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1 GENERALIDADES
Abordagem de processos
Melhoria
“O que pode ser medido, pode ser melhorado!” (Peter Drucker)
O que você deve analisar para melhorar? Para quem deve melhorar? É mais
fácil analisar a resposta dessas perguntas quando se tem os outros princípios
realizados.
Uma das filosofias da Honda é: “um dos motivos pelos quais nossos clientes estão
sempre satisfeitos é porque nós nunca estamos”. Se você quer que o seu SGQ cumpra
o objetivo de satisfazer clientes, você precisa dormir e acordar pensando em
melhorar. As melhorias são essenciais para conseguirmos gerir pessoas e
processos.
Gestão de relacionamentos
Um dos nossos leitores do Blog da Qualidade nos trouxe uma pergunta que se
encaixa aqui: Um produto produzido totalmente de acordo com o pedido do
cliente e, posteriormente devolvido para ser refeito porque o cliente não disse
uma especificação, pode ser considerada uma Não Conformidade? Claro que
sim. Houve uma falha no processo de comunicação e na gestão de
relacionamento entre os processos. Caso houvesse a interação adequada entre
todas as partes interessadas e etapas do processo, não haveria esse problema!
Essa é a importância de gerenciarmos os relacionamentos entre processos,
pessoas, organizações, etc.
Foco no Cliente tem a ver com liderança. A liderança envolve o
engajamento das pessoas, este engajamento aborda todos os processos.
Abordar os processos torna possível tomar decisões baseando-se em
evidências. Com essas evidências, dá pra melhorar… e melhorar muito!
Quando tudo isso estiver acontecendo, você deve se preocupar somente
em gerenciar os relacionamentos.
Imagine um tabuleiro em que todas as peças são interligadas e dependem umas
das outras para poderem seguir em frente e andar para a “próxima” casa. Então,
assim é que o Sistema de Gestão da Qualidade deve funcionar.
ISO 9001:2015 – As 4 diferenças nos
princípios da Gestão da Qualidade
Postado dia 8 de março de 2016 por Nadia Segantini na categoria Sistemas de gestão
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Já falamos por aqui dos 8 princípios da gestão da qualidade e também da
relação entre os 7 princípios que foram atualizados com a ISO 9001:2015. Neste
post, explicarei quais foram as mudanças mais significativas que ocorreram entre
as versões da ISO 9001:2008 e ISO 9001:2015, que transformaram os 8
princípios em 7.
Os princípios Foco no cliente, Liderança e Engajamento das pessoas não
passaram por mudanças significativas na nomenclatura e conceito, mas os
outros 4 princípios: Abordagem de Processo, Melhoria, Tomada de decisão
baseada em evidências e Gestão das relações, apresentaram diferenças de
terminologias para esclarecer o entendimento do significado desses princípios.
Abordagem de processo
Aqui é onde vemos a maior mudança e de onde é “retirado” um dos princípios
com a nova versão da ISO. O título em relação a versão 2008 segue igual, mas
a Norma unificou Abordagem de processos com Abordagem sistêmica de gestão.
Acredito que havia muita confusão a respeito da separação de sistema de gestão
e abordagem de processos, já que ambos estão envolvidos em uma mesma
abordagem.
Processos são encontrados no decorrer de toda a ISO e é evidente que os
resultados desejados são alcançados mais facilmente quando as atividades e os
recursos relacionados são gerenciados como processos dentro do Sistema de
Gestão da Qualidade.
Melhoria
O princípio de Melhoria, que era conhecido na versão anterior como Melhoria
contínua, traz a mensagem de que as organizações que estão sempre em busca
de soluções para aumentar o resultado conseguem se destacar.
Essa mudança vem mais esclarecida quando olhamos para o requisito 10.
Melhoria, que se estende na melhoria da Empresa como um todo, dos produtos
e a melhoria contínua do Sistema de Gestão da Qualidade.
Uma boa relação serve para que a organização consiga crescer e manter uma
parceria com todos que agregam valor à organização, desde clientes até a
sociedade. Tem muito a ver com o que se espera de cada parte interessada e
como você deve se comunicar com elas para extrair o melhor das relações.
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Já faz algum tempo que a Gestão de Riscos se transformou na pauta dos assuntos
discutidos pelo pessoal envolvido na gestão da qualidade, principalmente depois que a
nova versão da ISO 9001:2015 trouxe esse item como uma de suas principais mudanças.
Mas o que diferencia um do outro? Bom, é sobre isso que vamos falar.
O que é gestão de risco?
Considerando a definição da ISO 9001:2015, risco é o efeito sobre a incerteza, ou
seja, o desvio positivo ou negativo relacionado ao resultado esperado de um processo,
projeto, ou qualquer outro objetivo. Desta forma, gestão de risco é um
processo que visa identificar, analisar e planejar ações a fim de evitar
situações indesejadas ou potencializar oportunidades.
Na gestão da qualidade é muito comum discutir sobre o “porquê” de ter
acontecido algo e estamos continuamente procurando a causa raiz de uma
determinada ocorrência. A gestão de riscos busca identificar os “e se?” dos
processos: e se isso acontecer? E se isso não acontecer? E se algo der errado?
E se der certo?
O trabalho consiste em encontrar o máximo de “e se?” possível e gerenciá-los a fim
de ter a possibilidade de prevenir a empresa contra ameaças e prepará-la para
oportunidades.
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A ISO 9001 dispõe em sua estrutura de boas práticas para assegurar a qualidadede todos os
processos. A revisão da ISO 9001:2015 deixou alguns conceitos mais claros,
principalmente aqueles que as vezes eram incompreendidos e por esse motivo não
eram aplicados nas organizações.
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Se você está ligado nas mudanças da versão 2015 da ISO 9001, você já deve ter visto
algo sobre “Contexto da Organização”, assunto abordado no item 4 da nova versão. Para
muitas empresas, isso ainda está um pouco confuso, mas quero falar aqui de um jeito
que você entenda.
Esse item trabalha com a essência do SGQ, estipulando o que deve ser levado
em conta para que a empresa, de fato, faça o que se propõem a fazer. Em suma,
o requisito 4.4 trata dos principais macroprocessos da empresa, visando garantir que
eles serão mapeados, monitorados e, assim, melhorados.
No post de hoje, pretendo falar um pouco sobre a importância deste item e sobre
como ele ajuda a estruturar o SGQ das empresas. Mas, antes de falar do item,
vejamos o que a norma fala:
Sistema |s.m.
(Priberam)
Tá, mas onde entra, então, a ISO 9001:2015 em tudo isso?
O Wilson Silia, que é auditor da 9001 e de uma porrada de outras normas,
resumiu bem essa questão no nosso último Qualicast: “A ISO é um SISTEMA DE
GESTÃO da Qualidade”.
Os processos existem e acontecessem, e se você não tiver uma maneira de
organizá-los, eles vão continuar acontecendo, mas é só isso
mesmo, acontecendo. Sabe aquela frase do Stephen Covey: “Aconteça com as
coisas, mas não deixe as coisas acontecerem com você”.
Agora, se você estabelecer formas de organizar isso, implantar práticas que te
ajudem a manter tudo em ordem. Você terá domínio sobre o seu sistema de
produção, e será capaz de melhorar tudo que sua empresa faz.
A ISO não é um papel que você obtém, é uma ferramenta que te ajuda a cultivar
e evoluir sua empresa, organizar seus processos e inspirar seus colaboradores
a fazerem o melhor. E é isso que o requisito 4.4 quer de você, que você busque
a excelência.
A primeira ação que o item sugere é que você saiba exatamente o que seu
processo irá precisar e o que ele deverá resultar, ou seja, você tem de saber o
que vai fazer. E não é difícil entender porque, afinal, as entradas e as saídas do seu
processo estão totalmente conectadas.
Se você não tiver as entradas corretas, suas saídas serão completamente
prejudicadas e se você não souber o que deverá ser o produto final do processo,
como saberá o que precisará para produzi-lo? Como determinará as entradas?
Acredito que até seja possível, mas é a melhor forma? Mais econômica, inteligente,
rápida e segura? Acredito que não. É preciso definir quais processo devem
acontecer antes ou depois, quais processos darão sequência aos processos
anteriores e quais deles necessitam estar prontos para a obra prosseguir.
c) determinar e aplicar os critérios e
métodos (incluindo monitoramento,
medições e indicadores de desempenho
relacionados) necessários para assegurar
a operação e o controle eficazes desses
processos;
Terminados o bote ou a ponte, o que vai garantir que eles vão, respectivamente,
não afundar ou se manter no alto? Ou, melhor ainda, o que foi feito durante a
construção deles que garante a conformidade desses produtos?
Perceba que você tem de ter um conjunto de indicadores que, antes mesmo da
conclusão do processo, mostrarão se tudo está correndo de acordo com o
planejado, se tudo foi feito de forma a garantir a conformidade do processo e,
assim, também do produto.
Riscos
E se, no meio de uma fornada de pães de cachorro quente acabar o gás do forno
industrial? O que acontece com o produto que está lá dentro? Todo tempo,
dinheiro e esforço empregados para fazê-lo simplesmente vão se apagar.
Oportunidades
E se, ao invés de gás, passarmos a utilizar madeira reflorestada? Eucalipto talvez. Pode
ser mais barato. E ainda dá para fazer aquele merchan do “forno a lenha”.
Existem diversas maneira de melhorar um processo, seja para reduzir custos ou
agilizar a execução das tarefas. Se os processos forem encarados com foco na
melhoria, sempre haverá chances de torná-los melhores, mais rápidos e mais baratos.
Então, é preciso ficar atento às oportunidades.
5.1.1 Generalidades
Nós já temos conteúdos no blog sobre quase todos esses itens, e logo
fecharemos todos! O artigo de hoje é parte do eBook Liderança transformadora,
e nele você vai ler um pouco sobre como tópicos presentes nas Generalidades do
requisito 5 Liderança ajudam a desenvolver uma liderança transformadora nas
empresas, pois acabam direcionando a forma como os líderes devem agir.
5.1.1 Generalidades
No primeiro, as pessoas ainda não têm competência para fazer o que é preciso
ser feito, e cabe a organização disponibilizar os recursos necessários (seja por
meio de treinamento, contratação, remanejamento interno, mentoreamento, etc)
para que as pessoas adquiram competências e o trabalho seja executado.
No segundo caso, as pessoas sabem fazer, mas não tem os equipamentos certos
para isso. E não são só os equipamentos, pode ser que o espaço para o trabalho
seja inadequado, que o método (processo) que elas executam precise de
melhorias ou até mesmo que as matérias primas que elas utilizam não sejam as
ideais para a produção ou prestação do serviço, e tudo isso são recursos.
No terceiro caso, que é o mais grave, podem ter ocorrido dois erros:
Inserir no SGQ um recurso inadequado ao seu funcionamento;
Ou a conscientização na sua empresa está meio furada, não direcionando os recursos
humanos da sua empresa para os resultados planejados.
Existem inúmeros recursos necessários para o bom funcionamento do SGQ, e
cada um deles requer um tipo de tratamento, e os líderes tem de entender isso.
Ainda mais que entender, eles precisam identificar quais recursos são necessários e
fazer com que eles estejam nos lugares certos, nas mãos certas e no momento
certo, afinal, não adianta, por exemplo, entregar o equipamento de medição para
o colaborador e depois que o produto já foi entregue para o cliente.
i) promovendo melhoria;
Um SGQ de verdade só existe se ele trouxer cada vez mais resultados para sua
empresa, e é disso que a melhoria trata. Melhorar é encontrar formas de fazer
melhor, mais rápido e mais barato o que nós fazemos, os processos que
executamos todos os dias.
A melhoria não vai acontecer do dia para a noite, ela não vai revolucionar sua
empresa no primeiro mês de implantação do sistema de gestão, mas se você
evoluir um processo de cada vez, pode ser um por mês, no final de um ano você
terá melhorado 12 processos da sua empresa. 12 processos que talvez
estivessem sendo executados da mesma forma há décadas, e que traziam
desperdício, retrabalho, dificuldade e tornavam sua organização mais lenta.
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Você deve ter visto no artigo em que falamos sobre os 7 princípios da
Qualidadeque a Liderança é extremamente importante para que o Sistema de
Gestão da Qualidade funcione numa organização. Toda essa ênfase não está
explícita só nos Princípios da Qualidade, mas também se transformou
no Requisito 5 da ISO 9001:2015: a Liderança.
Podemos ver a liderança de várias formas:
a atitude de liderar, que foi a que defendemos quando falamos sobre os 7
princípios da Qualidade;
a liderança que tem a responsabilidade em apoiar uma equipe, seja de forma
técnica ou comportamental;
a liderança estratégica, que conhecíamos como Alta Direção.
Na versão da ISO 9001:2015, esse requisito veio para esclarecer e motivar a
importância da participação da Alta Direção no Sistema de Gestão da Qualidade,
explicitando o posicionamento que ela deve ter perante a Organização.
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Com a nova versão da ISO 9001:2015, o requisito Foco no cliente ficou um pouco mais
descritivo, mas mesmo assim, há poucas discussões e explicações sobre esse assunto,
que além de um requisito, é também um princípio da qualidade.
A Alta Direção deve assegurar que os requisitos do cliente sejam determinados e atendidos
com o propósito de aumentar a satisfação do cliente. ( ver 7.2.1 Determinação de
requisitos relacionados ao produto e 8.2.1 Satisfação dos clientes)
Para ter uma boa compreensão desse requisito, precisamos entender o que é
foco no cliente, por que é importante discutir esse tema e como a gente sabe se
uma empresa tem foco no cliente ou não.
Para que possamos entender melhor, vou comentar cada item deste requisito.
Nas empresas que as áreas que tratam do cliente se conversam, pode acontecer
de não envolverem o pessoal da produção, ou seja, o pessoal que faz o produto.
Se essa informação não chegar até eles, não tem como o produto estar
aderente aos requisitos do cliente. Não está apenas relacionado a defeitos,
mas sobre o que seu cliente acha sobre o seu produto.
É claro que, só a comunicação não vai fazer as coisas acontecerem,
estabeleça planos de ação, monitore e meça o resultado para tomar decisões
que melhorem sua empresa.
E você, o que acha de tudo isso? Comenta aí, quero saber sua opinião!
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A Política da Qualidade é uma das primeiras coisas que a gente faz quando inicia
a implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade. É uma das atividades da
Alta Direção e contém orientações gerais, intenções e objetivos da organização referente
à qualidade.
Mas afinal, o que é uma política da Qualidade? E como saber se minha política
está correta?
A Alta Direção deve estabelecer, implementar e manter uma política da qualidade que:
a) Seja apropriada ao propósito e ao contexto da organização e apoie seu direcionamento
estratégico;
b) Proveja uma estrutura para o estabelecimento dos objetivos da qualidade;
c) Inclua um comprometimento em satisfazer requisitos aplicáveis;
d) Inclua um comprometimento com a melhoria continua do sistema de gestão da qualidade.
Uma Política da Qualidade realmente boa é aquela que é usada, ou seja, se a sua
política da qualidade fica colada em um edital, escrita com letras pequenas no
rodapé do e-mail ou guardada em algum repositório de documentos físico ou
eletrônico, mas não é comentada em nenhuma reunião onde se toma decisões,
existe uma grande probabilidade de sua política não servir para nada. Por
isso, sua política deve estar coerente a missão, visão e valores da sua empresa, e
considerar o planejamento estratégico da sua organização, para que seja desdobrada
em melhorias nos processos e impulsione o crescimento da sua organização.
É a partir desta declaração formal do que é qualidade para sua empresa que
você dará o primeiro passo para estruturar uma cultura da qualidade forte, onde “a
qualidade significa fazer certo quando ninguém está olhando”, como diria Henry Ford.
Quer iniciar um projeto de cultura da qualidade na sua empresa? Comece pela
Política da Qualidade!
Em breve...
Vejamos o item:
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Se você nos acompanha, provavelmente já conhece nossa página da ISO 9001:2015
comentada pelos autores do Blog da Qualidade, este é mais um texto sobre o requisito
5 Liderança que também se encontra no nosso eBook Liderança Transformadora. Além
de comentários sobre o requisito, há neste eBook práticas de como líderes desenvolvem
essa liderança na Forlogic Software.
Nest post em específico, vou falar sobre o item 5.3 Papéis, responsabilidade e
Autoridades Organizacionais, que diz o seguinte:
Você não precisa criar novos indicadores para isso, olhe para a satisfação do
cliente, número de elogios de clientes, número de projetos executados, os
números da produção, o aumento de vendas, e assim por diante. Haverá situações
que não será necessário olhar para números, como por exemplo a melhoria na
comunicação, a percepção de como o operacional está mais alinhado com os
objetivos da empresa e como as pessoas compreendem a qualidade.
Relatos disso podem ser gráficos, números, indicadores, mas também podem
ser histórias, fotos, comentários. E é importante que essas informações
cheguem até a alta direção, para que eles saibam como a incorporação da
qualidade tem impactado a organização e atuado sobre aquilo que não atingiu o
resultado esperado.
A responsabilidade é de todos!
Não adianta ter controles, processos otimizados e aplicar ferramentas
estatísticas e matemáticas se as pessoas não souberem o que fazer para ajudar
a sua empresa crescer. E isso não é para que as pessoas se acomodem e
comecem com o jogo do “isso não é comigo” ou “essa atividade é de outro
departamento ou pessoa”. A definição de papéis, responsabilidades e autoridades
tem 2 principais objetivos: organizar o trabalho e ganhar velocidade na tomada de
decisão. Se isso não estiver acontecendo, é melhor rever o que você está
fazendo, pois está dando errado!
A qualidade é responsabilidade de todos! E essa frase faz sentido não só porque
foi o Deming falou, mas porque O CRESCIMENTO DA EMPRESA é
responsabilidade de todos. Por isso, a definição de papéis e responsabilidades
deve contribuir para a evolução da sua organização.
Quem é que sua sogra vai responsabilizar pelo desastre do jardim? Você, como
diretor, ou seu filho, como gestor do processo?
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Bom, no meu artigo anterior já havia dito que devemos nos acostumar com o
termo Gestão de Riscos. Isso não só pela revisão da ISO 9001:2015, mas por
vários outros motivos que estão ligados diretamente a importância de agir
preventivamente.
A partir de então, venho estudando muito a ISO 31000:2009, base para a revisão
da ISO 9001:2015 e já consolidada no mercado, o qual, retirei dela o Processo de
Gestão de Riscos. A ISO 31000:2009 apresenta o processo de gestão de riscos
desta forma:
1 – Estabelecer Contexto
Nesta fase, há uma classificação se os riscos são de contexto interno ou externo
que serão levados em consideração e serão definidos com base nos critérios
que a própria empresa estabelece. Compreende-se como contexto externo:
Cultural, social, político, legal, regulatório, financeiro, tecnológico, econômico,
natural e competitivo, seja internacional, nacional, regional ou local. Já o contexto
interno: Governança, estrutura organizacional, funções, responsabilidades,
estratégias, capacidades compreendidas como recursos e conhecimento (ex.
capital, tempo, pessoas, processos, sistemas, tecnologias), sistemas de
informação, fluxos, processos, tomada de decisão, cultura da organização,
modelos, etc.
Isso ajuda muito a focar melhor a definição dos riscos existentes para o seu
negócio, articulando em relação aos objetivos que a empresa quer atingir. Este
é muito importante, pois se você errar aqui, provavelmente irá errar também nos
outros passos. Além disso, é no contexto que se define metas, objetivos,
atividades, responsabilidades e métodos.
2 – Identificação de Riscos
Este é um processo de busca, reconhecimento, e descrição de riscos. É nesta
fase que será gerada uma lista abrangente de riscos/perigos relacionados a
possíveis eventos que possam criar, aumentar, reduzir, acelerar ou atrasar a
realização dos objetivos. Envolve fontes, que podem estar no controle da
organização ou não, eventos, causas e consequências.
3 – Análise do Risco
Envolve a apreciação das causas e as fontes de risco, suas consequências
positivas e negativas, e a probabilidade de que essas consequências possam
ocorrer, ou seja, a análise visa entender a probabilidade daquilo acontecer e o
impacto que isso trará, se acontecer.
4 – Avaliação de Riscos
A avaliação é para auxiliar na tomada de decisão com base nos resultados da
análise. Se a análise do risco trouxe como resultado que o risco tem
probabilidade de 90% de acontecer em um impacto muito alto, a criticidade dele
é alta. Ou seja, devo ter muita atenção com esse risco e gerar ações para lidar
com isso. Aqui você responde quais riscos precisam de tratamento? Qual a
prioridade? Quais são as possíveis ações que posso tomar?
5 – Tratamento de Riscos
O que você decidiu na avaliação de riscos, aqui é o momento de agir,
definitivamente. É o processo que você usará para modificar o risco. Considera
probabilidade, consequência e estão ligados a estratégias como por exemplo:
mitigar, prevenir, eliminar, etc.
6 – Comunicação e consulta
Processo contínuo e iterativo que fornece, compartilha ou obtém informações se
envolvendo no diálogo com as Partes Interessadas. Ou seja, as informações certas
devem estar sempre disponíveis para os interessados.
7 – Monitoramento e Análise Crítica
Monitoramento é um processo contínuo de verificação, supervisão, observação
crítica ou identificação da situação para identificar mudanças. Importante saber
aqui que a probabilidade e impacto do risco muda assim que você vai obtendo
mais informações, ou seja, há mudanças no cenário. Imagine só, estou no
escritório escrevendo esse artigo, qual a probabilidade de eu ser atropelada?
Provavelmente baixa. Mas se eu te disser que passou 30min e eu levei meu
notebook no meio da rua e continuei escrevendo meu artigo. A probabilidade de
eu ser atropelada agora é muito maior que antes, certo?
O monitoramento deve ser contínuo, por isso não cometa o erro de imprimir seus
riscos num papel, colar nos ambientes de trabalho e nunca mais revê-los. Muitas
coisas podem mudar, e seu processo deve estar preparado para detectar essas
mudanças.
A Análise Crítica é a atividade realizada para determinar a adequação, suficiência
e eficácia do assunto em questão para atingir os objetivos. É quase uma
apuração de resultados, mas avaliará o processo em si apontando melhorias e
assim por diante. Você já deve estar acostumado com isso no seu sistema de
gestão da Qualidade, não é?
O que é importante considerar: não significa que a partir de hoje você vai tentar
encaixar um risco em qualquer lugar: alguns riscos importam, outros não. Mas
esse é um assunto que vou falar no meu próximo artigo, onde ressalto alguns
gatilhos para implantar uma Gestão de Riscos relevante para sua empresa. Até
lá!
Minha intenção neste artigo não é colocar Ações Corretivas contra Gestão de
Riscos, os dois tem que agir ativamente na organização para trazer um resultado
completo, e nem que uma empresa que tenha um processo de gestão de riscos
nunca terá não conformidades, mas que uma empresa que tem uma gestão de
riscos efetiva em processos, pessoas, enfim, terá menos probabilidades de ter
não conformidades.
Muitas vezes não conseguimos mensurar o valor e preço daquilo que deixou de
acontecer, e se quisermos estimular a gestão de riscos como cultura na
organização, teremos que mudar o nosso posicionamento para uma postura
mais forte na prevenção. Nós deveríamos comemorar mais vezes os resultados do
esforço investido em uma prevenção bem sucedida, seria um bom primeiro passo.
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Você já deve saber que gerenciar riscos não é mais uma opção, não é? Não só
pela ISO 9001:2015, mas todas as ISO’s estão se adaptando ao padrão do Anexo SL,
estrutura de alto nível, e este padrão eleva o conceito de ação preventiva e
corretiva em um processo de avaliação de risco mais abrangente, considerando
que se fizermos bem a fase de planejamento, podemos prever e nos antecipar a alguns
acontecimentos.
Uma discussão que está surgindo por aí é que a ISO 9001:2015 não cita em nenhum
momento que a gestão de riscos deve ser um processo documentado, e é verdade. A
nova ISO fala muito sobre mentalidade de risco e pensamento baseado em risco,
orientando em quase todos requisitos alguns momentos em que seria importante
considerar as “incertezas”.
Isso significa que não preciso criar um processo de Gestão de riscos? É só seguir os
requisitos e estará tudo tranquilo?
Sim e não.
Se você entende que esse processo é realmente importante, mas não sabe
como começar, no próximo artigo eu descreverei um processo de gestão de
riscos aderente à ISO 9001:2015 que estamos utilizando aqui na nossa empresa.
Até lá!
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O Diagrama de Ishikawa, conhecido também como diagrama de causa e efeito, ou diagrama
de espinha de peixe, é uma ferramenta da qualidade que ajuda a organizar o brainstorming
para a identificação das possíveis causas de determinado problema, e por esse motivo
é tão utilizada na análise de causa de não conformidades. O que algumas pessoas
talvez não saibam ainda é que essa mesma ferramenta pode ser utilizada
para identificar riscos e perigos de processos e projetos.
Quem trabalha com a qualidade e tem o desafio de fazer a transição para ISO
9001:2015 até setembro de 2018 terá mais facilidade para desenvolver o processo
usando ferramentas que já conhecemos para implantar essa cultura que é tão
discutido na nova versão da ISO.
Quando vamos analisar causa de um problema, colocamos o problema na cabeça
do peixe e então categorizamos suas causas tendo uma visão parecida com essa:
Se tiver como resultado um número entre 0,18 e 0,72, a criticidade é alta, ficando
assim na cor vermelha.
Se o cálculo tiver como resultado um número entre 0,09 e 0,14, a criticidade
é média, ficando assim na cor amarela.
Se o resultado for entre 0,01 a 0,05, a criticidade é baixa, tendo a cor verde.
No nosso exemplo acima, a multiplicação resultou em 0,12, o que significa que a
criticidade do meu risco é média.
4 – Ilustre no seu diagrama
Colocando as cores, o seu diagrama ficará mais ou menos assim:
Depois disso, você definirá as estratégias que vai adotar em relação aos riscose assim
estabelecer planos de ação.
É claro que existem outras ferramentas, na semana passada, por
exemplo, disponibilizamos uma planilha que avalia riscos pela Matriz de Riscos, que
traz outra visão para análise. Você pode fazer o download clicando no botão
abaixo:
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Há algum tempo falamos aqui sobre o que considerar para definir os objetivos
da qualidade de acordo com a ISO 9001:2015. Depois de definidos os objetivos,
o ideal é planejar como iremos atingí-los. Nesta fase surgem muitas dúvidas,
principalmente porque os objetivos são amplos e envolvem vários
departamentos na organização. Mas como fazer isso de maneira sistemática e
que todos entendam?
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Com a versão da ISO 9001:2015 alguns requisitos sofreram alterações e um destes itens é o
6.3 Planejamento de mudanças. Para entendermos melhor o que mudou vamos ver o antes
e depois do requisito.
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No post anterior, Requisito 6.3 da ISO 9001:2015: Planejamento de mudanças (Parte
1), nós falamos um pouco sobre quando é necessário considerar uma mudança e porque é
importante fazer o planejamento dela. Agora, vamos entender um pouco sobre cada item.
A cláusula 6.3 Planejamento de mudanças fala que:
c) a disponibilidade de recursos;
A organização deverá analisar tudo o que é preciso para implementar a mudança e
estes recursos podem ser: materiais (máquinas, equipamentos, ferramentas,
matérias-primas), financeiros (capital, dinheiro em caixa ou em bancos, créditos,
investimentos) e as pessoas apropriadas para envolver na mudança. Esse item
ajudará você avaliar sua capacidade de executar a mudança.
d) alocação e realocação de
responsabilidades e autoridades;
A empresa considerará como as pessoas serão envolvidas na mudança
atribuindo responsabilidades e autoridades. É importante que as responsabilidades
estejam claras para que as pessoas executem as atividades com a devida autonomia e
também ficará mais fácil cobrar resultados dos envolvidos no processo ou projeto
da mudança.
Considerar o propósito, responsabilidades, recursos e a integridade do SGQ são
os itens mínimos para planejar, implementar e colocar em prática as mudanças
da organização. Porém, como este requisito tem como foco a eficácia da
mudança, mais importante ainda, é garantir que ela tenha êxito em relação ao
objetivo da sua empresa.
7.1 Recursos
Já falei aqui no blog sobre o item 7.1.6 Conhecimento organizacional. Para dar
continuidade ao item 7, vou retroceder um pouquinho e o artigo de hoje vai
abordar um pouco sobre o requisito 7.1 Recursos.
A importância dos recursos
No dicionário, a palavra recurso pode ser entendida como “algo que serve para
alcançar um fim”, ou seja, recurso é tudo aquilo que nos auxilia a alcançar algum
objetivo. Este objetivo pode ser a realização de uma tarefa, a produção de um
bem, a prestação de um serviço ou, de forma mais ampla, o alcance das metas
organizacionais.
Suponhamos que você trabalhe em uma transportadora, se você não tiver os
recursos certos, você não vai conseguir entregar nada para ninguém. Para
começar, você precisará de um caminhão e de combustível. Depois, precisará
de materiais para acondicionar o produto no baú do caminhão, para ele não
chegar todo amassado e danificado ao destino. Por fim, precisará de um
motorista habilitado, responsável e experiente.
Sem os recursos adequados, sejam eles materiais ou humanos, sua empresa
jamais conseguirá realizar o que planejou, seja os processos ou até o alcance da
visão da empresa.
7.1 Generalidades
A ISO 9001 estabelece que as empresas precisam “determinar e prover os
recursos necessários para o estabelecimento, implementação, manutenção
e melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade”. Isso significa fornecer
aos processos e colaboradores tudo aquilo que for necessário para a execução.
Por isso a ISO estabelece que você precisa determinar e fornecer as pessoas
necessárias para implantar o SGQ e para monitorar e controlar os processos
dele.
7.1.3 Infraestrutura
Ter os melhores profissionais à disposição é essencial, mas não é o suficiente.
Essa é fácil de entender, se você contratar o melhor pedreiro da cidade para
construir uma casa, mas dar a ele os piores materiais de construção que existem
no mundo, a casa também será a melhor da cidade? É obvio que não.
7.1.5.1 Generalidades
A organização deve determinar e prover os recursos necessários para assegurar
resultados válidos e confiáveis quando monitoramento ou medição for usado para
verificar a conformidade de produtos e serviços com requisitos.
A organização deve assegurar que os recursos providos:
a. sejam adequados para o tipo específico de atividades de monitoramento e medição
assumidas;
b. sejam mantidos para assegurar que estejam continuamente apropriados aos seus
propósitos.
A organização deve reter informação documentada apropriada como evidência de
que os recursos de monitoramento e medição sejam apropriados para os seus
propósitos.
Por que medir e monitorar?
Imagine que você é um fabricante automotivo e precisa comprar 10.000
parafusos para fixar as rodas dos carros que você produz. Durante as
negociações com o seu fornecedor você especificou que precisaria de parafuso
com 5 cm de comprimento e 1,5 cm de diâmetro. Vocês fecharam contrato.
No dia da entrega, você recebe um lote de 5.000 parafusos com 6 cm de
comprimento e 2 cm de diâmetro. O que acontece? Primeiro, você não recebeu
a quantidade conforme, só isso já significaria um atraso na sua produção. Como se
não bastasse, as medidas do produto não batem com o especificado e os
parafusos não vão servir nas rodas dos carros.
7.1.5.1 Generalidades
Todo o requisito 7 da 9001:2015 buscar fornecer à empresa os meios
necessários para a operação dos processos, para que eles possam ser
executados da melhor forma e gerar saídas conformes para os clientes.
Na nova versão da norma, há uma pequena (mas importante) alteração. A
9001:2008 falava em equipamentos de medição e monitoramento; já na versão
2015, a ISO fala em recursos, o que continua a abranger os equipamentos, mas
amplia o conceito para os outros recursos citados na norma. Isso significa que, ao falar
em monitoramento e medição, a norma está dizendo que é necessário assegurar
que hajam todos os recursos necessários para avaliar se a conformidade está
sendo alcançada. Esses recursos estão descritos na própria norma, e podem se
referir a pessoas (7.1.2), à infraestrutura (7.1.3), ao ambiente (7.1.4) em que os
processos ocorrem e, talvez, até mesmo ao conhecimento organizacional
(7.1.6).
Esse item está relacionado diretamente à conformidade do produto e serviço,
então, o que precisa ser medido ou monitorado e os critérios de aceitação para
os produtos e serviços (por exemplo, as medidas que uma peça deve ter ou o
tempo que uma entrega levará para chegar ao destinatário) são expectativas que
devem ser acordadas com as partes interessadas, que podem ser o cliente,
órgãos regulamentadores, órgãos legais, padrões de produção industrial e sua
própria organização.
a) sejam adequados para o tipo específico
de atividades de monitoramento e medição
assumidas;
Os processos são seres vivos e individuais, cada um deles tem uma maneira
específica de ser executado, requisitos e particularidades próprias que o fazem
único. Igualmente, cada processo tem um jeito próprio de ser medido e monitorado.
Isso quer dizer que você precisa:
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Uma das mudanças da ISO 9001:2015 que ainda causa certa confusão tem a ver com
o requisito 7.1.4 Ambiente para a operação de processos. Tenho recebido algumas perguntas
que caminham para o seguinte sentido:
Aqui a gente ouve música. É, isso mesmo, música. Agora mesmo eu estou
escrevendo com um fundo instrumental aqui. Com fones de ouvido para não
atrapalhar quem está próximo.
“Ah, então você está dizendo que eu tenho de colocar todo mundo pra
ouvir música clássica aqui na empresa?”
Absolutamente não! A Monise, editora aqui do blog, gosta de escrever enquanto
ouve um rock, a Thayna, nossa designer, gosta de ouvir sertanejo enquanto
trabalha nas imagens. Eu mesmo, não consigo me imaginar escrevendo sem
meus fones de ouvido. A questão que quero levantar absolutamente não é essa.
Não se trata de indicar um gênero musical e nem mesmo de fazer as pessoas
ouvirem música, mas sim de uma ação simples que ajuda as pessoas a executarem seus
processos no ambiente em que trabalham. Ações que ajudam a criar um ambiente
propício para a execução desses processos e para alcançar o que realmente
importa: a conformidade dos produtos/serviços.
Você precisa entender a rotina da sua empresa! E isso engloba uma série de
aspectos, que vão desde as características da própria organização e de seus
colaboradores, até os atributos do seu produto ou serviço. Assim é possível
realizar ações para melhorar o ambiente de operação dos processos, garantindo
a execução.
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A versão 2015 da ISO 9001 acrescentou à norma um item específico relacionado a
Gestão do Conhecimento, o item 7.1.6 Conhecimento organizacional, colocando em
evidência a importância de gerenciar este tipo de informação.
Imagine que a fábrica de pães que eu citei no início do texto descubra que um
concorrente local está patrocinando eventos na cidade e que isso está
aumentando as vendas dele. Talvez essa não seja uma prática da nossa fábrica
de pães, entretanto essa é uma referência externa importante para que a empresa
não perca espaço no mercado e ela pode decidir patrocinar eventos locais
também a partir da análise crítica dessa informação.
Outro exemplo interessante é a própria ISO 9001:2015, ao se basear nela para
organizar o SGQ, a empresa está buscando referências externas para melhorar
sua gestão, já que a ISO é um padrão internacional em Sistemas de Gestão da
Qualidade.
Capturar o conhecimento organizacional não é juntar papeis, mas criar um
sistema em que as pessoas aprendem e compartilham seus conhecimentos o
tempo todo, por meio de processos e métodos. E isso é tão importante quanto
executar os processos.
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Sexta passada saiu o 6º Qualicast sobre a transição da ISO 9001:2015. O Jeison, a
Monise e a Marina, junto com o Neifer da Certificadora QMS, abordaram todos os requisitos
da nova versão da ISO destacando os itens que mais estão causando confusão. Sim, ainda
tem alguns itens causando confusão, mas um que eu particularmente gosto bastante e
que também foi citado nesse episódio do Qualicast é o conhecimento organizacional.
Capture o conhecimento
Há vários tipos de conhecimentos. Alguns são mais aparentes e podem ser
explicados mais facilmente, enquanto outros são mais complexos de serem
repassados. Dessa forma, é necessário que você garanta formas de capturá-los
para depois disponibilizá-los aos seus colaboradores.
Uma das formas mais comuns de captura é a formalização que, nesse caso, acontece
quando você transfere o conhecimento para um documento, que pode ser uma
instrução de trabalho, um vídeo, um áudio ou até mesmo uma imagem. Dessa
forma, ele estará salvo e poderá ser consultado sempre que necessário.
Não há nenhuma exigência da ISO quanto a formalização dessas informações,
ou seja, você não é obrigado a produzir informação documentada. Em alguns
casos, a formalização pode ser a forma mais fácil de capturar os conhecimentos,
inclusive pela facilidade de consulta.
Imagine uma fábrica de sabão. A composição química dos produtos é um
conhecimento importante e que pode ser formalizado em um documento, seja
físico ou eletrônico. Assim fica fácil de consultar e a informação não depende da
memória de uma só pessoa.
Em outros casos, a documentação pode não servir de nada. Imagine uma
confeitaria, como você documentaria a consistência que o glace do bolo deve
ter? Você pode até fotografar, fazer um vídeo, mas isso vai garantir que seu novo
colaborador saiba o ponto ideal para confeitar o bolo? Ele vai se sentir seguro
para executar o processo só de assistir alguém em uma tela? Esse é um
conhecimento que só pode ser repassado pessoalmente, lado a lado com quem já sabe
executar o processo.
Instruções de trabalho
Algumas tarefas têm modos específicos de serem realizadas, você pode
escrever isso, tirar fotos, produzir vídeos, infográficos, fluxogramas, ou qualquer
outro tipo de documento que registre formalmente como a tarefa deve ser
executada.
Caso um colaborador tiver dúvidas sobre como executar a atividade, ele pode
consultar uma Instrução de Trabalho, por exemplo, e tirar dúvidas sobre os
procedimentos. Além disso, você pode incluir esses materiais no processo de
integração para novos colaboradores.
Checklists
Muitas tarefas são compostas por várias fases que podem ser verificadas por
meio de uma lista. Isso facilita a execução e garante que nada seja esquecido. Você
pode montar um checklist com as atividades e etapas dos processos e deixá-lo
disponível para seus colaboradores. Em alguns casos, recomendo inclusive que
ele esteja no seu procedimento.
No texto anterior sobre conhecimento organizacional, citei uma fábrica de pães
para exemplificar alguns conceitos, vamos continuar o raciocínio. Essa empresa
poderia, por exemplo, ter um checklist de produção mais ou menos assim:
o Adicione a água
o Adicione açúcar
o Adicione sal
o Adicione fermento
o Bata por 5 minutos
o Deixe fermentar por cerca 20 minutos
o Envie a massa para a câmara de repouso
Se você seguir esses passos, provavelmente não vai conseguir fazer pão
nenhum, porque eu sou um péssimo cozinheiro e tirei essa receita da minha
cuca, mas o checklist eu garanto que funciona e garante que nada seja deixado de lado.
No blog tem um texto muito legal sobre como descomplicar a execução dos seus
processos, e tem até um modelo de checklist para download.
Banco de dados
Muitas informações importantes provêm diretamente da realização das tarefas. Quando
algo dá errado, é preciso analisar o que houve, qual foi a causa do erro, como
foi resolvido, quais os prejuízos que a falha causou. Todas essas informações
podem ser “guardadas” em um banco de dados que pode ser consultado. Essas
informações também podem ser estudadas para melhorar (e desenvolver)
processos futuros e evitar erros.
Por meio do banco de dados, você pode, por exemplo, consultar se o defeito que
uma peça apresentou já ocorreu antes e como ele foi solucionado. Isso também pode
te ajudar a entender o que houve e porque esse defeito ocorre.
Treinamento on the job
Quando os conhecimentos estão muito atrelados à experiência, às vezes não é
possível escrevê-los, ministrá-los em treinamento, workshops, palestras, vídeos,
enfim… Entretanto, pode-se partilhar esse conhecimento com outras pessoas
trabalhando com elas.
Você pode colocar um colaborador mais experiente para treinar outros colaboradores e,
assim, transmitir o conhecimento necessário. Isso é o que chamamos de
treinamento on the job, que, traduzindo para o português, seria o treinamento no
trabalho ou durante o trabalho.
Para que essa metodologia seja realmente eficaz na disseminação de
conhecimentos, é importante que o on the job seja constante na sua empresa.
Esse tipo de treinamento consiste em compartilhar o que se sabe com outras
pessoas, assim, para que o conhecimento se torne um verdadeiro método, é
preciso compartilhá-lo com vários colaboradores. Isso fará com que, cada vez
mais, mais pessoas saibam executar os processos.
7.2 Competência
Afinal, o importante não é qual ferramenta você vai utilizar, mas sim que essa
ferramenta garanta que as competências estejam adequadas aos objetivos que se quer
alcançar. As competências vão determinar o que sua equipe consegue ou não
executar e o que ela precisa aprender para por aquele projeto em prática ou
executar determinado projeto. Por isso, hoje, quero falar sobre 5 motivos pelos
quais eu acredito que vale a pena gerenciar as competências da sua empresa.
1 – Recrute com mais precisão
Ter um quadro claro das habilidades necessárias para o funcionamento dos
processos da sua empresa facilita a contratação de profissionais qualificados,
uma vez que é possível buscar nos candidatos as competências específicas de
cada função. Com uma lista bem definida de habilidades, você pode direcionar
melhor todo o processo seletivo, desde os canais de divulgação até o momento da
entrevista.
Pode não ser adequado, por exemplo, divulgar uma vaga para desenvolvedor
em um jornal impresso, haja vista que esse tipo de profissional geralmente é
muito conectado. Além disso, durante a entrevista, as dinâmicas de grupo ou
testes, você pode preencher o perfil dos candidatos com as competências que
percebeu neles, sempre se baseando nas habilidades que o mapeamento definiu
como importantes para a execução das tarefas. Isso direciona melhor o processo
de contratação e ajudar a garantir que o profissional mais adequado seja
contratado!
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Temos recebido vários feedbacks aqui no Blog da Qualidade pedindo para falarmos
sobre como a ISO 9001:2015 trata a competência. Então, no post de hoje, vou falar um
pouco sobre o que é preciso comprovar e como fazer isso de forma aderente a nova
ISO 9001:2015.
Educação
A Educação corresponde a formação que o colaborador tem, ou seja, os cursos que
ele fez, as faculdades que cursou (educação formal), basta para a empresa reter
cópias atualizadas de certificados ou diplomas do profissional.
Treinamento
Muitas vezes, a educação não é suficiente para garantir a competência de um
profissional e, por isso, é necessário fazer um programa de treinamento. As
próprias empresas podem desenvolver treinamentos para capacitar seus
colaboradores para algumas tarefas, fazendo com que eles adquiram as
capacidades necessárias para execução das tarefas durante a jornada de
trabalho.
Os treinamentos, sejam internos ou externos, são formas muito eficazes de
preencher lacunas de conhecimento e vão ao encontro do subitem “c”, “tomar ações
para adquirir a competência necessária e avaliar a eficácia das ações tomadas”. Ter um
programa de treinamentos baseado nas deficiências da empresa ajuda as
organizações a serem capazes de executar seus processos, nenhuma empresa se
tornará incrível se seus profissionais não foram incríveis.
Além disso, esses treinamentos podem servir como comprovação de
competência, portanto você precisará ter registros do que foi feito, conforme
pede o item “d” “reter informação documentada, apropriada como evidência de
competência”.
Se o treinamento for ministrado por instituições externas, basta que elas
forneçam certificados ou comprovantes de finalização dos treinamentos para que
você retenha as informações documentadas.
Para comprovar isso, basta ter registrado algum documento que comprove que
ele realmente trabalhou nessa função, pode ser a carteira de trabalho ou até
mesmo uma carta de recomendação oficial da empresa em que ele
desempenhou tal função; na sua própria organização, pedir que um supervisor
experiente ateste a competência do colaborador também pode ser válido.
Isso significa que qualquer cursinho que o colaborador faça pode evidenciar que
alguém é competente para executar uma atividade? Se tudo dependesse dessa
comprovação poderia até ser, mas acontece que para os processos
funcionaremvocê tem que ASSEGURAR A COMPETÊNCIA das pessoas, e não
apenas que seus cursos sejam evidenciados, por isso, a verificação da eficácia
dos cursos ainda será a parte mais importante desse processo.
Avalie a eficácia das ações
Não basta só treinar, é necessário que o treinamento seja eficaz, que ele realmente
torne o colaborador mais capaz de executar determinada função, por isso, a ISO
9001 diz que a organização deve comprovar a eficácia dos treinamentos, ou seja,
comprovar que, de fato, os colaboradores adquiriram as competências.
Uma das melhores práticas para essa verificação de eficácia é por meio de um
indicador. Assim é possível medir se, após um curso por exemplo, o colaborador
melhorou ou não a execução do seu processo, se está entregando mais e ou
melhor. Um bom indicador irá medir de forma definitiva se a competência foi ou não
adquirida. Além de ser um dado que pode ser apresentado ao auditor na hora da
certificação. Se você deu um treinamento para equipe da produção, por exemplo,
e após 3 meses do treinamento você identificou que o número de retrabalho caiu
em 20%, significa que o treinamento foi muito eficaz.
É claro que estabelecer um indicador às vezes é bem difícil, mas os indicadores
não são a única forma de comprovar que a eficácia foi adquirida. É possível
avaliar a conclusão de um projeto, avaliar a execução antes e depois do curso,
se o número de reclamações caiu, se as NCs diminuíram, se o desperdício de
material foi reduzido, enfim, existem várias outras formas de verificar a eficácia
das ações, mas é importante entender que sua avaliação sempre deve estar
baseada em fatos, dados ou números. Futuramente, em um outro post,
falaremos um pouco mais sobre avaliação de eficácia de treinamentos.
Retenha informação documentada
Durante todo o processo, é preciso que você registre o que está fazendo, isso é
necessário por dois motivos:
1. Porque vai ajudar na hora da auditoria de certificação, pois você vai estar conforme com
o item “d) reter informação documentada, apropriada como evidência de
competência” da ISO 9001:2015, e;
2. Porque registrar ajuda a manter sua empresa em constante melhoria, o que é muito mais
importante! Isso acontece porque documentar tudo que foi e será executado na sua
empresa ajuda a cumprir e monitorar a capacidade da sua equipe de executar processos
e projetos; assim como ajuda a organizar um cronograma de treinamentos que contemple
as competências que estiverem em falta na sua organização.
Mudar as atribuições dos colaboradores atuais, ou seja, caso um colaborador não tenha
competência para realizar determinada tarefa, basta transferi-la para alguém que seja
capaz de executar, algum profissional que tenha a competência necessária;
Colocar alguém competente como mentor de algum colaborador ou grupo de
colaboradores, para que eles adquiram a competência na rotina diária;
Empregar ou contratar alguém capaz, ou seja, você pode contratar alguém que possua as
competências que faltam para a sua empresa.
7.3 Conscientização
ISO 9001:2015 – Conscientização
(Parte 1)
Postado dia 30 de março de 2017 por Davidson Ramos na categoria Sistemas de gestão
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Uma das importantes mudanças na ISO 9001:2015 é a inclusão do item 7.3
Conscientização. Ele determina que as empresas terão de assegurar que qualquer pessoa que
realize trabalhos sob controle da organização esteja ciente do papel que ela desempenha no
SGQ das organizações.
A questão não é só “usar ou não usar”. Seu colaborador tem de saber que se ele
não atender a esse requisito do seu SGQ ele poderá colocar todo um lote de
produtos em risco devido a chance de contaminar os produtos e, pior, que isso poderá
acarretar no envio de um produto impróprio para o consumo para o cliente. Que
podem surgir contaminações diversas, e uma série de complicações pelo fato de
ele não estar usando o equipamento de trabalho. E isso sim é muito sério.
6 dicas para conscientizar seus colaboradores e
atender o requisito 7.3 Conscientização da ISO
9001:2015
Apesar de muita gente se confundir na hora de atender a esse item, a boa notícia
é que existem diversas maneiras de conscientizar os colaboradores. Em
contrapartida, não é um processo que possa ser realizado ou que dê resultados
do dia para a noite.
Reuni neste post algumas dicas que podem te ajudar durante esse processo e,
mais que isso, para que ele seja muito mais que um monte de papel espalhado
pela sua empresa.
Uma coisa que acho importante é divulgar um objetivo da qualidade por vez,
explicando cada um da maneira mais clara e objetiva possível. Se você tem dificuldade
em produzir textos e em colocar no papel o que quer passar, peça ajuda do
marketing, coloque figuras, infográficos. Você também pode divulgar Wallpapers
para seus colaboradores utilizarem nos computadores. Faça de tudo para tornar a
comunicação incrível!
Se você é ligado em ISO 9001, como eu, deve ter percebido que a
conscientização depende muito da Comunicação (item 7.4). Se a comunicação
na sua empresa for eficaz, é possível que a conscientização também seja.
7.4 Comunicação
No post de hoje vou dar algumas dicas sobre como estruturar a comunicação na
sua empresa, focando na ISO 9001:2015. Antes de começar, vejamos o que o
item diz:
7.4 Comunicação
b. quando comunicar;
c. com quem se comunicar;
d. como comunicar;
e. quem comunica.
O “5W2H” da comunicação
Talvez você já tenha percebido que esse item da norma é quase o 5w2h utilizado
no planejamento de ações. A diferença é que não utilizamos 1 dos Ws (Why –
por que?) e 1 dos Hs (How Much – Quanto?). Isso acontece porque comunicar é
uma ação como qualquer outra. Assim, é preciso que se defina:
O que (what) – O que deve ser comunicado
Quando (when) – Quando isso deve ser comunicado
“Onde” (where) – Para quem isso deve ser comunicado
Como (how) – De que maneira comunicaremos
Quem (who) – Quem é o responsável pela comunicação
Perceba que os itens da norma são quase iguais aos 5Ws, só há uma pequena
diferença no “onde”. Nós executamos ações em um local específico, pode ser na
linha de produção, na máquina X, na copa da cozinha, etc. Agora, quando
falamos em comunicar, não faz sentido apontar um local, você não vai comunicar
o RH, mas sim um colaborador que trabalha no RH.
Ainda falando dos Ws, Apesar de a ISO 9001:2015 não deixar explícito na
norma, você também utilizará o WHY (por que?), afinal, é muito importante saber o
motivo pelo qual é necessário comunicar algo a alguém. Se uma informação não for
importante, se não houver um sentido em ela ser repassada para alguém, não
há motivo para que a comunicação aconteça dentro do processo.
Quanto a não utilização do How Much (quanto?), isso ocorre porque, na maioria
dos casos não há valores envolvidos, você não vai gastar muito para enviar um
e-mail, ligar para um cliente ou conversar com o supervisor do comercial, por
exemplo. Mais importante que isso, nesse item, o foco da norma está na
comunicação, e não nos custos. Em todo caso, caso você tenha algum custo
para efetuar as comunicações, talvez seja interessante planejar isso também.
b) quando comunicar;
Ok, você definiu o que precisa ser comunicado a suas partes interessadas, mas
quando fará isso? Suponhamos que a informação que você precisa comunicar é
o “resultado das auditorias internas”, você precisa fazer isso todo mês?
Talvez você precise definir uma periodicidade de comunicação, e essa
periodicidade estará muito ligada ao próprio processo. Existem processos mais
frequentes, mais rápidos e que precisam de respostas mais ágeis para o que acontece
na execução. Nesse caso, por exemplo, a comunicação é diferente dos resultados
da auditoria, pois a própria auditoria acontece em intervalos planejados.
A comunicação também pode ser parte de um plano de contenção de riscos, por
exemplo. Quando você sabe que a incidência de um risco irá de alguma forma
impactar seu cliente, você precisará avisá-lo caso esse risco venha a ocorrer.
Nesse caso, não há periodicidade, mas sim um gatilho que inicia o processo de
comunicação.
d) como comunicar;
O principal é definir a forma como seu colaborador vai entrar em contato com
quem ele precisa falar. Pode ser um e-mail, um telefonema, uma carta, uma
mensagem de WhatsApp, um pombo-correio ou todas essas opções juntas. O
que importa é que a forma que você escolher tem de ser a mais eficiente possível.
Isso também está relacionado à importância e à urgência da informação. Um
simples e-mail é suficiente para enviar uma nota fiscal para o cliente, por
exemplo; mas talvez não seja a melhor ideia na hora de comunicá-lo sobre um
problema com o seu pedido.
Por exemplo, aqui na Forlogic, nós costumamos emendar os feriados, na
próxima quinta-feira (12 de outubro) é feriado nacional, e nós não iremos
trabalhar na sexta-feira (dia 13 de outubro). Apesar de nosso sistema não sofrer
nenhuma alteração com a nossa ausência, por ser alocado na nuvem e tudo
mais, essa informação tem de chegar ao cliente, ele tem de estar ciente de que não
iremos estar aqui na sexta-feira, 13.
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A maior queixa que recebemos dos profissionais da qualidade que atendemos
aqui em nosso departamento de relacionamento com o cliente hoje é a falta da
cultura da qualidade nas organizações: as pessoas não se comprometem com a
qualidade, não sugerem melhorias no sistema, só se preocupam com
os processos em épocas de auditoria, o setor da qualidade está em constante
conflito com o da produção, a qualidade não sai do papel.. e por aí vai.
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Desde o lançamento da ISO 9001:2015, o que na versão anterior era documentos e registros,
agora chamamos de informação documentada, que é um termo comum das normas ISO e
sistemas de gestão que estão aderentes ao Anexo SL.
Apesar da terminologia nova, os requisitos do item 7.5 não diferem tanto assim
da versão 2008, o que fará com que as atividades de controle de documentos
não tenham tanto impacto, a maior mudança é que precisamos olhar para os
documentos de outra forma e os formatos ficaram mais flexíveis, ou seja, está mais
claro que a informação pode estar documentada em qualquer meio, seja este um
documento em papel, vídeo, foto, disco de computador, software, etc.
Independente dos formatos que você decidir trabalhar, você deve guardar
informações pertinentes ao:
a) Identificação e descrição
A informação documentada deve ter títulos, data, autor, número de referência e mais
qualquer outra coisa que indique sua identidade única. Imagine uma empresa que
contenha 1.000 documentos e alguém pede para você encontrar o contrato dos
fornecedores do período de janeiro a março de 2013. Seria um trabalho
extremamente demorado e desgastante se os contratos não fossem arquivados
com a identificação adequada. Para evitar retrabalho e perda de recursos, é
importante manter padrões de identificação que diferenciem um documento do outro no
caso de título, data, número de referência. O autor contribui não só para
identificação, mas para saber quem deve ser consultado em caso de dúvidas ou
considerações sobre a informação documentada.
A identificação e descrição do documento devem ser definidas com o foco de
tornar a informação documentada única e rastreável.
b) Formato e mídia
Os documentos devem ser adequados as pessoas interessadas facilitando o acesso a esta
informação, por isso a ISO define que o formato e o meio de disponibilidade sejam
definidos. Se um documento é armazenado eletronicamente, as pessoas
deverão acessá-los por um computador, notebook, tablet ou smartphone. Você
não pode deixar uma informação apenas no formato eletrônico se ela precisa estar
acessível a quem não tem computador. O mesmo aconteceria se a empresa opera
no Brasil e no Canadá, as informações documentadas pertinentes necessitam
estar em português e inglês.
O formato e mídia devem ser definidos pensando nas pessoas que precisam
acessar a informação documentada.
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Já falamos sobre requisito 7.5.1 Generalidades e também sobre o 7.5.2 Criando e
atualizando informação documentada. Uma vez que existe essa documentação, o
próximo passo lógico é o controle, por isso, para fechar a série, vamos para os últimos
itens do requisito 7.5 Informação documentada.
a) ela esteja disponível e adequada para uso, onde e quando ela for necessária
Protegida suficientemente
Essa proteção está relacionada principalmente a segurança da sua informação. Quando
falamos de perda de confidencialidade se refere ao acesso de pessoas não
autorizadas, perda de integridade quanto a alterações não autorizadas e danos
e uso impróprio para que as informações não sejam mal utilizadas. Por
exemplo, como garantir que os dados pessoais dos clientes da sua empresa não sejam
utilizados sem o consentimento deles? Hoje com as tecnologias existentes fica bem
mais fácil garantir essa segurança.
d) retenção e disposição.
Não é que você precise de um controle rígido e burocrático para cada uma
dessas questões, mas você deve considerar tudo isso em relação a documentos.
Armazenamento e preservação
A organização deve ter um local adequado para armazenar suas informações, para
preservá-las. Se a empresa armazena os documentos em um armário que fica em
baixo de uma janela que entra água quando chove, esses documentos com
certeza serão danificados, e isso comprometerá inclusive a legibilidade. E
mesmo que estiverem em um CD, pendrive ou HD externo, como eles estão
armazenados? Quem está usando essas mídias estão tomando os devidos
cuidados? O CD corre o risco de riscar? O pendrive corre o risco de pegar um
vírus e perder tudo?
Controle de alterações
O controle de alteração do documento tem várias utilidades: rastrear quantas
alterações tiveram aquele documento como sinal de que está melhorando ou não,
caso haja alguma alteração sem intenção tornar isso rastreável ou até identificar
um documento obsoleto (ou documento zumbi, rs).
Ao implantarmos uma melhoria em um procedimento, por exemplo, não queremos
que as pessoas continuem executando-o da forma antiga. Muitas pessoas ainda
utilizam a lista mestra para se adequarem a esse requisito, mas existem
tecnologias que ajudam a impedir que colaboradores acessem de forma
incorreta as informações obsoletas.
Retenção e disposição
Ao entendemos que quando aparece a palavra “reter” estamos falando dos registros
e “manter”, falamos dos documentos, fica mais fácil a transição da versão 2008 para
2015.
Esse tópico se refere aos registros da organização, que são aquelas evidências
de verificações e ocorrências e que não devem ser revisados. A organização deve
determinar como e por quanto tempo reter essa informação além do que deve
acontecer quando o período de retenção terminar. Pense como um prazo de
validade para o documento.
Independente da criação de um procedimento para o controle de informação
documentada, a organização precisa garantir que todos esses requisitos sejam
atendidos para a confiabilidade do SGQ e segurança das informações.
Aqui na Forlogic, nós usamos o Fologic Docs para manter esses controles
funcionando e ajudar na gestão da informação documentada, atendendo todos esses
requisitos da ISO 9001:2015 e principalmente, tornando nossa gestão mais
madura.
Em comparação com a versão 2008, essas cláusulas não tiveram alterações nos
conceitos, indicando que os controles já realizados pela empresa podem ser
mantidos.
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Se você acompanhou a nossa série de artigos sobre informação documentada, você viu
que, um dos objetivos da revisão da ISO 9001:2015, é verificar se as informações que foram
ou serão documentadas na empresa ajudam a alcançar os resultados desejados. Além disso,
comentei que precisamos fazer uma análise crítica dos documentos existentes e
identificar oportunidades para otimizar o sistema de informação documentada.
Por isso, tenho aqui 3 dicas para você diminuir o número de informação
documentada sem comprometer o SGQ da sua empresa:
3 – Use um software!
Existem vários documentos que podem ser eliminados através do uso de
software. Por exemplo, se usarmos um software de Gestão de não
conformidades, você não precisará mais de um “Formulário de registro de NC”,
da “Planilha de planos de ação”, ou sei lá mais o que. O software automatiza o
registro e organização das informações importantes para que você se preocupe com a
gestão.
Lógico que não dá para abrir mão de ter um relatório de TUDO o que aconteceu
em uma NC, mas gerenciar essas informações em grande volume é uma atividade muito
trabalhosa, que pode ser simplificada com uso de um software. E o que você
precisa: menos informação ou mais trabalho? Acontece que a gente não precisa
escolher, pois dá para ter todas as informações necessárias com menos trabalho. Aqui
na Forlogic temos o Qualiex que nos ajuda a gerenciar as informações que agregam
valor para os nossos processos.
É claro que há mais boas práticas e talvez até mais questões que não descrevi
aqui, mas é importante entender que, reduzir a documentação em seu sistema
de qualidade pode ajudar a tornar a sua organização mais enxuta e com isso, mais
eficiente.
Referência:
Mas então por que as pessoas não excluem (ou matam) o Formulário 1?
Simplesmente porque há documentos que é necessário manter histórico, tanto
para registrar melhoria contínua, quanto para ver a evolução do documento. Por
exemplo, um contrato de algum serviço, se há alterações, é interessante manter
os históricos de mudanças.
Atender esse item é um desafio muito grande para algumas empresas. É quase
impossível garantir que alguém não tenha no seu computador uma versão antiga
daquele arquivo e esteja utilizando como referência para algo. Mesmo em
documentos impressos, onde é comum ver a marca d’agua “Obsoleto” ou
“cancelado”, como garantir que a pessoa não vai imprimir uma cópia da versão
antiga? Ou seja, um documento morto-vivo que está rondando pela sua
empresa!
Para isso um procedimento deve ser criado, para estabelecer o controle
necessário em relação aos documentos e registros que gerem evidências de que
esses itens são realmente levados a sério.
Como você já deve ter visto em filmes, os zumbis nunca acabam, sempre surgem
em alguma hora imprópria, deixando toda a situação crítica, mas se você usar
as ferramentas certas, você conseguirá sobreviver.
Todo documento precisa de uma data de próxima revisão, isso vai garantir que
ele seja sempre atualizado. Essa periodicidade você vai definir de acordo com a
realidade da sua empresa, por exemplo um procedimento, pode acontecer
melhorias: uma maneira mais fácil de realizar uma atividade, uma tarefa a mais
para fazer, um novo papel e assim por diante. Como garantir que estas
alterações constarão no procedimento documentado? Que estará disponível
para as outras pessoas da equipe?
Nesse caso, você vai saber exatamente quando e onde esse documento vai virar
um zumbi, fique de olho nas datas e esteja preparado para eliminá-lo!
O ideal é que quando um documento não é mais válido, ele não esteja mais
disponível para acesso e seja imediatamente substituído.
Ferramenta 5 – Divulgação
Você vai pensar que é óbvio, mas como um dos maiores problemas das
organizações é comunicação, eu não posso deixar de citá-lo. Quando um
documento foi revisado, atualizado, ou se tornou obsoleto, é importante fazer
uma divulgação para todas as pessoas que utilizam aquele documento, e já citar
qual é o novo. Isso ajuda as pessoas a não se aproximarem dos documentos
zumbis!
Em contrapartida, realizar tudo isso pode ser algo que vai absorver o teu tempo
ao longo dos dias. Eu aplaudo em pé quem consegue fazer esse trabalho
manualmente, mas sinceramente, a melhor maneira é usar um software, tanto
para otimizar tempo quanto para manter a qualidade, credibilidade e segurança
do procedimento. Isso ajuda a garantir o melhor resultado.
Aqui a gente usa o Forlogic Docs, ele tem maneiras automatizadas que ajudam
na execução dessas tarefas. A Lista Mestra, por exemplo, é um relatório que
gera automaticamente todas as informações necessárias; o controle de datas de
revisãoe validade; os responsáveis são notificados por e-mail de forma
automática; o controle de permissões, você é quem define; e a divulgação
acontece automaticamente para equipe interessada naquele documento toda
vez que ele é atualizado. É uma boa opção de software para gestão de
documentos e registros de pequenas e médias empresas, mas as empresas
grandes também utilizam!
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No decorrer da ISO 9001:2015, a comunicação e os requisitos de clientes são
abordados basicamente em 3 itens. No item 5.1.2 Foco no Cliente, a ênfase está nas
comunicações que fazemos dentro da empresa sobre os requisitos e expectativas do
cliente, ou seja, comunicações na rotina que nos fazem lembrar do nosso foco; o item
7.4 Comunicação fala sobre requisitos gerais para comunicações internas ou externas da
organização, ou seja, para partes interessadas que não estão nas dependências da
organização por exemplo, são regras gerais de comunicação; o 8.2.1 Comunicação com
o cliente explora a relação entre a empresa e o cliente e, dependendo da sua
organização, essa comunicação pode acontecer de diversas maneiras. Independente
do como, a ISO nos direciona para o que deve ser feito, e é sobre isso que falarei nesse
texto.
A etapa 8.2 Requisitos para produtos e serviços considera toda a informação que
deve ser capturada para que o produto seja desenvolvido de acordo com os
requisitos estabelecidos pelo cliente, empresa e pelas partes interessadas que
devem estar envolvidas nesse processo e o 8.2.1 recomenda os principais
momentos em que deve haver uma comunicação com o cliente sobre o produto
e serviço.
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Há alguns dias eu comprei um celular em uma loja online que me prometeu entregá-lo
em até 10 dias úteis. Mas recebi com 20 dias de atraso, que de acordo com a empresa
é “culpa” da distribuidora de quem ela terceiriza o serviço de entrega. Depois de muito
transtorno e dor de cabeça eu pedi o reembolso, porque a loja ficou num empurra-
empurra sem fim de responsabilidade com a distribuidora e não resolveu o meu
problema.
Essa talvez seja uma situação mais comum do que você imagina, e que pode ter
acontecido com você também, e isso nos leva ao requisito 8.4 da ISO
9001:2015 – Controle de processos, produtos e serviços providos externamente,
determina que cabe a empresa controlar e garantir que os processos, produtos e serviços
dos fornecedores externos também estejam conforme os requisitos.
Se você tem problemas com seus fornecedores, com certeza você está
repassando esses problemas para os seus consumidores. Portanto, é preciso
entender que os fornecedores são partes interessadas importantes para um
Sistema de Gestão da Qualidade e devem ser integrados a ele.
Fornecedor de Matéria-prima
Imagine que você tem uma indústria de canetas, e tem um fornecedor de tinta para
caneta. Obviamente você precisa de um compromisso muito forte com seu
fornecedor, pois se ele te vender uma matéria prima ruim, com certeza você
repassará isso para o seu cliente: uma caneta com tinta que pode ressecar com
facilidade ou falhar na hora de escrever. Quem o seu cliente vai culpar pela má
qualidade da caneta? Você ou seu fornecedor? É a marca da sua empresa que
está estampada na cara do cliente, portanto, o cliente ficará insatisfeito com a sua
empresa, e não com seu fornecedor.
Fornecedor de serviços
Já no caso de uma construtora, que necessita de um fornecedor de operários,
está sujeita a riscos como: não entregar a construção no prazo ou entregar uma
estrutura insegura quanto a sua resistência, uma vez que seja fornecida uma mão-de-
obra desqualificada para executar os processos e procedimentos adequados. Fora
a segurança do local, quanto à vida das pessoas que estão trabalhando lá, o que
colocará em risco os resultados do seu cliente, fazendo com que ele
fique insatisfeito.
Se formos considerar as distribuidoras que atendem as empresas de e-
commerce, por exemplo, também podem gerar não conformidades que serão
repassadas para os seus clientes, como o não cumprimento do prazo de entrega,
casos de extravio do produto ou a violação da integridade do produto, onde mais
uma vez dará motivos para que o cliente fique insatisfeito.
As situações são incontáveis, você mesmo pode ter vários exemplos desse
impacto, mas sempre veremos o mesmo resultado: insatisfação do cliente.
Talvez você ache que é difícil assumir a responsabilidade de um erro que está
acontecendo lá no seu fornecedor, mas o que a ISO 9001:2015 quer nos alertar
é que empresas de qualidade devem se preocupar com todo o processo até o cliente,
não importa se a execução está contemplada dentro da sua empresa ou tem
partes que seu fornecedor executa, o cliente deve receber aquilo que foi
prometido, o que fomenta mais uma vez a cultura do Foco no Cliente.
Então lembre-se: toda vez que você for trabalhar esse requisito, é necessário
estar ciente de que é um trabalho fomentar o foco no cliente, e não apenas mais um
requisito que a norma tem para dificultar o nosso trabalho. Seus provedores
externos também interferem diretamente no seu resultado, na satisfação do
cliente, na melhoria do desempenho e no desenvolvimento a longo prazo da sua
organização.
Os 10 C’s da Avaliação de
Fornecedores
Postado dia 6 de setembro de 2016 por Monise Carla na categoria Ferramentas da qualidade
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Na compra, o fornecedor era perfeito, mas depois… não ficou tanto assim! Ele tinha
flexibilidade na negociação, porém depois você percebeu que o nível de comunicação
e atendimento eram inaceitáveis para o seu processo ou ainda que os padrões de
qualidade não foram os níveis esperados. Ou seja, você já estabeleceu um relacionamento
com um fornecedor para perceber só mais tarde que fez a escolha errada?
Mas como devo olhar para cada C da avaliação de fornecedor? Bom, para
compreender melhor vamos falar de cada um deles.
1 – Competência
Entenda o quão competente o fornecedor é. Fazer uma avaliação exaustiva das
capacidades do fornecedor em relação ao que você precisa pode até funcionar,
mas principalmente, veja o que os outros clientes pensam. Os clientes atuais do
fornecedor estão felizes? Quais problemas eles têm? E se você conhecer ex-
clientes, por que eles mudaram de fornecedor?
Não se engane, talvez uma coisa que não funciona bem em outra empresa pode
funcionar na sua. Por isso, procure por clientes que tem valores parecidos com os
seus para assegurar que a informação que você colheu é relevante para você!
2 – Capacidade
O fornecedor deve ter capacidade suficiente para lidar com as necessidades da sua
empresa. Então, com que rapidez ele será capaz de responder a essas e outras
oscilações do mercado? Esse item é bem difícil de conseguir avaliar, se o seu
fornecedor tem pelo menos esses riscos mapeados, já é um começo.
3 – Compromisso
Como seu fornecedor prova que ele está comprometido em entregar bons
padrões de qualidade? Ele possui iniciativas de qualidade como ISO 9001:2015,
seis sigma, ou seja, tem um SGQ implantado? Além disso, se você estiver
procurando uma relação a longo prazo, como ele prova comprometimento com os
clientes dele?
4 – Controle
Qual o nível de controle que este fornecedor tem sobre suas políticas, processos,
procedimentos e sua cadeia de suprimentos? Mesmo que ele possua softwares de
controle, ele mantém uma gestão sobre esse controle?
5 – Dinheiro
Em alguns casos, a solidez financeira pode ser um fator muito importante para ser
analisado, especialmente se estiver avaliando um fornecedor que contribui para
uma atividade principal da sua empresa.
6 – Custo
Como em toda avaliação, o custo do produto ou serviço é um fator a se analisar
também. Contudo, por mais que algumas empresas usem o custo como um fator chave
de escolha, não é o principal a ser considerado, especialmente se você está
procurando um fornecedor para um relacionamento contínuo e de longo prazo.
7 – Consistência
Como o fornecedor garante que ele produz produtos de qualidade de forma
consistente? Ninguém é perfeito o tempo todo, mas é importante conhecer quais são
os processos e procedimentos que garantem a consistência do fornecedor em entregar
produtos em conformidade com o padrão acordado.
8 – Cultura
As melhores relações de negócios acontecem quando as duas partes compartilham de
valores semelhantes. Por exemplo, se o valor mais importante da sua organização
é a qualidade, e seu principal fornecedor se preocupa mais com o cumprimento
dos prazos, essas incompatibilidades podem significar que ele está disposto a
entregar produtos de uma forma que pode ser inaceitável para você. Por mais
que cultura pareça ser um assunto complexo, conhecer a missão e valores do
possível fornecedor é uma boa prática para analisar quais princípios vocês
compartilham.
9 – Limpeza
Por mais que pareça, não falaremos sobre 5s e sim sobre sustentabilidade! O
que o fornecedor está fazendo para ser mais limpo para o ambiente e para a
sociedade? Ele cumpre leis ambientais? Faz alguma prática relacionada a isso?
Possui uma boa reputação com suas partes interessadas? A real questão é saber
se o seu fornecedor tem uma “ficha limpa”.
10 – Comunicação
É basicamente sobre como o fornecedor pretende manter contato com você. Quais os
canais de comunicação disponíveis? E além disso, quando algo der errado,
como o fornecedor irá comunicá-lo? Será rapidamente? Como essa
comunicação acontecerá?
Você pode usar este modelo para avaliar a competência e viabilidade de potenciais
fornecedores, e mesmo que ache inviável avaliar todos os 10, comece
implementando um ou outro que acredite ter mais aderência ao jeito que você
trabalha. Isso te ajudará a escolher a empresa que melhor atenda às suas
necessidades e que se alinha com os valores da sua organização, assim, fica mais
difícil seu processo de avaliação de fornecedores ir para o saco de lixo. Não entendeu?
Então você precisa ler esse artigo aqui: Sua avaliação de fornecedores vai para
o saco de lixo?
A verdade é que esse processo não é fácil, pois, antes de encontrar os critérios
de avaliação que realmente ajudam a agregar valor para os processos da sua
empresa, você pode precisar avaliar o fornecedor de várias formas e em vários
critérios. Mas imagine que depois de todo esse trabalho feito e validado, esse
conhecimento seja perdido? Bom, vou exemplificar.
Algum tempo atrás, eu estava conversando com um profissional da área da
qualidade que trabalha em um shopping, e ele disse que havia descoberto a
“fórmula” para a avaliação de fornecedores de um produto que usava em
grandes quantidades: o saco de lixo. Ele me contou que tinha encontrado um
fornecedor que atendia todos os critérios que a empresa precisava, mas
que “durante o período de férias dele, compraram o saco de lixo com o fornecedor
errado. O saco de lixo do fornecedor X era frágil, não aguentava os lixos do shopping,
rasgavam com facilidade e que já haviam tido problemas com o mesmo fornecedor antes.
Não era para ter comprado daquele fornecedor de jeito nenhum”. Bem, ele estava
desesperado porque haviam comprado uma grande quantidade do saco de lixo,
então ficariam um bom tempo usando aquele produto ruim, obrigatoriamente.
Será que a sua avaliação de fornecedores vai para o saco de lixo também?
Quando a gente foca apenas em implantar critérios, cálculos, métodos e esquece
de documentar o processo devidamente e sistematiza-lo de uma maneira que ele
entre na rotina da empresa, nós jogamos todo o nosso trabalho no saco de lixo. Tudo
porque a gestão fica dependente do conhecimento de uma pessoa e isso não se
transforma em um conhecimento da empresa. E o resultado é este: quando a
pessoa não está presente, a empresa começa do zero novamente, cometendo os
mesmos erros até aprender e redescobrir a “fórmula” que já havia sido
encontrada.
Mas como fazer com que a sua avaliação de fornecedores vá ATÉ o saco de lixo ao invés
de ir PARA o saco de lixo?
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Conversando com alguns colegas sobre auditorias para certificação da ISO 9001:2015,
testemunhei um depoimento mais ou menos assim: “Fizemos uma força tarefa para
resolver os indicadores e planos de ação atrasados e assim receber a auditoria”. Eu não duvido
de que é o que acontece na maior parte das empresas, mas minha dúvida é: isso não
é “negar as aparências e disfarçar as evidências”?
O urgente e o importante
Eu sei que, neste momento, o urgente é conquistar a certificação. Isso ficou
muito evidente na nossa pesquisa do Blog da Qualidade de 2017, e estamos
trabalhando para ajudar você com materiais como o Portfólio de Conteúdo e a
nossa página da ISO 9001:2015 comentada, mas não deixe de pensar na
continuidade do trabalho que você está executando agora. A certificação pode ser
urgente, mas o importante mesmo é ter um SGQ que ajuda a transformar os
resultados da sua empresa.
Mesmo que, agora, você esteja trabalhando para “negar as aparências e disfarçar
as evidências”, não deixe todo esse trabalho escorrer pelo ralo, porque
sinceramente, ano que vem logo vai chegar e se você não estiver trabalhado
para que sua equipe veja a qualidade no trabalho do dia a dia, você vai ter que
iniciar o projeto do Chitãozinho e Xororó novamente, e assim sucessivamente.
Não estou dizendo que é mais fácil implantar uma cultura da qualidade, pelo
contrário, se você olhar a curto prazo, vai ver que dá muito mais trabalho,
mas esse é o tipo de desafio que a longo prazo vai valer muito a pena, e se você refletir
um pouquinho mais, verá que engajar as pessoas e construir a cultura é a
principal função do profissional da qualidade.
Nós aqui da Forlogic Software, sob o comando da querida Marina Beffa, fizemos
um “mutirão” com 15 dos nossos Auditores Líderes ISO 9001:2015, para fazer
auditoria interna e obter quase que um “gap analysis” do nosso sistema de gestão
atual, que até então tinha base na versão 2008. Queríamos identificar a situação
atual da empresa para entender o quanto precisamos trabalhar para nos adequar
versão 2015 da ISO 9001.
Foi uma experiência incrível, que me fez refletir que, por mais que o Davidson e
o Eduardo Melo já tenham feito contribuições valiosas sobre auditorias aqui no
Blog da Qualidade, é importante compartilhar os 5 aprendizados que tive ao
conduzir as auditorias internas da ISO 9001:2015.
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Já falei um pouco sobre auditoria no meu post sobre o curso de Auditor Líder ISO
9001:2015, mas hoje gostaria de me ater um pouco mais à norma. Falar sobre
a importância da auditoria interna. Também gostaria de dar ênfase a algo que muitas
vezes passa despercebido no processo de auditoria.
Acho importante abrir o artigo trazendo o item para leitura, pois é ele quem vai
orientar todo o texto. Vejamos o que a norma diz:
Intervalos planejados
Para que essas auditorias surtam efeito de verdade, é preciso que haja uma certa
rotina de avaliações. A norma não impõe uma periodicidade especifica, pois cada
processo e empresa tem suas particularidades.
Você é quem deve determinar os intervalos entre uma e outra auditoria interna,
levando em conta a natureza do processo, o ramo de atuação da empresa, a
cultura, a política e, principalmente, o contexto da sua organização.
Se sua empresa já tem um sistema de Gestão da Qualidade sólido, experiente
e bem implementado, talvez não seja necessário realizar uma auditoria interna
por ano. Do contrário, em um sistema de gestão “recém inaugurado”, talvez o
maior acompanhamento possa não só facilitar a implantação como
também trazer maiores resultados.
Sabe aquela sensação de que “a casa está arrumada”? É mais ou menos isso,
entretanto você deve se basear em indicadores para saber se, de fato, as coisas
estão em ordem. Os índices de defeito aumentaram? O retrabalho aumentou?
Pilhas de refugo estão se acumulando nos cantos da fábrica?
1) os requisitos da própria organização
para o seu sistema de gestão da
qualidade;
É aqui que muitas empresas pecam. Geralmente, as auditorias internas são
vistas como uma preparação para a auditoria de certificação (ou recertificação)
da ISO 9001:2015! Aquilo que a própria organização determina é simplesmente
deixado de lado. É isso que, para mim, muitas vezes passa desapercebido nas
auditorias internas.
A auditoria tem de servir para promover melhoria na organização inteira, não só
no que diz respeito a norma. A ISO 9001:2015 tem tomado ações no sentido de,
cada vez mais, promover a autonomia das organizações, assim, existem vários
aspectos que são inerentes a sua empresa e que precisam ser auditados.
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Tente se lembrar dos profissionais com quem você já conviveu. Podem ser seus
companheiros de trabalho, alguns fornecedores com que você manteve negócios ou,
até mesmo, os atendentes da padaria que você frequenta no sábado de manhã. Agora
responda: todos eles agem da mesma forma?
Auditores
Auditor mais ou menos é aquele que quer auditar o “jeito dele” na empresa, ao
invés de entender a maneira que a empresa tem de fazer as coisas. O
Auditor mais ou menos não tem flexibilidade suficiente para compreender o
contexto e a cultura de uma organização, ele não está disposto a enxergar novas
formas de executar os processos e pensar se aquilo atende ou não a norma.
Do contrário, o auditor excelente é o que vai procurar entender como a empresa
trabalha e fazer uma auditoria de verdade, que traga oportunidades de melhoria
e ajude você a elevar a qualidade dos seus processos. Os auditores excelentes
vão analisar sua empresa, conhecer seus processos e procurar entender como
você decidiu se adequar à norma, como você promove a qualidade dentro da
sua empresa e se você, de fato, está fazendo isso.
Auditados
Há vários aspectos que definem o auditado mais ou menos, mas a meu ver, o pior
de tudo é só querer um certificado na parede. O auditado que só quer passar na
auditoria vai acatar absolutamente tudo que o auditor sugerir. Vai produzir
documentação só para atender norma. Vai fazer um monte de coisas sem saber
o porquê de estar fazendo e, com isso, pode até mesmo piorar a situação da
Qualidade na empresa. O auditado mais ou menos não quer Qualidade, ele quer um
papel na parede da diretoria…
Já o auditado excelente vai procurar entender como as normas podem ajudar a
melhorar os processos e aumentar os resultados da empresa. Vai encarar as
não conformidades como uma oportunidade de melhoria e vai avaliar
cuidadosamente como elas devem ser tratadas ou, até mesmo, se elas devem
ser tratadas, porque levar uma NC sem sentido de um auditor mais ou menos e
tratá-la mesmo assim é uma prática de um auditado bastante mais ou menos.
Práticas de auditores excelentes
Os auditores excelentes sabem que eles precisam buscar conformidade! Mas
cuidado, isso não quer dizer passar por cima das falhas e “pegar leve” na
auditoria.
Por exemplo, talvez, seu colaborador não saiba recitar a Política da Qualidade
da sua empresa, porém ele sabe que as entregas não podem atrasar,
que produtos com defeito ou não conformes não podem ser enviados para os
clientes e que ele precisa encontrar formas de fazer melhor o trabalho que realiza
todos os dias, sempre buscando fazer o mais perfeito que ele puder fazer.
Então, se o auditor somar tudo isso, verá que o colaborador sabe que a política
da qualidade da empresa em que o colaborador trabalha é: “Produzir peças de
qualidade dentro dos prazos estimados, buscando promover a melhoria continua e
alcançar a excelência”. E se essa for a política: conformidade!
Mesmo que o colaborador não saiba recitar essa frase, ele vive a Política da
Qualidade todos os dias, e isso é muito mais importante do que decorar
mecanicamente algumas palavras e não as colocar em prática nunca. É isso que um
bom auditor tem de buscar.
Para que isso aconteça, a Alta Direção precisa estar sempre acompanhando o
andamento e o resultado dos processos do SGQ. Isso não significa que ela deva
conduzir todos os processos operacionalmente, é preciso que se crie condições
para que a Alta Direção visualize o desempenho do sistema de gestão como um
todo periodicamente.
Apesar do envolvimento da liderança estar muito mais explícito na ISO
9001:2015, esse acompanhamento do SGQ não é nenhuma novidade para a Alta
Direção: sempre foi requisito da norma que uma análise crítica do sistema de gestão
da qualidade da organização fosse realizada, visando a apresentação dos
resultados e a identificação de melhorias para o sistema.
Porém, a ISO 9001:2015 foi estruturada de acordo com o Anexo SL objetivando
maior integração entre os processos do sistema de gestão da qualidade e os processos de
negócio da organização. Logo, a análise crítica também sofreu alterações, para
abranger todos os requisitos do sistema e possibilitar uma visualização mais fiel
dos resultados do SGQ.
Essas mudanças foram concentradas nas entradas da análise crítica, que são
as informações mínimas necessárias para examinar a eficácia do sistema de gestão.
Agora, para realizar uma análise crítica adequada do SGQ na versão 2015, a
Alta Direção também deve considerar:
As mudanças em questões externas e internas que sejam pertinentes para o SGQ;
O feedback das partes interessadas;
A extensão na qual os objetivos da qualidade foram alcançados;
Os resultados de monitoramento e medição;
O desempenho de provedores externos;
A eficácia das ações tomadas para abordar riscos e oportunidades.
Com a introdução destes novos requisitos, a ordem das entradas também foi
modificada. Seguir essa ordem não é obrigatório para a realização da análise
crítica, mas acompanhá-la pode facilitar a visualização de como o sistema de gestão
se comportou no período analisado.
10.1 Generalidades
ISO 9001:2015 – Requisito 10 Melhoria,
Não Conformidade e ação corretiva
(Parte 1)
Postado dia 27 de abril de 2017 por Monise Carla na categoria Sistemas de gestão
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Obviamente, acontecerão coisas indesejáveis dentro do seu Sistema de Gestão da
Qualidade e você vai ter que lidar com não conformidades, por isso, precisamos falar
sobre melhoria, não conformidade e ações corretivas. Os requisitos do item “10
Melhoria” da ISO 9001:2015 são muito semelhantes aos requisitos estabelecidos na
versão anterior, ISO 9001:2008, item 8.5.2; mas tivemos algumas mudanças que podem
trazer uma outra abordagem sobre como lidar com esses resultados indesejáveis e gerar melhorias
verdadeiras para organização.
8.5 Melhoria
8.5.1 Melhoria contínua
A organização deve continuamente melhorar a eficácia do sistema de gestão da
qualidade por meio do uso da política da qualidade, objetivos da qualidade,
resultados de auditorias, análise de dados, ações corretivas e preventivas e análise
crítica pela direção.
10 Melhoria
10.1 Generalidades
A organização deve determinar e selecionar oportunidades para melhoria e
implementar quaisquer ações necessárias para atender a requisitos do cliente e
aumentar a satisfação do cliente.
Essas devem incluir:
a. melhorar produtos e serviços para atender a requisitos assim como para abordar
futuras necessidades e expectativas;
b. corrigir, prevenir ou reduzir efeito indesejados;
c. melhorar o desempenho e a eficácia do sistema de gestão da qualidade.
NOTA: Exemplos de melhoria podem incluir correção, ação corretiva, melhoria
contínua, mudanças revolucionárias, inovação e reorganização.
Ações corretivas devem ser apropriadas aos efeitos das não conformidades
encontradas
Essa é uma visão geral sobre as mudanças do item Melhoria, no próximo post,
comentarei um pouco sobre cada item do requisito 10 da ISO 9001:2015 com
uma abordagem um pouco mais prática. Até lá!
10.1 Generalidades
A organização deve determinar e selecionar oportunidades para melhoria e
implementar quaisquer ações necessárias para atender a requisitos do cliente e
aumentar a satisfação do cliente.
Essas devem incluir:
a. melhorar produtos e serviços para atender a requisitos assim como para abordar
futuras necessidades e expectativas;
b. corrigir, prevenir ou reduzir efeitos indesejados;
c. melhorar o desempenho e a eficácia do sistema de gestão da qualidade.
NOTA: Exemplos de melhoria podem incluir correção, ação corretiva, melhoria
contínua, mudanças revolucionárias, inovação e reorganização.
Tudo está ligado à sua coerência com o propósito, que pode ser do próprio processo ou
da organização, quando relacionada a missão ou visão da empresa. Assim, a melhoria
do processo é necessária sempre quando há algum conflito com os objetivos, ou
seja, se um processo vem sendo executado, mas não entrega o resultado
desejado em relação aos objetivos determinados, ele provavelmente pode ser
melhorado.
Melhoria das práticas de Gestão
Toda atividade realizada em qualquer organização é baseada em práticas de
gestão que direcionam como as pessoas interagem dentro da organização, e
essas práticas podem ser tanto baseadas nas teorias de estudiosos como
Deming, Drucker, Ishikawa, Pareto, Crosby e tantos outros, quanto com base na
experiência da organização, que cresceu e amadureceu executando seus
processos.
As práticas de gestão devem ser adotadas para dar voz às equipes de trabalho,
para que elas consigam sugerir mudanças e melhorias, e isso está tão
relacionado a envolver as pessoas no processo de tratativa das não
conformidades, quanto a fazer reuniões para discutir processos, projetos e a
melhoria do trabalho como um todo.
Você pode até me perguntar: “mas estamos falando de mudanças ou de melhoria?”.
Olha, não sei se reparou, mas ao registrar uma não conformidade, executar
ações, verificar sua eficácia e padronizá-las você está gerando mudanças na sua
empresa, com objetivo de corrigir um efeito indesejado, e também está alterando
a rotina das pessoas, e isso é uma parte do trabalho para gerar melhorias no
seu SGQ.
Para que serve o Anexo A da ISO
9001:2015?
Postado dia 26 de julho de 2016 por Monise Carla na categoria Sistemas de gestão
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Com as alterações da ISO 9001:2015, tivemos mudanças na estrutura dos requisitos para
um Sistema de Gestão da Qualidade e também de algumas terminologias e exigências.
Isso provavelmente você já sabe, mas como podemos entender essas mudanças? Como
entender a intenção das terminologias e conceitos usados na nova versão da ISO?
A ISO 9001:2015 incluiu o Anexo A como parte da norma para explicar essas
mudanças, ajudando as equipes de implementação do SGQ a entender as alterações que
foram feitas e como lidar com elas.