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Dor de alma

Meu pratinho de arroz doce


polvilhado de canela;
Era bom mas acabou-se
desde que a vida me trouxe
outros cuidados com ela.

Eu, infante, não sabia


as mágoas que a vida tem.
Ingenuamente sorria,
me aninhava e adormecia
no colo da minha mãe.

Soube depois que há no mundo


umas tantas criaturas
que vivem num charco imundo
arrancando arroz do fundo
de pestilentas planuras.

Um sol de arestas pastosas


cobre-os de cinza e de azebre
à flor das águas lodosas,
eclodindo em capciosas
intermitências de febre.

Já não tenho o teu engodo,


Ó mãe, nem desejo tê-lo.
Prefiro o charco e o lodo.

Quero o sofrimento todo,


Quero senti-lo, e vencê-lo.

António Gedeão, Obra Completa

Notas:
1. azebre: espécie de verdete.
2. eclodir: rebentar, surgir.
3. capcioso: ardiloso, manhoso.

I
1. Divide o poema em três partes, justificando a tua opção.
2. Interpreta a simbologia da frase exclamativa com que o poema
começa.
3. Explica o predomínio do pretérito imperfeito do indicativo na
segunda estrofe.
4. Identifica o fato que vem acabar com a ilusão infantil do sujeito
poético.
5. Prova, com elementos do texto, que o ambiente descrito nas estrofes
4 e 5 é de doença e de degradação.
6. Assinala os dois advérbios com valor temporal que marcam a
progressão temática do assunto do poema.
7. Atenta na última estrofe.
7.1. Seleciona a alínea que melhor dá conta do sentido em
que é aqui utilizada a palavra "engodo".
a. chamariz.
b. cilada.
c. ilusão.
d. mentira.
7.2. Esclarece o sentido da metáfora do verso 23.
7.3. Explica a decisão do sujeito poético expressa nos três últimos
versos.
8. Justifica o título do poema.
9. Analisa o poema do ponto de vista formal: rima, métrica e disposição
estrófica.

II

1. Lê, com atenção, as duas quadras do poeta popular António Aleixo.


Que o mundo está mal, dizemos,
E vai de mal a pior;
E, afinal, nada fazemos
P'ra que ele seja melhor.
Se os homens chegam a ver
Por que razão se consomem,
O homem deixa de ser
O lobo do outro homem.
António Aleixo, Este livro que vos deixo.
1.1. Num texto de cinquenta a oitenta palavras, redige um comentário a
esta afirmação, orientando-te, entre outros, pelos tópicos seguintes:
• interpretação do sentido das quadras;
• a necessidade da cidadania ativa;
• o combate à indiferença e a denúncia da exploração do homem
pelo homem;
O teu texto deve apresentar claramente uma divisão em três partes -
introdução, desenvolvimento e conclusão - claras e articuladas entre si.

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