUER MIL SOLDADOS ADICIONAIS APESAR DE ONDA DE CLAMORES POR MAIOR CON-
DA OTAN NO AFEGANISTÃO TROLE DE ARMAS TODA VEZ QUE HÁ UM MASSACRE
MINISTROS DA DEFESA DOS 29 PAÍSES DO GRUPO COMETIDO POR UM ATIRADOR, EM ÂMBITO FEDERAL,
SE REUNIRÃO EM NOVEMBRO EM BRUXELAS PARA DE- PELO MENOS, QUASE NÃO HOUVE AVANÇO NESSA DI-
BATER DE FORMA MAIS PRECISA AS SUAS CONTRIBUI- REÇÃO EM DÉCADAS.
ÇÕES.
Se a história soa familiar é porque uma dinâmica pareci-
O governo dos Estados Unidos vai pedir a seus aliados da tem se repetido nos últimos anos toda vez que um novo
da Otan que contribuam com mil soldados adicionais para incidente envolvendo violência armada ganha as manchetes
ajudar na luta contra os talibãs no Afeganistão, afirmou a nos EUA.
nova embaixadora da Washington na Organização do Tra- Após o massacre em Las Vegas, em que 58 pessoas fo-
tado do Atlântico Norte. ram mortas e mais de 500 feridas por um único atirador,
Kay Bailey Hutchison indicou que os mil soldados das ativistas novos e antigos foram a público pedir leis que res-
forças aliadas se uniriam aos 3.000 militares adicionais trinjam a aquisição e o porte de armas.
americano que seguem para o Afeganistão, como parte da Em âmbito federal, pelo menos, os clamores por uma
nova estratégia do presidente Donald Trump para o país. nova legislação não levaram a quase nenhuma ação em dé-
A embaixadora disse que o pedido americano à Otan cadas, apesar de inúmeras pesquisas mostrando apoio pú-
- cuja missão contribui para a formação do exército afegão blico generalizado a medidas como reforço na checagem de
- ainda não é definitivo. antecedentes e proibição de armas de alto poder letal, como
“Nosso objetivo é dizer muito rapidamente, em duas fuzis de assalto.
semanas, o que precisamos exatamente”, afirmou. Com um índice tão alto de vítimas fatais desta vez, no
Os ministros da Defesa dos 29 países da Aliança Atlân- ataque em Las Vegas, talvez a pressão por mudança seja
tica se reunirão em novembro em Bruxelas para debater de maior. Mas aqui estão cinco grandes obstáculos que existem
forma mais precisa as suas contribuições. nesse caminho.
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 1. A Associação Nacional do Rifle
A Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês)
FORÇAS IRAQUIANAS RETOMAM DO ESTADO IS- é um dos grupos de interesse mais influentes da política
LÂMICO O CONTROLE DO CENTRO DE HAWIJA americana - não apenas por causa do dinheiro gasto com
CIDADE ERA ÚLTIMO REDUTO DO GRUPO EXTRE- lobby, mas também por causa do engajamento de seus cin-
MISTA NO NORTE DO IRAQUE. co milhões de membros.
A entidade se opõe à maioria das propostas para forta-
As forças iraquianas anunciaram nesta quinta-feira (5) lecer a regulamentação de armas de fogo e está por trás de
que retomaram o controle do centro Hawija, o último re- esforços em âmbitos federal e estadual para reverter várias
duto do grupo extremista Estado Islâmico (EI) no norte do restrições a propriedade de armas.
Iraque, e afirmaram que prosseguem em seu “avanço” para Em 2016, a NRA gastou US$ 4 milhões em lobby e con-
libertar a região. tribuições diretas a políticos, assim como mais de US$ 50
As unidades do exército e da polícia, assim como as milhões em campanhas políticas, incluindo cerca de US$ 30
forças paramilitares de Hashd Al-Shaabi, “libertaram o cen- milhões para eleger o presidente Donald Trump.
tro de Hawija em sua totalidade e continuam seu avanço”, O orçamento anual global da associação gira em torno
afirma em um comunicado o general Amir Yarallah, que de US$ 250 milhões, distribuídos entre programas educacio-
coordena as operações. nais, centros ligados ao uso de armas, eventos para associa-
A vitória na batalha por Hawija, iniciada em 21 de se- dos, patrocínios, assessoria legal e esforços afins.
tembro, acontece ao mesmo tempo em que as forças ira- Mas para além dos números, a NRA tem construído re-
quianas continuam seus combates em outra frente, no de- putação em Washington como uma força política capaz de
serto próximo da fronteira com a Síria. fazer ou derrubar até mesmo os políticos mais fortes.
Na área ao longo da fronteira síria, os extremistas con- A associação classifica os políticos de acordo com seus
trolam duas localidades: Rawa e Al-Qaim, do outro lado votos e aloca seus recursos e os de seus membros - tanto
da província de Deir Ezzor, na Síria. Em 19 de setembro, as financeiros quanto organizacionais - para apoiar seus defen-
forças iraquianas iniciaram uma ofensiva para reconquistar sores mais ferozes e derrotar adversários.
ambas. Como um ex-congressista republicano disse ao jornal “The
Hawija, a 230 km de Bagdá, é uma cidade sunita de New York Times” em 2013: “Esse foi o único grupo em que eu
mais de 70.000 habitantes que recebeu o apelido de “Kan- disse: ‘Enquanto estiver no cargo, não vou me opor à NRA’”.
dahar do Iraque” pela presença de combatentes extremis- Será que isso pode mudar?
tas e em referência ao reduto dos talibãs no Afeganistão. Os grupos pró-controle de armas, apoiados por ri-
A cidade é uma das últimas grandes localidades do Ira- cos benfeitores como o ex-prefeito de Nova York Michael
que sob controle do EI, depois que os extremistas foram Bloomberg, se tornaram mais organizados nos últimos anos,
expulsos nos últimos meses de grande parte dos territórios tentando igualar o poder político da NRA. Mas enquanto
que dominavam desde 2014. os defensores das armas continuarem a acumular vitórias
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 legislativas e eleitorais, eles serão dominantes.

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CONHECIMENTOS GERAIS

2. Demografia do Congresso Nenhuma medida de controle de armas chegou perto


As tentativas mais recentes de aprovar novas leis fede- de avançar desde então.
rais que regulassem as armas de fogo fracassaram antes Será que isso pode mudar?
mesmo de começar, bloqueadas na Câmara dos Deputados Donald Trump tem defendido o fim dessa obstrução,
dos EUA - que está nas mãos dos republicanos desde 2011. que vê como obstáculo para a promulgação de sua agenda
Em junho de 2016, um grupo de políticos democratas legislativa. A maioria dos senadores está, no entanto, publi-
organizou um ato na Casa para protestar contra a decisão camente contra a mudança das regras.
da liderança republicana de não colocar em votação dois 4. Os tribunais
projetos de lei sobre o tema. Com o Congresso mais interessado em reverter as re-
A Câmara tende aos direitos pró-armas pela mesma gulamentações existentes sobre armas de fogo do que em
razão que levou o Partido Republicano a dominá-la recen- implantar novas regras, os Estados com tendência mais à
temente - por causa da forma como os distritos são distri- esquerda nos Estados Unidos assumiram um papel maior
buídos por cada Estado (através de legislações estaduais), na implementação de medidas de controle de armas.
o partido tem conseguido mais “assentos seguros” e uma Após o tiroteio na escola em Newtown, 21 Estados
proporção de cadeiras bem maior do que a indicada pelos aprovaram novas leis de armas, incluindo a imposição de
votos absolutos recebidos. proibições de armas de combate em Connecticut, Mary-
Os representantes desses distritos costumam respon- land e Nova York.
der diretamente à vontade de seus eleitores fiéis - aqueles No entanto, algumas dessas leis enfrentaram outra
que votam em eleições primárias do partido - e que não barreira - o sistema judicial dos EUA. Nos últimos anos, a
querem ser contrariados, principalmente em questões con- Suprema Corte do país decidiu duas vezes que o direito de
troversas como o direito de portar armas. possuir armas pessoais, como pistolas ou revólveres, está
A demografia também desempenha um papel no sen- na Constituição.
timento pró-armas na Casa, já que existem mais distritos A Segunda Emenda diz que “sendo necessária à segu-
rurais com níveis mais altos de posse de armamentos que rança de um estado livre a existência de uma milícia bem
urbanos. Ou seja: alcançar uma maioria pró-controle nas organizada, o direito das pessoas a manter e portar armas
áreas urbanas é pouco para mudar essa realidade política não deve ser violado”.
na Câmara.
Os ativistas por controle de armas argumentam que o
A não ser que ocorra uma migração em massa de libe-
enfoque da cláusula estaria no princípio de criar uma mi-
rais urbanos sonhando com uma vida no campo, os dados
lícia “bem regulamentada”. Em 2008, no entanto, a corte
demográficos continuarão como estão.
- altamente dividida - considerou que a Segunda Emen-
No entanto, têm havido esforços para dar uma re-
da estabelece um amplo direito à titularidade de armas de
presentação mais justa na distribuição e apontamento de
fogo que proíbe exigências rigorosas de registro de armas
distritos. Barack Obama fez disso um de seus objetivos
pós-presidência, e a Suprema Corte atualmente está ana- pessoais.
lisando um questionamento legal aos distritos legislativos Desde então, instâncias inferiores tem desafiado proi-
de Wisconsin, que dão uma nítida vantagem aos republi- bições de armas de combate impostas por Estados, requi-
canos. Mas não será fácil conseguir alguma mudança ex- sitos de registro e proibições de porte de arma em público.
pressiva. Até agora, no entanto, a Suprema Corte declinou de ouvir
3. Tática de obstrução novos casos ligados ao assunto.
Se um projeto de lei de controle de armas conseguisse Será que isso pode mudar?
sair da Câmara dos Deputados, ainda enfrentaria um desa- O juiz Neil Gorsuch, nomeado por Trump, deixou claro
fio no Senado, onde também pesa a divisão rural-urbana. que vê os direitos da Segunda Emenda de forma ampla.
Os Estados dominados pelos eleitores das grandes cidades, O presidente está preenchendo tribunais inferiores com
como Nova York, Massachusetts ou Califórnia, são supera- juízes pró-direitos a armas. Pelo menos nessa questão, o
dos em número por Estados rurais e do sul com sentimen- Judiciário parece estar se movendo para a direita.
tos pró-armas. 5. A diferença de entusiasmo
As regras do Senado também permitem que sejam Talvez o segundo maior obstáculo para novas leis de
frustrados esforços no sentido de promulgar uma regula- controle de armas em âmbito nacional seja que os oponen-
mentação de armas de fogo mais rigorosa graças a uma tes tendem a manter e defender fortemente suas crenças,
tática de obstrução conhecida como filibuster - que, em enquanto o apoio à nova regulamentação tende a retroce-
linhas gerais, acaba fazendo com que um projeto que pre- der e fluir em torno de cada novo caso de violência.
cisava de maioria simples de 51 votos para ser aprovado A estratégia da NRA e dos políticos pró-armas é aguar-
acabe precisando de 60 votos. dar a tempestade passar - e reter esforços legislativos até
Em 2013, após o tiroteio em uma escola de Newtown, que a atenção se mova para outra direção e protestos de-
Connecticut, parecia que medidas para fortalecer as veri- sapareçam.
ficações de antecedentes de compra de armas contavam Os políticos pró-armas oferecem seus pensamentos
com um significativo apoio bipartidário no Senado. Após e orações, observam momentos de silêncio e pedem que
um esforço combinado de lobby da NRA, no entanto, o bandeiras sejam hasteadas a meio mastro. Então, durante a
projeto recebeu apenas 56 votos a favor, quatro menos que calmaria, os esforços legislativos são protelados e, em últi-
o necessário para quebrar a obstrução. ma instância, retirados do caminho.

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CONHECIMENTOS GERAIS

Na segunda-feira, a secretária de imprensa da Casa A reportagem esperou duas horas até que um alerta
Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse a jornalistas que “há no celular mostrasse uma resposta em formato de nota ofi-
tempo e lugar para um debate político, mas agora é hora cial, na qual Famiglietti confirmava que o atirador Stephen
de se unir como país”. Paddock, que se suicidou quando a polícia estava prestes a
Trump, em comentários ao sair da Casa Branca para arrombar seu quarto, havia comprado “várias armas de fogo”
viagem a Porto Rico, disse que “falaremos sobre leis de ar- ali no início do ano.
mas com o passar do tempo”. Ele fez apenas uma visita à New Frontier Armory.
Será que isso pode mudar? O texto também ressaltava que todos os requisitos lo-
De acordo com uma pesquisa realizada durante a cam- cais, estaduais e federais haviam sido preenchidos pelo ati-
panha presidencial de 2016, armas foram uma questão im- rador, e apontava que, desde o evento, a loja vinha colabo-
portante tanto para democratas quanto para republicanos. rando “de todas as maneiras possíveis” com as investigações
Isso pode ter sido um reflexo do tiroteio em massa recorde do FBI.
daquele ano em uma discoteca de Orlando - mas também As respostas técnicas satisfizeram boa parte da impren-
uma primeira indicação de uma nova tendência. sa americana, que vem repetindo as aspas de Famiglietti à
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 exaustão.
Mas os jornais acabaram deixando de lado trechos mais
HOMEM QUE VENDEU ARMAS PARA ATIRADOR pessoais do texto.
DOS EUA SOFRE AMEAÇAS E DIZ QUE NÃO QUERIA “Não vendemos estas armas com a intenção de que ele
‘MACHUCAR NINGUÉM’ pudesse machucar alguém de qualquer maneira, caso se
STEPHEN PADDOCK, AUTOR DO MAIOR MASSA- prove que ele usou essas armas específicas neste crime ter-
CRE DA HISTÓRIA AMERICANA, FEZ APENAS UMA VI- rível”, diz o proprietário.
SITA À LOJA NO INÍCIO DO ANO E COMPROU ‘VÁRIAS Ele prossegue: “Seria como se culpassem o hotel Man-
ARMAS’; PROPRIETÁRIO REITERA QUE TODAS AS VEN- dalay Bay por alugar um quarto (para ele), ou as autoridades
DAS FORAM LEGAIS. por nos darem permissão para fornecer a arma - isso obvia-
mente não foi feito com intenções maldosas.”
A loja de armas dirigida por David Famiglietti, que tem Famiglietti também diz, na nota enviada à reportagem,
30 e poucos anos e gosta de caçar animais de grande por- que ele e seus funcionários vêm sendo alvos de ameaças e
te, fica em uma pequena ilha comercial entre as montanhas difamação desde o massacre.
e a areia cinzenta do deserto de Nevada, a meia hora de “Desde que saiu a notícia de que nós somos uma das vá-
carro do centro de Las Vegas. rias lojas onde Paddock comprou armas de fogo nesta área,
Desde o último domingo, quando um de seus clientes eu e meus empregados estamos recebendo mensagens de
abriu fogo contra uma multidão de 20 mil pessoas e deixou ódio com ameaças, telefonemas e SMSs ameaçadores”, diz.
59 mortos e mais de 500 feridos, o movimento da loja, até “Mesmo sabendo que isso não é o importante neste
então formado por donos de pequenos sítios, militares da momento, pedimos que as pessoas deixem sua raiva onde
reserva e famílias inteiras de entusiastas de armas pesadas, ela está em vez de ameaçar e machucar outras pessoas.”
ganhou companhia indigesta: jornalistas, fotógrafos e cine- A loja vem recebendo ataques em comentários e ava-
grafistas de todo o mundo em busca de informações. liações no Google e em portais especializados. “Ótimo lugar
Na última terça-feira, a BBC Brasil estava entre os novos para se abastecer para um assassinato em massa”, diz um
visitantes da New Frontier Armory. recente.
Quando a reportagem se aproximou do balcão, um Por dentro da loja
jovem atendente de barba interrompeu uma explicação A tensão, entretanto, não parece ter abatido as vendas.
sobre as pistolas da vitrine e se adiantou, apontando para Nas duas horas em que a reportagem esteve presente, duas
uma equipe de chineses que carregavam câmaras com len- pistolas foram vendidas, além de vários acessórios e mate-
tes enormes. “Você é um deles?” riais de proteção.
Antes da resposta, o homem estendeu um papel gas- Atrás do balcão, pai e filho perguntavam sobre um fuzil
to com o email de Famiglietti, também vice-presidente da belga, vendido por US$ 2.549 (R$ 7,9 mil).
Coalizão de Armas de Fogo de Nevada, ligada a Associação “Que caro, pai!”, disse o menino. Ambos se interessaram
Nacional do Rifle - principal grupo lobista pró-armamento mais por uma Colt semiautomática (US$ 1059, equivalente
dos Estados Unidos e doador de US$ 30 milhões para a a R$ 3,3 mil).
campanha de Donald Trump à Presidência. Pelo menos 200 armas ficam em exposição no estabele-
Do lado de fora, um homem magro na casa dos 60 cimento, que abre de domingo a domingo.
anos, notando a frustração deste repórter, pede um isquei- As prateleiras não têm só armas, silenciadores e muni-
ro e diz que “o dono (da loja) está aí, sim, vem todos os ção.
dias. Mas não quer falar pessoalmente com jornalistas”. Também são vendidas camisetas como a que diz “Apo-
‘Não era a intenção’ calipse Zumbi - ajudando os vivos a continuarem vivos e os
Famiglietti proibiu pessoalmente todos os funcionários mortos a continuarem mortos”.
e funcionárias de responder a qualquer pergunta da im- Uma série de DVDs da marca “Táticas Vikings, feita de
prensa. guerreiros para guerreiros” ocupa uma prateleira inteira e
Deu ordem para que informassem a todos que apenas ensina desde fundamentos básicos para tiros de carabina
ele, o presidente da New Frontier Armory, seria a fonte para e rifle, até dicas para acompanhar animais de caça sem ser
perguntas sobre o ocorrido. percebido.

12
CONHECIMENTOS GERAIS

No caixa, um recipiente plástico com uma espécie de TRUMP VISITA SOBREVIVENTES DE MASSACRE DE
crânio guardava chocolates. A reportagem quis provar um LAS VEGAS
e não conteve o susto ao tirar o bombom: “Bang! Você está ATIRADOR MATOU 58 PESSOAS E DEIXOU MAIS DE
morto”, “disse” a caveira. 500 FERIDAS DURANTE FESTIVAL DE MÚSICA COUNTRY
Nas paredes, alvos de tiro em formato humano se en- NO DOMINGO (2).’EUA SÃO VERDADEIRAMENTE UM
fileiram por 99 centavos de dólar. Um deles, chamado “ho- PAÍS EM LUTO’, DISSE PRESIDENTE, QUE ELOGIOU MÉ-
mem mau”, retrata um homem com cara de poucos amigos DICOS E POLICIAIS E TEVE ENCONTRO PRIVADO DE 90
apontando uma pistola. MINUTOS COM VÍTIMAS.
‘Armas alteradas’
Após receber a nota oficial, a reportagem retornou o O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, esteve
email de Famiglietti de dentro da loja, perguntando se po- nesta quarta-feira (4) em Las Vegas para se encontrar com
deria tirar mais algumas dúvidas. sobreviventes do maior ataque a tiros da história dos Estados
“Responderei com prazer”, respondeu o proprietário Unidos. Um atirador matou 58 pessoas e deixou mais de 500
em poucos minutos. feridas durante um festival de música country no domingo
As novas perguntas se referiam a um eventual “estig- (2).
ma”, destacado por veículos de imprensa americanos, que Acompanhado da primeira-dama, Melania, o presiden-
defensores do armamento estariam enfrentando após o te visitou um hospital para conversar com vítimas e médicos
maior assassinato em massa da história do país. que trabalharam no atendimento às vítimas. O casal passou
Após o episódio, políticos do partido Democrata vêm 90 minutos em um encontro privado com as vítimas e suas
pressionando o governo por leis federais mais exigentes famílias, sem cobertura da imprensa.
no controle de vendas de armas e acessórios - algo que o Ainda no hospital presidente cumprimentou médicos e
presidente Trump voltou a se recusar a comentar em visita responsáveis pelo primeiro atendimento no dia do ataque
rápida a Las Vegas na terça-feira. e agradeceu ao trabalho deles. Trump disse que conheceu
“algumas das pessoas mais incríveis” e convidou alguns dos
A BBC Brasil também perguntou qual era o perfil dos
profissionais a visitá-lo em Washington. “É de deixar qualquer
clientes da loja e se há planos de mudanças ou reforços
um muito orgulhoso por ser americano quando vemos o tra-
nas verificações feitas sobre quem pretende comprar ar-
balho que eles fizeram”, comentou.
mamento.
Trump se reuniu ainda com policiais, membros de equi-
As respostas, até a publicação desta reportagem, não
pes de emergência e cidadãos civis que ajudaram a socorrer
haviam chegado. vítimas no domingo, a quem também elogiou. “Vocês mos-
Na única nota enviada, o dono da loja também afirmou traram ao mundo e o mundo está assistindo, e vocês mostra-
que as armas vendidas ao atirador “não saíram do estabe- ram o que é profissionalismo”.
lecimento com a capacidade de fazer o que vimos e ouvi- Na sede da Polícia Metropolitana de Las Vegas, ele fez
mos, sem modificações”. uma declaração à imprensa, na qual disse que “os EUA são
“Não eram armas completamente automáticas e não verdadeiramente um país em luto”.
haviam (sido) modificadas de nenhuma forma (legal ou ile- “Não podemos ser definidor pelo mal que nos ameaça
gal) quando compradas de nós.” ou pela violência que incita esse terror. Somos definidos por
Desde que o Congresso americano aprovou a Lei de nosso amor, nosso cuidado e nossa coragem”, afirmou.
Proteção dos Proprietários de Armas de Fogo, em 1986, o O chefe de Estado americano classificou o massacre
acesso de civis a armas novas e totalmente automáticas se como “ato de pura maldade” no primeiro pronunciamento
tornou extremamente restrito. que fez após um atirador atingir a multidão. Nesse primeiro
Milhares de armas consideradas “de direito adquirido” discurso, Trump não fez nenhuma referência a um aumento
- fabricadas e registradas antes de 1986 - ainda podem ser no controle na venda de armas. Desde a campanha eleitoral
compradas, mas por preços bastante altos e com necessi- de 2016, ele está alinhado com a postura da Associação Na-
dade de aprovação pelo Escritório de Álcool, Tabaco, Armas cional de Rifles (NRA).
de Fogo e Explosivos do governo americano, em Washin- Nesta quarta, questionado por jornalistas, Trump voltou a
gton. evitar a discussão sobre controle de armas e disse mais uma vez
A polícia americana diz que o atirador usou um aces- que este não é o momento apropriado para discutir a questão.
sório legal em 12 de seus rifles semiautomáticos para que Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
eles pudessem disparar centenas de rodadas por minuto.
Os dispositivos foram encontrados no quarto de Pad- GÁS SARIN É ENCONTRADO NAS ROUPAS DAS ACU-
dock no hotel Mandalay Bay - junto a um total de 23 armas SADAS PELA MORTE DO IRMÃO DE KIM JONG-UN
de fogo. KIM JONG-NAM MORREU 20 MINUTOS DEPOIS DE
Os “bump-stocks”, ou adaptadores deslizantes de SER ATINGIDO NO ROSTO PELO AGENTE NEUROTÓXICO
fogo”, permitem que os rifles semiautomáticos disparem VX, UM TIPO ALTAMENTE LETAL DO GÁS SARIN.
a uma velocidade semelhante à de uma metralhadora - e
podem ser comprados sem as checagens exigidas para a Vestígios de um tipo altamente letal do gás sarin, o
compra de armas automáticas. agente neurotóxico VX, foram encontrados nas roupas das
De acordo com o site de vendas online da loja, o pro- duas acusadas pelo assassinato na Malásia do meio-irmão
duto não é comercializado pela New Frontier Armory. do líder norte-coreano, afirmou um químico durante o jul-
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 gamento.

13
CONHECIMENTOS GERAIS

Esta é a 1ª prova que vincula diretamente as duas mu- Desde 2007, Battisti ficou detido por quatro anos antes
lheres ao agente neurotóxico VX, considerado uma arma de ser posto em liberdade em junho de 2011.
de destruição em massa. O último pedido de extradição por parte da Itália foi
No dia 13 de fevereiro, Kim Jong-Nam, meio-irmão em 25 de setembro e, segundo a imprensa italiana, o pre-
do líder norte-coreano Kim Jong-Un, morreu 20 minutos sidente Michel Temer teria-se mostrado favorável, o que
depois de ser atingido no rosto por este produto quando pode ter motivado a “tentativa de fuga” de Battisti para a
estava no aeroporto internacional de Kuala Lumpur. Bolívia.
A indonésia Siti Aisyah e a vietnamita Thi Huong, acu- Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
sadas pelo crime, estão sendo julgadas desde segunda-fei-
ra na Alta Corte de Shah Alam, subúrbio de Kuala Lumpur, PRESIDENTE DA CATALUNHA PEDE MEDIAÇÃO
onde fica o aeroporto. PARA RESOLVER CRISE COM GOVERNO ESPANHOL
“Encontramos VX na camisa sem mangas de Siti Ais- CARLES PUIGDEMONT CONTINUA DEFENDENDO
yah”, declarou o químico Raja Subramaniam durante seu APLICAÇÃO DE REFERENDO INDEPENDENTISTA. GO-
depoimento nesta quinta-feira como testemunha. VERNO CATALÃO DEVE DECLARAR INDEPENDÊNCIA
A camisa usada por Huong tinha VX em estado puro e NA PRÓXIMA SEGUNDA, DIZ FONTE.
uma substância usada para fabricar veneno. Também havia
vestígios de veneno em suas unhas, completou. O presidente do governo da Catalunha, Carles Puigde-
As imagens das câmeras de segurança do aeroporto mont, afirmou nesta quarta-feira (4) que a crise envolven-
mostram o momento em que as duas mulheres se aproxi- do esta região autônoma e o governo espanhol precisa de
maram de Kim antes de jogar o líquido em seu rosto. uma mediação, sem voltar atrás na sua defesa pela aplica-
As duas foram detidas pouco depois do assassinato e ção do resultado do referendo independentista do último
podem ser condenadas à pena de morte. domingo.
Na abertura do julgamento, na segunda-feira, as duas “Este momento precisa de mediação. Recebemos inú-
se declararam inocentes. Ao longo da investigação, elas ne- meras propostas nas últimas horas e vamos receber mais.
garam que desejavam cometer um assassinato e afirmaram Todas elas sabem que estou pronto para iniciar um proces-
que foram enganadas, que acreditavam estar participando so de mediação”, afirmou. “Vou repetir quantas vezes for
de um programa de televisão do tipo “pegadinha”. necessário: diálogo e acordo são parte da cultura política
Os advogados de defesa afirmam que os culpados são do nosso povo. No entanto, o Estado não deu nenhuma
norte-coreanos que fugiram da Malásia. resposta positiva a essas ofertas”, acrescentou.
A Coreia do Sul acusa o Norte de ter organizado o as- Os dirigentes catalães garantem que venceram o refe-
sassinato, o que Pyongyang nega. Kim Jong-Nam criticava rendo com 90% dos votos – 2,02 milhões de apoios sobre
o regime norte-coreano e vivia no exílio. um censo de 5,3 milhões de eleitores – e agora querem
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 declarar a independência de maneira unilateral. O governo
catalão liderado por Carles Puigdemont parece disposto a
APÓS PRISÃO NO BRASIL, ITÁLIA NEGOCIA EXTRA- declarar unilateralmente a independência, o que poderia
DIÇÃO DE BATTISTI acontecer já na próxima segunda-feira (9), durante uma
CESARE BATTISTI FOI PRESO NESTA QUARTA EM sessão do Parlamento regional, de acordo com uma fonte
CORUMBÁ. ELE FOI CONDENADO À PRISÃO PERPÉTUA do governo.
NA ITÁLIA. “No último domingo conseguimos fazer um referendo
diante de um oceano de dificuldades e de uma repressão
O governo italiano confirmou, sua vontade de obter sem precedentes. Ontem demos um exemplo no respeito
do Brasil a extradição do ex-militante de extrema-esquerda à greve-geral. E nos próximos dias voltaremos a mostrar a
Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália e de- melhor cara do nosso país quando as instituições da Cata-
tido ontem na fronteira brasileira com a Bolívia. lunha terão que aplicar o resultado do referendo”, disse o
Battisti foi preso nesta quarta em Corumbá, cidade presidente catalão.
fronteiriça com a Bolívia, levando mais de R$ 10 mil em Centenas de policiais intervieram em centros de vo-
dinheiro sem declarar à Polícia Federal. É suspeito de co- tação, utilizando cassetetes para dispersar os militantes
meter crime de evasão de divisas. concentrados na frente desses espaços para protegê-los e
“Hoje trabalhamos com o embaixador (italiano no Bra- conseguir realizar a votação. Mais de 800 pessoas ficaram
sil, Antonio) Bernardini para trazer Battisti para a Itália e en- feridas. O governo espanhol considera o referendo ilegal,
tregá-lo à Justiça. Continuamos trabalhando com as autori- alegando que a Constituição declara que o país é indivisí-
dades brasileiras”, declarou o ministro italiano das Relações vel.
Exteriores, Angelino Alfano. Durante seu pronunciamento, Puigdemont criticou o
Ex-integrante do grupo Proletários Armados pelo Co- rei Filipe VI, que em seu discuso “ignorou as pessoas que
munismo, Battisti, hoje com 62 anos, foi condenado à pri- foram vítimas de violência policial”.
são perpétua na Itália por quatro homicídios ocorridos na “O rei faz dele o discurso e as políticas do governo de
década de 1970 e fugiu para o Brasil em 2004, onde viveu Mariano Rajoy, que têm sido catastróficos em relação à Ca-
na clandestinidade. Foi detido no Rio de Janeiro em 2007. talunha, e ignora deliberadamente a milhões de catalães
Dois anos depois, a pedido do país europeu, o Supre- que não pensamos como eles”, afirmou o presidente cata-
ma Tribunal Federal autorizou sua extradição, que foi nega- lão, dizendo que “não podemos compartilhar nem aceitar”
da em 2010 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. a mensagem do rei.

14
CONHECIMENTOS GERAIS

Nesta terça, o rei criticou a conduta dos líderes cata- Timmermans evitou responder, durante o discurso, os
lães, dizendo que eles violaram as leis do Estado espanhol pedidos das autoridades catalãs por uma “mediação inter-
e demonstraram uma “deslealdade inadmissível”. nacional”, reiterando a demanda da UE “a todos os atores
A Espanha vive uma de suas piores crises políticas dos pertinentes a avançar para passar do confronto ao diálogo”.
últimos 40 anos, desde que o executivo separatista cata- “Isto é um assunto interno da Espanha, que deve ser re-
lão decidiu organizar este referendo de autodeterminação solvido com base no âmbito constitucional espanhol”, rei-
apesar de sua proibição. terou o vice-presidente da Comissão, que reproduz, assim,
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 os principais argumentos do governo espanhol do primei-
ro-ministro conservador Mariano Rajoy.
UNIÃO EUROPEIA PEDE DIÁLOGO NA CATALUNHA, Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
MAS DEFENDE MADRI
‘CHEGOU O MOMENTO DE ENCONTRAR UMA SAÍ- VIOLÊNCIA
DA PARA O BECO SEM SAÍDA’, DIZ AUTORIDADE EU-
ROPEIA. DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DA CA- JUSTIÇA NEGA LIBERDADE E MANTÉM PRISÃO DE
TALUNHA PODE SER FEITA NA PRÓXIMA SEGUNDA, MOTORISTA QUE MATOU 3 NA MARGINAL TIETÊ
SEGUNDO FONTE. TJ NEGOU NESTA SEMANA HABEAS CORPUS FEITO
PELA DEFESA DE TALITA TAMASHIRO, QUE EM 30 DE
A Eurocâmara pediu “diálogo”, nesta quarta-feira (4), SETEMBRO ATROPELOU E MATOU VÍTIMAS QUANDO
diante da crise aberta na Espanha com o referendo de in- DIRIGIA EMBRIAGADA, AO CELULAR E COM CNH SUS-
dependência na Catalunha, ao mesmo tempo em que a PENSA.
Comissão Europeia justificou o uso da força em alguns mo-
mentos para garantir “a supremacia do Direito”. A Justiça de São Paulo negou nesta semana o pedido
Os eurodeputados dos principais grupos também pe- de liberdade feito pela defesa da motorista que atropelou e
diram às autoridades da Catalunha que evitem uma decla- matou três pessoas na Marginal Tietê. Talita Sayuri Tamashi-
ração unilateral de independência, cuja adoção, segundo o ro, de 28 anos, foi presa em flagrante no último dia 30 de
porta-voz dos social-democratas Gianni Pittella “colocaria setembro por homicídio doloso - quando há intenção ou
mais lenha na fogueira”. se assume o risco de matar - e embriaguez ao volante.
No entanto, o governo catalão liderado por Carles Na madrugada daquele sábado, Talita saiu embriaga-
Puigdemont parece disposto a declarar unilateralmente a da da balada Villa Mix, na Vila Olímpia, Zona Sul da capi-
independência, o que poderia acontecer já na próxima se- tal, pegou seu Honda Fit verde, mesmo com a carteira de
gunda-feira (9), durante uma sessão do Parlamento regio- habilitação suspensa, e dirigiu o veículo enquanto usava o
nal, de acordo com uma fonte do governo. celular.
“Chegou o momento de dialogar, de encontrar uma Na sequência, ela bateu o veículo em uma BMW pre-
saída para o beco sem saída, de trabalhar dentro da ordem ta, estacionada no acostamento da via expressa, altura da
constitucional da Espanha”, declarou em nome da Comis- Ponte dos Remédios da marginal, sentido Rodovia Ayrton
são seu vice-presidente, Frans Timmermans, durante um Senna. Na colisão, atropelou o fisioterapeuta Raul Fernan-
debate convocado pela Eurocâmara sobre a situação na do Nantes Antonio, de 48, a auxiliar administrativa Aline
Catalunha, após a resposta policial de Madri para impedir a Jesus Souza, 28, e a gerente de estacionamento Vanessa
celebração do referendo do último domingo (1º). Lopes Relva, também de 28. O trio morreu no local.
As imagens da atuação policial no domingo na Catalu- O G1 não conseguiu localizar o advogado Eduardo Sia-
nha, com apreensão de urnas e agressões contra pessoas no, que defende Talita, para comentar a decisão liminar do
que desejavam votar no referendo de independência con- desembargador Newton Neves, da 16ª Câmara de Direito
siderado ilegal, obrigaram a UE a fazer um pronunciamento Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, que na
além de sua habitual resposta de considerar a situação um última terça-feira (3) negou o habeas corpus em caráter
“assunto interno” da Espanha. liminar feito pela defesa da motorista.
Timmermans, autoridade europeia sobre o Estado de Siano havia pedido para o TJ reverter a tipificação cri-
Direito e a Carta de Direitos Fundamentais, afirmou que “a minal de homicídio doloso para homicídio culposo, no
violência não resolve nada na política”, mas destacou que qual não há intenção de matar, e, desse modo, soltasse sua
“todos os governos têm que respeitar a supremacia do Di- cliente para que ela respondesse ao processo em liberdade.
reito e isto exige, às vezes, um uso proporcional da força”. Assumiu risco
‘Consenso’ O desembargador não atendeu à solicitação da defesa,
“Há um consenso geral de que o governo regional da lembrando que, segundo a polícia, Talita “após ter ingerido
Catalunha optou por ignorar a lei ao organizar o referendo bebida alcoólica e mesmo assim ter dirigido veículo auto-
celebrado no domingo passado”, o qual havia sido proibido motor por uma via tão perigosa, ter assumido o risco de
pela Justiça espanhola, completou o vice-presidente da Co- causar um acidente com vítima fatal”. O mérito do pedido
missão, para quem a União Europeia é uma “comunidade ainda será julgado futuramente por outros desembargado-
baseada no Direito”. res do TJ.

15
CONHECIMENTOS GERAIS

Foi a terceira derrota da defesa de Talita na Justiça. A JUSTIÇA DECRETA PRISÃO DE PROFESSOR SUSPEI-
primeira havia sido na audiência de custódia do último do- TO DE ABUSAR DE ALUNAS NO MARANHÃO
mingo (1º), quando a juíza Carolina Nabarro Munhoz Rossi, O PROFESSOR COSTUMAVA ACARICIAR AS ALUNAS,
do Fórum da Barra Funda, Zona Oeste, converteu a prisão ALÉM DE PEDIR QUE ELAS LHE FIZESSEM MASSAGENS,
em flagrante da motorista em prisão preventiva para que SOB PENA DE SEREM SUSPENSAS DA SALA DE AULA
ela fique detida até seu eventual julgamento. CASO RECUSASSEM.
Dias depois disso, o juiz Luis Gustavo Esteves Ferreira,
da 5ª Vara do Júri, também no Fórum da Barra Funda, ne- Justiça decretou, na última segunda-feira (2), a prisão
gou o pedido do advogado de Talita para anular a prisão temporária de um professor de Bom Jardim (MA) após de-
preventiva determinada pela juíza da audiência de custó- núncias de que ele estaria abusando sexualmente de alunas
dia. de uma escola municipal.
“Os delitos, em tese, imputados à indiciada, além de A Denúncia, assinada pelo promotor de justiça Fábio San-
tos de Oliveira, enquadra as condutas praticadas por Jânio de
ostentarem gravidade acentuada, geram inequívoca in-
Abreu como estupro de vulnerável, assédio sexual, ato obsce-
tranquilidade social, já que, a despeito das inúmeras cam-
no. Além disso, o professor transmitiu vídeos e fotos contendo
panhas públicas educativas, infelizmente, tem-se tornado cenas de sexo com crianças e adolescentes, e armazenou em
fato corriqueiro mortes no trânsito por conta da nefasta seu celular pornografia envolvendo criança ou adolescente.
combinação entre álcool, condução de veículo automotor, No pedido de prisão preventiva, o promotor afirma que
excesso de velocidade e impunidade, motivos que, por si o denunciado representa perigo para a sociedade, podendo
sós, já reclamam diferenciado rigor na imposição das me- continuar com as práticas. “Trata-se verdadeiramente de um
didas cautelares, de modo a assegurar o primado da lei e a pedófilo, que certamente continuará a estuprar, praticar ato li-
garantia da ordem pública”, havia escrito. bidinoso, assediar, constranger outras crianças e adolescentes,
O teste de bafômetro feito logo depois do acidente ainda que não sejam elas suas alunas em sala de aula”, ressalta.
apontou que a motorista tinha 0,48 miligrama de álcool O professor costumava acariciar as alunas, além de pedir
por litro de ar em seu organismo. Segundo o artigo 306 que elas lhe fizessem massagens, sob pena de serem sus-
do Código Brasileiro de Trânsito, dirigir sob influência de pensas da sala de aula caso recusassem. Além disso, ele fazia
álcool acima de 0,34 miligrama dá de seis meses a 3 anos gestos obscenos e mostrava vídeos pornográficos aos alu-
de prisão, além da suspensão da habilitação. nos no espaço de aprendizagem.
Talita já estava com a carteira suspensa desde junho Além da prisão preventiva, o juiz Raphael Leite Guedes
deste ano por ter atingido 36 pontos (o limite é 20). Ela está também atendeu ao pedido do Ministério Público para que
presa atualmente na Penitenciária Feminina de Tremembé, o telefone celular de Jânio Silva de Abreu seja periciado em
interior do estado. busca de fotografias, vídeos e conversas que comprovem os
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 crimes praticados pelo professor. O magistrado determinou
que o aparelho seja encaminhado à Polícia Civil, que deverá
SUSPEITO DE ABUSAR SEXUALMENTE DE ENTEADA apresentar um laudo pericial no prazo de 20 dias.
É PRESO EM ITUIUTABA Penas
SEGUNDO A POLÍCIA CIVIL, INVESTIGAÇÕES APU- O crime de estupro de vulnerável tem pena prevista de
RAM SE ATOS DE VIOLÊNCIA SERIAM COMETIDOS reclusão de oito a 15 anos. Para o assédio sexual, o Código
CONTRA MENINA DESDE QUE ELA TINHA 6 ANOS DE Penal prevê pena de detenção de um a dois anos. Por ato
obsceno, o professor estaria sujeito a detenção de três me-
IDADE.
ses a um ano ou multa.
O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê, em seu
Um homem de 44 anos foi preso nesta quarta-feira (4)
artigo 241-A, pena de reclusão pelo período de três a seis
sob suspeita de abusar sexualmente da enteada de 11 anos anos, além de multa. Já no art. 241-B, a pena prevista é de
em Ituiutaba. De acordo com a Polícia Civil, um inquérito reclusão de um a quatro anos, mais multa.
sobre o caso foi aberto no dia 29 de setembro, depois que Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
a criança relatou para um funcionário da escola onde es-
tuda que sofria violência sexual desde os 6 anos de idade. SEGURANÇA DE CRECHE EM JANAÚBA ATEIA FOGO
Ainda segundo a polícia, o relato da criança foi passa- EM CRIANÇAS DEIXANDO MORTOS E FERIDOS
do para o Conselho Tutelar, que encaminhou a denúncia ELE TAMBÉM ATEOU FOGO NELE
para a Delegacia de Atendimento à Mulher, à Criança e ao
Idoso. No Posto Médico Legal, o exame de corpo de delito Pelo menos três crianças morreram queimadas em uma
confirmou que a menina teve relações sexuais. creche em Janaúba, no Norte de Minas, na manhã desta
A delegada Daniela Diniz Medeiros, que está à frente quinta-feira (5). Segundo as primeiras informações da Polícia
do caso, disse que testemunhas já começaram a ser ouvi- Militar, o guarda da creche ateou fogo em algumas crianças
das e as investigações apontam que a criança era abusa- e em seu próprio corpo. Ainda não há informações sobre o
da pelo padrasto há cerca de cinco anos. Conforme relato seu estado de saúde.
da enteada, o homem aproveitava os momentos em que a O Samu foi acionado e está no local. O número de fe-
mãe da criança saía para trabalhar para cometer o abuso. ridos ainda não foi divulgado, mas segundo o Samu, várias
O suspeito do crime foi encaminhado para o presídio. crianças sofreram queimaduras.
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017

16
CONHECIMENTOS GERAIS

MORADORES FIXAM PLACA EM RUA PARA AVISAR Em tais pacotes, o boto-cor-de-rosa era o animal mais
SOBRE ALTO ÍNDICE DE ASSALTOS EM CARUARU oferecido pelos agentes para este tipo de contato, seguido
RUA ESTÁ LOCALIZADA NO BAIRRO PETRÓPOLIS, da preguiça-de-três-dedos, crocodilos, anacondas verdes
EM CARUARU. PADRE JÁ FOI ASSALTADO NO LOCAL. e macacos.
Roberto Cabral, coordenador das operações de fisca-
Moradores da rua Visconde de Cairú fixaram placas lização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama),
para avisar sobre o alto índice de assaltos no local. A rua disse em uma entrevista à AFP que manter animais em cati-
está localizada no Bairro Petrópolis, em Caruaru, Agreste veiro para estes fins é ilegal no Brasil, mas que infelizmente
de Pernambuco, e fica próxima a uma faculdade, colégio isto “acontece”.
particular, e uma escola pública do município. Porém, “no contexto geral de tráfico de animais e de
Perto da rua ainda há um hotel e um posto de combus- caça que existe no Brasil, embora (a exploração turística de
tíveis. A dona de casa Sônia Cavalcante foi uma das mo- animais) seja impactante, é algo mínimo”, apontou.
radoras que teve a iniciativa de colocar as placas no local. “A ironia é que o turista que normalmente tira fotos
“A insegurança está grande. Teve um dia que perto das com o animal é aquele turista que adora os animais e, na
12h levaram o carro de um vizinho. Eu já fui abordada por realidade, está contribuindo para o seu mal-estar, captura e
assaltantes na frente da minha casa. Eles estavam armados matança”, acrescentou Cabral.
e eu saí correndo. Na minha casa tem câmeras de segu- Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
rança e eu sempre denuncio esse tipo de crime”, detalhou.
Segundo Sônia, até o padre da paróquia do bairro foi COMO ANIMAIS DA COSTA DO JAPÃO FORAM PA-
vítima de assalto. “Nós queremos alertar para essa falta de RAR NOS EUA - GRAÇAS A UM TSUNAMI
segurança. Depois das denúncias, vejo que o carro da polí- ONDAS GIGANTES ARRASTARAM CENTENAS DE
cia tem passado mais vezes na rua”, contou a dona de casa. OBJETOS PARA O MAR -- DE PEQUENOS PEDAÇOS DE
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 PLÁSTICO A BARCOS DE PESCA --, QUE SERVIRAM DE
TRANSPORTE PARA CENTENAS DE ESPÉCIES DE CRIA-
MEIO AMBIENTE TURAS MARINHAS.

ONG DIZ QUE ANIMAIS DA AMAZÔNIA SOFREM Cientistas identificaram centenas de espécies marinhas
COM SELFIES DE TURISTAS japonesas na costa dos Estados Unidos. Elas cruzaram o
BOTO-COR-DE-ROSA É PRINCIPAL ANIMAL OFERE- Oceano Pacífico após o tsunami causado pelo terremoto
de 2011.
CIDO POR AGÊNCIAS PARA INTERAÇÃO COM OS VISI-
Mexilhões, estrelas do mar e centenas de outras famí-
TANTES.
lias de criaturas marinhas foram transportadas pelas águas,
muitas vezes pegando carona em resíduos plásticos.
Os animais da Amazônia sofrem com a atividade turísti-
Os pesquisadores ficaram surpresos com o fato de que
ca na região, que em muitos casos submete espécies como
muitos sobreviveram à longa jornada, com novas espécies
o boto-cor-de-rosa e o bicho-preguiça a longas sessões de desembocando nas praias ainda em 2017.
fotos, alertam ativistas da ONG World Animal Protection. Em março de 2011, um forte terremoto abalou o nor-
A organização, com sede na Inglaterra, publicou esta deste do Japão, desencadeando um enorme tsunami que
semana um relatório em que afirma que desde 2014 as atingiu quase 39 metros de altura, varrendo a costa do país.
fotos de pessoas com animais no Instagram aumentaram Mais de 15 mil pessoas morreram.
292% no mundo todo. E em 40% delas, os humanos apare- As ondas gigantes arrastaram centenas de objetos para
cem “abraçando ou interagindo de forma inadequada com o mar - de pequenos pedaços de plástico a barcos de pes-
um animal selvagem”. ca.
Com frequência, os animais são capturados e maltrata- Um ano depois, os cientistas começaram a encontrar
dos antes de serem exibidos aos turistas, aponta a World destroços do tsunami, com criaturas vivas agarradas a eles,
Animal Protection, que se infiltrou em excursões na selva desembocando no Havaí e na costa oeste dos EUA, do
amazônica do Brasil e do Peru para registrar estas intera- Alasca à Califórnia.
ções. “Centenas de milhares de criaturas foram transporta-
“Atrás das câmeras, estes animais costumam ser es- das e chegaram à América do Norte e às ilhas do Havaí - a
pancados, separados de suas mães quando bebês e guar- maioria dessas espécies nunca esteve no nosso radar como
dados secretamente em lugares sujos e apertados; ou são seres transportados pelo oceano em detritos marinhos”,
cevados reiteradamente com alimentos que podem ter um afirmou à BBC James Carlton, do Williams College e Mystic
impacto negativo a longo prazo em seu organismo e com- Seaport, principal autor do estudo.
portamento”, afirma o grupo. “Muitos dos destroços ainda estão por aí e pode ser
“Com muita frequência os turistas desconhecem com- que algumas dessas espécies japonesas ainda cheguem.
pletamente esta crueldade que torna os animais submissos Não ficaria surpreso se um pequeno barco de pesca japo-
e disponíveis”, acrescenta. nês perdido em 2011 aparecesse 10 anos após o evento”.
Em Manaus, capital do estado do Amazonas, 94% dos A pesquisa, publicada na revista Science, descobriu 289
18 passeios turísticos visitados pela World Animal Protec- espécies diferentes até o momento. Os mexilhões são os
tion ofereciam a oportunidade de “segurar e tocar animais mais comuns, mas há também caranguejos, mariscos, anê-
selvagens” para tirar fotografias. monas e estrelas do mar.

17
CONHECIMENTOS GERAIS

Os cientistas ainda estavam identificando novas espé- Escondidos nas árvores


cies quando o estudo chegou ao fim, em 2017, seis anos A cadeia de ilhas onde a nova espécie se encontra é
após o tsunami. biologicamente isolada.
De acordo com os pesquisadores, muitas outras es- A maioria dos mamíferos que vivem lá não é encontra-
pécies provavelmente fizeram a jornada e até agora não da em nenhum outro lugar do planeta.
foram descobertas. Atualmente, nenhuma colônia de inva- “Quando conheci o povo da ilha Vangunu, eles me
sores foi estabelecida, mas a equipe acredita que isso pode contaram sobre uma ratazana nativa que eles chamavam
acontecer. de vika, que vivia nas árvores”, diz Tyrone Lavery, biólogo
“Quando vimos espécies do Japão chegarem ao Ore- australiano que fez a descoberta.
gon, ficamos chocados. Nunca pensamos que pudessem Pesquisador do Field Museum, em Chicago, e pesqui-
viver tanto tempo, em condições tão difíceis”, disse John sador associado da Universidade de Queensland, na Aus-
Chapman, da Universidade de Oregon, coautor do estudo. trália, ele procurava pelo bicho desde 2010. Mas nunca ha-
“Não me surpreenderia se houvesse espécies do Japão via conseguido encontrá-lo.
que estão por aí vivendo ao longo da costa do Oregon. Na “Comecei a me questionar se era realmente uma es-
verdade, me surpreenderia se não houvesse”. peécie diferente, ou se as pessoas estavam apenas cha-
O elemento chave que tornou isso possível, de acordo mando os ratos normais de ‘vika’”, conta ele.
com os pesquisadores, é a presença na água de plástico, Em novembro de 2015, no entanto, um guarda am-
fibra de vidro e outros produtos que não se decompõem. biental viu um rato enorme rolando de uma árvore de 10
“A madeira levada pelo tsunami durou pouco tempo metros derrubada por lenhadores.
em comparação com a natureza duradoura do plástico”, A queda matou o animal, mas o guarda enviou o corpo
disse Carlton. para o Museu de Queensland, na Australia, onde Lavery era
“Por muito tempo, se uma planta ou um animal fosse um pesquisador associado.
transportado por uma jangada pelos oceanos, seu barco “Assim que examinei o espécime, sabia que havia algo
literalmente se dissolveria por baixo deles. O que fizemos de diferente”, diz ele.
agora é fornecer a essas espécies jangadas bastante dura- “Só existem oito espécies de ratos nativos das Ilhas
douras, mudamos a natureza de seus barcos”. Salomão, e olhando as características do crânio, consegui
Movendo-se muito mais devagar do que as embar- excluir boa parte das espécies imediatamente.”
Depois de um teste de DNA, Lavery confirmou que era
cações, as balsas de plástico ou de fibra de vidro deram
uma nova espécie, que ele nomeou de Uromys vika.
tempo às espécies para se adaptar gradualmente ao seu
O rato recém descoberto tem um longo e escamoso
novo ambiente, tornando mais fácil a reprodução e para
rabo, que os pesquisadores acreditam que o ajuda a se
suas larvas se prenderem aos detritos.
agarrar quando passa de uma árvore para outra.
Os pesquisadores estão preocupados com o fato de
Os ancestrais do bicho provavelmente viajaram até as
que, com tanto plástico nos oceanos, e com a mudança
ilhas em pedaços de vegetação flutuante. Uma vez ali, eles
climática tornando os ciclones e as tempestades mais in- evoluiram para ter dentes grandes e afiados que usam, de
tensas, a ameaça de invasão de espécies marinhas nunca acordo com a população local, para mordiscar castanhas e
foi tão grande. A pesquisa sobre o tsunami apenas mostra cocoquinhos.
o impacto que esse transporte pode ter. A espécie provavelmente será classificada de imediato
“Não há nada comparável em escala do que já vimos como em perigo crítico de extinção devido à ameaça que
antes na história da ciência do mar”, afirmou Carlton. sofrem da indústria madeireira. Cerca de 90% das árvores
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 das ilhas já foram derrubadas.
“A região onde a espécie foi encontrada é um dos úni-
NOVA ESPÉCIE DE RATAZANA GIGANTE É DESCO- cos lugares que ainda têm florestas”, diz Lavery.
BERTA POR CIENTISTA AUSTRALIANO “É necessário documentar essa ratazana urgentemente
QUATRO VEZES MAIOR QUE ROEDORES COMUNS, e encontrar mais apoio para a área de conservação de Zai-
A RATAZANA SOBE EM ÁRVORES E CHEGA A MEIO ME- ra, na ilha de Vangunu, onde a espécie vive.”
TRO DE COMPRIMENTO. O estudo sobre a nova espécie foi publicado na publi-
cação científica Journal of Mammalogy.
Uma nova espécie da roedor, quatro vezes maior que o Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
comum, foi descoberta nas Ilhas Salomão, no Oceano Pa-
cífico. NOVO ICEBERG SE DESPRENDE DE GELEIRA NA AN-
O animal, que chega a atingir quase meio metro de TÁRTICA, DIZ NASA
comprimento, vive entre as árvores e se alimenta de casta- PEDAÇO DE GELO ESTÁ LOCALIZADO EM REGIÃO
nhas que abre com seus dentes. DIFERENTE DE LARSEN C, ONDE ICEBERG GIGANTESCO
As Ilhas Salomão, a 1.800 km da Austrália, já têm ou- SE SOLTOU COM ANÚNCIO EM JULHO DESTE ANO.
tras oito espécies de ratazanas, mas essa é a primeira nova
descoberta em 80 anos. Um novo iceberg se desprendeu da região da gelei-
Da mesma família de ratos e camundongos (Muridae), ra de Pine Island, oeste da Antártica. A fotografia acima
a nova espécie, chamada Uromys vika, já fazia parte do fol- foi divulgada pela agência espacial americana (Nasa) nesta
clore da ilha. quarta-feira (27).

18
CONHECIMENTOS GERAIS

A imagem de cor original foi capturada no último dia Nessa mesma linha de pensamento, o premiê de outra
21 de setembro pelo satélite Landsat 8 da Nasa. Ela mostra ilha ameaçada, Fiji, Frank Bainimarama, que também é pre-
o início da fenda no centro da plataforma de gelo. sidente da COP, saudou os participantes da última Assem-
De acordo com a agência, essa ruptura produziu o bleia Geral da ONU. Para ele, não há como escapar do fato
iceberg B-44, visível em outras imagens capturadas em de que as mudanças climáticas constituem uma ameaça
23 de setembro pelo satélite Sentinel-1, da Agência Espa- tão grande para a segurança global como qualquer outra
cial Europeia (ESA), com descoberta do analista Matthew fonte de conflito que a humanidade vive hoje. E não há
Welshans, do Centro Nacional do Gelo nos Estados Unidos “escolha a ser feita entre prosperidade e um clima saudável.
(USNIC). “Milhões de pessoas já estão em movimento por cau-
O novo pedaço de gelo flutua na baía de Pine Island, sa da seca e as mudanças na agricultura ameaçando sua
no mar de Amundsen, e tem 185 km² -- cerca de duas ve- segurança alimentar. Ao longo da história, sabemos que
zes a área da capital do Espírito Santo, Vitória. Ele é maior os seres humanos irão lutar pelo acesso à água. E, a me-
do que o iceberg descoberto em janeiro deste ano na mes- nos que abordemos as causas subjacentes das mudanças
ma região, mas menor do que o descoberto em julho de climáticas, já sabemos que alguns lugares se tornarão in-
2015 (225 km²). viáveis e outros desaparecerão completamente. Na minha
Larsen C região, três de nossos vizinhos estão em risco, e é por isso
Um iceberg de um trilhão de toneladas, um dos maio- que Fiji ofereceu refúgio às pessoas de Kiribati e Tuvalu se
res já registrados, se desprendeu em outra região da An-
suas casas vierem a se afundar por completo”, disse ele.
tártica, a Larsen C. O anúncio foi feito em julho deste ano
Fiji já perdeu parte de sua terra agricultável por cau-
por cientistas da Universidade de Swansea, no Reino Unido.
sa da salinidade excessiva trazida pelo mar. Bainimarama
Os cientistas estudavam o bloco de gelo há muitos
anos. Os olhares voltaram à região após notar as rupturas disse que escolheu ser presidente da COP para poder le-
da plataforma de gelo Larsen A, em 1995, e Larsen B, em var adiante esse recado. Pelas regras das Conferências, já
2002. Larsen C é a maior plataforma de gelo da Antártica e que ele é o presidente, a reunião deveria acontecer em Fiji,
o pedaço que se desprendeu tem 5.800 km². mas o país não tem condições para sediar um encontro
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 tão grande, não ofereceria segurança aos líderes. Foi feito,
então, um acordo com a Alemanha, que aceitou receber os
JOVENS PERCORREM CIDADES EM NAVIO PARA conferencistas em Bonn.
ALERTAR SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS “Esse é um exemplo para o mundo de como países
em extremos opostos da Terra e de meios e tamanho mui-
Ashwa Faheem é uma repórter fotográfica de 26 anos to diferentes podem trabalhar efetivamente em direção a
que nasceu nas Ilhas Maldivas, uma das nações-ilha do um objetivo comum. Fiji está profundamente consciente de
Pacífico, lugar paradisíaco, ideal para quem pensa numa que os governos sozinhos não podem enfrentar esse desa-
viagem turística para descansar e observar a natureza. fio. É por isso que estamos colocando essa ênfase na noção
Para Ashwa, porém, este lado quase celestial de sua terra de uma Grande Coalizão de governos em todos os níveis,
é apenas uma faceta, distante de sua rotina. Ela já convive a sociedade civil, o setor privado e os cidadãos comuns
também, desde pequena, com outro lado menos divino, movendo esta agenda para a frente. Estou dialogando com
digamos assim, das ilhas em que nasceu e que, de uns tem- governadores, prefeitos, líderes de todos os tipos em nos-
pos para cá, vêm sofrendo com o aumento dos oceanos, sas sociedades. Pessoas de fé. Pessoas na linha de frente
fenômeno causado pelo aquecimento global: da luta climática. Mulheres. E os jovens, que representam o
“Nem tudo nas Maldivas é bonito. Quando o nível das nosso futuro”, continuou o premiê.
águas sobe, perdemos muita terra. E quando a terra desa- Todo o discurso de Frank Bainimarama é um forte
parece, perdemos recursos, a agricultura e a pesca. Muita apelo porque ele tem certeza de que é preciso aumentar
gente usa a pesca e o turismo para sobreviver. Afeta tudo. a resiliência de seu país contra as tormentas que virão pela
É um efeito de dominó”. frente, cada vez mais fortes. Para isso, quer juntar socieda-
Para levar essa mensagem mundo afora, aproveitando
de civil, empresários e governos. Para isso, conta também
o momento pré-Conferência do Clima (COP-23), que acon-
com a performance dos jovens que estão navegando no
tecerá em novembro na cidade alemã de Bonn, Ashwa se
Peace Boat. De fato, não há como ficar imune a depoimen-
juntou a um grupo de seis jovens, todos residentes em Pe-
tos como o de Selina Leem, que na COP-21, em Paris, foi a
quenos Estados Insulares em Desenvolvimento, como Mal-
divas. Eles estão a bordo de um navio da ONG internacional mais jovem delegada. No encerramento do encontro, ela
Peace Boat e estão sendo chamados de “Embaixadores” do emocionou a todos com suas palavras:
clima e da paz. Vão visitar sete capitais e acabaram de dei- “Tenho 18 anos e desde que nasci fico muito nervosa
xar Lisboa, de onde me chegaram as notícias do grupo via quanto à minha casa. Hoje estou ainda mais. O meu país é
jornal “O Público”. muito afetado pela subida do nível das águas. Quando a
Os jovens embaixadores visitarão Barcelona, Nova água sobe, arrasta-se por todo o lado. Toda a ilha é inun-
York, Edimburgo, Londres, Bordeaux e outras capitais, mas dada.”
não virão ao Brasil. Em cada um desses locais vão contar Hoje com a equipe do Peace Boat, a jovem deu en-
sobre seus esforços para se manter num território que vai trevista à reportagem do jornal “O Público” e listou o que,
ser engolido pelo mar até o fim deste século. para ela, pode ser feito para acabar com seu problema:

19
CONHECIMENTOS GERAIS

“Educar as pessoas. Falar com os líderes políticos. Tirar O consumo da baleia tem uma longa tradição no Ja-
fotografias. Fazer discursos públicos. Há muitas pequenas pão, onde a caça é praticada há muitos séculos. A indústria
coisas que todos podemos fazer”, disse ela. baleeira teve seu auge depois da Segunda Guerra Mundial.
Selina vai precisar mesmo desse discurso quando o na- Mas a demanda dos consumidores japoneses caiu conside-
vio Peace Boat chegar a Nova York, o que está previsto para ravelmente nos últimos anos, o que provoca muitos ques-
o mês que vem. Lá ela vai se encontrar com representan- tionamentos sobre o sentido das missões científicas.
tes das Nações Unidas, e o pedido não é qualquer coisa: Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
os países-ilha querem uma mudança radical no consumo de
combustíveis fósseis do mundo todo para que o aquecimen- CIÊNCIA E TECNOLOGIA
to se mantenha a 1.5 grau acima do que era na Revolução A SURPREENDENTE RAZÃO PELA QUAL OS INVEN-
Industrial. É este o único jeito, afirmam os cientistas, de os TORES DA PÍLULA ANTICONCEPCIONAL DECIDIRAM
impactos não aumentarem de intensidade. QUE AS MULHERES DEVERIAM CONTINUAR MENS-
Além disso, querem também um financiamento. Vão TRUANDO
precisar de dinheiro para enfrentar os problemas causados VOCÊ JÁ SE PERGUNTOU POR QUE A PÍLULA DEVE
por furacões, como o Irma, que recentemente atingiu parte SER TOMADA POR TRÊS SEMANAS E SEU USO, INTER-
da costa dos Estados Unidos, México e ilhas do Caribe. Não ROMPIDO NA QUARTA? ALGUNS PODEM IMAGINAR
vai ser fácil convencer. QUE SEUS CRIADORES TENHAM FEITO ISSO POR RA-
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 ZÕES MÉDICAS, MAS O MOTIVO NÃO FOI CIENTÍFICO,
MAS CULTURAL.
JAPÃO MATA 177 BALEIAS NA COSTA DO PACÍFICO
PARA ‘FINS CIENTÍFICOS’ A pílula anticoncepcional é considerada por muitos
ORGANIZAÇÕES DE DEFESA DOS ANIMAIS DENUN- como um símbolo da emancipação feminina ao permitir a
CIAM A ALEGAÇÃO JAPONESA. elas ter relações sexuais sem medo de engravidar. No en-
tanto, a história por trás do seu desenvolvimento não teve
Os japoneses mataram 177 baleias na costa nordeste do muito a ver com essa ideia.
arquipélago no Pacífico, em uma missão que teria “fins cien- Por exemplo: você já se perguntou por que o ciclo de
tíficos”, segundo anunciou nesta terça-feira (26) a agência de uso pílula envolve tomá-la por três semanas e interromper
pesca japonesa. o uso (ou adotar um placebo) na quarta semana? Alguns
Três navios especializados em caça às baleias iniciaram podem imaginar que seus criadores, John Rock e Gregory
a missão em junho e capturaram 43 baleias Minke e 143 ba- Pincus, tenham feito isso por razões médicas, mas o motivo
leias-sei, de acordo com a agência. Segundo os japoneses, a não foi científico, mas cultural.
caça às baleias seria “necessária” para calcular a quantidade Rock era um católico devoto, e para ele era importan-
de potenciais capturas a longo prazo, justificou a agência, te obter a aprovação do Vaticano. Por isso, ele queria que
que tem como objetivo “retomar algum dia a pesca comer- o sistema anticoncepcional fosse o mais parecido possível
cial”, segundo explicou o funcionário da agência Kohei Ito. com outro já aprovado pela Igreja Católica, o método rít-
O Japão é signatário da moratória da caça às baleias da mico, conhecido popularmente como tabelinha, que con-
Comissão Baleeira Internacional (CBI), mas afirma que recor- siste em não fazer sexo no período de ovulação, quando a
re à medida com fins de pesquisa, no Pacífico e na Antártica. mulher está fértil.
As organizações de defesa das baleias denunciam a alega- Por isso, Rock pensou que, se a pílula emulasse o ciclo
ção japonesa, assim como vários países, que consideram natural, poderia ser vista com bons olhos pelo papa. Mas
que Tóquio utiliza de maneira desonesta uma exceção da seu plano fracassou.
proibição da caça aos cetáceos, de 1986. A pílula foi aprovada em 1960 e tornou-se muito popu-
Em 2014, o Tribunal Internacional de Justiça exigiu de lar, mas a Igreja levou quase uma década para se manifes-
Tóquio o fim da caça às baleias no Atlântico, por considerar tar publicamente e, quando o fez, condenou o método por
que os japoneses não cumpriam os critérios científicos exi- considerá-lo “artificial”.
gidos. O Japão cancelou a temporada de caça de inverno de Esquecimento
2014-2015, mas retomou a pesca no ano seguinte. A essa altura, a principal preocupação já não era a Igre-
Confrontos entre baleeiros japoneses e defensores dos ja, mas as mulheres. Como se tratava da reprodução (de
animais evitá-la, para ser mais preciso), alguns homens se preocu-
O Oceano Antártico já foi cenário de confrontos entre pavam em deixar essa responsabilidade na mão delas.
baleeiros japoneses e defensores dos cetáceos. No mês pas- O sistema criado por Rock e Pincus exige que as mulhe-
sado, a organização ecologista Sea Shepherd anunciou a res sigam com muita atenção seu ciclo de uso, tomando a
desistência de tentar impedir a ação dos baleeiros japoneses pilula por 21 dias e interrompendo por sete. Caso se esque-
no Sul, reconhecendo seus próprios limites ante a potência çam de alguma dose, perde-se o efeito anticoncepcional.
marítima nipônica. Preocupado com a possibilidade de sua mulher se es-
A Noruega, que se opôs à moratória de 1986 e consi- quecer da pílula diária, um homem chamado David Wag-
dera que esta não a afeta, e a Islândia, são os únicos dois ner, que era pai de quatro filhos, criou em 1961 uma emba-
países no mundo que praticam abertamente a caça comer- lagem redonda que permite ver se a mulher está tomando
cial. O Japão tenta provar que a população de cetáceos é a pílula corretamente. Várias empresas farmacêuticas co-
suficientemente grande para suportar a retomada da caça piaram o modelo, que segue popular ainda hoje em alguns
comercial. países.

20
CONHECIMENTOS GERAIS

A forma de promover essa nova apresentação da pílula INJEÇÃO DE ANTICORPOS É PROPOSTA DE TRATA-
revela muito sobre aquela época, como ressaltou a jornalis- MENTO PREVENTIVO CONTRA ZIKA EM GESTANTES
ta Leila Ettachfini em um artigo no site Broadly. “Fácil para CIENTISTAS TESTARAM ANTICORPOS SELECIONA-
que você explique... e para que ela use”, dizia um anúncio DOS EM LABORATÓRIO EM PRIMATAS COM PROTEÇÃO
de 1964 da empresa Ortho-Novum. Outra publicidade, de DE 100%.
1969, da marca Lyndiol dizia aos médicos para “proteger
sua paciente do próprio esquecimento”. Um grupo de pesquisadores da Universidade de Miami,
‘Nenhuma razão médica’ do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e da Universidade
Muitos especialistas acreditam que os inventores da pí- de São Paulo (USP) obteve respostas positivas em maca-
lula podiam ter evitado tudo isso -- e não apenas porque a cos rhesus para um futuro tratamento preventivo contra
sociedade finalmente aceitou, com o tempo, que as mulhe- zika em gestantes. Os resultados foram publicados nesta
res não precisavam de um homem para lhes explicar nada. quarta-feira (4), na revista científica “Science Translational
O médico baiano Elsimar Coutinho, coautor do livro Medicine”.
Menstruação, a Sangria Inútil (Gente, 1996), argumenta O macaco rhesus tem reação parecida ao ser humano
que “a ovulação incessante não cumpre nenhum propó- ao entrar em contato com o zika: o vírus consegue infectar,
sito” e que as mulheres, se assim quiserem, podem tomar se replicar e causar danos aos fetos. Por isso, os cientistas
a pílula por períodos mais longos para evitar não apenas a escolheram a espécie para os testes em animais.
gravidez, mas a própria menstruação, que é muitas vezes Antes de chegar à fase com os primatas, os cientistas
incômoda e dolorosa. passaram por algumas etapas. Anticorpos são moléculas
O jornalista e sociólogo Malcom Gladwell apoiou essa liberadas pelas células para “proteger” o corpo. As primei-
ideia em 2000 em um ensaio publicado na revista “The ras referências à existência deles na ciência são datadas do
New Yorker” sobre o ciclo de 28 dias idealizado por Rock e final do século XIX.
Pincus dizendo: “Não havia e não há nenhuma razão mé- Se eles são conhecidos há tanto tempo, por que só
dica para isso”. agora resolveram usá-los em um tratamento contra o zika?
Coutinho, diz Gladwell, destaca que a menstruação
O trabalho dos cientistas foi identificar quais são as cé-
gera uma série de problemas de saúde que poderiam ser
lulas de imunização mais eficientes contra o zika, trabalho
evitados ao suprimi-la: dores abdominais, alterações no es-
de engenharia genética eficiente, mas recente e não popu-
tado de ânimo, enxaquecas, endometriose e anemia.
larizado. Primeiro, eles extraíram, isolaram e purificaram 91
Por sua vez, Ettachfini afirmou em seu artigo que na
anticorpos monoclonais do sangue humano, a partir de um
verdade existem dois anticoncepcionais orais que podem
paciente que estava infectado pelo vírus -- ou seja: nesta
ser tomados de forma contínua, sem sangramentos men-
época, a pessoa estava produzindo uma grande quantida-
sais. O Seasonale foi lançado em 2003 e propõe só quatro
de para combater a doença.
menstruações por ano: uma a cada estação. E, em 2007,
foi aprovada a primeira pílula sem pausas para menstruar, Depois, os cientistas precisaram identificar entre esse
a Lybrel. vasto número de moléculas produzidas pelo paciente quais
Críticos eram os mais eficientes contra o zika. Foram feitos testes
Ainda que chame atenção o fato de que poucas mulhe- em laboratório para ver as opções que melhor neutraliza-
res saibam que podem optar por não menstruar, também vam o vírus. Os anticorpos monoclonais chamados SM-
não há um consenso de que isso seja uma boa ideia. ZAb1, SMZAb2 e SMZAb5 foram os mais eficazes. Chegou-
Há cientistas que inicialmente advertiram não haver se a um coquetel com esse trio.
estudos consistentes sobre o efeito para uma mulher de Testes em macacos
não menstruar por longos períodos de tempo. Mas espe- Nos Estados Unidos, um grupo de oito macacos rhe-
cialistas concordam que isso não gera problemas de saúde. sus passou por testes para verificar a eficiência de proteção
Há ainda quem alerte sobre os perigos de se tomar a com esse coquetel. Quatro receberam o trio de anticorpos
pílula, em especial por períodos prolongados. e os outros quatro receberam um placebo. Um dia depois,
O site Broadly publicou um ano atrás que há cada vez foram infectados pelo vírus da zika isolado pela equipe do
mais estudos que falam da existência de um vínculo entre IOC/Fiocruz em 2016, extraído de um paciente do Rio de
o uso de anticoncepcionais hormonais e a depressão, ci- Janeiro.
tando um uma pesquisa dinamarquesa que mostrou que De acordo com o artigo publicado nesta quarta, a taxa
adolescentes que tomavam a pílula tinham “um risco 80% de proteção nos animais chegou a 100%. Testes adicionais
maior” de terem de tomar antidepressivos. demonstraram que os anticorpos continuaram ativos e em
Por outro lado, para algumas mulheres, menstruar é altas quantidades seis meses após a injeção.
uma parte fundamental de sua identidade, ainda que ou- Uma dose desta junção de anticorpos pode ser uma
tras se recusem a associar o ciclo reprodutivo com a iden- saída mais segura para gestantes durante a gestação. De
tidade de gênero. acordo com a pesquisadora e uma das autoras do artigo,
A certeza é que, no fim das contas, o importante é que Myrna Bonaldo, do IOC/Fiocruz, as vacinas são boas so-
as mulheres saibam que têm mais de uma opção. luções, mas podem apresentar ainda algum risco para as
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 grávidas porque são feitas com o vírus atenuado (“enfra-
quecido”).

21
CONHECIMENTOS GERAIS

“Para as pessoas em geral, a infecção pelo vírus da zika “A ideia é democratizar a tecnologia, mostrar que a
não causa grandes problemas. Uma vacina resolve. Agora, ciência não precisa se restringir à área da universidade. É
durante a gravidez que ocorre o problema é maior. Não po- ampliar o número de experiências possíveis com menos re-
demos correr o risco de tentar prevenir a mãe e atingir o cursos”, diz o colombiano Andres Ochoa, consultor de tec-
bebê», disse. nologia e criador da rede SynTechBio, que reúne biohackers
O próximo passo será a administração do coquetel em da América Latina. A rede tem como membros pelo menos
primatas gestantes e, na fase seguinte, em seres humanos. 14 grupos espalhados pelo continente, três deles no Brasil.
Já prevendo uma possível ocorrência de reação adversa O biohacking é essencialmente interdisciplinar, ou seja,
do sistema imunológico em caso de infecção por dengue, atrai pessoas de áreas como Física, Design, Artes, Computa-
que é da família dos flavivírus, assim como o zika, os espe- ção e Matemática. “Elas juntam seus conhecimentos à Bio-
cialistas realizaram pequenas modificações na estrutura ge- logia para desenvolver projetos”, diz Ochoa.
nética dos anticorpos monoclonais para tornar sua adminis- Claro que, assim como hackers de computadores, os
tração ainda mais segura. Desta forma, o coquetel também interessados precisam ter um bom conhecimento no as-
poderia ser utilizado por pessoas com histórico de infecção sunto para poder se aventurar em ações mais inovadoras.
por dengue, incluindo gestantes. Mas isso não significa ter doutorado em Biotecnologia, diz
A descoberta também contou com a colaboração de a professora Liza Felicori, da Universidade Federal de Minas
especialistas do Instituto de Pesquisa Scripps, da Universi- Gerais (UFMG).
dade de Emory, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Esta- “A Biologia é bastante acessível, é possível fazer o co-
dos Unidos e do Instituto Ragon. nhecimento se popularizar. Tanto que às vezes a gente faz
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 experimentos com alunos de ensino médio e eles enten-
dem, fazem bem. Conseguem tranquilamente extrair o
DNA de um morango, por exemplo”, afirma ela, que está
DE TESTE DE DNA CASEIRO A ORGANISMOS GE- montando um laboratório aberto para pessoas de fora da
NETICAMENTE MODIFICADOS: OS PROJETOS DOS universidade.
BIOHACKERS BRASILEIROS “Muitas vezes, a universidade fica fechada demais em si
ENTUSIASTAS DA BIOLOGIA “FAÇA VOCÊ MESMO” mesma. Os jovens não têm os bloqueios de quem lida com
CRIAM SEUS PRÓPRIOS EQUIPAMENTOS, FAZEM EXPE- as dificuldades da ciência há anos e acabam trazendo novas
RIMENTOS FORA DA UNIVERSIDADE E PROCURAM SO- soluções.”
LUÇÕES PARA PROBLEMAS DO COTIDIANO. Chips e DNA
Há três principais subdivisões na Biologia DIY. Grupos
Parece um papo comum: um grupo de jovens que ainda focados em fazer experimentos para encontrar soluções;
não se formou na faculdade se reúne ao redor de um por- pessoas interessadas em desenvolver e baratear equipa-
ção de esfirras baratas e discute se aquela carne tem origem mentos e em montar laboratórios coletivos que possibili-
duvidosa. tem esses experimentos; e uma terceira vertente, interessa-
A paranoia sobre a origem da proteína animal é fre- da em modificações corporais tecnológicas.
quente, mas, nessa turma, a conversa não fica só na teoria Nessa última área estão, por exemplo, pessoas que in-
conspiratória: reunidas em um laboratório de garagem, as jetam chips e ímãs sob a pele e fazem experimentações co-
amigas estão testando protocolos para fazer um teste de locando substâncias e até mesmo circuitos eletrônicos no
procedência da carne. Isso mesmo: checar se o DNA daque- próprio corpo. Essa é a vertente do biohacking que acaba
la amostra é realmente bovino. chamando mais atenção, mas também atrai críticas dentro
Bem-vindo ao mundo do biohacking: um universo onde do movimento.
entusiastas fazem uso da biologia de maneira amadora em “É um grupo muito pequeno que faz isso. Chamam
resposta a uma curiosidade científica, uma dúvida pessoal atenção, mas são minoria. Estamos falando de tecnologias
ou um problema coletivo. que estão evoluindo cada vez mais rápido. Não faz sentido
Faça você mesmo você colocar em seu corpo um negócio que em pouco tem-
A palavra hacking não é novidade. No Brasil, costuma po vai ficar obsoleto”, diz Andres Ochoa.
ser associada à ideia de hackers que invadem computado- Ele argumenta que a grande tendência são as tecno-
res e roubam dados, os «piratas de computadores». logias “usáveis”, como relógios inteligentes e circuitos que
Mas o conceito de hacking na verdade é muito mais podem ser colados sobre a pele e removidos com facilidade.
amplo – e não está necessariamente ligado à ações mali- “Em geral, quem faz isso na verdade está fazendo uma
ciosas. Em seu sentido original, significa fazer modificações declaração, é mais um ato simbólico do que uma coisa que
em sistemas ou programas para obter um recurso que antes tenha uma grande função prática”, diz o biohacker Otto
não estava disponível, encontrar uma melhoria ou corrigir Heringer, de São Paulo, que começou a fazer experimentos
um problema. como distração e acabou criando uma pequena empresa
Existe inclusive a chamada “cultura hacker”, uma ideolo- para criar um novo defensivo agrícola através do desliga-
gia que prega amplo acesso à tecnologia, livre circulação de mento de um gene de pragas.
informação, descentralização de conhecimento e inovação. Um de seus sócios, Erico Perrella, implantou um chip
O hacking também não precisa estar restrito ao mundo RFID na mão em 2014 - sua intenção era usar o mecanismo
da informática: o biohacking une o universo da biologia para dar partida em sua kombi, mas o carro acabou vendi-
com a cultura hacker, formando a Biologia DIY, que quer do, e o chip, que ainda está em sua mão, hoje não tem mais
dizer “do it yourself”, ou “faça você mesmo”. utilidade para ele.

22
CONHECIMENTOS GERAIS

Já dentro do campo das experimentações, as possibi- Laboratórios


lidades trazidas pela Biologia DIY são inúmeras. A ideia de O Brasil já tem diversos laboratórios “de garagem”
analisar a origem de alimentos, por exemplo, se baseia em abertos, com impressoras 3D e outros materiais para quem
uma técnica chamada DNA Barcoding (Codigo de Barras de é adepto do faça-você-mesmo — como o Olabi, no Rio de
DNA, em tradução livre). Janeiro, e o Garoa Hackerspace e os FabLabs da Prefeitura
Todo segundo sábado do mês o centro Genspace, em de São Paulo.
Nova York, abre seu laboratório para que as pessoas levem Para trabalhar com “Biologia de Garagem”, no entanto,
suas próprias amostras de alimentos e façam testes do tipo. é preciso um pouco mais: áreas separadas, estéreis, com
Há quem invista na divulgação científica e nas possibilida- equipamentos específicos e protocolos de biossegurança.
des educacionais da Biologia DIY. São os chamados wetlabs, laboratórios “molhados”, porque
É o caso do carioca Filipe Oliviera, um dos criadores lidam com componentes vivos.
do Conector Ciência, iniciativa que visa colocar em conta- O espaço aberto pela professora Liza Felicori, da Uni-
to escolas com métodos de ensino de baixo custo e fazer versidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é um deles. Ele
os próprios alunos construírem os equipamentos. Dá para já recebeu os equipamentos e deve abrir até o fim do ano.
descobrir a biodiversidade com um microscópio de papel, Há microscópios, estufa, pipetas, uma centrífuga (para se-
fazer a automação de luzes com sensores de luminosidade, parar componentes de soluções), uma impressora 3D, uma
entre outros usos. máquina de PCR (para reproduzir DNA em grandes quanti-
Outro caminho comum é o desenvolvimento de novos dades) e um nanodrop (que mede a concentração de mo-
materiais, como fez o estudante de Biotecnologia baiano léculas).
Geisel Alves, que ajudou uma ONG a criar um mecanismo A estudante Carol Gonzaga também montou um des-
que converte fibra do coco verde em papel reciclável usan- ses espaços, o Hub, com outros cinco biohackers no Rio de
do métodos caseiros e materiais acessíveis. Janeiro. O laboratório fica atualmente em um local improvi-
“É um material fibroso genérico que você mistura com sado, mas será levado para um galpão de 320 m².
outros materiais para fazer várias coisas. Além do papel, dá “Terá um espaço de fabricação digital, uma cozinha ex-
pra fazer telha, piso, tijolo”, explica Alves. “Aqui, o alto con- perimental, laboratório de biohacking e um laboratório de
sumo de coco é um problema grande, porque eles acabam mídia para lidar com eletrônica e comunicação”, explica ela,
empilhados nas praias. Atrai ratos, mosquito da dengue.” que conseguiu apoio do parque tecnológico da Universida-
“Novos materiais são um nicho”, diz Andres Ochoa. “No de Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Brasil já se trabalha com produção de um tecido ecológico Interessado em baratear equipamentos para esses la-
que parece com couro a partir dos micro-oganismos que boratórios, o brasileiro André Maia Chagas desenvolveu
fazem kombucha (uma bebida fermentada).” projetos nesse sentido e acabou lançando a start-up [em-
Manipular micro-organismos também é muito útil para presa iniciante de tecnologia] Prometheus Science, na Ale-
manha.
tornar alguns tipos de fármacos mais acessíveis. Andrés
Sua empresa é parte da enorme comunidade criando
Ochoa participou da fase inicial do projeto Open Insulin,
equipamentos baratos e mais acessíveis. “Possibilitando
em que um grupo de 16 biohackers se uniu para criar um
que um experimento que custa 100 euros possa ser feito
protocolo open source (aberto) de insulina - espécie de
por 3, você quebra um das principais barreiras da ciência,
instrução que serve de base para a produção da substância,
que é a dificuldade de acesso por causa de dinheiro”, diz
usada no tratamento de diabetes, de maneira mais barata ele.
e acessível. O projeto conseguiu arrecadar U$ 16 mil ( R$ Nós e eles
50 mil) no Experiment, uma plataforma de financiamento Nos Estados Unidos e na Europa, o movimento Biologia
coletivo para pesquisas científicas. DIY foi surgindo conforme tecnologias biológicas, como
No Brasil, não há legislação específica para “laborató- sequenciamento de DNA, foram ficando mais acessíveis. Já
rios de garagem”, no entanto, tudo o que é produzido fica no Brasil e em países como Índia e África do Sul, contam os
sujeitos à legislação específica para aquele produto. Remé- biohackers, o movimento surgiu da necessidade.
dios, por exemplo, terão de passar por aprovação da Anvisa “Nos Estados Unidos, o acesso é tão fácil, tudo é tão
antes de serem distribuídos. barato que a galera consegue montar laboratórios na pró-
Por isso, os biohackers acabam criando empresas e pria garagem. Aqui em São Paulo, não tem como fazer isso.
muitas vezes profissionalizando o que era um hobby. A en- Para começar, a gente nem tem garagem”, diz Otto Herin-
genheira química Clarissa Lopes, o estudante de Engenha- ger, que faz especialização na Universidade de São Paulo
ria Aeroespacial Lucas Milagres e o estudante de Bioinfor- (USP).
mática Carlos Gonçalves criaram uma empresa para tocar Há mais de 80 espaços de Biologia DIY pelo mundo,
seu projeto de usar bactérias na produção de calcitriol, um de acordo com o site DIYBio. A maioria é em cidades do
medicamento usado no tratamento de insuficiência crônica hemisfério norte como Amsterdã (Holanda), Berlim (Ale-
renal. manha), Paris (França), Nova York e São Francisco (Estados
“A indústria farmacêutica usa hoje outro processo, de Unidos).
bem mais difícil acesso. Não há nenhum produtor local”, “Não posso reclamar da USP, mas muitas universidades
afirma Gonçalves, que evita divulgar mais detalhes do pro- federais não têm os laboratórios que os caras na Europa
jeto por ainda não ter registrado uma patente. Sua expec- têm em casa”, afirma o Heringer. Nos Estados Unidos, por
tativa é chegar a um forma de produção mais barata do exemplo, é possível comprar kits prontos de engenharia
remédio. genética pela internet.

23
CONHECIMENTOS GERAIS

No Brasil, por conta dos preços e das dificuldades, a Aqui compreendemos que o conceito de desenvolvi-
maioria dos laboratórios abertos na área de biologia ainda mento sustentável não se limita apenas à noção de pre-
são, de algum modo, ligados às universidades - ocupando servação dos recursos naturais. Para construir sociedades
espaços ou reaproveitando equipamentos. sustentáveis é necessário ter por princípio, a equidade eco-
“Mesmo a ciência ‘oficial’ que fazemos muitas vezes é nômica, a justiça social, o incentivo à diversidade cultural e
em uma salinha minúscula, com material improvisado, com defesa do meio ambiente.
muita dificuldade. A gente está acostumado com a gam- O entendimento que existe uma ligação entre pobreza
biarra. Sair dos muros da universidade ou dos laboratórios e degradação ambiental, é uma das bases do conceito de
das grandes indústrias é quase uma questão de sobrevi- desenvolvimento sustentável. A promoção da melhoria da
vência pra gente. O biohacking faz muito mais sentido para qualidade de vida das populações pobres, a evolução nas
nós do que para eles”, afirma. políticas de saneamento, saúde e combate à fome são tão
Ele também aponta a diferença nos tipos de iniciativas: importantes para as gerações futuras quanto a disponibili-
enquanto no Brasil os projetos tendem a ser voltados para dade de recursos naturais.
resolver problemas reais, nos Estados Unidos e na Europa, Sustentabilidade
O princípio da sustentabilidade propõe que o cresci-
muitos deles são mais recreativos ou tem um quê de hobby
mento econômico não deve provocar a degradação am-
excêntrico.
biental ou o esgotamento dos recursos naturais. Dentro do
Nos locais onde o movimento é mais desenvolvido, já
sistema atual, em que a base está na sociedade de consu-
começaram as surgir as preocupações com possíveis ris-
mo, este conceito parece ser inviável do ponto de vista prá-
cos – laboratórios amadores não poderiam criar organis- tico, pois o crescimento econômico teria que ser limitado
mos nocivos? O FBI, a polícia federal americana, monitora o para alcançar o objetivo proposto.
movimento, mas não há regulamentação específica. Os entusiastas da sustentabilidade, no entanto, argu-
Os entusiastas dizem que todos os locais seguem pro- mentam que a efetivação da proposta depende do investi-
tocolos de biossegurança e cartilhas de bom funcionamen- mento no desenvolvimento de novas técnicas de produção,
to. O cientista francês Thomas Landrain, que estuda o mo- com menores impactos ao meio ambiente e a adoção de
vimento, diz em sua pesquisa que os espaços ainda não novos hábitos de consumo, que tivessem como foco o de-
têm sofisticação suficiente para gerar problemas. senvolvimento sustentável.
Mas, apesar da relativa limitação técnica, os biohackers Desenvolvimento sustentável no Brasil
seguem entusiasmados. “Tornar a ciência mais acessível O princípio de desenvolvimento sustentável está con-
tem um enorme potencial transformador”, diz André Maia templado na Constituição Brasileira de 1988, que vigora até
Chagas, do Prometheus Science. a atualidade. A carta magna do país dedicou, pela primeira
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 vez um capítulo inteiro ao tema Meio Ambiente. Em seu
artigo 225, institui que:
“Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletivi-
2. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL; dade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações.”
No texto acima é possível notar que os aspectos sociais
como a qualidade de vida dos cidadãos e a necessidade de
A expressão desenvolvimento sustentável é utilizada preservação dos recursos para o futuro não foram esqueci-
para designar um modelo econômico que busque conciliar dos, estando assim em consonância com o conceito global
desenvolvimento econômico à preservação e manutenção de desenvolvimento sustentável.
No entanto, o efetivo estabelecimento de um mode-
dos recursos naturais disponíveis. Segundo a ONU (Orga-
lo econômico dentro dos princípios do desenvolvimento
nização das Nações Unidas), desenvolvimento sustentável
sustentável pressupõe a participação ativa em ações indivi-
é definido como “aquele que satisfaz as necessidades pre-
duais e coletivas nas esferas local, regional e mundial.
sentes, sem comprometer a capacidade das gerações futu-
A promoção desse modelo demanda a participação do
ras de suprir suas próprias necessidades”. Estado, é claro, no entanto, empresas e indivíduos devem
Este conceito foi apresentado ao mundo em um estu- colaborar para a redução da exploração de matérias pri-
do realizado pela ONU em 1987, chamado “Nosso futuro mas, uso racional de recursos como água potável e energia,
comum”. Entre dezenas de recomendações, apresenta duas sempre buscando evitar o desperdício.
preocupações fundamentais: Fonte: https://www.infoescola.com/geografia/desen-
• A preservação do meio ambiente para as futuras volvimento-sustentavel/
gerações – garantindo recursos naturais para a subsistência
da espécie humana e demais seres vivos.
• A diminuição da fome e da pobreza – que segun-
do o estudo, é causa, mas também é provocada pelo dese-
quilíbrio ecológico e pelo alto padrão de consumo.

24
CONHECIMENTOS GERAIS

3. GLOBALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO
MUNDIAL;

São consideradas áreas prioritárias identificadas para o desenvolvimento de ações que devem acompanhar o processo
de integração:
1. a formação da consciência social favorável ao processo de integração,
2. a capacitação de recursos humanos para contribuir para o desenvolvimento econômico e
3. a harmonização dos sistemas educativos.
O fim da 2ª guerra mundial trouxe à tona uma nova economia capitalista mundial.
Os países perdedores viram-se na dependência econômica norte-americana, enquanto os Estados Unidos emergiam
como uma potência econômica credora, portanto era o país que determinava o novo sistema monetário internacional,
conhecido como dólar-ouro.
Atravessamos a um processo de globalização e regionalização. Este processo está acompanhado pelo avanço da re-
volução científico-tecnológica, pela democratização crescente da sociedade e pela constituição de blocos geo-culturais.
Como nota característica das últimas décadas, estão sendo formalizados acordos de integração entre países, fortalecendo
a convicção de que os atores de peso no século XXI serão os blocos continentais.
Neste marco internacional, na América Latina, está sendo valorizado o ideal da integração continental. Argentina, Brasil,
Uruguai e Paraguai decidiram iniciar um caminho de integração através da assinatura do Acordo de Constituição de um
Mercado Comum - MERCOSUL.
 
Os governos dos quatro Estados Partes subscreveram o Tratado de Assunção com o propósito de:
1. Acelerar os processos de desenvolvimento econômico, com justiça social, na Região, através da integração.
2. Criar um mercado comum que amplie as atuais dimensões de seus mercados nacionais, mediante a livre circulação
de bens, serviços e fatores produtivos entre os países e o estabelecimento de tarifas externas comuns.
3. Alcançar uma adequada inserção internacional para os quatro países, mediante a consolidação de um grande
espaço econômico.
4. Promover esforço progressivo no sentido da integração da América Latina, conforme os objetivos do Tratado de
Montevidéu de 1980.
5. Promover o desenvolvimento científico-tecnológico dos Estados Partes.
6. Modernizar as economias para ampliar a oferta e a qualidade dos bens e serviços disponíveis, a fim de melhorar
as condições de vida das populações.
 
6.1 - América Latina e a Nova Ordem Mundial
 

Formação de megablocos geoeconômicos no Norte do Equador


(CEE, NAFTA e APCE)
Associação Cooperativa Econômica dos Países da Ásia –Pacificação/
 
Regionalização Aberta, e a formação de micro blocos no Sul do
A nova Ordem Mundial
Equador (Mercosul e revitalização da ALADI, do Pacto Andino,
do MCCA, da Caricom, do SELA, da Cooperação Amazônica, dos
Acordos Bilaterais)

Estes fatores estabeleceram uma nova


modalidade de articulação político/econômica
entre os países do Norte e do Sul
 
O capitalismo da Pax Americana visa substituir e transferir os investimentos dos países em desenvolvimento para países
de transnacionalização de economia capitalista;
Sempre que os Estados Unidos da América passam pôr problemas de ordem política ou econômica estes são transfe-
ridos para os países em desenvolvimento, originando nestes graves problemas sociais que se refletem na formação edu-
cacional de seus povos, pela necessidade de sobrevivência, transformando-se assim num dos principais complicadores da
regionalização pretendida.
O Nafta, a CEE e a APEC, sintetizadoras de três modalidades de capitalismo ( Pax : Americana, Européia e do Pacífico)
apresentam graus diferenciados de racionalidade formal, de liberdade e de igualdade;

25
CONHECIMENTOS GERAIS

A Pax Americana desenvolveu, entre 1950 a 1970, uma A Argentina, por exemplo, desde os anos 1990 figura
horizontalização da divisão internacional do trabalho, bus- entre os mais importantes países que compõem o comér-
cando concentrar os investimentos de capitais e a expan- cio exterior brasileiro. O Brasil, atualmente, é o maior mer-
são da base produtiva entre os países do Norte/Norte, mais cado consumidor de Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai e,
que entre os países do Norte/Sul, provocando uma perda provavelmente, em breve se tornará também o principal
do dinamismo no intercâmbio entre os países desenvolvi- mercado exportador, principalmente pelo fato de ser o país
dos e os do 3º mundo. mais industrializado do grupo.
(...)o futuro social e político dos países depende da A propósito, a economia brasileira é, de longe, a mais
revolução educacional. E esta só poderá ser deflagrada importante do grupo. O PIB do país, por exemplo, repre-
quando o debate sobre o ensino público tiver seu eixo senta mais de 55% do valor total do bloco. Além disso, a
finalmente deslocado para as questões essenciais: como população brasileira representa a maior parcela dos habi-
universalizar a educação básica, para que realmente possa tantes dos países-membros, tornando o país um mercado
beneficiar os segmentos mais desfavorecidos da popula- consumidor em potencial.
ção(..). ( Educação para a Democracia – TSE ) * Perspectivas para o Mercosul
(..) faltam critérios mais justos na distribuição dos re- Assim como ocorreu com outros blocos econômicos –
cursos públicos para a educação. Em vez de privilegiar os o caso da União Europeia – o Mercosul objetiva ampliar os
segmentos mais desfavorecidos da população, eles aten- acordos internamente estabelecidos a fim de fortalecer a
dem às necessidades das faixas de renda mais altas... política do bloco. Entre os objetivos do bloco estão:
(...) “Os registros refletem uma média de altos níveis a) ampliar as relações comerciais entre os países-mem-
de escolaridade dentro de uma minoria de lares ricos e de bros através da diminuição de dependência dessas nações
baixos níveis em grande número de lares pobres”, afirma a para com a exportação de produtos primários;
vice-presidente do BID, Nancy Birdsall (...)*
Fonte: http://educacao.tripod.com/Cap6E.htm# b) liberalização de serviços que, quando aprovada, garanti-
rá o reconhecimento das formações profissionais que ocor-
reram em outros países do bloco, ou seja, um profissional
formado na Argentina, por exemplo, poderá livremente
4. MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL) E exercer sua profissão em qualquer outro país do Mercosul;
POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA; c) abertura de concorrências para licitações, o que per-
mitirá que empresas de qualquer um dos países do bloco
possam trabalhar em serviços públicos. Por exemplo: uma
empreiteira brasileira poderá, caso aprovada a licitação pú-
blica, construir um viaduto ou outra obra pública no Uru-
O Mercosul – Mercado Comum do Sul – é um bloco
guai;
econômico criado pelo Tratado de Assunção, em 1991, e
d) legislação comum em diversos setores, como o fis-
tem atualmente como membros efetivos o Brasil, a Argen- cal, econômico, comercial e político.
tina, o Uruguai, e o Paraguai. e) livre circulação de pessoas;
Equador, Chile, Colômbia, Peru, Bolívia, Guiana e Suri- f) implantação de uma moeda única e, consequente-
name participam como membros associados, ou seja, par- mente, um Banco Central para o Mercosul.
ticipam das reuniões, mas não possuem poder de voto. No Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/geografia/merco-
entanto, o Equador já manifestou sua intenção de se tornar sul.htm
um membro efetivo do bloco, o que pode ocorrer nos pró-
ximos anos após a realização de ajustes em sua legislação.
Além desses países, o México participa apenas como mem-
bro observador. Para fazer parte do bloco, é preciso estar 5. FONTES ENERGÉTICAS;
primeiramente associado à Associação Latino-Americana
de Integração (ALADI).
Entre os acordos estabelecidos entre os países-mem-
bros estão a livre circulação de bens e serviços, além do Fontes de energia são as diferentes formas de recur-
estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), que sos que direta ou indiretamente produzem energia para
consiste na padronização de preços dos produtos dos paí- movimentar a indústria, o comércio, os transportes, a agri-
ses para a exportação e para o comércio externo. Por exem- cultura, a saúde etc. As jazidas minerais, as bacias petro-
plo, um produto “x” vendido à China pela Argentina terá o líferas, os rios, o vento, as florestas, são alguns exemplos
mesmo preço caso a China resolva comprá-lo do Brasil. desses recurso energéticos.
Estruturado a partir dos modelos existentes de mer- Energia Renováveis e Não Renováveis
cados regionais, o Mercosul caracteriza-se por ampliar As fontes de energia ou recursos energéticos podem
e melhorar o ciclo de exportações entre os seus países- ser classificados em dois grupos: energias renováveis e não
membros, o que vem ocorrendo nos últimos anos. Antes renováveis.
da criação do bloco, os vizinhos sul-americanos não eram Energias renováveis são aquelas que regeneram-se
grandes parceiros econômicos, mas atualmente essas rela- espontaneamente ou através da intervenção humana. São
ções já se alteraram. consideradas energias limpas:

26
CONHECIMENTOS GERAIS

• Hidrelétrica - obtida pela força da água dos rios O Brasil promove iniciativas com o objetivo de forta-
• Solar - obtida da energia do sol lecer a cooperação em gestão de recursos hídricos, a fim
• Eólica - obtida pela força dos ventos de garantir pleno acesso à água às populações da região.
• Geotérmica - provém do calor do interior da terra Na Organização do Tratado de Cooperação Amazônica
• Biomassa - obtida de matérias orgânicas (OTCA), os recursos hídricos representam tema propício
• Oceanos - obtida pela força das ondas para a cooperação, em vista do enorme potencial hídrico
• Hidrogênio - provém da reação entre hidrogênio e compartilhado pelos países da bacia amazônica. No plano
oxigênio que libera energia bilateral, o Brasil e seus vizinhos colaboram com vistas à
Energias não renováveis são aquelas que se encontram gestão integrada dos recursos hídricos fronteiriços e trans-
na natureza em grandes quantidades mas, uma vez esgotadas fronteiriços.
não podem ser regeneradas. Têm reservas finitas, uma vez Para o Brasil, a gestão dos recursos hídricos deve estar
que é necessário muito tempo para sua formação na nature- orientada pela Agenda 21 e referir-se aos princípios conti-
za. São consideradas energias poluentes, já que sua utilização dos na Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desen-
causa danos para a natureza.
volvimento (1992), em particular ao seu princípio 2º – se-
Os combustíveis fósseis, como o petróleo, o carvão mi-
gundo o qual os Estados têm o direito de explorar seus
neral, o xisto e o gás natural, bem como aqueles usados como
recursos de acordo com suas políticas ambientais e de de-
matéria-prima para produzir a energia nuclear, o urânio e o
tório são exemplos de fontes de energia não renováveis. senvolvimento. Por outro lado, os Estados têm a responsa-
Fontes de Energia Primárias e Secundárias bilidade de velar para que as atividades realizadas em suas
As fontes de energias primárias são originadas das ri- jurisdições ou sob seu controle não causem danos ao meio
quezas encontradas na natureza em estado bruto, que po- ambiente de outros países ou de zonas que estejam fora
dem ser aproveitadas economicamente. Ex: a água, o sol, o dos limites nacionais.
vento, o petróleo, o carvão, o urânio etc. O acesso à água é um direito humano. O Brasil defende
Essas fontes primárias são convertidas em energias se- sua valorização e faz parte do “Blue Group”, grupo informal
cundárias em centros de transformação: de países interessados em sua discussão, reiterando que
• Usinas Hidrelétricas - a energia da queda d›água é esse direito não gera obrigações exigíveis entre Estados. A
convertida em eletricidade água é recurso natural estratégico, cuja gestão está no âm-
• Refinarias - o petróleo é transformado em óleo die- bito da soberania nacional, constituindo responsabilidade
sel, gasolina, querosene etc. do Estado perante seus cidadãos.
• Usinas Termoelétricas - a energia é obtida através da O Brasil está empenhado para cumprir o Objetivo de
queima do carvão mineral e do petróleo Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 6 - Assegurar a dis-
• Coquerias - o carvão mineral é transformado em coque ponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento
(produto empregado para aquecer altos fornos da siderurgia) para todos.
Fontes de Energia no Brasil e no Mundo No que diz respeito à proteção e manejo sustentável
A busca por fontes alternativas de energias não poluentes, de áreas úmidas, o Brasil é parte, desde 1993, da Conven-
vem avançando no mundo. O álcool etílico, produto obtido ção Ramsar sobre Zonas Úmidas – que, embora origina-
de diversas formas de biomassa, entre elas, a cana-de-açúcar, riamente voltada à preservação dos habitats das espécies
o milho, a beterraba, vem sendo utilizado como combustível migratórias de aves aquáticas, ganhou, ao longo do tem-
de carros em diversos países. po, novas prioridades relacionadas ao uso sustentável da
No Brasil o uso do álcool, proveniente da cana-de-açúcar, biodiversidade e à gestão dos recursos hídricos. O Brasil
data de 1975, com a implantação do Programa Nacional do possui doze áreas inscritas na Lista Ramsar de Sítios de
Álcool (Proálcool), em decorrência da crise do petróleo. Hoje
Áreas Úmidas de Importância Internacional, cuja gestão é
o álcool é também usado como aditivo à gasolina.
coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente. No âmbito
Fonte: https://www.todamateria.com.br/fontes-de-e
da Convenção, o Brasil integra duas Iniciativas Regionais
voltadas para a conservação das zonas úmidas da região:
a “iniciativa para a conservação e uso racional da Bacia do
6. OS RECURSOS HÍDRICOS NO BRASIL; Prata” e a “iniciativa regional para o manejo integral e uso
racional dos ecossistemas de mangues e corais”.
O Fórum Mundial da Água, evento trienal organizado
pela organização não-governamental Conselho Mundial
Os recursos hídricos vêm ganhando cada vez mais im- da Água (CMA), que conta com participação de represen-
portância no cenário internacional, devido à importância do tantes de governos, ONGs e da sociedade civil. O Fórum
manejo sustentável da água para o bem-estar das populações tem por objetivo promover o diálogo entre diferentes se-
e para o desenvolvimento dos países. tores envolvidos com a temática dos recursos hídricos e
O Brasil detém 12% das reservas de água doce do plane- influenciar o processo decisório sobre a criação de novo
ta, perfazendo 53% dos recursos hídricos da América do Sul. marcos políticos, jurídicos e institucionais. O evento ocorre
Grande parte das fronteiras do País é definida por corpos a cada três anos, sob a coordenação do CMA, e possui duas
d’água – são 83 rios fronteiriços e transfronteiriços, além de vertentes: o Fórum propriamente dito (sessões e reuniões
bacias hidrográficas e de aquíferos. As bacias de rios trans- temáticas e políticas) e a Feira/Exposição, que representa
fronteiriços ocupam 60% do território brasileiro. oportunidade de negócios para as empresas do setor.

27
CONHECIMENTOS GERAIS

Sete edições do evento já foram realizadas: Marrakesh, Ao lado do ciclo da cana-de-açúcar, ocorrido na zona
Marrocos, 1997; Haia, Holanda, 2000; Kyoto, Japão, 2003; da mata, desenvolveu-se o ciclo do gado. A pecuária aos
Cidade do México, México, 2006; Istambul, Turquia, 2009; poucos ocupou toda a área do agreste e do sertão nordes-
Marselha, França, 2012; Daegu e Gyeongju, Coréia do Sul, tinos e a bacia do rio São Francisco. No século 18, o ciclo da
2015. Apesar de não constituir um foro intergovernamen- mineração do ouro e dos diamantes em Minas Gerais levou
tal, o FMA é considerado hoje o principal ambiente de diá- à ocupação do interior da colônia. A sociedade mineradora
logo internacional entre diferentes setores envolvidos com era mais diversificada do que a sociedade açucareira, extre-
a temática dos recursos hídricos, contando com ampla mamente ruralizada. Na zona mineira, ao lado dos proprie-
tários e escravos, surgiram classes intermediárias, consti-
participação da sociedade civil. Brasília foi eleita, em 2014,
tuídas por comerciantes, artesãos e funcionários da Coroa.
para sediar o 8º Fórum Mundial da Água (FMA-8). O even- Política e administrativamente a colônia estava subor-
to, co-organizado pelo Brasil e pelo Conselho Mundial da dinada à metrópole portuguesa, que, para mais facilmente
Água, ocorrerá entre os dias 18 e 23 de março de 2018. A ocupá-la, adotou, em 1534, o sistema de capitanias here-
edição do Fórum em Brasília reveste-se de especial valor, já ditárias. Consistia na doação de terras pelo rei de Portugal
que pela primeira vez o evento se realiza no hemisfério sul. a particulares, que se comprometiam a explorá-las e po-
Fonte: http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-ex- voá-las. Apenas duas capitanias prosperaram: São Vicente
terna/desenvolvimento-sustentavel-e-meio-ambiente/ e Pernambuco. As capitanias hereditárias somente foram
176-recursos-hidricos extintas em meados do século 18.
Em 1548, a Coroa portuguesa instituiu o governo ge-
ral, para melhor controlar a administração da colônia. O
governador-geral Tomé de Sousa possuía extensos pode-
res, e administrava em nome do rei a capitania da Bahia,
7. ASPECTOS ÉTNICOS, GEOGRÁFICOS,
cuja sede, Salvador -- primeira cidade fundada no Brasil, foi
HISTÓRICOS, CULTURAIS E ADMINISTRATIVOS também sede do governo geral até 1763, quando a capital
DO BRASIL. da colônia foi transferida para o Rio de Janeiro. A admi-
nistração local era exercida pelas câmaras municipais, para
as quais eram eleitos os colonos ricos, chamados “homens
bons”.
A descoberta do Brasil, em 22 de abril de 1500, pela es- O papel da Igreja Católica era da mais alta importância.
quadra comandada por Pedro Álvares Cabral, com destino A ela cabiam tarefas administrativas, a assistência social, o
às Índias, integra o ciclo da expansão marítima portuguesa. ensino e a catequese dos indígenas. Dentre as diversas or-
Inicialmente denominada Terra de Vera Cruz, depois Santa dens religiosas, destacaram-se os jesuítas.
Cruz e, finalmente, Brasil, a nova terra foi explorada a prin- Invasões estrangeiras. Durante o período colonial, o
cípio em função da extração do pau-brasil, madeira de cor Brasil foi alvo de várias incursões estrangeiras, sobretudo
vermelha usada em tinturaria na Europa, e que deu o nome de franceses, ingleses e holandeses. Os franceses chega-
à terra. ram a fundar, em 1555, uma colônia, a França Antártica, na
Várias expedições exploradoras (Gonçalo Coelho, Gas- ilha de Villegaignon, na baía de Guanabara. Somente foram
expulsos em 1567, em combate do qual participou Estácio
par de Lemos) e guarda-costas (Cristóvão Jacques) foram
de Sá, fundador da cidade do Rio de Janeiro (1565). Mais
enviadas pelo rei de Portugal, a fim de explorar o litoral tarde, entre 1612 e 1615, novamente os franceses tentaram
e combater piratas e corsários, principalmente franceses, estabelecer uma colônia no Brasil, desta vez no Maranhão,
para garantir a posse da terra. O sistema de feitorias, já chamada França Equinocial.
utilizado no comércio com a África e a Ásia, foi empregado Os holandeses, em busca do domínio da produção do
tanto para a defesa como para realizar o escambo (troca) açúcar (do qual eram os distribuidores na Europa), inva-
do pau-brasil com os indígenas. A exploração do pau-bra- diram a Bahia, em 1624, sendo expulsos no ano seguinte.
sil, monopólio da Coroa portuguesa, foi concedida ao cris- Em 1630, uma nova invasão holandesa teve como alvo Per-
tão-novo Fernão de Noronha. nambuco, de onde estendeu-se por quase todo o Nordes-
A partir de 1530, tem início a colonização efetiva, com te, chegando até o Rio Grande do Norte. Entre 1637 e 1645,
a expedição de Martim Afonso de Sousa, cujos efeitos fo- o Brasil holandês foi governado pelo conde Maurício de
ram o melhor reconhecimento da terra, a introdução do Nassau, que realizou brilhante administração. Em 1645, os
cultivo da cana-de-açúcar e a criação dos primeiros enge- holandeses foram expulsos do Brasil, no episódio conheci-
do como insurreição pernambucana.
nhos, instalados na recém-fundada cidade de São Vicente,
no litoral de São Paulo, que no século 16 chegou a ter treze Expansão geográfica
engenhos de açúcar. A economia açucareira, entretanto, vai Durante o século 16, foram organizadas algumas entra-
se concentrar no Nordeste, principalmente em Pernambu- das, expedições armadas ao interior, de caráter geralmente
co. Estava baseada no tripé latifúndio--monocultura--es- oficial, em busca de metais preciosos. No século seguin-
cravidão. A cana-de-açúcar, no Nordeste, era cultivada e te, expedições particulares, conhecidas como bandeiras,
beneficiada em grandes propriedades, que empregavam partiram especialmente de São Paulo, com três objetivos:
mão-de-obra dos negros africanos trazidos como escravos, a busca de índios para escravizar; a localização de agru-
e destinava-se à exportação. pamentos de negros fugidos (quilombos), para destruí-los;

28
CONHECIMENTOS GERAIS

e a procura de metais preciosos. As bandeiras de caça ao D. João assinou o tratado de abertura dos portos brasileiros
índio (Antônio Raposo Tavares, Sebastião e Manuel Preto) ao comércio das nações amigas, beneficiando principalmente
atingiram as margens do rio Paraguai, onde arrasaram as a Inglaterra. Terminava assim o monopólio português sobre
“reduções” (missões) jesuíticas. Em 1695, depois de qua- o comércio com o Brasil e tinha início o livre-cambismo, que
se um século de resistência, foi destruído Palmares, o mais perduraria até 1846, quando foi estabelecido o protecionismo.
célebre quilombo do Brasil, por tropas comandadas pelo Além da introdução de diversos melhoramentos (Im-
bandeirante Domingos Jorge Velho. prensa Régia, Biblioteca Pública, Academia Militar, Jardim Bo-
Datam do final do século 17 as primeiras descobertas tânico, faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia e
de jazidas auríferas no interior do território, nas chama- outros), no governo do príncipe regente D. João (que passaria
das Minas Gerais (Antônio Dias Adorno, Manuel de Borba a ter o título de D. João VI a partir de 1816, com o falecimen-
Gato), em Goiás (Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangue- to da rainha D. Maria I) o Brasil foi elevado à categoria de
ra) e Mato Grosso (Pascoal Moreira Cabral), onde foram reino e teve anexadas a seu território a Guiana Francesa e a
estabelecidas vilas e povoações. Mais tarde, foram encon- Banda Oriental do Uruguai, que tomou o nome de província
trados diamantes em Minas Gerais. Um dos mais célebres Cisplatina.
bandeirantes foi Fernão Dias Pais, o caçador de esmeraldas. A partir de 1821, com a volta do rei e da corte para Por-
Ao mesmo tempo que buscavam o oeste, os bandei- tugal, o Brasil passou a ser governado pelo príncipe regen-
rantes ultrapassaram a vertical de Tordesilhas, a linha ima- te D. Pedro. Atendendo principalmente aos interesses dos
ginária que, desde 1494, separava as terras americanas per- grandes proprietários rurais, contrários à política das Cortes
tencentes a Portugal e à Espanha, contribuindo para alargar portuguesas, que desejavam recolonizar o Brasil, bem como
o território brasileiro. As fronteiras ficaram demarcadas por pretendendo libertar-se da tutela da metrópole, que visava
meio da assinatura de vários tratados, dos quais o mais im- diminuir-lhe a autoridade, D. Pedro proclamou a indepen-
portante foi o de Madri, celebrado em 1750, e que pratica- dência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, às margens do
mente deu ao Brasil os contornos atuais. Nas negociações riacho do Ipiranga, na província de São Paulo. É importante
com a Espanha, Alexandre de Gusmão defendeu o princí- destacar o papel de José Bonifácio de Andrada e Silva, à fren-
pio do uti possidetis, o que assegurou a Portugal as terras te do chamado Ministério da Independência, na articulação
já conquistadas e ocupadas. do movimento separatista.
Primeiro reinado. Aclamado imperador do Brasil, D. Pe-
Revoltas coloniais dro I tratou de dar ao país uma constituição, outorgada em
Desde a segunda metade do século 17, explodiram 1824. No início do seu reinado, ocorreu a chamada “guerra
na colônia várias revoltas, geralmente provocadas por in- da independência”, contra as guarnições portuguesas sedia-
teresses econômicos contrariados. Em 1684, a revolta dos das principalmente na Bahia. Em 1824, em Pernambuco, a
Beckman, no Maranhão, voltou-se contra o monopólio confederação do Equador, movimento revoltoso de caráter
exercido pela Companhia de Comércio do Estado do Ma- republicano e separatista, questionava a excessiva centra-
ranhão. Já no século 18, a guerra dos emboabas envolveu lização do poder político nas mãos do imperador, mas foi
paulistas e “forasteiros” na zona das minas; a guerra dos prontamente debelado. Em 1828, depois da guerra contra as
mascates opôs os comerciantes de Recife aos aristocráticos Províncias Unidas do Rio da Prata, o Brasil reconheceu a in-
senhores de engenho de Olinda; e a revolta de Vila Rica, li- dependência do Uruguai.
derada por Filipe dos Santos, em 1720, combateu a institui- Depois de intensa luta diplomática, em que foi muito im-
ção das casas de fundição e a cobrança de novos impostos portante a intervenção da Inglaterra, Portugal reconheceu a
sobre a mineração do ouro. independência do Brasil. Frequentes conflitos com a Assem-
Os mais importantes movimentos revoltosos desse sé- bleia e interesses dinásticos em Portugal levaram D. Pedro I,
culo foram a conjuração mineira e a conjuração baiana, as em 1831, a abdicar do trono do Brasil em favor do filho D.
quais possuíam, além do caráter econômico, uma clara co- Pedro, então com cinco anos de idade.
notação política. A conjuração mineira, ocorrida em 1789, Período regencial. O reinado de D. Pedro II teve início com
também em Vila Rica, foi liderada por Joaquim José da Sil- um período regencial, que durou até 1840, quando foi pro-
va Xavier, o Tiradentes, que terminou preso e enforcado, clamada a maioridade do imperador, que contava cerca de
em 1792. Pretendia, entre outras coisas, a independência quinze anos. Durante as regências, ocorreram intensas lutas
e a proclamação de uma república. A conjuração baiana políticas em várias partes do país, quase sempre provocadas
-- também chamada revolução dos alfaiates, devido à par- pelos choques entre os interesses regionais e a concentração
ticipação de grande número de elementos das camadas do poder no Sudeste (Rio de Janeiro). A mais importante foi
populares (artesãos, soldados, negros libertos) --, ocorri- a guerra dos farrapos ou revolução farroupilha, movimento
da em 1798, tinha idéias bastante avançadas para a época, republicano e separatista ocorrido no Rio Grande do Sul, em
inclusive a extinção da escravidão. Seus principais líderes 1835, e que só terminou em 1845. Além dessa, ocorreram
foram executados. Mais tarde, estourou outro importante revoltas na Bahia (Sabinada), no Maranhão (Balaiada) e no
movimento de caráter republicano e separatista, conhecido Pará (Cabanagem).
como revolução pernambucana de 1817. Segundo reinado. O governo pessoal de D. Pedro II co-
Independência. Em 1808, ocorreu a chamada “inversão meçou com intensas campanhas militares, a cargo do general
brasileira”, isto é, o Brasil tornou-se a sede da monarquia Luís Alves de Lima e Silva, que viria a ter o título de duque
portuguesa, com a transferência da família real e da cor- de Caxias, com a finalidade de pôr termo às revoltas pro-
te para o Rio de Janeiro, fugindo da invasão napoleônica vinciais. A partir daí, a política interna do império brasileiro
na península ibérica. Ainda na Bahia, o príncipe regente viveu uma fase de relativa estabilidade, até 1870.

29
CONHECIMENTOS GERAIS

A base da economia era a agricultura cafeeira, desen- poder central também se mostravam insatisfeitas. Quando
volvida a partir de 1830, no Sudeste, inicialmente nos mor- ocorreu a crise de 1929 -- iniciada com o crash da bol-
ros como o da Tijuca e a seguir no vale do Paraíba flumi- sa de Nova York --, com seus reflexos negativos sobre os
nense (província do Rio de Janeiro), avançando para São preços do café, a desorganização da economia, as diver-
Paulo (vale do Paraíba e oeste paulista). Até 1930, o ciclo do gências político-eleitorais das oligarquias dominantes e as
café constituiu o principal gerador da riqueza brasileira. A aspirações de mudança de amplos setores da sociedade
partir da década de 1850, graças aos empreendimentos de provocaram a deflagração da revolução de 1930, que levou
Irineu Evangelista de Sousa, o barão e depois visconde de Getúlio Vargas ao poder.
Mauá, entre os quais se destaca a construção da primeira
estrada de ferro brasileira, ocorreu um primeiro surto de República Nova
industrialização no país. Sob a chefia de Getúlio Vargas, foi instaurado um go-
A base social do império era a escravidão. Desde o pe- verno provisório que durou até 1934. Embora vitorioso so-
ríodo colonial, os negros escravos constituíam a principal, bre a revolução constitucionalista de 1932, ocorrida em São
e quase exclusiva, mão-de-obra no Brasil. As restrições ao Paulo, Vargas viu-se obrigado a convocar uma assembleia
tráfico negreiro começaram por volta de 1830, por pres- constituinte, que deu ao país uma nova constituição (1934),
sões da Inglaterra, então em plena revolução industrial. Fi- de cunho liberal.
nalmente, em 1888, após intensa campanha abolicionista, Em 1935, a Aliança Nacional Libertadora (ANL) promo-
a chamada Lei Áurea declarava extinta a escravidão no país. veu uma revolta militar, conhecida como intentona comu-
Nesse período, houve uma grande imigração para o Brasil, nista. Aproveitando-se de uma conjuntura favorável, Vargas
sobretudo de alemães e italianos. deu um golpe de estado, em 1937, fechando o Congresso
Na política externa, sobressaíram as guerras do Prata, e estabelecendo uma ditadura de cunho corporativo-fas-
em que o Brasil enfrentou o Uruguai e a Argentina, e a da cista, denominada Estado Novo, regida por uma carta ou-
Tríplice Aliança ou do Paraguai, que reuniu o Brasil, a Ar- torgada, de caráter autoritário. Vargas governou até 1945,
gentina e o Uruguai numa coligação contra o ditador pa- quando foi deposto por novo golpe militar.
raguaio Solano López. A guerra do Paraguai (1864--1870), Durante seu governo, incentivou-se a industrialização,
um dos episódios mais sangrentos da história americana, inclusive com a fundação da Companhia Siderúrgica Nacio-
terminou com a vitória dos aliados. nal, foi estabelecida uma legislação trabalhista, reorgani-
A partir de 1870, a monarquia brasileira enfrentou su- zou-se o aparelho administrativo do Estado, com a criação
cessivas crises (questão religiosa, questão militar, questão de novos ministérios, e cuidou-se da previdência social,
da abolição), que culminaram com o movimento militar, li- entre outros melhoramentos.
derado pelo marechal Deodoro da Fonseca, que depôs o Terceira República. As eleições de 1945 apontaram o
imperador e proclamou a república, em 15 de novembro general Eurico Gaspar Dutra como o novo presidente da
de 1889. República. Em seu governo, o Brasil ganhou uma nova
República Velha. A Primeira República, ou Repúbli- constituição, foi modernizada a estrada de rodagem en-
ca Velha, estendeu-se de 1889 até 1930. Sob a chefia do tre o Rio de Janeiro e São Paulo (rodovia Presidente Dutra)
marechal Deodoro, foi instalado um governo provisório, e começou o aproveitamento hidrelétrico da cachoeira de
que convocou uma assembleia constituinte para elaborar Paulo Afonso.
a primeira constituição republicana, promulgada em 1891. Nesse período, firmaram-se os três grandes partidos
Os governos do marechal Deodoro, e, depois, do marechal que tiveram importância na vida política brasileira até a de-
Floriano Peixoto foram plenos de conflitos com o Legislati- flagração do movimento militar de 1964: o Partido Traba-
vo e rebeliões, como as duas revoltas da Armada. lhista Brasileiro (PTB), o Partido Social Democrático (PSD) e
Com a eleição de Prudente de Morais, tem início a a União Democrática Nacional (UDN). O Partido Comunista
chamada “política do café com leite”, segundo a qual os Brasileiro (PCB) foi posto na ilegalidade.
presidentes da República seriam escolhidos dentre os re- Em 1951, Vargas, candidato do PTB, voltou ao poder,
presentantes dos estados mais ricos e populosos -- São eleito pelo voto popular. Em seu segundo governo, desta-
Paulo e Minas Gerais -- prática que foi seguida, quase sem cou-se a criação da Petrobrás, empresa estatal destinada
interrupções, até 1930. a monopolizar a pesquisa, extração e refino do petróleo.
A economia agrário-exportadora continuou dominan- Foi um período conturbado, que teve no atentado da rua
te. O café representava a principal riqueza brasileira, e os Tonelero (dirigido ao jornalista Carlos Lacerda, mas em que
fazendeiros paulistas constituíam a oligarquia mais pode- morreu um oficial da Aeronáutica) um dos seus episódios
rosa. As classes médias eram pouco expressivas e começa- mais importantes. Pressionado pelas classes conservado-
va a existir um embrião de proletariado. Por ocasião da pri- ras, e ameaçado de deposição por seus generais, Vargas
meira guerra mundial (1914--1918), ocorreu um surto de suicidou-se em 24 de agosto de 1954.
industrialização, em função da substituição de importações A eleição de Juscelino Kubitschek de Oliveira, candida-
européias por produtos fabricados no Brasil. to do PSD, inaugurou a era do desenvolvimentismo. Duran-
A partir da década de 1920, o descontentamento dos te seu governo, orientado pelo Plano de Metas, construiu-
militares explodiu em uma série de revoltas, destacando-se se a nova capital, Brasília, inaugurada em 21 de abril de
a marcha da coluna Prestes, entre 1924 e 1927, que per- 1960; foram abertas numerosas estradas, ligando a capital
correu grande parte do Brasil. As oligarquias alijadas do às diversas regiões do país, entre as quais a Belém--Brasí-

30
CONHECIMENTOS GERAIS

lia; implantou-se a indústria automobilística; e foi impul- plano econômico e a corrupção generalizada contribuíram
sionada a construção das grandes usinas hidrelétricas de para polarizar as preferências eleitorais em 1989 em torno
Três Marias e Furnas. A sucessão presidencial coube a Jânio das candidaturas de Fernando Collor de Mello, apoiado por
Quadros, apoiado pela UDN, que, após sete meses de go- poderosas forças políticas, e Luís Inácio Lula da Silva, do
verno, renunciou. Partido dos Trabalhadores.
A subida de João Goulart ao poder contrariou as clas- A vitória de Fernando Collor provocou uma euforia
ses conservadoras e altos chefes militares. No início de seu momentânea, logo dissipada pelo fracasso dos sucessivos
governo, o Brasil viveu uma curta experiência parlamenta- planos econômicos e pelas denúncias de corrupção que
rista, solução encontrada para dar posse a Goulart. Foi um atingiam figuras próximas ao presidente. Depois de inten-
período marcado por greves e intensa agitação sindical. O sa movimentação popular, Collor foi afastado do governo,
presidente terminou sendo deposto pelos militares, com em 1992, pelo processo de impeachment, conduzido pelo
apoio da classe média, em 1964. Congresso Nacional.
Regime militar. Os governos militares preocuparam-se Fonte: http://www.sohistoria.com.br/ef2/histbrasil/p2.
sobretudo com a segurança nacional. Editaram vários atos
php
institucionais e complementares, promovendo modifica-
ções no funcionamento do Congresso e tomando medi-
Relevo
das de caráter econômico, financeiro e político. Os partidos
O relevo brasileiro é de formação antiga ou pré-cam-
políticos tradicionais foram extintos, e criadas duas novas
agremiações políticas, a Aliança Renovadora Nacional (Are- briana, sendo erodido e, portanto, aplainado. Apresenta o
na) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). predomínio de planaltos, terrenos sedimentares e certas
Em 1967, promulgou-se nova constituição, que esta- áreas com subsolo rico em recursos minerais. Um outro as-
beleceu um poder executivo ainda mais forte. Com o cres- pecto importante consiste na ausência de vulcanismo ativo
cimento da agitação estudantil e operária, foi editado o e fortes abalos sísmicos, fatos explicados pela distância em
Ato Institucional nº 5, que fechou o Congresso. Em 1969, a relação à divisa ou encontro das placas tectônicas, somado
Emenda Constitucional nº 1 deu ao país praticamente uma à idade antiga do território.
nova carta política.
No campo do desenvolvimento econômico, as aten- Clima
ções dos governantes e dos tecnocratas voltaram-se prio- O país apresenta o predomínio de climas quentes ou
ritariamente para o combate à inflação, que atingira níveis macrotérmicos, devido à sua localização no planeta, apre-
alarmantes; para a construção de obras de infraestrutura, sentando uma grande porção de terras na Zona Intertro-
sobretudo nas áreas de transportes -- como a rodovia pical e uma pequena porção na Zona Intertropical e uma
Transamazônica e a ponte Rio--Niterói (oficialmente, ponte pequena porção na Zona Temperada do Sul.
Presidente Costa e Silva) --, de comunicações -- com a im- É fundamental perceber que a diversidade climática do
plantação do sistema de comunicação por satélite -- e de País é positiva para a agropecuária e é explicada por vários
energia, com a construção da usina hidrelétrica de Itaipu fatores, destacando-se a latitude e a atuação das massas
-- por meio de um convênio com o Paraguai -- e com a as- de ar.
sinatura de um acordo com a Alemanha para a construção
de usinas nucleares. DOMÍNIO AMAZÔNICO
O governo Geisel iniciou um processo de abertura
democrática, lenta e gradual, desembocando na anistia Relevo
política, que permitiu a volta ao país de numerosos exi- O Domínio Geoecológico Amazônico apresenta um re-
lados. Em seguida à anistia, veio o fim do bipartidarismo, levo formado essencialmente por depressões , originando
e foram criados vários partidos políticos. No final da dé-
os baixos planaltos e as planícies aluviais. Apenas nos ex-
cada de 1970, o movimento popular e sindical tomou um
tremos norte e sul desse domínio, é que ocorrem maiores
novo alento, o que levaria, nos primeiros anos da década
altitudes, surgindo os planaltos das Guianas ao norte e o
seguinte, ao movimento das “diretas já”, que, embora não
Central (Brasileiro) ao sul. (Classificação de Aroldo de Aze-
fosse vitorioso, permitiu em 1985 a eleição indireta pelo
Congresso de Tancredo Neves, do Partido do Movimento vedo).
Democrático Brasileiro (PMDB), para a presidência da Re- O planalto das Guianas, situado no extremo norte do
pública. Com a morte de Tancredo Neves, na véspera da Brasil, corresponde ao escudo cristalino das Guianas. Tra-
posse, assumiu seu vice-presidente, José Sarney. ta-se, portanto, de terrenos cristalinos do pré-cambriano,
  altamente desgastado pela erosão, apresentando, como
Nova República conseqüência, modestas cotas altimétricas em sua maior
O governo Sarney teve como fato econômico mais parte. Entretanto, nas fronteiras com as Guianas e a Ve-
importante a implantação do Plano Cruzado, com vistas nezuela, existe uma região de serras, onde aparecem os
a combater a inflação pelo congelamento de preços e da pontos culminantes do relevo brasileiro: o pico da Neblina
troca da moeda. O fato político marcante do período foi a (serra do Imeri), o pico 31 de Março e o monte Roraima.
eleição de uma assembleia nacional constituinte, que em Dentre as serras podemos citar: Parima, Pacaraima, Suru-
1988 deu ao Brasil uma nova constituição. O fracasso do cucu, Tapirapecó, Imeri, etc.

31
CONHECIMENTOS GERAIS

A maior parte do Domínio Amazônico apresenta um Apresenta a maior variedade de peixes existentes em
relevo caracterizado por terras baixas. As verdadeiras planí- todas as bacias hidrográficas do mundo. A pesca tem uma
cies (onde predomina a acumulação de sedimentos) ocor- grande expressão na alimentação da população local.
rem somente ao longo de alguns trechos de rios regionais; Além da grande quantidade de rios na região existem
os baixos planaltos (ou platôs), também de origem sedi- os igarapés (córregos ou riachos); os furos (braços de água
mentar, mas em processo de erosão, apresentam a princi- que ligam um rio a outro ou a um lago); os paranás-mirins
pal e mais abrangente forma de relevo da Amazônia. (braços de rios que contornam elevações formando ilhas
fluviais) e lagos e várzea.
Clima
A Amazônia apresenta o predomínio do clima Equato- Solos
rial. Trata-se de um clima quente e úmido. Região de baixa A maior parte do Domínio Amazônico apresenta so-
latitude, apresenta médias térmicas mensais elevadas que los de baixa fertilidade. Apenas em algumas áreas restritas,
variam de 24 ºC e 27 ºC. ocorrem solos de maior fertilidade natural, como os solos
A amplitude térmica anual, isto é, as diferenças de tem- de várzeas em alguns trechos dos rios regionais e a terras
peraturas entre as médias dos meses mais quentes e mais pretas, solo orgânico bastante fértil (pequenas manchas).
frios, é bastante baixa (oscilações inferiores a 2 ºC); os índi-
ces pluviométricos são extremamente elevados, de 1500 a Vegetação
2500 mm ao ano, chegando a atingir 4.000 mm; o período A floresta amazônica, principal elemento natural do
de estiagens é bastante curto em algumas áreas. A região é Domínio Geoecológico Amazônico, abrangia quase 40% da
marcada por chuvas o ano todo. área do País. Além do Brasil, ocupa áreas das Guianas, Ve-
nezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia, cobrindo cerca
de 5 milhões de km².
A floresta Amazônica possui as seguintes característi-
Clima Equatorial cas:
Este pluviograma apresenta a região de Uaupés, no Es- • Latifoliada: com vegetais de folhas largas e gran-
tado do Amazonas, com o tipo de clima predominante na des;
área. Observe que a linha de temperatura não cai a menos • Heterogênea: apresenta grande variedade de es-
de 24 ºC e que a pluviosidade é alta durante o ano todo, pécies vegetais, ou grande biodiversidade;
não se observando estação seca. • Densa: bastante compacta ou intricada com plan-
As precipitações que ocorrem nessa região são exem- tas muito próximas uma das outras;
plos de chuvas de convecção, resultantes do movimento • Perene: sempre verde, pois não perde as folhas no
ascendente do ar carregado de umidade; essas correntes outono-inverno como as florestas temperadas (caducifó-
de ar ascendentes são conseqüências do encontro dos lias);
ventos alísios (convergência dos alísios). • Higrófila: com vegetais adaptados a um clima bas-
A massa de ar Equatorial Continental (Ec) é responsável tante úmido;
pela dinâmica do clima em quase toda a região. Somente • Outros nomes: Hiléia, denominação dada por Ale-
na porção ocidental a frente fria (Polar Atlântica) atinge a xandre Von Humboldt, Inferno Verde, por Alexandre Rangel
Amazônia durante o inverno, ocasionando uma queda de e Floresta Latifoliada Equatorial.
temperatura denominando friagem. Apresenta aspectos diferenciados dependendo, princi-
A massa de ar Equatorial Atlântica (Ea) exerce alguma palmente da maior ou menor proximidade dos cursos flu-
influência somente em áreas litorâneas (AP e PA). viais. Pode ser dividida em três tipos básicos ou florestais:
• Caaigapó: ou mata de igapó, localizada ao longo
Hidrografia dos rios nas planícies permanentemente inundadas. São
A hidrografia regional é riquíssima, representada quase espécies do Igapó a vitória-régia, piaçava, açaí, cururu, ma-
que totalmente pela bacia amazônica. rajá, etc.
O rio principal, Amazonas, é um enorme coletor das • Mata de várzea: localizada nas proximidades dos
chuvas abundantes na região (clima Equatorial); seus rios, parte da floresta que sofre inundações periódicas.
afluentes provêm tanto do hemisférico norte (margem es- Como principais espécies temos a seringueira (Hevea bra-
querda), como o Negro, Trombetas, Jari, Japurá, etc., quan- siliensis), cacaueiro, sumaúma, copaíba, etc.
to do hemisfério sul (margem direita), como o Juruá, Purus, • Caaetê: ou mata de terra firme, parte da floresta
Madeira, Tapajós, Xingu, etc. Esse fato explica o duplo pe- da maior extensão localizada nas áreas mais elevadas (bai-
ríodo de cheias anuais em seu médio curso. xos planaltos), que nunca são atingidas pelas enchentes.
O rio Amazonas (e alguns trechos de seus afluentes) Além de apresentar a maior variedade de espécies, possui
é altamente favorável à navegação. Por outro lado, o po- as árvores de maior porte. São espécies vegetais do Caaetê
tencial hidráulico dessa bacia é atualmente considerado o o angelim, caucho, andiroba, castanheira, guaraná, mogno,
mais elevado do Brasil, localizado sobretudo nos afluentes pau-rosa, salsaparrilha, sorva, etc.
da margem direita que formam grande número de quedas
e cachoeiras nas áreas de contatos entre o planalto Brasilei-
ro e as terras baixas amazônicas (Tocantis, Tucuruí).

32
CONHECIMENTOS GERAIS

O DOMÍNIO DOS CERRADOS Clima


O principal clima do Cerrado é tropical semi-úmido;
O Cerrado é um domínio geoecológico característico apresenta estações do ano bem definidas, uma bastante
do Brasil Central, apresentando terrenos cristalinos (as cha- chuvosa (verão) e outra seca (inverno); as médias térmicas
madas “serras”) e sedimentares (chapadas), com solos mui- são elevadas, oscilando entre 20 ºC a 28 ºC e os índices
to precários, ácidos, muito porosos, altamente lixiviados e pluviométricos variam em torno de 1.500 mm.
laterizados. Verifica-se pelo climograma anterior a estação seca no
A expansão contínua da agricultura e pecuária moder- meio do ano, destacando-se a queda de temperatura.
nas exige o uso de corretivos com calagens e nutrientes,
que é a fertilização artificial do solo. A mecanização inten- Vegetação
siva tem aumentado a erosão e a compactação dos solos. O Cerrado é a vegetação dominante; apresenta normal-
A região tem sido devastada nas últimas décadas pela agri- mente dois estratos: um arbóreo-arbustivo, com árvores de
cultura comercial policultora (destaque para a soja). pequeno porte (pau-santo, lixeira, pequi) e outro herbáceo,
O Cerrado apresenta dos estratos: o arbóreo-arbustivo de gramíneas e vegetação rasteiras com várias espécies de
e o herbáceo. As árvores de pequeno porte, com troncos e capim (barba-de-bode, flechinha, colonião, gordura, etc.).
galhos retorcidos, cascas grossas e raízes profundas, deno- Os arbustos possuem os troncos e galhos retorcidos,
tam raquitismo, e o lençol freático profundo. A produção caule grosso, casca espessa e dura e raízes profundas. O es-
da lenha e de carvão vegetal continua a ocorrer, apesar das paçamento entre arbusto e árvores é grande favorecendo a
proibições e alertas, bem como da prática das queimadas. prática da pecuária extensiva.
Ao longo dos rios, conseqüência da maior umidade do
Localização solo, surgem pequenas e alongas florestas, denominadas
O Domínio Geoecológico do Cerrado ocupa quase Matas Galeiras ou Ciliares. Essas formações vegetais são
todo o Brasil Central, abrangendo não somente a maior de grande importância para a ecologia local, pois evitam
parte da região Centro-Oeste, mas também trechos de Mi- a erosão das margens impedindo o assoreamento dos rios;
nas Gerais, parte ocidental da Bahia e sul do Maranhão / favorecem ainda a fauna e a vida do rio.
Piauí. Nos últimos anos, como conseqüências da expansão
da agricultura na região, as Matas Galerias e o Cerrado so-
Relevo frem intenso processo de destruição, afetando o meio am-
A principal unidade geomorfológica do Cerrado é o biente regional.
planalto Central, constituído por terrenos cristalinos, bas-
tante desgastados pelos processos erosivos, e por terrenos O DOMÍNIO DAS CAATINGAS
sedimentares que formam as chapadas e os chapadões.
Destacam-se nesse planalto as chapadas dos Parecis, Este domínio é marcado pelo clima tropical semi-árido,
dos Guimarães, das Mangabeiras e o Espigão Mestre, que vegetação de caatinga, relevo erodido, destacando-se o
divide das águas das bacias do São Francisco e Tocantins. maciço nordestino e a hidrografia intermitente.
Na porção sul desse domínio (MS e GO) localiza-se A Zona da Mata ou litoral oriental é a sub-região mais
parte do planalto Meridional, com a presença de rochas industrializadas, mais populosa, destacando-se o solo de
vulcânica (basalto) intercaladas por rochas sedimentares, massapé (calcário e gnaisse), com as tradicionais lavouras
formando as cuestas Maracaju, Caiapó, etc. comerciais de cana e cacau. O agreste apresenta pequena
propriedades com policultura visando a abastecer o litoral.
Solos O sertão é marcado pela pecuária em grandes proprieda-
No Domínio do Cerrado predominam os solos pobres des. Já o Meio-Norte, apresenta grandes propriedades com
e bastante ácidos (pH abaixo de 6,5). São solos altamente extrativismo.
lixiviados e laterizados, que para serem utilizados na agri-
cultura, necessitam de corretivos; utiliza-se normalmente Clima
o método da calagem, que é a adição de calcário ao solo, O Domínio da Caatinga apresenta como característica
visando à correção do pH. mais marcante a presença do clima semi-árido. É um tipo
Ao sul desse domínio (planalto Meridional) aparecem de clima tropical, portanto, quente, mais próximo do árido
significativas manchas de terra roxa, de grande fertilidade (seco); as médias de chuvas anuais são inferiores a 1000
natural (região de Dourados e Campo Grande). mm (Cabaceiras, PB – 278 mm, mais baixa do Brasil), con-
centradas num curto período (três meses do ano) – chuvas
Hidrografia de outono-inverno. A longa estação seca é bastante quen-
A densidade hidrográfica é baixa; as elevações do te, com estiagens acentuadas.
planalto Central (chapadas) funcionam como divisores de Esse pluviograma da região Cabaceiras, Na Paraíba, é o
águas entre as bacias Amazônica (rios que correm para o mais representativo do clima semi-árido do Sertão nordes-
norte) e Platina (Paraná e Paraguai que correm para o sul) tino. A região apresenta o menor índice pluviométrico do
e do São Francisco. Brasil, com 278 mm de chuvas. Observe o predomínio do
São rios perenes com regime tropical, isto é, as cheias tempo seco e a temperatura elevada durante o ano todo.
ocorrem no verão e as vazantes no inverno.

33
CONHECIMENTOS GERAIS

A baixa e irregular quantidade de chuvas dói Domínio Relevo


da Caatinga pode ser explica pela situação da região em No domínio das Caatingas predominam depressões
relação à circulação atmosférica (massa de ar), relevo, geo- interplanálticas, exemplificadas pela Sertaneja e a do São
logia, etc. Francisco.
Trata-se de uma área de encontro ou ponto final de A leste atinge o planalto de Borborema (PE) e a Chapada
quatro sistemas atmosféricos: as massas de ar Ec, Ta, Ea e Diamantina (sul da Bahia). A oeste estende-se até o Espigão
Pa. Quando essas massas de ar atingem a região, já perdem Mestre e a Chapada das Mangabeiras. Nos limites setentrio-
grande parte de sua umidade. nais desse domínio, localizam inúmeras serras ou chapadas
O Planalto de Borborema raramente ultrapassa 800 m residuais, como Araripe, Grande, Ibiapada, Apodi, etc.
de altitude, sendo descontínuo. Portanto, é incapaz de pro- O interior do planalto Nordestino é uma área em pro-
vocar a semi-aridez da área sertaneja. cesso de pediplanação, isto é, a importância das chuvas é
A presença de rochas cristalinas (impermeáveis) e solos pequena (clima semi-árido) nos processos erosivos, predo-
minando o intemperismo físico (variação de temperatura) e
rasos dificulta a formação do lençol freático em algumas
ação dos ventos (erosão eólica), que vão aplainando pro-
áreas, acentuando o problema da seca.
gressivamente o relevo (fragmentação de rochas e de blo-
Um dos mitos ou explicações falsas do subdesenvol-
cos).
vimento nordestino é a afirmação de que as secas cons- É comum no quadro geomorfológico nordestino a pre-
tituem a principal causa do atraso socioeconômico dessa sença de inselbergs, que são morros residuais, composto
região, causando também migração para São Paulo e Rio normalmente por rochas cristalinas.
de Janeiro. Os solos do Domínio da Caatinga são, geralmente,
Na realidade, a pobreza regional é muito mais bem ex- pouco profundas devido às escassas chuvas e ao predomí-
plicada pelas causas históricas e sociais. nio do intemperismo físico. Apesar disso, apresentam boa
As arcaicas estruturas socioeconômicas regionais (es- quantidade de minerais básicos, fator favorável à prática da
truturas fundiária, predomínio da agricultura tradicional de agricultura. A limitação da atividade agrícola é representada
exportação, governos controlados pelas elites locais, bai- pelo regime incerto e irregular das chuvas, problema que
xos níveis salariais, analfabetismo, baixa produtividade nas poderia ser solucionado com a prática de técnicas adequa-
atividades econômicas, etc.) explicam muito melhor o sub- das de irrigação.
desenvolvimento nordestino que as causas naturais. A paisagem arbustiva típica do Sertão Nordestino, que
A seca é apenas mais agravante, que poderia ser solu- dá o nome a esse domínio geoecológico, é a Caatinga (caa
cionada com o progresso socioeconômico regional. = mata; tinga = branco). Possui grande heterogeneidade
quanto ao seu aspecto e composição vegetal.
Hidrografia Em algumas áreas, forma-se uma mata rala ou aberta,
A mais importante bacia hidrográfica do Domínio da com muitos arbustos e pequenas árvores, tais como juazei-
Caatinga é a do São Francisco. Apesar de percorrer áreas ro, a aroeira, baraúna, etc. Em outras áreas o solo apresenta-
de clima semi-árido, é um rio perene embora na época das se quase que descoberto, proliferando os vegetais xerófilos,
secas possua um nível baixíssimo de águas. É navegável em como as cactáceas (mandacaru, facheiro, xique-xique, coroa
seu médio curso numa extensão de 1370 km, no trecho que de frade, etc.) e as bromeliáceas (macambira).
vai de Juazeiro (BA) a Pirapora(MG). Atualmente essa nave- É uma vegetação caducifólia, isto é, na época das secas
gação é de pouca expressão na economia regional, devido as plantas perdem suas folhas, evitando-se assim a evapo-
à concorrência das rodovias. Rio de planalto, apresenta, transpiração.
Os brejos são as mais importantes áreas agrícolas do
sobretudo em seu baixo curso, várias quedas, favorecen-
sertão. São áreas de maior umidade, localizadas em encos-
do a produção de energia elétrica (usinas de Paulo Afonso,
tas das serras ou vales fluviais, isto é, regatos e riachos. As
Sobradinho etc.).
cabeceiras são formadas pelos “olhos d’água” (minas).
A maior parte de seus afluentes são intermitentes ou
temporários, reflexo das condições locais. Projetos
Além do São Francisco, existem vários outros que dre- A região Nordeste é marcada por projetos, destacando
nam a Caatinga: os rios intermitentes da bacia do Nordeste os relacionados à irrigação. O mais famoso envolve as ci-
como o Jaguaribe, Acaraú, Apodi, Piranhas, Capibaribe, etc. dades vizinhas e separadas pelo rio São Francisco, Petrolina
(PE) e Juazeiro (BA). O clima seco e a irrigação controlada
Convém lembrar que o rio São Francisco possui três favorecem o controle de pragas, e o cultivo de frutas para
apelidos importantes: exportação marca a paisagem, com influência de capital es-
• Rio dos Currais: devido ao desenvolvimento da trangeiro.
pecuária extensiva no sertão. Porém, existem projetos eleitoreiros, que não saem do
• Rio da Unidade Nacional: devido ao seu trecho na- papel, como o da transposição das águas do São Francisco:
vegável ligando o Sudeste ao Nordeste, sendo as regiões antiga ideia de construir um canal artificial, envolvendo Ca-
mais importantes na fase colonial. brobó (PE) e Jati (CE), ligando os rios São Francisco ao Jagua-
• Rio Nilo Brasileiro: devido à semelhança com o rio ribe, com 115 km. Deste canal, nasceriam outros, levando
africano, pois nasce numa área úmida (MG – serra da Ca- águas para o Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.
nastra) e atravessa uma área seca, sendo perene. Além de Mas o projeto é polêmico, podendo colocar em risco o rio
apresentar o sentido sul-norte e ser axorréico. São Francisco.

34
CONHECIMENTOS GERAIS

O DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS Esses rios apresentam cheias de verão e vazante de in-
verno (regime pluvial tropical).
Localização
Esse domínio geoecológico localiza-se na porção Clima
oriental do País, desde o Nordeste até o Sul. Na região Su- O Domínio dos Mares de Morros apresenta o predomí-
deste, penetra para o interior, abrangendo o centro-sul de nio do clima tropical úmido. Na Zona da Mata Nordestina,
Minas Gerais e São Paulo. as chuvas concentram-se no outono e inverno.
Na região Sudeste, devido a maiores altitudes, o clima
Relevo é o tropical de altitude, com médias térmicas anuais entre
O aspecto característico do Domínio dos Mares de 14 ºC e 22 ºC. As chuvas ocorrem no verão, que é muito
Morros encontra-se no relevo e nos processos erosivos. quente. No inverno, as médias térmicas são mais baixas,
O planalto Atlântico (Classificação Aroldo Azevedo) é a por influência da altitude e da massa de ar Pa (Polar Atlân-
unidade do relevo que mais se destaca; apresenta terrenos cia).
cristalinos antigos, datados do pré-cambriano, correspon- No litoral, sobretudo no norte de São Paulo, a pluviosi-
dendo ao Escudo Atlântico. Nesse planalto estão situadas dade é elevadíssima, conseqüência da presença da serra do
as terras altas do Sudeste, constituindo um conjunto de sa- Mar, que barra a umidade vinda do Atlântico (chuvas oro-
liência ou elevações, abrangendo áreas que vão do Espírito gráficas ou de relevo). Em Itapanhaú, litoral de São Paulo,
Santo a Santa Catarina. foi registrado o maior anual de chuvas (4.514 mm).
Entre as várias serras regionais como a do Mar, Man-
tiqueira, Espinhaço, Geral, Caparão (Pico da Bandeira = 2 Vegetação
890 m), etc. A principal paisagem vegetal desse domínio era, ori-
A erosão, provocada pelo clima tropical úmido, as- ginalmente, representada pela mata Atlântica ou floresta
sociada a um intemperismo químico significativo sobre latifoliada tropical. Essa formação florestal ocupava as ter-
os terrenos cristalinos (granito/gnaisse), é um dos fatores ras desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul,
responsáveis pela conformação do relevo, com a presença cobrindo as escarpas voltadas para o mar e os planaltos in-
de morros com vertentes arredondadas (morros em Meia teriores do Sudeste. Apresentava, em muitos trechos, uma
Laranja, Pães-de-Açúcar). vegetação imponente, com árvores de 25 a 30 metros de
Entre a serra do Mar e a da Mantiqueira, localiza-se a altura, como perobas, pau-d’alho, figueiras, cedros, jaca-
depressão do rio Paraíba do Sul (vale do Paraíba) formada randá, jatobá, jequitibá, etc.
a partir de uma fossa tectônica. Com o processo de ocupação dessas terras brasileiras,
essa floresta sofreu grandes devastações. No início, foi a
Solos extração do pau-brasil; posteriormente, a agricultura da ca-
Na Zona da Mata Nordestina encontra-se um solo de na-de-açúcar (Nordeste) e a do café (Sudeste).
grande fertilidade, denominando massapé; originou-se da Atualmente, restam apenas alguns trechos esparsos
decomposição do granito, gnaisse e, ás vezes, do calcário. em encostas montanhosas.
No Sudeste, ocorre a presença de um solo argiloso,
de razoável fertilidade, formado, principalmente, pela de- O DOMÍNIO DAS ARAUCÁRIAS
composição do granito em climas úmidos, denominado
salmourão. Localização
É o domínio geoecológico brasileiro mais sujeito aos Abrange áreas altas do Centro-Sul do País, sobretudo
processos erosivos, conseqüência do relevo acidentado e Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
da ação de clima tropical úmido. O intemperismo quími-
co atinge profundamente as rochas dessa área, formando Relevo
solos profundos, intensamente trabalhados pela ação das O Domínio das Araucárias ocupa áreas pertencentes ao
chuvas e enxurradas. É comum a ocorrência de deslizamen- Planalto Meridional do Brasil; as altitudes variam entre 800
tos, causados pela destruição da vegetação natural, práti- e 1.300 metros; apresentam terrenos sedimentares (Paleo-
cas agrícolas inadequadas, etc. zóico), recobertos, em partes, por lavas vulcânicas (basalto)
datadas do Mesozóico.
Hidrografia Além do planalto arenito basáltico, surgem a Depres-
As terras altas do Sudeste dividem as águas de várias são Periférica e suas cuestas. São relevos salientes, forma-
bacias Paranaica (Grande Tietê, etc.), bacias Secundárias do dos pela erosão diferencial, ou seja, ação erosiva sobre ro-
Leste (Paraíba do Sul, Doce) e Sul. chas de diferentes resistências; apresentam uma vertente
A maior parte dos rios são planálticos, encachoeira- inclinada, denominada frente ou front e um reverso suave.
dos, com grande número de quedas ou saltos, corredeiras Essas frentes de cuestas são chamadas serras: Geral, Botu-
e com elevado poder de erosão. O potencial hidráulico é catu, Esperança, etc.
também de vários rios de maior extensão que correm dire-
tamente para o mar (bacias Secundárias ). A serra do Mar Solos
representa uma linha de falhas que possibilita, também, a Aparecem, nesse domínio, solos de grande fertilidade
produção energética (exemplo: usinas Henry Borden I e II natural, como a terra roxa a oeste do Paraná, solo de ori-
que aproveitam as águas do sistema Tietê – Pinheiros- Bil- gem vulcânica, de cor vermelha, formado pela decomposi-
lings). ção do basalto.

35
CONHECIMENTOS GERAIS

Em vários trechos do Rio Grande do Sul, ocorrem vastas • A bacia hidrográfica do Paraná possui o maior poten-
áreas do solos fértil, denominando brunizem (elevado teor cial hidrelétrico instalado no País.
de matéria orgânica). • Hidrovia do Tietê-Paraná.
São encontrados ainda, nesse domínio, solos ácidos, po- • O rio Uruguai e rio Iguaçu apresentam um regime
bre em mineiras e de baixa fertilidade natural. subtropical.

Clima O DOMÍNIO DAS PRADARIAS


O domínio das araucárias apresenta como clima pre-
dominante o subtropical. Ao contrário dos demais climas O Domínio das Pradarias, também, conhecido como
brasileiros, pode ser classificado como mesotérmico, isto é, Campanha Gaúcha ou Pampas, abrange vastas áreas (Cen-
temperaturas médias, não muito elevadas. tro-Sul) do Rio Grande do Sul, constituindo-se em um pro-
As chuvas ocorrem durante o ano todo; durante o verão longamento dos campos ou pradarias do Uruguai e Argen-
são provocadas pela massa deserta (Tropical Atlântica). No tina pelo território brasileiro.
inverno, é freqüente a penetração da massa Polar Atlânti- O centro-sul do Rio Grande do Sul é marcado por baixa
ca (Pa) ocasionando chuvas frontais, precipitações causadas densidade demográfica, clima subtropical e por uma eco-
pelo encontro da massa de ar quente (Ta) com a fria (Pa). nomia que apresenta cultivos mecanizados (soja) ou gran-
Os índices pluviométricos são elevados, variando de 1.250 a des estâncias com pecuárias extensiva. O povoamento é de
2.000 mm anuais. origem ibérica.
Forte influência da massa de ar Polar Atlântica principal-
mente no outono e no inverno, quando é responsável pela Relevo
formação de geadas, quedas de neve em São Joaquim (SC). Este domínio engloba três unidades do relevo brasi-
Gramado (RS) e São José dos Ausentes (RS), chuvas frontais leiro: planaltos e chapadas da bacia do paraná (oeste), de-
e redução acentuada de temperatura. pressão periférica sul-rio-grandense (centro) e o planalto
sul-rio-grandense (centro) e o planalto sul-rio-grandense
Vegetação (leste). Trata-se de um baixo planalto cristalino com alti-
O Domínio das Araucárias apresenta o predomínio da tudes médias entre 200 e 400 metros, onde se destacam
floresta aciculifoliada subtropical ou floresta das Araucárias. conjuntos de colinas onduladas denominadas coxilhas, ou
Originalmente, localizava-se das terras altas de São Paulo até seja, pequenas elevações onduladas. As saliências mais sig-
o Rio Grande do Sul, sendo o único exemplo brasileiro de nificativas (cristas), de maior altitudes, são chamadas regio-
conífera. Também denominada mata dos Pinhais, apresenta nalmente de cerros.
as seguintes características gerais: No litoral do Rio Grande do Sul são comuns as lagoas
• Os pinheiros apresentam folhas em forma de agulha costeiras (Patos, Mirim e Mangueira), isoladas pelas restin-
(aciculifoliadas). gas, as faixas de areia depositada paralelamente ao litoral,
• Ocupam principalmente os planaltos meridionais do graças ao dinamismo oceânico, formando um aterro na-
Brasil. tural.
• Não é uma floresta homogênea porque possui man-
chas de vegetais latifoliados. Clima
• É uma formação de vegetação menos densa. O clima é subtropical com temperatura média anual
• Foi intensamente devastada. baixa, devido a vários fatores, destacando-se a latitude e a
• Área de colonização européia no século XIX (italianos ocorrência de frentes frias (mPa).
e alemães) Apresenta considerável amplitude térmica e, no verão,
as áreas mais quentes são Vale do Uruguai e a Campanha
Hidrografia Gaúcha, que registram máximas diárias acima de 38º. As
O Domínio das Araucárias é drenado, principalmente, chuvas são regulares.
por rios pertencentes às bacias Paranaica e do Uruguai (alto
curso). Vegetação
São rios de planaltos com belíssimas cachoeiras e que- A paisagem vegetal típica é constituída pelos Campos
das, o que lhes confere em elevado potencial hidráulico. Limpos ou Pampas, onde predominam gramíneas, cuja al-
Embora o Paraná apresente um regime tropical, com tura varia de 10 a 50 cm aproximadamente. É a vegetação
cheias de verão (dezembro a março), a maior parte dos brasileira (natural) mais favorável à prática da pecuária, tra-
rios desse domínio possui regime subtropical (Uruguai, por dicional atividade dessa região.
exemplo), com duas cheias e duas vazantes anuais, apresen-
tando pequena variação em sua vazão, conseqüência do re- Nos vales fluviais, surgem capões de matas (matas de
gime de chuvas, distribuído durante o ano todo. galerias ou ciliares) que quebram a monotonia da paisa-
gem rasteira, formando verdadeiras ilhas de vegetação em
Características Gerais meio aos campos.
• Bacias do rio Paraná (parte) e do rio Uruguai (alto cur-
so). Solos
• Os afluentes da margem esquerda do rio Paraná se for- Apresentam boa fertilidade natural.
mam nos planaltos e nas serras da porção oriental das re- Formação de areais e campos de dunas no sudoeste do
giões Sudeste e Sul; portanto, correm de leste para o oeste. Rio Grande do Sul (Alegrete, Quarai, Cacequi).

36
CONHECIMENTOS GERAIS

A utilização do conceito de desertificação é conside- c) Inalienabilidade: os direitos fundamentais não pos-


rado inadequado para a região, porque ela não apresenta suem conteúdo econômico-patrimonial, logo, são intransfe-
um clima árido ou semi-árido, como também não existem ríveis, inegociáveis e indisponíveis, estando fora do comércio,
evidências de que o processo estaria alterando o clima re- o que evidencia uma limitação do princípio da autonomia
gional, sendo assim o termo mais indicado, segundo a pes- privada.
quisadora Dirce Suertegaray, é arenização. d) Irrenunciabilidade: direitos fundamentais não podem
O geógrafo José Bueno Conti utiliza o termo deserti- ser renunciados pelo seu titular devido à fundamentalidade
ficação ecológica, que corresponde ao processo interativo material destes direitos para a dignidade da pessoa humana.
entre o homem (uso predatório dos recursos naturais por e) Inviolabilidade: direitos fundamentais não podem
meio da agricultura e da pecuária) e o meio ambiente (cli- deixar de ser observados por disposições infraconstitucionais
ma úmido – arenito Botucatu). ou por atos das autoridades públicas, sob pena de nulidades.
f) Indivisibilidade: os direitos fundamentais compõem
Hidrografia um único conjunto de direitos porque não podem ser anali-
sados de maneira isolada, separada.
Envolve partes das bacias hidrográficas do Uruguai e
g) Imprescritibilidade: os direitos fundamentais não
do Sudeste e Sul. Os rios desse domínio são perenes mas
se perdem com o tempo, não prescrevem, uma vez que são
de baixa densidade hidrográfica, com traçados meândricos
sempre exercíveis e exercidos, não deixando de existir pela
(curvas), favoráveis à navegação. falta de uso (prescrição).
Alguns correm para o Leste (bacia Secundária do Sul), h) Relatividade: os direitos fundamentais não podem
desaguando nas lagoas litorâneas como Patos (maior do ser utilizados como um escudo para práticas ilícitas ou como
Brasil), Mangueira e Mirim. Os rios Jacuí (Guaíba) e Cama- argumento para afastamento ou diminuição da responsabili-
quã são exemplos. Outros correm em direção ao Oeste (ba- dade por atos ilícitos, assim estes direitos não são ilimitados e
cia do Uruguai), como os rios Quarai, Ijuí, etc. encontram seus limites nos demais direitos igualmente con-
sagrados como humanos.

8. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: Vale destacar que a Constituição vai além da proteção
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS dos direitos e estabelece garantias em prol da preservação
E COLETIVOS, DIREITOS SOCIAIS, destes, bem como remédios constitucionais a serem utiliza-
NACIONALIDADE, CIDADANIA, DIREITOS dos caso estes direitos e garantias não sejam preservados.
POLÍTICOS. Neste sentido, dividem-se em direitos e garantias as previ-
sões do artigo 5º: os direitos são as disposições declaratórias
e as garantias são as disposições assecuratórias.
O legislador muitas vezes reúne no mesmo dispositivo
O título II da Constituição Federal é intitulado “Direitos o direito e a garantia, como no caso do artigo 5º, IX: “é livre
e Garantias fundamentais”, gênero que abrange as seguin- a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
tes espécies de direitos fundamentais: direitos individuais e comunicação, independentemente de censura ou licença” – o
coletivos (art. 5º, CF), direitos sociais (genericamente pre- direito é o de liberdade de expressão e a garantia é a vedação
vistos no art. 6º, CF), direitos da nacionalidade (artigos 12 e de censura ou exigência de licença. Em outros casos, o legis-
13, CF) e direitos políticos (artigos 14 a 17, CF). lador traz o direito num dispositivo e a garantia em outro: a
Em termos comparativos à clássica divisão tridimen- liberdade de locomoção, direito, é colocada no artigo 5º, XV,
sional dos direitos humanos, os direitos individuais (maior ao passo que o dever de relaxamento da prisão ilegal de ofí-
cio pelo juiz, garantia, se encontra no artigo 5º, LXV1.
parte do artigo 5º, CF), os direitos da nacionalidade e os
Em caso de ineficácia da garantia, implicando em viola-
direitos políticos se encaixam na primeira dimensão (direi-
ção de direito, cabe a utilização dos remédios constitucionais.
tos civis e políticos); os direitos sociais se enquadram na se-
Atenção para o fato de o constituinte chamar os remé-
gunda dimensão (direitos econômicos, sociais e culturais) e dios constitucionais de garantias, e todas as suas fórmulas
os direitos coletivos na terceira dimensão. Contudo, a enu- de direitos e garantias propriamente ditas apenas de direitos.
meração de direitos humanos na Constituição vai além dos
direitos que expressamente constam no título II do texto Direitos e deveres individuais e coletivos
constitucional. O capítulo I do título II é intitulado “direitos e deveres in-
Os direitos fundamentais possuem as seguintes carac- dividuais e coletivos”. Da própria nomenclatura do capítulo já
terísticas principais: se extrai que a proteção vai além dos direitos do indivíduo
a) Historicidade: os direitos fundamentais possuem e também abrange direitos da coletividade. A maior parte
antecedentes históricos relevantes e, através dos tempos, dos direitos enumerados no artigo 5º do texto constitu-
adquirem novas perspectivas. Nesta característica se en- cional é de direitos individuais, mas são incluídos alguns
quadra a noção de dimensões de direitos. direitos coletivos e mesmo remédios constitucionais pró-
b) Universalidade: os direitos fundamentais perten- prios para a tutela destes direitos coletivos (ex.: mandado
cem a todos, tanto que apesar da expressão restritiva do de segurança coletivo).
caput do artigo 5º aos brasileiros e estrangeiros residentes
no país tem se entendido pela extensão destes direitos, na 1 FARIA, Cássio Juvenal. Notas pessoais tomadas
perspectiva de prevalência dos direitos humanos. em teleconferência.

37
CONHECIMENTOS GERAIS

1) Brasileiros e estrangeiros - Direito à igualdade


O caput do artigo 5º aparenta restringir a proteção con- Abrangência
ferida pelo dispositivo a algumas pessoas, notadamente, “aos Observa-se, pelo teor do caput do artigo 5º, CF, que o
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País”. No entan- constituinte afirmou por duas vezes o princípio da igualdade:
to, tal restrição é apenas aparente e tem sido interpretada no
sentido de que os direitos estarão protegidos com relação a Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem
todas as pessoas nos limites da soberania do país. distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
Em razão disso, por exemplo, um estrangeiro pode in- aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
gressar com habeas corpus ou mandado de segurança, ou à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
então intentar ação reivindicatória com relação a imóvel seu nos termos seguintes [...].
localizado no Brasil (ainda que não resida no país).
Somente alguns direitos não são estendidos a todas as Não obstante, reforça este princípio em seu primeiro inciso:
pessoas. A exemplo, o direito de intentar ação popular exige a Artigo 5º, I, CF. Homens e mulheres são iguais em direitos
condição de cidadão, que só é possuída por nacionais titula- e obrigações, nos termos desta Constituição.
res de direitos políticos.
Este inciso é especificamente voltado à necessidade de
2) Relação direitos-deveres igualdade de gênero, afirmando que não deve haver nenhu-
O capítulo em estudo é denominado “direitos e garantias ma distinção sexo feminino e o masculino, de modo que o
deveres e coletivos”, remetendo à necessária relação direitos- homem e a mulher possuem os mesmos direitos e obriga-
deveres entre os titulares dos direitos fundamentais. Acima de ções.
tudo, o que se deve ter em vista é a premissa reconhecida nos Entretanto, o princípio da isonomia abrange muito mais
direitos fundamentais de que não há direito que seja abso- do que a igualdade de gêneros, envolve uma perspectiva
luto, correspondendo-se para cada direito um dever. Logo, o mais ampla.
exercício de direitos fundamentais é limitado pelo igual direito O direito à igualdade é um dos direitos norteadores de
de mesmo exercício por parte de outrem, não sendo nunca interpretação de qualquer sistema jurídico. O primeiro enfo-
absolutos, mas sempre relativos. que que foi dado a este direito foi o de direito civil, enqua-
Explica Canotilho2 quanto aos direitos fundamentais: “a drando-o na primeira dimensão, no sentido de que a todas as
ideia de deveres fundamentais é suscetível de ser entendida pessoas deveriam ser garantidos os mesmos direitos e deve-
como o ‘outro lado’ dos direitos fundamentais. Como ao ti- res. Trata-se de um aspecto relacionado à igualdade enquanto
tular de um direito fundamental corresponde um dever por liberdade, tirando o homem do arbítrio dos demais por meio
parte de um outro titular, poder-se-ia dizer que o particular da equiparação. Basicamente, estaria se falando na igualdade
está vinculado aos direitos fundamentais como destinatário perante a lei.
de um dever fundamental. Neste sentido, um direito funda- No entanto, com o passar dos tempos, se percebeu que
mental, enquanto protegido, pressuporia um dever corres- não bastava igualar todos os homens em direitos e deveres
pondente”. Com efeito, a um direito fundamental conferido para torná-los iguais, pois nem todos possuem as mesmas
à pessoa corresponde o dever de respeito ao arcabouço de condições de exercer estes direitos e deveres. Logo, não é su-
direitos conferidos às outras pessoas. ficiente garantir um direito à igualdade formal, mas é preciso
buscar progressivamente a igualdade material. No sentido
3) Direitos e garantias em espécie de igualdade material que aparece o direito à igualdade num
Preconiza o artigo 5º da Constituição Federal em seu segundo momento, pretendendo-se do Estado, tanto no mo-
caput: mento de legislar quanto no de aplicar e executar a lei, uma
postura de promoção de políticas governamentais voltadas a
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem grupos vulneráveis.
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e Assim, o direito à igualdade possui dois sentidos notá-
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito veis: o de igualdade perante a lei, referindo-se à aplicação
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, uniforme da lei a todas as pessoas que vivem em sociedade;
nos termos seguintes [...]. e o de igualdade material, correspondendo à necessidade de
discriminações positivas com relação a grupos vulneráveis da
O caput do artigo 5º, que pode ser considerado um dos sociedade, em contraponto à igualdade formal.
principais (senão o principal) artigos da Constituição Federal,
consagra o princípio da igualdade e delimita as cinco esferas Ações afirmativas
de direitos individuais e coletivos que merecem proteção, isto Neste sentido, desponta a temática das ações afirmati-
é, vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade. Os in- vas,que são políticas públicas ou programas privados criados
cisos deste artigos delimitam vários direitos e garantias que temporariamente e desenvolvidos com a finalidade de reduzir
se enquadram em alguma destas esferas de proteção, poden- as desigualdades decorrentes de discriminações ou de uma
do se falar em duas esferas específicas que ganham também hipossuficiência econômica ou física, por meio da concessão
destaque no texto constitucional, quais sejam, direitos de de algum tipo de vantagem compensatória de tais condições.
acesso à justiça e direitos constitucionais-penais. Quem é contra as ações afirmativas argumenta que, em
2 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito cons- uma sociedade pluralista, a condição de membro de um gru-
titucional e teoria da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedi- po específico não pode ser usada como critério de inclusão
na, 1998, p. 479. ou exclusão de benefícios. Ademais, afirma-se que elas des-

38
CONHECIMENTOS GERAIS

privilegiam o critério republicano do mérito (segundo o qual A tortura é um dos piores meios de tratamento desuma-
o indivíduo deve alcançar determinado cargo público pela sua no, expressamente vedada em âmbito internacional, como
capacidade e esforço, e não por pertencer a determinada ca- visto no tópico anterior. No Brasil, além da disciplina constitu-
tegoria); fomentariam o racismo e o ódio; bem como ferem o cional, a Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997 define os crimes de
princípio da isonomia por causar uma discriminação reversa. tortura e dá outras providências, destacando-se o artigo 1º:
Por outro lado, quem é favorável às ações afirmativas de-
fende que elas representam o ideal de justiça compensatória Art. 1º Constitui crime de tortura:
(o objetivo é compensar injustiças passadas, dívidas históricas, I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
como uma compensação aos negros por tê-los feito escravos, p. ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
ex.); representam o ideal de justiça distributiva (a preocupação, a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão
aqui, é com o presente. Busca-se uma concretização do princí- da vítima ou de terceira pessoa;
pio da igualdade material); bem como promovem a diversidade. b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
Neste sentido, as discriminações legais asseguram a ver- c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
dadeira igualdade, por exemplo, com as ações afirmativas, a II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade,
proteção especial ao trabalho da mulher e do menor, as ga- com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofri-
rantias aos portadores de deficiência, entre outras medidas mento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal
que atribuam a pessoas com diferentes condições, iguais pos- ou medida de caráter preventivo.
sibilidades, protegendo e respeitando suas diferenças3. Tem Pena - reclusão, de dois a oito anos.
predominado em doutrina e jurisprudência, inclusive no Su- § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa
premo Tribunal Federal, que as ações afirmativas são válidas. ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou men-
tal, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou
- Direito à vida não resultante de medida legal.
Abrangência § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quan-
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a proteção do tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de
do direito à vida. A vida humana é o centro gravitacional em detenção de um a quatro anos.
torno do qual orbitam todos os direitos da pessoa humana, § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gra-
possuindo reflexos jurídicos, políticos, econômicos, morais e víssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta
religiosos. Daí existir uma dificuldade em conceituar o vocá- morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
bulo vida. Logo, tudo aquilo que uma pessoa possui deixa de § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
ter valor ou sentido se ela perde a vida. Sendo assim, a vida é I - se o crime é cometido por agente público;
o bem principal de qualquer pessoa, é o primeiro valor moral II – se o crime é cometido contra criança, gestante, porta-
inerente a todos os seres humanos4. dor de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; 
No tópico do direito à vida tem-se tanto o direito de nas- III - se o crime é cometido mediante sequestro.
cer/permanecer vivo, o que envolve questões como pena § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou
de morte, eutanásia, pesquisas com células-tronco e aborto; emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro
quanto o direito de viver com dignidade, o que engloba o do prazo da pena aplicada.
respeito à integridade física, psíquica e moral, incluindo neste § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de
aspecto a vedação da tortura, bem como a garantia de recur- graça ou anistia.
sos que permitam viver a vida com dignidade. § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipó-
Embora o direito à vida seja em si pouco delimitado nos tese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
incisos que seguem o caput do artigo 5º, trata-se de um dos
direitos mais discutidos em termos jurisprudenciais e socio- - Direito à liberdade
lógicos. É no direito à vida que se encaixam polêmicas dis- O caput do artigo 5º da Constituição assegura a prote-
cussões como: aborto de anencéfalo, pesquisa com células ção do direito à liberdade, delimitada em alguns incisos que
tronco, pena de morte, eutanásia, etc. o seguem.

Vedação à tortura Liberdade e legalidade


De forma expressa no texto constitucional destaca-se a Prevê o artigo 5º, II, CF:
vedação da tortura, corolário do direito à vida, conforme pre-
visão no inciso III do artigo 5º: Artigo 5º, II, CF. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
Artigo 5º, III, CF. Ninguém será submetido a tortura nem a O princípio da legalidade se encontra delimitado neste
tratamento desumano ou degradante. inciso, prevendo que nenhuma pessoa será obrigada a fazer
3 SANFELICE, Patrícia de Mello. Comentários aos ou deixar de fazer alguma coisa a não ser que a lei assim de-
artigos I e II. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários termine. Assim, salvo situações previstas em lei, a pessoa tem
à Declaração Universal dos Direitos do Homem. Brasília: liberdade para agir como considerar conveniente.
Fortium, 2008, p. 08. Portanto, o princípio da legalidade possui estrita relação
4 BARRETO, Ana Carolina Rossi; IBRAHIM, Fábio com o princípio da liberdade, posto que, a priori, tudo à pessoa é
Zambitte. Comentários aos Artigos III e IV. In: BALERA, Wag- lícito. Somente é vedado o que a lei expressamente estabelecer
ner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos Di- como proibido. A pessoa pode fazer tudo o que quiser, como
reitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 15. regra, ou seja, agir de qualquer maneira que a lei não proíba.

39
CONHECIMENTOS GERAIS

Liberdade de pensamento e de expressão Artigo 5º, VI, CF. É inviolável a liberdade de consciência
O artigo 5º, IV, CF prevê: e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
Artigo 5º, IV, CF. É livre a manifestação do pensamento, de culto e a suas liturgias.
sendo vedado o anonimato.
Cada pessoa tem liberdade para professar a sua fé como
Consolida-se a afirmação simultânea da liberdade de bem entender dentro dos limites da lei. Não há uma crença
pensamento e da liberdade de expressão. ou religião que seja proibida, garantindo-se que a profissão
Em primeiro plano tem-se a liberdade de pensamento. desta fé possa se realizar em locais próprios.
Afinal, “o ser humano, através dos processos internos de refle- Nota-se que a liberdade de religião engloba 3 tipos dis-
xão, formula juízos de valor. Estes exteriorizam nada mais do tintos, porém intrinsecamente relacionados de liberdades: a
que a opinião de seu emitente. Assim, a regra constitucional, liberdade de crença; a liberdade de culto; e a liberdade de
ao consagrar a livre manifestação do pensamento, imprime a organização religiosa.
existência jurídica ao chamado direito de opinião”5. Em outras Consoante o magistério de José Afonso da Silva6, entra
palavras, primeiro existe o direito de ter uma opinião, depois na liberdade de crença a liberdade de escolha da religião, a
o de expressá-la. liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade (ou
No mais, surge como corolário do direito à liberdade de o direito) de mudar de religião, além da liberdade de não ade-
pensamento e de expressão o direito à escusa por convicção rir a religião alguma, assim como a liberdade de descrença, a
filosófica ou política: liberdade de ser ateu e de exprimir o agnosticismo, apenas
excluída a liberdade de embaraçar o livre exercício de qualquer
Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por mo- religião, de qualquer crença. A liberdade de culto consiste na
tivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, liberdade de orar e de praticar os atos próprios das manifesta-
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos im- ções exteriores em casa ou em público, bem como a de rece-
posta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. bimento de contribuições para tanto. Por fim, a liberdade de
organização religiosa refere-se à possibilidade de estabeleci-
Trata-se de instrumento para a consecução do direito as- mento e organização de igrejas e suas relações com o Estado.
segurado na Constituição Federal – não basta permitir que se Como decorrência do direito à liberdade religiosa, asse-
pense diferente, é preciso respeitar tal posicionamento. gurando o seu exercício, destaca-se o artigo 5º, VII, CF:
Com efeito, este direito de liberdade de expressão é li-
mitado. Um destes limites é o anonimato, que consiste na Artigo 5º, VII, CF. É assegurada, nos termos da lei, a presta-
garantia de atribuir a cada manifestação uma autoria certa ção de assistência religiosa nas entidades civis e militares
e determinada, permitindo eventuais responsabilizações por de internação coletiva.
manifestações que contrariem a lei.
Tem-se, ainda, a seguinte previsão no artigo 5º, IX, CF: O dispositivo refere-se não só aos estabelecimentos pri-
sionais civis e militares, mas também a hospitais.
Artigo 5º, IX, CF. É livre a expressão da atividade intelec- Ainda, surge como corolário do direito à liberdade reli-
tual, artística, científica e de comunicação, independente- giosa o direito à escusa por convicção religiosa:
mente de censura ou licença.
Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por
Consolida-se outra perspectiva da liberdade de expres- motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou po-
são, referente de forma específica a atividades intelectuais, lítica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
artísticas, científicas e de comunicação. Dispensa-se, com re- todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
lação a estas, a exigência de licença para a manifestação do fixada em lei.
pensamento, bem como veda-se a censura prévia.
A respeito da censura prévia, tem-se não cabe impedir a Sempre que a lei impõe uma obrigação a todos, por exem-
divulgação e o acesso a informações como modo de contro- plo, a todos os homens maiores de 18 anos o alistamento mi-
le do poder. A censura somente é cabível quando necessária litar, não cabe se escusar, a não ser que tenha fundado motivo
ao interesse público numa ordem democrática, por exemplo, em crença religiosa ou convicção filosófica/política, caso em
censurar a publicação de um conteúdo de exploração sexual que será obrigado a cumprir uma prestação alternativa, isto é,
infanto-juvenil é adequado. uma outra atividade que não contrarie tais preceitos.
O direito à resposta (artigo 5º, V, CF) e o direito à indeni-
zação (artigo 5º, X, CF) funcionam como a contrapartida para Liberdade de informação
aquele que teve algum direito seu violado (notadamente ine- O direito de acesso à informação também se liga a uma
rentes à privacidade ou à personalidade) em decorrência dos dimensão do direito à liberdade. Neste sentido, prevê o artigo
excessos no exercício da liberdade de expressão. 5º, XIV, CF:

Liberdade de crença/religiosa Artigo 5º, XIV, CF. É assegurado a todos o acesso à infor-
Dispõe o artigo 5º, VI, CF: mação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
5 ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vi- exercício profissional.
dal Serrano. Curso de direito constitucional. 10. ed. São 6 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitu-
Paulo: Saraiva, 2006. cional positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

40
CONHECIMENTOS GERAIS

Trata-se da liberdade de informação, consistente na liber- Por fim, relevante destacar a previsão do artigo 5º, LX, CF:
dade de procurar e receber informações e ideias por quais-
quer meios, independente de fronteiras, sem interferência. Artigo 5º, LX, CF. A lei só poderá restringir a publicidade
A liberdade de informação tem um caráter passivo, ao dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o in-
passo que a liberdade de expressão tem uma característica teresse social o exigirem.
ativa, de forma que juntas formam os aspectos ativo e passi-
vo da exteriorização da liberdade de pensamento: não basta Logo,o processo, em regra, não será sigiloso. Apenas o
poder manifestar o seu próprio pensamento, é preciso que será quando a intimidade merecer preservação (ex: processo
ele seja ouvido e, para tanto, há necessidade de se garantir o criminal de estupro ou causas de família em geral) ou quan-
acesso ao pensamento manifestado para a sociedade. do o interesse social exigir (ex: investigações que possam ser
Por sua vez, o acesso à informação envolve o direito de comprometidas pela publicidade). A publicidade é instrumen-
todos obterem informações claras, precisas e verdadeiras a to para a efetivação da liberdade de informação.
respeito de fatos que sejam de seu interesse, notadamente
pelos meios de comunicação imparciais e não monopolizados Liberdade de locomoção
(artigo 220, CF). No entanto, nem sempre é possível que a Outra faceta do direito à liberdade encontra-se no artigo
imprensa divulgue com quem obteve a informação divulgada, 5º, XV, CF:
sem o que a segurança desta poderia ficar prejudicada e a
informação inevitavelmente não chegaria ao público. Artigo 5º, XV, CF. É livre a locomoção no território nacio-
Especificadamente quanto à liberdade de informação no nal em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da
âmbito do Poder Público, merecem destaque algumas previsões. lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
Primeiramente, prevê o artigo 5º, XXXIII, CF:
A liberdade de locomoção é um aspecto básico do direito
Artigo 5º, XXXIII, CF. Todos têm direito a receber dos ór- à liberdade, permitindo à pessoa ir e vir em todo o território
gãos públicos informações de seu interesse particular, ou de do país em tempos de paz (em tempos de guerra é possível
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, limitar tal liberdade em prol da segurança). A liberdade de
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo sair do país não significa que existe um direito de ingressar
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. em qualquer outro país, pois caberá à ele, no exercício de sua
soberania, controlar tal entrada.
A respeito, a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 Classicamente, a prisão é a forma de restrição da liberda-
regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. de. Neste sentido, uma pessoa somente poderá ser presa nos
5º, CF, também conhecida como Lei do Acesso à Informação. casos autorizados pela própria Constituição Federal. A des-
Não obstante, estabelece o artigo 5º, XXXIV, CF: peito da normativa específica de natureza penal, reforça-se
a impossibilidade de se restringir a liberdade de locomoção
Artigo 5º, XXXIV, CF. São a todos assegurados, independen- pela prisão civil por dívida.
temente do pagamento de taxas: Prevê o artigo 5º, LXVII, CF:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; Artigo 5º, LXVII, CF. Não haverá prisão civil por dívida,
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e ines-
defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse cusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.
pessoal.
Nos termos da Súmula Vinculante nº 25 do Supremo
Quanto ao direito de petição, de maneira prática, cum- Tribunal Federal, “é ilícita a prisão civil de depositário infiel,
pre observar que o direito de petição deve resultar em uma qualquer que seja a modalidade do depósito”. Por isso, a única
manifestação do Estado, normalmente dirimindo (resolvendo) exceção à regra da prisão por dívida do ordenamento é a que
uma questão proposta, em um verdadeiro exercício contínuo se refere à obrigação alimentícia.
de delimitação dos direitos e obrigações que regulam a vida
social e, desta maneira, quando “dificulta a apreciação de um Liberdade de trabalho
pedido que um cidadão quer apresentar” (muitas vezes, em- O direito à liberdade também é mencionado no artigo
baraçando-lhe o acesso à Justiça); “demora para responder aos 5º, XIII, CF:
pedidos formulados” (administrativa e, principalmente, judi-
cialmente) ou “impõe restrições e/ou condições para a formu- Artigo 5º, XIII, CF. É livre o exercício de qualquer traba-
lação de petição”, traz a chamada insegurança jurídica, que traz lho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissio-
desesperança e faz proliferar as desigualdades e as injustiças. nais que a lei estabelecer.
Dentro do espectro do direito de petição se insere, por
exemplo, o direito de solicitar esclarecimentos, de solicitar O livre exercício profissional é garantido, respeitados os
cópias reprográficas e certidões, bem como de ofertar de- limites legais. Por exemplo, não pode exercer a profissão de
núncias de irregularidades. Contudo, o constituinte, talvez na advogado aquele que não se formou em Direito e não foi
intenção de deixar clara a obrigação dos Poderes Públicos em aprovado no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil; não
fornecer certidões, trouxe a letra b) do inciso, o que gera con- pode exercer a medicina aquele que não fez faculdade de me-
fusões conceituais no sentido do direito de obter certidões dicina reconhecida pelo MEC e obteve o cadastro no Conse-
ser dissociado do direito de petição. lho Regional de Medicina.

41
CONHECIMENTOS GERAIS

Liberdade de reunião O primeiro caso é o de dissolução compulsória, ou seja, a


Sobre a liberdade de reunião, prevê o artigo 5º, XVI, CF: associação deixará de existir para sempre. Obviamente, é preciso
o trânsito em julgado da decisão judicial que assim determine,
Artigo 5º, XVI, CF. Todos podem reunir-se pacificamen- pois antes disso sempre há possibilidade de reverter a decisão e
te, sem armas, em locais abertos ao público, independente- permitir que a associação continue em funcionamento. Contudo,
mente de autorização, desde que não frustrem outra reunião a decisão judicial pode suspender atividades até que o trânsito
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas em julgado ocorra, ou seja, no curso de um processo judicial.
exigido prévio aviso à autoridade competente. Em destaque, a legitimidade representativa da associação
quanto aos seus filiados, conforme artigo 5º, XXI, CF:
Pessoas podem ir às ruas para reunirem-se com demais
na defesa de uma causa, apenas possuindo o dever de infor- Artigo 5º, XXI, CF. As entidades associativas, quando ex-
mar tal reunião. Tal dever remonta-se a questões de segu- pressamente autorizadas, têm legitimidade para representar
rança coletiva. Imagine uma grande reunião de pessoas por seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
uma causa, a exemplo da Parada Gay, que chega a aglomerar
milhões de pessoas em algumas capitais: seria absurdo tole- Trata-se de caso de legitimidade processual extraordiná-
rar tal tipo de reunião sem o prévio aviso do poder público ria, pela qual um ente vai a juízo defender interesse de outra(s)
para que ele organize o policiamento e a assistência médica, pessoa(s) porque a lei assim autoriza.
evitando algazarras e socorrendo pessoas que tenham algum A liberdade de associação envolve não somente o direito de
mal-estar no local. Outro limite é o uso de armas, totalmen- criar associações e de fazer parte delas, mas também o de não
te vedado, assim como de substâncias ilícitas (Ex: embora a associar-se e o de deixar a associação, conforme artigo 5º, XX, CF:
Marcha da Maconha tenha sido autorizada pelo Supremo Tri-
bunal Federal, vedou-se que nela tal substância ilícita fosse Artigo 5º, XX, CF. Ninguém poderá ser compelido a asso-
utilizada). ciar-se ou a permanecer associado.

Liberdade de associação - Direitos à privacidade e à personalidade


No que tange à liberdade de reunião, traz o artigo 5º,
XVII, CF: Abrangência
Prevê o artigo 5º, X, CF:
Artigo 5º, XVII, CF. É plena a liberdade de associação Artigo 5º, X, CF. São invioláveis a intimidade, a vida priva-
para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar. da, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a inde-
nização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
A liberdade de associação difere-se da de reunião por sua O legislador opta por trazer correlacionados no mesmo
perenidade, isto é, enquanto a liberdade de reunião é exerci- dispositivo legal os direitos à privacidade e à personalidade.
da de forma sazonal, eventual, a liberdade de associação im- Reforçando a conexão entre a privacidade e a intimidade,
plica na formação de um grupo organizado que se mantém ao abordar a proteção da vida privada – que, em resumo, é
por um período de tempo considerável, dotado de estrutura a privacidade da vida pessoal no âmbito do domicílio e de
e organização próprias. círculos de amigos –, Silva7 entende que “o segredo da vida
Por exemplo, o PCC e o Comando vermelho são associa- privada é condição de expansão da personalidade”, mas não
ções ilícitas e de caráter paramilitar, pois possuem armas e o caracteriza os direitos de personalidade em si.
ideal de realizar sua própria justiça paralelamente à estatal. A união da intimidade e da vida privada forma a privacidade,
O texto constitucional se estende na regulamentação da sendo que a primeira se localiza em esfera mais estrita. É possí-
liberdade de associação. vel ilustrar a vida social como se fosse um grande círculo no qual
O artigo 5º, XVIII, CF, preconiza: há um menor, o da vida privada, e dentro deste um ainda mais
restrito e impenetrável, o da intimidade. Com efeito, pela “Teoria
Artigo 5º, XVIII, CF. A criação de associações e, na forma das Esferas” (ou “Teoria dos Círculos Concêntricos”), importada
da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo do direito alemão, quanto mais próxima do indivíduo, maior a
vedada a interferência estatal em seu funcionamento. proteção a ser conferida à esfera (as esferas são representadas
pela intimidade, pela vida privada, e pela publicidade).
Neste sentido, associações são organizações resultantes “O direito à honra distancia-se levemente dos dois anteriores,
da reunião legal entre duas ou mais pessoas, com ou sem per- podendo referir-se ao juízo positivo que a pessoa tem de si (honra
sonalidade jurídica, para a realização de um objetivo comum; subjetiva) e ao juízo positivo que dela fazem os outros (honra ob-
já cooperativas são uma forma específica de associação, pois jetiva), conferindo-lhe respeitabilidade no meio social. O direito à
visam a obtenção de vantagens comuns em suas atividades imagem também possui duas conotações, podendo ser entendi-
econômicas. do em sentido objetivo, com relação à reprodução gráfica da pes-
Ainda, tem-se o artigo 5º, XIX, CF: soa, por meio de fotografias, filmagens, desenhos, ou em sentido
subjetivo, significando o conjunto de qualidades cultivadas pela
Artigo 5º, XIX, CF. As associações só poderão ser compul- pessoa e reconhecidas como suas pelo grupo social”8.
soriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por 7 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitu-
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em cional positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
julgado. 8 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de di-
reito constitucional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

42
CONHECIMENTOS GERAIS

Inviolabilidade de domicílio e sigilo de correspondên- Com efeito, prevê o artigo 5º, V, CF:
cia Artigo 5º, V, CF. É assegurado o direito de resposta, pro-
Correlatos ao direito à privacidade, aparecem a inviolabi- porcional ao agravo, além da indenização por dano material,
lidade do domicílio e o sigilo das correspondências e comu- moral ou à imagem.
nicações. “A manifestação do pensamento é livre e garantida em ní-
Neste sentido, o artigo 5º, XI, CF prevê: vel constitucional, não aludindo a censura prévia em diversões
e espetáculos públicos. Os abusos porventura ocorridos no
Artigo 5º, XI, CF. A casa é asilo inviolável do indivíduo, exercício indevido da manifestação do pensamento são pas-
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do mo- síveis de exame e apreciação pelo Poder Judiciário com a con-
rador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para sequente responsabilidade civil e penal de seus autores, de-
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. correntes inclusive de publicações injuriosas na imprensa, que
deve exercer vigilância e controle da matéria que divulga”9.
O domicílio é inviolável, razão pela qual ninguém pode O direito de resposta é o direito que uma pessoa tem
nele entrar sem o consentimento do morador, a não ser EM de se defender de críticas públicas no mesmo meio em
QUALQUER HORÁRIO no caso de flagrante delito (o morador que foram publicadas garantida exatamente a mesma re-
foi flagrado na prática de crime e fugiu para seu domicílio) percussão. Mesmo quando for garantido o direito de res-
ou desastre (incêndio, enchente, terremoto...) ou para prestar posta não é possível reverter plenamente os danos causa-
socorro (morador teve ataque do coração, está sufocado, des- dos pela manifestação ilícita de pensamento, razão pela qual
maiado...), e SOMENTE DURANTE O DIA por determinação a pessoa inda fará jus à indenização.
judicial. A manifestação ilícita do pensamento geralmente causa um
Quanto ao sigilo de correspondência e das comunica- dano, ou seja, um prejuízo sofrido pelo agente, que pode ser indi-
ções, prevê o artigo 5º, XII, CF: vidual ou coletivo, moral ou material, econômico e não econômico.
Dano material é aquele que atinge o patrimônio (mate-
Artigo 5º, XII, CF. É inviolável o sigilo da correspondência rial ou imaterial) da vítima, podendo ser mensurado financei-
e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações ramente e indenizado.
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipó- “Dano moral direto consiste na lesão a um interesse que
teses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação visa a satisfação ou gozo de um bem jurídico extrapatrimonial
criminal ou instrução processual penal. contido nos direitos da personalidade (como a vida, a integri-
dade corporal, a liberdade, a honra, o decoro, a intimidade, os
O sigilo de correspondência e das comunicações está sentimentos afetivos, a própria imagem) ou nos atributos da
melhor regulamentado na Lei nº 9.296, de 1996. pessoa (como o nome, a capacidade, o estado de família)”10.
Já o dano à imagem é delimitado no artigo 20 do Có-
Personalidade jurídica e gratuidade de registro digo Civil:
Quando se fala em reconhecimento como pessoa peran-
te a lei desdobra-se uma esfera bastante específica dos direi- Artigo 20, CC. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à
tos de personalidade, consistente na personalidade jurídica. administração da justiça ou à manutenção da ordem pública,
Basicamente, consiste no direito de ser reconhecido como a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publi-
pessoa perante a lei. cação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa
Para ser visto como pessoa perante a lei mostra-se ne- poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da
cessário o registro. Por ser instrumento que serve como pres- indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama
suposto ao exercício de direitos fundamentais, assegura-se ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
a sua gratuidade aos que não tiverem condição de com ele
arcar. - Direito à segurança
Aborda o artigo 5º, LXXVI, CF: O caput do artigo 5º da Constituição assegura a prote-
ção do direito à segurança. Na qualidade de direito individual
Artigo 5º, LXXVI, CF. São gratuitos para os reconhecida- liga-se à segurança do indivíduo como um todo, desde sua
mente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimen- integridade física e mental, até a própria segurança jurídica.
to; b) a certidão de óbito. No sentido aqui estudado, o direito à segurança pessoal é o
direito de viver sem medo, protegido pela solidariedade e liber-
O reconhecimento do marco inicial e do marco final da to de agressões, logo, é uma maneira de garantir o direito à vida.
personalidade jurídica pelo registro é direito individual, não Nesta linha, para Silva11, “efetivamente, esse conjunto de
dependendo de condições financeiras. Evidente, seria absur- direitos aparelha situações, proibições, limitações e procedi-
do cobrar de uma pessoa sem condições a elaboração de do- mentos destinados a assegurar o exercício e o gozo de algum
cumentos para que ela seja reconhecida como viva ou morta, direito individual fundamental (intimidade, liberdade pessoal
o que apenas incentivaria a indigência dos menos favorecidos. ou a incolumidade física ou moral)”.
9 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucio-
Direito à indenização e direito de resposta nal. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2011.
Com vistas à proteção do direito à privacidade, do direito 10 ZANNONI, Eduardo. El daño en la responsabili-
à personalidade e do direito à imagem, asseguram-se dois dad civil. Buenos Aires: Astrea, 1982.
instrumentos, o direito à indenização e o direito de resposta, 11 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitu-
conforme as necessidades do caso concreto. cional positivo... Op. Cit., p. 437.

43
CONHECIMENTOS GERAIS

Especificamente no que tange à segurança jurídica, tem- Art. 182, caput, CF. A política de desenvolvimento urbano,
se o disposto no artigo 5º, XXXVI, CF: executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes
gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desen-
Artigo 5º, XXXVI, CF. A lei não prejudicará o direito adqui- volvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-es-
rido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. tar de seus habitantes.

Pelo inciso restam estabelecidos limites à retroatividade Artigo 182, § 1º, CF. O plano diretor, aprovado pela Câma-
da lei. ra Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil
Define o artigo 6º da Lei de Introdução às Normas do habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvi-
Direito Brasileiro: mento e de expansão urbana.

Artigo 6º, LINDB. A Lei em vigor terá efeito imediato e ge- Artigo 182, § 2º, CF. A propriedade urbana cumpre sua fun-
ral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a ção social quando atende às exigências fundamentais de orde-
coisa julgada. nação da cidade expressas no plano diretor13.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado se-
gundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Artigo 186, CF. A função social é cumprida quando a pro-
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o priedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e
seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição I - aproveitamento racional e adequado;
pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão e preservação do meio ambiente;
judicial de que já não caiba recurso. III - observância das disposições que regulam as relações
de trabalho;
- Direito à propriedade IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietá-
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a proteção rios e dos trabalhadores.
do direito à propriedade, tanto material quanto intelectual,
delimitada em alguns incisos que o seguem. Desapropriação
No caso de desrespeito à função social da propriedade
Função social da propriedade material cabe até mesmo desapropriação do bem, de modo que po-
O artigo 5º, XXII, CF estabelece: de-se depreender do texto constitucional duas possibilidades
de desapropriação: por desrespeito à função social e por ne-
Artigo 5º, XXII, CF. É garantido o direito de propriedade. cessidade ou utilidade pública.
A Constituição Federal prevê a possibilidade de desapro-
A seguir, no inciso XXIII do artigo 5º, CF estabelece o prin- priação por desatendimento à função social:
cipal fator limitador deste direito:
Artigo 182, § 4º, CF. É facultado ao Poder Público munici-
Artigo 5º, XXIII, CF. A propriedade atenderá a sua função pal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor,
social. exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano
não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova
A propriedade, segundo Silva12, “[...] não pode mais ser seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
considerada como um direito individual nem como institui- I - parcelamento ou edificação compulsórios;
ção do direito privado. [...] embora prevista entre os direitos II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
individuais, ela não mais poderá ser considerada puro direi- progressivo no tempo;
to individual, relativizando-se seu conceito e significado, es- III - desapropriação com pagamento mediante títulos da
pecialmente porque os princípios da ordem econômica são dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado
preordenados à vista da realização de seu fim: assegurar a Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social. anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indeni-
Se é assim, então a propriedade privada, que, ademais, tem zação e os juros legais14.
que atender a sua função social, fica vinculada à consecução
daquele princípio”. 13 Instrumento básico de um processo de planejamen-
Com efeito, a proteção da propriedade privada está li- to municipal para a implantação da política de desenvolvimen-
mitada ao atendimento de sua função social, sendo este o to urbano, norteando a ação dos agentes públicos e privados
requisito que a correlaciona com a proteção da dignidade da (Lei n. 10.257/2001 - Estatuto da cidade).
pessoa humana. A propriedade de bens e valores em geral é 14 Nota-se que antes de se promover a desapropria-
um direito assegurado na Constituição Federal e, como todos ção de imóvel urbano por desatendimento à função social é
os outros, se encontra limitado pelos demais princípios con- necessário tomar duas providências, sucessivas: primeiro, o
forme melhor se atenda à dignidade do ser humano. parcelamento ou edificação compulsórios; depois, o estabe-
A Constituição Federal delimita o que se entende por fun- lecimento de imposto sobre a propriedade predial e territorial
ção social: urbana progressivo no tempo. Se ambas medidas restarem
12 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitu- ineficazes, parte-se para a desapropriação por desatendimen-
cional positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. to à função social.

44
CONHECIMENTOS GERAIS

Artigo 184, CF. Compete à União desapropriar por inte- j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
resse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que k) a preservação e conservação dos monumentos históricos
não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos ou
justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláu- rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes e real-
sula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até çar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a
vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja proteção de paisagens e locais particularmente dotados pela
utilização será definida em lei15. natureza;
l) a preservação e a conservação adequada de arquivos,
Artigo 184, § 1º, CF. As benfeitorias úteis e necessárias se- documentos e outros bens moveis de valor histórico ou artístico;
rão indenizadas em dinheiro. m) a construção de edifícios públicos, monumentos come-
morativos e cemitérios;
No que tange à desapropriação por necessidade ou utili- n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso
dade pública, prevê o artigo 5º, XXIV, CF: para aeronaves;
Artigo 5º, XXIV, CF. A lei estabelecerá o procedimento para o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de nature-
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por in- za científica, artística ou literária;
teresse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, p) os demais casos previstos por leis especiais.
ressalvados os casos previstos nesta Constituição.
Um grande problema que faz com que processos que
Ainda, prevê o artigo 182, § 3º, CF: tenham a desapropriação por objeto se estendam é a indevi-
Artigo 182, §3º, CF. As desapropriações de imóveis urbanos da valorização do imóvel pelo Poder Público, que geralmente
serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. pretende pagar valor muito abaixo do devido, necessitando o
Judiciário intervir em prol da correta avaliação.
Tem-se, ainda o artigo 184, §§ 2º e 3º, CF: Outra questão reside na chamada tredestinação, pela
Artigo 184, §2º, CF. O decreto que declarar o imóvel como qual há a destinação de um bem expropriado (desapropria-
de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a ção) a finalidade diversa da que se planejou inicialmente. A
União a propor a ação de desapropriação. tredestinação pode ser lícita ou ilícita. Será ilícita quando re-
sultante de desvio do propósito original; e será lícita quando
Artigo 184, §3º, CF. Cabe à lei complementar estabelecer a Administração Pública dê ao bem finalidade diversa, porém
procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o preservando a razão do interesse público.
processo judicial de desapropriação.
Política agrária e reforma agrária
A desapropriação por utilidade ou necessidade pública Enquanto desdobramento do direito à propriedade imó-
deve se dar mediante prévia e justa indenização em dinheiro. vel e da função social desta propriedade, tem-se ainda o ar-
O Decreto-lei nº 3.365/1941 a disciplina, delimitando o proce- tigo 5º, XXVI, CF:
dimento e conceituando utilidade pública, em seu artigo 5º:
Artigo 5º, XXVI, CF. A pequena propriedade rural, assim
Artigo 5º, Decreto-lei n. 3.365/1941. Consideram-se casos definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será ob-
de utilidade pública: jeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
a) a segurança nacional; atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar
b) a defesa do Estado; o seu desenvolvimento.
c) o socorro público em caso de calamidade;
d) a salubridade pública; Assim, se uma pessoa é mais humilde e tem uma peque-
e) a criação e melhoramento de centros de população, seu na propriedade será assegurado que permaneça com ela e a
abastecimento regular de meios de subsistência; torne mais produtiva.
f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas mi- A preservação da pequena propriedade em detrimento
nerais, das águas e da energia hidráulica; dos grandes latifúndios improdutivos é uma das diretrizes-
g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, guias da regulamentação da política agrária brasileira, que
casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes medicinais; tem como principal escopo a realização da reforma agrária.
h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos; Parte da questão financeira atinente à reforma agrária se
i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou lo- encontra prevista no artigo 184, §§ 4º e 5º, CF:
gradouros públicos; a execução de planos de urbanização; o
parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua melhor Artigo 184, §4º, CF. O orçamento fixará anualmente o volume
utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de re-
ampliação de distritos industriais; cursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
15 A desapropriação em decorrência do desatendimen-
to da função social é indenizada, mas não da mesma maneira Artigo 184, §5º, CF. São isentas de impostos federais, es-
que a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, taduais e municipais as operações de transferência de imóveis
já que na primeira há violação do ordenamento constitucional desapropriados para fins de reforma agrária.
pelo proprietário, mas na segunda não. Por isso, indeniza-se Como a finalidade da reforma agrária é transformar terras im-
em títulos da dívida agrária, que na prática não são tão valori- produtivas e grandes propriedades em atinentes à função social, al-
zados quanto o dinheiro. guns imóveis rurais não podem ser abrangidos pela reforma agrária:

45
CONHECIMENTOS GERAIS

Art. 185, CF. São insuscetíveis de desapropriação para fins Art. 183, CF. Aquele que possuir como sua área urbana de
de reforma agrária: até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos,
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua mo-
lei, desde que seu proprietário não possua outra; radia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que
II - a propriedade produtiva. não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à pro- § 1º O título de domínio e a concessão de uso serão con-
priedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos feridos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independente-
requisitos relativos a sua função social. mente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possui-
Sobre as diretrizes da política agrícola, prevê o artigo 187: dor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Art. 187, CF. A política agrícola será planejada e executada
na forma da lei, com a participação efetiva do setor de produ- Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja pú-
ção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como blica, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os se-
dos setores de comercialização, de armazenamento e de trans- guintes requisitos específicos:
portes, levando em conta, especialmente: a) Área urbana – há controvérsia. Pela teoria da localiza-
I - os instrumentos creditícios e fiscais; ção, área urbana é a que está dentro do perímetro urbano.
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a Pela teoria da destinação, mais importante que a localização
garantia de comercialização; é a sua utilização. Ex.: se tem fins agrícolas/pecuários e esti-
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia; ver dentro do perímetro urbana, o imóvel é rural. Para fins de
IV - a assistência técnica e extensão rural; usucapião a maioria diz que prevalece a teoria da localização.
V - o seguro agrícola; b) Imóveis até 250 m² – Pode dentro de uma posse maior
VI - o cooperativismo; isolar área de 250m² e ingressar com a ação? A jurisprudên-
VII - a eletrificação rural e irrigação; cia é pacífica que a posse desde o início deve ficar restrita
VIII - a habitação para o trabalhador rural. a 250m². Predomina também que o terreno deve ter 250m²,
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades não a área construída (a área de um sobrado, por exemplo,
agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais. pode ser maior que a de um terreno).
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola c) 5 anos – houve controvérsia porque a Constituição Federal
e de reforma agrária. de 1988 que criou esta modalidade. E se antes de 05 de outubro
de 1988 uma pessoa tivesse há 4 anos dentro do limite da usuca-
As terras devolutas e públicas serão destinadas conforme pião urbana? Predominou que só corria o prazo a partir da criação
a política agrícola e o plano nacional de reforma agrária (arti- do instituto, não só porque antes não existia e o prazo não podia
go 188, caput, CF). Neste sentido, “a alienação ou a concessão, correr, como também não se poderia prejudicar o proprietário.
a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois d) Moradia sua ou de sua família – não basta ter posse,
mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda é preciso que a pessoa more, sozinha ou com sua família, ao
que por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação longo de todo o prazo (não só no início ou no final). Logo, não
do Congresso Nacional”, salvo no caso de alienações ou con- cabe acessio temporis por cessão da posse.
cessões de terras públicas para fins de reforma agrária (artigo e) Nenhum outro imóvel, nem urbano, nem rural, no Bra-
188, §§ 1º e 2º, CF). sil. O usucapiente não prova isso, apenas alega. Se alguém
Os que forem favorecidos pela reforma agrária (homens, não quiser a usucapião, prova o contrário. Este requisito é ve-
mulheres, ambos, qualquer estado civil) não poderão nego- rificado no momento em que completa 5 anos.
ciar seus títulos pelo prazo de 10 anos (artigo 189, CF). Em relação à previsão da usucapião especial rural, desta-
Consta, ainda, que “a lei regulará e limitará a aquisição ca-se o artigo 191, CF:
ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou
jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão Art. 191, CF. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel ru-
de autorização do Congresso Nacional” (artigo 190, CF). ral ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem
oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta
Usucapião hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua famí-
Usucapião é o modo originário de aquisição da proprie- lia, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
dade que decorre da posse prolongada por um longo tempo, Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos
preenchidos outros requisitos legais. Em outras palavras, usu- por usucapião.
capião é uma situação em que alguém tem a posse de um
bem por um tempo longo, sem ser incomodado, a ponto de Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja pú-
se tornar proprietário. blica, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os se-
A Constituição regulamenta o acesso à propriedade me- guintes requisitos específicos:
diante posse prolongada no tempo – usucapião – em casos a) Imóvel rural
específicos, denominados usucapião especial urbana e usuca- b) 50 hectares, no máximo – há também legislação que
pião especial rural. estabelece um limite mínimo, o módulo rural (Estatuto da Ter-
O artigo 183 da Constituição regulamenta a usucapião ra). É possível usucapir áreas menores que o módulo rural?
especial urbana: Tem prevalecido o entendimento de que pode, mas é assunto
muito controverso.

46
CONHECIMENTOS GERAIS

c) 5 anos – pode ser considerado o prazo antes 05 de Artigo 48, ADCT. O Congresso Nacional, dentro de cento e
outubro de 1988 (Constituição Federal)? Depende. Se a área é vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código
de até 25 hectares sim, pois já havia tal possibilidade antes da de defesa do consumidor.
CF/88. Se área for maior (entre 25 ha e 50 ha) não.
d) Moradia sua ou de sua família – a pessoa deve morar A elaboração do Código de Defesa do Consumidor foi
na área rural. um grande passo para a proteção da pessoa nas relações de
e) Nenhum outro imóvel. consumo que estabeleça, respeitando-se a condição de hi-
f) O usucapiente, com seu trabalho, deve ter tornado a possuficiente técnico daquele que adquire um bem ou faz uso
área produtiva. Por isso, é chamado de usucapião “pro labo- de determinado serviço, enquanto consumidor.
re”. Dependerá do caso concreto.
Propriedade intelectual
Uso temporário Além da propriedade material, o constituinte protege
No mais, estabelece-se uma terceira limitação ao direito também a propriedade intelectual, notadamente no artigo 5º,
de propriedade que não possui o caráter definitivo da desa- XXVII, XXVIII e XXIX, CF:
propriação, mas é temporária, conforme artigo 5º, XXV, CF:
Artigo 5º, XXVII, CF. Aos autores pertence o direito exclusi-
Artigo 5º, XXV, CF. No caso de iminente perigo público, a vo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
autoridade competente poderá usar de propriedade particular, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
Se uma pessoa tem uma propriedade, numa situação de Artigo 5º, XXVIII, CF. São assegurados, nos termos da lei:
perigo, o poder público pode se utilizar dela (ex: montar uma a) a proteção às participações individuais em obras co-
base para capturar um fugitivo), pois o interesse da coletivida- letivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive
de é maior que o do indivíduo proprietário. nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô-
Direito sucessório mico das obras que criarem ou de que participarem aos cria-
O direito sucessório aparece como uma faceta do direito dores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais
à propriedade, encontrando disciplina constitucional no arti- e associativas;
go 5º, XXX e XXXI, CF:
Artigo 5º, XXIX, CF. A lei assegurará aos autores de inven-
Artigo 5º, XXX, CF. É garantido o direito de herança; tos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem
como proteção às criações industriais, à propriedade das mar-
Artigo 5º, XXXI, CF. A sucessão de bens de estrangeiros cas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo
situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e
do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja econômico do País.
mais favorável a lei pessoal do de cujus. Assim, a propriedade possui uma vertente intelectual que
O direito à herança envolve o direito de receber – seja de- deve ser respeitada, tanto sob o aspecto moral quanto sob o
vido a uma previsão legal, seja por testamento – bens de uma patrimonial. No âmbito infraconstitucional brasileiro, a Lei nº
pessoa que faleceu. Assim, o patrimônio passa para outra pes- 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, regulamenta os direitos au-
soa, conforme a vontade do falecido e/ou a lei determine. A torais, isto é, “os direitos de autor e os que lhes são conexos”.
Constituição estabelece uma disciplina específica para bens O artigo 7° do referido diploma considera como obras
de estrangeiros situados no Brasil, assegurando que eles se- intelectuais que merecem a proteção do direito do autor os
jam repassados ao cônjuge e filhos brasileiros nos termos da textos de obras de natureza literária, artística ou científica; as
lei mais benéfica (do Brasil ou do país estrangeiro). conferências, sermões e obras semelhantes; as obras cinema-
tográficas e televisivas; as composições musicais; fotografias;
Direito do consumidor ilustrações; programas de computador; coletâneas e enciclo-
Nos termos do artigo 5º, XXXII, CF: pédias; entre outras.
Os direitos morais do autor, que são imprescritíveis, inalie-
Artigo 5º, XXXII, CF. O Estado promoverá, na forma da lei, náveis e irrenunciáveis, envolvem, basicamente, o direito de rei-
a defesa do consumidor. vindicar a autoria da obra, ter seu nome divulgado na utilização
O direito do consumidor liga-se ao direito à propriedade desta, assegurar a integridade desta ou modificá-la e retirá-la
a partir do momento em que garante à pessoa que irá adqui- de circulação se esta passar a afrontar sua honra ou imagem.
rir bens e serviços que estes sejam entregues e prestados da Já os direitos patrimoniais do autor, nos termos dos arti-
forma adequada, impedindo que o fornecedor se enriqueça gos 41 a 44 da Lei nº 9.610/98, prescrevem em 70 anos conta-
ilicitamente, se aproveite de maneira indevida da posição me- dos do primeiro ano seguinte à sua morte ou do falecimento
nos favorável e de vulnerabilidade técnica do consumidor. do último coautor, ou contados do primeiro ano seguinte à
O Direito do Consumidor pode ser considerado um ramo divulgação da obra se esta for de natureza audiovisual ou fo-
recente do Direito. No Brasil, a legislação que o regulamentou tográfica. Estes, por sua vez, abrangem, basicamente, o direito
foi promulgada nos anos 90, qual seja a Lei nº 8.078, de 11 de de dispor sobre a reprodução, edição, adaptação, tradução,
setembro de 1990, conforme determinado pela Constituição utilização, inclusão em bases de dados ou qualquer outra
Federal de 1988, que também estabeleceu no artigo 48 do modalidade de utilização; sendo que estas modalidades de
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias: utilização podem se dar a título oneroso ou gratuito.

47
CONHECIMENTOS GERAIS

“Os direitos autorais, também conhecidos como copyright (di- Relacionando-se à primeira onda de acesso à justiça, pre-
reito de cópia), são considerados bens móveis, podendo ser alie- vê a Constituição em seu artigo 5º, XXXV:
nados, doados, cedidos ou locados. Ressalte-se que a permissão a
terceiros de utilização de criações artísticas é direito do autor. [...] A Artigo 5º, XXXV, CF. A lei não excluirá da apreciação do
proteção constitucional abrange o plágio e a contrafação. Enquan- Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
to que o primeiro caracteriza-se pela difusão de obra criada ou pro-
duzida por terceiros, como se fosse própria, a segunda configura a O princípio da inafastabilidade da jurisdição é o princí-
reprodução de obra alheia sem a necessária permissão do autor”16. pio de Direito Processual Público subjetivo, também cunha-
do como Princípio da Ação, em que a Constituição garante a
- Direitos de acesso à justiça necessária tutela estatal aos conflitos ocorrentes na vida em
A formação de um conceito sistemático de acesso à justiça sociedade. Sempre que uma controvérsia for levada ao Poder
se dá com a teoria de Cappelletti e Garth, que apontaram três Judiciário, preenchidos os requisitos de admissibilidade, ela
ondas de acesso, isto é, três posicionamentos básicos para a será resolvida, independentemente de haver ou não previsão
realização efetiva de tal acesso. Tais ondas foram percebidas específica a respeito na legislação.
paulatinamente com a evolução do Direito moderno confor- Também se liga à primeira onda de acesso à justiça, no
me implementadas as bases da onda anterior, quer dizer, ficou que tange à abertura do Judiciário mesmo aos menos favore-
evidente aos autores a emergência de uma nova onda quando cidos economicamente, o artigo 5º, LXXIV, CF:
superada a afirmação das premissas da onda anterior, restan-
do parcialmente implementada (visto que até hoje enfrentam- Artigo 5º, LXXIV, CF. O Estado prestará assistência jurídi-
se obstáculos ao pleno atendimento em todas as ondas). ca integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
Primeiro, Cappelletti e Garth17 entendem que surgiu uma recursos.
onda de concessão de assistência judiciária aos pobres, par-
tindo-se da prestação sem interesse de remuneração por par- O constituinte, ciente de que não basta garantir o acesso
te dos advogados e, ao final, levando à criação de um aparato ao Poder Judiciário, sendo também necessária a efetividade
estrutural para a prestação da assistência pelo Estado. processual, incluiu pela Emenda Constitucional nº 45/2004 o
Em segundo lugar, no entender de Cappelletti e Garth18, veio inciso LXXVIII ao artigo 5º da Constituição:
a onda de superação do problema na representação dos interes-
ses difusos, saindo da concepção tradicional de processo como Artigo 5º, LXXVIII, CF. A todos, no âmbito judicial e admi-
algo restrito a apenas duas partes individualizadas e ocasionando nistrativo, são assegurados a razoável duração do processo e
o surgimento de novas instituições, como o Ministério Público. os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Finalmente, Cappelletti e Garth19 apontam uma terceira Com o tempo se percebeu que não bastava garantir o
onda consistente no surgimento de uma concepção mais am- acesso à justiça se este não fosse célere e eficaz. Não significa
pla de acesso à justiça, considerando o conjunto de institui- que se deve acelerar o processo em detrimento de direitos e
ções, mecanismos, pessoas e procedimentos utilizados: “[...] garantias assegurados em lei, mas sim que é preciso propor-
esse enfoque encoraja a exploração de uma ampla variedade cionar um trâmite que dure nem mais e nem menos que o ne-
de reformas, incluindo alterações nas formas de procedimen- cessário para a efetiva realização da justiça no caso concreto.
to, mudanças na estrutura dos tribunais ou a criação de no-
vos tribunais, o uso de pessoas leigas ou paraprofissionais, - Direitos constitucionais-penais
tanto como juízes quanto como defensores, modificações no Juiz natural e vedação ao juízo ou tribunal de exceção
direito substantivo destinadas a evitar litígios ou facilitar sua Quando o artigo 5º, LIII, CF menciona:
solução e a utilização de mecanismos privados ou informais
de solução dos litígios. Esse enfoque, em suma, não receia Artigo 5º, LIII, CF. Ninguém será processado nem senten-
inovações radicais e compreensivas, que vão muito além da ciado senão pela autoridade competente”, consolida o prin-
esfera de representação judicial”. cípio do juiz natural que assegura a toda pessoa o direito de
Assim, dentro da noção de acesso à justiça, diversos as- conhecer previamente daquele que a julgará no processo em
pectos podem ser destacados: de um lado, deve criar-se o que seja parte, revestindo tal juízo em jurisdição competente
Poder Judiciário e se disponibilizar meios para que todas as para a matéria específica do caso antes mesmo do fato ocorrer.
pessoas possam buscá-lo; de outro lado, não basta garantir
meios de acesso se estes forem insuficientes, já que para que Por sua vez, um desdobramento deste princípio encon-
exista o verdadeiro acesso à justiça é necessário que se apli- tra-se no artigo 5º, XXXVII, CF:
que o direito material de maneira justa e célere.
Artigo 5º, XXXVII, CF. Não haverá juízo ou tribunal de ex-
16 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fun- ceção.
damentais: teoria geral, comentários aos artigos 1º a 5º da
Constituição da República Federativa do Brasil, doutrina e ju- Juízo ou Tribunal de Exceção é aquele especialmente cria-
risprudência. São Paulo: Atlas, 1997. do para uma situação pretérita, bem como não reconhecido
17 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à como legítimo pela Constituição do país.
Justiça. Tradução Ellen Grace Northfleet. Porto Alegre: Sér-
gio Antônio Fabris Editor, 1998, p. 31-32. Tribunal do júri
18 Ibid., p. 49-52 A respeito da competência do Tribunal do júri, prevê o
19 Ibid., p. 67-73 artigo 5º, XXXVIII, CF:

48
CONHECIMENTOS GERAIS

Artigo 5º, XXXVIII. É reconhecida a instituição do júri, com Menções específicas a crimes
a organização que lhe der a lei, assegurados: O artigo 5º, XLI, CF estabelece:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações; Artigo 5º, XLI, CF. A lei punirá qualquer discriminação
c) a soberania dos veredictos; atentatória dos direitos e liberdades fundamentais.
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos
contra a vida. Sendo assim confere fórmula genérica que remete ao
princípio da igualdade numa concepção ampla, razão pela
O Tribunal do Júri é formado por pessoas do povo, que qual práticas discriminatórias não podem ser aceitas. No en-
julgam os seus pares. Entende-se ser direito fundamental o tanto, o constituinte entendeu por bem prever tratamento
de ser julgado por seus iguais, membros da sociedade e não específico a certas práticas criminosas.
magistrados, no caso de determinados crimes que por sua Neste sentido, prevê o artigo 5º, XLII, CF:
natureza possuem fortes fatores de influência emocional.
Plenitude da defesa envolve tanto a autodefesa quanto a Artigo 5º, XLII, CF. A prática do racismo constitui crime
defesa técnica e deve ser mais ampla que a denominada am- inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
pla defesa assegurada em todos os procedimentos judiciais e termos da lei.
administrativos.
Sigilo das votações envolve a realização de votações se- A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 define os crimes
cretas, preservando a liberdade de voto dos que compõem o resultantes de preconceito de raça ou de cor. Contra eles não
conselho que irá julgar o ato praticado. cabe fiança (pagamento de valor para deixar a prisão provi-
A decisão tomada pelo conselho é soberana. Contudo, a sória) e não se aplica o instituto da prescrição (perda de pre-
soberania dos veredictos veda a alteração das decisões dos tensão de se processar/punir uma pessoa pelo decurso do
jurados, não a recorribilidade dos julgamentos do Tribunal do tempo).
Júri para que seja procedido novo julgamento uma vez cas- Não obstante, preconiza ao artigo 5º, XLIII, CF:
sada a decisão recorrida, haja vista preservar o ordenamento
jurídico pelo princípio do duplo grau de jurisdição. Artigo 5º, XLIII, CF. A lei considerará crimes inafiançáveis
Por fim, a competência para julgamento é dos crimes do- e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o
losos (em que há intenção ou ao menos se assume o risco tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e
de produção do resultado) contra a vida, que são: homicídio, os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
aborto, induzimento, instigação ou auxílio a suicídio e infan- mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omi-
ticídio. Sua competência não é absoluta e é mitigada, por ve- tirem.
zes, pela própria Constituição (artigos 29, X / 102, I, b) e c) /
105, I, a) / 108, I). Anistia, graça e indulto diferenciam-se nos seguintes
termos: a anistia exclui o crime, rescinde a condenação e ex-
Anterioridade e irretroatividade da lei tingue totalmente a punibilidade, a graça e o indulto apenas
O artigo 5º, XXXIX, CF preconiza: extinguem a punibilidade, podendo ser parciais; a anistia, em
regra, atinge crimes políticos, a graça e o indulto, crimes co-
Artigo5º, XXXIX, CF. Não há crime sem lei anterior que o muns; a anistia pode ser concedida pelo Poder Legislativo, a
defina, nem pena sem prévia cominação legal. graça e o indulto são de competência exclusiva do Presidente
da República; a anistia pode ser concedida antes da sentença
É a consagração da regra do nullum crimen nulla poena final ou depois da condenação irrecorrível, a graça e o indulto
sine praevia lege. Simultaneamente, se assegura o princípio da pressupõem o trânsito em julgado da sentença condenatória;
legalidade (ou reserva legal), na medida em que não há crime graça e o indulto apenas extinguem a punibilidade, persis-
sem lei que o defina, nem pena sem prévia cominação legal, e tindo os efeitos do crime, apagados na anistia; graça é em
o princípio da anterioridade, posto que não há crime sem lei regra individual e solicitada, enquanto o indulto é coletivo e
anterior que o defina. espontâneo.
Ainda no que tange ao princípio da anterioridade, tem-se Não cabe graça, anistia ou indulto (pode-se considerar
o artigo 5º, XL, CF: que o artigo o abrange, pela doutrina majoritária) contra cri-
mes de tortura, tráfico, terrorismo (TTT) e hediondos (previs-
Artigo 5º, XL, CF. A lei penal não retroagirá, salvo para tos na Lei nº 8.072 de 25 de julho de 1990). Além disso, são
beneficiar o réu. crimes que não aceitam fiança.
O dispositivo consolida outra faceta do princípio da ante- Ainda, prevê o artigo 5º, XLIV, CF:
rioridade: se, por um lado, é necessário que a lei tenha defini-
do um fato como crime e dado certo tratamento penal a este Artigo 5º, XLIV, CF. Constitui crime inafiançável e impres-
fato (ex.: pena de detenção ou reclusão, tempo de pena, etc.) critível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra
antes que ele ocorra; por outro lado, se vier uma lei posterior a ordem constitucional e o Estado Democrático.
ao fato que o exclua do rol de crimes ou que confira trata-
mento mais benéfico (diminuindo a pena ou alterando o regi- Por fim, dispõe a CF sobre a possibilidade de extradição
me de cumprimento, notadamente), ela será aplicada. Restam de brasileiro naturalizado caso esteja envolvido com tráfico
consagrados tanto o princípio da irretroatividade da lei penal ilícito de entorpecentes:
in pejus quanto o da retroatividade da lei penal mais benéfica.

49
CONHECIMENTOS GERAIS

Artigo 5º, LI, CF. Nenhum brasileiro será extraditado, salvo A distinção do estabelecimento conforme a natureza do
o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da delito visa impedir que a prisão se torne uma faculdade do
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico crime. Infelizmente, o Estado não possui aparato suficiente
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. para cumprir tal diretiva, diferenciando, no máximo, o nível
de segurança das prisões. Quanto à idade, destacam-se as
Personalidade da pena Fundações Casas, para cumprimento de medida por menores
A personalidade da pena encontra respaldo no artigo 5º, infratores. Quanto ao sexo, prisões costumam ser exclusiva-
XLV, CF: mente para homens ou para mulheres.
Também se denota o respeito à individualização da pena
Artigo 5º, XLV, CF. Nenhuma pena passará da pessoa do nesta faceta pelo artigo 5º, L, CF:
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decre-
tação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas Artigo 5º, L, CF. Às presidiárias serão asseguradas condi-
aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do ções para que possam permanecer com seus filhos durante o
patrimônio transferido. período de amamentação.
Preserva-se a individualização da pena porque é toma-
O princípio da personalidade encerra o comando de o da a condição peculiar da presa que possui filho no período
crime ser imputado somente ao seu autor, que é, por seu tur- de amamentação, mas também se preserva a dignidade da
no, a única pessoa passível de sofrer a sanção. Seria flagrante criança, não a afastando do seio materno de maneira precária
a injustiça se fosse possível alguém responder pelos atos ilíci- e impedindo a formação de vínculo pela amamentação.
tos de outrem: caso contrário, a reação, ao invés de restringir-
se ao malfeitor, alcançaria inocentes. Contudo, se uma pessoa Vedação de determinadas penas
deixou patrimônio e faleceu, este patrimônio responderá pe- O constituinte viu por bem proibir algumas espécies de
las repercussões financeiras do ilícito. penas, consoante ao artigo 5º, XLVII, CF:

Individualização da pena Artigo 5º, XLVII, CF. não haverá penas:


A individualização da pena tem por finalidade concretizar a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos ter-
o princípio de que a responsabilização penal é sempre pes- mos do art. 84, XIX;
soal, devendo assim ser aplicada conforme as peculiaridades b) de caráter perpétuo;
do agente. c) de trabalhos forçados;
A primeira menção à individualização da pena se encon- d) de banimento;
tra no artigo 5º, XLVI, CF: e) cruéis.

Artigo 5º, XLVI, CF. A lei regulará a individualização da Em resumo, o inciso consolida o princípio da humani-
pena e adotará, entre outras, as seguintes: dade, pelo qual o “poder punitivo estatal não pode aplicar
a) privação ou restrição da liberdade; sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que
b) perda de bens; lesionem a constituição físico-psíquica dos condenados”20 .
c) multa; Quanto à questão da pena de morte, percebe-se que o
d) prestação social alternativa; constituinte não estabeleceu uma total vedação, autorizando-a
e) suspensão ou interdição de direitos. nos casos de guerra declarada. Obviamente, deve-se respeitar o
princípio da anterioridade da lei, ou seja, a legislação deve pre-
Pelo princípio da individualização da pena, a pena deve ver a pena de morte ao fato antes dele ser praticado. No orde-
ser individualizada nos planos legislativo, judiciário e execu- namento brasileiro, este papel é cumprido pelo Código Penal
tório, evitando-se a padronização a sanção penal. A indivi- Militar (Decreto-Lei nº 1.001/1969), que prevê a pena de morte
dualização da pena significa adaptar a pena ao condenado, a ser executada por fuzilamento nos casos tipificados em seu
consideradas as características do agente e do delito. Livro II, que aborda os crimes militares em tempo de guerra.
A pena privativa de liberdade é aquela que restringe, com Por sua vez, estão absolutamente vedadas em quaisquer
maior ou menor intensidade, a liberdade do condenado, con- circunstâncias as penas de caráter perpétuo, de trabalhos for-
sistente em permanecer em algum estabelecimento prisional, çados, de banimento e cruéis.
por um determinado tempo. No que tange aos trabalhos forçados, vale destacar que o
A pena de multa ou patrimonial opera uma diminuição trabalho obrigatório não é considerado um tratamento contrá-
do patrimônio do indivíduo delituoso. rio à dignidade do recluso, embora o trabalho forçado o seja. O
A prestação social alternativa corresponde às penas restri- trabalho é obrigatório, dentro das condições do apenado, não
tivas de direitos, autônomas e substitutivas das penas privati- podendo ser cruel ou menosprezar a capacidade física e inte-
vas de liberdade, estabelecidas no artigo 44 do Código Penal. lectual do condenado; como o trabalho não existe indepen-
Por seu turno, a individualização da pena deve também dente da educação, cabe incentivar o aperfeiçoamento pessoal;
se fazer presente na fase de sua execução, conforme se de- até mesmo porque o trabalho deve se aproximar da realidade
preende do artigo 5º, XLVIII, CF: do mundo externo, será remunerado; além disso, condições de
dignidade e segurança do trabalhador, como descanso sema-
Artigo 5º, XLVIII, CF. A pena será cumprida em estabele- nal e equipamentos de proteção, deverão ser respeitados.
cimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a 20 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito
idade e o sexo do apenado. penal. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.

50
CONHECIMENTOS GERAIS

Respeito à integridade do preso Presunção de inocência


Prevê o artigo 5º, XLIX, CF: Prevê a Constituição no artigo 5º, LVII:

Artigo 5º, XLIX, CF. É assegurado aos presos o respeito à Artigo 5º, LVII, CF. Ninguém será considerado culpado até
integridade física e moral. o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.

Obviamente, o desrespeito à integridade física e moral do pre- Consolida-se o princípio da presunção de inocência, pelo
so é uma violação do princípio da dignidade da pessoa humana. qual uma pessoa não é culpada até que, em definitivo, o Judi-
Dois tipos de tratamentos que violam esta integridade ciário assim decida, respeitados todos os princípios e garan-
estão mencionados no próprio artigo 5º da Constituição Fe- tias constitucionais.
deral. Em primeiro lugar, tem-se a vedação da tortura e de
tratamentos desumanos e degradantes (artigo 5º, III, CF), o Ação penal privada subsidiária da pública
que vale na execução da pena. Nos termos do artigo 5º, LIX, CF:
No mais, prevê o artigo 5º, LVIII, CF:
Artigo 5º, LIX, CF. Será admitida ação privada nos crimes
Artigo 5º, LVIII, CF. O civilmente identificado não será subme- de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal.
tido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.
A chamada ação penal privada subsidiária da pública en-
Se uma pessoa possui identificação civil, não há porque contra respaldo constitucional, assegurando que a omissão
fazer identificação criminal, colhendo digitais, fotos, etc. Pen- do poder público na atividade de persecução criminal não
sa-se que seria uma situação constrangedora desnecessária será ignorada, fornecendo-se instrumento para que o interes-
ao suspeito, sendo assim, violaria a integridade moral. sado a proponha.

Devido processo legal, contraditório e ampla defesa Prisão e liberdade


Estabelece o artigo 5º, LIV, CF: O constituinte confere espaço bastante extenso no artigo
5º em relação ao tratamento da prisão, notadamente por se
Artigo 5º, LIV, CF. Ninguém será privado da liberdade ou de tratar de ato que vai contra o direito à liberdade. Obviamente,
seus bens sem o devido processo legal. a prisão não é vedada em todos os casos, porque práticas
atentatórias a direitos fundamentais implicam na tipificação
Pelo princípio do devido processo legal a legislação deve penal, autorizando a restrição da liberdade daquele que assim
ser respeitada quando o Estado pretender punir alguém ju- agiu.
dicialmente. Logo, o procedimento deve ser livre de vícios e No inciso LXI do artigo 5º, CF, prevê-se:
seguir estritamente a legislação vigente, sob pena de nulida-
de processual. Artigo 5º, LXI, CF. Ninguém será preso senão em flagran-
Surgem como corolário do devido processo legal o con- te delito ou por ordem escrita e fundamentada de auto-
traditório e a ampla defesa, pois somente um procedimento ridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
que os garanta estará livre dos vícios. Neste sentido, o artigo militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
5º, LV, CF:
Logo, a prisão somente se dará em caso de flagrante de-
Artigo 5º, LV, CF. Aos litigantes, em processo judicial ou ad- lito (necessariamente antes do trânsito em julgado), ou em
ministrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contra- caráter temporário, provisório ou definitivo (as duas primeiras
ditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. independente do trânsito em julgado, preenchidos requisitos
legais e a última pela irreversibilidade da condenação).
O devido processo legal possui a faceta formal, pela qual Aborda-se no artigo 5º, LXII o dever de comunicação ao
se deve seguir o adequado procedimento na aplicação da lei juiz e à família ou pessoa indicada pelo preso:
e, sendo assim, respeitar o contraditório e a ampla defesa.
Não obstante, o devido processo legal tem sua faceta material Artigo 5º, LXII, CF. A prisão de qualquer pessoa e o local
que consiste na tomada de decisões justas, que respeitem os onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade. competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.

Vedação de provas ilícitas Não obstante, o preso deverá ser informado de todos os
Conforme o artigo 5º, LVI, CF: seus direitos, inclusive o direito ao silêncio, podendo entrar
em contato com sua família e com um advogado, conforme
Artigo 5º, LVI, CF. São inadmissíveis, no processo, as provas artigo 5º, LXIII, CF:
obtidas por meios ilícitos.
Provas ilícitas, por força da nova redação dada ao artigo Artigo 5º, LXIII, CF. O preso será informado de seus direi-
157 do CPP, são as obtidas em violação a normas constitucio- tos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegu-
nais ou legai, ou seja, prova ilícita é a que viola regra de direito rada a assistência da família e de advogado.
material, constitucional ou legal, no momento da sua obten-
ção. São vedadas porque não se pode aceitar o descumpri- Estabelece-se no artigo 5º, LXIV, CF:
mento do ordenamento para fazê-lo cumprir: seria paradoxal.

51
CONHECIMENTOS GERAIS

Artigo 5º, LXIV, CF. O preso tem direito à identificação dos Presidente da República), submissão do tratado assinado ao
responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial. Congresso Nacional (que dará referendo por meio do decre-
to legislativo), ratificação do tratado (confirmação da obriga-
Por isso mesmo, o auto de prisão em flagrante e a ata do ção perante a comunidade internacional) e a promulgação e
depoimento do interrogatório são assinados pelas autorida- publicação do tratado pelo Poder Executivo21. Notadamente,
des envolvidas nas práticas destes atos procedimentais. quando o constituinte menciona os tratados internacionais
Ainda, a legislação estabelece inúmeros requisitos para no §2º do artigo 5º refere-se àqueles que tenham por fulcro
que a prisão seja validada, sem os quais cabe relaxamento, ampliar o rol de direitos do artigo 5º, ou seja, tratado interna-
tanto que assim prevê o artigo 5º, LXV, CF: cional de direitos humanos.
O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originária
Artigo 5º, LXV, CF. A prisão ilegal será imediatamente re- na Constituição Federal, conferindo o caráter de primazia dos
laxada pela autoridade judiciária. direitos humanos, desde logo consagrando o princípio da pri-
mazia dos direitos humanos, como reconhecido pela doutrina
Desta forma, como decorrência lógica, tem-se a previsão e jurisprudência majoritários na época. “O princípio da prima-
do artigo 5º, LXVI, CF: zia dos direitos humanos nas relações internacionais implica
em que o Brasil deve incorporar os tratados quanto ao tema
Artigo 5º, LXVI, CF. Ninguém será levado à prisão ou nela ao ordenamento interno brasileiro e respeitá-los. Implica,
mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou também em que as normas voltadas à proteção da dignidade
sem fiança. em caráter universal devem ser aplicadas no Brasil em caráter
prioritário em relação a outras normas”22.
Mesmo que a pessoa seja presa em flagrante, devido ao Regra geral, os tratados internacionais comuns ingressam
princípio da presunção de inocência, entende-se que ela não com força de lei ordinária no ordenamento jurídico brasilei-
deve ser mantida presa quando não preencher os requisitos ro porque somente existe previsão constitucional quanto à
legais para prisão preventiva ou temporária. possibilidade da equiparação às emendas constitucionais se
o tratado abranger matéria de direitos humanos. Antes da
Indenização por erro judiciário emenda alterou o quadro quanto aos tratados de direitos hu-
A disciplina sobre direitos decorrentes do erro judiciário manos, era o que acontecia, mas isso não significa que tais
encontra-se no artigo 5º, LXXV, CF: direitos eram menos importantes devido ao princípio da pri-
mazia e ao reconhecimento dos direitos implícitos.
Artigo 5º, LXXV, CF. O Estado indenizará o condenado por Por seu turno, com o advento da Emenda Constitucional
erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo nº 45/04 se introduziu o §3º ao artigo 5º da Constituição Fe-
fixado na sentença. deral, de modo que os tratados internacionais de direitos hu-
manos foram equiparados às emendas constitucionais, desde
Trata-se do erro em que incorre um juiz na apreciação e que houvesse a aprovação do tratado em cada Casa do Con-
julgamento de um processo criminal, resultando em conde- gresso Nacional e obtivesse a votação em dois turnos e com
nação de alguém inocente. Neste caso, o Estado indenizará. três quintos dos votos dos respectivos membros:
Ele também indenizará uma pessoa que ficar presa além do
tempo que foi condenada a cumprir. Art. 5º, § 3º, CF. Os tratados e convenções internacio-
nais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
4) Direitos fundamentais implícitos Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quin-
Nos termos do § 2º do artigo 5º da Constituição Federal: tos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais. 
Artigo 5º, §2º, CF. Os direitos e garantias expressos nesta
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos Logo, a partir da alteração constitucional, os tratados de
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em direitos humanos que ingressarem no ordenamento jurídico
que a República Federativa do Brasil seja parte. brasileiro, versando sobre matéria de direitos humanos, irão
passar por um processo de aprovação semelhante ao da
Daí se depreende que os direitos ou garantias podem emenda constitucional.
estar expressos ou implícitos no texto constitucional. Sendo Contudo, há posicionamentos conflituosos quanto à
assim, o rol enumerado nos incisos do artigo 5º é apenas possibilidade de considerar como hierarquicamente consti-
exemplificativo, não taxativo. tucional os tratados internacionais de direitos humanos que
ingressaram no ordenamento jurídico brasileiro anteriormen-
5) Tratados internacionais incorporados ao ordena- te ao advento da referida emenda. Tal discussão se deu com
mento interno relação à prisão civil do depositário infiel, prevista como legal
Estabelece o artigo 5º, § 2º, CF que os direitos e garantias
podem decorrer, dentre outras fontes, dos “tratados interna- 21 VICENTE SOBRINHO, Benedito. Direitos
cionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”. Fundamentais e Prisão Civil. Porto Alegre: Sérgio An-
Para o tratado internacional ingressar no ordenamen- tonio Fabris Editor, 2008.
to jurídico brasileiro deve ser observado um procedimento 22 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito
complexo, que exige o cumprimento de quatro fases: a nego- Internacional Público e Privado. Salvador: JusPodi-
ciação (bilateral ou multilateral, com posterior assinatura do vm, 2009.

52
CONHECIMENTOS GERAIS

na Constituição e ilegal no Pacto de São José da Costa Rica Trata-se de desdobramento da perspectiva do Estado
(tratado de direitos humanos aprovado antes da EC nº 45/04), Social de Direito. Em suma, são elencados os direitos huma-
sendo que o Supremo Tribunal Federal firmou o entendimen- nos de 2ª dimensão, notadamente conhecidos como direitos
to pela supralegalidade do tratado de direitos humanos ante- econômicos, sociais e culturais. Em resumo, os direitos sociais
rior à Emenda (estaria numa posição que paralisaria a eficácia envolvem prestações positivas do Estado (diferente dos de
da lei infraconstitucional, mas não revogaria a Constituição no liberdade, que referem-se à postura de abstenção estatal),
ponto controverso). ou seja, políticas estatais que visem consolidar o princípio da
igualdade não apenas formalmente, mas materialmente (tra-
6) Tribunal Penal Internacional tando os desiguais de maneira desigual).
Preconiza o artigo 5º, CF em seu § 4º: Por seu turno, embora no capítulo específico do Título
II que aborda os direitos sociais não se perceba uma intensa
Artigo 5º, §4º, CF. O Brasil se submete à jurisdição de Tri- regulamentação destes, à exceção dos direitos trabalhistas, o
bunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado Título VIII da Constituição Federal, que aborda a ordem social,
adesão. se concentra em trazer normativas mais detalhadas a respei-
  tos de direitos indicados como sociais.
O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional foi
promulgado no Brasil pelo Decreto nº 4.388 de 25 de setem- 1) Igualdade material e efetivação dos direitos sociais
bro de 2002. Ele contém 128 artigos e foi elaborado em Roma, Independentemente da categoria de direitos que esteja
no dia 17 de julho de 1998, regendo a competência e o fun- sendo abordada, a igualdade nunca deve aparecer num sen-
cionamento deste Tribunal voltado às pessoas responsáveis tido meramente formal, mas necessariamente material. Signi-
por crimes de maior gravidade com repercussão internacional fica que discriminações indevidas são proibidas, mas existem
(artigo 1º, ETPI). certas distinções que não só devem ser aceitas, como tam-
“Ao contrário da Corte Internacional de Justiça, cuja juris- bém se mostram essenciais.
dição é restrita a Estados, ao Tribunal Penal Internacional com- No que tange aos direitos sociais percebe-se que a igual-
pete o processo e julgamento de violações contra indivíduos; dade material assume grande relevância. Afinal, esta categoria
e, distintamente dos Tribunais de crimes de guerra da Iugos- de direitos pressupõe uma postura ativa do Estado em prol
lávia e de Ruanda, criados para analisarem crimes cometidos da efetivação. Nem todos podem arcar com suas despesas de
durante esses conflitos, sua jurisdição não está restrita a uma saúde, educação, cultura, alimentação e moradia, assim como
situação específica”23. nem todos se encontram na posição de explorador da mão-
Resume Mello24: “a Conferência das Nações Unidas so- de-obra, sendo a grande maioria da população de explora-
bre a criação de uma Corte Criminal Internacional, reunida dos. Estas pessoas estão numa clara posição de desigualdade
em Roma, em 1998, aprovou a referida Corte. Ela é perma- e caberá ao Estado cuidar para que progressivamente atinjam
nente. Tem sede em Haia. A corte tem personalidade inter- uma posição de igualdade real, já que não é por conta desta
nacional. Ela julga: a) crime de genocídio; b) crime contra a posição desfavorável que se pode afirmar que são menos dig-
humanidade; c) crime de guerra; d) crime de agressão. Para nos, menos titulares de direitos fundamentais.
o crime de genocídio usa a definição da convenção de 1948. Logo, a efetivação dos direitos sociais é uma meta a ser
Como crimes contra a humanidade são citados: assassinato, alcançada pelo Estado em prol da consolidação da igualdade
escravidão, prisão violando as normas internacionais, violação material. Sendo assim, o Estado buscará o crescente aper-
tortura, apartheid, escravidão sexual, prostituição forçada, es- feiçoamento da oferta de serviços públicos com qualidade
terilização, etc. São crimes de guerra: homicídio internacional, para que todos os nacionais tenham garantidos seus direitos
destruição de bens não justificada pela guerra, deportação, fundamentais de segunda dimensão da maneira mais plena
forçar um prisioneiro a servir nas forças inimigas, etc.”. possível.
Há se ressaltar também que o Estado não possui apenas
Direitos sociais um papel direto na promoção dos direitos econômicos, so-
A Constituição Federal, dentro do Título II, aborda no ca- ciais e culturais, mas também um indireto, quando por meio
pítulo II a categoria dos direitos sociais, em sua maioria nor- de sua gestão permite que os indivíduos adquiram condições
mas programáticas e que necessitam de uma postura inter- para sustentarem suas necessidades pertencentes a esta ca-
ventiva estatal em prol da implementação. tegoria de direitos.
Os direitos assegurados nesta categoria encontram men-
ção genérica no artigo 6º, CF: 2) Reserva do possível e mínimo existencial
Os direitos sociais serão concretizados gradualmente, no-
Artigo 6º, CF. Art. 6º São direitos sociais a educação, a tadamente porque estão previstos em normas programáticas
saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, e porque a implementação deles gera um ônus para o Estado.
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à ma- Diferentemente dos direitos individuais, que dependem de
ternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na uma postura de abstenção estatal, os direitos sociais precisam
forma desta Constituição.  que o Estado assuma um papel ativo em prol da efetivação
23 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional destes.
Público & Direito Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: A previsão excessiva de direitos sociais no bojo de uma
Atlas, 2009. Constituição, a despeito de um instante bem-intencionado de
24 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito palavras promovido pelo constituinte, pode levar à negativa,
Internacional Público. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2000. paradoxal – e, portanto, inadmissível – consequência de uma

53
CONHECIMENTOS GERAIS

Carta Magna cujas finalidades não condigam com seus pró- são judicial não tem por fulcro alterar a norma, o que somente
prios prescritos, fato que deslegitima o Poder Público como é feito pelo legislador, e ele teria o direito de prever que aquela
determinador de que particulares respeitem os direitos fun- decisão judicial não está incorporada na proibição do retroces-
damentais, já que sequer eles próprios, os administradores, so. A questão é polêmica e não há entendimento dominante.
conseguem cumprir o que consta de seu Estatuto Máximo25.
Tecnicamente, nos direitos sociais é possível invocar a 4) Direito individual do trabalho
cláusula da reserva do possível como argumento para a não O artigo 7º da Constituição enumera os direitos individuais
implementação de determinado direito social – seja pela ab- dos trabalhadores urbanos e rurais. São os direitos individuais
soluta ausência de recursos (reserva do possível fática), seja tipicamente trabalhistas, mas que não excluem os demais di-
pela ausência de previsão orçamentária nos termos do artigo reitos fundamentais (ex.: honra é um direito no espaço de tra-
167, CF (reserva do possível jurídica). balho, sob pena de se incidir em prática de assédio moral).
O Ministro Celso de Mello afirmou em julgamento que
os direitos sociais “não pode converter-se em promessa cons- Artigo 7º, I, CF. Relação de emprego protegida contra
titucional inconsequente, sob pena de o Poder Público, frau- despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
dando justas expectativas nele depositadas pela coletividade, complementar, que preverá indenização compensatória, dentre
substituir, de maneira ilegítima, o cumprimento de seu im- outros direitos.
postergável dever, por um gesto irresponsável de infidelidade Significa que a demissão, se não for motivada por justa cau-
governamental ao que determina a própria Lei Fundamental sa, assegura ao trabalhador direitos como indenização compen-
do Estado”26. satória, entre outros, a serem arcados pelo empregador.
Sendo assim, a invocação da cláusula da reserva do pos-
sível, embora viável, não pode servir de muleta para que o Artigo 7º, II, CF. Seguro-desemprego, em caso de desem-
Estado não arque com obrigações básicas. Neste viés, geral- prego involuntário.
mente, quando invocada a cláusula é afastada, entendendo o Sem prejuízo de eventual indenização a ser recebida do
Poder Judiciário que não cabe ao Estado se eximir de garantir empregador, o trabalhador que fique involuntariamente de-
direitos sociais com o simples argumento de que não há orça- sempregado – entendendo-se por desemprego involuntário
mento específico para isso – ele deveria ter reservado parcela o que tenha origem num acordo de cessação do contrato de
suficiente de suas finanças para atender esta demanda. trabalho – tem direito ao seguro-desemprego, a ser arcado
Com efeito, deve ser preservado o mínimo existencial, pela previdência social, que tem o caráter de assistência finan-
que tem por fulcro limitar a discricionariedade político-ad- ceira temporária.
ministrativa e estabelecer diretrizes orçamentárias básicas a
serem seguidas, sob pena de caber a intervenção do Poder Artigo 7º, III, CF. Fundo de garantia do tempo de serviço.
Judiciário em prol de sua efetivação. Foi criado em 1967 pelo Governo Federal para proteger
o trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é constituído
3) Princípio da proibição do retrocesso de contas vinculadas, abertas em nome de cada trabalhador,
Proibição do retrocesso é a impossibilidade de que uma quando o empregador efetua o primeiro depósito. O saldo da
conquista garantida na Constituição Federal sofra um retro- conta vinculada é formado pelos depósitos mensais efetiva-
cesso, de modo que um direito social garantido não pode dos pelo empregador, equivalentes a 8,0% do salário pago ao
deixar de o ser. empregado, acrescido de atualização monetária e juros. Com
Conforme jurisprudência, a proibição do retrocesso deve o FGTS, o trabalhador tem a oportunidade de formar um patri-
ser tomada com reservas, até mesmo porque segundo en- mônio, que pode ser sacado em momentos especiais, como o
tendimento predominante as normas do artigo 7º, CF não da aquisição da casa própria ou da aposentadoria e em situa-
são cláusula pétrea, sendo assim passíveis de alteração. Se for ções de dificuldades, que podem ocorrer com a demissão sem
alterada normativa sobre direito trabalhista assegurado no re- justa causa ou em caso de algumas doenças graves.
ferido dispositivo, não sendo o prejuízo evidente, entende-se
válida (por exemplo, houve alteração do prazo prescricional Artigo 7º, IV, CF. Salário mínimo, fixado em lei, nacional-
diferenciado para os trabalhadores agrícolas). O que, em hi- mente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais
pótese alguma, pode ser aceito é um retrocesso evidente, seja básicas e às de sua família com moradia, alimentação, edu-
excluindo uma categoria de direitos (ex.: abolir o Sistema Úni- cação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previ-
co de Saúde), seja diminuindo sensivelmente a abrangência dência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o po-
da proteção (ex.: excluindo o ensino médio gratuito). der aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.
Questão polêmica se refere à proibição do retrocesso: se Trata-se de uma visível norma programática da Constitui-
uma decisão judicial melhorar a efetivação de um direito so- ção que tem por pretensão um salário mínimo que atenda a
cial, ela se torna vinculante e é impossível ao legislador alterar todas as necessidades básicas de uma pessoa e de sua família.
a Constituição para retirar este avanço? Por um lado, a proi- Em pesquisa que tomou por parâmetro o preceito constitu-
bição do retrocesso merece ser tomada em conceito amplo, cional, detectou-se que “o salário mínimo do trabalhador bra-
abrangendo inclusive decisões judiciais; por outro lado, a deci- sileiro deveria ter sido de R$ 2.892,47 em abril para que ele su-
25 LAZARI, Rafael José Nadim de. Reserva do possí- prisse suas necessidades básicas e da família, segundo estudo
vel e mínimo existencial: a pretensão de eficácia da norma divulgado nesta terça-feira, 07, pelo Departamento Intersindi-
constitucional em face da realidade. Curitiba: Juruá, 2012, p. cal de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)”27.
56-57. 27 http://exame.abril.com.br/economia/noticias/salario-
26 RTJ 175/1212-1213, Rel. Min. CELSO DE MELLO. -minimo-deveria-ter-sido-de-r-2-892-47-em-abril

54
CONHECIMENTOS GERAIS

Artigo 7º, V, CF. Piso salarial proporcional à extensão e à Artigo 7º, XI, CF. Participação nos lucros, ou resultados,
complexidade do trabalho. desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participa-
ção na gestão da empresa, conforme definido em lei.
Cada trabalhador, dentro de sua categoria de emprego,
seja ele professor, comerciário, metalúrgico, bancário, cons- A Participação nos Lucros e Resultado (PLR), que é co-
trutor civil, enfermeiro, recebe um salário base, chamado de nhecida também por Programa de Participação nos Resulta-
Piso Salarial, que é sua garantia de recebimento dentro de dos (PPR), está prevista na Consolidação das Leis do Trabalho
seu grau profissional. O Valor do Piso Salarial é estabelecido (CLT) desde a Lei nº 10.101, de 19 de dezembro de 2000. Ela
em conformidade com a data base da categoria, por isso ele é funciona como um bônus, que é ofertado pelo empregador e
definido em conformidade com um acordo, ou ainda com um negociado com uma comissão de trabalhadores da empresa.
entendimento entre patrão e trabalhador. A CLT não obriga o empregador a fornecer o benefício, mas
propõe que ele seja utilizado.
Artigo 7º, VI, CF. Irredutibilidade do salário, salvo o dis-
posto em convenção ou acordo coletivo. Artigo 7º, XII, CF. Salário-família pago em razão do de-
pendente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei.
O salário não pode ser reduzido, a não ser que anão re-
dução implique num prejuízo maior, por exemplo, demissão Salário-família é o benefício pago na proporção do res-
em massa durante uma crise, situações que devem ser nego- pectivo número de filhos ou equiparados de qualquer con-
ciadas em convenção ou acordo coletivo. dição até a idade de quatorze anos ou inválido de qualquer
idade, independente de carência e desde que o salário-de-
Artigo 7º, VII, CF. Garantia de salário, nunca inferior ao contribuição seja inferior ou igual ao limite máximo permitido.
mínimo, para os que percebem remuneração variável. De acordo com a Portaria Interministerial MPS/MF nº 19, de
10/01/2014, valor do salário-família será de R$ 35,00, por filho
O salário mínimo é direito de todos os trabalhadores, de até 14 anos incompletos ou inválido, para quem ganhar
mesmo daqueles que recebem remuneração variável (ex.: ba- até R$ 682,50. Já para o trabalhador que receber de R$ 682,51
seada em comissões por venda e metas); até R$ 1.025,81, o valor do salário-família por filho de até 14
anos de idade ou inválido de qualquer idade será de R$ 24,66.
Artigo 7º, VIII, CF. Décimo terceiro salário com base na
remuneração integral ou no valor da aposentadoria. Artigo 7º, XIII, CF. duração do trabalho normal não supe-
rior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, fa-
Também conhecido como gratificação natalina, foi insti- cultada a compensação de horários e a redução da jornada,
tuída no Brasil pela Lei nº 4.090/1962 e garante que o traba- mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.
lhador receba o correspondente a 1/12 (um doze avos) da
remuneração por mês trabalhado, ou seja, consiste no paga- Artigo 7º, XVI, CF. Remuneração do serviço extraordiná-
mento de um salário extra ao trabalhador e ao aposentado no rio superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal.
final de cada ano.
A legislação trabalhista vigente estabelece que a dura-
Artigo 7º, IX, CF. Remuneração do trabalho noturno su- ção normal do trabalho, salvo os casos especiais, é de 8 (oito)
perior à do diurno. horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, no máximo.
Todavia, poderá a jornada diária de trabalho dos empregados
O adicional noturno é devido para o trabalho exercido maiores ser acrescida de horas suplementares, em número
durante a noite, de modo que cada hora noturna sofre a redu- não excedentes a duas, no máximo, para efeito de serviço
ção de 7 minutos e 30 segundos, ou ainda, é feito acréscimo extraordinário, mediante acordo individual, acordo coletivo,
de 12,5% sobre o valor da hora diurna. Considera-se noturno, convenção coletiva ou sentença normativa. Excepcionalmen-
nas atividades urbanas, o trabalho realizado entre as 22:00 te, ocorrendo necessidade imperiosa, poderá ser prorroga-
horas de um dia às 5:00 horas do dia seguinte; nas atividades da além do limite legalmente permitido. A remuneração do
rurais, é considerado noturno o trabalho executado na lavou- serviço extraordinário, desde a promulgação da Constituição
ra entre 21:00 horas de um dia às 5:00 horas do dia seguinte; Federal, deverá constar, obrigatoriamente, do acordo, con-
e na pecuária, entre 20:00 horas às 4:00 horas do dia seguinte. venção ou sentença normativa, e será, no mínimo, 50% (cin-
quenta por cento) superior à da hora normal.
Artigo 7º, X, CF. Proteção do salário na forma da lei,
constituindo crime sua retenção dolosa. Artigo 7º, XIV, CF. Jornada de seis horas para o trabalho
realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
Quanto ao possível crime de retenção de salário, não há negociação coletiva.
no Código Penal brasileiro uma norma que determina a ação
de retenção de salário como crime. Apesar do artigo 7º, X, CF O constituinte ao estabelecer jornada máxima de 6 horas
dizer que é crime a retenção dolosa de salário, o dispositivo é para os turnos ininterruptos de revezamento, expressamen-
norma de eficácia limitada, pois depende de lei ordinária, ain- te ressalvando a hipótese de negociação coletiva, objetivou
da mais porque qualquer norma penal incriminadora é regida prestigiar a atuação da entidade sindical. Entretanto, a juris-
pela legalidade estrita (artigo 5º, XXXIX, CF). prudência evoluiu para uma interpretação restritiva de seu
teor, tendo como parâmetro o fato de que o trabalho em

55
CONHECIMENTOS GERAIS

turnos ininterruptos é por demais desgastante, penoso, além Artigo 7º, XXI, CF. Aviso prévio proporcional ao tempo
de trazer malefícios de ordem fisiológica para o trabalhador, de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei.
inclusive distúrbios no âmbito psicossocial já que dificulta o
convívio em sociedade e com a própria família. Nas relações de emprego, quando uma das partes deseja
rescindir, sem justa causa, o contrato de trabalho por prazo
Artigo 7º, XV, CF. Repouso semanal remunerado, prefe- indeterminado, deverá, antecipadamente, notificar à outra
rencialmente aos domingos. parte, através do aviso prévio. O aviso prévio tem por finalida-
de evitar a surpresa na ruptura do contrato de trabalho, pos-
O Descanso Semanal Remunerado é de 24 (vinte e qua- sibilitando ao empregador o preenchimento do cargo vago e
tro) horas consecutivas, devendo ser concedido preferencial- ao empregado uma nova colocação no mercado de trabalho,
mente aos domingos, sendo garantido a todo trabalhador sendo que o aviso prévio pode ser trabalhado ou indenizado.
urbano, rural ou doméstico. Havendo necessidade de traba-
lho aos domingos, desde que previamente autorizados pelo Artigo 7º, XXII, CF. Redução dos riscos inerentes ao tra-
Ministério do Trabalho, aos trabalhadores é assegurado pelo balho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança.
menos um dia de repouso semanal remunerado coincidente
com um domingo a cada período, dependendo da atividade Trata-se ao direito do trabalhador a um meio ambiente
(artigo 67, CLT). do trabalho salubre. Fiorillo28 destaca que o equilíbrio do meio
ambiente do trabalho está sedimentado na salubridade e na
Artigo 7º, XVII, CF. Gozo de férias anuais remuneradas ausência de agentes que possam comprometer a incolumida-
com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal. de físico-psíquica dos trabalhadores.

O salário das férias deve ser superior em pelo menos um Artigo 7º, XXIII, CF. Adicional de remuneração para as ati-
terço ao valor da remuneração normal, com todos os adicio- vidades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.
nais e benefícios aos quais o trabalhador tem direito. A cada
doze meses de trabalho – denominado período aquisitivo – o Penoso é o trabalho acerbo, árduo, amargo, difícil, moles-
empregado terá direito a trinta dias corridos de férias, se não to, trabalhoso, incômodo, laborioso, doloroso, rude, que não
tiver faltado injustificadamente mais de cinco vezes ao serviço é perigoso ou insalubre, mas penosa, exigindo atenção e vigi-
(caso isso ocorra, os dias das férias serão diminuídos de acor- lância acima do comum. Ainda não há na legislação específica
do com o número de faltas). previsão sobre o adicional de penosidade.
São consideradas atividades ou operações insalubres as
Artigo 7º, XVIII, CF. Licença à gestante, sem prejuízo do que se desenvolvem excesso de limites de tolerância para:
emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias. ruído contínuo ou intermitente, ruídos de impacto, exposição
O salário da trabalhadora em licença é chamado de sa- ao calor e ao frio, radiações, certos agentes químicos e bio-
lário-maternidade, é pago pelo empregador e por ele des- lógicos, vibrações, umidade, etc. O exercício de trabalho em
contado dos recolhimentos habituais devidos à Previdência condições de insalubridade assegura ao trabalhador a per-
Social. A trabalhadora pode sair de licença a partir do último cepção de adicional, incidente sobre o salário base do em-
mês de gestação, sendo que o período de licença é de 120 pregado (súmula 228 do TST), ou previsão mais benéfica em
dias. A Constituição também garante que, do momento em Convenção Coletiva de Trabalho, equivalente a 40% (quarenta
que se confirma a gravidez até cinco meses após o parto, a por cento), para insalubridade de grau máximo; 20% (vinte
mulher não pode ser demitida. por cento), para insalubridade de grau médio; 10% (dez por
cento), para insalubridade de grau mínimo.
Artigo 7º, XIX, CF. Licença-paternidade, nos termos fixa- O adicional de periculosidade é um valor devido ao em-
dos em lei. pregado exposto a atividades perigosas. São consideradas
atividades ou operações perigosas, aquelas que, por sua na-
O homem tem direito a 5 dias de licença-paternidade tureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado
para estar mais próximo do bebê recém-nascido e ajudar a em virtude de exposição permanente do trabalhador a infla-
mãe nos processos pós-operatórios. máveis, explosivos ou energia elétrica; e a roubos ou outras
espécies de violência física nas atividades profissionais de
Artigo 7º, XX, CF. Proteção do mercado de trabalho da segurança pessoal ou patrimonial. O valor do adicional de pe-
mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei. riculosidade será o salário do empregado acrescido de 30%,
sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou
Embora as mulheres sejam maioria na população de 10 participações nos lucros da empresa.
anos ou mais de idade, elas são minoria na população ocu- O Tribunal Superior do Trabalho ainda não tem entendi-
pada, mas estão em maioria entre os desocupados. Acrescen- mento unânime sobre a possibilidade de cumulação destes
ta-se ainda, que elas são maioria também na população não adicionais.
economicamente ativa. Além disso, ainda há relevante dife-
rença salarial entre homens e mulheres, sendo que os homens Artigo 7º, XXIV, CF. Aposentadoria.
recebem mais porque os empregadores entendem que eles
necessitam de um salário maior para manter a família. Tais dis- 28 FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direi-
paridades colocam em evidência que o mercado de trabalho to Ambiental brasileiro. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p.
da mulher deve ser protegido de forma especial. 21.

56
CONHECIMENTOS GERAIS

A aposentadoria é um benefício garantido a todo traba- Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) é uma contribui-
lhador brasileiro que pode ser usufruído por aquele que tenha ção com natureza de tributo que as empresas pagam para
contribuído ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) custear benefícios do INSS oriundos de acidente de trabalho
pelos prazos estipulados nas regras da Previdência Social e ou doença ocupacional, cobrindo a aposentadoria especial. A
tenha atingido as idades mínimas previstas. Aliás, o direito à alíquota normal é de um, dois ou três por cento sobre a re-
previdência social é considerado um direito social no próprio muneração do empregado, mas as empresas que expõem os
artigo 6º, CF. trabalhadores a agentes nocivos químicos, físicos e biológicos
precisam pagar adicionais diferenciados. Assim, quanto maior
Artigo 7º, XXV, CF. Assistência gratuita aos filhos e de- o risco, maior é a alíquota, mas atualmente o Ministério da
pendentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em Previdência Social pode alterar a alíquota se a empresa inves-
creches e pré-escolas. tir na segurança do trabalho.
Neste sentido, nada impede que a empresa seja respon-
Todo estabelecimento com mais de 30 funcionárias com sabilizada pelos acidentes de trabalho, indenizando o tra-
mais de 16 anos tem a obrigação de oferecer um espaço físico balhador. Na atualidade entende-se que a possibilidade de
para que as mães deixem o filho de 0 a 6 meses, enquanto cumulação do benefício previdenciário, assim compreendido
elas trabalham. Caso não ofereçam esse espaço aos bebês, a como prestação garantida pelo Estado ao trabalhador aciden-
empresa é obrigada a dar auxílio-creche a mulher para que ela tado (responsabilidade objetiva) com a indenização devida
pague uma creche para o bebê de até 6 meses. O valor des- pelo empregador em caso de culpa (responsabilidade sub-
se auxílio será determinado conforme negociação coletiva na jetiva), é pacífica, estando amplamente difundida na jurispru-
empresa (acordo da categoria ou convenção). A empresa que dência do Tribunal Superior do Trabalho;
tiver menos de 30 funcionárias registradas não tem obrigação
de conceder o benefício. É facultativo (ela pode oferecer ou Artigo 7º, XXIX, CF. Ação, quanto aos créditos resultantes
não). Existe a possibilidade de o benefício ser estendido até os das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco
6 anos de idade e incluir o trabalhador homem. A duração do anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de
auxílio-creche e o valor envolvido variarão conforme negocia- dois anos após a extinção do contrato de trabalho.
ção coletiva na empresa.
Prescrição é a perda da pretensão de buscar a tutela ju-
Artigo 7º, XXVI, CF. Reconhecimento das convenções e risdicional para assegurar direitos violados. Sendo assim, há
acordos coletivos de trabalho. um período de tempo que o empregado tem para requerer
seu direito na Justiça do Trabalho. A prescrição trabalhista é
Neste dispositivo se funda o direito coletivo do trabalho, sempre de 2 (dois) anos a partir do término do contrato de
que encontra regulamentação constitucional nos artigo 8º trabalho, atingindo as parcelas relativas aos 5 (cinco) anos an-
a 11 da Constituição. Pelas convenções e acordos coletivos, teriores, ou de 05 (cinco) anos durante a vigência do contrato
entidades representativas da categoria dos trabalhadores en- de trabalho.
tram em negociação com as empresas na defesa dos interes-
ses da classe, assegurando o respeito aos direitos sociais; Artigo 7º, XXX, CF. Proibição de diferença de salários, de
exercício de funções e de critério de admissão por motivo de
Artigo 7º, XXVII, CF. Proteção em face da automação, na sexo, idade, cor ou estado civil.
forma da lei.
Trata-se da proteção da substituição da máquina pelo Há uma tendência de se remunerar melhor homens bran-
homem, que pode ser feita, notadamente, qualificando o cos na faixa dos 30 anos que sejam casados, sendo patente a
profissional para exercer trabalhos que não possam ser de- diferença remuneratória para com pessoas de diferente etnia,
sempenhados por uma máquina (ex.: se criada uma máquina faixa etária ou sexo. Esta distinção atenta contra o princípio
que substitui o trabalhador, deve ser ele qualificado para que da igualdade e não é aceita pelo constituinte, sendo possível
possa operá-la). inclusive invocar a equiparação salarial judicialmente.

Artigo 7º, XXVIII, CF. Seguro contra acidentes de traba- Artigo 7º, XXXI, CF. Proibição de qualquer discriminação
lho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. portador de deficiência.

Atualmente, é a Lei nº 8.213/91 a responsável por tratar A pessoa portadora de deficiência, dentro de suas limita-
do assunto e em seus artigos 19, 20 e 21 apresenta a definição ções, possui condições de ingressar no mercado de trabalho e
de doenças e acidentes do trabalho. Não se trata de legisla- não pode ser preterida meramente por conta de sua deficiência.
ção específica sobre o tema, mas sim de uma norma que dis-
põe sobre as modalidades de benefícios da previdência social. Artigo 7º, XXXII, CF. Proibição de distinção entre trabalho ma-
Referida Lei, em seu artigo 19 da preceitua que acidente do nual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos.
trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço
da empresa ou pelo exercício do trabalho, provocando lesão Os trabalhos manuais, técnicos e intelectuais são igual-
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a mente relevantes e contribuem todos para a sociedade, não
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade cabendo a desvalorização de um trabalho apenas por se en-
para o trabalho. quadrar numa ou outra categoria.

57
CONHECIMENTOS GERAIS

Artigo 7º, XXXIII, CF. proibição de trabalho noturno, pe- VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas ne-
rigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer gociações coletivas de trabalho;
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado
aprendiz, a partir de quatorze anos. nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicaliza-
Trata-se de norma protetiva do adolescente, estabelecen- do a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou
do-se uma idade mínima para trabalho e proibindo-se o tra- representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um
balho em condições desfavoráveis. ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos
termos da lei.
Artigo 7º, XXXIV, CF. Igualdade de direitos entre o trabalhador Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à
com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. organização de sindicatos rurais e de colônias de pescado-
res, atendidas as condições que a lei estabelecer.
Avulso é o trabalhador que presta serviço a várias em-
presas, mas é contratado por sindicatos e órgãos gestores de O direito de greve, por seu turno, está previsto no artigo
mão-de-obra, possuindo os mesmos direitos que um traba- 9º, CF:
lhador com vínculo empregatício permanente.
A Emenda Constitucional nº 72/2013, conhecida como Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos
PEC das domésticas, deu nova redação ao parágrafo único trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre
do artigo 7º: os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais
Artigo 7º, parágrafo único, CF. São assegurados à categoria e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da
dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos comunidade.
IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às pe-
XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabele- nas da lei.
cidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das
obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da A respeito, conferir a Lei nº 7.783/89, que dispõe sobre o
relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos in- exercício do direito de greve, define as atividades essenciais,
cisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à regula o atendimento das necessidades inadiáveis da comuni-
previdência social.  dade, e dá outras providências. Enquanto não for disciplinado
o direito de greve dos servidores públicos, esta é a legislação
5) Direito coletivo do trabalho que se aplica, segundo o STF.
Os artigos 8º a 11 trazem os direitos sociais coletivos dos O direito de participação é previsto no artigo 10, CF:
trabalhadores, que são os exercidos pelos trabalhadores, co-
letivamente ou no interesse de uma coletividade, quais sejam: Artigo 10, CF. É assegurada a participação dos trabalha-
associação profissional ou sindical, greve, substituição proces- dores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos
sual, participação e representação classista29. em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam
A liberdade de associação profissional ou sindical tem es- objeto de discussão e deliberação.
copo no artigo 8º, CF:
Por fim, aborda-se o direito de representação classista no
Art. 8º, CF. É livre a associação profissional ou sindical, artigo 11, CF:
observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a Artigo 11, CF. Nas empresas de mais de duzentos empre-
fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão compe- gados, é assegurada a eleição de um representante destes
tente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento
na organização sindical; direto com os empregadores.
II - é vedada a criação de mais de uma organização sin-
dical, em qualquer grau, representativa de categoria pro- Nacionalidade
fissional ou econômica, na mesma base territorial, que será O capítulo III do Título II aborda a nacionalidade, que vem
definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, a ser corolário dos direitos políticos, já que somente um na-
não podendo ser inferior à área de um Município; cional pode adquirir direitos políticos.
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga um
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões indivíduo a determinado Estado, fazendo com que ele pas-
judiciais ou administrativas; se a integrar o povo daquele Estado, desfrutando assim de
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se direitos e obrigações.
tratando de categoria profissional, será descontada em folha, Povo é o conjunto de nacionais. Por seu turno, povo
para custeio do sistema confederativo da representação sindical não é a mesma coisa que população. População é o conjunto
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; de pessoas residentes no país – inclui o povo, os estrangeiros
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se fi- residentes no país e os apátridas.
liado a sindicato;
29 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional
esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

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CONHECIMENTOS GERAIS

1) Nacionalidade como direito humano fundamental a) Brasileiros natos


Os direitos humanos internacionais são completamente Art. 12, CF. São brasileiros:
contrários à ideia do apátrida – ou heimatlos –, que é o in- I - natos:
divíduo que não possui o vínculo da nacionalidade com ne- a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda
nhum Estado. Logo, a nacionalidade é um direito da pessoa que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço
humana, o qual não pode ser privado de forma arbitrária. Não de seu país;
há privação arbitrária quando respeitados os critérios legais b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
previstos no texto constitucional no que tange à perda da na- brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da Repú-
cionalidade. Em outras palavras, o constituinte brasileiro não blica Federativa do Brasil;
admite a figura do apátrida. c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
Contudo, é exatamente por ser um direito que a naciona- mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição
lidade não pode ser uma obrigação, garantindo-se à pessoa o brasileira competente ou venham a residir na República
direito de deixar de ser nacional de um país e passar a sê-lo de Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
outro, mudando de nacionalidade, por um processo conheci- atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
do como naturalização.
Prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos em Tradicionalmente, são possíveis dois critérios para a atri-
seu artigo 15: “I) Todo homem tem direito a uma nacionalida- buição da nacionalidade primária – nacional nato –, notada-
de. II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionali- mente: ius soli, direito de solo, o nacional nascido em território
dade, nem do direito de mudar de nacionalidade”. do país independentemente da nacionalidade dos pais; e ius
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos apro- sanguinis, direito de sangue, que não depende do local de
funda-se em meios para garantir que toda pessoa tenha uma nascimento mas sim da descendência de um nacional do país
nacionalidade desde o seu nascimento ao adotar o critério do (critério comum em países que tiveram êxodo de imigrantes).
jus solis, explicitando que ao menos a pessoa terá a naciona- O brasileiro nato, primeiramente, é aquele que nasce no
lidade do território onde nasceu, quando não tiver direito a território brasileiro – critério do ius soli, ainda que filho de pais
outra nacionalidade por previsões legais diversas. estrangeiros, desde que não sejam estrangeiros que estejam
“Nacionalidade é um direito fundamental da pessoa hu- a serviço de seu país ou de organismo internacional (o que
mana. Todos a ela têm direito. A nacionalidade de um indiví- geraria um conflito de normas). Contudo, também é possível
duo não pode ficar ao mero capricho de um governo, de um ser brasileiro nato ainda que não se tenha nascido no territó-
governante, de um poder despótico, de decisões unilaterais, rio brasileiro.
concebidas sem regras prévias, sem o contraditório, a defe- No entanto, a Constituição reconhece o brasileiro nato
sa, que são princípios fundamentais de todo sistema jurídico também pelo critério do ius sanguinis. Se qualquer dos pais
que se pretenda democrático. A questão não pode ser tratada estiver a serviço do Brasil, é considerado brasileiro nato, mes-
com relativismos, uma vez que é muito séria”30. mo que nasça em outro país. Se qualquer dos pais não estive-
Não obstante, tem-se no âmbito constitucional e inter- rem a serviço do Brasil e a pessoa nascer no exterior é exigido
nacional a previsão do direito de asilo, consistente no direito que o nascido do exterior venha ao território brasileiro e aqui
de buscar abrigo em outro país quando naquele do qual for resida ou que tenha sido registrado em repartição compe-
nacional estiver sofrendo alguma perseguição. Tal persegui- tente, caso em que poderá, aos 18 anos, manifestar-se sobre
ção não pode ter motivos legítimos, como a prática de crimes desejar permanecer com a nacionalidade brasileira ou não.
comuns ou de atos atentatórios aos princípios das Nações
Unidas, o que subverteria a própria finalidade desta proteção. b) Brasileiros naturalizados
Em suma, o que se pretende com o direito de asilo é evitar a
consolidação de ameaças a direitos humanos de uma pessoa Art. 12, CF. São brasileiros: [...]
por parte daqueles que deveriam protegê-los – isto é, os go- II - naturalizados:
vernantes e os entes sociais como um todo –, e não proteger a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
pessoas que justamente cometeram tais violações. brasileira, exigidas aos originários de países de língua por-
tuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e ido-
2) Naturalidade e naturalização neidade moral;
O artigo 12 da Constituição Federal estabelece quem são b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residen-
os nacionais brasileiros, dividindo-os em duas categorias: na- tes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
tos e naturalizados. Percebe-se que naturalidade é diferente ininterruptos e sem condenação penal, desde que requei-
de nacionalidade – naturalidade é apenas o local de nasci- ram a nacionalidade brasileira.
mento, nacionalidade é um efetivo vínculo com o Estado.
Uma pessoa pode ser considerada nacional brasileira tan- A naturalização deve ser voluntária e expressa.
to por ter nascido no território brasileiro quanto por volunta- O Estatuto do Estrangeiro, Lei nº 6.815/1980, rege a ques-
riamente se naturalizar como brasileiro, como se percebe no tão da naturalização em mais detalhes, prevendo no artigo
teor do artigo 12, CF. O estrangeiro, num conceito tomado à 112:
base de exclusão, é todo aquele que não é nacional brasileiro.
30 VALVERDE, Thiago Pellegrini. Comentários aos ar- Art. 112, Lei nº 6.815/1980. São condições para a conces-
tigos XV e XVI. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários são da naturalização:
à Declaração Universal dos Direitos do Homem. Brasília: I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;
Fortium, 2008, p. 87-88. II - ser registrado como permanente no Brasil;

59
CONHECIMENTOS GERAIS

III - residência contínua no território nacional, pelo prazo A lógica do dispositivo é a de que qualquer pessoa no
mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido exercício da presidência da República ou de cargo que pos-
de naturalização; sa levar a esta posição provisoriamente deve ser natural do
IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as país (ausente o Presidente da República, seu vice-presidente
condições do naturalizando; desempenha o cargo; ausente este assume o Presidente da
V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à Câmara; também este ausente, em seguida, exerce o cargo
manutenção própria e da família; o Presidente do Senado; e, por fim, o Presidente do Supre-
VI - bom procedimento; mo pode assumir a presidência na ausência dos anteriores – e
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação como o Presidente do Supremo é escolhido num critério de
no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada revezamento nenhum membro pode ser naturalizado); ou a
pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a de que o cargo ocupado possui forte impacto em termos de
1 (um) ano; e representação do país ou de segurança nacional.
VIII - boa saúde. Outras exceções são: não aceitação, em regra, de brasi-
leiro naturalizado como membro do Conselho da República
Destaque vai para o requisito da residência contínua. Em (artigos 89 e 90, CF); impossibilidade de ser proprietário de
regra, o estrangeiro precisa residir no país por 4 anos contí- empresa jornalística, de radiodifusão sonora e imagens, salvo
nuos, conforme o inciso III do referido artigo 112. No entanto, se já naturalizado há 10 anos (artigo 222, CF); possibilidade
por previsão constitucional do artigo 12, II, “a”, se o estran- de extradição do brasileiro naturalizado que tenha praticado
geiro foi originário de país com língua portuguesa o prazo de crime comum antes da naturalização ou, depois dela, crime
residência contínua é reduzido para 1 ano. Daí se afirmar que de tráfico de drogas (artigo 5º, LI, CF).
o constituinte estabeleceu a naturalização ordinária no artigo
12, II, “b” e a naturalização extraordinária no artigo 12, II, “a”. 3) Quase-nacionalidade: caso dos portugueses
Outra diferença sensível é que à naturalização ordinária Nos termos do artigo 12, § 1º, CF:
se aplica o artigo 121 do Estatuto do Estrangeiro, segundo o
qual “a satisfação das condições previstas nesta Lei não as- Artigo 12, §1º, CF. Aos portugueses com residência per-
segura ao estrangeiro direito à naturalização”. Logo, na na- manente no País, se houver reciprocidade em favor de bra-
turalização ordinária não há direito subjetivo à naturalização, sileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro,
mesmo que preenchidos todos os requisitos. Trata-se de ato salvo os casos previstos nesta Constituição.
discricionário do Ministério da Justiça. O mesmo não vale para
a naturalização extraordinária, quando há direito subjetivo, É uma regra que só vale se os brasileiros receberem o
cabendo inclusive a busca do Poder Judiciário para fazê-lo mesmo tratamento, questão regulamentada pelo Tratado de
valer31. Amizade, Cooperação e Consulta entre a República Federativa
do Brasil e a República Portuguesa, assinado em 22 de abril de
c) Tratamento diferenciado 2000 (Decreto nº 3.927/2001).
A regra é que todo nacional brasileiro, seja ele nato ou As vantagens conferidas são: igualdade de direitos civis,
naturalizado, deverá receber o mesmo tratamento. Neste sen- não sendo considerado um estrangeiro; gozo de direitos polí-
tido, o artigo 12, § 2º, CF: ticos se residir há 3 anos no país, autorizando-se o alistamen-
to eleitoral. No caso de exercício dos direitos políticos nestes
Artigo 12, §2º, CF. A lei não poderá estabelecer distinção moldes, os direitos desta natureza ficam suspensos no outro
entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos pre- país, ou seja, não exerce simultaneamente direitos políticos
vistos nesta Constituição. nos dois países.

Percebe-se que a Constituição simultaneamente estabe- 4) Perda da nacionalidade


lece a não distinção e se reserva ao direito de estabelecer as Artigo 12, § 4º, CF. Será declarada a perda da naciona-
hipóteses de distinção. lidade do brasileiro que:
Algumas destas hipóteses de distinção já se encontram I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judi-
enumeradas no parágrafo seguinte. cial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
Artigo 12, § 3º, CF. São privativos de brasileiro nato os a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
cargos: estrangeira;
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira,
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição
III - de Presidente do Senado Federal; para permanência em seu território ou para o exercício de di-
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; reitos civis.
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas; A respeito do inciso I do §4º do artigo 12, a Lei nº 818,
VII - de Ministro de Estado da Defesa. de 18 de setembro de 1949 regula a aquisição, a perda e a
reaquisição da nacionalidade, e a perda dos direitos políticos.
31 FARIA, Cássio Juvenal. Notas pessoais tomadas No processo deve ser respeitado o contraditório e a iniciativa
em teleconferência. de propositura é do Procurador da República.

60
CONHECIMENTOS GERAIS

No que tange ao inciso II do parágrafo em estudo, perce- b) Princípio da Dupla Punibilidade: O fato praticado deve
be-se a aceitação da figura do polipátrida. Na alínea “a” acei- ser punível no Estado requerente e no Brasil. Logo, além do
ta-se que a pessoa tenha nacionalidade brasileira e outra se fato ser típico em ambos os países, deve ser punível em am-
ao seu nascimento tiver adquirido simultaneamente a nacio- bos (se houve prescrição em algum dos países, p. ex., não
nalidade do Brasil e outro país; na alínea “b” é reconhecida a pode ocorrer a extradição).
mesma situação se a aquisição da nacionalidade do outro país c) Princípio da Retroatividade dos Tratados: O fato de um
for uma exigência para continuar lá permanecendo ou exer- tratado de extradição entre dois países ter sido celebrado
cendo seus direitos civis, pois se assim não o fosse o brasileiro após a ocorrência do crime não impede a extradição.
seria forçado a optar por uma nacionalidade e, provavelmen- d) Princípio da Comutação da Pena (Direitos Humanos):
te, se ver privado da nacionalidade brasileira. Se o crime for apenado por qualquer das penas vedadas pelo
artigo 5º, XLVII da CF, a extradição não será autorizada, sal-
5) Deportação, expulsão e entrega vo se houver a comutação da pena, transformação para uma
A deportação representa a devolução compulsória de um pena aceita no Brasil.
estrangeiro que tenha entrado ou esteja de forma irregular no
território nacional, estando prevista na Lei nº 6.815/1980, em 7) Idioma e símbolos
seus artigos 57 e 58. Neste caso, não houve prática de qual- Art. 13, CF. A língua portuguesa é o idioma oficial da
quer ato nocivo ao Brasil, havendo, pois, mera irregularidade República Federativa do Brasil.
de visto. § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a
A expulsão é a retirada “à força” do território brasileiro de bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
um estrangeiro que tenha praticado atos tipificados no artigo § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pode-
65 e seu parágrafo único, ambos da Lei nº 6.815/1980: rão ter símbolos próprios.

Art. 65, Lei nº 6.815/1980. É passível de expulsão o estran- Idioma é a língua falada pela população, que confe-
geiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança na- re caráter diferenciado em relação à população do resto do
cional, a ordem política ou social, a tranquilidade ou moralida- mundo. Sendo assim, é manifestação social e cultural de uma
de pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nação.
nocivo à conveniência e aos interesses nacionais. Os símbolos, por sua vez, representam a imagem da na-
Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o estran- ção e permitem o seu reconhecimento nacional e internacio-
geiro que: nalmente.
a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou perma- Por esta intrínseca relação com a nacionalidade, a pre-
nência no Brasil; visão é feito dentro do capítulo do texto constitucional que
b) havendo entrado no território nacional com infração à aborda o tema.
lei, dele não se retirar no prazo que lhe for determinado para
fazê-lo, não sendo aconselhável a deportação; Direitos políticos
c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou Como mencionado, a nacionalidade é corolário dos di-
d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei reitos políticos, já que somente um nacional pode adquirir
para estrangeiro. direitos políticos. No entanto, nem todo nacional é titular de
direitos políticos. Os nacionais que são titulares de direitos
A entrega (ou surrender) consiste na submissão de um políticos são denominados cidadãos. Significa afirmar que
nacional a um tribunal internacional do qual o próprio país faz nem todo nacional brasileiro é um cidadão brasileiro, mas so-
parte. É o que ocorreria, por exemplo, se o Brasil entregasse mente aquele que for titular do direito de sufrágio universal.
um brasileiro para julgamento pelo Tribunal Penal Internacio-
nal (competência reconhecida na própria Constituição no ar- 1) Sufrágio universal
tigo 5º, §4º). A primeira parte do artigo 14, CF, prevê que “a soberania
popular será exercida pelo sufrágio universal [...]”.
6) Extradição Sufrágio universal é a soma de duas capacidades eleito-
A extradição é ato diverso da deportação, da expulsão e rais, a capacidade ativa – votar e exercer a democracia direta
da entrega. Extradição é um ato de cooperação internacional – e a capacidade passiva – ser eleito como representante no
que consiste na entrega de uma pessoa, acusada ou condena- modelo da democracia indireta. Ou ainda, sufrágio universal
da por um ou mais crimes, ao país que a reclama. O Brasil, sob é o direito de todos cidadãos de votar e ser votado. O voto,
hipótese alguma, extraditará brasileiros natos mas quanto aos que é o ato pelo qual se exercita o sufrágio, deverá ser direto
naturalizados assim permite caso tenham praticado crimes e secreto.
comuns (exceto crimes políticos e/ou de opinião) antes da Para ter capacidade passiva é necessário ter a ativa, mas
naturalização, ou, mesmo depois da naturalização, em caso não apenas isso, há requisitos adicionais. Sendo assim, nem
de envolvimento com o tráfico ilícito de entorpecentes (artigo toda pessoa que tem capacidade ativa tem também capaci-
5º, LI e LII, CF). dade passiva, embora toda pessoa que tenha capacidade pas-
Aplicam-se os seguintes princípios à extradição: siva tenha necessariamente a ativa.
a) Princípio da Especialidade: Significa que o estrangeiro
só pode ser julgado pelo Estado requerente pelo crime objeto 2) Democracia direta e indireta
do pedido de extradição. O importante é que o extraditado Art. 14, CF. A soberania popular será exercida pelo sufrágio
só seja submetido às penas relativas aos crimes que foram universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para to-
objeto do pedido de extradição. dos, e, nos termos da lei, mediante:

61
CONHECIMENTOS GERAIS

I - plebiscito; 4) Elegibilidade
II - referendo; O artigo 14, §§ 3º e 4º, CF, descrevem as condições de ele-
III - iniciativa popular. gibilidade, ou seja, os requisitos que devem ser preenchidos
para que uma pessoa seja eleita, no exercício de sua capacida-
A democracia brasileira adota a modalidade semidireta, de passiva do sufrágio universal.
porque possibilita a participação popular direta no poder por
intermédio de processos como o plebiscito, o referendo e a Artigo 14, § 3º, CF. São condições de elegibilidade, na for-
iniciativa popular. Como são hipóteses restritas, pode-se afir- ma da lei:
mar que a democracia indireta é predominantemente adota- I - a nacionalidade brasileira;
da no Brasil, por meio do sufrágio universal e do voto direto II - o pleno exercício dos direitos políticos;
e secreto com igual valor para todos. Quanto ao voto direto e III - o alistamento eleitoral;
secreto, trata-se do instrumento para o exercício da capacida- IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
de ativa do sufrágio universal. V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
Por seu turno, o que diferencia o plebiscito do referendo
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da
é o momento da consulta à população: no plebiscito, primeiro
República e Senador;
se consulta a população e depois se toma a decisão política; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado
no referendo, primeiro se toma a decisão política e depois se e do Distrito Federal;
consulta a população. Embora os dois partam do Congresso c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Esta-
Nacional, o plebiscito é convocado, ao passo que o referen- dual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
do é autorizado (art. 49, XV, CF), ambos por meio de decreto d) dezoito anos para Vereador.
legislativo. O que os assemelha é que os dois são “formas de
consulta ao povo para que delibere sobre matéria de acen- Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os anal-
tuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou ad- fabetos.
ministrativa”32.
Na iniciativa popular confere-se à população o poder de Dos incisos I a III denotam-se requisitos correlatos à na-
apresentar projeto de lei à Câmara dos Deputados, median- cionalidade e à titularidade de direitos políticos. Logo, para ser
te assinatura de 1% do eleitorado nacional, distribuído por 5 eleito é preciso ser cidadão.
Estados no mínimo, com não menos de 0,3% dos eleitores de O domicílio eleitoral é o local onde a pessoa se alista como
cada um deles. Em complemento, prevê o artigo 61, §2°, CF: eleitor e, em regra, é no município onde reside, mas pode não
o ser caso analisados aspectos como o vínculo de afeto com
Art. 61, § 2º, CF. A iniciativa popular pode ser exercida pela o local (ex.: Presidente Dilma vota em Porto Alegre – RS, em-
apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subs- bora resida em Brasília – DF). Sendo assim, para se candidatar
crito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, dis- a cargo no município, deve ter domicílio eleitoral nele; para se
tribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três candidatar a cargo no estado, deve ter domicílio eleitoral em
décimos por cento dos eleitores de cada um deles. um de seus municípios; para se candidatar a cargo nacional,
deve ter domicílio eleitoral em uma das unidades federadas do
3) Obrigatoriedade do alistamento eleitoral e do voto país. Aceita-se a transferência do domicílio eleitoral ao menos 1
O alistamento eleitoral e o voto para os maiores de de- ano antes das eleições.
zoito anos são, em regra, obrigatórios. Há facultatividade A filiação partidária implica no lançamento da candidatura
por um partido político, não se aceitando a filiação avulsa.
para os analfabetos, os maiores de setenta anos e os maiores
Finalmente, o §3º do artigo 14, CF, coloca o requisito etário,
de dezesseis e menores de dezoito anos.
com faixa etária mínima para o desempenho de cada uma das
funções, a qual deve ser auferida na data da posse.
Artigo 14, § 1º, CF. O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 5) Inelegibilidade
II - facultativos para: Atender às condições de elegibilidade é necessário para
a) os analfabetos; poder ser eleito, mas não basta. Além disso, é preciso não se
b) os maiores de setenta anos; enquadrar em nenhuma das hipóteses de inelegibilidade.
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. A inelegibilidade pode ser absoluta ou relativa. Na abso-
luta, são atingidos todos os cargos; nas relativas, são atingidos
No mais, esta obrigatoriedade se aplica aos nacionais determinados cargos.
brasileiros, já que, nos termos do artigo 14, §2º, CF:
Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os anal-
Artigo 14, §2º, CF. Não podem alistar-se como eleitores os fabetos.
estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, O artigo 14, §4º, CF traz duas hipóteses de inelegibilidade,
os conscritos. que são absolutas, atingem todos os cargos. Para ser elegível
é preciso ser alfabetizado (os analfabetos têm a faculdade de
Quanto aos conscritos, são aqueles que estão prestando votar, mas não podem ser votados) e é preciso possuir a ca-
serviço militar obrigatório, pois são necessárias tropas dispo- pacidade eleitoral ativa – poder votar (inalistáveis são aqueles
níveis para os dias da eleição. que não podem tirar o título de eleitor, portanto, não podem
32 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional votar, notadamente: os estrangeiros e os conscritos durante o
serviço militar obrigatório).
esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

62
CONHECIMENTOS GERAIS

Artigo 14, §5º, CF. O Presidente da República, os Gover- anos, se não for agregado pela autoridade superior (suspenso
nadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem do exercício das funções por sua autoridade sem prejuízo de
os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos remuneração) caso trabalhe há mais de 10 anos (sendo que a
poderão ser reeleitos para um único período subsequente. eleição passa à condição de inativo).

Descreve-se no dispositivo uma hipótese de inelegibilida- Artigo 14, §9º, CF. Lei complementar estabelecerá outros
de relativa. Se um Chefe do Poder Executivo de qualquer das casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
esferas for substituído por seu vice no curso do mandato, este proteger a probidade administrativa, a moralidade para exer-
vice somente poderá ser eleito para um período subsequente. cício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a
Ex.: Governador renuncia ao mandato no início do seu úl- normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do
timo ano de governo para concorrer ao Senado Federal e é poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou
substituído pelo seu vice-governador. Se este se candidatar e emprego na administração direta ou indireta.
for eleito, não poderá ao final deste mandato se reeleger. Isto
é, se o mandato o candidato renuncia no início de 2010 o seu O rol constitucional de inelegibilidades dos parágrafos do
mandato de 2007-2010, assumindo o vice em 2010, poderá artigo 14 não é taxativo, pois lei complementar pode estabe-
este se candidatar para o mandato 2011-2014, mas caso seja lecer outros casos, tanto de inelegibilidades absolutas como
eleito não poderá se reeleger para o mandato 2015-2018 no de inelegibilidades relativas. Neste sentido, a Lei Complemen-
mesmo cargo. Foi o que aconteceu com o ex-governador de tar nº 64, de 18 de maio de 1990, estabelece casos de inelegi-
Minas Gerais, Antônio Anastasia, que assumiu em 2010 no bilidade, prazos de cessação, e determina outras providências.
lugar de Aécio Neves o governo do Estado de Minas Gerais Esta lei foi alterada por aquela que ficou conhecida como Lei
e foi eleito governador entre 2011 e 2014, mas não pode se da Ficha Limpa, Lei Complementar nº 135, de 04 de junho de
candidatar à reeleição, concorrendo por isso a uma vaga no 2010, principalmente em seu artigo 1º, que segue.
Senado Federal.
Art. 1º, Lei Complementar nº 64/1990. São inelegíveis:
Artigo 14, §6º, CF. Para concorrerem a outros cargos, o I - para qualquer cargo:
Presidente da República, os Governadores de Estado e do Dis- a) os inalistáveis e os analfabetos;
trito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos b) os membros do Congresso Nacional, das Assembleias
mandatos até seis meses antes do pleito. Legislativas, da Câmara Legislativa e das Câmaras Municipais,
que hajam perdido os respectivos mandatos por infringência do
São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos, os disposto nos incisos I e II do art. 55 da Constituição Federal, dos
chefes do Executivo que não renunciarem aos seus mandatos dispositivos equivalentes sobre perda de mandato das Consti-
até seis meses antes do pleito eleitoral, antes das eleições. Ex.: tuições Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios e do Distrito
Se a eleição aconteceu em 05/10/2014, necessário que tivesse Federal, para as eleições que se realizarem durante o período
renunciado até 04/04/2014. remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos oito
anos subsequentes ao término da legislatura;
Artigo 14, §7º, CF. São inelegíveis, no território de jurisdi- d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada
ção do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em jul-
até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, gado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apura-
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de ção de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na
Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e can- as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; (Redação dada
didato à reeleição. pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
e) os que forem condenados, em decisão transitada em
São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos, julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após
grau ou por adoção, dos Chefes do Executivo ou de quem os o cumprimento da pena, pelos crimes: (Redação dada pela Lei
tenha substituído ao final do mandato, a não ser que seja já Complementar nº 135, de 2010)
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. 1. contra a economia popular, a fé pública, a administração
pública e o patrimônio público; (Incluído pela Lei Complemen-
Artigo 14, §8º, CF. O militar alistável é elegível, atendi- tar nº 135, de 2010)
das as seguintes condições: 2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar- mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência;
se da atividade; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado 3. contra o meio ambiente e a saúde pública; (Incluído pela
pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, Lei Complementar nº 135, de 2010)
no ato da diplomação, para a inatividade. 4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de
liberdade; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos, os 5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver con-
militares que não podem se alistar ou os que podem, mas denação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício
não preenchem as condições do §8º do artigo 14, CF, ou seja, de função pública; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de
se não se afastar da atividade caso trabalhe há menos de 10 2010)

63
CONHECIMENTOS GERAIS

6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; (In- va que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento
cluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) ilícito, desde a condenação ou o trânsito em julgado até o trans-
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tor- curso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena;
tura, terrorismo e hediondos; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
8. de redução à condição análoga à de escravo; (Incluído m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) decisão sancionatória do órgão profissional competente, em
9. contra a vida e a dignidade sexual; e (Incluído pela Lei decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8 (oito)
Complementar nº 135, de 2010) anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo Poder
10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou Judiciário; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
bando; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) n) os que forem condenados, em decisão transitada em
f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou com julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, em razão
ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos; (Redação dada de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou de
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) união estável para evitar caracterização de inelegibilidade, pelo
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de car- prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer a fraude;
gos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por o) os que forem demitidos do serviço público em decorrên-
decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver cia de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de 8 (oito)
sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as elei- anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso
ções que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados ou anulado pelo Poder Judiciário; (Incluído pela Lei Comple-
a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso mentar nº 135, de 2010)
II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas res-
de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido ponsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por decisão
nessa condição; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Jus-
de 2010) tiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão, obser-
h) os detentores de cargo na administração pública direta, vando-se o procedimento previsto no art. 22; (Incluído pela Lei
indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, Complementar nº 135, de 2010)
pelo abuso do poder econômico ou político, que forem conde- q) os magistrados e os membros do Ministério Público que
nados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão forem aposentados compulsoriamente por decisão sancionató-
judicial colegiado, para a eleição na qual concorrem ou tenham ria, que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham
sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência
(oito) anos seguintes; (Redação dada pela Lei Complementar de processo administrativo disciplinar, pelo prazo de 8 (oito)
nº 135, de 2010) anos; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento II - para Presidente e Vice-Presidente da República:
ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto de proces- a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de
so de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos seus cargos e funções:
12 (doze) meses anteriores à respectiva decretação, cargo ou 1. os Ministros de Estado:
função de direção, administração ou representação, enquanto 2. os chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e
não forem exonerados de qualquer responsabilidade; militar, da Presidência da República;
j) os que forem condenados, em decisão transitada em jul- 3. o chefe do órgão de assessoramento de informações da
gado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por Presidência da República;
corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, 4. o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por 5. o Advogado-Geral da União e o Consultor-Geral da Re-
conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais pública;
que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo 6. os chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exército e da
de 8 (oito) anos a contar da eleição; (Incluído pela Lei Comple- Aeronáutica;
mentar nº 135, de 2010) 7. os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica;
k) o Presidente da República, o Governador de Estado e do 8. os Magistrados;
Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Nacio- 9. os Presidentes, Diretores e Superintendentes de autar-
nal, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, das quias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fun-
Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde dações públicas e as mantidas pelo poder público;
o oferecimento de representação ou petição capaz de auto- 10. os Governadores de Estado, do Distrito Federal e de Ter-
rizar a abertura de processo por infringência a dispositivo da ritórios;
Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei Orgânica 11. os Interventores Federais;
do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as 12. os Secretários de Estado;
eleições que se realizarem durante o período remanescente do 13. os Prefeitos Municipais;
mandato para o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos subse- 14. os membros do Tribunal de Contas da União, dos Esta-
quentes ao término da legislatura; (Incluído pela Lei Comple- dos e do Distrito Federal;
mentar nº 135, de 2010) 15. o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal;
l) os que forem condenados à suspensão dos direitos polí- 16. os Secretários-Gerais, os Secretários-Executivos, os Se-
ticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão cretários Nacionais, os Secretários Federais dos Ministérios e as
judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrati- pessoas que ocupem cargos equivalentes;

64
CONHECIMENTOS GERAIS

b) os que tenham exercido, nos 6 (seis) meses anteriores à b) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de
eleição, nos Estados, no Distrito Federal, Territórios e em qual- seus cargos ou funções:
quer dos poderes da União, cargo ou função, de nomeação pelo 1. os chefes dos Gabinetes Civil e Militar do Governador do
Presidente da República, sujeito à aprovação prévia do Senado Estado ou do Distrito Federal;
Federal; 2. os comandantes do Distrito Naval, Região Militar e Zona
c) (Vetado); Aérea;
d) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tiverem com- 3. os diretores de órgãos estaduais ou sociedades de assis-
petência ou interesse, direta, indireta ou eventual, no lança- tência aos Municípios;
mento, arrecadação ou fiscalização de impostos, taxas e con- 4. os secretários da administração municipal ou membros
tribuições de caráter obrigatório, inclusive parafiscais, ou para de órgãos congêneres;
aplicar multas relacionadas com essas atividades; IV - para Prefeito e Vice-Prefeito:
e) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tenham exer- a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações,
cido cargo ou função de direção, administração ou representa- os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente
ção nas empresas de que tratam os arts. 3° e 5° da Lei n° 4.137, da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do
de 10 de setembro de 1962, quando, pelo âmbito e natureza Distrito Federal, observado o prazo de 4 (quatro) meses para a
de suas atividades, possam tais empresas influir na economia desincompatibilização;
nacional; b) os membros do Ministério Público e Defensoria Pública
f) os que, detendo o controle de empresas ou grupo de em exercício na Comarca, nos 4 (quatro) meses anteriores ao
empresas que atuem no Brasil, nas condições monopolísticas pleito, sem prejuízo dos vencimentos integrais;
previstas no parágrafo único do art. 5° da lei citada na alínea c) as autoridades policiais, civis ou militares, com exercício
anterior, não apresentarem à Justiça Eleitoral, até 6 (seis) meses no Município, nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito;
antes do pleito, a prova de que fizeram cessar o abuso apurado, V - para o Senado Federal:
do poder econômico, ou de que transferiram, por força regular, a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presi-
o controle de referidas empresas ou grupo de empresas; dente da República especificados na alínea a do inciso II deste
g) os que tenham, dentro dos 4 (quatro) meses anteriores artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tratar de re-
ao pleito, ocupado cargo ou função de direção, administração partição pública, associação ou empresa que opere no território
ou representação em entidades representativas de classe, man- do Estado, observados os mesmos prazos;
tidas, total ou parcialmente, por contribuições impostas pelo b) em cada Estado e no Distrito Federal, os inelegíveis para
poder Público ou com recursos arrecadados e repassados pela os cargos de Governador e Vice-Governador, nas mesmas con-
Previdência Social; dições estabelecidas, observados os mesmos prazos;
h) os que, até 6 (seis) meses depois de afastados das fun- VI - para a Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa
ções, tenham exercido cargo de Presidente, Diretor ou Superin- e Câmara Legislativa, no que lhes for aplicável, por identidade
tendente de sociedades com objetivos exclusivos de operações de situações, os inelegíveis para o Senado Federal, nas mesmas
financeiras e façam publicamente apelo à poupança e ao cré- condições estabelecidas, observados os mesmos prazos;
dito, inclusive através de cooperativas e da empresa ou estabe- VII - para a Câmara Municipal:
lecimentos que gozem, sob qualquer forma, de vantagens as- a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os
seguradas pelo poder público, salvo se decorrentes de contratos inelegíveis para o Senado Federal e para a Câmara dos Deputados,
que obedeçam a cláusulas uniformes; observado o prazo de 6 (seis) meses para a desincompatibilização;
i) os que, dentro de 6 (seis) meses anteriores ao pleito, ha- b) em cada Município, os inelegíveis para os cargos de Pre-
jam exercido cargo ou função de direção, administração ou re- feito e Vice-Prefeito, observado o prazo de 6 (seis) meses para a
presentação em pessoa jurídica ou em empresa que mantenha desincompatibilização .
contrato de execução de obras, de prestação de serviços ou de § 1° Para concorrência a outros cargos, o Presidente da
fornecimento de bens com órgão do Poder Público ou sob seu República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e
controle, salvo no caso de contrato que obedeça a cláusulas os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até 6
uniformes; (seis) meses antes do pleito.
j) os que, membros do Ministério Público, não se tenham § 2° O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Pre-
afastado das suas funções até 6 (seis) meses anteriores ao pleito; feito poderão candidatar-se a outros cargos, preservando os
I) os que, servidores públicos, estatutários ou não, dos seus mandatos respectivos, desde que, nos últimos 6 (seis)
órgãos ou entidades da Administração direta ou indireta da meses anteriores ao pleito, não tenham sucedido ou substi-
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos tuído o titular.
Territórios, inclusive das fundações mantidas pelo Poder Pú- § 3° São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
blico, não se afastarem até 3 (três) meses anteriores ao pleito, cônjuge e os parentes, consanguíneos ou afins, até o segundo
garantido o direito à percepção dos seus vencimentos integrais; grau ou por adoção, do Presidente da República, de Gover-
III - para Governador e Vice-Governador de Estado e do nador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefei-
Distrito Federal; to ou de quem os haja substituído dentro dos 6 (seis) meses
a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presi- anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e
dente da República especificados na alínea a do inciso II deste candidato à reeleição.
artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tratar de re- § 4º A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I deste
partição pública, associação ou empresas que operem no ter- artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles definidos em
ritório do Estado ou do Distrito Federal, observados os mesmos lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação
prazos; penal privada. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

65
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 5º A renúncia para atender à desincompatibilização com 8) Anterioridade anual da lei eleitoral


vistas a candidatura a cargo eletivo ou para assunção de manda-
to não gerará a inelegibilidade prevista na alínea k, a menos que Art. 16, CF. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em
a Justiça Eleitoral reconheça fraude ao disposto nesta Lei Com- vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que
plementar. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010). ocorra até um ano da data de sua vigência. 

6) Impugnação de mandato É necessário que a lei eleitoral entre em vigor pelo menos
Encerrando a disciplina, o artigo 14, CF, aborda a impug- 1 ano antes da próxima eleição, sob pena de não se aplicar a
nação de mandato. ela, mas somente ao próximo pleito.

Artigo 14, § 10, CF. O mandato eletivo poderá ser impug- Partidos políticos
nado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados O pluripartidarismo é uma das facetas do pluralismo polí-
da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder tico e encontra respaldo enquanto direito fundamental, já que
econômico, corrupção ou fraude. regulamentado no Título II, “Dos Direitos e Garantias Funda-
mentais”, capítulo V, “Dos Partidos Políticos”.
Artigo 14, § 11, CF. A ação de impugnação de mandato O caput do artigo 17 da Constituição prevê:
tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma
da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime
7) Perda e suspensão de direitos políticos democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da
Art. 15, CF. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja pessoa humana [...].
perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada Consolida-se, assim a liberdade partidária, não estabele-
em julgado; cendo a Constituição um limite de números de partidos po-
II - incapacidade civil absoluta; líticos que possam ser constituídos, permitindo também que
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto sejam extintos, fundidos e incorporados.
durarem seus efeitos; Os incisos do artigo 17 da Constituição indicam os precei-
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou pres- tos a serem observados na liberdade partidária: caráter nacio-
tação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; nal, ou seja, terem por objetivo o desempenho de atividade
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. política no âmbito interno do país; proibição de recebimento
de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros
O inciso I refere-se ao cancelamento da naturalização, o ou de subordinação a estes, logo, o Poder Público não pode
que faz com que a pessoa deixe de ser nacional e, portanto, financiar campanhas eleitorais; prestação de contas à Justiça
deixe de ser titular de direitos políticos. Eleitoral, notadamente para resguardar a mencionada veda-
O inciso II trata da incapacidade civil absoluta, ou seja, da ção; e funcionamento parlamentar de acordo com a lei. Ainda,
interdição da pessoa para a prática de atos da vida civil, entre a lei veda a utilização de organização paramilitar por parte
os quais obviamente se enquadra o sufrágio universal. dos partidos políticos (artigo 17, §4º, CF).
O inciso III refere-se a um dos possíveis efeitos da conde- O respeito a estes ditames permite o exercício do partida-
nação criminal, que é a suspensão de direitos políticos. rismo de forma autônoma em termos estruturais e organiza-
O inciso IV trata da recusa em cumprir a obrigação militar ou a cionais, conforme o §1º do artigo 17, CF:
prestação substitutiva imposta em caso de escusa moral ou religiosa.
O inciso V se refere à ação de improbidade administrativa, Art. 17, §1º, CF. É assegurada aos partidos políticos auto-
que tramita para apurar a prática dos atos de improbidade nomia para definir sua estrutura interna, organização e fun-
administrativa, na qual uma das penas aplicáveis é a suspen- cionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de
são dos direitos políticos. suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação
Os direitos políticos somente são perdidos em dois ca- entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital
sos, quais sejam cancelamento de naturalização por sentença ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
transitada em julgado (o indivíduo naturalizado volta à con- disciplina e fidelidade partidária. 
dição de estrangeiro) e perda da nacionalidade brasileira em
virtude da aquisição de outra (brasileiro se naturaliza em outro Os estatutos que tecem esta regulamentação devem ser
país e assim deixa de ser considerado um cidadão brasileiro, registrados no Tribunal Superior Eleitoral (artigo 17, §2º, CF).
perdendo direitos políticos). Nos demais casos, há suspensão. Quanto ao financiamento das campanhas e o acesso à
Nota-se que não há perda de direitos políticos pela prática de mídia, prevê o §3º do artigo 17 da CF:
atos atentatórios contra a Administração Pública por parte do
servidor, mas apenas suspensão. Art. 17, §3º, CF. Os partidos políticos têm direito a recursos
A cassação de direitos políticos, consistente na retirada do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
dos direitos políticos por ato unilateral do poder público, sem forma da lei.
observância dos princípios elencados no artigo 5º, LV, CF (am-
pla defesa e contraditório), é um procedimento que só existe
nos governos ditatoriais e que é absolutamente vedado pelo
texto constitucional.

66
CONHECIMENTOS GERAIS

Brasília é a capital da República Federativa do Brasil, sen-


9. ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA: do um dos municípios que compõem o Distrito Federal. O
UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL, Distrito Federal tem peculiaridades estruturais, não sendo
nem um Município, nem um Estado, tanto é que o caput deste
MUNICÍPIOS E TERRITÓRIOS.
artigo 18 o nomeia em separado. Trata-se, assim, de unidade
federativa autônoma.

Artigo 18, §2º, CF. Os Territórios Federais integram a


Da organização político-administrativa União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração
O artigo 18 da Constituição Federal tem caráter genérico ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
e regulamenta a organização político-administrativa do Esta-
do. Basicamente, define os entes federados que irão compor Apesar dos Territórios Federais integrarem a União, eles
o Estado brasileiro. não podem ser considerados entes da federação, logo não
Neste dispositivo se percebe o Pacto Federativo firmado fazem parte da organização político-administrativa, não dis-
entre os entes autônomos que compõem o Estado brasileiro. põem de autonomia política e não integram o Estado Fede-
Na federação, todos os entes que compõem o Estado têm ral. São meras descentralizações administrativo-territoriais
autonomia, cabendo à União apenas concentrar esforços ne- pertencentes à União. A Constituição Federal de 1988 aboliu
cessários para a manutenção do Estado uno. todos os territórios então existentes: Fernando de Noronha
O pacto federativo brasileiro se afirmou ao inverso do tornou-se um distrito estadual do Estado de Pernambuco,
que os Estados federados geralmente se formam. Trata-se de Amapá e Roraima ganham o status integral de Estados da Fe-
federalismo por desagregação – tinha-se um Estado uno, com deração.
a União centralizada em suas competências, e dividiu-se em
unidades federadas. Difere-se do denominado federalismo Artigo 18, §3º, CF. Os Estados podem incorporar-se en-
por agregação, no qual unidades federativas autônomas se tre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem
unem e formam um Poder federal no qual se concentrarão a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais,
certas atividades, tornando o Estado mais forte (ex.: Estados mediante aprovação da população diretamente interessada,
Unidos da América). através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei com-
No federalismo por agregação, por já vir tradicionalmen- plementar.
te das bases do Estado a questão da autonomia das unidades
federadas, percebe-se um federalismo real na prática. Já no Artigo 18, §4º, CF. A criação, a incorporação, a fusão e
federalismo por desagregação nota-se uma persistente ten- o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei esta-
dência centralizadora. dual, dentro do período determinado por Lei Complementar
Prova de que nem mesmo o constituinte brasileiro enten- Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito,
deu o federalismo que estava criando é o fato de ter colocado às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos
o município como entidade federativa autônoma. No mode- Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados
lo tradicional, o pacto federativo se dá apenas entre União e na forma da lei.
estados-membros, motivo pelo qual a doutrina afirma que o
federalismo brasileiro é atípico. Como se percebe pelos dispositivos retro, é possível criar,
Além disso, pelo que se desprende do modelo de divisão incorporar e desmembrar os Estados-membros e os Municí-
de competências a ser estudado neste capítulo, acabou-se pios. No caso dos Estados, exige-se plebiscito e lei federal. No
esvaziando a competência dos estados-membros, mantendo caso dos municípios, exige-se plebiscito e lei estadual.
uma concentração de poderes na União e distribuindo vasta Ressalta-se que é aceita a subdivisão e o desmembra-
gama de poderes aos municípios. mento no âmbito interno, mas não se permite que uma parte
do país se separe do todo, o que atentaria contra o pacto fe-
Art. 18, caput, CF. A organização político-administrati- derativo.
va da República Federativa do Brasil compreende a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autôno- Art. 19, CF. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Fe-
mos, nos termos desta Constituição. deral e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná
Ainda assim, inegável, pela redação do caput do artigo -los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou
18, CF, que o Brasil adota um modelo de Estado Federado no seus representantes relações de dependência ou aliança, ressal-
qual são considerados entes federados e, como tais, autôno- vada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
mos, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. II - recusar fé aos documentos públicos;
Esta autonomia se reflete tanto numa capacidade de auto-or- III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
ganização (normatização própria) quanto numa capacidade
de autogoverno (administrar-se pelos membros eleitos pelo Embora o artigo 19 traga algumas vedações expressas aos
eleitorado da unidade federada). entes federados, fato é que todo o sistema constitucional traz
impedimento à atuação das unidades federativas e de seus
Artigo 18, §1º, CF. Brasília é a Capital Federal. administradores. Afinal, não possuem liberdade para agirem
como quiserem e somente podem fazer o que a lei permite
(princípio da legalidade aplicado à Administração Pública).

67
CONHECIMENTOS GERAIS

Repartição de competências e bens IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes


O título III da Constituição Federal regulamenta a orga- com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas
nização do Estado, definindo competências administrativas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de
e legislativas, bem como traçando a estrutura organizacional Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e
por ele tomada. a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; 
Bens Públicos são todos aqueles que integram o patri- V - os recursos naturais da plataforma continental e da
mônio da Administração Pública direta e indireta, sendo que zona econômica exclusiva;
todos os demais bens são considerados particulares. Destaca- VI - o mar territorial;
se a disciplina do Código Civil: VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
Artigo 98, CC. São públicos os bens de domínio nacional IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
pertencentes as pessoas jurídicas de direito público interno; X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueo-
todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que lógicos e pré-históricos;
pertencerem. XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Dis-
Artigo 99, CC. São bens públicos: trito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da ad-
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, es- ministração direta da União, participação no resultado da
tradas, ruas e praças; exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos des- para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos
tinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, minerais no respectivo território, plataforma continental, mar
estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação fi-
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pes- nanceira por essa exploração.
soas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, § 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de
ou real, de cada uma dessas entidades. largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, conside- faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa
ram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de do território nacional, e sua ocupação e utilização serão re-
direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. guladas em lei.

Artigo 100, CC. Os bens públicos de uso comum do povo Artigo 26, CF. Incluem-se entre os bens dos Estados:
e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emer-
a sua qualificação, na forma que a lei determinar. gentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei,
as decorrentes de obras da União;
Artigo 101, CC. Os bens públicos dominicais podem ser II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estive-
alienados, observadas as exigências da lei. rem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União,
Municípios ou terceiros;
Artigo 102, CC. Os bens públicos não estão sujeitos a III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à
usucapião. União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da
Artigo 103, CC. O uso comum dos bens públicos pode ser União.
gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente
pela entidade a cuja administração pertencerem. 1) Competência organizacional-administrativa exclu-
siva da União
Os bens da União estão enumerados no artigo 20 e os A Constituição Federal, quando aborda a competência da
bens dos Estados-membros no artigo 26, ambos da Consti- União, traz no artigo 21 a expressão “compete à União” e no
tuição, que seguem abaixo. Na divisão de bens estabelecida artigo 22 a expressão “compete privativamente à União”. Nes-
pela Constituição Federal denota-se o caráter residual dos te sentido, questiona-se se a competência no artigo 21 seria
bens dos Estados-membros porque exige-se que estes não privativa. Obviamente, não seria compartilhada, pois os casos
pertençam à União ou aos Municípios. que o são estão enumerados no texto constitucional.
Com efeito, entende-se que o artigo 21, CF, enume-
Artigo 20, CF. São bens da União: ra competências exclusivas da União. Estas expressões que
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a princípio seriam sinônimas assumem significado diverso.
a ser atribuídos; Exclusiva é a competência da União que pode ser delegada
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fron- a outras unidades federadas e privativa é a competência da
teiras, das fortificações e construções militares, das vias federais União que somente pode ser exercida por ela.
de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; O artigo 21, que traz as competências exclusivas da União,
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terre- trabalha com questões organizacional-administrativas.
nos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam
de limites com outros países, ou se estendam a território estran- Artigo 21, CF. Compete à União:
geiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as I - manter relações com Estados estrangeiros e partici-
praias fluviais; par de organizações internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;

68
CONHECIMENTOS GERAIS

III - assegurar a defesa nacional; a) toda atividade nuclear em território nacional somen-
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que te será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele Congresso Nacional;
permaneçam temporariamente; b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercia-
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a lização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos
intervenção federal; médicos, agrícolas e industriais;
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de ma- c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção,
terial bélico; comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida
VII - emitir moeda; igual ou inferior a duas horas;
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscali- d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe
zar as operações de natureza financeira, especialmente as de da existência de culpa;
crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do tra-
previdência privada; balho;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de or- XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício
denação do território e de desenvolvimento econômico e social; da atividade de garimpagem, em forma associativa.
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, con- Envolve a competência organizacional-administrativa da
cessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos União a atuação regionalizada com vistas à redução das de-
termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a sigualdade regionais, descrita no artigo 43 da Constituição
criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; Federal:
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, con-
cessão ou permissão: Artigo 43, CF. Para efeitos administrativos, a União poderá
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aprovei- social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desi-
tamento energético dos cursos de água, em articulação com os gualdades regionais.
Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; § 1º Lei complementar disporá sobre:
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura ae- I - as condições para integração de regiões em desen-
roportuária; volvimento;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário II - a composição dos organismos regionais que exe-
entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transpo- cutarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos
nham os limites de Estado ou Território; planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, apro-
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e vados juntamente com estes.
internacional de passageiros; § 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de ou-
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; tros, na forma da lei:
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de
Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria custos e preços de responsabilidade do Poder Público;
Pública dos Territórios; II - juros favorecidos para financiamento de atividades
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar prioritárias;
e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem III - isenções, reduções ou diferimento temporário de
como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; IV - prioridade para o aproveitamento econômico e so-
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, cial dos rios e das massas de água represadas ou represáveis
geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional; nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de di- § 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentiva-
versões públicas e de programas de rádio e televisão; rá a recuperação de terras áridas e cooperará com os peque-
XVII - conceder anistia; nos e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.
calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de re- 2) Competência legislativa privativa da União
cursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; A competência legislativa da União é privativa e, sendo
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, assim, pode ser delegada. As matérias abaixo relacionadas so-
inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; mente podem ser legisladas por atos normativos com abran-
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema na- gência nacional, mas é possível que uma lei complementar
cional de viação; autorizar que determinado Estado regulamente questão devi-
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeropor- damente especificada.
tuária e de fronteiras;
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de Artigo 22, CF. Compete privativamente à União legislar
qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesqui- sobre:
sa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industriali- I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
zação e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
atendidos os seguintes princípios e condições: II - desapropriação;

69
CONHECIMENTOS GERAIS

III - requisições civis e militares, em caso de iminente Artigo 23, CF. É competência comum da União, dos Esta-
perigo e em tempo de guerra; dos, do Distrito Federal e dos Municípios:
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e ra- I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das ins-
diodifusão; tituições democráticas e conservar o patrimônio público;
V - serviço postal; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias garantia das pessoas portadoras de deficiência;
dos metais; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as pai-
de valores; sagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
VIII - comércio exterior e interestadual; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracteriza-
IX - diretrizes da política nacional de transportes; ção de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artís-
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, maríti- tico ou cultural;
ma, aérea e aeroespacial; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação,
XI - trânsito e transporte; à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; em qualquer de suas formas;
XIV - populações indígenas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e ex- VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o
pulsão de estrangeiros; abastecimento alimentar;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e IX - promover programas de construção de moradias e
condições para o exercício de profissões; a melhoria das condições habitacionais e de saneamento
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do básico;
Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública X - combater as causas da pobreza e os fatores de
dos Territórios, bem como organização administrativa destes marginalização, promovendo a integração social dos setores
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geo- desfavorecidos;
logia nacionais; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e
poupança popular; minerais em seus territórios;
XX - sistemas de consórcios e sorteios; XII - estabelecer e implantar política de educação para a
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material segurança do trânsito.
bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias mi- Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para
litares e corpos de bombeiros militares; a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodo- Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento
viária e ferroviária federais; e do bem-estar em âmbito nacional.
XXIII - seguridade social;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; 4) Competência legislativa compartilhada
XXV - registros públicos; Além de compartilharem competências organizacional
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; -administrativas, os entes federados compartilham compe-
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em to- tência para legislar sobre determinadas matérias. Entretanto,
das as modalidades, para as administrações públicas diretas, excluem-se do artigo 24, CF, os entes federados da espécie
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal Município, sendo que estes apenas legislam sobre assuntos
e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as de interesse local.
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos
do art. 173, § 1°, III;  Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa ma- legislar concorrentemente sobre:
rítima, defesa civil e mobilização nacional; I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econô-
XXIX - propaganda comercial. mico e urbanístico;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os II - orçamento;
Estados a legislar sobre questões específicas das matérias III - juntas comerciais;
relacionadas neste artigo. IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;
3) Competência organizacional-administrativa com- VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza,
partilhada defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio am-
União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios biente e controle da poluição;
compartilham certas competências organizacional-adminis- VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artísti-
trativas. Significa que qualquer dos entes federados poderá co, turístico e paisagístico;
atuar, desenvolver políticas públicas, nestas áreas. Todas estas VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao
áreas são áreas que necessitam de atuação intensa ou vigilân- consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, históri-
cia constantes, de modo que mediante gestão cooperada se co, turístico e paisagístico;
torna possível efetivar o máximo possível os direitos funda- IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tec-
mentais em casa uma delas. nologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação;

70
CONHECIMENTOS GERAIS

X - criação, funcionamento e processo do juizado de pe- § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar,
quenas causas; instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
XI - procedimentos em matéria processual; microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a exe-
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; cução de funções públicas de interesse comum.
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras
de deficiência; O documento que está no ápice da estrutura normati-
XV - proteção à infância e à juventude; va de um Estado-membro é a Constituição estadual. Ela deve
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polí- guardar compatibilidade com a Constituição Federal, notada-
cias civis. mente no que tange aos princípios nela estabelecidos, sob
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a compe- pena de ser considerada norma inconstitucional.
tência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. A competência do Estado é residual – tudo o que não
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas obrigatoriamente deva ser regulamentado pela União ou pe-
gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. los Municípios, pode ser legislado pelo Estado-membro, sem
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Esta- prejuízo da já estudada competência legislativa concorrente
dos exercerão a competência legislativa plena, para atender com a União.
a suas peculiaridades. O §3º do artigo 25 regulamenta a conurbação, que abran-
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais ge regiões metropolitanas (um município, a metrópole, está
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. em destaque) e aglomerações urbanas (não há município em
destaque), e as microrregiões (não conurbadas, mas limítro-
O estudo das competências concorrentes permite vis- fes, geralmente identificada por bacias hidrográficas).
lumbrar os limites da atuação conjunta entre União, Estados A estrutura e a organização dos Poderes Legislativo e Exe-
e Distrito Federal no modelo Federativo adotado no Brasil, cutivo no âmbito do Estado-membro é detalhada na Consti-
visando à obtenção de uma homogeneidade nacional, com tuição estadual, mas os artigos 27e 28 trazem bases regula-
preservação dos pluralismos regionais e locais. mentadoras que devem ser respeitadas.
O cerne da distinção da competência entre os entes fe-
derados repousa na competência da União para o estabe- Artigo 27, CF. O número de Deputados à Assembleia
lecimento de normas gerais. A competência legislativa dos
Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Esta-
Estados-membros e dos Municípios nestas questões é suple-
do na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta
mentar, ou seja, as normas estaduais agregam detalhes que
e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados
a norma da União não compreende, notadamente trazendo
Federais acima de doze.
peculiaridades regionais.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Esta-
No caso do artigo 24, CF, a União dita as normas gerais
duais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre
e as normas suplementares ficam por conta dos Estados, ou
seja, as peculiaridades regionais são normatizadas pelos Es- sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remunera-
tados. As normas estaduais, neste caso, devem guardar uma ção, perda de mandato, licença, impedimentos e incorpo-
relação de compatibilidade com as normas federais (relação ração às Forças Armadas.
hierárquica). Diferentemente da competência comum em que § 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por
as leis estão em igualdade de condições, uma não deve su- lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no
bordinação à outra. máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em
Entretanto, os Estados não ficam impedidos de criar leis espécie, para os Deputados Federais, observado o que dis-
regulamentadoras destas matérias enquanto a União não o põem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
faça. Sobrevindo norma geral reguladora, perdem a eficácia § 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre
os dispositivos de lei estadual com ela incompatível. seu regimento interno, polícia e serviços administrativos
de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
5) Limitações e regras mínimas aplicáveis à compe- § 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo
tência organizacional-administrativa autônoma dos Esta- legislativo estadual.
dos-membros
Artigo 28, CF. A eleição do Governador e do Vice-Gover-
Artigo 25, CF. Os Estados organizam-se e regem-se pelas nador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á
Constituições e leis que adotarem, observados os princípios no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no
desta Constituição. último domingo de outubro, em segundo turno, se houver,
do ano anterior ao do término do mandato de seus antecesso-
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que res, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subse-
não lhes sejam vedadas por esta Constituição. quente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. 

§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir ou-
concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma tro cargo ou função na administração pública direta ou
da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regu- indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e
lamentação.  observado o disposto no art. 38, I, IV e V.

71
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de


dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (tre-
Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, zentos mil) habitantes; 
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocen-
6) Limitações e regras mínimas aplicáveis à compe- tos e cinquenta mil) habitantes; 
tência organizacional-administrativa autônoma dos Mu- i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
nicípios de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até
Os Municípios gozam de autonomia no modelo federati- 600.000 (seiscentos mil) habitantes; 
vo brasileiro e, sendo assim, possuem capacidade de auto-or- j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de
ganização, normatização e autogoverno. 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos
Notadamente, mediante lei orgânica, conforme se extrai cinquenta mil) habitantes; 
do artigo 29, caput, CF, o Município se normatiza, devendo k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
esta lei guardar compatibilidade tanto com a Constituição Fe- de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até
deral quanto com a respectiva Constituição estadual. O dispo- 900.000 (novecentos mil) habitantes; 
sitivo mencionado traça, ainda, regras mínimas de estrutura- l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
ção do Poder Executivo e do Legislativo municipais. 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um
Por exemplo, só haverá eleição de segundo turno se o milhão e cinquenta mil) habitantes; 
município tiver mais de duzentos mil habitantes. Destaca-se, m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais
ainda, a exaustiva regra sobre o número de vereadores e a de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até
questão dos subsídios. Incidente, também a regra sobre o jul- 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; 
gamento do Prefeito pelo Tribunal de Justiça. n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
O artigo 29-A, CF, por seu turno, detalha os limites de de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até
despesas com o Poder Legislativo municipal, permitindo a 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes; 
responsabilização do Prefeito e do Presidente da Câmara por o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000
violação a estes limites. (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; 
Artigo 29, CF. O Município reger-se-á por lei orgânica, p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; 
e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Muni-
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais
cipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos
de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até
nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os
2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; 
seguintes preceitos:
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores,
de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de
para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simul- até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; 
tâneo realizado em todo o País; s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no pri- de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000
meiro domingo de outubro do ano anterior ao término do (quatro milhões) de habitantes; 
mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais
77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores;  de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janei- (cinco milhões) de habitantes; 
ro do ano subsequente ao da eleição; u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será ob- de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000
servado o limite máximo de:  (Vide ADIN 4307) (seis milhões) de habitantes; 
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quin- v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais
ze mil) habitantes;  de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (sete milhões) de habitantes; 
(quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes;  w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000
30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) (oito milhões) de habitantes; e  
habitantes;  x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; 
50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil)
habitantes;  V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secre-
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de tários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Mu-
80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte nicipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II,
mil) habitantes;  153, III, e 153, § 2º, I; 
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de
120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento
sessenta mil) habitantes; 

72
CONHECIMENTOS GERAIS

VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respec- IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para
tivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subse- Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e
quente, observado o que dispõe esta Constituição, observados um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; 
os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os se- V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população
guintes limites máximos:  entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões)
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio má- de habitantes; 
ximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsí- VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Mu-
dio dos Deputados Estaduais;  nicípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões e um)
b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitan- habitantes. 
tes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta § 1o  A Câmara Municipal não gastará mais de setenta
por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;  por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil ha- o gasto com o subsídio de seus Vereadores. 
bitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a § 2o  Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Mu-
quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;  nicipal: 
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habi- I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste
tantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cin- artigo; 
quenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;  II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou 
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na
habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a Lei Orçamentária. 
sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;  § 3o  Constitui crime de responsabilidade do Presidente
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo.
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cin-
co por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;  As competências legislativas e administrativas dos muni-
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereado- cípios estão fixadas no artigo 30, CF. Quanto à competência
res não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da legislativa, é suplementar, garantindo o direito de legislar so-
receita do Município;  bre assuntos de interesse local.
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões,
palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição Artigo 30, CF. Compete aos Municípios:
do Município;  I - legislar sobre assuntos de interesse local;
IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da ve- II - suplementar a legislação federal e a estadual no que
reança, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição couber;
para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência,
respectivo Estado para os membros da Assembleia Legislativa;  bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatorieda-
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;  de de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da em lei;
Câmara Municipal;  IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legis-
XII - cooperação das associações representativas no pla- lação estadual;
nejamento municipal;  V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de con-
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse es- cessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local,
pecífico do Município, da cidade ou de bairros, através de mani- incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
festação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;  VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. União e do Estado, programas de educação infantil e de en-
28, parágrafo único (assumir outro cargo).  sino fundamental; 
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da
Artigo  29-A, CF.  O total da despesa do Poder Legisla- União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da po-
tivo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluí- pulação;
dos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento
percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das territorial, mediante planejamento e controle do uso, do par-
transferências previstas no § 5o do art. 153 e nos arts. 158 e celamento e da ocupação do solo urbano;
159, efetivamente realizado no exercício anterior:  IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultu-
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de ral local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal
até 100.000 (cem mil) habitantes;  (Redação dada pela Emen- e estadual.
da Constituição Constitucional nº 58, de 2009)   (Produção de
efeito) A fiscalização dos Municípios se dá tanto no âmbito in-
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população en- terno quanto no externo. Externamente, é exercida pelo Poder
tre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes;  Legislativo com auxílio de Tribunal de Contas. A constituição,
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população no artigo 31, CF, veda a criação de novos Tribunais de Contas
entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) municipais, mas não extingue os já existentes.
habitantes; 

73
CONHECIMENTOS GERAIS

Artigo 31, CF. A fiscalização do Município será exercida § 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habi-
pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, tantes, além do Governador nomeado na forma desta Consti-
e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Mu- tuição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instân-
nicipal, na forma da lei. cia, membros do Ministério Público e defensores públicos fede-
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exer- rais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e
cido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou sua competência deliberativa.
do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios, onde houver. Intervenção
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente A intervenção consiste no afastamento temporário das
sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só prerrogativas totais ou parciais próprias da autonomia dos
deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos mem- entes federados, por outro ente federado, prevalecendo a
bros da Câmara Municipal. vontade do ente interventor. Neste sentido, necessária a ve-
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta rificação de:
dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, a) Pressupostos materiais – requisitos a serem verificados
para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legi- quanto ao atendimento de uma das justificativas para a inter-
timidade, nos termos da lei. venção.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou ór- b) Pressupostos processuais – requisitos para que o ato
gãos de Contas Municipais. da intervenção seja válido, como prazo, abrangência, condi-
ções, além da autorização do Poder Legislativo (artigo 36, CF).
7) Peculiaridades da competência organizacional-ad- A intervenção pode ser federal, quando a União interfere
ministrativa do Distrito Federal e Territórios nos Estados e no Distrito Federal (artigo 34, CF), ou estadual,
O Distrito Federal não se divide em Municípios, mas em quando os Estados-membros interferem em seus Municípios
regiões administrativas. Se regulamenta por lei orgânica, mas (artigo 35, CF).
esta lei orgânica aproxima-se do status de Constituição esta-
dual, cabendo controle de constitucionalidade direto de leis Artigo 34, CF. A União não intervirá nos Estados nem no
que a contrariem pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
e dos Territórios.
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da
O Distrito Federal possui um governador e uma Câmara
Federação em outra;
Legislativa, eleitos na forma dos governadores e deputados
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pú-
estaduais. Entretanto, não tem eleições municipais. O Distrito
blica;
Federal tem 3 senadores, 8 deputados federais e 24 deputa-
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes
dos distritais.
nas unidades da Federação;
Quanto aos territórios, não existem hoje no país, mas se V - reorganizar as finanças da unidade da Federação
vierem a existir serão nomeados pelo Presidente da República. que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de
Artigo 32, CF. O Distrito Federal, vedada sua divisão em dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois tur- b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fi-
nos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois xadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em
terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os lei;
princípios estabelecidos nesta Constituição. VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências judicial;
legislativas reservadas aos Estados e Municípios. VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, constitucionais:
observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais a) forma republicana, sistema representativo e regime
coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, democrático;
para mandato de igual duração. b) direitos da pessoa humana;
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa apli- c) autonomia municipal;
ca-se o disposto no art. 27. d) prestação de contas da administração pública, direta
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo e indireta.
do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de
bombeiros militar. impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferên-
cias, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações
Artigo 33, CF. A lei disporá sobre a organização adminis- e serviços públicos de saúde”. 
trativa e judiciária dos Territórios.
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, Artigo 35, CF. O Estado não intervirá em seus Municípios,
aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV nem a União nos Municípios localizados em Território Fede-
deste Título. ral, exceto quando:
§ 2º As contas do Governo do Território serão submeti- I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois
das ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de anos consecutivos, a dívida fundada;
Contas da União. II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

74
CONHECIMENTOS GERAIS

III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita A respeito, destaca-se o artigo 44 da Constituição Federal:
municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas Artigo 44, CF. O Poder Legislativo é exercido pelo Congres-
ações e serviços públicos de saúde;  so Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação Senado Federal.
para assegurar a observância de princípios indicados na Cons- Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de qua-
tituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem tro anos.
ou de decisão judicial”.
Por sua vez, o artigo 45 da Constituição Federal expõe
Artigo 36, CF. A decretação da intervenção dependerá: como se dá a composição da Câmara dos Deputados:
I - no caso do art. 34, IV (livre exercício dos Poderes), de
solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo Artigo 45, CF. A Câmara dos Deputados compõe-se de re-
coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal presentantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional,
Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário; em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciá- § 1º O número total de Deputados, bem como a repre-
ria, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior sentação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido
Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; por lei complementar, proporcionalmente à população, pro-
III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de re- cedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às elei-
presentação do Procurador-Geral da República, na hipótese do ções, para que nenhuma daquelas unidades da Federação
art. 34, VII (observância de princípios constitucionais), e no tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
caso de recusa à execução de lei federal. § 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a am-
plitude, o prazo e as condições de execução e que, se cou- Nota-se que na Câmara dos Deputados é adotado um
ber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do sistema proporcional de composição – quanto maior a popu-
Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Esta- lação de um Estado, maior o número de representantes que
do, no prazo de vinte e quatro horas. terá, respeitado o limite de setenta deputados; quanto menos
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a população de um Estado, menor o número de representan-
a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordiná- tes que terá, respeitado o limite mínimo de oito deputados.
ria, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. O Distrito Federal recebe o mesmo tratamento de um Estado
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII (execução de decisão/lei fe- e por ser menos populoso possui a representação mínima –
deral e violação de certos princípios constitucionais), ou do art. 35, quatro deputados. Já os Territórios, se existentes, teriam cada
IV (idem com relação à intervenção em municípios), dispensada a qual 4 deputados. No total, a Câmara é composta por 513
apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, deputados.
o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impug- O artigo 46 da Constituição Federal disciplina a composi-
nado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. ção do Senado Federal nos seguintes termos:
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades
afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal. Artigo 46, CF. O Senado Federal compõe-se de represen-
tantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o
princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Sena-
10. PODER LEGISLATIVO: CONGRESSO dores, com mandato de oito anos.
NACIONAL, CÂMARA DOS DEPUTADOS, § 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal
será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente,
SENADO FEDERAL, DEPUTADOS E SENADORES
por um e dois terços.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.

O Senado Federal é composto por 81 Senadores, sendo


1) Do Congresso Nacional que 78 representam cada um dos Estados brasileiros, que são
O Legislativo Federal brasileiro adota um sistema bicame- 26, e 3 representam o Distrito Federal. O mandato do Senador
ral, contando com uma casa representativa do Povo e uma casa é de duas legislaturas, ou seja, 8 anos. No entanto, a cada 4
representativa dos Estados-membros. No caso, a Câmara dos anos sempre são eleitos Senadores, garantindo a alternância
Deputados desempenha um papel de representação do povo; no Senado a cada novas eleições. Por isso, nunca vagam as
ao passo que o Senado Federal é responsável pela represen- 3 cadeiras no Senado Federal de um Estado para a mesma
tação das unidades federadas da espécie Estados-membros. eleição; alternadamente, vagam 2 cadeiras ou 1 cadeira (ex.:
No Congresso Nacional se desempenham as atividades nas eleições de 2014 vagou apenas 1 cadeira no Senado para
legislativas e determinadas atividades fiscalizatórias. Uma le- cada unidade federativa com representação; nas eleições de
gislatura tem a duração de quatro anos, ao passo que uma 2010 vagaram 2 cadeiras).
sessão legislativa tem duração de um ano, sendo esta dividi- Note que, diferente do que ocorre na Câmara dos Depu-
da em dois períodos legislativos cada qual com duração de 6 tados, não há um maior número de representantes por ser a
meses. Por seu turno, o Deputado Federal tem mandato equi- unidade federativa mais populosa, o número de cadeiras é
valente a uma legislatura (4 anos), ao passo que o Senador fixo por Estado/Distrito Federal. Adota-se, assim, o princípio
tem mandato equivalente a duas legislaturas (8 anos). majoritário e não o princípio proporcional.

75
CONHECIMENTOS GERAIS

Finalmente, o artigo 47 da Constituição prevê: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou


atos internacionais que acarretem encargos ou compromis-
Art. 47, CF. Salvo disposição constitucional em contrário, as sos gravosos ao patrimônio nacional;
deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra,
por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transi-
membros. tem pelo território nacional ou nele permaneçam temporaria-
mente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;
Logo, em regra, o quórum de instalação de sessão é de III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da Repú-
maioria absoluta dos membros da Casa ou Comissão (metade blica a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a
mais um), ao passo que o quórum de deliberação é de maio- quinze dias;
ria simples (metade mais um dos membros presentes). IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal,
autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas
2) Atribuições do Congresso Nacional medidas;
A União, como visto no capítulo anterior, possui compe- V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que
tência para legislar sobre determinadas matérias, sendo esta exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
competência por vezes privativa e por vezes concorrente. A legislativa;
atividade legislativa, por seu turno, em regra será desempe- VI - mudar temporariamente sua sede;
nhada pelo Poder Legislativo, exercido pelo Congresso Nacio- VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e
nal. Neste sentido, a disciplina do artigo 48 da Constituição. os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;  
Artigo 48, CF. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente
do Presidente da República, não exigida esta para o especifica- da República e dos Ministros de Estado, observado o que dis-
do nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de põem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; 
competência da União, especialmente sobre: IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Pre-
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; sidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento dos planos de governo;
anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer
forçado; de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas; administração indireta;
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de XI - zelar pela preservação de sua competência legisla-
desenvolvimento; tiva em face da atribuição normativa dos outros Poderes;
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo XII - apreciar os atos de concessão e renovação de conces-
e bens do domínio da União; são de emissoras de rádio e televisão;
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de
áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assem- Contas da União;
bleias Legislativas; XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a
VII - transferência temporária da sede do Governo Federal; atividades nucleares;
VIII - concessão de anistia; XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o
Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e or- aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de ri-
ganização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal;  quezas minerais;
X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de
e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b;  terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hec-
XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da adminis- tares.
tração pública; 
XII - telecomunicações e radiodifusão; Com vistas à consecução destas tarefas, o artigo 50 da
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições Constituição disciplina providências que podem ser tomadas
financeiras e suas operações; por cada qual das Casas do Congresso Nacional:
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida
mobiliária federal. Artigo 50, CF. A Câmara dos Deputados e o Senado Fede-
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal ral, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Minis-
Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, tro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamen-
III; e 153, § 2º, I.  te subordinados à Presidência da República para prestarem,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente deter-
Contudo, a competência do Congresso Nacional não é minado, importando crime de responsabilidade a ausência
exclusivamente legislativa, de forma que possuem funções sem justificação adequada. 
atípicas de caráter administrativo, além da função típica de § 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Se-
controle. nado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de
suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos
Artigo 49, CF. É da competência exclusiva do Congresso com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de
Nacional: seu Ministério.

76
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Fe- VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites
deral poderão encaminhar pedidos escritos de informações globais para o montante da dívida consolidada da União,
a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade VII - dispor sobre limites globais e condições para as
a recusa, ou o não-atendimento, no prazo de trinta dias, bem operações de crédito externo e interno da União, dos Esta-
como a prestação de informações falsas. dos, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e
demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
3) Da Câmara dos Deputados VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de
Delimitada a competência do Congresso Nacional, neces- garantia da União em operações de crédito externo e interno;
sário definir a competência de cada uma de suas Casas, sendo IX - estabelecer limites globais e condições para o montan-
que o artigo 51 da Constituição cumpre este papel em relação te da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos
à Câmara dos Deputados. Municípios;
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei
Artigo 51, CF. Compete privativamente à Câmara dos declarada inconstitucional por decisão definitiva do Su-
Deputados: premo Tribunal Federal;
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instaura- XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exo-
ção de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da neração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes
República e os Ministros de Estado; do término de seu mandato;
II - proceder à tomada de contas do Presidente da Repú- XII - elaborar seu regimento interno;
blica, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento,
de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa; polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
III - elaborar seu regimento interno; empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polí- fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros
cia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empre- estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; 
gos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação XIV - eleger membros do Conselho da República, nos
da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabe- termos do art. 89, VII.
lecidos na lei de diretrizes orçamentárias;  XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Siste-
V - eleger membros do Conselho da República, nos ter- ma Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componen-
mos do art. 89, VII. tes, e o desempenho das administrações tributárias da União,
dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. 
4) Do Senado Federal Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, fun-
Na mesma toada do artigo 51, o artigo 52 da Constitui- cionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal,
ção delimita as competências da outra Casa do Congresso limitando-se a condenação, que somente será proferida por
Nacional, o Senado Federal. dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com
inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública,
Artigo 52, CF. Compete privativamente ao Senado Federal: sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente
da República nos crimes de responsabilidade, bem como os 5) Das reuniões
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exér- O artigo 57 da Constituição descreve os períodos de
cito e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos reuniões do Congresso Nacional e as hipóteses de sessão
com aqueles;  conjunta e de convocação extraordinária, além de outras si-
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal tuações práticas envolvidas no funcionamento do Legislativo
Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e Federal:
do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procura-
dor-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos Artigo 57, CF. O Congresso Nacional reunir-se-á, anual-
crimes de responsabilidade;  mente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e
III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição de 1º de agosto a 22 de dezembro. 
pública, a escolha de: § 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transfe-
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; ridas para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados em sábados, domingos ou feriados.
pelo Presidente da República; § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a
c) Governador de Território; aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
d) Presidente e diretores do banco central; § 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a
e) Procurador-Geral da República; Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em
f) titulares de outros cargos que a lei determinar; sessão conjunta para:
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição I - inaugurar a sessão legislativa;
em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomáti- II - elaborar o regimento comum e regular a criação de
ca de caráter permanente; serviços comuns às duas Casas;
V - autorizar operações externas de natureza financeira, III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presi-
de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Ter- dente da República;
ritórios e dos Municípios; IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.

77
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões prepa- Nestes termos, o artigo 58, caput e §§ 1º e 2º, CF:
ratórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legis-
latura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Artigo 58, CF. O Congresso Nacional e suas Casas terão co-
Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução missões permanentes e temporárias, constituídas na forma
para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.  e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no
§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo ato de que resultar sua criação.
Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exer- § 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é
cidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes assegurada, tanto quanto possível, a representação propor-
na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. cional dos partidos ou dos blocos parlamentares que parti-
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacio- cipam da respectiva Casa.
nal far-se-á: § 2º Às comissões, em razão da matéria de sua compe-
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decreta- tência, cabe:
ção de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedi- I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma
do de autorização para a decretação de estado de sítio e para do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver
o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente recurso de um décimo dos membros da Casa;
da República; II - realizar audiências públicas com entidades da socie-
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câ- dade civil;
mara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento III - convocar Ministros de Estado para prestar informa-
da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de ur- ções sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
gência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses IV - receber petições, reclamações, representações ou
deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das auto-
das Casas do Congresso Nacional.  ridades ou entidades públicas;
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Na- V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cida-
cional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi dão;
convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, re-
o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convoca- gionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir pa-
ção.
recer.
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de
convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas
Merece atenção especial o §3º do artigo 58, CF, que abor-
automaticamente incluídas na pauta da convocação.
da as Comissões Parlamentares de Inquérito – CPIs:
Vale destacar que durante o recesso o Congresso Nacio-
nal não fica isento de qualquer tipo de atividade, prevendo o Art. 58, §3º, CF. As comissões parlamentares de inquéri-
artigo 58, CF em seu §4º: to, que terão poderes de investigação próprios das autoridades
judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respec-
Art. 58, §4º, CF. Durante o recesso, haverá uma Comis- tivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo
são representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante re-
Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com querimento de um terço de seus membros, para a apuração de
atribuições definidas no regimento comum, cuja composição fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se
reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da represen- for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que pro-
tação partidária. mova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

6) Das comissões Com efeito, as CPIs possuem a particularidade de servi-


O Poder Legislativo não funciona exclusivamente com suas rem para a investigação e fiscalização de questões de relevan-
Casas, pois a elas seria inviável lidar razoavelmente, apreciando te interesse nacional, caracterizando-se por:
com a devida profundidade, todas as temáticas de competên- - Poderes instrutórios – podem apurar fatos tal como é
cia deste Poder. Para a apreciação específica e aprofundada feito pelo Poder Judiciário. A regra somente não vale para in-
de cada uma das iniciativas legislativas são criadas Comissões. terceptação telefônica e afins, competência exclusiva de ma-
Tais Comissões servem, ainda, para o exercício de outras com- gistrado.
petências do Legislativo, como a investigatória e fiscalizatória. - Instituição por uma das Casas do Congresso ou por am-
As comissões podem ser temporárias ou permanentes, bas, mediante requerimento de um terço de seus membros
conforme o tipo de finalidade para a qual é instituída (ex.: a (1/3 dos membros da Câmara ou 1/3 dos membros do Se-
Comissão de Constituição e Justiça é necessariamente uma nado ou 1/3 dos membros do Congresso Nacional, sendo a
comissão permanente que serve para apreciar a constitucio- última hipótese para comissão conjunta).
nalidade de todos os projetos que tramitam na Casa; a Comis- - Apuração de fato certo – A constituição não indica o
são Parlamentar de Inquérito é necessariamente temporária, que é fato determinado, mas o regimento da Câmara dos De-
perdurando por prazo determinado fixado para a realização putados, em seu artigo 35, conceitua como sendo “o aconte-
de investigação). cimento de relevante interesse para a vida pública e a ordem
Vale destacar que uma Comissão pode ter o poder, nos constitucional, legal, econômica e social do País, que estiver
termos do regimento, de aprovar o Projeto de Lei sem que ele devidamente caracterizado no requerimento de constituição
nem sequer passe pelo Plenário. da Comissão”.

78
CONHECIMENTOS GERAIS

- Prazo determinado – o funcionamento da Comissão Outras imunidades encontram-se descritas nos demais
Parlamentar de Inquérito não pode se prolongar irrestrita- parágrafos do artigo 53. Neste sentido, o §2º do artigo 53 da
mente no tempo, sendo necessário fixar prazo para a duração Constituição aborda o impedimento de prisão, salvo em caso
da CPI, embora este prazo seja prorrogável. de flagrante por crime inafiançável:
- Finalidade de promover a responsabilização civil e crimi-
nal de infratores – no entanto, não é a Comissão que decidirá Art. 53, §2º, CF. Desde a expedição do diploma, os mem-
sobre tal responsabilização, mas o Poder Judiciário por seu bros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
órgão competente. O conteúdo da CPI será, então, encami- flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão re-
nhado ao Ministério Público para que tome as devidas pro- metidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para
vidências. que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a
prisão. 
7) Prerrogativas parlamentares
As imunidades e impedimentos parlamentares, ao lado Ainda, disciplina o §6º do artigo 53 que:
de questões correlatas, encontram previsão constitucional
dos artigos 53 a 56 da Constituição Federal. Art. 53, §6º, CF. Os Deputados e Senadores não serão obri-
Imunidades parlamentares são prerrogativas que assegu- gados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas
ram aos membros do Legislativo ampla liberdade, autonomia em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que
e independência no exercício de suas funções, sendo estas lhes confiaram ou deles receberam informações.
tanto inerentes a um aspecto material (inviolabilidade pro-
priamente dita) quanto correlatas a um aspecto formal (sujei- Prevê o §7º do artigo 53:
ção a processamento por foro especial – foro por prerrogativa
de função). Art. 53, §7º, CF. A incorporação às Forças Armadas de De-
A essência da imunidade parlamentar está descrita no putados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo
caput do artigo 53, CF: de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
 
Art. 53, CF. Os Deputados e Senadores são invioláveis, ci- Destaca-se a perenidade destas imunidades parlamenta-
vil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras res descritas no artigo 53, porque o §8º do dispositivo asse-
e votos. gura:
Trata-se da faceta material da imunidade parlamentar, Art. 53, §8º, CF. As imunidades de Deputados ou Senado-
consistente na inviolabilidade civil e penal por opiniões, pa-
res subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser
lavras e votos. Entende-se que o parlamentar tem irrestrita
suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da
liberdade de expressão na defesa de seus posicionamentos
Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto
políticos, sob pena de se caracterizar uma ruptura no próprio
do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a exe-
modelo democrático, que exige o debate de ideias. 
cução da medida.
Por seu turno, a principal imunidade parlamentar de cará-
ter formal está descrita no §1º do artigo 53, CF:  
No entanto, ao lado das imunidades, a Constituição Fe-
Art. 53, §1º, CF. Os Deputados e Senadores, desde a expe- deral prevê vedações em seu artigo 54:
dição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal.  Artigo 54, CF. Os Deputados e Senadores não poderão:
I - desde a expedição do diploma:
Propriamente, é o denominado foro por prerrogativa de a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de di-
função. Não se trata de privilégio pessoal, que tem a ver com reito público, autarquia, empresa pública, sociedade de econo-
a pessoa do parlamentar, mas de privilégio do cargo, inerente mia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo
ao cargo. quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
Ainda sobre a questão do julgamento, estendem os §§ 3º b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remu-
a 5º do mesmo dispositivo: nerado, inclusive os de que sejam demissíveis ‘ad nutum’, nas
entidades constantes da alínea anterior;
Art. 53, §3º, CF. Recebida a denúncia contra o Senador ou II - desde a posse:
Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo a) ser proprietários, controladores ou diretores de em-
Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por ini- presa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa
ciativa de partido político nela representado e pelo voto da jurídica de direito público, ou nela exercer função remune-
maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar rada;
o andamento da ação. b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ‘ad
Art. 53, §4º, CF. O pedido de sustação será apreciado pela nutum’, nas entidades referidas no inciso I, ‘a’;
Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das
dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. entidades a que se refere o inciso I, ‘a’;
Art. 53, §5º, CF. A sustação do processo suspende a pres- d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato pú-
crição, enquanto durar o mandato.  blico eletivo.

79
CONHECIMENTOS GERAIS

A consequência do desrespeito a estas proibições é a per- 8) Processo Legislativo


da do mandato, conforme o artigo 55, I, CF. Existem outras Processo legislativo é o conjunto de atos que devem ser
causas de perda de mandato, também descritas no artigo 55 praticados para a adequada elaboração das espécies norma-
da Constituição: tivas. O desatendimento das normas de processo legislativo
gera inconstitucionalidade formal. O artigo 59 da Constitui-
Artigo 55, CF. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: ção Federal traz o rol de espécies normativas, sendo que cada
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no qual exige um processo legislativo específico.
artigo anterior; Por seu turno, quanto a estas espécies normativas, o pro-
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o cesso legislativo pode adotar um procedimento sumário, or-
decoro parlamentar; dinário (é a regra, válida como base para todos os demais pro-
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, cessos legislativos, aplicável às leis ordinárias) ou especial (ex.:
à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que perten- emenda constitucional, lei delegada, lei complementar – esta-
cer, salvo licença ou missão por esta autorizada; belecem-se variações em relação ao procedimento ordinário).
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; Destaca-se que a Lei Complementar nº 95, de 26 de fe-
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos pre- vereiro de 1998, dispõe sobre a elaboração, a redação, a alte-
vistos nesta Constituição; ração e a consolidação das leis, conforme determina o pará-
VI - que sofrer condenação criminal em sentença tran- grafo único do artigo 59 da Constituição Federal, e estabelece
sitada em julgado. normas para a consolidação dos atos normativos que men-
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos ciona.
casos definidos no regimento interno, o abuso das prerro-
gativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a Artigo 59, CF. O processo legislativo compreende a elabo-
percepção de vantagens indevidas. ração de:
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato I - emendas à Constituição;
será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado II - leis complementares;
Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da res- III - leis ordinárias;
pectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso IV - leis delegadas;
Nacional, assegurada ampla defesa.  V - medidas provisórias;
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será VI - decretos legislativos;
declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou me- VII - resoluções.
diante provocação de qualquer de seus membros, ou de par- Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elabo-
tido político representado no Congresso Nacional, assegurada ração, redação, alteração e consolidação das leis.
ampla defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que As leis ordinárias são denominadas na Constituição como
vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste ar- “leis”, de modo que o constituinte só utiliza a expressão “lei
tigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de ordinária” quando quer trazer uma contraposição com a lei
que tratam os §§ 2º e 3º. complementar. Tanto é assim que as leis ordinárias do país
são denominadas apenas como leis (Lei nº X); enquanto que
Por fim, o artigo 56 da Constituição disciplina situações as leis complementares são denominadas como tais (Lei com-
em que poderia se entender a princípio que caberia a perda plementar nº Y).
de mandato, notadamente por incompatibilidade ou afasta- A primeira lei ordinária foi elaborada a partir da promul-
mento, mas que não geram esta consequência por previsão gação da Constituição de 1946, enquanto que a primeira
expressa. lei complementar foi elaborada a partir da promulgação da
Constituição de 1967. Não há problemas com o fato de existi-
Artigo 56, CF. Não perderá o mandato o Deputado ou rem leis anteriores à Constituição Federal de 1988, eis que se
Senador: faz presente o fenômeno da recepção.
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador Após enumerar as espécies normativas no artigo 59, a
de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Constituição Federal descreve as peculiaridades de cada uma
Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão di- delas. Somente os decretos legislativos e as resoluções não
plomática temporária; são regulamentados no texto constitucional, mas em regi-
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doen- mento interno do Congresso Nacional e de suas Casas.
ça, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular,
desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e 8.1) Emenda à Constituição
vinte dias por sessão legislativa. As emendas à Constituição se sujeitam aos limites do
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de in- poder de reforma, já abordadas quando da temática poder
vestidura em funções previstas neste artigo ou de licença supe- constituinte (artigo 60, §4º, CF). A possibilidade de emenda à
rior a cento e vinte dias. Constituição decorre do Poder Constituinte derivado, investi-
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á do pelo Poder Constituinte originário quando da elaboração
eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses do texto constitucional. Sendo assim, a Constituição Federal
para o término do mandato. pode ser modificada mediante o processo legislativo adequa-
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador po- do.
derá optar pela remuneração do mandato.

80
CONHECIMENTOS GERAIS

Se desrespeitado o processo legislativo adequado, ha- Artigo 60, §1º, CF. A Constituição não poderá ser emenda-
verá inconstitucionalidade. Destaca-se que isso responde à da na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou
seguinte pergunta: é possível norma constitucional inconsti- de estado de sítio.
tucional? A resposta é sim, desde que esta norma constitu-
cional decorra de uma reforma do texto da Constituição. Em Artigo 60, §4º, CF. Não será objeto de deliberação a pro-
hipótese alguma há norma constitucional inconstitucional na posta de emenda tendente a abolir:
redação originária da Constituição, na norma que decorra do I - a forma federativa de Estado;
Poder Constituinte originário. II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
Em outras palavras, o procedimento da emenda à Constitui- III - a separação dos Poderes;
ção descrito no artigo 60 deve ser respeitado para que a reforma IV - os direitos e garantias individuais.
constitucional possa produzir efeitos e adquirir plena vigência.
Basicamente, o processo legislativo da emenda consti- Artigo 60, §5º, CF. A matéria constante de proposta de
tucional é muito parecido com o processo legislativo da lei emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser ob-
ordinária, diferenciando-se nos seguintes aspectos: jeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
a) Iniciativa – como se depreende dos incisos do caput
do artigo 60, a iniciativa para a apresentação de proposta de e) Não aplicação do princípio da primazia da delibe-
emenda constitucional é, em regra, coletiva. Somente o Pre- ração principal – se um projeto de emenda constitucional for
sidente da República pode, sozinho, apresentar uma PEC. Um emendado na deliberação revisional, irá voltar para a Casa da
deputado federal ou um Senador sozinhos não possuem este deliberação principal e, se esta não concordar com a emenda,
poder, precisam da anuência de pelo menos um terço da Casa. volta novamente para a Casa da deliberação revisional, até se
Nem ao menos uma Assembleia Legislativa pode apresentar decidir sobre qual a redação que irá prevalecer. Instaura-se
a proposta sozinha, precisa que a maioria dos membros pre- um vai e volta sem fim.
sentes em sessão de votação concordem e também necessita
estar acompanhada de mais da metade das Assembleias Le- 8.2) Leis ordinárias
gislativas do país (14, no mínimo). A doutrina entende majori- Lei é um ato normativo típico revestido de abstração e
tariamente que cabe a iniciativa popular, mas não se trata de generalidade. Por ser ato primário e autônomo, se sujeita di-
previsão expressa do artigo 60 da Constituição. Nota-se que retamente ao controle de constitucionalidade, verificando-se
o poder de iniciativa legislativa é bastante diverso do fixado sua conformidade/contrariedade com a Constituição Federal.
para os projetos de leis.
a) Fase introdutória – Iniciativa
Artigo 60, caput, CF. A Constituição poderá ser emenda- A iniciativa das leis encontra regulamentação notada-
da mediante proposta: mente no caput do artigo 61, CF:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal; Artigo 61, caput, CF. A iniciativa das leis complementa-
II - do Presidente da República; res e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso
das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribu-
pela maioria relativa de seus membros. nal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral
da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos
b) Quórum para aprovação – nos termos do §2º do arti- nesta Constituição.
go 60 da Constituição, “a proposta será discutida e votada em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, conside- A iniciativa pode ser parlamentar quando de membro ou
rando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou
votos dos respectivos membros”. Com efeito, para a emenda do Congresso Nacional; ou extraparlamentar nos demais casos.
à Constituição exige-se quórum especial para a aprovação – Ainda, poderá ser genérica, quando permitir que a inicia-
3/5 do total dos membros de cada Casa – além da votação em tiva seja exercida quanto a quaisquer projetos de leis (mem-
dois turnos – cada Casa vota duas vezes. bro ou Comissão do Congresso ou das Casas, Presidente da
República, iniciativa popular); ou específica, quando permitir
c) Promulgação – segundo o §3º do artigo 60 da Constitui- que apenas se apresentem projetos com relação a determina-
ção, “a emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da das matérias (Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores,
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo Procurador-Geral da República e, apesar da não menção ex-
número de ordem”. Comoas emendas constitucionais decorrem pressa, Tribunal de Contas da União).
de um poder exclusivo conferido ao Congresso Nacional, o Po- O caput do artigo 61 não faz esta distinção expressamen-
der Constituinte, não serão enviadas ao Presidente da República te, mas ela pode ser depreendida do texto constitucional e se
para sanção, promulgação e publicação. Sendo assim, são pro- mostra de extrema importância prática. É necessário atenção
mulgadas e remetidas para publicação pelas Mesas das Casas. ao fato de que quando o constituinte confere a iniciativa a
determinado órgão, esta é somente dele, ou seja, trata-se de
d) Limitações ao poder de reforma – o poder de refor- competência reservada (ex.: o artigo 93, CF confere ao Supre-
ma à Constituição se sujeita a diversos limites temporais, ma- mo Tribunal Federal a iniciativa quanto ao Estatuto da Ma-
teriais e circunstanciais, já estudados, descritos notadamente gistratura e somente por projeto de lei apresentado por este
nos §§ 1º, 4º e 5º do artigo 60 da Constituição. órgão é possível alterá-lo).

81
CONHECIMENTOS GERAIS

A princípio, não existe um prazo para se exercer o poder Salvo no caso de projeto proposto por Senador ou Co-
de iniciativa. Logo, em regra, a iniciativa é um ato discricio- missão do Senado Federal, o projeto de lei começa na Câmara
nário. No entanto, há casos em que o constituinte obriga a dos Deputados. Neste sentido, o caput do artigo 64 da Cons-
iniciativa num prazo determinado, o que é muito comum no tituição prevê que:
que tange a questões financeiras e orçamentárias, caso em
que se denomina a iniciativa de vinculada. Artigo 64, CF. A discussão e votação dos projetos de lei de ini-
ciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal
- Iniciativa reservada do Presidente da República e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.
O chefe do Poder Executivo federal possui iniciativa reser-
vada quanto a determinados projetos de lei, ou seja, somente Assim, em regra, o projeto vai seguir após a deliberação
ele poderá apresentá-los perante o Congresso Nacional: principal para a deliberação revisional no Senado Federal,
quando será possível a apresentação de emendas. Logo, se
Artigo 61, §1º, CF. São de iniciativa privativa do Presidente na deliberação revisional se optar por uma emenda ao projeto
da República as leis que: de lei, ele volta para a Casa que fez a deliberação principal.
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas; Esta emenda será votada e, caso se opte por não aceitá-la,
II - disponham sobre: predomina a deliberação principal (princípio da primazia da
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na ad- deliberação principal).
ministração direta e autárquica ou aumento de sua remune- A respeito, tem-se o artigo 65 da Constituição:
ração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributá- Artigo 65, CF. O projeto de lei aprovado por uma Casa será
ria e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administra- revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação, e
ção dos Territórios; enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o apro-
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime ju- var, ou arquivado, se o rejeitar.
rídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;  Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pú- Casa iniciadora.
blica da União, bem como normas gerais para a organização
do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do - Atuação das Comissões
Distrito Federal e dos Territórios; Com efeito, após a fase de iniciativa, introdutória, o pro-
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administra- jeto será deliberado. Entretanto, antes de ir para o Plenário e
ção pública, observado o disposto no art. 84, VI;  ser votado, o projeto passa pelas Comissões, o que acontece
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provi- tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal.
mento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, refor- Aliás, parecer da Comissão de Constituição e Justiça e o
ma e transferência para a reserva.  parecer da Comissão de Finanças e Tributação possuem o ca-
ráter terminativo, ou seja, impedem a continuidade do projeto
- Iniciativa popular com sua remessa ao Plenário ou a outra Comissão.
A iniciativa popular é modo de exercício da democracia Todas as Comissões que possuam pertinência temática
direta (artigo 14, III, CF). O cidadão sozinho não pode apre- com o projeto serão envolvidas, sendo que a Comissão de
sentar projeto de lei, mas é possível fazê-lo em conjunto com Constituição e Justiça delibera a respeito de todos eles.
outros cidadãos, conforme regulamenta o §2º do artigo 60 da
Constituição: - Quórum de instalação
O quórum para instalação da sessão do Senado ou da
Artigo 61, §2º, CF. A iniciativa popular pode ser exercida Câmara é de maioria absoluta, ou seja, presença de ao menos
pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei metade dos membros.
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacio-
nal, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos - Limitação ao poder de emenda – vedação ao aumen-
de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. to de despesa
O constituinte estabelece no artigo 63 da Constituição a
Extraem-se três requisitos: a) projeto subscrito por ao me- vedação ao aumento de despesa em determinados projetos
nos 1% do eleitorado nacional; b) assinaturas distribuídas em quando passarem pela deliberação no Congresso Nacional.
ao menos 5 Estados; c) ao menos 0,3% de eleitores em cada
Estado. Artigo 63, CF. Não será admitido aumento da despesa prevista:
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da Re-
b) Fase constitutiva – Deliberação pública, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º;
II - nos projetos sobre organização dos serviços administra-
- Deliberação principal e deliberação revisional tivos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribu-
O Poder Legislativo brasileiro adota um sistema bicame- nais Federais e do Ministério Público.
ral, de modo que a deliberação principal é feita por uma das
Casas e a deliberação revisional é feita pela outra. O que vai - Procedimento sumário
definir se a deliberação principal será feita pela Câmara dos O procedimento sumário está descrito nos §§ 1º a 4º do
Deputados ou pelo Senado Federal é a porta de entrada do artigo 64 da Constituição Federal, permitindo a solicitação de
projeto de lei. urgência na apreciação de projetos de iniciativa do Presidente

82
CONHECIMENTOS GERAIS

da República, não somente os de iniciativa privativa, mas os Artigo 66, CF. A Casa na qual tenha sido concluída a vo-
de quaisquer matérias. Disciplina o §1º do artigo 64 da Cons- tação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que,
tituição: aquiescendo, o sancionará.
§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no
Art. 64, §1º, CF. O Presidente da República poderá solicitar todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse
urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa. público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quin-
ze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará,
Contudo, diante das medidas provisórias, este procedi- dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Fe-
mento sumário acabou esvaziado. deral os motivos do veto.
Prevê o §2º do artigo 64 da Constituição o seguinte: § 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de
artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
Art. 64, §2º, CF. Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputa- § 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presi-
dos e o Senado Federal não se manifestarem sobre a proposi- dente da República importará sanção.
ção, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, § 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro
sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejei-
da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo consti- tado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores. 
tucional determinado, até que se ultime a votação.  § 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado,
para promulgação, ao Presidente da República.
Fica obstruída a pauta, impedindo-se a deliberação de § 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no §
qualquer outro projeto, salvo votação de medida provisória 4º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imedia-
e projetos de Código. Disciplina, ainda o §4º do artigo 64 da ta, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. 
Constituição:
O veto é, assim, a manifestação discordante do Chefe do Poder
Art. 64, §4º, CF. Os prazos do § 2º não correm nos períodos Executivo que impede que um Projeto de Lei (em parte ou no todo)
de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos se torne lei a não ser que seja derrubado pelo Congresso Nacional.
de código. O veto se caracteriza por ser: expresso (não existe veto
tácito), motivado (deve acompanhar justificativa do Chefe do
Nos termos do artigo 64, §3º, CF, Executivo), formalizado (pela mensagem de veto, enviada em
até 48 horas ao Congresso Nacional e publicada no Diário
Art. 64, §3º, CF. A apreciação das emendas do Senado Fede- Oficial); supressivo (não pode acrescentar nada, só suprimir
ral pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias, a redação integral do dispositivo ou do projeto); irretratável
observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior. (formalizado, o veto é irretratável pelo Presidente da Repúbli-
ca, ou seja, ele não pode mudar de ideia); superável (o Con-
Se a iniciativa é do Presidente da República, obviamente, gresso Nacional pode derrubar o veto em sessão conjunta
a deliberação principal sempre será feita pela Câmara e a re- pela maioria absoluta dos membros de cada Casa, sendo que
visional pelo Senado, sendo que em caso de emenda voltará a não apreciação do veto gera obstrução de pauta).
para a Câmara que deverá apreciar em 10 dias. Por seu turno, a sanção, que é o ato de concordância do
Chefe do Poder Executivo com o Projeto apresentado, pode
- Reapresentação de projeto ser expressa (Presidente diz que sanciona) ou tácita (decurso
Se um projeto de lei for barrado na fase de deliberação, do prazo de 15 dias úteis sem que tenha ocorrido o veto).
não poderá ser reapresentado na mesma sessão legislativa,
salvo proposta de maioria absoluta dos membros de qual- c) Fase complementar – Promulgação e publicação
quer das Casas do Congresso Nacional: A promulgação é a verificação da regularidade do pro-
cedimento de elaboração, a sua autenticação e o reconheci-
Artigo 67, CF. A matéria constante de projeto de lei rejei- mento de sua potencialidade para produzir efeitos no mundo
tado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na jurídico. Na sanção expressa, promulgação e sanção coexis-
mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria ab- tem no mesmo tempo e no mesmo instrumento (se o Presi-
soluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso dente diz que sanciona, também promulga). Na sanção tácita
Nacional. e na rejeição de veto também é necessária a promulgação.
A obrigação de promulgar é do Presidente da República,
- Deliberação executiva – sanção e veto mas se trata de obrigação transmissível, conforme o §7º do
Se não apresentadas emendas na deliberação revisional, artigo 66 da Constituição:
o projeto segue para a deliberação executiva do Presidente
da República. Se apresentadas emendas e votadas pela Casa Art. 66, §7º, CF. Se a lei não for promulgada dentro de qua-
da deliberação principal, também segue para esta deliberação renta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos § 3º
executiva (não importa se a Casa da deliberação principal vo- e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer
tar contra a emenda, porque prevalece a redação original an- em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
terior à emenda que foi dada pela casa que fez a deliberação Da promulgação decorre a executoriedade da lei, mas
principal – é o princípio da primazia da deliberação principal). só da publicação decorre a notoriedade da lei. Para a lei ser
Fala-se em deliberação executiva porque o Presidente da Re- obrigatória, não basta ter executoriedade, é preciso também
pública tem o poder de vetar dispositivos de lei. notoriedade. A obrigação de publicar é de quem promulga.

83
CONHECIMENTOS GERAIS

8.3) Leis delegadas Por seu turno, o caput do artigo 62 da Constituição des-
Trata-se de espécie normativa em desuso. Nela, o Presidente creve os requisitos para a adoção de medidas provisórias –
da República possui iniciativa solicitadora perante o Congresso relevância e urgência. São conceitos abertos que remetem a
Nacional, que mediante resolução autoriza especificando o con- uma discricionariedade do Presidente da República. Em que
teúdo e os termos do exercício da delegação. Durante a dele- pese a abertura dos conceitos, o Supremo Tribunal Federal
gação não se inibe a atuação legislativa do Congresso Nacional. tem aceito o controle judicial caso a medida provisória viole
critérios de razoabilidade ou caracterizem desvio ou excesso
Artigo 68, CF. As leis delegadas serão elaboradas pelo Pre- de poder.
sidente da República, que deverá solicitar a delegação ao A vigência do texto da medida provisória é imediata, em-
Congresso Nacional. bora o Congresso Nacional vá apreciá-la futuramente.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competên-
cia exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privati- Artigo 62, CF. Em caso de relevância e urgência, o Presi-
va da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria dente da República poderá adotar medidas provisórias, com
reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, Nacional. 
a carreira e a garantia de seus membros; § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos I – relativa a: 
e eleitorais; a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, parti-
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orça- dos políticos e direito eleitoral; 
mentos. b) direito penal, processual penal e processual civil; 
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Pú-
de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu con- blico, a carreira e a garantia de seus membros; 
teúdo e os termos de seu exercício. d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamen-
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto to e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto
pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, veda- no art. 167, § 3º; 
da qualquer emenda. II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de pou-
pança popular ou qualquer outro ativo financeiro; 
8.4) Leis complementares III – reservada a lei complementar; 
A distinção das leis complementares em relação às leis IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Con-
ordinárias tem um aspecto formal, pois “as leis complemen- gresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente
tares serão aprovadas por maioria absoluta” (artigo 69, CF) da República. 
– é preciso a maioria do total de membros, não bastando a § 2º Medida provisória que implique instituição ou ma-
maioria dos presentes; bem como um aspecto material, pois joração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV,
o campo material sujeito a lei complementar é estabelecido V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro se-
pelo próprio constituinte. guinte se houver sido convertida em lei até o último dia daque-
Existem 3 correntes em resposta ao questionamento de le em que foi editada.
haver ou não hierarquia entre lei complementar e lei ordinária: § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos
a) Lei complementar está acima de lei ordinária na quali- §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem
dade de um gênero interposto entre a Constituição Federal e convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável,
a lei ordinária (Manoel Gonçalves Ferreira Filho); nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o
b) Lei complementar está no mesmo patamar de lei ordi- Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as
nária porque o constituinte estabelece uma divisão criteriosa relações jurídicas delas decorrentes. 
entre as matérias que devem ser regulamentadas por cada § 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da pu-
qual das espécies (tributaristas, STF); blicação da medida provisória, suspendendo-se durante os
c) Lei complementar está no mesmo patamar de lei ordi- períodos de recesso do Congresso Nacional.
nária se for uma lei complementar não normativa, ou seja, se § 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso
não tiver por fim regulamentar matéria a ser regulada por lei Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá
ordinária, mas está acima de lei ordinária se for uma lei com- de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos
plementar normativa (José Afonso da Silva). constitucionais. 
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até
8.5) Medidas provisórias quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará
Trata-se de espécie normativa que permite ao Presidente em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das
da República legislar em situações de relevância e urgência. Veio Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se
para substituir os Decretos-leis a partir da Constituição de 1988 ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas
porque se entendia que estes seriam um vestígio da ditadura. da Casa em que estiver tramitando.
Com a Emenda Constitucional nº 32/2001, a medida pro- § 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a
visória passou a ter limitações materiais, eis que esta emenda vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias,
incluiu todos os parágrafos do artigo 62 da Constituição (ape- contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerra-
nas o caput constava em sua redação originária). Da mesma da nas duas Casas do Congresso Nacional.
forma, com esta emenda se regularam detalhes do processo § 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada
legislativo da medida provisória perante o Congresso Nacional. na Câmara dos Deputados. 

84
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores § 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão
examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes re-
antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plená- quisitos:
rio de cada uma das Casas do Congresso Nacional.  I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, anos de idade;
de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha II - idoneidade moral e reputação ilibada;
perdido sua eficácia por decurso de prazo.  III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econô-
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere micos e financeiros ou de administração pública;
o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva
medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorren- atividade profissional que exija os conhecimentos menciona-
tes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão dos no inciso anterior.
por ela regidas. § 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando escolhidos:
o texto original da medida provisória, esta manter-se-á in- I - um terço pelo Presidente da República, com apro-
tegralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o vação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre
projeto.  auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal,
indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de
9) Fiscalização contábil, financeira e orçamentária. antiguidade e merecimento;
Tribunal de Contas. II - dois terços pelo Congresso Nacional.
§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão
Estabelece o caput do artigo 70 da Constituição: as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, venci-
mentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de
Artigo 70, caput, CF. A fiscalização contábil, financeira, Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão,
orçamentária, operacional e patrimonial da União e das as normas constantes do art. 40. 
entidades da administração direta e indireta, quanto à legali- § 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá
as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no
dade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tri-
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional,
bunal Regional Federal.
mediante controle externo, e pelo sistema de controle inter-
no de cada Poder.
Por seu turno, as atribuições do Tribunal de Contas da
União encontram-se descritas no artigo 71 da Constituição,
A fiscalização contábil, financeira e orçamentária regulada
envolvendo notadamente o auxílio ao Congresso Nacional no
pela Constituição recai sobre as receitas da União e demais controle externo (tanto é assim que o Tribunal não susta di-
entidades da administração direta e indireta nesta esfera. Tal retamente os atos ilegais, mas solicita ao Congresso Nacional
fiscalização se dá mediante controle externo, a ser exercido que o faça):
pelo Congresso Nacional com auxílio do Tribunal de Contas
da União, e mediante controle interno, consoante órgãos ins- Artigo 71, CF. O controle externo, a cargo do Congresso
tituídos pelo próprio Poder fiscalizado em seu âmbito interno. Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da
Para que se viabilize esta atividade de fiscalização é ne- União, ao qual compete:
cessária a instituição de obrigação de prestar contas, regulada I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presi-
no próprio artigo 70, CF em seu parágrafo único: dente da República, mediante parecer prévio que deverá ser
elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
Artigo 70, parágrafo único, CF. Prestará contas qualquer II - julgar as contas dos administradores e demais respon-
pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, sáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas
valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que
nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.  derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público;
a) Controle externo – Tribunal de Contas da União III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos
Com efeito, o principal órgão que colabora com o contro- de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração
le externo na fiscalização exercida pelo Congresso Nacional é direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas
o Tribunal de Contas da União. A composição do Tribunal de pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de
Contas da União está regulamentada no artigo 73 da Cons- provimento em comissão, bem como a das concessões de apo-
tituição Federal, conferindo-se a capacidade de auto-organi- sentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias pos-
zação e autoadministração assegurada aos órgãos do Poder teriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
Judiciário: IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Depu-
tados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito,
Artigo 73, CF. O Tribunal de Contas da União, integrado inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,
por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro pró- orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades ad-
prio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, ministrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário,
exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96. e demais entidades referidas no inciso II;

85
CONHECIMENTOS GERAIS

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supra- § 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados
nacionais de cujo capital social a União participe, de forma estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pro-
direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; nunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repas- dias.
sados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros § 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comis-
instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a são, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou gra-
Município; ve lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso sua sustação.
Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das
respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, b) Controle interno
orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de O controle interno será exercido em todos os Poderes
auditorias e inspeções realizadas; mediante sistema integrado entre os órgãos do controle in-
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de terno, bem como entre estes e o Tribunal de Contas da União,
despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas cuja finalidade está descrita no artigo 74 da Constituição.
em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa pro-
porcional ao dano causado ao erário; Artigo 74, CF. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judi-
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as ciário manterão, de forma integrada, sistema de controle inter-
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se no com a finalidade de:
verificada ilegalidade; I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impug- plurianual, a execução dos programas de governo e dos orça-
nado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e mentos da União;
ao Senado Federal; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quan-
XI - representar ao Poder competente sobre irregularida- to à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e
des ou abusos apurados. patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal,
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adota- bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de
do diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de direito privado;
imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. III - exercer o controle das operações de crédito, avais e
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão
parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. institucional.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
débito ou multa terão eficácia de título executivo. conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, tri- darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
mestral e anualmente, relatório de suas atividades. responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou
Após, o artigo 72 regulamenta a atuação da Comissão sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar ir-
Mista Permanente de Planos, Orçamentos Públicos e Fisca- regularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas
lização: da União.

Artigo 72, CF. A Comissão mista permanente a que se c) Simetria quanto aos demais entes federados
refere o art. 166, §1º33, diante de indícios de despesas não au- O artigo 75 da Constituição estabelece normativa mínima
torizadas, ainda que sob a forma de investimentos não pro- a ser aplicada à fiscalização contábil, financeira e orçamentá-
gramados ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à ria das demais unidades federativas, respeitando uma simetria
autoridade governamental responsável que, no prazo de constitucional.
cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.
Artigo 75, CF. As normas estabelecidas nesta seção apli-
cam-se, no que couber, à organização, composição e fiscaliza-
33 Disciplina o referido dispositivo: “Art. 166. Os proje- ção dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Fe-
tos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamen- deral, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos
tárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão Municípios.
apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na for- Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão so-
ma do regimento comum. § 1º Caberá a uma Comissão mista bre os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por
permanente de Senadores e Deputados: I - examinar e emitir sete Conselheiros.
parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as
contas apresentadas anualmente pelo Presidente da Repúbli-
ca; II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas
nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição
e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária,
sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congres-
so Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art.
58”.

86
CONHECIMENTOS GERAIS

Artigo 76, CF. O Poder Executivo é exercido pelo Presiden-


11. PODER EXECUTIVO: ATRIBUIÇÕES DO te da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
PRESIDENTE DA REPÚBLICA E DOS MINISTROS
Tendo em vista a adoção do sistema presidencialista de
DE ESTADO.
governo, o Presidente será eleito juntamente com seu Vice
-Presidente após processo eleitoral com regras mínimas des-
critas no artigo 77 da Constituição:
O regime político envolve o modo como se institui e é
exercido o poder no Estado de Direito, podendo ser autoritá- Artigo 77, CF. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente
rio ou democrático. da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro do-
Nos regimes autoritários ou não democráticos, as deci- mingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo
sões políticas não contam com qualquer tipo de manifestação de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao
da vontade do povo. do término do mandato presidencial vigente. 
Nos regimes democráticos o povo participa na tomada § 1º A eleição do Presidente da República importará a do
das decisões políticas, diretamente (democracia direta), por Vice-Presidente com ele registrado.
meio de representantes (democracia indireta) e de ambas for- § 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que,
mas (democracia semidireta). registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de
Já a forma de governo envolve a concentração de parcela votos, não computados os em branco e os nulos.
considerável do poder num dos atores envolvidos no proces- § 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na
so político. Se o poder é reservado por direito a uma categoria primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias
de pessoas, os nobres, tem-se monarquia; se o poder não é após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candi-
reservado a nenhuma pessoa específica tem-se República. datos mais votados e considerando-se eleito aquele que obti-
Na monarquia, o Estado se classifica pelo trinômio vi- ver a maioria dos votos válidos.
taliciedade, hereditariedade e irresponsabilidade. O poder § 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer mor-
pertence a uma pessoa entre os nobres que o recebe de seu te, desistência ou impedimento legal de candidato, convo-
ancestral que ocupava a mesma posição, geralmente um as- car-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
cendente direto (ex.: pai é o rei e ao falecer o trono passa para § 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanes-
seu primogênito). Hoje existem as chamadas monarquias cer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma
constitucionais, nas quais o poder monárquico que não é ab- votação, qualificar-se-á o mais idoso.
soluto, havendo formas de limitação e de atuação do povo no
processo decisório. O mais comum é concentrar o exercício Eleitos, o Presidente e o Vice-Presidente da República to-
das funções de chefia de Estado na monarquia e das funções marão posse e prestarão compromisso perante o Congresso
de chefia de governo ao representante do parlamento (Pri- Nacional:
meiro Ministro).
Na república, forma adotada no Brasil, o Estado não per- Artigo 78, CF. O Presidente e o Vice-Presidente da Repú-
tence a nenhum rei ou imperador, mas sim ao povo. O Estado blica tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, pres-
pertence a todos, caracterizando-se pelo trinômio eletivida- tando o compromisso de manter, defender e cumprir a Consti-
de, temporariedade e responsabilidade. O representante será tuição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasilei-
eleito por um prazo determinado e têm seus poderes limi- ro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
tados, sendo responsabilizados em caso de má governança. Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada
Importante, ainda, a noção de sistema de Governo. Po- para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo
dem ser adotados o presidencialismo, quando há um gover- de força maior, não tiver assumido o cargo, este será decla-
nante – o Presidente da República, chefe do Executivo – que rado vago.
acumula as funções de chefe de governo (chefia do poder
executivo) e de chefe de Estado (representante diplomático); O Vice-Presidente tem a função de auxiliar o Presidente
ou parlamentarismo, sistema que separa as funções de chefe da República e poderá substituí-lo temporariamente, quando
de governo e de chefe de Estado em duas autoridades dife- o Presidente estiver ausente do país, ou definitivamente, no
rentes. caso de vacância do cargo.
Com efeito, tem-se que no Parlamentarismo as funções
de chefe de Estado e chefe de governo se bifurcam em duas Artigo 79, CF. Substituirá o Presidente, no caso de impe-
pessoas – o líder do parlamento é o chefe de governo e o mo- dimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.
narca ou presidente é o chefe de Estado. No Presidencialismo Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de
ambas as funções são desempenhadas pelo Presidente. outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complemen-
tar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado
1) Presidente e Vice-Presidente da República para missões especiais.
O Poder Executivo tem por função principal a de adminis-
trar a coisa pública, gerindo o patrimônio estatal em prol do É possível que tanto o Presidente quanto o Vice-Presi-
interesse comum da população. Na esfera federal, este papel dente fiquem impedidos ou deixem seus cargos vagos, ques-
é desempenhado pelo Presidente da República e por seu Vice tão regulada pelo artigo 80 da Constituição:
-Presidente, com auxílio dos Ministros de Estado. A propósito,
disciplina o artigo 76 da Constituição:

87
CONHECIMENTOS GERAIS

Artigo 80, CF. Em caso de impedimento do Presidente e VII - manter relações com Estados estrangeiros e acredi-
do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão tar seus representantes diplomáticos;
sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacio-
Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Fede- nais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
ral e o do Supremo Tribunal Federal. IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal;
Neste caso de vacância dupla, no entanto, a Presidência XI - remeter mensagem e plano de governo ao Con-
da República não será assumida em definitivo – caberá a rea- gresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa,
lização de novas eleições para que se complete o período do expondo a situação do País e solicitando as providências que
mandato, indiretas se a vacância se der nos últimos dois anos julgar necessárias;
de mandato, diretas se ocorrer nos dois primeiros anos de XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência,
mandato, conforme artigo 81 da Constituição: se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas,
Artigo 81, CF. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Pre- nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aero-
sidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de náutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os
aberta a última vaga. cargos que lhes são privativos; 
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Mi-
período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita nistros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Supe-
trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, riores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral
na forma da lei. da República, o presidente e os diretores do banco central e
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar outros servidores, quando determinado em lei;
o período de seus antecessores. XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros
do Tribunal de Contas da União;
O mandato do Presidente da República tem a duração XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta
de quatro anos e sempre começa em 1º de janeiro do ano Constituição, e o Advogado-Geral da União;
seguinte à eleição. XVII - nomear membros do Conselho da República, nos
termos do art. 89, VII;
Artigo 82, CF. O mandato do Presidente da República é de XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o
quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano se- Conselho de Defesa Nacional;
guinte ao da sua eleição. XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele,
Por fim, o artigo 83 da Constituição regulamenta a au- quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas
sência do país por parte do Presidente e do Vice-Presidente. mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobili-
zação nacional;
Artigo 83, CF. O Presidente e o Vice-Presidente da Repúbli- XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do
ca não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar- Congresso Nacional;
se do País por período superior a quinze dias, sob pena de XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
perda do cargo. XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar,
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou
2) Atribuições e Responsabilidade do Presidente da nele permaneçam temporariamente;
República XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual,
As atribuições do Presidente da República, substitutiva- o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas
mente exercíveis pelo Vice-Presidente da República e, em al- de orçamento previstos nesta Constituição;
guns casos, delegáveis aos Ministros de Estado e outras auto- XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, den-
ridades, estão descritas no artigo 84 da Constituição. tro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as
contas referentes ao exercício anterior;
Artigo 84, CF. Compete privativamente ao Presidente da XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais,
República: na forma da lei;
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a dire- termos do art. 62;
ção superior da administração federal; XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Cons-
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos tituição.
previstos nesta Constituição; Parágrafo único. O Presidente da República poderá dele-
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem gar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV,
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão
VI - dispor, mediante decreto, sobre:  os limites traçados nas respectivas delegações.
a) organização e funcionamento da administração fede-
ral, quando não implicar aumento de despesa nem criação O Presidente da República pode cometer atos ilícitos
ou extinção de órgãos públicos;  considerados crimes de responsabilidade, conforme regulado
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;  pelo artigo 85 da Constituição.

88
CONHECIMENTOS GERAIS

Artigo 85, CF. São crimes de responsabilidade os atos do III - apresentar ao Presidente da República relatório anual
Presidente da República que atentem contra a Constituição de sua gestão no Ministério;
Federal e, especialmente, contra: IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe fo-
I - a existência da União; rem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judi-
ciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das Por seu turno, o artigo 88 da Constituição estabelece:
unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e so- Artigo 88, CF. A lei disporá sobre a criação e extinção de
ciais; Ministérios e órgãos da administração pública. 
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração; 4) Conselho da República
VI - a lei orçamentária; O Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacio-
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. nal são dois órgãos instituídos no âmbito do Executivo Fede-
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei es- ral, ambos com função consultiva.
pecial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento. Neste sentido, os artigo 89 e 90 regulamentam o Conse-
lho da República, sua composição, suas funções e sua convo-
A propósito, a Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, define cação. A título complementar, a Lei nº 8.041, de 05 de junho
os crimes de responsabilidade e regula o respectivo proces- de 1990, dispõe sobre a organização e o funcionamento do
so de julgamento. Ainda assim, o artigo 86 da Constituição Conselho da República.
traz regras mínimas sobre tal processo e julgamento. Neste
sentido, o Senado Federal presidido pelo Presidente do Su- Artigo 89, CF. O Conselho da República é órgão superior
premo tribunal Federal julgará os crimes de responsabilidade, de consulta do Presidente da República, e dele participam:
ao passo que o Supremo Tribunal Federal julgará as infrações I - o Vice-Presidente da República;
comuns. II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
Artigo 86, CF. Admitida a acusação contra o Presidente da IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos
República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele Deputados;
submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Fe- V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
deral, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado VI - o Ministro da Justiça;
Federal, nos crimes de responsabilidade. VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois elei-
ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; tos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração anos, vedada a recondução.
do processo pelo Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o jul- Artigo 90, CF. Compete ao Conselho da República pronun-
gamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Pre- ciar-se sobre:
sidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. I - intervenção federal, estado de defesa e estado de
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas sítio;
infrações comuns, o Presidente da República não estará sujei- II - as questões relevantes para a estabilidade das insti-
to a prisão. tuições democráticas.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu man- § 1º O Presidente da República poderá convocar Minis-
dato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao tro de Estado para participar da reunião do Conselho, quando
exercício de suas funções. constar da pauta questão relacionada com o respectivo Minis-
tério.
3) Ministros de Estado § 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do
O artigo 87 da Constituição Federal sintetiza as obriga- Conselho da República.
ções dos Ministros de Estado, bem como os requisitos para
ocupação do cargo. 5) Conselho de Defesa Nacional
O Conselho de Defesa Nacional é regulado pelo artigo 91
Artigo 87, CF. Os Ministros de Estado serão escolhidos den- da Constituição. A Lei nº 8.183, de 11 de abril de 1991, dispõe
tre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício sobre a organização e o funcionamento do Conselho de De-
dos direitos políticos. fesa Nacional e dá outras providências.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de
outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei: Artigo 91, CF. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos consulta do Presidente da República nos assuntos relaciona-
órgãos e entidades da administração federal na área de sua dos com a soberania nacional e a defesa do Estado demo-
competência e referendar os atos e decretos assinados pelo crático, e dele participam como membros natos:
Presidente da República; I - o Vice-Presidente da República;
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
regulamentos; III - o Presidente do Senado Federal;

89
CONHECIMENTOS GERAIS

IV - o Ministro da Justiça; 37/1979, 54/1986 e 60/1989 e Resoluções do Senado Federal


V - o Ministro de Estado da Defesa; nº 12/9031/93. Contudo, somente com a edição da Constitui-
VI - o Ministro das Relações Exteriores; ção Federal de 1988 e, principalmente, com a Emenda Cons-
VII - o Ministro do Planejamento. titucional nº 45/2004, abriu-se um horizonte mais promissor.
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Ae- A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), inclusi-
ronáutica. ve, elaborou em fevereiro de 2005 uma Proposta de Antepro-
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional: jeto de Lei Complementar versando sobre o Estatuto da Ma-
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de ce- gistratura Nacional (LOMAN) de forma mais compatível com
lebração da paz, nos termos desta Constituição; o atual contexto da Constituição Federal. Mais recentemente,
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do ao final de 2014, o Presidente do Supremo Tribunal Federal
estado de sítio e da intervenção federal; divulgou minuta do Estatuto da Magistratura, anteprojeto
III - propor os critérios e condições de utilização de que pode ser apresentado ao Congresso Nacional no ano de
áreas indispensáveis à segurança do território nacional e 201534. A edição do Estatuto, entretanto, vem tardando. Ainda
opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fron- assim, prevalece o entendimento pela autoaplicabilidade do
teira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos artigo 93 da Constituição Federal, o que reforça garantias es-
recursos naturais de qualquer tipo; senciais ao exercício da atividade judicante.
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de
iniciativas necessárias a garantir a independência nacional Artigo 93, CF. Lei complementar, de iniciativa do Supremo
e a defesa do Estado democrático. Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, ob-
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do servados os seguintes princípios:
Conselho de Defesa Nacional. I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz
substituto, mediante concurso público de provas e títulos,
com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em
todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo,
12. PODER JUDICIÁRIO: COMPETÊNCIAS. três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomea-
ções, à ordem de classificação;
II - promoção de entrância para entrância, alternada-
mente, por antiguidade e merecimento, atendidas as seguin-
Disposições gerais tes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três
O Poder Judiciário tem por função essencial aplicar a lei vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de mere-
ao caso concreto, julgar os casos levados à sua apreciação. O cimento;
artigo 92 da Constituição disciplina os órgãos que compõem b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de
o Poder Judiciário, sendo que os artigos posteriores delimi- exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primei-
tam a competência de cada um deles. Os órgãos que ficam no ra quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não
topo do sistema possuem sede na Capital Federal, Brasília, e houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
são dotados de jurisdição em todo o território nacional. c) aferição do merecimento conforme o desempenho e
pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exer-
Artigo 92, CF. São órgãos do Poder Judiciário: cício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento em
I - o Supremo Tribunal Federal; cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; 
I-A - o Conselho Nacional de Justiça;  d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente po-
II - o Superior Tribunal de Justiça; derá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; dois terços de seus membros, conforme procedimento pró-
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; prio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; fixar-se a indicação; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, reti-
VI - os Tribunais e Juízes Militares; ver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Fe- devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; 
deral e Territórios. III - o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na
Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal.  última ou única entrância; 
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores IV - previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoa-
têm jurisdição em todo o território nacional. mento e promoção de magistrados, constituindo etapa obri-
gatória do processo de vitaliciamento a participação em
1) Estatuto da Magistratura  curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e
A Lei Complementar nº 35, de 14 de março de 1979, dis- aperfeiçoamento de magistrados; 
põe sobre a Lei Orgânica da Magistratura Nacional, que faz V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores
as vezes de Estatuto da Magistratura. A lei foi recepcionada corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio men-
pela Constituição Federal no que for compatível com este ar- sal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal
tigo 93, que segue abaixo. Com efeito, a Lei Complementar nº 34 http://jota.info/o-que-o-stf-quer-mudar-estatuto-da-
35/1979 foi sendo atualizada pelas Leis Complementares nº -magistratura

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CONHECIMENTOS GERAIS

e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e gados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com
escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respec- mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indica-
tivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo dos em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das res-
a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou pectivas classes.
inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal for-
cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superio- mará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos
res, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes
39, § 4º;  para nomeação.
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus
dependentes observarão o disposto no art. 40;  3) Garantias da magistratura
VII - o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo As garantias da magistratura encontram previsão no
autorização do tribunal;  caput do artigo 95 da Constituição Federal, sendo elas vitali-
VIII - o ato de remoção, disponibilidade e aposentado- ciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio.
ria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em deci-
são por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou Artigo 95, CF. Os juízes gozam das seguintes garantias:
do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;  I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida
VIII-A - a remoção a pedido ou a permuta de magistra- após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse
dos de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado,
disposto nas alíneas ‘a’ , ‘b’ , ‘c’ e ‘e’ do inciso II;  e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público,
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena na forma do art. 93, VIII;
de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determina- III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos
dos atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a artigos 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimi-
dade do interessado no sigilo não prejudique o interesse a) Vitaliciedade – trata-se da garantia de que o magis-
público à informação;  trado não perderá o cargo a não ser em caso de sentença
X - as decisões administrativas dos tribunais serão moti- judicial transitada em julgado. Nos primeiros dois anos de
vadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas exercício, não se adquire a garantia da vitaliciedade, de modo
pelo voto da maioria absoluta de seus membros;  que caberá a perda do cargo mesmo em caso de deliberação
XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco do tribunal ao qual o juiz estiver vinculado.
julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mí- b) Inamovibilidade – o magistrado não pode ser trans-
nimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para ferido da comarca ou seção na qual é titular e nem mesmo de
o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais sua vara, salvo motivo de interesse público, exigindo-se no caso
delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se me- decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou
tade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa.
pelo tribunal pleno; c) Irredutibilidade de subsídio – o subsídio do magis-
XII - a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo ve- trado não pode ser reduzido, mas é necessário observar o
dado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, respeito aos limites de teto e demais limites financeiros e or-
funcionando, nos dias em que não houver expediente forense çamentários fixados na Constituição.
normal, juízes em plantão permanente; Prossegue o artigo 95 estabelecendo vedações aos juízes
XIII - o número de juízes na unidade jurisdicional será pro- no exercício de suas funções ou em decorrência dele.
porcional à efetiva demanda judicial e à respectiva popula-
ção;  Artigo 95, parágrafo único, CF. Aos juízes é vedado:
XIV - os servidores receberão delegação para a prática de I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou
atos de administração e atos de mero expediente sem cará- função, salvo uma de magistério;
ter decisório; II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou parti-
XV - a distribuição de processos será imediata, em todos cipação em processo;
os graus de jurisdição. III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou con-
2) Quinto constitucional  tribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou priva-
O artigo 94 da Constituição Federal regulamenta o deno- das, ressalvadas as exceções previstas em lei; 
minado quinto constitucional, que garante que 1/5 de deter- V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
minados Tribunais seja composto por membros do Ministério afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do
Público ou Advogados, exercentes há 10 anos no mínimo, cargo por aposentadoria ou exoneração. 
sendo lista tríplice remetida ao Chefe do Executivo, que fará
a nomeação. 4) Competência e organização
O artigo 96 da Constituição Federal disciplina a questão
Artigo 94, CF. Um quinto dos lugares dos Tribunais Re- da competência dos principais órgãos do Poder Judiciário,
gionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito notadamente tribunais, deixando evidente a autonomia orga-
Federal e Territórios será composto de membros, do Minis- nizacional e administrativa do Poder Judiciário, questão refor-
tério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advo- çada no artigo 99 da Constituição.

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CONHECIMENTOS GERAIS

Artigo 96, CF. Compete privativamente: II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos
I - aos tribunais: eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimen- quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar ca-
tos internos, com observância das normas de processo e das samentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apre-
garantias processuais das partes, dispondo sobre a competên- sentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conci-
cia e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e liatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na
administrativos; legislação.
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os § 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados espe-
dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da ciais no âmbito da Justiça Federal. 
atividade correicional respectiva; § 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusi-
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos vamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas
de juiz de carreira da respectiva jurisdição; da Justiça. 
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas O artigo 99 da Constituição detalha a questão da autono-
e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os mia administrativa e financeira do Poder Judiciário.
cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de
confiança assim definidos em lei; Artigo 99, CF. Ao Poder Judiciário é assegurada autono-
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus mia administrativa e financeira.
membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediata- § 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamen-
mente vinculados; tárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Supe- demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
riores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislati- § 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros
vo respectivo, observado o disposto no art. 169: tribunais interessados, compete:
a) a alteração do número de membros dos tribunais in- I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tri-
feriores; bunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos respectivos tribunais;
dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vincula- II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Terri-
dos, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos tórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a apro-
juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;  vação dos respectivos tribunais.
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores; § 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias; respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabe-
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e lecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo
do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentá-
Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabili- ria anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigen-
dade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. te, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do
§ 1º deste artigo. 
Por seu turno, o artigo 97 da Constituição traz uma regra § 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este ar-
já estudada quando do controle de constitucionalidade refe- tigo forem encaminhadas em desacordo com os limites es-
rente ao quórum para a declaração de inconstitucionalidade: tipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos
ajustes necessários para fins de consolidação da proposta or-
Artigo 97, CF. Somente pelo voto da maioria absoluta de çamentária anual. 
seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial § 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não
poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obri-
ou ato normativo do Poder Público. gações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de di-
retrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, me-
Já o artigo 98 da Constituição Federal prevê questões diante a abertura de créditos suplementares ou especiais. 
organizacionais, notadamente sobre órgãos judiciários a se-
rem criados. Os juizados especiais são regidos na esfera es- 5) Precatórios
tadual pela Lei nº 9.099/1995 e na esfera federal pela Lei nº Precatório é o instrumento pelo qual o Poder Judiciário
10.259/2001. requisita, à Fazenda Pública, o pagamento a que esta tenha
sido condenada em processo judicial. Grosso modo, é o docu-
Artigo 98, CF. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, mento pelo qual o Presidente de Tribunal, por solicitação do
e os Estados criarão: Juiz da causa, determina o pagamento de dívida da União, de
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou to- Estado, Distrito Federal ou do Município, por meio da inclusão
gados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e do valor do débito no orçamento público.
a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações O tratamento dos precatórios na Constituição Brasileira
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimen- foi substancialmente alterado pela Emenda Constitucional nº
tos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em 62/2009, que conferiu nova redação ao artigo 100 do texto da
lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes Constituição.
de primeiro grau;

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CONHECIMENTOS GERAIS

Artigo 100, CF. Os pagamentos devidos pelas Fazendas tuídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedo-
Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude ra, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados
de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cro- aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de contes-
nológica de apresentação dos precatórios e à conta dos tação administrativa ou judicial. 
créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de § 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal so-
pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais licitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30
abertos para este fim.  (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, in-
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem formação sobre os débitos que preencham as condições es-
aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pen- tabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.
sões e suas complementações, benefícios previdenciários e in- § 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei
denizações por morte ou por invalidez, fundadas em respon- da entidade federativa devedora, a entrega de créditos em
sabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo
julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais ente federado. 
débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.  § 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucio-
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, nal, a atualização de valores de requisitórios, após sua expe-
originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 (ses- dição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua
senta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica
ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma da lei, se- da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da
rão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros
valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a
no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finali- incidência de juros compensatórios.
dade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de § 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus
apresentação do precatório..  créditos em precatórios a terceiros, independentemente da
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o
expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de disposto nos §§ 2º e 3º. 
obrigações definidas em leis como de pequeno valor que § 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos
as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judi- após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tri-
cial transitada em julgado. bunal de origem e à entidade devedora. 
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, § 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei comple-
por leis próprias, valores distintos às entidades de direito pú- mentar a esta Constituição Federal poderá estabelecer regi-
blico, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o me especial para pagamento de crédito de precatórios de Es-
mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de tados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações
previdência social. à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação. 
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades § 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União
de direito público, de verba necessária ao pagamento de poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados,
seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente. 
constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de ju- § 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
lho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, cípios aferirão mensalmente, em base anual, o comprometi-
quando terão seus valores atualizados monetariamente. mento de suas respectivas receitas correntes líquidas com o
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos se- pagamento de precatórios e obrigações de pequeno valor.
rão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo § 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os
ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda fins de que trata o § 17, o somatório das receitas tributárias,
determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de
do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de serviços, de transferências correntes e outras receitas corren-
seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária tes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição
do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da Federal, verificado no período compreendido pelo segundo
quantia respectiva.  mês imediatamente anterior ao de referência e os 11 (onze)
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato meses precedentes, excluídas as duplicidades, e deduzidas:
comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liqui- I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito
dação regular de precatórios incorrerá em crime de respon- Federal e aos Municípios por determinação constitucional;
sabilidade e responderá, também, perante o Conselho Na- II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por
cional de Justiça.  determinação constitucional;
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complemen- III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Muni-
tares ou suplementares de valor pago, bem como o fracio- cípios, a contribuição dos servidores para custeio de seu sistema
namento, repartição ou quebra do valor da execução para de previdência e assistência social e as receitas provenientes da
fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe o § compensação financeira referida no § 9º do art. 201 da Cons-
3º deste artigo.  tituição Federal.
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, inde- § 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de
pendentemente de regulamentação, deles deverá ser abatido, condenações judiciais em precatórios e obrigações de peque-
a título de compensação, valor correspondente aos débitos no valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média
líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e consti- do comprometimento percentual da receita corrente líquida

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CONHECIMENTOS GERAIS

nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela que a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato
exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos normativo federal ou estadual e a ação declaratória de consti-
limites de endividamento de que tratam os incisos VI e VII do tucionalidade de lei ou ato normativo federal; 
art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer outros limites b) nas infrações penais comuns, o Presidente da Repúbli-
de endividamento previstos, não se aplicando a esse financia- ca, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus
mento a vedação de vinculação de receita prevista no inciso próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
IV do art. 167 da Constituição Federal. c) nas infrações penais comuns e nos crimes de res-
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% ponsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da
(quinze por cento) do montante dos precatórios apresenta- Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto
dos nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribu-
do valor deste precatório serão pagos até o final do exercício nal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de
seguinte e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios caráter permanente; 
subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção mone- d) o ‘habeas corpus’, sendo paciente qualquer das pessoas
tária, ou mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e
de Conciliação de Precatórios, com redução máxima de 40% o ‘habeas data’ contra atos do Presidente da República, das
(quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, desde Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tri-
que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judi- bunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e
cial e que sejam observados os requisitos definidos na regula- do próprio Supremo Tribunal Federal;
mentação editada pelo ente federado. e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo interna-
cional e a União, o Es0tado, o Distrito Federal ou o Território;
Órgãos do poder judiciário f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a
1) Supremo Tribunal Federal União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive
O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Po- as respectivas entidades da administração indireta;
der Judiciário brasileiro e desempenha a função de guardião g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
da Constituição e do sistema democrático. Trata-se da última h) (Revogado)
instância judiciária a qual se pode postular e a sua decisão não i) o ‘habeas corpus’, quando o coator for Tribunal Supe-
pode ser questionada a nenhum outro órgão interno. rior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou fun-
Entre suas principais atribuições está a de julgar a ação di- cionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição
reta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à
ou estadual, a ação declaratória de constitucionalidade de lei mesma jurisdição em uma única instância;
ou ato normativo federal, a arguição de descumprimento de j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
preceito fundamental decorrente da própria Constituição e a l) a reclamação para a preservação de sua competência e
extradição solicitada por Estado estrangeiro. garantia da autoridade de suas decisões;
Na área penal, destaca-se a competência para julgar, m) a execução de sentença nas causas de sua compe-
nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o tência originária, facultada a delegação de atribuições para
Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus a prática de atos processuais;
próprios Ministros e o Procurador-Geral da República, entre n) a ação em que todos os membros da magistratura se-
outros. jam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que
Em grau de recurso, sobressaem-se as atribuições de mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam
julgar, em recurso ordinário, o habeas corpus, o mandado de impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos o) os conflitos de competência entre o Superior Tribu-
em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória nal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superio-
a decisão, e, em recurso extraordinário, as causas decididas res, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
em única ou última instância, quando a decisão recorrida con- p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de in-
trariar dispositivo da Constituição. constitucionalidade;
A composição está regulada no artigo 101 da Constitui- q) o mandado de injunção, quando a elaboração da nor-
ção Federal, ao passo que a competência está prevista no ar- ma regulamentadora for atribuição do Presidente da Repúbli-
tigo 102 da mesma. ca, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Se-
nado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do
Artigo 101, CF. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores,
onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trin- ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
ta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e con-
notável saber jurídico e reputação ilibada. tra o Conselho Nacional do Ministério Público; 
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Fede- II - julgar, em recurso ordinário:
ral serão nomeados pelo Presidente da República, depois a) o ‘habeas corpus’, o mandado de segurança, o ‘habeas
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado data’ e o mandado de injunção decididos em única instância
Federal. pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político;
Artigo 102, CF. Compete ao Supremo Tribunal Federal, pre- III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas
cipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: decididas em única ou última instância, quando a decisão
I - processar e julgar, originariamente: recorrida:

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CONHECIMENTOS GERAIS

a) contrariar dispositivo desta Constituição; No mais, fala-se em controle concentrado porque se con-
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei fe- centra num único órgão – o Tribunal Pleno do Supremo Tribu-
deral; nal Federal. Aliás, no Tribunal Pleno do STF será necessária a
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado maioria absoluta dos membros no julgamento deste tipo de
em face desta Constituição. ação: logo, dos 11 ministros, ao menos 6 devem votar pela
d) julgar válida lei local contestada em face de lei fede- inconstitucionalidade para que ela seja declarada.
ral.
§ 1º A arguição de descumprimento de preceito fun- Recursos Extraordinários
damental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo No controle de constitucionalidade difuso o controle é
Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. feito conforme o caso concreto para que aquele objeto de
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Su- discussão na relação jurídico-processual seja apreciado. Logo,
premo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionali- é incidental, funcionando como uma questão prejudicial de
dade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzi- mérito, que influenciará no objeto principal da lide. Seus efei-
rão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente tos são “inter partes”, restritos às partes no processo, mas
aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pú- existe uma tendência de extensão de efeitos. No Supremo Tri-
blica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.  bunal Federal um dos principais mecanismos para que o ór-
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá de- gão exerça o controle difuso é o dos recursos extraordinários.
monstrar a repercussão geral das questões constitucionais Os recursos extraordinários em geral não servem para a
discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal pura manifestação de inconformismo, servem para o resguar-
examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo do e a uniformidade de interpretação da Constituição Federal
pela manifestação de dois terços de seus membros.  e das leis federais. Por isso, são recursos de fundamentação
restrita, a qual é estabelecida pela Constituição Federal (pe-
Ação direta de inconstitucionalidade rante o STF, fundamentação em violação da CF) – artigo 102,
Controle de constitucionalidade é um exercício de verifi- III, CF.
cação de compatibilidade entre um ato jurídico de qualquer Vale destacar a questão da repercussão geral nos recur-
natureza, mas principalmente normativo, com relação à Cons- sos extraordinários. A repercussão geral é um dos mecanis-
tituição Federal, de modo que a ausência de adequação deste mos criado pelo Legislativo para restringir o número de re-
ato jurídico quanto ao texto constitucional gera a declaração cursos no STF. Prevista no art. 102, §3º, CF, desde a Emenda
de inconstitucionalidade e, por consequência, o afastamento Constitucional nº 45/2004, passou a ser requisito de admis-
de sua aplicabilidade. sibilidade do REXT, exigindo que a matéria tenha relevante
valor social, político, econômico ou jurídico, transcendendo o
O fundamento do controle de constitucionalidade é a su- interesse individual das partes. Nota-se que a lei usa expres-
premacia da Constituição. Com efeito, a Constituição Federal sões um tanto quanto vagas, de modo a deixar ao julgador,
e os demais atos normativos que compõem o denominado STF, a possibilidade de examinar cada caso concreto, dizendo
bloco de constitucionalidade, notadamente, emendas consti- se há repercussão geral.
tucionais e tratados internacionais de direitos humanos apro- Aquele que interpõe REXT deve dizer, primeiramente,
vados com quórum especial após a Emenda Constitucional nº porque há repercussão geral. O REXT é interposto perante o
45/2004, estão no topo do ordenamento jurídico. órgão “a quo”, que fará análise dos requisitos de admissibi-
lidade, SALVO REPERCUSSÃO GERAL. Só haverá pronuncia-
Sendo assim, todos os atos abaixo deles devem guardar mento sobre a repercussão geral se o recurso chegar de fato
uma estrita compatibilidade, sob pena de serem inconstitu- ao STF. Dos 11 ministros, ao menos 8 (2/3) devem dizer que
cionais. O respeito a esta relação de compatibilidade vertical não há repercussão geral. Logo, a falta de repercussão geral
é, assim, essencial para que um ato jurídico adquira validade deve ser bem evidente.
no ordenamento jurídico nacional.
O controle concentrado, no sistema brasileiro, é realizado Súmula vinculante
pelo Supremo Tribunal Federal, mediante utilização de ações A partir da Emenda Constitucional n. 45/2004, foi intro-
específicas previstas na Constituição Federal, as quais tem por duzida a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal aprovar,
causa de pedir a própria declaração de inconstitucionalidade. após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, súmula
A norma abstratamente considerada é atacada em sua cons- com efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
titucionalidade mediante ação específica. Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esfe-
Logo, o controle é feito por via de ação porque uma ação ras federal, estadual e municipal, questão regulada pelo artigo
própria tem por objetivo único e exclusivo a realização deste 103-A da Constituição.
controle, decidindo pela constitucionalidade ou inconstitucio-
nalidade. Não existe um interesse jurídico subjacente ligado Art. 103-A. CF. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício
a uma pessoa, não existe alguém específico em relação ao ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus
qual os efeitos da decisão impactarão de forma mais intensa. membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucio-
A única finalidade é assegurar a supremacia da Constituição. nal, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na impren-
Uma vez reconhecido que a lei é inconstitucional, todas as sa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos
pessoas sujeitas ao ordenamento jurídico nacional serão atin- do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta,
gidas – efeito “erga omnes” da decisão (artigo 28, parágrafo nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder
único, Lei nº 9.868/1999). à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

95
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpre- § 6o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao
tação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais vice-presidente do tribunal de origem, que exclua da decisão
haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses de sobrestamento e inadmita o recurso extraordinário que te-
e a administração pública que acarrete grave insegurança ju- nha sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o
rídica e relevante multiplicação de processos sobre questão prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse reque-
idêntica.  rimento.
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, § 7o Da decisão que indeferir o requerimento referido no
a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser § 6  caberá agravo, nos termos do art. 1.042.
o

provocada por aqueles que podem propor a ação direta de § 8o Negada a repercussão geral, o presidente ou o vi-
inconstitucionalidade. ce-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contra- recursos extraordinários sobrestados na origem que versem
riar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá sobre matéria idêntica.
reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a § 9o O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a de- deverá ser julgado no prazo de 1 (um) ano e terá prefe-
cisão judicial reclamada, e determinará que outra seja pro- rência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu
ferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.  preso e os pedidos de habeas corpus.
§ 10.  Não ocorrendo o julgamento no prazo de 1 (um)
Repercussão geral ano a contar do reconhecimento da repercussão geral, cessa,
A repercussão geral é um dos mecanismos criado pelo em todo o território nacional, a suspensão dos processos, que
Legislativo para restringir o número de recursos no STF. Pre- retomarão seu curso normal.
vista no art. 102, §3º, CF, desde a Emenda Constitucional nº § 11.  A súmula da decisão sobre a repercussão geral
45/2004, passou a ser requisito de admissibilidade do REXT, constará de ata, que será publicada no diário oficial e valerá
exigindo que a matéria tenha relevante valor social, político, como acórdão.
econômico ou jurídico, transcendendo o interesse individual
2) Superior Tribunal de Justiça
das partes. Nota-se que a lei usa expressões um tanto quan-
Criado pela Constituição Federal de 1988, o Superior Tri-
to vagas, de modo a deixar ao julgador, STF, a possibilidade
bunal de Justiça (STJ) é a corte responsável por uniformizar
de examinar cada caso concreto, dizendo se há repercussão
a interpretação da lei federal em todo o Brasil, seguindo os
geral. Aquele que interpõe REXT deve dizer, primeiramente,
princípios constitucionais e a garantia e defesa do Estado de
porque há repercussão geral. Dos 11 ministros, ao menos 8
Direito.
(2/3) devem dizer que não há repercussão geral. Logo, a falta
O STJ é a última instância da Justiça brasileira para as
de repercussão geral deve ser bem evidente. causas infraconstitucionais, não relacionadas diretamente
Art. 1.035, CPC. O Supremo Tribunal Federal, em decisão à Constituição. Como órgão de convergência da Justiça co-
irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário quando mum, aprecia causas oriundas de todo o território nacional,
a questão constitucional nele versada não tiver repercussão em todas as vertentes jurisdicionais não especializadas.
geral, nos termos deste artigo. Sua competência está prevista no art. 105 da Constituição
§ 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a Federal, que estabelece os processos que têm início no STJ
existência ou não de questões relevantes do ponto de vista (originários) e os casos em que o Tribunal age como órgão de
econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os revisão, inclusive nos julgamentos de recursos especiais.
interesses subjetivos do processo. O STJ julga crimes comuns praticados por governadores
§ 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de re- dos estados e do Distrito Federal, crimes comuns e de respon-
percussão geral para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribu- sabilidade de desembargadores dos tribunais de justiça e de
nal Federal. conselheiros dos tribunais de contas estaduais, dos membros
§ 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso im- dos tribunais regionais federais, eleitorais e do Trabalho.
pugnar acórdão que: Julga também habeas corpus que envolvam essas auto-
I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do ridades ou ministros de Estado, exceto em casos relativos à
Supremo Tribunal Federal; Justiça eleitoral. Pode apreciar ainda recursos contra habeas
II - tenha sido proferido em julgamento de casos repeti- corpus concedidos ou negados por tribunais regionais fede-
tivos; rais ou dos estados, bem como causas decididas nessas ins-
III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tra- tâncias, sempre que envolverem lei federal.
tado ou de lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição Em 2005, como parte da reforma do Judiciário, o STJ as-
Federal. sumiu também a competência para analisar a concessão de
§ 4o O relator poderá admitir, na análise da repercussão cartas rogatórias e processar e julgar a homologação de sen-
geral, a manifestação de terceiros, subscrita por procurador tenças estrangeiras. Até então, a apreciação desses pedidos
habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tri- era feita no Supremo Tribunal Federal (STF)35.
bunal Federal. O artigo 104 da Constituição regula sua composição, ao
§ 5o Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supre- passo que o artigo 105 regula sua competência.
mo Tribunal Federal determinará a suspensão do processa-
mento de todos os processos pendentes, individuais ou co- Artigo 104, CF. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se
letivos, que versem sobre a questão e tramitem no território de, no mínimo, trinta e três Ministros.
nacional. 35 http://www.stj.jus.br/sites/STJ/

96
CONHECIMENTOS GERAIS

Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Jus- c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou
tiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município
brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta ou pessoa residente ou domiciliada no País;
e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, de- III - julgar, em recurso especial, as causas decididas,
pois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais
Federal, sendo:  Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Fede-
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Fe- ral e Territórios, quando a decisão recorrida:
derais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigên-
de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio cia;
Tribunal; b) julgar válido ato de governo local contestado em face
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e mem- de lei federal;
bros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Fede- c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe
ral e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94. haja atribuído outro tribunal.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribu-
Artigo 105, CF. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: nal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regula-
do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os mentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na car-
desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do reira; 
Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Es- II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer,
tados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária
dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão
dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões
Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; terão caráter vinculante. 
b) os mandados de segurança e os ‘habeas data’ contra
ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, 3) Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais
do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;  Os Tribunais Regionais Federais e os Juízes Federais são
c) os ‘habeas corpus’, quando o coator ou paciente for os órgãos que possuem competência de julgamento no âm-
qualquer das pessoas mencionadas na alínea ‘a’, ou quando o bito da Justiça Federal, conforme delimitação feita pelos arti-
coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado gos 108 e 109 da Constituição Federal. Por sua vez, os artigos
ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, 106, 107 e 110 da Constituição voltam-se ao estabelecimento
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;  de estrutura e composição da Justiça Federal.
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais,
ressalvado o disposto no art. 102, I, ‘o’, bem como entre tribunal Artigo 106, CF. São órgãos da Justiça Federal:
e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribu- I - os Tribunais Regionais Federais;
nais diversos; II - os Juízes Federais.
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus
julgados; Artigo 107, CF. Os Tribunais Regionais Federais compõem-
f) a reclamação para a preservação de sua competência se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na
e garantia da autoridade de suas decisões; respectiva região e nomeados pelo Presidente da República
g) os conflitos de atribuições entre autoridades adminis- dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta
trativas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias e cinco anos, sendo:
de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos
ou entre as deste e da União; de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Pú-
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da blico Federal com mais de dez anos de carreira;
norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou II - os demais, mediante promoção de juízes federais
autoridade federal, da administração direta ou indireta, exce- com mais de cinco anos de exercício, por antiguidade e mereci-
tuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal mento, alternadamente.
e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do § 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes
Trabalho e da Justiça Federal; dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a con- e sede.
cessão de ‘exequatur’ às cartas rogatórias;  § 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça
II - julgar, em recurso ordinário: itinerante, com a realização de audiências e demais funções
a) os habeas corpus decididos em única ou última instân- da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva
cia pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitá-
Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for rios.
denegatória; § 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar
b) os mandados de segurança decididos em única ins- descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim
tância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em to-
dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denega- das as fases do processo.
tória a decisão;  

97
CONHECIMENTOS GERAIS

Artigo 108, CF. Compete aos Tribunais Regionais Federais: § 2º As causas intentadas contra a União poderão ser afora-
I - processar e julgar, originariamente: das na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naque-
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os la onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda
da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da § 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual,
União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julga- em que forem parte instituição de previdência social e segu-
dos seus ou dos juízes federais da região; rado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que
do próprio Tribunal ou de juiz federal; outras causas sejam também processadas e julgadas pela jus-
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for tiça estadual.
juiz federal; § 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível
e) os conflitos de competência entre juízes federais vin- será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de
culados ao Tribunal; jurisdição do juiz de primeiro grau.
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pe- § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos hu-
los juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da manos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de
competência federal da área de sua jurisdição. assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de trata-
dos internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja
Artigo 109, CF. Aos juízes federais compete processar e parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça,
julgar: em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de des-
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou locamento de competência para a Justiça Federal. 
empresa pública federal forem interessadas na condição
de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, Artigo 110, CF. Cada Estado, bem como o Distrito Federal,
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva
Justiça do Trabalho; Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as
internacional e Município ou pessoa domiciliada ou resi- atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da
dente no País; justiça local, na forma da lei.
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União
com Estado estrangeiro ou organismo internacional; 4) Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regio-
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas nais do Trabalho e dos Juízes do Trabalho
em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de A Justiça do Trabalho tem sua estrutura estabelecida no
suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as artigo 111 da Constituição e possui como órgão de cúpula
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e o Tribunal Superior do Trabalho, embora ele não seja a últi-
da Justiça Eleitoral; ma instância possível – em tese, ainda se pode ir ao Supremo
V - os crimes previstos em tratado ou convenção inter- Tribunal Federal. A composição deste Tribunal Superior está
nacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado te- definida no artigo 111-A, CF. Ainda sobre questões estruturais
nha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; da Justiça do Trabalho, têm-se os artigos 112, 113, 114 e 115
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se da Constituição Federal. Por seu turno, o artigo 114, CF define
refere o § 5º deste artigo;  as competências da Justiça do Trabalho.
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos
casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a Artigo 111, CF. São órgãos da Justiça do Trabalho:
ordem econômico-financeira; I - o Tribunal Superior do Trabalho;
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
competência ou quando o constrangimento provier de au- III - Juízes do Trabalho. 
toridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra
jurisdição; Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á
VIII - os mandados de segurança e os habeas data con- de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com
tra ato de autoridade federal, excetuados os casos de compe- mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco
tência dos tribunais federais; anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, no-
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aerona- meados pelo Presidente da República após aprovação pela
ves, ressalvada a competência da Justiça Militar; maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos
estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o exequa- de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Pú-
tur, e de sentença estrangeira, após a homologação, as cau- blico do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
sas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, observado o disposto no art. 94; 
e à naturalização; II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do
XI - a disputa sobre direitos indígenas. Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas próprio Tribunal Superior. 
na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte. § 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Supe-
rior do Trabalho.

98
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:  Artigo 115, CF. Os Tribunais Regionais do Trabalho
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamen- compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando
to de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da
funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e pro- República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de
moção na carreira;  sessenta e cinco anos, sendo: 
II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, caben- I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos
do-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, or- de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Pú-
çamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de blico do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas observado o disposto no art. 94; 
decisões terão efeito vinculante.  II - os demais, mediante promoção de juízes do trabalho
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar por antiguidade e merecimento, alternadamente. 
e julgar, originariamente, a reclamação para a preserva- § 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a
ção de sua competência e garantia da autoridade de suas justiça itinerante, com a realização de audiências e demais
decisões. funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e
Artigo 112, CF. A lei criará varas da Justiça do Traba- comunitários. 
lho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, § 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcio-
atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo nar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a
Tribunal Regional do Trabalho.  fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em
todas as fases do processo.
Artigo 113, CF. A lei disporá sobre a constituição, inves-  
tidura, jurisdição, competência, garantias e condições de Artigo 116, CF. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será
exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho. exercida por um juiz singular. 

Artigo 114, CF. Compete à Justiça do Trabalho processar Precisamente sobre o Conselho Superior da Justiça do
e julgar: Trabalho, destaca-se:
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos “Missão do CSJT
os entes de direito público externo e da administração pública ‘Exercer a supervisão administrativa, orçamentária, finan-
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos ceira e patrimonial da Justiça do Trabalho de 1º e 2º graus, a
Municípios;  fim de promover seu aprimoramento em benefício da socie-
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; dade’.
III - as ações sobre representação sindical, entre sindica- Visão do CSJT
tos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e em- ‘Ser reconhecido perante a sociedade pela excelência de-
pregadores;  sempenhada na supervisão, integração e desenvolvimento da
IV - os mandados de segurança, ‘habeas corpus’ e ‘ha- Justiça do Trabalho de 1º e 2º graus’.
beas data’, quando o ato questionado envolver matéria su- Valores
jeita à sua jurisdição;  ‘Consciência Socioambiental; Ética; Excelência; Inovação;
V - os conflitos de competência entre órgãos com juris- Respeito às Peculiaridades Regionais; Transparência; Valoriza-
dição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, ‘o’;  ção das pessoas’.
VI - as ações de indenização por dano moral ou patri- Atribuições
monial, decorrentes da relação de trabalho;  O Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) exerce
VII - as ações relativas às penalidades administrativas a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patri-
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das monial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus.
relações de trabalho;  As decisões do CSJT têm efeito vinculante.
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais pre- Composição
vistas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorren- O CSJT é integrado pelo Presidente e Vice-Presidente do
tes das sentenças que proferir;  Tribunal Superior do Trabalho e pelo Corregedor-Geral da Jus-
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de traba- tiça do Trabalho, membros natos. Também compõem o Con-
lho, na forma da lei. selho três ministros eleitos pelo Pleno do Tribunal Superior do
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão Trabalho e cinco presidentes de Tribunais Regionais do Tra-
eleger árbitros. balho, cada um deles representando uma das cinco Regiões
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação geográficas do País (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e
coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum Norte).
acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica,
podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as Sessões
disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como As sessões ordinárias ocorrem mensalmente durante o
as convencionadas anteriormente.  ano judiciário. O quórum mínimo para as deliberações do ór-
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com pos- gão é de sete integrantes. As decisões precisam da aprovação
sibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público da maioria dos presentes à sessão. Em caso de empate, pre-
do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à valece o voto do Presidente.
Justiça do Trabalho decidir o conflito.

99
CONHECIMENTOS GERAIS

Organização tação jurisdicional seja realizada com moralidade, eficiência e


São órgãos do CSJT a Presidência, a Vice-Presidência e o efetividade, beneficiando a sociedade. Em sua visão, preten-
Plenário. de ser um instrumento efetivo de desenvolvimento do Po-
Histórico der Judiciário. Tem por diretrizes, em linhas gerais, promover:
O Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) foi “planejamento estratégico e proposição de políticas públicas
criado pela Emenda Constitucional nº 45, de 30 de dezembro judiciárias; modernização tecnológica do Judiciário; amplia-
de 2004, com o acréscimo do art. 111-A. A sessão de instala- ção do acesso à justiça, pacificação e responsabilidade social;
ção do CSJT ocorreu em 15 de junho de 2005”36. garantia de efetivo respeito às liberdades públicas e execu-
ções penais”.
5) Tribunais e juízes dos Estados Entre seus principais órgãos, destacam-se:
A Justiça Comum Estadual não é regulamentada de ma- a) Corregedoria – é o órgão do CNJ que exerce o contro-
neira extensa no texto constitucional por um motivo bastante le disciplinar e promove a administração da justiça, delegan-
razoável: trata-se do soldado de reserva. Tudo o que não for do atribuições e instruções. Não pune os desvios de conduta
competência de justiça especializada ou da Justiça Federal, praticados por magistrados e servidores, mas apura os fatos
será de competência da Justiça Comum Estadual, afinal, o Ju- trazidos ao seu conhecimento e leva à apreciação do Plenário
diciário não pode deixar de apreciar lesão ou ameaça de lesão do CNJ todas estas questões relacionadas à atividade judiciá-
a direito algum. ria que se apresentem mais graves e que possam macular a
Contudo, as Constituições estaduais e as leis estaduais de imagem do Judiciário na sociedade. O cargo de corregedor é
organização judiciária delimitam melhor a questão da com- ocupado por um ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
petência e organização de cada um dos órgãos da Justiça b) Ouvidoria – é o instrumento de comunicação da so-
Comum Estadual. Basicamente, em cada Judiciário Comum ciedade com o CNJ. É um serviço posto à disposição do cida-
Estadual se terá um Tribunal de Justiça com diversas Câmaras dão para que esclareça dúvidas, reclame, denuncie, elogie ou
na qualidade de 2ª instância, além de varas com maior grau apresente sugestões sobre os serviços e as atividades do CNJ.
de especialização conforme a amplitude da comarca em 1ª c) Presidência – A presidência do Conselho Nacional de
instância (uma comarca maior pode ter varas criminais, varas Justiça é ocupada pelo Presidente do Supremo Tribunal Fe-
cíveis, varas de família e sucessões, juizados especiais; uma deral. Desempenha funções administrativas em geral, como
comarca menor pode até mesmo ter uma vara única). superintender a ordem e a disciplina do CNJ, aplicar penalida-
des aos seus servidores, representar o CNJ perante quaisquer
Artigo 125, CF. Os Estados organizarão sua Justiça, ob- órgãos e autoridades, convocar e presidir as sessões plenárias
servados os princípios estabelecidos nesta Constituição. do CNJ, entre outras. Também se manifesta por diversos atos,
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Cons- como portarias, resoluções, atas e instruções normativas.
tituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de O CNJ tem promovido diversos projetos na sociedade
iniciativa do Tribunal de Justiça. aproximando-a do Poder Judiciário, do conhecimento de seus
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação direitos e de uma maior consciência social acerca dos precon-
de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos esta- ceitos existentes. Também promove projetos que visam dar
duais ou municipais em face da Constituição Estadual, ve- maior celeridade à atuação do Poder Judiciário, diminuindo
dada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão. o número de processos. São exatamente nestas iniciativas
[...] que se encontram as maiores críticas ao CNJ, o qual estaria se
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentrali- imiscuindo nas atribuições do Poder Judiciário de julgar seus
zadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegu- processos.
rar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases
do processo.  Art. 103-B, CF. O Conselho Nacional de Justiça compõe-
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos,
com a realização de audiências e demais funções da atividade admitida 1 (uma) recondução, sendo: 
jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, ser- I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
vindo-se de equipamentos públicos e comunitários. II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indica-
do pelo respectivo tribunal; 
Artigo 126, CF. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribu- III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, in-
nal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com dicado pelo respectivo tribunal; 
competência exclusiva para questões agrárias. IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indica-
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente pres- do pelo Supremo Tribunal Federal; 
tação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio. V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Fe-
deral;
6) Conselho Nacional de Justiça VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo
O Conselho Nacional de Justiça é um órgão que foi criado Superior Tribunal de Justiça; 
para reformular quadros e meios de atuação do Poder Judi- VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de
ciário, promovendo transparência administrativa e processual. Justiça; 
Foi criado em 31 de dezembro de 2004 e instalado em 14 de VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indica-
junho de 2005, com sede em Brasília/DF e atuação em todo do pelo Tribunal Superior do Trabalho; 
o território nacional. Sua missão é contribuir para que a pres- IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior
36 http://www.csjt.jus.br/missao-visao-valores do Trabalho; 

100
CONHECIMENTOS GERAIS

X - um membro do Ministério Público da União, indica- I - receber as reclamações e denúncias, de qualquer in-
do pelo Procurador-Geral da República;  teressado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários; 
XI - um membro do Ministério Público estadual, es- II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção
colhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes e de correição geral; 
indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; III - requisitar e designar magistrados, delegando-lhes
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclu-
Ordem dos Advogados do Brasil;  sive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. 
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação § 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da
ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem
pelo Senado Federal.  dos Advogados do Brasil. 
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Su- § 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios,
premo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimen- criará ouvidorias de justiça, competentes para receber recla-
tos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal.  mações e denúncias de qualquer interessado contra membros
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares,
pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. 
pela maioria absoluta do Senado Federal. 
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas
neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal. 
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação admi- 13. NOÇÕES DE ORGANIZAÇÃO
nistrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento ADMINISTRATIVA: ADMINISTRAÇÃO DIRETA
dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras E INDIRETA; AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES,
atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:  EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo
ECONOMIA MISTA.
cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expe-
dir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
recomendar providências; 
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou Prezado Candidato, conforme anunciado a referida
mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos lei em epígrafe, não foi exigida como matéria obrigatória
praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo e sim , apenas um anúncio dos temas obrigatórios em to-
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem dos os concursos pertencentes ao estado de Goiás.
as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem
prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;  Centralização, descentralização, concentração e des-
III - receber e conhecer das reclamações contra membros concentração
ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços
auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais Em linhas gerais, descentralização significa transferir a
e de registro que atuem por delegação do poder público ou ofi- execução de um serviço público para terceiros que não se
cializados, sem prejuízo da competência disciplinar e cor- confundem com a Administração direta; centralização signi-
reicional dos tribunais, podendo avocar processos discipli- fica situar na Administração direta atividades que, em tese,
nares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade poderiam ser exercidas por entidades de fora dela; desconcen-
ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais tração significa transferir a execução de um serviço público
ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, de um órgão para o outro dentro da própria Administração;
assegurada ampla defesa;  concentração significa manter a execução central ao chefe do
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime Executivo em vez de atribui-la a outra autoridade da Adminis-
contra a administração pública ou de abuso de autoridade;  tração direta.
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos Passemos a esmiuçar estes conceitos:
disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há Desconcentração implica no exercício, pelo chefe do
menos de um ano;  Executivo, do poder de delegar certas atribuições que são de
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre sua competência privativa. Neste sentido, o previsto na CF:
processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação,
nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;  Artigo 84, parágrafo único, CF. O Presidente da República
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI,
que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procu-
País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensa- rador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que
gem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão le-
gislativa.  Neste sentido:
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exerce-
rá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da dis- Artigo 84, VI, CF. dispor, mediante decreto, sobre: 
tribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das a) organização e funcionamento da administração fede-
atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistra- ral, quando não implicar aumento de despesa nem criação
tura, as seguintes:  ou extinção de órgãos públicos; 

101
CONHECIMENTOS GERAIS

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando va- XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Mi-
gos;  nistros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Supe-
Artigo 84, XII, CF. conceder indulto e comutar penas, com riores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral
audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; da República, o presidente e os diretores do banco central e
Artigo 84, XXV, CF. prover e extinguir os cargos públicos outros servidores, quando determinado em lei;
federais, na forma da lei; (apenas o provimento é delegável, XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros
não a extinção) do Tribunal de Contas da União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta
Com efeito, o chefe do Poder Executivo federal tem op- Constituição, e o Advogado-Geral da União;
ções de delegar parte de suas atribuições privativas para os XVII - nomear membros do Conselho da República, nos
Ministros de Estado, o Procurador-Geral da República ou o termos do art. 89, VII;
Advogado-Geral da União. O Presidente irá delegar com re- XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o
lação de hierarquia cada uma destas essencialidades dentro Conselho de Defesa Nacional;
da estrutura organizada do Estado. Reforça-se, desconcen- XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
trar significa delegar com hierarquia, pois há uma relação autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele,
de subordinação dentro de uma estrutura centralizada, isto é, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas
os Ministros de Estado, o Procurador-Geral da República e o mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobili-
Advogado-Geral da União respondem diretamente ao Presi- zação nacional;
dente da República e, por isso, não possuem plena discricio- XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do
nariedade na prática dos atos administrativos que lhe foram Congresso Nacional;
delegados. XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar,
Concentrar, ao inverso, significa exercer atribuições pri- que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou
vativas da Administração pública direta no âmbito mais cen- nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual,
tral possível, isto é, diretamente pelo chefe do Poder Executi-
o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas
vo, seja porque não são atribuições delegáveis, seja porque se
de orçamento previstos nesta Constituição;
optou por não delegar.
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, den-
tro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as
Artigo 84, CF. Compete privativamente ao Presidente da
contas referentes ao exercício anterior;
República:
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais,
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; na forma da lei;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a dire- XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos
ção superior da administração federal; termos do art. 62;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Cons-
previstos nesta Constituição; tituição.
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; Descentralizar envolve a delegação de interesses es-
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; tatais para fora da estrutura da Administração direta, o que
VI - dispor, mediante decreto, sobre:  é possível porque não se refere a essencialidades, ou seja, a
a) organização e funcionamento da administração fede- atos administrativos que somente possam ser praticados pela
ral, quando não implicar aumento de despesa nem criação Administração direta porque se referem a interesses estatais
ou extinção de órgãos públicos;  diversos previstos ou não na CF. Descentralizar é uma dele-
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando va- gação sem relação de hierarquia, pois é uma delegação de
gos;  um ente para outro (não há subordinação nem mesmo quan-
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acredi- to ao chefe do Executivo, há apenas uma espécie de tutela ou
tar seus representantes diplomáticos; supervisão por parte dos Ministérios – se trata de vínculo e
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacio- não de subordinação).
nais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; Basicamente, se está diante de um conjunto de pessoas
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; jurídicas estatais criadas ou autorizadas por lei para prestarem
X - decretar e executar a intervenção federal; serviços de interesse do Estado. Possuem patrimônio próprio
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Con- e são unidades orçamentárias autônomas. Ainda, exercem em
gresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, nome próprio direitos e obrigações, respondendo pessoal-
expondo a situação do País e solicitando as providências que mente por seus atos e danos.
julgar necessárias; Existem duas formas pelas quais o Estado pode efetuar a
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, descentralização administrativa: outorga e delegação.
se necessário, dos órgãos instituídos em lei; A outorga se dá quando o Estado cria uma entidade e a
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, ela transfere, através de previsão em lei, determinado servi-
nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aero- ço público e é conferida, em regra, por prazo indeterminado.
náutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os Isso é o que acontece quanto às entidades da Administração
cargos que lhes são privativos;  Indireta prestadoras de serviços públicos. Neste sentido, o Es-

102
CONHECIMENTOS GERAIS

tado descentraliza a prestação dos serviços, outorgando-os (unitário se o poder de decisão se concentra em uma pessoa,
a outras entidades criadas para prestá-los, as quais podem colegiado se as decisões são tomadas em conjunto e prevale-
tomar a forma de autarquias, empresas públicas, sociedades ce a vontade da maioria):
de economia mista e fundações públicas. a) Órgãos independentes – encabeçam o poder ou es-
A delegação ocorre quando o Estado transfere, por con- trutura do Estado, gozando de independência para agir e
trato ou ato unilateral, apenas a execução do serviço, para que não se submetendo a outros órgãos. Cabe a eles definir as
o ente delegado o preste ao público em seu próprio nome e políticas que serão implementadas. É o caso da Presidência
por sua conta e risco, sob fiscalização do Estado. A delegação da República, órgão complexo composto pelo gabinete, pela
é geralmente efetivada por prazo determinado. Ela se dá, por Advocacia-Geral da União, pelo Conselho da República, pelo
exemplo, nos contratos de concessão ou nos atos de permis- Conselho de Defesa, e unitário (pois o Presidente da Repúbli-
são, pelos quais o Estado transfere aos concessionários e aos ca é o único que toma as decisões).
permissionários apenas a execução temporária de determina- b) Órgãos autônomos – estão no primeiro escalão do po-
do serviço. der, com autonomia funcional, porém subordinados politica-
Centralizar envolve manter na estrutura da Administra- mente aos independentes. É o caso de todos os ministérios
ção direta o desempenho de funções administrativas de inte- de Estado.
resses não essenciais do Estado, que poderiam ser atribuídos c) Órgãos superiores – são desprovidos de autonomia ou
a entes de fora da Administração por outorga ou delegação. independência, sendo plenamente vinculados aos órgãos au-
tônomos. Ex.: Delegacia Regional do Trabalho, vinculada ao
Administração Pública Direta Ministério do Trabalho e Emprego; Departamento da Polícia
Administração Pública direta é aquela formada pelos en- Federal, vinculado ao Ministério da Justiça.
tes integrantes da federação e seus respectivos órgãos. Os d) Órgãos subalternos – são vinculados a todos acima de-
entes políticos são a União, os Estados, o Distrito Federal e os les com plena subordinação administrativa. Ex.: órgãos que
Municípios. À exceção da União, que é dotada de soberania, executam trabalho de campo, policiais federais, fiscais do
todos os demais são dotados de autonomia. MTE.
Dispõe o Decreto nº 200/1967: ATENÇÃO: O Ministério Público, os Tribunais de Contas e
as Defensorias Públicas não se encaixam nesta estrutura, sen-
Art. 4° A Administração Federal compreende: do órgãos independentes constitucionais. Em verdade, para
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços Canotilho e outros constitucionalistas, estes órgãos não per-
integrados na estrutura administrativa da Presidência da Repú- tencem nem mesmo aos três poderes.
blica e dos Ministérios. Conforme Carvalho Filho37, “a noção de Estado, como
visto, não pode abstrair-se da de pessoa jurídica. O Estado,
A administração direta é formada por um conjunto de na verdade, é considerado um ente personalizado, seja no
núcleos de competências administrativas, os quais já foram âmbito internacional, seja internamente. Quando se trata de
tidos como representantes do poder central (teoria da repre- Federação, vigora o pluripersonalismo, porque além da pes-
sentação) e como mandatários do poder central (teoria do soa jurídica central existem outras internas que compõem o
mandato). Hoje, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giërke, sistema político. Sendo uma pessoa jurídica, o Estado mani-
segundo a qual os órgãos são apenas núcleos administrativos festa sua vontade através de seus agentes, ou seja, as pessoas
criados e extintos exclusivamente por lei, mas que podem ser físicas que pertencem a seus quadros. Entre a pessoa jurídica
organizados por decretos autônomos do Executivo (art. 84, em si e os agentes, compõe o Estado um grande número de
VI, CF), sendo desprovidos de personalidade jurídica própria. repartições internas, necessárias à sua organização, tão gran-
Assim, os órgãos da Administração direta não possuem de é a extensão que alcança e tamanha as atividades a seu
patrimônio próprio; e não assumem obrigações em nome cargo. Tais repartições é que constituem os órgãos públicos”.
próprio e nem direitos em nome próprio (não podem ser au- “Várias teorias surgiram para explicar as relações do Esta-
tor nem réu em ações judiciais, exceto para fins de mandado do, pessoa jurídica, com suas agentes: Pela teoria do manda-
de segurança – tanto como impetrante como quanto impe- to, o agente público é mandatário da pessoa jurídica; a teoria
trado). Já que não possuem personalidade, atuam apenas no foi criticada por não explicar como o Estado, que não tem
cumprimento da lei, não atuando por vontade própria. Logo, vontade própria, pode outorgar o mandato”38. A origem desta
órgãos e agentes públicos são impessoais quando agem no teoria está no direito privado, não tendo como prosperar por-
estrito cumprimento de seus deveres, não respondendo dire- que o Estado não pode outorgar mandato a alguém, afinal,
tamente por seus atos e danos. não tem vontade própria.
Esta impossibilidade de se imputar diretamente a respon- Num momento seguinte, adotou-se a teoria da represen-
sabilidade a agentes públicos ou órgãos públicos que estejam tação: “Posteriormente houve a substituição dessa concep-
exercendo atribuições da Administração direta é denominada ção pela teoria da representação, pela qual a vontade dos
teoria da imputação objetiva, de Otto Giërke, que institui o agentes, em virtude de lei, exprimiria a vontade do Estado,
princípio da impessoalidade. como ocorre na tutela ou na curatela, figuras jurídicas que
Quanto se faz desconcentração da autoridade central
– chefe do Executivo – para os seus órgãos, se depara com 37 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
diversos níveis de órgãos, que podem ser classificados em direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
simples ou complexos (simples se possuem apenas uma ris, 2010.
estrutura administrativa, complexos se possuem uma rede 38 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Admi-
de estruturas administrativas) e em unitários ou colegiados nistrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas editora, 2010.

103
CONHECIMENTOS GERAIS

apontam para representantes dos incapazes. Ocorre que essa Dispõe o Decreto nº 200/1967:
teoria, além de equiparar o Estado, pessoa jurídica, ao incapaz
(sendo que o Estado é pessoa jurídica dotada de capacidade Art. 4° A Administração Federal compreende:
plena), não foi suficiente para alicerçar um regime de respon- II - A Administração Indireta, que compreende as seguin-
sabilização da pessoa jurídica perante terceiros prejudicados tes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica
nas circunstâncias em que o agente ultrapassasse os poderes própria:
da representação”39. Criticou-se a teoria porque o Estado es- a) Autarquias;
taria sendo visto como um sujeito incapaz, ou seja, uma pes- b) Empresas Públicas;
soa que não tem condições plenas de manifestar, de falar, de c) Sociedades de Economia Mista.
resolver pendências; bem como porque se o representante d) fundações públicas.
estatal exorbitasse seus poderes, o Estado não poderia ser
responsabilizado. Ao lado destas, podemos encontrar ainda entes que pres-
Finalmente, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giërke, tam serviços públicos por delegação, embora não integrem
segundo a qual os órgãos são apenas núcleos administrativos os quadros da Administração, quais sejam, os permissioná-
criados e extintos exclusivamente por lei, mas que podem ser rios, os concessionários e os autorizados.
organizados por decretos autônomos do Executivo (art. 84, Essas quatro pessoas integrantes da Administração indi-
VI, CF), sendo desprovidos de personalidade jurídica própria. reta serão criadas para a prestação de serviços públicos ou,
Com efeito, o Estado brasileiro responde pelos atos que seus ainda, para a exploração de atividades econômicas, como no
agentes praticam, mesmo se estes atos extrapolam das atri- caso das empresas públicas e sociedades de economia mista,
buições estatais conferidas, sendo-lhe assegurado o intocável e atuam com o objetivo de aumentar o grau de especialidade
e assustador direito de regresso. e eficiência da prestação do serviço público ou, quando ex-
Apresenta-se a classificação dos órgãos: ploradoras de atividades econômicas, visando atender a rele-
a) Quanto à pessoa federativa: federais, estaduais, distri- vante interesse coletivo e imperativos da segurança nacional.
tais e municipais. Com efeito, de acordo com as regras constantes do ar-
b) Quanto à situação estrutural: os diretivos, que são
tigo 173 da Constituição Federal, o Poder Público só poderá
aqueles que detêm condição de comando e de direção, e os
explorar atividade econômica a título de exceção, em duas
subordinados, incumbidos das funções rotineiras de execu-
situações, conforme se colhe do caput do referido artigo, a
ção.
seguir reproduzido:
c) Quanto à composição: singulares, quando integrados
Artigo 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constitui-
em um só agente, e os coletivos, quando compostos por vá-
ção, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só
rios agentes.
d) Quanto à esfera de ação: centrais, que exercem atribui- será permitida quando necessária aos imperativos de seguran-
ções em todo o território nacional, estadual, distrital e munici- ça nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme defini-
pal, e os locais, que atuam em parte do território. dos em lei.
e) Quanto à posição estatal: são os que representam os Cumpre esclarecer que, de acordo com as regras consti-
poderes do Estado – o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. tucionais e em razão dos fins desejados pelo Estado, ao Poder
f) Quanto à estrutura: simples ou unitários e compostos. Público não cumpre produzir lucro, tarefa esta deferida ao
Os órgãos compostos são constituídos por vários outros ór- setor privado. Assim, apenas explora atividades econômicas
gãos. nas situações indicadas no artigo 173 do Texto Constitucional.
Quando atuar na economia, concorre em grau de igualdade
Administração indireta com os particulares, e sob o regime do artigo 170 da Consti-
A Administração Pública indireta pode ser definida como tuição, inclusive quanto à livre concorrência, submetendo-se
um grupo de pessoas jurídicas de direito público ou privado, ainda a todas as obrigações constantes do regime jurídico de
criadas ou instituídas a partir de lei específica, que atuam pa- direito privado, inclusive no tocante às obrigações civis, co-
ralelamente à Administração direta na prestação de serviços merciais, trabalhistas e tributárias.
públicos ou na exploração de atividades econômicas.
“Enquanto a Administração Direta é composta de órgãos Autarquias
internos do Estado, a Administração Indireta se compõe de Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:
pessoas jurídicas, também denominadas de entidades”40. Em
que pese haver entendimento diverso registrado em nossa I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com per-
doutrina, integram a Administração indireta do Estado quatro sonalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para execu-
espécies de pessoa jurídica, a saber: as Autarquias, as Funda- tar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram,
ções, as Sociedades de Economia Mista e as Empresas Públicas. para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e finan-
ceira descentralizada.
39 NOHARA, Irene Patrícia. Direito Administrativo
– esquematizado, completo, atualizado, temas polêmicos, As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, de
conteúdo dos principais concursos públicos. 3. ed. São natureza administrativa, criadas para a execução de serviços
Paulo: Atlas editora, 2013. tipicamente públicos, antes prestados pelas entidades esta-
40 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de tais que as criam. Por serviços tipicamente públicos entenda-
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- se aqueles sem fins lucrativos criados por lei e comum mono-
ris, 2010. pólio do Estado.

104
CONHECIMENTOS GERAIS

“O termo autarquia significa autogoverno ou governo A elas se conferem as mesmas prerrogativas processuais
próprio, mas no direito positivo perdeu essa noção semântica que à Fazenda Pública, inclusive prazo em dobro para con-
para ter o sentido de pessoa jurídica administrativa com rela- testar e recorrer, além de reexame necessário da causa em
tiva capacidade de gestão dos interesses a seu cargo, embora situações de condenação acima de certos valores.
sob controle do Estado, de onde se originou. Na verdade, até Todas autarquias devem ser criadas, organizadas e extin-
mesmo em relação a esse sentido, o termo está ultrapassado tas por lei, que podem ser complementadas por atos do Exe-
e não mais reflete uma noção exata do instituto. [...] Pode-se cutivo, notadamente Decretos.
conceituar autarquia como a pessoa jurídica de direito públi- As autarquias podem ser federais, estaduais, distritais e
co, integrante da Administração Indireta, criada por lei para municipais, contudo não podem ser interestaduais ou inter-
desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, municipais (não é permitida a associação de unidades federa-
sejam próprias e típicas do Estado”41. tivas para a criação de autarquias).
Logo, as autarquias são regidas integralmente pelo re- Devem executar atividades típicas do direito público e,
gime jurídico de direito público, podendo, tão-somente, ser notadamente, serviços públicos de natureza social e ativida-
prestadoras de serviços públicos, contando com capital oriun- des administrativas, com a exclusão dos serviços e atividades
do da Administração direta. O Código Civil, em seu artigo 41, de cunho econômico e mercantil.
IV, as coloca como pessoas jurídicas de direito público, embo- O patrimônio da autarquia é formado por bens públicos,
ra exista controvérsia na doutrina. razão pela qual seu patrimônio se sujeita às mesmas regras
Carvalho Filho42 classifica quanto ao regime jurídico: “a) aplicáveis aos bens públicos em geral, inclusive no que se re-
autarquias comuns (ou de regime comum); b) autarquias fere à impenhorabilidade e à impossibilidade de oneração e
especiais (ou de regime especial). Segundo a própria termi- de usucapião.
nologia, é fácil distingui-las: as primeiras estariam sujeitas a Os agentes públicos das autarquias são concursados e
uma disciplina jurídica sem qualquer especificidade, ao passo estatutários, logo, se sujeitam a estatuto próprio e não à CLT.
que as últimas seriam regidas por disciplina específica, cuja Já os dirigentes não precisam ser concursados e são nomea-
característica seria a de atribuir prerrogativas especiais e di- dos e destituídos livremente pelo chefe do Executivo.
ferenciadas a certas autarquias”. São exemplos de autarquias
especiais aquelas criadas para serviços especiais, como au- Agências reguladoras
tarquias de ensino (ex.: USP) e autarquias de fiscalização (ex.: São figuras muito recentes em nosso ordenamento ju-
CRM e CREA). rídico. Possuem natureza jurídica de autarquias de regime
A título de exemplo, citamos as seguintes autarquias: especial, são pessoas jurídicas de Direito Público com capa-
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), cidade administrativa, aplicando-se a elas todas as regras das
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Departamento Na- autarquias.
cional de Estradas de Rodagem (DNER), Conselho Administra- O dirigente é nomeado pelo chefe do Executivo, mas a
tivo de Defesa Econômica (CADE), Departamento nacional de nomeação se sujeita à aprovação do legislativo, que se baseia
Registro do Comércio (DNRC), Instituto Nacional da Proprie- nos critérios de conhecimento. Uma vez nomeado, o dirigente
dade Industrial (INPI), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e passa a gozar de mandato com prazo determinado e só pode
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Banco Central do ser destituído por processo com decisão motivada.
Brasil (Bacen). Possuem como objetivo regular e fiscalizar a execução de
Ainda sobra as autarquias: serviços públicos. Elas não executam o serviço propriamente,
Contam com patrimônio próprio, constituído a partir de elas o fiscalizam. Logo, são entidades com típica função de
transferência pela entidade estatal a que se vinculam, portan- controle da prestação dos serviços públicos e do exercício de
to, capital exclusivamente público. atividades econômicas, evitando a prática de abusos por par-
São dotadas, ainda, de autonomia financeira, planejando te de entidades do setor privado.
seus gastos e compromissos a cada exercício. A proposta or- São titulares da matéria técnica que regulam, de modo
çamentária é encaminhada anualmente ao chefe do Executi- que somente elas podem disciplinar as regras e padrões téc-
vo, que a inclui no orçamento fiscal da lei orçamentária anual. nicos desta determinada seara.
A própria autarquia presta contas diretamente ao Tribunal de No exercício de seus poderes, compete a elas: fiscalizar
Contas. o cumprimento de contratos de concessões e o atingimento
Podem pagar aos seus credores por meio de precatórios de metas neles fixadas, fiscalizar e controlar o atendimento a
e requisição de pequeno valor, tal como a Administração di- consumidores e usuários (inclusive recebendo e processando
reta. Podem emitir sozinhas certidão de dívida ativa de seus denúncias e reclamações, aplicando penas administrativas e
devedores. multas, bem como rescindindo contratos), definir política ta-
Gozam de imunidade tributária recíproca em relação a rifária e reajustá-la.
todas unidades da federação. Entre as agências reguladoras inseridas no ordenamento
brasileiro, destacam-se: ANEEL – Agência Nacional de Energia
Elétrica, criada pela Lei nº 9.427/1996; a ANATEL – Agência
41 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Nacional de Telecomunicações, pela Lei nº 9.472/1997; e a
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- ANP – Agência Nacional do Petróleo, pela Lei nº 9.478/1997.
ris, 2010.
42 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
ris, 2010.

105
CONHECIMENTOS GERAIS

Agências executivas Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Priva-


Agência executiva é a qualificação conferida a autarquia, do, criadas para a prestação de serviços públicos ou para a
fundação pública ou órgão da administração direta que ce- exploração de atividades econômicas, que contam com ca-
lebra contrato de gestão com o próprio ente político com o pital exclusivamente público, e são constituídas por qualquer
qual está vinculado. As agências executivas se distinguem das modalidade empresarial, após autorização legislativa do ente
agências reguladoras por não terem como objetivo principal federativo criador.
o de exercer controle sobre particulares que prestam serviços Sendo a empresa pública uma prestadora de serviços pú-
públicos, que é o objetivo fundamental das agências regula- blicos, estará submetida a regime jurídico público, ainda que
doras. Assim, a expressão “agências executivas” corresponde constituída segundo o modelo imposto pelo Direito Privado.
a um título ou qualificação atribuída à autarquia ou a funda- Se a empresa pública é exploradora de atividade econômica,
ções públicas cujo objetivo seja exercer atividade estatal. estará submetida a regime jurídico denominado pela doutri-
na como semipúblico, ante a necessidade de observância, ao
Fundações públicas menos em suas relações com os administrados, das regras ati-
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: nentes ao regime da Administração, a exemplo dos princípios
expressos no “caput” do artigo 37 da Constituição Federal.
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personali- Podemos citar, a título de exemplo, algumas empresas
dade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em públicas, nas mais variadas esferas de governo, como o Banco
virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades a Empresa Municipal de Urbanização de São Paulo (EMURB);
de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT); a Caixa
próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funciona- Econômica Federal (CEF).
mento custeado por recursos da União e de outras fontes. Estas empresas públicas se caracterizam e se diferenciam
das sociedades de economia mista por: não possuírem fins
As Fundações são pessoas jurídicas compostas por um lucrativos (o capital excedente não se transforma em lucro,
patrimônio personalizado, destacado pelo seu instituidor para é reinvestido na própria empresa), podem adotar perfis em-
atingir uma finalidade específica, denominadas, em latim, uni- presariais diversos (LTDA, comandita, nome coletivo, S/A), o
versitas bonorum. Entre estas finalidades, destacam-se as de capital social é formado por recursos públicos e só admite
escopo religioso, moral, cultural ou de assistência. sócios públicos (pode ter apenas um sócio – unipessoalidade
Essa definição serve para qualquer fundação, inclusive originária ou inicial).
para aquelas que não integram a Administração indireta (não-
governamentais). No caso das fundações que integram a Ad- Sociedades de economia mista
ministração indireta (governamentais), quando forem dotadas Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:
de personalidade de direito público, serão regidas integral-
mente por regras de direito público. Quando forem dotadas III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de
de personalidade de direito privado, serão regidas por regras personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a
de direito público e direito privado. exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade
Quando as fundações são criadas pelo Estado são co- anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua
nhecidas como fundações públicas, ou autarquias fundacio- maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.
nais ou fundações autárquicas. O estatuto da fundação, no
caso, terá a forma de lei, cujo escopo será criar e organizar a As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas
fundação. As fundações públicas são regulamentadas por lei de Direito Privado criadas para a prestação de serviços públi-
complementar. Sendo fundações públicas que adotam regi- cos ou para a exploração de atividade econômica, contando
me jurídico de direito público, se equiparam às autarquias e com capital misto e constituídas somente sob a forma empre-
se sujeitam às mesmas regras que elas. sarial de S/A.
Obs.: é possível que a lei autorize (não crie) uma funda- Por capital misto, entenda-se que não é apenas o Estado
ção pública que adote regime jurídico de direito privado, ou que participa dela, existem acionistas a ela vinculados. Entre-
então um regime misto, caso em que seus servidores pode- tanto, o Estado deve ser o acionista controlador do direito a
rão se sujeitar à CLT, seu patrimônio não será exclusivamente voto, mesmo que não seja o acionista majoritário (se o Estado
oriundo de verbas estatais. A lei autorizadora deve ser expres- for sócio, mas não for controlador, trata-se de empresa co-
sa neste sentido. mum, não sociedade de economia mista).
Alguns exemplos de sociedade mista:
Empresas públicas - Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil e
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: Banespa.
- Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, Metrô e
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano).
jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital ex- Estas sociedades de economia mista se caracterizam e se
clusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade diferenciam das empresas públicas por: possuírem fins lucra-
econômica que o Governo seja levado a exercer por força de tivos (os lucros são distribuídos entre os acionistas), adotam
contingência ou de conveniência administrativa podendo re- o perfil de sociedade anônima S/A, o capital social é formado
vestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. por recursos públicos e privados, os sócios são privados e pú-
blicos (Estado).

106
CONHECIMENTOS GERAIS

Empresas públicas e sociedades de economia mista: § 3º Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão
semelhanças obedecer aos princípios, diretrizes e normas que regulam o
Embora a Constituição Federal reserve a atividade econô- Sistema Único de Saúde – SUS.
mica à iniciativa privada, resguardando ao Estado os papéis de
integração (integrar o Brasil na economia global), regulação Art. 2º Os objetivos dos consórcios públicos serão determi-
(definindo regras e limites na exploração da atividade econô- nados pelos entes da Federação que se consorciarem, observa-
mica por particulares) e intervenção (fixação de regras e nor- dos os limites constitucionais.
mas para combater o abuso do poder econômico) (conforme § 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio
artigos 173 e seguintes, CF), autoriza-se excepcionalmente público poderá:
que o Estado explore diretamente atividades econômicas I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer na-
se houver um relevante interesse em matérias (serviços públi- tureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou
cos em geral) ou atividades de soberania. econômicas de outras entidades e órgãos do governo;
Quando está autorizado a fazê-lo, somente atua por meio II – nos termos do contrato de consórcio de direito público,
de sociedades de economia mista e empresas públicas. promover desapropriações e instituir servidões nos termos de
Tais empresas são regidas por regime jurídico de direito pri- declaração de utilidade ou necessidade pública, ou interesse
vado, o que evita que o próprio Estado possa abusar do po- social, realizada pelo Poder Público; e
der econômico. Logo, o Estado não pode dar às suas próprias III – ser contratado pela administração direta ou indireta
empresas benefícios previdenciários, tributários e trabalhistas. dos entes da Federação consorciados, dispensada a licitação.
Além disso, em termos processuais, não gozam das prerroga- § 2º Os consórcios públicos poderão emitir documentos
tivas que as autarquias gozam. de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e
ATENÇÃO: o impedimento de prerrogativas somente se outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso
aplica quando o Estado está explorando atividade econômica ou outorga de uso de bens públicos por eles administrados
propriamente dita, não quando está ofertando serviços públi- ou, mediante autorização específica, pelo ente da Federação
cos. Afinal, se o serviço é público, então o Estado pode sobre consorciado.
ele exercer monopólio, o que afasta a necessidade de regras § 3º Os consórcios públicos poderão outorgar concessão,
que impeçam o abuso do poder econômico. Por exemplo, os permissão ou autorização de obras ou serviços públicos me-
Correios são uma empresa pública e possuem isenção fiscal e diante autorização prevista no contrato de consórcio público,
impenhorabilidade de bens. que deverá indicar de forma específica o objeto da concessão,
Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de eco- permissão ou autorização e as condições a que deverá aten-
nomia mista são criadas por lei e a existência delas deve ser der, observada a legislação de normas gerais em vigor.
fundada em contrato ou estatuto. Ambas se sujeitam, ainda,
ao regime jurídico de direito privado. Inclusive, seus bens são, Art. 3º O consórcio público será constituído por contrato
a princípio, penhoráveis (exceto se for prestadora de serviço cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo
público e não exploradora de atividade econômica). No en- de intenções.
tanto, não se sujeitam à falência ou à recuperação judicial (art.
2º, Lei nº 11.101/2005). Art. 4º São cláusulas necessárias do protocolo de intenções
Contudo, devem obedecer ao núcleo obrigatório mí- as que estabeleçam:
nimo: licitar (exceto no que tange à prestação da atividade- I – a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a
fim), concursar (os agentes se sujeitam ao regime da CLT, são sede do consórcio;
celetistas e não estatutários, mas são contratados mediante II – a identificação dos entes da Federação consorciados;
concurso público de provas ou provas e títulos), prestar con- III – a indicação da área de atuação do consórcio;
tas ao Tribunal de Contas e obedecer ao teto de remuneração IV – a previsão de que o consórcio público é associação pú-
(exceto no caso de sociedade de economia mista que subsista blica ou pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos;
sem qualquer auxílio do governo, apenas com seus lucros). V – os critérios para, em assuntos de interesse comum, au-
torizar o consórcio público a representar os entes da Federação
LEI Nº 11.107, DE 6 DE ABRIL DE 2005. consorciados perante outras esferas de governo;
VI – as normas de convocação e funcionamento da assem-
Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios bléia geral, inclusive para a elaboração, aprovação e modifica-
públicos e dá outras providências. ção dos estatutos do consórcio público;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congres- VII – a previsão de que a assembléia geral é a instância
so Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: máxima do consórcio público e o número de votos para as suas
deliberações;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do re-
Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consór- presentante legal do consórcio público que, obrigatoriamente,
cios públicos para a realização de objetivos de interesse comum deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da Federação con-
e dá outras providências. sorciado;
§ 1º O consórcio público constituirá associação pública IX – o número, as formas de provimento e a remuneração
ou pessoa jurídica de direito privado. dos empregados públicos, bem como os casos de contratação
§ 2º A União somente participará de consórcios públicos por tempo determinado para atender a necessidade temporá-
em que também façam parte todos os Estados em cujos terri- ria de excepcional interesse público;
tórios estejam situados os Municípios consorciados.

107
CONHECIMENTOS GERAIS

X – as condições para que o consórcio público celebre con- § 4º É dispensado da ratificação prevista no caput deste
trato de gestão ou termo de parceria; artigo o ente da Federação que, antes de subscrever o pro-
XI – a autorização para a gestão associada de serviços pú- tocolo de intenções, disciplinar por lei a sua participação no
blicos, explicitando: consórcio público.
a) as competências cujo exercício se transferiu ao consórcio
público; Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:
b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a área I – de direito público, no caso de constituir associação pú-
em que serão prestados; blica, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo
c) a autorização para licitar ou outorgar concessão, per- de intenções;
missão ou autorização da prestação dos serviços; II – de direito privado, mediante o atendimento dos requi-
d) as condições a que deve obedecer o contrato de progra- sitos da legislação civil.
ma, no caso de a gestão associada envolver também a pres- § 1º O consórcio público com personalidade jurídica de
tação de serviços por órgão ou entidade de um dos entes da direito público integra a administração indireta de todos os
Federação consorciados; entes da Federação consorciados.
e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas e de § 2º No caso de se revestir de personalidade jurídica de di-
outros preços públicos, bem como para seu reajuste ou revisão; e reito privado, o consórcio público observará as normas de direi-
XII – o direito de qualquer dos contratantes, quando adim- to público no que concerne à realização de licitação, celebração
plente com suas obrigações, de exigir o pleno cumprimento das de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que
cláusulas do contrato de consórcio público. será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.
§ 1º Para os fins do inciso III do caput deste artigo, con-
sidera-se como área de atuação do consórcio público, inde- Art. 7º Os estatutos disporão sobre a organização e o funcio-
pendentemente de figurar a União como consorciada, a que namento de cada um dos órgãos constitutivos do consórcio público.
corresponde à soma dos territórios:
I – dos Municípios, quando o consórcio público for consti- Art. 8º Os entes consorciados somente entregarão recursos
tuído somente por Municípios ou por um Estado e Municípios ao consórcio público mediante contrato de rateio.
com territórios nele contidos; § 1º O contrato de rateio será formalizado em cada exer-
II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal, quan- cício financeiro e seu prazo de vigência não será superior ao
do o consórcio público for, respectivamente, constituído por das dotações que o suportam, com exceção dos contratos
mais de 1 (um) Estado ou por 1 (um) ou mais Estados e o Dis- que tenham por objeto exclusivamente projetos consistentes
trito Federal; em programas e ações contemplados em plano plurianual ou
III – (VETADO) a gestão associada de serviços públicos custeados por tarifas
IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o consór- ou outros preços públicos.
cio for constituído pelo Distrito Federal e os Municípios; e § 2º É vedada a aplicação dos recursos entregues por
V – (VETADO) meio de contrato de rateio para o atendimento de despesas
§ 2º O protocolo de intenções deve definir o número de genéricas, inclusive transferências ou operações de crédito.
votos que cada ente da Federação consorciado possui na as- § 3º Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, bem
sembleia geral, sendo assegurado 1 (um) voto a cada ente como o consórcio público, são partes legítimas para exigir o
consorciado. cumprimento das obrigações previstas no contrato de rateio.
§ 3º É nula a cláusula do contrato de consórcio que pre- § 4º Com o objetivo de permitir o atendimento dos dispo-
veja determinadas contribuições financeiras ou econômicas sitivos da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, o
de ente da Federação ao consórcio público, salvo a doação, consórcio público deve fornecer as informações necessárias para
destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imóveis e as que sejam consolidadas, nas contas dos entes consorciados, to-
transferências ou cessões de direitos operadas por força de das as despesas realizadas com os recursos entregues em virtu-
gestão associada de serviços públicos. de de contrato de rateio, de forma que possam ser contabiliza-
§ 4º Os entes da Federação consorciados, ou os com eles das nas contas de cada ente da Federação na conformidade dos
conveniados, poderão ceder-lhe servidores, na forma e con- elementos econômicos e das atividades ou projetos atendidos.
dições da legislação de cada um. § 5º Poderá ser excluído do consórcio público, após prévia
§ 5º O protocolo de intenções deverá ser publicado na suspensão, o ente consorciado que não consignar, em sua lei or-
imprensa oficial. çamentária ou em créditos adicionais, as dotações suficientes para
suportar as despesas assumidas por meio de contrato de rateio.
Art. 5º O contrato de consórcio público será celebrado com
a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções. Art. 9º A execução das receitas e despesas do consórcio pú-
§ 1º O contrato de consórcio público, caso assim preveja blico deverá obedecer às normas de direito financeiro aplicáveis
cláusula, pode ser celebrado por apenas 1 (uma) parcela dos en- às entidades públicas.
tes da Federação que subscreveram o protocolo de intenções. Parágrafo único. O consórcio público está sujeito à fisca-
§ 2º A ratificação pode ser realizada com reserva que, lização contábil, operacional e patrimonial pelo Tribunal de
aceita pelos demais entes subscritores, implicará consorcia- Contas competente para apreciar as contas do Chefe do Poder
mento parcial ou condicional. Executivo representante legal do consórcio, inclusive quanto à
§ 3º A ratificação realizada após 2 (dois) anos da subscri- legalidade, legitimidade e economicidade das despesas, atos,
ção do protocolo de intenções dependerá de homologação contratos e renúncia de receitas, sem prejuízo do controle exter-
da assembleia geral do consórcio público. no a ser exercido em razão de cada um dos contratos de rateio.

108
CONHECIMENTOS GERAIS

Art. 10. (VETADO) V – a identificação dos bens que terão apenas a sua gestão
Parágrafo único. Os agentes públicos incumbidos da ges- e administração transferidas e o preço dos que sejam efetiva-
tão de consórcio não responderão pessoalmente pelas obriga- mente alienados ao contratado;
ções contraídas pelo consórcio público, mas responderão pelos VI – o procedimento para o levantamento, cadastro e ava-
atos praticados em desconformidade com a lei ou com as dis- liação dos bens reversíveis que vierem a ser amortizados me-
posições dos respectivos estatutos. diante receitas de tarifas ou outras emergentes da prestação
dos serviços.
Art. 11. A retirada do ente da Federação do consórcio públi- § 3º É nula a cláusula de contrato de programa que atri-
co dependerá de ato formal de seu representante na assembleia buir ao contratado o exercício dos poderes de planejamento,
geral, na forma previamente disciplinada por lei. regulação e fiscalização dos serviços por ele próprio presta-
§ 1º Os bens destinados ao consórcio público pelo con- dos.
sorciado que se retira somente serão revertidos ou retrocedi- § 4º O contrato de programa continuará vigente mesmo
dos no caso de expressa previsão no contrato de consórcio quando extinto o consórcio público ou o convênio de coope-
público ou no instrumento de transferência ou de alienação. ração que autorizou a gestão associada de serviços públicos.
§ 2º A retirada ou a extinção do consórcio público não § 5º Mediante previsão do contrato de consórcio públi-
prejudicará as obrigações já constituídas, inclusive os contra- co, ou de convênio de cooperação, o contrato de programa
tos de programa, cuja extinção dependerá do prévio paga- poderá ser celebrado por entidades de direito público ou pri-
mento das indenizações eventualmente devidas. vado que integrem a administração indireta de qualquer dos
entes da Federação consorciados ou conveniados.
Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de consórcio § 6º O contrato celebrado na forma prevista no § 5o deste
público dependerá de instrumento aprovado pela assembleia artigo será automaticamente extinto no caso de o contratado
geral, ratificado mediante lei por todos os entes consorciados. não mais integrar a administração indireta do ente da Federa-
§ 1º Os bens, direitos, encargos e obrigações decorren- ção que autorizou a gestão associada de serviços públicos por
tes da gestão associada de serviços públicos custeados por meio de consórcio público ou de convênio de cooperação.
tarifas ou outra espécie de preço público serão atribuídos aos § 7º Excluem-se do previsto no caput deste artigo as obri-
titulares dos respectivos serviços. gações cujo descumprimento não acarrete qualquer ônus, in-
§ 2º Até que haja decisão que indique os responsáveis clusive financeiro, a ente da Federação ou a consórcio público.
por cada obrigação, os entes consorciados responderão so-
Art. 14. A União poderá celebrar convênios com os consór-
lidariamente pelas obrigações remanescentes, garantindo o
cios públicos, com o objetivo de viabilizar a descentralização e a
direito de regresso em face dos entes beneficiados ou dos
prestação de políticas públicas em escalas adequadas.
que deram causa à obrigação.
Art. 15. No que não contrariar esta Lei, a organização e
Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por contrato
funcionamento dos consórcios públicos serão disciplinados pela
de programa, como condição de sua validade, as obrigações legislação que rege as associações civis.
que um ente da Federação constituir para com outro ente da
Federação ou para com consórcio público no âmbito de gestão Art. 16. O inciso IV do art. 41 da Lei nº 10.406, de 10 de
associada em que haja a prestação de serviços públicos ou a janeiro de 2002 - Código Civil, passa a vigorar com a seguinte
transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou redação:
de bens necessários à continuidade dos serviços transferidos.
§ 1º O contrato de programa deverá: “Art. 41. [...] IV – as autarquias, inclusive as associações pú-
I – atender à legislação de concessões e permissões de ser- blicas; [...]” (NR)
viços públicos e, especialmente no que se refere ao cálculo de
tarifas e de outros preços públicos, à de regulação dos serviços Art. 17. Os arts. 23, 24, 26 e 112 da Lei nº 8.666, de 21 de
a serem prestados; e junho de 1993, passam a vigorar com a seguinte redação:
II – prever procedimentos que garantam a transparência
da gestão econômica e financeira de cada serviço em relação a “Art. 23. [...]
cada um de seus titulares. § 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro
§ 2º No caso de a gestão associada originar a transferên- dos valores mencionados no caput deste artigo quando for-
cia total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens es- mado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando
senciais à continuidade dos serviços transferidos, o contrato formado por maior número.»
de programa, sob pena de nulidade, deverá conter cláusulas
que estabeleçam: “Art. 24. [...]
I – os encargos transferidos e a responsabilidade subsidiá- XXVI – na celebração de contrato de programa com ente
ria da entidade que os transferiu; da Federação ou com entidade de sua administração indireta,
II – as penalidades no caso de inadimplência em relação para a prestação de serviços públicos de forma associada nos
aos encargos transferidos; termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em
III – o momento de transferência dos serviços e os deveres convênio de cooperação.
relativos a sua continuidade; Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II
IV – a indicação de quem arcará com o ônus e os passivos do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para com-
do pessoal transferido; pras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, so-

109
CONHECIMENTOS GERAIS

ciedade de economia mista, empresa pública e por autarquia QUESTÃO


ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Exe-
cutivas.” (NR) 01) “‘Monopólio’ brasileiro do nióbio gera cobiça mun-
dial, controvérsia e mitos. Com 98% das reservas, Brasil não
“Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no tem política específica para o mineral. Exportações cres-
inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade re- ceram 110% em 10 anos e somaram US$ 1,8 bi em 2012.”
feridas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento Em relação ao nióbio brasileiro, assinale a alternativa
previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão correta.
ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, A O depósito localizado no carbonatito do barreiro em
para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 Araxá (MG) é responsável pela maior produção brasileira. O
(cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos” (NR). nióbio é considerado fundamental para a indústria de alta
tecnologia, como os tomógrafos de ressonância magnéti-
“Art. 112. [...]
ca, para a indústria aeroespacial, entre outras.
§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação da
B As maiores reservas de nióbio estão localizadas na
qual, nos termos do edital, decorram contratos administrati-
Amazônia (75%), onde a empresa Vale detém o monopólio
vos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da Fede-
ração consorciados. de exploração e comercialização.
§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanha- C O nióbio é um mineral nobre e raro encontrado em
mento da licitação e da execução do contrato.» (NR) poucos países e seu preço está muito próximo do valor do
ouro, o que levou Walter Moreira Salles, banqueiro brasilei-
Art. 18. O art. 10 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, ro, a investir na extração desse minério.
passa a vigorar acrescido dos seguintes incisos: D O fato de o Brasil possuir cerca de 98% das reser-
“Art. 10. [...] vas conhecidas garante ao país muitos anos de monopólio
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha da oferta. Devido ao crescimento da intensidade de uso e
por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão das inúmeras possibilidades de aplicações, a relevância e
associada sem observar as formalidades previstas na lei; a valorização desse mineral são comparadas ao ouro e ao
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem petróleo.
suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as E A oferta de nióbio está praticamente toda nas mãos
formalidades previstas na lei.” (NR) das duas gigantes mineradoras que operam no país, a es-
tatal Companhia Siderúrgica Nacional e a Anglo American.
Art. 19. O disposto nesta Lei não se aplica aos convênios de
cooperação, contratos de programa para gestão associada de Resposta: A
serviços públicos ou instrumentos congêneres, que tenham sido
celebrados anteriormente a sua vigência.

Art. 20. O Poder Executivo da União regulamentará o dis-


posto nesta Lei, inclusive as normas gerais de contabilidade pú-
blica que serão observadas pelos consórcios públicos para que
sua gestão financeira e orçamentária se realize na conformida-
de dos pressupostos da responsabilidade fiscal.

Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 6 de abril de 2005; 184º da Independência e 117º


da República.

110
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE GOIÁS

Em atendimento à Lei Nº 14.911 de 11 de agosto de 2004, serão cobrados conhecimentos de História Política, Econômi-
ca e Social do Estado de Goiás; Cultura Goiana; Aspectos Ambientais da Geografia do Estado de Goiás; Regionalização
e Caracterização das Regiões Goianas; Urbanização, Migração e Densidade Populacional do Estado de Goiás; Realidade
Étnica e Social do Estado de Goiás.................................................................................................................................................................... 01
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE GOIÁS

que os mutilavam fisicamente e psicologicamente de forma


EM ATENDIMENTO À LEI ESTADUAL N. irremediável. Sob essas condições em média os africanos
14.911 DE 11 DE AGOSTO DE 2004, SERÃO escravos tinham uma sobrevida de oito anos. Os indígenas
COBRADOS CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA também foram submetidos a tais condições, porém não se
POLÍTICA, ECONÔMICA E SOCIAL DO adaptaram. O segundo elemento catalisador do processo foi
ESTADO DE GOIÁS; CULTURA GOIANA; a descoberta de novos achados. Esses direcionavam o fluxo
da população, descobria-se uma nova mina e, pronto, surgia
ASPECTOS AMBIENTAIS DA GEOGRAFIA
uma nova vila, geralmente às margens de um rio.
DO ESTADO DE GOIÁS; REGIONALIZAÇÃO E
“O mineiro extraía o ouro e podia usá-lo como moeda
CARACTERIZAÇÃO DAS REGIÕES GOIANAS;
no território das minas, pois, proibida a moeda de ouro, o
URBANIZAÇÃO, MIGRAÇÃO E DENSIDADE ouro em pó era a única moeda em circulação. No momento
POPULACIONAL DO ESTADO DE GOIÁS; em que decidisse retirar o seu ouro para outras capitanias
REALIDADE ÉTNICA E SOCIAL DO ESTADO DE é que lhe urgia a obrigação de fundi-lo e pagar o quinto”.
GOIÁS. (PALACÍN, 1994, p. 44).
Nessa economia onde a descoberta e extração de ouro
para o enriquecimento era o sentido dominante na consciên-
A Extração Aurífera cia das pessoas, o comerciante lucrou enormemente porque
O elemento que legitimava as ações de controle político havia uma infinidade de necessidades dos habitantes, que
e econômico da metrópole sobre a colônia era o Pacto Co- deveriam ser sanadas. A escassez da oferta ocasionava valori-
lonial, este tornava a segunda uma extensão da primeira e zação dos produtos de primeira necessidade e assim grande
por isso nela vigoravam todos os mandos e desmandos do parte do ouro que era extraído das lavras acabava chegando
soberano, inclusive havia grande esforço da metrópole no às mãos do comerciante, que era quem na maioria das vezes
sentido de reprimir a dedicação a outras atividades que não o direcionava para as casas de fundição. Inicialmente, todo
fossem a extração aurífera, tais como agricultura e pecuária, ouro para ser quintado deveria ser encaminhado para a ca-
que inicialmente existiam estritamente para a subsistência. pitania de São Paulo, posteriormente de acordo com Palacin
A explicação para tal intransigência era simples: aumentar a (1975, p. 20) foram criadas “duas Casas de Fundição na Capi-
arrecadação pela elevação da extração. tania de Goiás: uma em Vila Boa, atendendo à produção do
O ouro era retirado das datas que eram concedidas com sul e outra em S. Félix para atender o norte.”
privilégios a quem as encontrassem. De acordo com Salles, A Produção de Ouro Em Goiás
ao descobridor cabia os “melhores cabedais o direito de so- A partir do ano de 1725 o território goiano inicia sua pro-
cavar vários locais, e escolher com segurança a mina mais dução aurífera. Os primeiros anos são repletos de achados.
lucrativa, assim como situar outras jazidas sem que outro Vários arraiais vão se formando onde ocorrem os novos des-
trabalho lhe fosse reservado, senão o de reconhecer o acha- cobertas, o ouro extraído das datas era fundido na Capitania
do, legalizá-lo e receber o respectivo tributo, era vantajosa de São Paulo, para “lá, pois, deviam ir os mineiros com seu
política para a administração portuguesa. Ao particular, to- ouro em pó, para fundi-lo, recebendo de volta, depois de
das as responsabilidades seduzindo-o com vantagens indis- descontado o quinto, o ouro em barras de peso e toque con-
criminadas, porém temporárias”. (SALLES, 1992, p.131)
trastados e sigilados com o selo real.” (PALACÍN, 1994, p. 44)
À metrópole Portuguesa em contrapartida cabia ape-
Os primeiros arraiais vão se formando aos arredores do
nas o bônus de receber os tributos respaldados pelo pacto
rio vermelho, Anta, Barra, Ferreiro, Ouro Fino e Santa Rita que
colonial e direcionar uma parte para manutenção dos luxos
contribuíram para a atração da população. À medida que vão
da coroa e do clero e outra, uma boa parte desse numerá-
rio, era canalizada para a Inglaterra com quem a metrópole surgindo novos descobertos os arraiais vão se multiplicando
mantinha alguns tratados comerciais que serviam apenas por todo o território. A Serra dos Pirineus em 1731 dará ori-
para canalizar o ouro para o sistema financeiro inglês. gem à Meia Ponte, importante elo de comunicação, devido a
“Os Quintos Reais, os Tributos de Ofícios e um por cento sua localização. Na Região Norte, foram descobertas outras
sobre os contratos pertenciam ao Real Erário e eram remeti- minas, Maranhão (1730), Água Quente (1732), Natividade
dos diretamente a Lisboa, enquanto sob a jurisdição de São (1734), Traíras (1735), São José (1736), São Félix (1736), Pontal
Paulo, o excedente das rendas da Capitania eram enviados e Porto Real (1738), Arraias e Cavalcante (1740), Pilar (1741),
à sede do governo e muitas vezes redistribuídos para cobri- Carmo (1746), Santa Luzia (1746) e Cocal (1749).
rem as despesas de outras localidades carentes”. (SALLES, Toda essa expansão demográfica serviu para disseminar
1992, p.140) focos de população em várias partes do território e, dessa
O um dos fatores que contribuiu para o sucesso da forma, estruturar economicamente e administrativamente
empresa mineradora foi sem nenhuma sombra de dúvidas várias localidades, mesmo que sobre o domínio da metrópo-
o trabalho compulsório dos escravos africanos, expostos a le Portuguesa, onde toda produção que não sofria o desca-
condições de degradação, tais como: grande período de ex- minho era taxada. “Grande importância é conferida ao siste-
posição ao sol, manutenção do corpo por longas horas mer- ma administrativo e fiscal das Minas; nota-se a preocupação
gulhado parcialmente em água e em posições inadequadas. de resguardar os descaminhos do ouro, mas também a de
Além disso, ainda eram submetidos a violências diversas, controlar a distribuição dos gêneros.” (SALLES, 1992, p.133)

1
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE GOIÁS

Apesar de todo o empenho que era direcionado para a contenção do contrabando, como a implantação de casas de
fundição, isolamento de minas, proibição de utilização de caminhos não oficiais, revistas rigorosas, e aplicação de castigos pe-
nosos aos que fossem pegos praticando; o contrabando se fazia presente, primeiro devido à insatisfação do povo em relação a
grande parte do seu trabalho, que era destinada ao governo, e, em segundo, em razão da incapacidade de controle efetivo de
uma região enorme. Dessa forma se todo ouro objeto de contrabando, que seguiu por caminhos obscuros, florestas e portos,
tivesse sido alvo de mensuração a produção desse metal em Goiás seria bem mais expressiva. Os dados oficiais disponíveis
sobre a produção aurífera na época são inconsistentes por não serem resultado de trabalho estatístico, o que contribui para
uma certa disparidade de dados obtidos em obras distintas, mesmo assim retratam uma produção tímida ao ser comparado a
Minas Gerais. A produção do ouro em Goiás de 1730 a 1734 atingiu 1.000 kg, o pico de produção se dá de 1750 a 1754, sendo
um total de 5.880 kg. Há vários relatos de que o ano de maior produção foi o de 1.753, já de 1785 a 1789, a produção fica em
apenas 1.000 kg, decaindo nos anos seguintes, conforme tabela 1.

Palacin (1975) também apresenta dados dessa curta temporada de extração do ouro em Goiás.

A produção do ouro foi “subindo constantemente desde o descobrimento até 1753, ano mais elevado com uma produção
de 3.060 kg. Depois decaiu lentamente até 1778 (produção: 1.090), a partir desta data a decadência cada vez é mais acentuada
(425 kg em 1800) até quase desaparecer” (20 kg. Em 1822). (PALACÍN, 1975, p. 21). Foram utilizadas duas formas de recolhi-
mento de tributos sobre a produção: o Quinto e a Capitação. E essas formas se alternaram à medida que a efetividade de sua
arrecadação foi reduzindo. O fato gerador da cobrança do quinto ocorria no momento em que o ouro era entregue na casa
de fundição, para ser fundido, onde era retirada a quinta parte do montante entregue e direcionada ao soberano sem nenhum
ônus para o mesmo. A tabela 2 mostra os rendimentos do Quinto do ouro. Observa-se que como citado anteriormente o ano
de 1753 foi o de maior arrecadação e pode-se ver também que a produção de Minas Gerais foi bem superior a Goiana.

2
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE GOIÁS

A capitação era cobrada percapita de acordo com o “A falta de experiência, a ambição do governo, e, em
quantitativo de escravos, nesse caso se estabelecia uma pro- parte, o desconhecimento do País, mal organizado e quase
dutividade média por escravo e cobrava-se o tributo. despovoado, deram lugar a muitas leis inadequadas, que pro-
“Para os escravos e trabalhadores livres na mineração, vocavam a ruína rápida desse notável ramo de atividade, im-
fez-se uma tabela baseada na produtividade média de uma portante fonte de renda para o Estado. De nenhuma dessas
oitava e meia de ouro por semana, arbitrando-se em 4 oitavas leis numerosas que tem aparecido até hoje se pode dizer pro-
e ¾ o tributo devido anualmente por trabalhador, compreen- priamente que tivesse por finalidade a proteção da indústria
dendo a oitava 3.600 gramas de ouro, no valor de 1$200 ou do ouro. Ao contrário, todas elas apenas visavam o aumento a
1$500 conforme a época”. (SALLES, 1992, p.142) todo custo da produção, com o estabelecimento de medidas
Além do quinto e da capitação havia outros dispêndios que assegurassem a parte devida à Coroa”. (PALACÍN, 1994,
como pagamento do imposto das entradas, os dízimos sobre p.120)
os produtos agropecuários, passagens nos portos, e subornos É certo que a grande ambição do soberano em mui-
de agentes públicos; tudo isso tornava a atividade lícita mui- to prejudicou a empresa mineradora e o contrabando agiu
to onerosa e o contrabando bastante atraente, tais cobranças como medida mitigadora desse apetite voraz, porém com
eram realizadas por particulares que obtinham mediante pa- a decadência nem mesmo aos comerciantes, que foram os
gamento antecipado à coroa Portuguesa o direito de rece- grandes beneficiados economicamente, restaram recursos
ber as rendas, os poderes de aplicar sanções e o risco de um para prosseguir. O restabelecimento da atividade extrativa
eventual prejuízo. exigia a criação de novas técnicas e novos processos algo que
A redução da produtividade foi um grande problema não se desenvolveu nas décadas em que houve prosperidade,
para a manutenção da estabilidade das receitas provenientes não poderia ser desenvolvido de imediato.
das minas. À medida que o ouro de superfície, de fácil extração, vai
“A diminuição da produtividade iniciou-se já nos primei- se escasseando ocorre a necessidade de elevação do quanti-
ros anos, mas começou a tornar-se um problema grave de- tativo do elemento motriz minerador, o escravo, desse modo:
pois de 1750; nos dez primeiros anos (1726-1735), um escra- “As lavras operavam a custos cada vez mais elevados, ain-
vo podia produzir até perto de 400 gramas de ouro por ano; da mais pelo fato de parte da escravaria estar voltada também
nos 15 anos seguintes (1736-1750) já produzia menos de 300; para atividades complementares. O adiantamento de capital
a partir de 1750 não chegava a 200, e mais tarde, em plena em escravos, a vida curta deles aliada à baixa produtividade
decadência, a produção era semelhante à dos garimpeiros de nas minas fatalmente conduziram empreendimentos à insol-
hoje: pouco mais de 100 gramas”. (PALACÍN, 1975, p.21) vência e falência”. (ESTEVAM, 2004, p. 34)
Essa baixa na produtividade era consequência do esgota- Após verificar o inevitável esgotamento do sistema eco-
mento do sistema que tinha como base a exploração de veios nômico baseado na extração do ouro a partir do segundo
auríferos superficiais, a escassez de qualificação de mão de quartel do século XVIII, o governo Português implanta algu-
obra e equipamentos apropriados, que pudessem proporcio- mas medidas visando reerguer a economia no território, den-
nar menor desperdício , o não surgimento de novas técnicas tre elas o incentivo à agricultura e à manufatura, e a navega-
capazes de reinventar tal sistema, além da cobrança descabi- ção dos rios Araguaia, Tocantins, e Paranaíba, que se fizeram
da de impostos, taxas e contribuições, que desanimavam o indiferentes ao desenvolvimento do sistema. Ocorre então a
mais motivado minerador. falência do sistema e o estabelecimento de uma economia de
A Decadência da Mineração subsistência, com ruralização da população e o consequente
A diminuição da produtividade das minas é a característi- empobrecimento cultural.
ca marcante do início da decadência do sistema, como citado “Mas, tão logo os veios auríferos escassearam, numa téc-
anteriormente, esse fenômeno passa a ocorrer já nos primei- nica rudimentar, dificultando novos descobertos, a pobreza,
ros anos após a descoberta, porém não é possível afirmar que com a mesma rapidez, substituiu a riqueza, Goiás, apesar de
nessa época seja consequência do esgotamento do minério, sua aparente embora curta prosperidade, nunca passou real-
devido a outros fatores econômicos e administrativos, como mente, de um pouso de aventureiros que abandonavam o lu-
a escassez de mão-de-obra e a vinculação à capitania de São gar, logo que as minas começavam a dar sinais de cansaço”.
Paulo. (PALACÍN, 1975, p.44).
Para efeito de análise pode-se convencionar o ano de A Decadência econômica de Goiás
1753, o de maior produção, como o divisor de águas que dá Essa conclusão pode ser atribuída ao século XIX devido ao
início à efetiva derrocada da produção que se efetivará no desmantelamento da economia decorrente do esgotamento
século seguinte. do produto chave e o consequente empobrecimento sócio
O fato é que com a exaustão das minas superficiais e o cultural. Os últimos descobertos de relevância são as minas
fim dos novos descobertos, fatores dinâmicos da manutenção de Anicuns em 1809, que serviram para animar novamente os
do processo expansionista da mineração aurífera, a economia ânimos. Inicialmente a extração gerou ganhos muito eleva-
entra em estagnação, o declínio da população ocasionado dos, porém após três anos já apresentava uma produção bem
pelo fim da imigração reflete claramente a desaceleração de inferior, além disso, os constantes atritos entre os “cotistas”
vários setores como o comércio responsável pela manuten- levaram o empreendimento a falência.
ção da oferta de gêneros oriundos das importações. A agro- A característica básica do século em questão foi a tran-
pecuária que, embora sempre orientada para a subsistência, sição da economia extrativa mineral para a agropecuária, os
fornecia alguns elementos e o próprio setor público sofria esforços continuados do império em estabelecer tal econo-
com a queda da arrecadação. mia acabaram se esbarrando, nas restrições legais que foram

3
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE GOIÁS

impostas inicialmente, como forma de coibir tais atividades, a que eram consumidoras de produtos de primeira necessidade
exemplo da taxação que recaía sobre os agricultores, e tam- passaram a produzir tais produtos e as regiões centrais, antes
bém em outros fatores de ordem econômica, como a inexis- produtoras desses produtos passaram a produzir os produtos
tência de um sistema de escoamento adequado, o que in- industrializados que antes eram importados.
viabilizava as exportações pelo alto custo gerado, e cultural, “Enquanto o Centro-Sul se efetivava como a periferia do
onde predominava o preconceito contra as atividades agro- capitalismo mundial, outras regiões faziam o papel de peri-
pastoris, já que a profissão de minerador gerava status social feria do Centro-Sul, ou seja, a periferia da periferia, como já
na época. vinha acontecendo no Rio Grande do Sul e o Nordeste, por
Desse modo a agricultura permaneceu orientada basica- exemplo”. (FAYAD, 1999, p.23)
mente para a subsistência em conjunto com as trocas intra Fonte: http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/
regionais, já a pecuária se potencializou devido à capacidade 2014-01/a-mineracao-em-goias-e-o-desenvolvimento-
do gado em se mover até o destino e a existência de grandes do-estado.pdf
pastagens naturais em certas localidades, favorecendo a pe-
cuária extensiva. Nesse sentido, os pecuaristas passam a atuar A Extração Aurífera
de forma efetiva na exportação de gado fornecendo para a O elemento que legitimava as ações de controle político
Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, e Pará. Segundo Bertran: e econômico da metrópole sobre a colônia era o Pacto Colo-
“a pecuária de exportação existia em Goiás como uma nial, este tornava a segunda uma extensão da primeira e por
extensão dos currais do Vale do São Francisco, mobilizando isso nela vigoravam todos os mandos e desmandos do sobe-
as regiões da Serra Geral do Nordeste Goiano, (de Arraias a rano, inclusive havia grande esforço da metrópole no sentido
Flores sobretudo), com 230 fazendas consagradas à criação. de reprimir a dedicação a outras atividades que não fossem a
Mais para o interior, sobre as chapadas do Tocantins, na vasta extração aurífera, tais como agricultura e pecuária, que inicial-
extensão entre Traíras e Natividade contavam outras 250. Em mente existiam estritamente para a subsistência. A explicação
todo o restante de Goiás, não havia senão outras 187 fazen- para tal intransigência era simples: aumentar a arrecadação
das de criação”. (BERTRAN, 1988, p.43) pela elevação da extração.
A existência de uma pecuária incipiente favoreceu o de- O ouro era retirado das datas que eram concedidas com
senvolvimento de vários curtumes nos distritos. Conforme privilégios a quem as encontrassem. De acordo com Salles, ao
Bertran (1988) chegou a existir em Goiás 300 curtumes, no descobridor cabia os “melhores cabedais o direito de socavar
final do século XIX. Por outro lado, apesar do escasseamento
vários locais, e escolher com segurança a mina mais lucrativa,
das minas e a ruralização da população, a mineração exercida
assim como situar outras jazidas sem que outro trabalho lhe
de modo precário nunca deixou de existir, o que constituiu
fosse reservado, senão o de reconhecer o achado, legalizá-lo
em mais um obstáculo para a implantação da agropecuária.
e receber o respectivo tributo, era vantajosa política para a
Outra dificuldade foi a falta de mão de obra para a agrope-
administração portuguesa. Ao particular, todas as responsa-
cuária, visto que grande parte da população se deslocou para
bilidades seduzindo-o com vantagens indiscriminadas, porém
outras localidades do país, onde poderiam ter outras oportu-
nidades. Isto tudo não permitiu o avanço da agricultura nem temporárias”. (SALLES, 1992, p.131)
uma melhor expansão da pecuária, que poderia ter alcançado À metrópole Portuguesa em contrapartida cabia apenas
níveis mais elevados. o bônus de receber os tributos respaldados pelo pacto co-
Do ponto de vista cultural ocorre uma “aculturação” da lonial e direcionar uma parte para manutenção dos luxos da
população remanescente ruralizada. Segundo Palacin: coroa e do clero e outra, uma boa parte desse numerário, era
“Os viajantes europeus do século XIX aludem a uma re- canalizada para a Inglaterra com quem a metrópole mantinha
gressão sócio cultural, onde os brancos assimilaram os costu- alguns tratados comerciais que serviam apenas para canalizar
mes dos selvagens, habitam choupanas, não usam o sal, não o ouro para o sistema financeiro inglês.
vestem roupas, não circula moeda... Tão grande era a pobreza “Os Quintos Reais, os Tributos de Ofícios e um por cento
das populações que se duvidou ter havido um período ante- sobre os contratos pertenciam ao Real Erário e eram remeti-
rior com outras características”. (PALACÍN, 1975, p.46) dos diretamente a Lisboa, enquanto sob a jurisdição de São
Desse modo o Estado de Goiás chegou ao século XX Paulo, o excedente das rendas da Capitania eram enviados à
como um território inexpressivo economicamente e sem re- sede do governo e muitas vezes redistribuídos para cobrirem
presentatividade política e cultural. Nesse século iria se con- as despesas de outras localidades carentes”. (SALLES, 1992,
cretizar a agropecuária no Estado, como consequência do p.140)
processo de expansão da fronteira agrícola para a região cen- O um dos fatores que contribuiu para o sucesso da em-
tral do país. Nas primeiras décadas do século em questão, o presa mineradora foi sem nenhuma sombra de dúvidas o tra-
Estado permaneceu com baixíssima densidade demográfica, balho compulsório dos escravos africanos, expostos a condi-
onde a maioria da população se encontrava espalhada por ções de degradação, tais como: grande período de exposição
áreas remotas do território, modificando-se apenas na segun- ao sol, manutenção do corpo por longas horas mergulhado
da metade do mesmo século. parcialmente em água e em posições inadequadas. Além dis-
O deslocamento da fronteira agrícola para as regiões so, ainda eram submetidos a violências diversas, que os muti-
centrais do país foi resultado da própria dinâmica do desen- lavam fisicamente e psicologicamente de forma irremediável.
volvimento de regiões como São Paulo, Minas Gerais e o Sul Sob essas condições em média os africanos escravos tinham
do País, que ao adaptarem sua economia com os princípios uma sobrevida de oito anos. Os indígenas também foram
capitalistas realizaram uma inversão de papéis, onde regiões submetidos a tais condições, porém não se adaptaram.

4
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE GOIÁS

O segundo elemento catalisador do processo foi a descoberta de novos achados. Esses direcionavam o fluxo da população,
descobria-se uma nova mina e, pronto, surgia uma nova vila, geralmente às margens de um rio.
“O mineiro extraía o ouro e podia usá-lo como moeda no território das minas, pois, proibida a moeda de ouro, o ouro em
pó era a única moeda em circulação. No momento em que decidisse retirar o seu ouro para outras capitanias é que lhe urgia a
obrigação de fundi-lo e pagar o quinto”. (PALACÍN, 1994, p. 44).
Nessa economia onde a descoberta e extração de ouro para o enriquecimento era o sentido dominante na consciência das
pessoas, o comerciante lucrou enormemente porque havia uma infinidade de necessidades dos habitantes, que deveriam ser sa-
nadas. A escassez da oferta ocasionava valorização dos produtos de primeira necessidade e assim grande parte do ouro que era
extraído das lavras acabava chegando às mãos do comerciante, que era quem na maioria das vezes o direcionava para as casas
de fundição. Inicialmente, todo ouro para ser quintado deveria ser encaminhado para a capitania de São Paulo, posteriormente
de acordo com Palacin (1975, p. 20) foram criadas “duas Casas de Fundição na Capitania de Goiás: uma em Vila Boa, atendendo
à produção do sul e outra em S. Félix para atender o norte.”

A Produção de Ouro Em Goiás


A partir do ano de 1725 o território goiano inicia sua produção aurífera. Os primeiros anos são repletos de achados. Vários
arraiais vão se formando onde ocorrem os novos descobertas, o ouro extraído das datas era fundido na Capitania de São Paulo,
para “lá, pois, deviam ir os mineiros com seu ouro em pó, para fundi-lo, recebendo de volta, depois de descontado o quinto, o
ouro em barras de peso e toque contrastados e sigilados com o selo real.” (PALACÍN, 1994, p. 44)
Os primeiros arraiais vão se formando aos arredores do rio vermelho, Anta, Barra, Ferreiro, Ouro Fino e Santa Rita que con-
tribuíram para a atração da população. À medida que vão surgindo novos descobertos os arraiais vão se multiplicando por todo
o território. A Serra dos Pirineus em 1731 dará origem à Meia Ponte, importante elo de comunicação, devido a sua localização.
Na Região Norte, foram descobertas outras minas, Maranhão (1730), Água Quente (1732), Natividade (1734), Traíras (1735), São
José (1736), São Félix (1736), Pontal e Porto Real (1738), Arraias e Cavalcante (1740), Pilar (1741), Carmo (1746), Santa Luzia (1746)
e Cocal (1749).
Toda essa expansão demográfica serviu para disseminar focos de população em várias partes do território e, dessa forma,
estruturar economicamente e administrativamente várias localidades, mesmo que sobre o domínio da metrópole Portuguesa,
onde toda produção que não sofria o descaminho era taxada. “Grande importância é conferida ao sistema administrativo e fiscal
das Minas; nota-se a preocupação de resguardar os descaminhos do ouro, mas também a de controlar a distribuição dos gêne-
ros.” (SALLES, 1992, p.133)
Apesar de todo o empenho que era direcionado para a contenção do contrabando, como a implantação de casas de fun-
dição, isolamento de minas, proibição de utilização de caminhos não oficiais, revistas rigorosas, e aplicação de castigos penosos
aos que fossem pegos praticando; o contrabando se fazia presente, primeiro devido à insatisfação do povo em relação a grande
parte do seu trabalho, que era destinada ao governo, e, em segundo, em razão da incapacidade de controle efetivo de uma
região enorme. Dessa forma se todo ouro objeto de contrabando, que seguiu por caminhos obscuros, florestas e portos, tivesse
sido alvo de mensuração a produção desse metal em Goiás seria bem mais expressiva.
Os dados oficiais disponíveis sobre a produção aurífera na época são inconsistentes por não serem resultado de trabalho es-
tatístico, o que contribui para uma certa disparidade de dados obtidos em obras distintas, mesmo assim retratam uma produção
tímida ao ser comparado a Minas Gerais. A produção do ouro em Goiás de 1730 a 1734 atingiu 1.000 kg, o pico de produção se
dá de 1750 a 1754, sendo um total de 5.880 kg. Há vários relatos de que o ano de maior produção foi o de 1.753, já de 1785 a
1789, a produção fica em apenas 1.000 kg, decaindo nos anos seguintes, conforme tabela 1.

Palacin (1975) também apresenta dados dessa curta temporada de extração do ouro em Goiás.
A produção do ouro foi “subindo constantemente desde o descobrimento até 1753, ano mais elevado com uma produção
de 3.060 kg. Depois decaiu lentamente até 1778 (produção: 1.090), a partir desta data a decadência cada vez é mais acentuada
(425 kg em 1800) até quase desaparecer” (20 kg. Em 1822). (PALACÍN, 1975, p. 21).

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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE GOIÁS

Foram utilizadas duas formas de recolhimento de tributos “A diminuição da produtividade iniciou-se já nos primei-
sobre a produção: o Quinto e a Capitação. E essas formas se ros anos, mas começou a tornar-se um problema grave de-
alternaram à medida que a efetividade de sua arrecadação foi pois de 1750; nos dez primeiros anos (1726-1735), um escra-
reduzindo. O fato gerador da cobrança do quinto ocorria no vo podia produzir até perto de 400 gramas de ouro por ano;
momento em que o ouro era entregue na casa de fundição, nos 15 anos seguintes (1736-1750) já produzia menos de 300;
para ser fundido, onde era retirada a quinta parte do mon- a partir de 1750 não chegava a 200, e mais tarde, em plena
tante entregue e direcionada ao soberano sem nenhum ônus decadência, a produção era semelhante à dos garimpeiros de
para o mesmo. A tabela 2 mostra os rendimentos do Quinto hoje: pouco mais de 100 gramas”. (PALACÍN, 1975, p.21)
do ouro. Observa-se que como citado anteriormente o ano Essa baixa na produtividade era consequência do esgota-
de 1753 foi o de maior arrecadação e pode-se ver também mento do sistema que tinha como base a exploração de veios
que a produção de Minas Gerais foi bem superior a Goiana. auríferos superficiais, a escassez de qualificação de mão de
obra e equipamentos apropriados, que pudessem proporcio-
nar menor desperdício , o não surgimento de novas técnicas
capazes de reinventar tal sistema, além da cobrança descabi-
da de impostos, taxas e contribuições, que desanimavam o
mais motivado minerador.
A Decadência da Mineração
A diminuição da produtividade das minas é a característi-
ca marcante do início da decadência do sistema, como citado
anteriormente, esse fenômeno passa a ocorrer já nos primei-
ros anos após a descoberta, porém não é possível afirmar que
nessa época seja consequência do esgotamento do minério,
devido a outros fatores econômicos e administrativos, como
a escassez de mão-de-obra e a vinculação à capitania de São
Paulo.
Para efeito de análise pode-se convencionar o ano de
1753, o de maior produção, como o divisor de águas que dá
início à efetiva derrocada da produção que se efetivará no
século seguinte.
O fato é que com a exaustão das minas superficiais e o
fim dos novos descobertos, fatores dinâmicos da manutenção
do processo expansionista da mineração aurífera, a economia
entra em estagnação, o declínio da população ocasionado
pelo fim da imigração reflete claramente a desaceleração de
vários setores como o comércio responsável pela manuten-
ção da oferta de gêneros oriundos das importações. A agro-
pecuária que, embora sempre orientada para a subsistência,
fornecia alguns elementos e o próprio setor público sofria
com a queda da arrecadação.
“A falta de experiência, a ambição do governo, e, em parte,
A capitação era cobrada percapita de acordo com o o desconhecimento do País, mal organizado e quase despovoa-
quantitativo de escravos, nesse caso se estabelecia uma pro- do, deram lugar a muitas leis inadequadas, que provocavam a
dutividade média por escravo e cobrava-se o tributo. ruína rápida desse notável ramo de atividade, importante fonte
“Para os escravos e trabalhadores livres na mineração, de renda para o Estado. De nenhuma dessas leis numerosas
fez-se uma tabela baseada na produtividade média de uma que tem aparecido até hoje se pode dizer propriamente que
oitava e meia de ouro por semana, arbitrando-se em 4 oitavas tivesse por finalidade a proteção da indústria do ouro. Ao con-
e ¾ o tributo devido anualmente por trabalhador, compreen- trário, todas elas apenas visavam o aumento a todo custo da
dendo a oitava 3.600 gramas de ouro, no valor de 1$200 ou produção, com o estabelecimento de medidas que asseguras-
1$500 conforme a época”. (SALLES, 1992, p.142) sem a parte devida à Coroa”. (PALACÍN, 1994, p.120)
Além do quinto e da capitação havia outros dispêndios É certo que a grande ambição do soberano em mui-
como pagamento do imposto das entradas, os dízimos sobre to prejudicou a empresa mineradora e o contrabando agiu
os produtos agropecuários, passagens nos portos, e subornos como medida mitigadora desse apetite voraz, porém com
de agentes públicos; tudo isso tornava a atividade lícita mui- a decadência nem mesmo aos comerciantes, que foram os
to onerosa e o contrabando bastante atraente, tais cobranças grandes beneficiados economicamente, restaram recursos
eram realizadas por particulares que obtinham mediante pa- para prosseguir. O restabelecimento da atividade extrativa
gamento antecipado à coroa Portuguesa o direito de rece- exigia a criação de novas técnicas e novos processos algo que
ber as rendas, os poderes de aplicar sanções e o risco de um não se desenvolveu nas décadas em que houve prosperidade,
eventual prejuízo. não poderia ser desenvolvido de imediato.
A redução da produtividade foi um grande problema À medida que o ouro de superfície, de fácil extração, vai
para a manutenção da estabilidade das receitas provenientes se escasseando ocorre a necessidade de elevação do quanti-
das minas. tativo do elemento motriz minerador, o escravo, desse modo:

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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE GOIÁS

“As lavras operavam a custos cada vez mais elevados, ain- A existência de uma pecuária incipiente favoreceu o desen-
da mais pelo fato de parte da escravaria estar voltada também volvimento de vários curtumes nos distritos. Conforme Bertran
para atividades complementares. O adiantamento de capital (1988) chegou a existir em Goiás 300 curtumes, no final do sé-
em escravos, a vida curta deles aliada à baixa produtividade culo XIX. Por outro lado, apesar do escasseamento das minas
nas minas fatalmente conduziram empreendimentos à insol- e a ruralização da população, a mineração exercida de modo
vência e falência”. (ESTEVAM, 2004, p. 34) precário nunca deixou de existir, o que constituiu em mais um
Após verificar o inevitável esgotamento do sistema eco- obstáculo para a implantação da agropecuária. Outra dificulda-
nômico baseado na extração do ouro a partir do segundo de foi a falta de mão de obra para a agropecuária, visto que
quartel do século XVIII, o governo Português implanta algu- grande parte da população se deslocou para outras localidades
mas medidas visando reerguer a economia no território, den- do país, onde poderiam ter outras oportunidades. Isto tudo não
tre elas o incentivo à agricultura e à manufatura, e a navega- permitiu o avanço da agricultura nem uma melhor expansão da
ção dos rios Araguaia, Tocantins, e Paranaíba, que se fizeram pecuária, que poderia ter alcançado níveis mais elevados.
indiferentes ao desenvolvimento do sistema. Ocorre então a Do ponto de vista cultural ocorre uma “aculturação” da
falência do sistema e o estabelecimento de uma economia de população remanescente ruralizada. Segundo Palacin:
subsistência, com ruralização da população e o consequente “Os viajantes europeus do século XIX aludem a uma re-
empobrecimento cultural. gressão sócio cultural, onde os brancos assimilaram os costu-
“Mas, tão logo os veios auríferos escassearam, numa téc- mes dos selvagens, habitam choupanas, não usam o sal, não
nica rudimentar, dificultando novos descobertos, a pobreza, vestem roupas, não circula moeda... Tão grande era a pobreza
com a mesma rapidez, substituiu a riqueza, Goiás, apesar de das populações que se duvidou ter havido um período ante-
sua aparente embora curta prosperidade, nunca passou real- rior com outras características”. (PALACÍN, 1975, p.46)
mente, de um pouso de aventureiros que abandonavam o lu- Desse modo o Estado de Goiás chegou ao século XX
gar, logo que as minas começavam a dar sinais de cansaço”. como um território inexpressivo economicamente e sem re-
(PALACÍN, 1975, p.44). presentatividade política e cultural. Nesse século iria se con-
A Decadência econômica de Goiás cretizar a agropecuária no Estado, como consequência do
Essa conclusão pode ser atribuída ao século XIX devido ao processo de expansão da fronteira agrícola para a região cen-
desmantelamento da economia decorrente do esgotamento tral do país. Nas primeiras décadas do século em questão, o
do produto chave e o consequente empobrecimento sócio Estado permaneceu com baixíssima densidade demográfica,
cultural. Os últimos descobertos de relevância são as minas onde a maioria da população se encontrava espalhada por
de Anicuns em 1809, que serviram para animar novamente os áreas remotas do território, modificando-se apenas na segun-
ânimos. Inicialmente a extração gerou ganhos muito eleva- da metade do mesmo século.
dos, porém após três anos já apresentava uma produção bem O deslocamento da fronteira agrícola para as regiões
inferior, além disso, os constantes atritos entre os “cotistas” centrais do país foi resultado da própria dinâmica do desen-
levaram o empreendimento a falência. volvimento de regiões como São Paulo, Minas Gerais e o Sul
A característica básica do século em questão foi a tran- do País, que ao adaptarem sua economia com os princípios
sição da economia extrativa mineral para a agropecuária, os capitalistas realizaram uma inversão de papéis, onde regiões
esforços continuados do império em estabelecer tal econo- que eram consumidoras de produtos de primeira necessidade
mia acabaram se esbarrando, nas restrições legais que foram passaram a produzir tais produtos e as regiões centrais, antes
impostas inicialmente, como forma de coibir tais atividades, a produtoras desses produtos passaram a produzir os produtos
exemplo da taxação que recaía sobre os agricultores, e tam- industrializados que antes eram importados.
bém em outros fatores de ordem econômica, como a inexis- “Enquanto o Centro-Sul se efetivava como a periferia do
tência de um sistema de escoamento adequado, o que in- capitalismo mundial, outras regiões faziam o papel de peri-
viabilizava as exportações pelo alto custo gerado, e cultural, feria do Centro-Sul, ou seja, a periferia da periferia, como já
onde predominava o preconceito contra as atividades agro- vinha acontecendo no Rio Grande do Sul e o Nordeste, por
pastoris, já que a profissão de minerador gerava status social exemplo”. (FAYAD, 1999, p.23)
na época. Fonte: http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/
Desse modo a agricultura permaneceu orientada basica- 2014-01/a-mineracao-em-goias-e-o-desenvolvimento-
mente para a subsistência em conjunto com as trocas intra do-estado.pdf
regionais, já a pecuária se potencializou devido à capacidade A Extração Aurífera
do gado em se mover até o destino e a existência de grandes O elemento que legitimava as ações de controle político
pastagens naturais em certas localidades, favorecendo a pe- e econômico da metrópole sobre a colônia era o Pacto Colo-
cuária extensiva. Nesse sentido, os pecuaristas passam a atuar nial, este tornava a segunda uma extensão da primeira e por
de forma efetiva na exportação de gado fornecendo para a isso nela vigoravam todos os mandos e desmandos do sobe-
Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, e Pará. Segundo Bertran: rano, inclusive havia grande esforço da metrópole no sentido
“a pecuária de exportação existia em Goiás como uma de reprimir a dedicação a outras atividades que não fossem a
extensão dos currais do Vale do São Francisco, mobilizando extração aurífera, tais como agricultura e pecuária, que inicial-
as regiões da Serra Geral do Nordeste Goiano, (de Arraias a mente existiam estritamente para a subsistência. A explicação
Flores sobretudo), com 230 fazendas consagradas à criação. para tal intransigência era simples: aumentar a arrecadação
Mais para o interior, sobre as chapadas do Tocantins, na vasta pela elevação da extração.
extensão entre Traíras e Natividade contavam outras 250. Em O ouro era retirado das datas que eram concedidas com
todo o restante de Goiás, não havia senão outras 187 fazen- privilégios a quem as encontrassem. De acordo com Salles, ao
das de criação”. (BERTRAN, 1988, p.43) descobridor cabia os “melhores cabedais o direito de socavar

7
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE GOIÁS

vários locais, e escolher com segurança a mina mais lucrativa, assim como situar outras jazidas sem que outro trabalho lhe fosse
reservado, senão o de reconhecer o achado, legalizá-lo e receber o respectivo tributo, era vantajosa política para a administração
portuguesa. Ao particular, todas as responsabilidades seduzindo-o com vantagens indiscriminadas, porém temporárias”. (SAL-
LES, 1992, p.131) À metrópole Portuguesa em contrapartida cabia apenas o bônus de receber os tributos respaldados pelo pacto
colonial e direcionar uma parte para manutenção dos luxos da coroa e do clero e outra, uma boa parte desse numerário, era ca-
nalizada para a Inglaterra com quem a metrópole mantinha alguns tratados comerciais que serviam apenas para canalizar o ouro
para o sistema financeiro inglês. “Os Quintos Reais, os Tributos de Ofícios e um por cento sobre os contratos pertenciam ao Real
Erário e eram remetidos diretamente a Lisboa, enquanto sob a jurisdição de São Paulo, o excedente das rendas da Capitania eram
enviados à sede do governo e muitas vezes redistribuídos para cobrirem as despesas de outras localidades carentes”. (SALLES,
1992, p.140) O um dos fatores que contribuiu para o sucesso da empresa mineradora foi sem nenhuma sombra de dúvidas o tra-
balho compulsório dos escravos africanos, expostos a condições de degradação, tais como: grande período de exposição ao sol,
manutenção do corpo por longas horas mergulhado parcialmente em água e em posições inadequadas. Além disso, ainda eram
submetidos a violências diversas, que os mutilavam fisicamente e psicologicamente de forma irremediável. Sob essas condições
em média os africanos escravos tinham uma sobrevida de oito anos. Os indígenas também foram submetidos a tais condições,
porém não se adaptaram. O segundo elemento catalisador do processo foi a descoberta de novos achados. Esses direcionavam
o fluxo da população, descobria-se uma nova mina e, pronto, surgia uma nova vila, geralmente às margens de um rio.
“O mineiro extraía o ouro e podia usá-lo como moeda no território das minas, pois, proibida a moeda de ouro, o ouro em
pó era a única moeda em circulação. No momento em que decidisse retirar o seu ouro para outras capitanias é que lhe urgia a
obrigação de fundi-lo e pagar o quinto”. (PALACÍN, 1994, p. 44).
Nessa economia onde a descoberta e extração de ouro para o enriquecimento era o sentido dominante na consciência das
pessoas, o comerciante lucrou enormemente porque havia uma infinidade de necessidades dos habitantes, que deveriam ser sa-
nadas. A escassez da oferta ocasionava valorização dos produtos de primeira necessidade e assim grande parte do ouro que era
extraído das lavras acabava chegando às mãos do comerciante, que era quem na maioria das vezes o direcionava para as casas
de fundição. Inicialmente, todo ouro para ser quintado deveria ser encaminhado para a capitania de São Paulo, posteriormente
de acordo com Palacin (1975, p. 20) foram criadas “duas Casas de Fundição na Capitania de Goiás: uma em Vila Boa, atendendo
à produção do sul e outra em S. Félix para atender o norte.”
A Produção de Ouro Em Goiás
A partir do ano de 1725 o território goiano inicia sua produção aurífera. Os primeiros anos são repletos de achados. Vários
arraiais vão se formando onde ocorrem os novos descobertas, o ouro extraído das datas era fundido na Capitania de São Paulo,
para “lá, pois, deviam ir os mineiros com seu ouro em pó, para fundi-lo, recebendo de volta, depois de descontado o quinto, o
ouro em barras de peso e toque contrastados e sigilados com o selo real.” (PALACÍN, 1994, p. 44)
Os primeiros arraiais vão se formando aos arredores do rio vermelho, Anta, Barra, Ferreiro, Ouro Fino e Santa Rita que contri-
buíram para a atração da população. À medida que vão surgindo novos descobertos os arraiais vão se multiplicando por todo o
território. A Serra dos Pirineus em 1731 dará origem à Meia Ponte, importante elo de comunicação, devido a sua localização. Na
Região Norte, foram descobertas outras minas, Maranhão (1730), Água Quente (1732), Natividade (1734), Traíras (1735), São José
(1736), São Félix (1736), Pontal e Porto Real (1738), Arraias e Cavalcante (1740), Pilar (1741), Carmo (1746), Santa Luzia (1746) e
Cocal (1749). Toda essa expansão demográfica serviu para disseminar focos de população em várias partes do território e, dessa
forma, estruturar economicamente e administrativamente várias localidades, mesmo que sobre o domínio da metrópole Portu-
guesa, onde toda produção que não sofria o descaminho era taxada. “Grande importância é conferida ao sistema administrativo
e fiscal das Minas; nota-se a preocupação de resguardar os descaminhos do ouro, mas também a de controlar a distribuição
dos gêneros.” (SALLES, 1992, p.133) Apesar de todo o empenho que era direcionado para a contenção do contrabando, como
a implantação de casas de fundição, isolamento de minas, proibição de utilização de caminhos não oficiais, revistas rigorosas, e
aplicação de castigos penosos aos que fossem pegos praticando; o contrabando se fazia presente, primeiro devido à insatisfação
do povo em relação a grande parte do seu trabalho, que era destinada ao governo, e, em segundo, em razão da incapacidade de
controle efetivo de uma região enorme. Dessa forma se todo ouro objeto de contrabando, que seguiu por caminhos obscuros,
florestas e portos, tivesse sido alvo de mensuração a produção desse metal em Goiás seria bem mais expressiva.
Os dados oficiais disponíveis sobre a produção aurífera na época são inconsistentes por não serem resultado de trabalho es-
tatístico, o que contribui para uma certa disparidade de dados obtidos em obras distintas, mesmo assim retratam uma produção
tímida ao ser comparado a Minas Gerais. A produção do ouro em Goiás de 1730 a 1734 atingiu 1.000 kg, o pico de produção se
dá de 1750 a 1754, sendo um total de 5.880 kg. Há vários relatos de que o ano de maior produção foi o de 1.753, já de 1785 a
1789, a produção fica em apenas 1.000 kg, decaindo nos anos seguintes, conforme tabela 1.

8
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE GOIÁS

Palacin (1975) também apresenta dados dessa curta tem- Além do quinto e da capitação havia outros dispêndios
porada de extração do ouro em Goiás. como pagamento do imposto das entradas, os dízimos sobre
A produção do ouro foi “subindo constantemente des- os produtos agropecuários, passagens nos portos, e subornos
de o descobrimento até 1753, ano mais elevado com uma de agentes públicos; tudo isso tornava a atividade lícita mui-
produção de 3.060 kg. Depois decaiu lentamente até 1778 to onerosa e o contrabando bastante atraente, tais cobranças
(produção: 1.090), a partir desta data a decadência cada vez é eram realizadas por particulares que obtinham mediante pa-
mais acentuada (425 kg em 1800) até quase desaparecer” (20 gamento antecipado à coroa Portuguesa o direito de receber
kg. Em 1822). (PALACÍN, 1975, p. 21). as rendas, os poderes de aplicar sanções e o risco de um even-
Foram utilizadas duas formas de recolhimento de tributos tual prejuízo.
sobre a produção: o Quinto e a Capitação. E essas formas se A redução da produtividade foi um grande problema para
alternaram à medida que a efetividade de sua arrecadação foi a manutenção da estabilidade das receitas provenientes das
reduzindo. O fato gerador da cobrança do quinto ocorria no minas.
momento em que o ouro era entregue na casa de fundição, “A diminuição da produtividade iniciou-se já nos primei-
para ser fundido, onde era retirada a quinta parte do mon- ros anos, mas começou a tornar-se um problema grave depois
tante entregue e direcionada ao soberano sem nenhum ônus de 1750; nos dez primeiros anos (1726-1735), um escravo po-
para o mesmo. A tabela 2 mostra os rendimentos do Quinto dia produzir até perto de 400 gramas de ouro por ano; nos 15
do ouro. Observa-se que como citado anteriormente o ano anos seguintes (1736-1750) já produzia menos de 300; a partir
de 1753 foi o de maior arrecadação e pode-se ver também de 1750 não chegava a 200, e mais tarde, em plena decadên-
que a produção de Minas Gerais foi bem superior a Goiana. cia, a produção era semelhante à dos garimpeiros de hoje:
pouco mais de 100 gramas”. (PALACÍN, 1975, p.21)
Essa baixa na produtividade era consequência do esgota-
mento do sistema que tinha como base a exploração de veios
auríferos superficiais, a escassez de qualificação de mão de
obra e equipamentos apropriados, que pudessem proporcio-
nar menor desperdício , o não surgimento de novas técnicas
capazes de reinventar tal sistema, além da cobrança descabida
de impostos, taxas e contribuições, que desanimavam o mais
motivado minerador.
A Decadência da Mineração
A diminuição da produtividade das minas é a característi-
ca marcante do início da decadência do sistema, como citado
anteriormente, esse fenômeno passa a ocorrer já nos primei-
ros anos após a descoberta, porém não é possível afirmar que
nessa época seja consequência do esgotamento do minério,
devido a outros fatores econômicos e administrativos, como
a escassez de mão-de-obra e a vinculação à capitania de São
Paulo.
Para efeito de análise pode-se convencionar o ano de
1753, o de maior produção, como o divisor de águas que dá
início à efetiva derrocada da produção que se efetivará no sé-
culo seguinte.
O fato é que com a exaustão das minas superficiais e o fim
dos novos descobertos, fatores dinâmicos da manutenção do
processo expansionista da mineração aurífera, a economia en-
tra em estagnação, o declínio da população ocasionado pelo
fim da imigração reflete claramente a desaceleração de vários
setores como o comércio responsável pela manutenção da
oferta de gêneros oriundos das importações. A agropecuária
que, embora sempre orientada para a subsistência, fornecia
alguns elementos e o próprio setor público sofria com a queda
da arrecadação.
“A falta de experiência, a ambição do governo, e, em parte,
A capitação era cobrada percapita de acordo com o o desconhecimento do País, mal organizado e quase despovoa-
quantitativo de escravos, nesse caso se estabelecia uma pro- do, deram lugar a muitas leis inadequadas, que provocavam a
dutividade média por escravo e cobrava-se o tributo. ruína rápida desse notável ramo de atividade, importante fonte
“Para os escravos e trabalhadores livres na mineração, de renda para o Estado. De nenhuma dessas leis numerosas
fez-se uma tabela baseada na produtividade média de uma que tem aparecido até hoje se pode dizer propriamente que
oitava e meia de ouro por semana, arbitrando-se em 4 oitavas tivesse por finalidade a proteção da indústria do ouro. Ao con-
e ¾ o tributo devido anualmente por trabalhador, compreen- trário, todas elas apenas visavam o aumento a todo custo da
dendo a oitava 3.600 gramas de ouro, no valor de 1$200 ou produção, com o estabelecimento de medidas que asseguras-
1$500 conforme a época”. (SALLES, 1992, p.142) sem a parte devida à Coroa”. (PALACÍN, 1994, p.120)

9
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE GOIÁS

É certo que a grande ambição do soberano em mui- pastagens naturais em certas localidades, favorecendo a pe-
to prejudicou a empresa mineradora e o contrabando agiu cuária extensiva. Nesse sentido, os pecuaristas passam a atuar
como medida mitigadora desse apetite voraz, porém com de forma efetiva na exportação de gado fornecendo para a
a decadência nem mesmo aos comerciantes, que foram os Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, e Pará. Segundo Bertran:
grandes beneficiados economicamente, restaram recursos “a pecuária de exportação existia em Goiás como uma
para prosseguir. O restabelecimento da atividade extrativa extensão dos currais do Vale do São Francisco, mobilizando
exigia a criação de novas técnicas e novos processos algo que as regiões da Serra Geral do Nordeste Goiano, (de Arraias a
não se desenvolveu nas décadas em que houve prosperidade, Flores sobretudo), com 230 fazendas consagradas à criação.
não poderia ser desenvolvido de imediato. Mais para o interior, sobre as chapadas do Tocantins, na vasta
À medida que o ouro de superfície, de fácil extração, vai se extensão entre Traíras e Natividade contavam outras 250. Em
escasseando ocorre a necessidade de elevação do quantitativo todo o restante de Goiás, não havia senão outras 187 fazen-
do elemento motriz minerador, o escravo, desse modo: das de criação”. (BERTRAN, 1988, p.43)
“As lavras operavam a custos cada vez mais elevados, ain- A existência de uma pecuária incipiente favoreceu o de-
da mais pelo fato de parte da escravaria estar voltada também senvolvimento de vários curtumes nos distritos. Conforme
para atividades complementares. O adiantamento de capital Bertran (1988) chegou a existir em Goiás 300 curtumes, no
em escravos, a vida curta deles aliada à baixa produtividade final do século XIX. Por outro lado, apesar do escasseamento
nas minas fatalmente conduziram empreendimentos à insol- das minas e a ruralização da população, a mineração exercida
vência e falência”. (ESTEVAM, 2004, p. 34) de modo precário nunca deixou de existir, o que constituiu
Após verificar o inevitável esgotamento do sistema eco- em mais um obstáculo para a implantação da agropecuária.
nômico baseado na extração do ouro a partir do segundo Outra dificuldade foi a falta de mão de obra para a agrope-
quartel do século XVIII, o governo Português implanta algu- cuária, visto que grande parte da população se deslocou para
mas medidas visando reerguer a economia no território, den- outras localidades do país, onde poderiam ter outras oportu-
tre elas o incentivo à agricultura e à manufatura, e a navega- nidades. Isto tudo não permitiu o avanço da agricultura nem
ção dos rios Araguaia, Tocantins, e Paranaíba, que se fizeram uma melhor expansão da pecuária, que poderia ter alcançado
indiferentes ao desenvolvimento do sistema. Ocorre então a níveis mais elevados.
falência do sistema e o estabelecimento de uma economia de Do ponto de vista cultural ocorre uma “aculturação” da
subsistência, com ruralização da população e o consequente população remanescente ruralizada. Segundo Palacin:
empobrecimento cultural. “Os viajantes europeus do século XIX aludem a uma re-
“Mas, tão logo os veios auríferos escassearam, numa téc- gressão sócio cultural, onde os brancos assimilaram os costu-
nica rudimentar, dificultando novos descobertos, a pobreza, mes dos selvagens, habitam choupanas, não usam o sal, não
com a mesma rapidez, substituiu a riqueza, Goiás, apesar de vestem roupas, não circula moeda... Tão grande era a pobreza
sua aparente embora curta prosperidade, nunca passou real- das populações que se duvidou ter havido um período ante-
mente, de um pouso de aventureiros que abandonavam o lu- rior com outras características”. (PALACÍN, 1975, p.46)
gar, logo que as minas começavam a dar sinais de cansaço”. Desse modo o Estado de Goiás chegou ao século XX
(PALACÍN, 1975, p.44). como um território inexpressivo economicamente e sem re-
A Decadência econômica de Goiás presentatividade política e cultural. Nesse século iria se con-
Essa conclusão pode ser atribuída ao século XIX devido ao cretizar a agropecuária no Estado, como consequência do
desmantelamento da economia decorrente do esgotamento processo de expansão da fronteira agrícola para a região cen-
do produto chave e o consequente empobrecimento sócio tral do país. Nas primeiras décadas do século em questão, o
cultural. Os últimos descobertos de relevância são as minas Estado permaneceu com baixíssima densidade demográfica,
de Anicuns em 1809, que serviram para animar novamente os onde a maioria da população se encontrava espalhada por
ânimos. Inicialmente a extração gerou ganhos muito elevados, áreas remotas do território, modificando-se apenas na segun-
porém após três anos já apresentava uma produção bem infe- da metade do mesmo século.
rior, além disso, os constantes atritos entre os “cotistas” leva- O deslocamento da fronteira agrícola para as regiões
ram o empreendimento a falência. centrais do país foi resultado da própria dinâmica do desen-
A característica básica do século em questão foi a tran- volvimento de regiões como São Paulo, Minas Gerais e o Sul
sição da economia extrativa mineral para a agropecuária, os do País, que ao adaptarem sua economia com os princípios
esforços continuados do império em estabelecer tal econo- capitalistas realizaram uma inversão de papéis, onde regiões
mia acabaram se esbarrando, nas restrições legais que foram que eram consumidoras de produtos de primeira necessidade
impostas inicialmente, como forma de coibir tais atividades, a passaram a produzir tais produtos e as regiões centrais, antes
exemplo da taxação que recaía sobre os agricultores, e tam- produtoras desses produtos passaram a produzir os produtos
bém em outros fatores de ordem econômica, como a inexis- industrializados que antes eram importados.
tência de um sistema de escoamento adequado, o que invia- “Enquanto o Centro-Sul se efetivava como a periferia do
bilizava as exportações pelo alto custo gerado, e cultural, onde capitalismo mundial, outras regiões faziam o papel de peri-
predominava o preconceito contra as atividades agropastoris, feria do Centro-Sul, ou seja, a periferia da periferia, como já
já que a profissão de minerador gerava status social na época. vinha acontecendo no Rio Grande do Sul e o Nordeste, por
Desse modo a agricultura permaneceu orientada basi- exemplo”. (FAYAD, 1999, p.23)
camente para a subsistência em conjunto com as trocas intra Fonte: http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/
regionais, já a pecuária se potencializou devido à capacidade 2014-01/a-mineracao-em-goias-e-o-desenvolvimento-
do gado em se mover até o destino e a existência de grandes do-estado.pdf

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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE GOIÁS

Índios Akwen
Quando os bandeirantes chegaram a Goiás, este territó- Os Akwen pertencem à família Jê e subdividem-se em
rio, que atualmente forma os Estados de Goiás e Tocantins, já Akroá, Xacriabá, Xavante e Xerente:
era habitado por diversos grupos indígenas. Naquela época, - Akroá e Xacriabá: habitavam extenso território entre a
ao verem suas terras invadidas, muitos foram os que entraram Serra Geral e o rio Tocantins, as margens do rio do Sono e
em conflito com os bandeirantes e colonos, em lutas que re- terras banhadas pelo rio Manoel Alves Grande. Estabeleceram-
sultaram no massacre de milhares de indígenas, aldeamentos se, também, além da Serra Geral, em solo baiano e nas ribei-
oficiais ou migração para outras regiões. ras do rio São Francisco, nos distritos de Minas Gerais. Depois
A maioria dos grupos que viviam em Goiás pertencia ao de vários conflitos com os colonos que se estabeleceram em
tronco linguístico Macro-Jê, família Jê (grupos Akuen, Kayapó, suas terras, foram levados para o aldeamento oficial de São
Timbira e Karajá). Outros três grupos pertenciam ao tronco Francisco Xavier do Duro, construído em 1750. Os Akroá foram
linguístico Tupi, família Tupi-Guarani (Avá-Canoeiro, Tapirapé dizimados mais tarde e os Xacriabá encontram-se atualmente
e Guajajara). A ausência de documentação confiável, no en- em Minas Gerais, sob os cuidados da Funai.
tanto, dificulta precisar com exatidão a classificação linguística - Xavante: Seu território compreendia regiões do alto e
dos povos Goyá, Araé, Crixá e Araxá. médio rio Tocantins e médio rio Araguaia. Tinham suas aldeias
distribuídas nas margens do Tocantins, desde Porto Imperial até
Goyá depois de Carolina, e a leste, de Porto Imperial até a Serra Geral,
Segundo a tradição, os Goyá foram os primeiros índios limites das províncias de Goiás (antes da divisão) e Maranhão.
que a expedição de Bartolomeu Bueno da Silva Filho encon- Havia também aldeias na bacia do rio Araguaia, na região do rio
trou ao iniciar a exploração aurífera e foram eles, também, que Tesouras, nos distritos de Crixás e Pilar, e na margem direita do
indicaram o lugar – Arraial do Ferreiro – no qual Bartolomeu rio Araguaia. Na primeira metade do século XIX entraram em
Bueno estabeleceu seu primeiro arranchamento. Habitavam conflito com as frentes agropastoris que invadiam seus territó-
a região da Serra Dourada, próximo a Vila Boa, e quatro dé- rios e, após intensas guerras, migraram para o Mato Grosso, na
cadas após o início do povoamento desapareceram daquela região do rio das Mortes, onde vivem atualmente.
região. Não se sabe ao certo seu destino e nem há registros - Xerente: Este grupo possuía costumes e língua semelhante
sobre seu modo de vida ou sua língua. aos Xavantes e há pesquisadores que acreditam que os Xerentes
são uma subdivisão do grupo Xavante. Os Xerentes habitavam
os territórios da margem direita do rio Tocantins, ao norte, no
Krixá
território banhado pelo rio Manoel Alves Grande, e ao sul, nas
Seus limites iam da região de Crixás até a área do rio Te-
margens dos rios do Sono e Balsas. Também viviam nas proxi-
souras. Como os Goyá, também desapareceram no início da
midades de Lageado, no rio Tocantins, e no sertão do Duro, nas
colonização do Estado e não se sabe ao certo seu destino, sua
proximidades dos distritos de Natividade, Porto Imperial e Ser-
cultura e sua língua.
ra Geral. Seus domínios alcançavam as terras do Maranhão, na
região de Carolina até Pastos Bons. Como os Xavante, também
Araé entraram em intenso conflito com as frentes agropastoris do sé-
Também não há muitos registros a respeito dos Araé. culo XIX e, atualmente, os Xerente vivem no Estado de Tocantins.
Possivelmente teriam habitado a região do rio das Mortes.
Karajá
Araxá Os grupos indígenas Karajá, Javaé e Xambioá pertencem
Habitavam o local onde se fundou a cidade de Araxá, que ao tronco linguístico Macro-Jê, família Karajá, compartilhando
pertencia a Goiás e atualmente faz parte do território de Mi- a mesma língua e cultura. Viviam nas margens do rio Araguaia,
nas Gerais. próximo à Ilha do Bananal. Ao longo do século XIX, entraram
em conflito com as guarnições militares sediadas no presídio
Kayapó de Santa Maria, sendo que os Karajá de Aruanã são a única
Filiados à família linguística Jê, subdividiam-se em Kaya- aldeia do grupo que atualmente vivem no Estado de Goiás.
pó do Sul, ou Kayapó Meridionais, e Kayapó Setentrionais. Os
Kayapó dominavam todo o sul da capitania de Goiás. Havia Timbira
aldeias na região de rio Claro, na Serra dos Caiapós, em Caia- Eram bastante numerosos e habitavam uma vasta região
pônia, no alto curso do rio Araguaia e a sudeste, próximo ao entre a Caatinga do Nordeste e o Cerrado, abrangendo o sul
caminho de Goiás a São Paulo. Seu território estendia-se além do Maranhão e o norte de Goiás. Ao longo do século XIX, de-
dos limites da capitania de Goiás: a oeste, em Camapuã, no vido à expansão pecuária, entraram em conflitos com os cria-
Mato Grosso do Sul; a norte, na região entre o Xingu e o Ara- dores de gado que invadiam suas terras. O grupo Timbira é
guaia, em terras do Pará; a leste, na beira do rio São Francisco, formado pelas etnias Krahô, Apinajé, Gavião, Canela, Afotogés,
nos distritos de Minas Gerais; e ao sul, entre os rios Paranaíba Corretis, Otogés, Porecramecrãs, Macamecrãs e Temembus.
e Pardo, em São Paulo. Dedicavam-se à horticultura, à caça
e à pesca, além de serem conhecidos como povo guerreiro. Tapirapés
Fizeram ampla resistência à invasão de suas terras e foram Pertencem ao tronco linguístico Tupi, família Tupi-Guara-
registrados vários conflitos entre eles e os colonos. Vítimas de ni. Este grupo inicialmente habitava a oeste do rio Araguaia e
perseguições e massacres, foram também extintos no Estado eventualmente frequentavam a ilha do Bananal. Com o passar
de Goiás. do tempo, se estabeleceram ao longo do rio Tapirapés, onde
atualmente ainda vivem os remanescentes do grupo.

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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE GOIÁS

Avá-Canoeiro Muquém: próximo à atual cidade de Niquelândia e junto


Pertencentes ao tronco linguístico Tupi, os Avá-Canoei- ao povoado de mesmo nome, foi notório, mas deixou poucas
ro habitavam as margens e ilhas dos rios Maranhão e Tocan- informações a seu respeito.
tins, desde Uruaçu até a cidade de Peixe, em Tocantins. Entre Papuã: na mesma região do Muquém, foi descoberto em
meados do século XVIII e ao longo do século XIX, entraram 1741 e destruído anos depois pelos colonizadores.
em graves conflitos com as frentes agropastoris que invadiam Pilar: próximo à cidade de mesmo nome, foi destruído em
suas terras. Atualmente, os Avá-Canoeiro do Araguaia vivem lutas. Seus 300 integrantes chegaram a planejar a morte de
na Ilha do Bananal, na aldeia Canoanã, dos índios Javaés, e os todos os brancos do local, mas o plano foi descoberto antes.
Avá-Canoeiro do Tocantins vivem na Serra da Mesa, município Tesouras: no arraial de mesmo nome, tinha até atividades
de Minaçu. de mineração e um córrego inclusive chamado Quilombo.
Três Barras: tinha 60 integrantes, conhecidos pelos insul-
Quilombos tos e provocações ao viajantes.
Ligados diretamente à história da ocupação do território São Gonçalo: próxima à cidade de Goiás, então capital,
brasileiro, os quilombos surgiram a partir do início do ciclo da seus integrantes atacavam roças e rebanhos das fazendas vi-
mineração no Brasil, quando a mão de obra escrava negra pas- zinhas.
sou a ser utilizada nas minas, especialmente de ouro, espalha-
das pelo interior do Brasil. Em Goiás, esse processo teve início Goianos e Goianienses
com a chegada de Bartolomeu Bueno da Silva, em 1722, nas A composição inicial da população de Goiás se deu por
minas dos Goyazes. Segundo relatos dos antigos quilombolas, meio da convivência nem tão pacífica entre os índios que aqui
o trabalho na mineração era difícil e a condição de escravidão residiam e as levas de paulistas e portugueses que vinham em
na qual viviam tornavam a vida ainda mais dura. As fugas eram busca das riquezas minerais. Estes por sua vez, trouxeram ne-
constantes e àqueles recapturados restavam castigos muito se- gros africanos à tira colo para o trabalho escravista, moldando
veros, o que impelia-os a procurar refúgios em lugares cada vez a costumeira tríade da miscigenação brasileira entre índios,
mais isolados, dando origem aos quilombolos. negros e brancos, e todas as suas derivações. Entretanto, a
Os Kalungas são os maiores representantes desses grupos
formação do caráter goiano vai além dessa visão simplista e
em Goiás. Na língua banto, a palavra kalunga significa lugar sa-
adquiriu características especiais à medida que o espaço físico
grado, de proteção, e foi nesse refúgio, localizado no norte da
do Estado passou a ser ocupado.
Chapada dos Veadeiros, que os descendentes desses escravos
Até o início do século XIX, a maioria da população em
se refugiaram passando a viver em relativo isolamento. Com
Goiás era composta por negros. Os índios que habitavam o
identidade e cultura próprias, os quilombolas construíram sua
Estado ou foram dizimados pelo ímpeto colonizador ou mi-
tradição em uma mistura de elementos africanos, europeus e
forte presença do catolicismo tradicional do meio rural. graram para aldeamentos oficiais. Segundo o recenseamento
A área ocupada pela comunidade Kalunga foi reconhecida de 1804, o primeiro oficial, 85,9% dos goianos eram “pardos e
pelo Governo do Estado de Goiás, desde 1991, como sítio his- pretos” e este perfil continuou constante até a introdução das
tórico que abriga o Patrimônio Cultural Kalunga. Com mais de atividades agropecuárias na agenda econômica do Estado.
230 mil hectares de Cerrado protegido, abriga cerca de quatro Havia no imaginário popular da época a ideia de sertão
mil pessoas em um território que estende pelos municípios de presente na constituição física do Estado. O termo, no entan-
Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás. Seu patrimônio to, remeteria a duas possibilidades distintas de significação:
cultural celebra festas santas repletas de rituais cerimoniosos, assim como na África, representava o vazio, isolado e atrasa-
como a Festa do Império e o Levantamento do mastro, que do, mas que por outro lado se apresentava como desafio a ser
atraem turistas todos os anos para a região. conquistado pela ocupação territorial.
Quilombolos registrados em Goiás Essa ocupação viria acompanhada predominantemente
Acaba Vida: na mesma região de Niquelândia, ocupavam pela domesticação do sertão segundo um modelo de traba-
terras férteis e era conhecido localmente, sendo citado em lho familiar, cujo personagem principal, o sertanejo, assumiu
1879. para si a responsabilidade da construção do país, da ocupa-
Ambrósio: existiu na região do Triângulo Mineiro, que, até ção das fronteiras e, por seguinte, da Marcha para o Oeste
1816, pertencia a Goiás. Teve mais de mil moradores e foi des- impulsionadora do desenvolvimento brasileiro. Registros da
truído por massacre. época dão conta de processos migratórios ao longo do sé-
culo XIX e metade do século XX, com correntes migratórias
Cedro: localizado no atual município de Mineiros, tinha
de Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Pará, resultando em uma
cerca de 250 moradores que praticam a agricultura de subsis-
ampla mestiçagem na caracterização do personagem serta-
tência. Sobreviveu até hoje.
nejo.
Forte: localizado no nordeste de Goiás, sobreviveu até hoje, O sertanejo, aí, habitante do vazio e isolado sertão, tinha
tornando-se povoado do município de São João d’Aliança. uma vida social singela e pobre de acontecimentos. O calen-
Kalunga: localizado no Vão do Paranã, no nordeste de dário litúrgico e a chegada de tropas e boiadas traziam as
Goiás, existe há 250 anos, tendo sido descoberto pela socieda- únicas novidades pelas bocas de cristãos e mascates. Nessa
de nacional somente em fins do anos 1960. Tem 5 mil habitan- época, a significação da vida estava diretamente ligada ao
tes, distribuídos em vários núcleos na mesma região. campo e dele resultaram, segundo as atividades registradas
Mesquita: próximo à atual cidade de Luziânia, estendia nos arraias, o militar, o jagunço, o funcionário público, o co-
sua população para diversas localidades no seu entorno. merciante e o garimpeiro.

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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE GOIÁS

Ao longo do século XX, novas levas migratórias, dessa vez Festas e festivais
do sul e de estrangeiros começam a ser registradas no terri- O Estado de Goiás promove, constantemente, manifesta-
tório goiano, de modo que no Censo do ano 2000, os cinco ções artísticas conjuntas de forma a apresentar novos nomes
milhões de habitantes se declararam como 50,7% de brancos, do cenário regional. Três festivais têm espaço garantido no
43,4% de pardos, 4,5% de negros e 0,24% de outras etnias. calendário de eventos estadual, dando repercussão à cultu-
ra audiovisual, dramaturgia e à música. Na cidade de Goiás,
Goianos e muitas goianas é realizado o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Am-
O último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de biental, o Fica; em Porangatu, a Mostra de Teatro Nacional
Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 confirmou uma popu- de Porangatu, o TeNPo; e o Festival Canto da Primavera, em
lação residente em Goiás de 6.003.788 habitantes, com cres- Pirenópolis.
cimento acima da média nacional, que foi de 1,17% ao ano.
Em termos de gênero, a população feminina sai na frente. Festas religiosas
São 3.022.161 mulheres, contra 2.981.627 homens – em uma Resultado do processo de formação da chamada gente
proporção de 98 homens para cada 100 mulheres. Reflexo goiana, o legado religioso no Estado de Goiás está intima-
também sentido na capital, Goiânia, com 681.144 mulheres e mente ligado ao processo de colonização portuguesa regis-
620.857 homens (diferença de 60.287 pessoas). trado por quase toda a extensão do território brasileiro. Re-
flexo dessa realidade é a forte presença de elementos cristãos
Artes nas manifestações populares, que a exemplo da formação do
Goiás é pleno em artes. O Estado conjuga sob sua tute- sertanejo se consolidavam como uma das poucas opções de
la manifestações artísticas variadas, que englobam do traço entretenimento da época. Por todo o Estado, são costumeiras
primitivo até o mais moderno desenho. Contemplado com as distribuições das cidades no espaço geográfico partindo de
nomes de peso no cenário regional, Goiás é expressivo quan- uma igreja católica como ponto central do município, o que
to aos artistas que contaram em prosa e verso as belezas do lhes atribuía também o direcionamento das festas populares.
Cerrado ou o ritmo de um Estado em crescimento e mesmo Pirenópolis e cidade de Goiás talvez sejam as maiores ex-
as nuances de ritos cotidianos.
pressões desse tradicionalismo cristão imbuído em festejos
Na escultura, José Joaquim da Veiga Valle é unanimidade.
tradicionais. São famosas as Festas do Divino Espírito San-
Natural de Pirenópolis, esculpia imagens, na maioria em ce-
to, Cavalhadas e comemorações da Semana Santa, como a
dro, sendo considerado um dos grandes “santeiros” do século
Procissão do Fogaréu. No entanto, de norte a sul, fervilham
XIX. Suas madonas são as mais representativas e na época
expressões populares, quer seja em vilarejos, como a tradi-
eram expressadas conforme a devoção de cada pessoa que a
encomendava. Já a pintura é honrada pelas técnicas e pincéis cional Romaria de Nossa Senhora do Muquém, no distrito de
de Siron Franco e Antônio Poteiro, artistas renomados e reco- Niquelândia, ou próximo a grandes centros urbanos, caso da
nhecidos mundialmente em pinturas, monumentos e instala- cidade de Trindade, próximo à Goiânia, e o Santuário do Di-
ções, que vão do primitivismo de Poteiro até o temas atuais vino Pai Eterno.
na mãos de Siron Franco. Isso sem contar a arte inigualável de Mesmo no interior, esses valores persistem e são comuns
Goiandira do Couto, expressa por seus quadros pintados não no começo do ano as Folias de Reis que dão o tom de festa e
com tinta, mas com areia colorida retirada da Serra Dourada. oração firmes no intuito de retribuir graças recebidas, como
A literatura goiana é destaque à parte. Destacam-se os uma boa colheita ou recuperação de enfermidades. Na ado-
nomes de Hugo de Carvalho Ramos, com Tropas e Boiadas; ração ao menino Jesus, segundo a saga dos três santos reis
Basileu Toledo França e os romances históricos Pioneiros e magos, os festeiros arrecadam alimentos, animais e até di-
Jagunços e Capangueiros; Bernardo Élis e as obras Apenas nheiro para cobrir as despesas da festa popularizando a fé e
um Violão, O Tronco e Ermos Gerais; Carmo Bernardes com promovendo a socialização entre comunidades.
Jurubatuba e Selva-Bichos e Gente; Gilberto Mendonça Teles, O Divino em Pirenópolis e o Fogaréu da cidade de Goiás
considerado o escritor goiano mais famoso na Europa, com A É quase um consenso geral a polaridade existente entre
Raiz da Fala e Hora Aberta; Yêda Schmaltz com Baco e Anas as tradições de Pirenópolis e da cidade de Goiás. De um lado,
Brasileiras; Pio Vargas e Anatomia do Gesto e Os Novelos do Pirenópolis aposta nas bênçãos do Divino Espírito Santo para
Acaso; e Leo Lynce, um dos precursores do modernismo, com consagrar sua festa em louvor ao Pentecostes. Por outro lado,
seu livro Ontem. a cidade de Goiás carrega entre o seu legado a tradição me-
dieval do ritual da Procissão do Fogaréu, durante a Semana
Cora Coralina Santa, no qual mais de três mil pessoas acompanham a caça-
Ana Lins Guimarães Peixoto Bretas tinha quase 76 anos da feita pelos faricocos, personagens centrais do cortejo que
quando publicou seu primeiro livro, Poemas dos Becos de representam os soldados romanos, a Jesus Cristo.
Goiás e Estórias Mais. Conhecida pelo pseudônimo de Cora
Coralina foi poetisa e contista, sendo considerada uma das Gastronomia
maiores escritoras brasileiras do século XX. Também era co- Em Goiás, comer é um ato social. A comida carrega tra-
nhecida por seus dotes culinários, especialmente na feitura ços da identidade e da memória do povo goiano, tanto que a
dos típicos doces da cidade de Goiás, onde morava – motivo cozinha típica goiana é geralmente grande e uma das partes
do qual é evidente a presença do cotidiano interiorano bra- mais importantes da casa, por agregar ritos e hábitos do ato
sileiro, em especial dos becos e ruas de pedras históricas, em de fazer a comida. Historicamente, a culinária goiana se de-
sua obra. senvolveu carregada de influências e misturas que, em virtude
da colonização e da escassez de alimentos vindos de outras

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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE GOIÁS

capitanias, teve que buscar adaptações de acordo com a rea- prepara para a apresentação, travestida no esforço popular
lidade local, em especial a do Cerrado. O folclorista Bariani em carregar o estandarte que representa sua milícia. O azul
Ortêncio, em seu livro Cozinha goiana: histórico e receituário, cristão trava a batalha contra o rubro mouro, ornados ambos
resumiu essa ideia ao ressaltar essas substituições. Se não ha- de luxuosos mantos, plumas, pedras incrustadas e elmos me-
via a batatinha inglesa, havia a mandioca e o inhame nativos, tálicos, desenhando, por conseguinte, símbolos da cristanda-
a serralha entrava no lugar do almeirão e a taioba substituía de como o peixe ou a pomba branca – símbolo do Divino – e
a couve. E assim, foram introduzidos na panela goiana, o pe- do lado muçulmano o dragão e a lua crescente. Paralelamen-
qui, a guariroba, além dos diversos frutos do Cerrado, como te, os mascarados quebram a solenidade junto ao público, in-
o cajá-manga e a mangaba, consumidos também em sucos, troduzindo o sarcástico e profano, em meio a um dos maiores
compotas, geleias, doces e sorvetes. espetáculos do Centro-Oeste.
Do fogão caipira até as mais modernas cozinhas indus- As Congadas dão outro show à parte. Realizadas tradi-
triais é costumeiro se ouvir falar no tradicional arroz com pe- cionalmente no município de Catalão, reúnem milhares de
qui, cujo cheiro característico anuncia de longe o cardápio da pessoas no desenrolar do desfile dos ternos de Congo que
próxima refeição. O pequi, aliás, é figura tão certa na tradição homenageiam o escravo Chico Rei e sua luta pela libertação
goiana, quanto os cuidados ministrados àqueles que se aven- de seus companheiros, com o bônus da devoção à Nossa Se-
turam a experimentá-lo pela primeira vez. A quem não sabe, nhora do Rosário. Ao toque de três apitos, os generais dão
não se morde, nem se parte o pequi. O fruto é roído com os início às batidas de percussão dos mais de 20 ternos que se
dentes incisivos e qualquer menção no sentido de mordê-lo revezam entre Catupés-Cacunda, Vilão, Moçambiques, Pena-
pode resultar em uma boca recheada de dolorosos espinhos. cho e Congos, cada qual com suas cores em cerca de dez dias
Também se inclui no cardápio típico goiano a paçoca de de muita festa.
pilão, o peixe assado na telha e a galinhada. A galinhada, por
sinal, não se resume ao frango com arroz. É mais, acompanha- A raiz e o sertanejo
da de açafrão, milho e cheiro verde, rendendo uma mistura Nem só de manifestações religiosas vive a tradicional cul-
que agrada a ambos, olfato e paladar. Sem contar a infinidade tura goiana. Uma dança bastante antiga e muito representa-
de doces típicos interioranos, visto na leveza de alfenins, pas- tiva do Estado também faz as vezes em apresentar Goiás aos
olhos dos visitantes. A Catira que tem seus primeiros registros
telinhos, ambrosias, entre outras guloseimas.
desde o tempo colonial não tem origem certeira. Há relatos
de caráter europeu, africano e até mesmo indígena, com res-
A pamonha
quícios do processo catequizador como forma de introduzir
Iguaria feita à base de milho verde, a pamonha está liga-
cantos cristãos na possível dança indígena. No entanto, seu
da diretamente à tradição goiana. Encontrada em diversos sa-
modo de reprodução compassado entre batidas de mãos e
bores, salgados, doces, apimentados e com os mais diferentes pés, permeados por cantigas de violeiros perfaz a beleza ca-
recheios, que incluem até jiló e guariroba, a pamonha é qua- denciada pela dança.
se unanimidade no prato do goiano, frita, cozida ou assada, A viola, aliás, está presente em boa parte do cancioneiro
especialmente em dias chuvosos. Difícil mesmo encontrar al- popular goiano, especialmente nos gêneros caipira e sertane-
gum goiano que não goste de comê-la e, principalmente, de jo, que em conjunto com sanfonas e gaitas têm sido bastante
fazê-la. É comum, especialmente no interior, reunir familiares divulgados, geralmente por duplas de cantores. Diferenças,
e amigos para preparar caldeirões imensos da pamonhada, no entanto, podem ser notadas quanto à temática, uma vez
como forma de integração social. Homens, mulheres, crian- que o sertanejo tem se apresentado majoritariamente en-
ças, jovens e adultos – todos participam. E é, em geral, coisa quanto produto da indústria cultural e a música de raiz ou
de amigos íntimos, ditos “de dentro de casa”. caipira se inspirado nas belezas do campo e do cotidiano do
sertanejo.
Manifestações populares Pluralidade de ritmos
O desenrolar da história de Goiás propiciou o apareci- Nem só de sertanejo vive o Estado de Goiás. Na verdade,
mento de diversas atividades culturais no Estado, das quais ritmos antes considerados característicos de eixos do Sudes-
originaram legítimas manifestações do folclore goiano. Ape- te do país têm demarcado cada vez mais seu espaço dentro
sar de boa parte delas estar relacionada ao legado religioso do território goiano. Bons exemplos são a cena alternativa e
introduzido pelos portugueses, o movimento cultural que do rock, divulgados em peso por festivais de renome como o
floresceu no Estado agregou tradições indígenas, africanas e Bananada e o Vaca Amarela, enquanto que, por outro lado,
europeias de maneira a abrigar um sincretismo não apenas rodas de samba e apresentações de chorinho também têm
religioso, mas de tradições, ritmos e manifestações que torna- angariado novos adeptos, dentre outros tantos ritmos encon-
ram a cultura goiana um mix de sensações que vão da batida trados na cultura goiana.
do tambor da Congada e dos mantras entoados nas orações
ao Divino, até a cadência da viola sertaneja ou o samba e o Fonte: http://www.goias.gov.br/
rock que por aqui também fizeram morada.
As Cavalhadas talvez sejam uma das manifestações po-
pulares mais dinâmicas e expressivas do Estado de Goiás. A
encenação épica da luta entre mouros e cristãos na Península
Ibérica é apresentada tradicionalmente por diversas cidades
goianas, tendo seu ápice no município de Pirenópolis, quinze
dias após a realização da Festa do Divino. Toda a cidade se

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