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Rudimentos de Marxismo sobre o Socialismo

Prof. Francisco Máuri de Carvalho Freitas

O Manifesto tem sua própria história. [...] E, sem embargo, quando ele
apareceu não podíamos intitulá-lo Manifesto Socialista. Em 1847, se
compreendia com o nome de socialistas a duas categorias de pessoas. De um
lado, os partidários de diferentes sistemas utópicos, particularmente owenistas
na Inglaterra e os fourieristas na França, que não eram já senão simples seitas
em processo de extinção paulatina. Do outro lado, os mais diversos
curandeiros sociais que aspiravam a suprimir, com suas variadas panacéias e
emplastos de toda a sorte, as chagas sociais sem provocar um mínimo prejuízo
ao capital e nem ao lucro1.
A rigor, o socialismo representava em 1847 um movimento burguês; o
comunismo, um movimento operário. O socialismo era, ao menos no
continente europeu, muito respeitado; o comunismo era exatamente o
contrário. E como sustentávamos muito decididamente o critério de que “a
emancipação da classe operária deve ser obra da classe operária mesma, não
podíamos vacilar um instante sobre qual das duas denominações procedia
eleger. E posteriormente não nos havia ocorrido renunciar a ela"2.
No Manifesto do Partido Comunista escrito por Karl Marx e Friedrich
Engels, entre dezembro de 1847 e janeiro de 1848, em sua III parte quando os
autores reportam-se à Literatura Socialista e Comunista, o fazem apresentando
a seguinte divisão:

1 - Socialismo Reacionário;
1.1 – Socialismo Feudal;
1.2 – Socialismo Pequeno-Burguês;
1.3 – Socialismo Alemão ou Socialismo Verdadeiro;

2 - Socialismo Conservador ou Burguês;

3 - Socialismo Crítico-Utópico e o Comunismo Crítico-Utópico3.

Para Marx e Engels, o socialismo do tipo 1.1 (Socialismo Feudal) foi


predicado pela aristocracia francesa contra a modernidade burguesa,
1
ENGELS, F. Prefácio à edição alemã do Manifesto do Partido Comunista. Obras Escojidas, tomo 1, Moscú,
Progreso, 1981, p. 102.
2
Id. Ibid.
3
MARX, K. y ENGELS, F. Manifesto del partido comunista. Obras Escojidas, tomo 1, Moscú, Progreso,
1981, p.130-139
observada a partir da revolução de julho de 1830, na verdade, tratava-se de
uma série de libelos criados contra a burguesia para produzir uma simpatia da
classe operária pelos aristocratas.
Assim surgiu esse tipo de socialismo reacionário: uma mescla de ecos
do passado e de ameaças sobre o devir ou o futuro4.
O socialismo tipo 1.2 (Socialismo Pequeno-Burguês) é proposto por
“uma nova classe de pequenos burgueses que oscila entre o proletariado e a
burguesia. Porém os indivíduos que a compõem se vêem continuamente
precipitados nas filas do proletariado à causa da competição, e, com o
desenvolvimento da grande indústria, vê aproximar-se o momento em que
desaparecerão por completo como fração independente da sociedade moderna
e que serão recolocados no comércio, na manufatura e na agricultura como
capatazes ou empregados”5.
A rigor, quando eles defendem a causa operária o fazem do ponto de
vista da pequena burguesia. Por querer fazer rodar para trás a roda da história
[encaixar pela força os meios de produção e de troca nos marcos das antigas
relações de propriedade], “este socialismo é de uma só vez reacionário e
utópico”6.
Por outro lado, o socialismo tipo 1.3 (Socialismo Alemão ou Socialismo
Verdadeiro) cuja fundamentação teórica [a expressão de luta contra a
dominação feudal] importada da França, foi introduzida na Alemanha.
Segundo Marx e Engels, a literatura socialista/comunista francesa foi
completamente castrada. Nas mãos dos alemães ela deixou de ser a expressão
da luta de classes ou de uma classe contra outra, posto que eles se achavam
por cima da “estreiteza francesa”, logo no lugar das verdadeiras necessidades,
a necessidade da verdade; no lugar dos interesses do proletariado, os interesses
da essência humana, do homem em geral ou do homem que não pertence a
nenhuma classe nem a nenhuma realidade e que existe apenas no céu brumoso
da fantasia filosófica7.
O socialismo conservador, por sua vez, predicada por parte da burguesia
desejava remediar com o fito de consolidar de uma vez por todas a sociedade
burguesa. Na verdade, esses burgueses socialistas – segundo Marx, Joseph
Proudhon era um deles -, queriam perpetuar as condições de vida da sociedade
moderna sem as lutas, naturalmente, entre classes, e os perigos que surgem
fatalmente delas; queriam perpetuar a sociedade atual sem os elementos que a
revolucionam e decompõem; queriam a burguesia sem o proletariado. A

4
Id. Ibid., p.130
5
Id. Ibid., p.132
6
Id. Ibid., p.133
7
Id. Ibid., p.134
burguesia, como é natural, representa o mundo em que ela é a força
dominante, material e espiritualmente, como o melhor dos mundos8.
Outra forma deste socialismo é intentar separar os operários dos
movimentos revolucionários [teoria e prática], procurando demonstrar-lhes
que não é a transformação radical das condições materiais de vida, isto é, não
é a abolição das relações de produção burguesas que poderá beneficia-los,
mas, unicamente, reformas administrativas realizadas sobre a base das
relações de produção burguesas9.
Curiosamente, o que Marx e Engels reportam se assemelha com o
predicado pelo governo FHC [ou pela ideologia neoliberal]: essas reformas
administrativas, não afetam as relações entre o capital e o trabalho assalariado,
servindo unicamente, no melhor dos casos, para reduzir os gastos da burguesia
necessários ao seu domínio e para simplificar [flexibilizar e/ou agilizar] a
administração do seu Estado10.
Enquanto isto, o socialismo e o comunismo crítico-utópicos
preconizados por Saint-Simon, Owen, Fourier e outros, fazem sua aparição no
período inicial e rudimentar da luta entre o proletariado e a burguesia.
Equívocos:
1 – Em lugar da organização gradual do operariado em classe [para si],
a organização da sociedade inventada por eles;
2 – A futura história do mundo se reduz para eles à propaganda e
execução de seus planos sociais;
3 – Em seus planos estava clara a necessidade de defender a classe
operária, apenas por ser a classe que mais padece;
4 – Em virtude da sua condição social e da rudimentaridade da luta de
classes, eles se consideram acima de todo antagonismo de classe, por isto
desejam melhorar as condições de vida de todos os membros da sociedade,
inclusive dos mais privilegiados11.
Exatamente por isto, os crítico-utópicos não cansam de apelar a toda
sociedade sem distinção, por vezes se dirigem com preferência à classe
dominante. Posto que, bastaria compreender seu sistema, para reconhecer que
ele é o melhor de todos os planos possíveis da melhor de todas as sociedades
possíveis12.
Na verdade, em virtude de sua concepção de mundo, repudiam toda
ação política e, em particular, toda ação revolucionária; propõem-se alcançar
seus objetivos por meios pacíficos, intentando abrir caminho ao novo
8
Id. Ibid., p.136
9
Id. Ibid.
10
Id. Ibid.
11
Id. Ibid., p.137
12
Id. Ibid.
evangelho social valendo-se, tão somente, da força do exemplo, por meios de
pequenos experimentos [Icapuí, no Ceará?], que, naturalmente, fracassam
sempre13.
Teses positivas:
1 - Supressão da diferença e contraste entre a cidade e o campo;
2 - Abolição da família [tal como se organiza sobre o mando da
burguesia];
3 - Abolição do lucro privado e do trabalho assalariado;
4 - A proclamação da harmonia social e da transformação do Estado
num simples mecanismo de administração da produção.
Na verdade, essas teses são o enunciado da eliminação do antagonismo
de classes do qual eles conheciam apenas as primeiras formas indistintas e
confusas, daí seu puro “utopismo-crítico”. A rigor, buscam, pois, e nisso são
conseqüentes, embota a luta de classes e conciliar os antagonismos 14.
Sonhando com suas utopias sociais, e para a construção dos seus castelos no
ar, se vêem forçados a apelar à filantropia dos corações e dos bolsos
burgueses. Pouco a pouco vão caindo na categoria dos socialistas reacionários
ou conservadores descritos acima, só se distinguindo deles por uma pedanteria
mais sistemática e uma fé supersticiosa e fanática na eficácia milagrosa de sua
ciência social15.

13
Id. Ibid.
14
Id. Ibid., p.138
15
Id. Ibid., p.139

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