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As contribuições da Escola de

Copenhague para os estudos em


Segurança Internacional

Prof. Fábio Albergaria de Queiroz

Aula 2/3
A Escola de Copenhague

 a Escola de Copenhague (Copenhagen


Peace Research Institute - COPRI), criada
em 1985, ofereceu arcabouço teórico
alternativo à perspectiva tradicional dos
estudos em segurança;

 as ameaças à segurança não são apenas


de natureza militar, mas podem também
advir das áreas política, ambiental,
econômica e societal, cada qual com uma
dinâmica própria;

 Barry Buzan, Ole Waever e Jaap de Wilde


em “Security: A new Framework for
Analysis” (1998)
Arcabouço Teórico-conceitual

 O nível regional ganhou maior autonomia e visibilidade já que fora do contexto da


rivalidade bipolar as potências locais ganharam maior espaço para manobras.

 Segurança é “o movimento que leva a política para além das regras estabelecidas e
enquadra a questão, ou como um tipo especial de política ou como um conjunto de
ações que se executa acima dela”;

 Esse processo, por eles denominado de securitização, pode ser entendido como um
tipo extremo de politização onde o ator securitizador, diante de uma situação de
ameaça, busca colocar o objeto a ser protegido em um lócus de decisão imune às
regras ordinárias do jogo político em que se justificaria, portanto, a utilização dos
meios necessários para resolver o problema.

 Os atores funcionais não dispõem de recursos de poder suficientes para serem


securitizadores tampouco são objetos referentes.
O Desenvolvimento
Criativo do Quadro Teórico de Copenhague
 Foram elaborados quadros analíticos específicos para cada setor. Passou-se a defender
que cada um possui lógica própria, com regras, atores, códigos, discursos e, mais
importante, objetos específicos de referência no campo da segurança que não
necessariamente, inclui o Estado.

 O setor militar seria dominado pelas relações de força, o setor político pelas relações
de autoridade e reconhecimento externo, o setor econômico pelas relações de
comércio, produção e finanças, o setor societal pelas relações entre identidades
coletivas e, por fim, o setor ambiental seria caracterizado pelas relações entre as
atividades humanas e a biosfera.

 a análise das relações entre os diversos atores e setores demonstra que o conceito de
segurança é uma idéia integrativa e que nenhum setor examinado isoladamente é·
capaz de fornecer uma análise completa da segurança internacional.

 Movimento de securitização, configura-se como uma negociação entre um agente


securitizador e sua audiência no âmbito de uma unidade por meio do qual este agente
buscará legitimidade e permissão para desconsiderar as regras vigentes do jogo
político ou, então, alterá-las.
Atributos da Securitização

 1) ameaça percebida como risco potencial à


sobrevivência de um objeto referente; 2) caráter
de urgência; 3) o poder estatal reivindicando o
uso legítimo de meios extraordinários para
enfrentar o problema;

 Speech-Act (ato discurso): a linguagem não


deve ser meramente considerada em sua simples
forma abstrata (ou locucionária), mas sempre
dentro de um contexto social e cultural no qual
as expressões e sentenças lingüísticas proferidas
pelos falantes façam sentido em relação aos
elementos constitutivos desse contexto (atos
ilocucionários) produzindo, então, efeitos e
consequências (atos perlocucionários).
Ato Discurso/Movimentos de Securitização

 “O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa


sobre a Amazônia” (François Mitterrand, 1989)

 “O Brasil deve delegar parte de seus direitos sobre a


Amazônia aos organismos internacionais
competentes” (Mikhail Gorbatchov, 1989)

 “Só a internacionalização pode salvar a Amazônia”


(Grupo dos Cem – México, 1989)

 “Ao contrário do que os brasileiros pensam, a


Amazônia não é deles, mas sim de todos.” (Al Gore,
quando senador dos EUA, 1989);

 “Caso o Brasil resolva fazer um uso da Amazônia


que ponha em risco o meio ambiente dos EUA,
temos de estar prontos para interromper esse
processo imediatamente.” (general Patrick Hughes,
chefe do órgão central de informação das Forças
Armadas Americanas, 1998);
Processo de (des)securitização
Setor Militar

 diretamente relacionadas à capacidade de defesa


dos países diante de ameaças advindas das forças
armadas de seus congêneres;

 objetos referentes: soberania territorial, equilíbrio de


poder, a sociedade internacional, a não proliferação
de armas de destruição em massa ou, ainda,
rudimentos basilares do direito internacional como o
princípio da não agressão;

 atores securitizadores: elites militares, grupos de


pressão, intelectuais e serviços de inteligência;

 Atores funcionais: indústria bélica, burocracias.


Setor Ambiental
 comparativamente às outras áreas, as
tentativas de securitizar questões
ambientais são relativamente recentes
nas relações internacionais;

 uma das principais características deste


setor é a existência de duas agendas
distintas, porém interdependentes - uma
científica (comunidade epistêmica) e
outra política (governamental e
intergovernamental) – em que atuam os
principais atores securitizadores e
funcionais;

 Outros atores funcionais: corporações


transnacionais, indústrias químicas,
agrícolas e nucleares, ONGATs.
Setor Econômico
 Tarefa complexa, isso porque a insegurança é uma
característica básica do sistema econômico capitalista
e dos agentes que atuam nas economias de mercado.

 Daí a securitização tornar-se inteligível quando estas


ameaças representarem riscos reais às atividades
econômicas essências à sobrevivência física e
organizacional do Estado, o que remete o debate para
a seara da Economia Política Internacional (EPI);

 no setor econômico o Estado e a atual ordem


econômica liberal internacional destacam-se como os
principais objetos referentes;

 Atores securitizadores e funcionais: Estados e


representantes de Organizações Governamentais
Internacionais, firmas, corporações transnacionais,
sindicatos e o próprio indivíduo (neste último caso, a
segurança econômica é compreendida em termos de
ameaças às suas necessidades básicas)
Setor Societal
 Temos ameaças societais quando agrupamentos
percebem riscos à sua identidade coletiva e,
conseqüentemente, à sua sobrevivência como uma
comunidade, seja ela racial, religiosa, nacional, sob a
forma de clãs, tribos, civilizações, religiões, raças e
nações – os principais objetos referentes do setor;

 potenciais agentes neste setor: lideranças políticas


que personificam o poder estatal, como chefes de
Estado e/ou Governo (principalmente nos casos em
que há uma inconteste correlação entre nação e
Estado), minorias étnicas, movimentos sociais da mais
variada ordem (nacionalistas, culturais, anti-imigração,
antiglobalização), lideranças religiosas, a mídia, dentre
outros tantos.

 o atual cenário pós-Guerra Fria é marcado por


crescente tensão entre a globalização e as velhas
forças da cultura, da tradição e da comunidade sendo,
por isso, um dos grandes desafios da atual era global
encontrar o ponto de equilíbrio entre estes pólos.
Setor Político
 Tem como principal referência a estabilidade organizacional
de uma unidade política, geralmente o Estado;

 As ameaças políticas são tradicionalmente aquelas que


representam risco à estabilidade institucional da autoridade
no âmbito de uma unidade política (Estados, impérios,
teocracias, tribos e outras formas de governo) quanto ao
seu reconhecimento (no plano externo) ou legitimidade
(internamente).

 Todo tipo de segurança é também política uma vez que


todas as ameaças e respostas a elas são constituídas e
definidas nesta esfera. Isso porque a politização é, por
definição, um ato político e, por conseguinte, também o é a
securitização;

 As dinâmicas setoriais advêm daquele grupo de ameaças


que sejam predominantemente políticas quanto à sua
forma, ou seja, que não pressuponham o uso da força
militar ou a utilização de meios econômicos, societais ou
ambientais.
A Teoria dos Complexos Regionais de
Segurança (TCRS)

1991: Um complexo de segurança é definido como um conjunto de Estados cujas


principais percepções e preocupações referentes a segurança são tão interligados que
seus problemas de segurança nacional não podem ser razoavelmente analisados ou
resolvidos de maneira separada. (Buzan,1991:198).

1998: Um complexo de segurança é definido como um conjunto de unidades cujos


principais processos de securitização e dessecuritização, ou ambos, são tão
interligados que seus problemas de segurança não podem ser razoavelmente
analisados ou resolvidos de maneira separada. (Buzan et alii, 1998:201).

um CRS toma forma a partir de três tipos de relações principais: 1) a distribuição


de poder entre os Estados da região; 2) os padrões de amizade/inimizade entre os
atores deste complexo. No extremo positivo, as relações de amizade são
preponderantes e dão ensejo à formação de uma comunidade de segurança onde as
expectativas de mudanças são pacíficas. No extremo negativo, as relações são
tencionadas pela desconfiança e resultam em formações conflituosas. Na zona
intermediária entre os dois pólos é possível observar uma formação híbrida: os
regimes de segurança ; 3) as relações de poder com atores externos à região
(intrusão/overlay).
Padrões de Amizade/Inimizade
Distribuição de Poder (polaridade)

Os CRS podem ser do tipo padrão (standard) ou centrado (centred).

Os complexos do tipo padrão mantêm uma estrutura anárquica definida em


função da existência de potências regionais;

Nos complexos centrados as dinâmicas giram em torno ou da presença de


uma grande potência (Rússia no caso do Complexo Pós-URSS) ou de uma
superpotência (EUA na América do Norte). Nestas duas configurações
prevalece, por conseguinte, uma estrutura unipolar.

O terceiro caso de um CRS do tipo centrado (institucionalizado) ocorre


quando a região assume densidade ontológica tal, resultado de elevado
grau de institucionalização, a ponto de reconhecidamente atuar com as
qualidades de um agente unitário em nível global. A União Europeia é um
exemplo
Complexos Regionais de Segurança
Pós-Guerra Fria

São onze os CRS


pós-Guerra Fria:
América do Norte,
América do Sul,
Europa, Pós-URSS,
Oriente Médio, África
Ocidental, África
Central, Chifre da
África, África Austral,
Sul da Ásia e Leste
Asiático, conforme
ilustrado na figura
seguinte:
Tipos de Complexo Regionais de
Segurança

 A partir deste quadro geral, os autores delinearam duas possíveis


formações em que são assimilados os novos atores e setores da
agenda ampla de segurança:

 1) Complexos Homogêneos – são aqueles CRS compostos por


formas específicas de interação entre unidades similares (por
exemplo, complexos militares formados por Estados);

 2) Complexos Heterogêneos – eles agregam diferentes tipos de


atores em dois ou mais setores (por exemplo, Estados, nações e
empresas interagindo nos setores político, econômico e/ou
societal).
Terminologia - CRS
 Overlay: quando os interesses de uma ou várias potências exógenas
exercerem influência ao ponto de suprimir as dinâmicas internas do complexo
BUZAN et alli (1998, p.12).

 Nestas zonas de interação mais rarefeitas encontramos os chamados


‘insuladores’ (insulators), papel geralmente desempenhado por um Estado
que se interpõe entre diferentes CRS e, mesmo sem pertencer a nenhum
deles, absorve as tensões entre os mesmos “definig a location where larger
regional security dynamics stand back to back” (BUZAN e WAEVER, 2003;
p.490).

 Ressalte-se que, ainda que haja relações de segurança entre unidades, nem
sempre elas resultarão em um complexo. Quando elas apresentam potencial
para criar um CRS, contudo sem estabelecer uma forte interdependência
entre suas unidades, tem-se um pré-complexo. Entretanto, quando há
relações de interdependência concretas o suficiente ao ponto de permitir
delinear uma região, contudo sem densidade suficiente para se pensar nesta
região como um CRS plenamente constituído, tem-se um proto-complexo
(BUZAN e WAEVER, 2003; p.490-1).
Insulator
Complexo Regional de Segurança da América
do Sul
 Alguns CRS, geralmente aqueles em que há um grande número de atores, contêm
arranjos intermediários denominados subcomplexos. Estas estruturas sub-regionais
apresentam essencialmente os mesmos atributos que definem um CRS, entretanto
seus padrões de interdependência em segurança diferem uns dos outros.

 Subcomplexo de Segurança do Cone Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai,


Uruguai e Bolívia (buffer states/Estados-Tampão).

 Obs: Um Estado-Tampão tem como principal função se interpor entre potências


rivais em um (sub)complexo, separando-as. Estes países, limitados em termos de
projeção de poder devido a restrições territoriais, demográficas, militares,
econômicas, etc, tem se mantido à margem de disputas por um papel maior no
cenário regional face à impossibilidade de fazer frente aos seus proeminentes
vizinhos. Entretanto, justamente por aceitarem a condição de buffers states, são
importantes players na manutenção da estabilidade regional ao contribuir para evitar
uma escalada conflituosa direta entre as potências por eles separadas

 Subcomplexo de Segurança Andino:Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e Guiana


Insulador vs. Buffer-state

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