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Licenciatura em Ciências Religiosas

JESUS CRISTO: HISTÓRIA E TEOLOGIA

APONTAMENTOS (4)

Sumário
4. O contexto de Jesus Cristo
4.1. Situação sociopolítica
4.2. Situação religiosa

[tradução de: J.A. SAYÉS, Señor y Cristo. Curso de Cristología, 17-21]

Palestina no tempo de Jesus Cristo

A Palestina, no tempo de Jesus, era uma região que se estendia entre o mar
Mediterrâneo e o rio Jordão. Desde a fronteira com a Idumeia (ao sul) até aos
limites da Sirofenícia (a norte), compreendendo cerca de 200 km. Ao invés, a
distância de oeste a este não ia além dos 80 km. Pelos dados de Estrabão,
Plínio o jovem e Flávio Josefo, o famoso historiador judeu, podemos conhecer o
ambiente da Palestina em que viveu Jesus.

1. Geografia e história
A vida de Jesus desenrolou-se, fundamentalmente, em duas províncias da
velha Palestina: a Galileia, a província do norte; e a Judeia, a do sul. O
contraste entre estas duas províncias era notável. A juventude de Jesus deu- se
na cidade de Nazaré, situada na baixa Galileia, e grande parte da sua vida
pública teve lugar nas margens do Lago de Tiberíades, centrando a sua
atividade particularmente em Cafarnaum, ao norte deste lago e hoje
identificável pelas suas ruínas.
Os exegetas designaram, por vezes, a primeira fase da vida pública de Jesus
com o nome de «primavera da Galileia». Antes do confronto decisivo com as
autoridades de Jerusalém, centro da vida espiritual e civil da Palestina, a vida,
milagres e pregação de Jesus desenvolvem-se, no essencial, na zona do Lago
de Tiberíades.
Ninguém que queira rastrear a vida e a história de Jesus pode deixar de
visitar esta região incomparável. A vida desta região centra-se em torno do
lago, de suaves ondas que refletem um céu alto e azul e que é costume estar
tomado pelas velas brancas dos pescadores. Em muitas épocas do ano, pode-se
ver ao longe a neve do Monte Hermón, com os seus 2760 metros. A Galileia,
em comparação com a zona montanhosa da Judeia, é verde e rica. No primeiro
século da nossa era, a Galileia estava abundantemente povoada, pois, como diz
Flávio Josefo, era rica em toda a espécie de frutos e árvores. Dividia-se em
duas partes: a Galileia superior, que confinava com a Sirofenícia, e a inferior,
que se estendia desde o lago da Galileia até ao Monte Carmelo e compreendia
parte da fértil e rica planície de Esdrelón.
Flávio Josefo assinala que os galileus souberam defender-se sempre das
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incursões inimigas. Segundo ele, eram belicosos e valentes. Os galileus tinham-


se feito notar na guerra dos macabeus e a relativa autonomia que obtiveram de
Herodes o Grande e do seu filho Herodes Antipas dava-lhes um certo orgulho
diante dos judeus [os da Judeia], submetidos à administração romana.
A Galileia tinha uma forte influência da cultura grega, pelo que, por este
motivo, era desconsiderada pelos habitantes da Judeia. O sotaque galileu era,
além disso, rude e cantado, o que, unido aos seus modos bruscos, fazia deles
facilmente reconhecíveis.
Nos anos 30, a baixa Galileia, juntamente com a Pereia (a este do Jordão),
pertenciam à zona administrada por Herodes Antipas (cf. Lc 3, 1; 23, 7). As
cidades mais notáveis eram Séforis (nunca mencionada nos evangelhos),
Tiberíades (que dá nome ao lago), Cafarnaum, Magdala, Betsaida e Cesareia de
Filipo (nas fontes do Jordão).
Com a morte de Herodes o Grande, a Galileia e a Pereia tinham passado
[para o domínio] de Herodes Antipas, enquanto a outro seu filho, Filipo, tinha
sido entregue a região que vai do nordeste até ao deserto sírio. Herodes Antipas
é, portanto, a autoridade que controlava a região em que se desenrolou grande
parte da atividade de Jesus Cristo. O matrimónio irregular de Herodes com a
mulher de seu irmão Filipe foi a causa que provocou a reação de João Batista
(cf. Mt 14, 3-4), que foi por ele encerrado na prisão de Maqueronte e, depois,
morto.
Em contraste com a região fértil e plácida da Galileia, a Judeia era uma
região fundamentalmente áspera e montanhosa. A oeste de Jerusalém,
separado pelo Monte das Oliveiras, começa o deserto da Judeia, delimitado a
oriente pela depressão do Jordão e o Mar Morto. Na depressão do Jordão, na
margem ocidental, surgia a cidade helenística de Jericó. Aqui passava o
caminho que os galileus tomavam para participar nas festas de Jerusalém,
evitando assim a região da Samaria. O caminho ou seguia pela depressão do
Jordão ou entrava na Pereia. Uma vez em Jericó, a quase 400 metros abaixo do
nível do mar, onde a pressão e o calor sufocante se fazem sentir com força,
começava uma subida de 1000 metros até Jerusalém por um caminho árduo e
difícil, onde eram frequentes os encontros com bandidos que assaltavam os
peregrinos. Ao sul de Jerusalém, no caminho do Negueb, encontra-se Belém, a
cidade do Messias.
Com a morte de Herodes o Grande, a Judeia juntamente com a Samaria e a
Idumeia, tinham sido consignadas a Arquelau, outro filho seu. Mas a sua
ambição fê-lo chocar com as famílias aristocráticas de Jerusalém, pelo que foi
destituído e a região passou para a administração direta de Roma sob um
prefeito o procurador, que dependia do governador da província romana da
Síria, que tinha a sua capital em Antioquia. Ao procurador pertencia a
administração ordinária, como a administração da justiça, a cobrança de
impostos para erário imperial e a manutenção da ordem pública. Para isso ele
dispunha de cinco coortes (de 600 soldados cada uma), que repartia entre
Cesareia Marítima (onde tinha o seu palácio) e Jerusalém (para onde se mudava
nas grandes festas com objetivo de manter a ordem pública).
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A política deste procurador romano Pilatos tinha sido particularmente provo-


catória para com os judeus. Desconhecia a peculiar sensibilidade religiosa e
nacional hebreia e foi destituído em 36 d.C.

2. A vida económica
A economia palestinense, fora das cidades mais ou menos helenizadas (com
exceção sobretudo de Jerusalém), baseava-se na agricultura e na manufatura.
Os produtos principais eram grão, azeite, fruta, hortaliças, pesca e gado
(principalmente cabras e ovelhas). Nas margens do mar da Galileia abundava a
pesca, a qual, com o pão de trigo ou cevada, constituía a base da alimentação
das classes médias e pobres.
Florescia o trabalho artesanal, favorecido pelo apreço de que gozava o
trabalho manual junto dos intelectuais e sacerdotes. Muitos dos artesãos
concentravam-se em Jerusalém para a satisfação das necessidades do templo.
Pesava sobre a vida do agricultor e do artesão um duplo ou triplo tipo de
imposto: o civil e o religioso. Sobre as propriedades, casas e terrenos pagava-
se o imposto imobiliário, a que acrescia o que recaia sobre a riqueza móvel. Da
cobrança dos impostos encarregavam-se os cobradores de impostos, os
publicanos.
Os impostos religiosos pagavam-se no templo. Todo o varão hebreu adulto
tinha que pagar ao templo dois dracmas por ano (o equivalente a dois dias de
trabalho de um trabalhador agrícola). Além disso, os cultivadores do campo
tinham que pagar as primícias (cerca de 2%) de todos os produtos do campo,
assim como o dízimo dos mesmos. Por outro lado, o primogénito macho de
todos os animais devia ser entregue no templo.

3. Sociedade e família
Na Palestina dos anos 30 dominava um grupo minoritário de ricos, formado
por latifundiários, grandes comerciantes, altos funcionários e a aristocracia
laical e sacerdotal de Jerusalém. Os ricos viviam em cidades helenizadas, sedes
do governo e da administração romana. Uma categoria intermédia era
constituída por trabalhadores autónomos, artesãos, pequenos proprietários,
comerciantes, sacerdotes e levitas, funcionários e empregados da administração
civil. A categoria dos pobres era composta por trabalhadores temporários.
Todavia, para lá das categorias económicas, existiam outras de tipo religioso-
social, como os chamados amhaares (povo da terra) e que no evangelho são
frequentemente chamados como «pecadores e publicanos». Os fariseus,
escrupulosos observantes da Lei, odiavam e desprezavam estas gentes
ignorantes da Lei e incapazes de cumpri-la. Evitavam escrupulosamente todo o
contato com eles. Não os consideravam verdadeiros israelitas.
A mulher não gozava de relevância social. Não lhe era ensinada a Lei, pois
supunha-se que era incapaz de a cumprir. Assistia na sinagoga separada dos
homens. Não ia à escola. Nem sequer era saudada publicamente pelo respetivo
marido. Uma mulher casada que tivesse relações íntimas com um homem
solteiro era considerada adúltera e seria apedrejada, enquanto um casado, na
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mesma situação, não o seria. O testemunho de uma mulher não era tido em
conta. Um homem de bem não podia, propriamente, ter amizade com uma
mulher. O chefe inquestionável da família hebreia era o marido e a ele competia
o direito e o dever de educar os filhos, pois na família hebreia ter filhos
(sobretudo varões) era tido como uma bênção de Deus.
O divórcio havia sido permitido por Moisés e tolerado na forma de repúdio da
mulher por parte do homem em razão de motivos sérios (segundo ensinava o
rabino Schammai) ou inclusivamente em razão de qualquer motivo (como se a
mulher resultasse desagradável ou feia, segundo a escola do rabino Hillel).
Oito dias após o nascimento de uma criança tinha lugar o rito da circuncisão,
pelo qual era inserido na comunidade dos verdadeiros israelitas. Pelo
primogénito varão, o pai tinha de pagar uma espécie de resgate religioso. A
criança judia entrava sob a obrigação da Lei (bar mitzvá) com a idade de treze
anos.
No tempo de Cristo existia uma escola elementar em toda a povoação dotada
de sinagoga, onde as crianças eram instruídas na leitura e na memorização da
Torah (Lei) sob a orientação de uma mestre (sopher). Existiam, também, as
escolas rabínicas ou escolas superiores, conduzidas por rabinos de fama. No
tempo de Cristo sobressaiam os rabinos Schammai e Hillel.

4. A vida religiosa
A vida religiosa judia fazia-se em torno da sinagoga do lugar e do templo de
Jerusalém. Todos os sábados tinha lugar o rito sinagogal, que era uma espécie
de liturgia da palavra. Todos tomavam parte, mas apenas os homens adultos
podiam ser convidados a ler os textos da Lei e os profetas e, conforme os casos,
a fazer um comentário ou homilia (midrash).
A vida religiosa de todo o judeu estava marcada pela oração da manhã e da
tarde com a recitação do shemá, que compreendia alguns textos bíblicos, como
este: «Escuta Israel, Yaweh nosso Deus é o único Deus. Amarás Yaweh teu
Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas
forças…» (Dt 6, 4-9).
O sábado era o centro da vida religiosa judia. O shabbat (que vem de
repousar) exigia a escrupulosa observância do repouso que permitia a
participação na liturgia sinagogal e a leitura da Torah.
Durante três festas os judeus tinham a obrigação de peregrinar a Jerusalém:
a páscoa (o dia 15 do mês de nizan, o nosso março-abril), o pentecostes
(sabu'ot), cinquenta dias depois da Páscoa; a festa dos tabernáculos (sukkot),
no dia 15 do mês de tishri (setembro-outubro). Outras festas não implicavam
peregrinação a Jerusalém, como a do fim de ano ou a festa da expiação (Yom
Kippur) no dia 10 do mês de tishri, que se celebrava com orações e leituras
numa sinagoga local.
Falemos, finalmente, do sanedrín [sinédrio] como o órgão jurídico-religioso
mais importante na vida de Israel. O sanedrín (do grego synedrion: assembleia)
tinha competência em todas as questões de direito religioso e direito civil e nele
estavam representadas todas as classes dominantes: 70 membros no total, sob
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a presidência do sumo-sacerdote. Este, ainda que investido no cargo pelos


romanos, continuava a ser o representante máximo do povo de judeu. O
sanedrín era formado pelos sacerdotes superiores (o sumo-sacerdote, os seus
predecessores e alguns outros titulares de altos cargos sacerdotais), pelos
anciãos (ou cabeças das mais altas famílias aristocráticas) e pelos escribas
(teólogos juristas, na sua maioria de orientação farisaica).

Alexandre Palma

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