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CLAII – Centro Local de Apoio à Integração de Imigrantes CPCJ – Comissão de Proteção de Crianças e Jovens
UAVIDRE – Unidade de Apoio à Vítima Imigrante e de Discriminação Racial ou Étnica MP – Serviços do Ministério Público
UAVMD – Unidade de Apoio à Vítima Migrante e de Discriminação dos Açores PSP – Polícia de Segurança Pública
Índice
- introdução 3
- metodologia 4
- trabalho desenvolvido na área da prevenção e formação, da violência e criminalidade 5
- trabalho desenvolvido na área do apoio à vítima – vítimas de crime, seus familiares e amigos 6
. atendimentos 7
. crimes registados 8
. cooperação com outras entidades 14
. contacto com a APAV 15
. caracterização da vítima 18
. caracterização do autor do crime 24
. caracterização da vitimação 26
- perfis 28
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ESTATISTICAS APAV | RELATÓRIO ANUAL | 2013
Introdução
A APAV trabalha para que em Portugal o estatuto da vítima de crime seja plenamente reconhecido, valorizado e efetivo.
37.222
atendimentos
Por isso, todos os dias, e através da promoção de serviços qualificados, gratuitos e confidenciais, procuramos garantir
que quem é vítima de crime possa ultrapassar o sofrimento.
11.800 processos de
apoio
Quem sofre um crime encontra na APAV o apoio de que necessita: emocional, jurídico, social e psicológico para que
possa lidar e ultrapassar as consequências de ter sido vítima.
8.733 vítimas
O presente Relatório Estatístico 2013 pode permitir traçar um cenário geral sobre as vítimas de todos os crimes que diretas
recorrem aos serviços da APAV, bem como, dar a conhecer o trabalho sistemático de prevenção e de formação na área
da violência e da criminalidade.
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Metodologia
Num esforço contínuo da melhoria do nosso trabalho e dos resultados com ele alcançados, a APAV pauta-se pela exigência relativamente à informação estatística prestada.
Em termos metodológicos, e tendo em conta o desenvolvimento dos instrumentos de recolha de informação que temos ao nosso alcance, é atualmente possível entrar numa nova fase.
Neste momento, e no sentido de consubstanciar a prática diária do trabalho desenvolvido em cada um dos Gabinetes de Apoio à Vítima, cada vez mais faz sentido uma alteração de
paradigma que melhor espelhe o que é feito na realidade da APAV - atendimentos a vítimas de crime. Mais ainda se pensarmos que, com frequência, um primeiro atendimento é
apenas o início de uma multiplicidade de diligências que podem, ou não, extinguir-se no fim de um ano civil. O que a prática tem mostrado, é que muitas das vítimas são atendidas e
acompanhadas por um longo período de tempo, que se estende para além do ano em que o processo de apoio à vítima é iniciado. Desta forma, o trabalho dos Gabinetes de Apoio à
Vítima incide sobre os atendimentos efetuados, e não somente em novos processos.
Entramos assim num outro ciclo, implementando a partir de 2013 uma nova série estatística, cuja metodologia será a seguinte:
1- recolha da informação processual em cada uma das Unidades Orgânicas da APAV (Gabinetes de Apoio à Vítima; Casas Abrigo, Unidades de Apoio à Vítima Imigrante) através da
utilização de uma plataforma informática;
2- tratamento da informação recolhida tendo em conta diversas dimensões, nomeadamente o número total de atendimentos em cada ano, o número de vítimas diretas, autores de
crime e o número de crimes registados em cada processo;
3- produção dos relatórios estatísticos (anuais), através da obtenção de uma panorâmica geral do trabalho desenvolvido pela APAV (conjunto das Unidades Orgânicas que fazem
atendimento às vítimas de crime).
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A APAV, em resposta à sua missão, tem dado um particular ênfase à prevenção secundária e terciária da violência, ou seja, ao apoio direto às vítimas de crime, centrado nas reações
imediatas à violência (prevenção secundária) e aos cuidados de reabilitação e a reintegração da vítima (prevenção terciária).
Contudo, tais respostas, inequivocamente importantes e sempre necessitando de ser fortalecidas, têm sido acompanhadas por um maior investimento também ao nível da prevenção
primária, uma intervenção que se pretende anterior ao problema de forma e evitar o seu aparecimento. A formação dos técnicos e a informação e a sensibilização junto da
população em geral e de grupos mais específicos procuram cumprir este pressuposto.
Cada vez mais somos chamados a informar e a sensibilizar acerca de diferentes temáticas da vitimação junto de públicos mais ou menos diferenciados. Temos uma presença assídua
em contextos de aprendizagem como as escolas do ensino básico e secundário, mas também junto do ensino superior, em seminários e congressos e mesmo em publicações de
natureza técnica. A formação, a informação e a sensibilização são assim excelentes instrumentos para a prevenção, pelo que a nossa aposta é contínua.
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atendimentos 8.733 • vítimas diretas processo criminal, etc, em prol do/a utente
durante um determinado período de tempo.
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Atendimentos
Atendimentos 2012-2013
40000
35000
37.222
30000
25000 11.800 processos
20000
15000
22.747
8.733 vítimas
10000
5000
0
2012 2013
A complexidade do apoio à vítima, da articulação e integração entre a multiplicidade de apoios de que carece uma vítima de crime refletiu-se no expressivo número de 37.222
atendimentos realizados pela APAV em 2013.
Na rede nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima, Casas de Abrigo e Unidades de Apoio à Vítima Migrante, os Técnicos de Apoio à Vítima da APAV, na sua grande maioria voluntários,
desenvolveram 11.800 processos de apoio, tendo apoiado 8.733 vítimas diretas de um ou mais crimes.
Os (as) utentes apoiados (as) pela APAV em 2013 relataram ter sido vítimas diretas de 20.642 crimes.
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crimes registados
tipo de crime
Seguindo a tendência de anos anteriores, os
101; 0,5% 50; 0,2%
crimes praticados no âmbito da violência 69; 0,3% 2544; 12,3%
431; 2,1%
23; 0,1%
doméstica, representam mais de 80% dos
40; 0,2%
crimes registados pela APAV.
Os crimes com registos ainda significativos contra as pessoas contra o património contra vida em sociedade/estado
são os crimes contra o património (2,1%). contra o estado rodoviários violência doméstica
outros crimes contra ordenações
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outros crimes/contraordenações
Contraordenações N %
Assédio sexual 18 17,8
Discriminação - racial, religiosa, sexual, por idade, nacionalidade ou
66 65,3
género
Outras contraordenações 17 16,8
total 101 100
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Quando se torna premente contactar a APAV, em mais de 50% dos casos, são as próprias vítimas a fazê-lo. No entanto, os familiares (19,4%) e os amigos (9,1%) também
constituem uma importante fonte de contacto com a instituição.
A forma como estes contactos são efetuados, pode-se processar de diversas maneiras, sendo o contacto telefónico o mais utilizado (57%), seguindo-se, muitas vezes após este
primeiro, o contacto presencial com 33% das situações sinalizadas.
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caracterização da vítima
Num total de 8.733 casos acompanhados pela APAV em 2013, 82,8% destes eram pessoas do sexo feminino. No que diz respeito à idade das vítimas, as mesmas situavam-
se sobretudo entre os 25 e os 54 anos de idade, com especial destaque para o intervalo de idades entre os 35 e os 44 anos, com um total de 14,2%.
Relativamente aos menores, a faixa etária mais significativa situa-se entre os 11 e os 17 anos de idade (5,2%). Quanto às pessoas idosas, os registos assinalaram 8,9% do
total de vítimas que recorreram à APAV em 2013.
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Em termos familiares, as vítimas que procuraram a APAV em 2013, eram casadas em mais de 30% dos casos, ou em 23,5% das situações, solteiras.
Em consonância com o estado civil das vítimas está o tipo de família, pelo que 43% das mesmas vivem em famílias nucleares com filhos e 6,1% em famílias nucleares sem filhos.
As famílias monoparentais apresentavam uma percentagem significativa, na ordem dos 13%.
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Em traços gerais, quanto ao nível de ensino, podemos caracterizar as vítimas, entre as que detêm diplomas de ensino superior (6,9%) e as que completaram os 2º e 3º
ciclos do ensino básico (ambos com 4,5%).
Já no que diz respeito à atividade económica, 29,1% das vítimas encontravam-se empregadas e 19,7% em situação de desemprego. Os reformados e os estudantes
apresentavam percentagens relevantes, entre os 11% e os 12%.
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Distrito de residência da N %
vítima Na distribuição geográfica da residência da
Aveiro 155 1,8
vítima, os grandes centros urbanos
Beja 21 0,2
Braga 315 3,6 demonstram ser os locais mais
Bragança 45 0,5 significativamente assinalados.
Castelo Branco 33 0,4
Coimbra 269 3,1
Évora 32 0,4 A cidade com maior registo é Lisboa com 19,7%
Faro 753 8,6 do total, seguindo-se a cidade do Porto
Guarda 26 0,3
(10,4%), a cidade de Faro (8,6%), a cidade de
Leiria 131 1,5
Lisboa 1.719 19,7 Setúbal (7,3%) e finalmente a Região Autónoma
Portalegre 29 0,3 dos Açores com 6,1%.
Porto 910 10,4
Região Autónoma dos Açores 537 6,1
Região Autónoma da Madeira 38 0,4 As cidades menos representativas, em termos
Santarém 291 3,3 de vítimas que recorreram aos serviços da
Setúbal 640 7,3
APAV em 2013, foram Beja (0,2%), Guarda
Viana do Castelo 37 0,4
Vila Real 274 3,1 (0,3%) e Portalegre (0,3%).
Viseu 100 1,1
Ñs/ñr 2378 27,2
total 8.733 100
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Nacionalidade da vítima
165; 1,9% 284; 3,3% 149; 1,7%
19; 0,2%
8.116; 92,9%
N: 8.733
No que diz respeito à nacionalidade da vítima, a esmagadora maioria das utentes eram de nacionalidade portuguesa (90,8% - 7.925 - dos 92,9% de europeus).
Das restantes nacionalidades, destacamos essencialmente o Brasil (2,8% - 244), Angola e Cabo Verde (0,6% - 51 - e 05% - 39 - respetivamente) e ainda a Roménia
(0,5% - 40) e a Ucrânia (0,5% - 41).
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Quando passamos a analisar as relações entre o autor do crime e a vítima, algumas delas sobressaem, designadamente as relações de conjugalidade (30,7% - cônjuge; 12,3%
- companheiro; 6,9% - ex-companheiro e 5,5% - ex-cônjuge) e as relações familiares (filhos – 12%; pais – 7,9%; irmãos – 1,6%; avós – 0,6%, etc.).
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Em 2013, a APAV registou um total de 8.982 autores de crime, mais 249 autores de crime face às 8.733 vítimas diretas apoiadas.
Deste total apurado, 82,3% eram do sexo masculino e idades compreendidas entre os 25 e os 64 anos de idade, com especial destaque para o intervalo de idades dos
35 aos 44 anos (12,8%).
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Tal como no que diz respeito à vítima, também os autores de crime são maioritariamente casados (38,8%) ou solteiros (11,6%).
Quanto à atividade económica, os mesmos encontram-se sobretudo empregados (31,5%), sendo contudo de realçar a expressividade de desempregados (17,4%) e
reformados (7% ).
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caracterização da vitimação
tipo de vitimação
duração da vitimação N %
entre 1 e 6 meses 475 5,3
1.459; 16%
entre 7 meses e 1 ano 620 6,9
886; 10% entre 2 e 6 anos 1.322 14,7
entre 7 e 11 anos 497 5,5
6.637; 74% entre 12 e 20 anos 479 5,3
mais de 20 anos 419 4,7
ñs/ñr 5.170 57,6
total 8.982 100
N: 8.982
O tipo de vitimação continuada (74%) sobrepõe-se significativamente face ao tipo de vitimação não continuada. Este facto deve-se à percentagem bastante elevada de
casos que ocorrem em ambiente doméstico.
Segundo os dados apurados pela APAV para o ano de 2013, a duração da vitimação mais registada foi entre os 2 e os 6 anos (14,7%). Contudo, é interessante referir que
as situações com uma duração superior a 20 anos, apresentam registos na ordem dos 4% - mais de 400 casos assinalados.
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local do crime N %
residência comum 5.507 54,1
escola 109 1,1 queixa/denúncia
local de trabalho 338 3,3
lugar/via pública 1.041 10,2
16,9; 17%
instituição de acolhimento 25 0,2 39,2; 39%
loja/centro comercial 46 0,5
transportes públicos 13 0,1
viatura automóvel 88 0,9 43,9; 44%
outro local 289 2,8
outras instituições 8 0,1
outra residência 95 0,9 N: 8.982
unidade de saúde 23 0,2
residência do autor do crime 352 3,5 sim não ñs/ñr
residência vítima 1.340 13,2
não sabe/não responde 910 8,9
Total 10.184 100
Os locais de vitimação mais referenciados foram a residência comum (da vítima e do autor do crime – 54,1%) e a residência da vítima (13,2%). Com uma percentagem
menos significativa, importa ainda referir o lugar/via pública (10,2%). Quanto às queixas efetuadas junto das entidades policiais, 39% das vítimas afirma ter efetuado
queixa.
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perfis
• mulher (82,8%)
crianças e jovens vítimas:
- 974 crianças e jovens vítimas,
• entre 25 e 54 anos (35,1%)
- 19 por semana,
• casada (34,8%)
Perfil da vítima • família nuclear com filhos (43%)
- média de 2,7 por dia.
• ensino superior(6,9%)
• empregada (29,1%)
pessoas adultas vítimas:
- 6.985 vítimas adultas até aos 64 anos,
- 134 por semana,
- média de 19,1 por dia.
• homem (82,3%)
Perfil do autor do • entre 25 e 54 anos (29,9%)
crime • casado (38,8%)
• empregado (31,5%) pessoas idosas vítimas:
- 774 pessoas idosas vítimas,
- 15 por semana,
- média de 2,1 por dia.
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Foto: José Sarmento Matos
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SEDE | Unidade de Estatística:
Rua José Estêvão, 135 A, Piso 1, 1150-201 Lisboa
Tel. 21 358 79 15
apav.sede@apav.pt
instituição particular de solidariedade social - pessoa coletiva de utilidade pública
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