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COSTUME
TRATADOS
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JM – FDL 2017/2018
5 fases: i) negociação, adopção e autentição; ii) vinculação; iii) entrada em vigor; iv)
registo e v) depósito.
RESERVA
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▪ Em relação aos que objectam, se não for objecção simples (que não
tem efeitos nenhuns, sendo igual à aceitação), mas sim qualificada,
tratado não se aplica entre autor e objector qualificado.
• AC Tratados multilaterais restritos – 9 ou menos partes: exige-se unanimidade
[art.20º2]. Aceitação de todos os Estados! Se houver, basta uma objecção, Estado autor
não se torna parte. APLICA-SE TAMBÉM NOS CASOS EM QUE O FIM OU OBJECTO DO
TRATADO LEVEM A QUE O MESMO TENHA QUE SE APLICAR NA ÍNTEGRA.
• AC Tratados bilaterais – 2 partes: não se admitem reservas, mas sim meras
propostas de aceitação [vg Canal do Panamá – ver anotação ao artigo 19º]
• AC Tratados constitutivos de organizações internacionais [artigo 20º/3]:
segundo a doutrina, não se admitem reservas [mas os EUA fizeram uma reserva à OMS
e foi aceite]. Podem ser feitas; aceitação está sujeita à deliberação do órgão da
organização: primeiro ponto de trabalho é analisá-las. Se não forem aceites, Estado
autor não se torna parte.
• Nulidade da reserva: o Estado está vinculado à totalidade do Tratado.
• Aceitação: pode ser tácita [12 meses sem objecções, art. 20º-5]. Silêncio vale como
aceitação. Revogação dos 12 meses para 90 dias, por norma costumeira.
• Consequências: Para os Estados que formularam reservas e para os que as aceitaram,
as reservas modificam as relações entre esses Estados [tratados bilaterais acessórios
enxertados no tratado multilateral principal]. Os restantes Estados devem cumprir
integralmente o tratado. Reservas são sempre bilaterais [artigo 21º/1/a], a NÃO SER
EM CASO DE RESERVAS ERGA OMNES [vg EUA dizem que vão continuar a executar
menores de idade de outros Estados que cometem crimes no seu território; não podem
ser recíprocas]
• Revogação das reservas/objecções: a todo o tempo [art. 22º]. A aceitação da
reserva não pode ser revogada.
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• Regra: tratado posterior revoga anterior, mesmo que Estados digam que anterior é
irrevogável;
• Multilaterais restritos criam obrigações bilaterais; multilaterais gerais criam
obrigações erga omnes. Os 1ºs são livremente derrogáveis entre as partes.
• Tratados constitutivos de organizações internacionais: se o tratado constitutivo o
permitir, um 2º tratado relativamente à mesma, que não seja subscrito por todos os
Estados que subscreveram o 1º, pode entrar em vigor para todos, se tiver aprovação de
todos os membros permanentes, bem como 2/3 de votação positiva. Entra em vigor
para todos.
• Revisão [art. 40º/1] – consentimento de todas as partes; as que não consentem, não
ficam vinculadas pelo acordo de revisão.
• Modificação/emenda [art. 41º] – apenas afecta as partes que assim decidiram, e
tem que respeitar os condicionalismos do artigo.
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Conceitos
Procedimento em Portugal
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SUJEITOS
SECÇÃO II – O ESTADO
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Reconhecimento de Estado
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EXTINÇÃO
• Usurpação total do seu território por outra entidade sem que seja constituído um
Governo regular no exílio;
• Colapso da administração por força de conflito armado interno em que o Governo deixa
efectivamente de existir.
• Movimentos armados que controlem parte do território gozam de personalidade
internacional [movimentos – controlam parte do território; bandos – não controlam parte
do território]; povo mantém direito de autodeterminação.
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SECÇÃO III
• Princípio da liberdade
o Limites internacionais: Estado goza, no Direito Internacional, da mesma
liberdade que os indivíduos à luz do Direito Interno – na falta de norma que
proíba a acção, esta é lícita [artigo 3º Convenção Montevideu]. Podem também
já ser vistos laivos de subordinação, nos artigos 39-42º, 53º/1 e 94º/2 da CNU.
o Jurisdição interna: espaço de liberdade em que o Dto Int não estabelece
obrigações para o Estado, permitindo-lhe agir como entender [artigo 2º/7
CNU]. Estado tem o direito de regular ou agir como bem entender. É resultante
desta a obrigação de não ingerência nos assuntos internos de outros Estados.
• Princípio da igualdade: inexistência de relações de subordinação à luz do Dto Int
Costum entre Estados [artigo 2º/1 da CNU];
o Imunidades: nenhum Estado pode julgar os actos de um outro ou mesmo de
um dos seus órgãos superiores, máxime por intermédio de um dos seus
tribunais, sem consentimento do outro. Actualmente, a imunidade apenas se
aplica em relação a certos actos.
▪ Do Estado: 1ª excepção é o consentimento; 2ª excepção são as
reconvenções; 3ª excepção, quando comparece em juízo sem invocar
imunidade; [todos casos de consentimento – artigo 1º pág. 251]; Para
lá destes, actos de gestão privada, típicos dos particulares, não gozam
de imunidade – actos de autoridade, sim [artigo 27º/2] – Critério
principal é o da natureza do acto, para distinguir. Em caso de
dúvida, a regra geral é a da imunidade [artigo 15º];
• Compreendem-se nos actos excepcionados de
imunidades, como norma costumeira: actos do Estado
em que actua como mero particular, por meio de instrumento
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ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
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• Não são: Sujeitos menores [organizações criadas por Estados, mas sujeitas a direito
interno de um dos mesmos]; Conferências internacionais [estas não têm personalidade
internacional, e falta-lhes órgãos que reúnam frequentemente]; Confederações [estas
têm responsabilização duradoura sobre uma determinada população residente num
território].
• Espécies:
o Universais [compreenderem a totalidade dos Estados – vg, Nações Unidas;
têm personalidade jurídica oponível mesmo a Estados não membros] e
Regionais [compreenderem apenas uma parte dos Estados – vg, Conselho da
Europa; Estados Membros obrigados a cumprir Capítulo VIII da CNU; só podem
opor a personalidade jurídica a estados membros ou a estados que a tenham
reconhecido]
o Atribuições gerais [fins muito amplos – vg Nações Unidas] e atribuições
especiais [alcançar objectivos em relação a matérias específicas – vg OMS]
• Atribuições: princípio da especialidade [constituídas com determinados fins em mente.
Fim tem que ficar consagrado no acto constitutivo.
• Competências: princípio dos poderes implícitos [se for indispensável uma determinada
competência para prosseguir uma atribuição, deve-se presumir que a organização tem
essa competência, a menos que essa competência seja incompatível com o tratado,
altere o equilíbrio de poderes entre os órgãos ou constitua uma competência
extremamente importante. ECB – apenas permite extrair competências secundárias].
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• Regra: Estados não respondem pelas dívidas das mesmas. Se tiverem PJ, são
responsáveis pelas suas obrigações.
• Excepções: têm que estar previstas no Tratado. Podem os Estados responder, a título
de cumplicidade ou coautoria pelos actos ilícitos das OI’s.
NAÇÕES UNIDAS
As Nações Unidas, pelo contrário, têm poderes coercivos sobre os territórios, mas está na mão dos Estados
membros, através do CS, e em situações extremamente raras.
Porque só se exerce a título verdadeiramente excepcional, não a qualificamos como Associação de Estados,
mas como Organização Internacional. Existência de um órgão restrito com Estados que têm assento
permanente].
SECÇÃO V
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Regra é a de que Não se pode usar a força – artigo 2º/3. Existem excepções nas quais se poderá
fazer uso legítimo da força.
1. Legítima defesa (artigo 51º): será possível uma legítima defesa preventiva? A doutrina tem admitido
a legítima defesa preventiva. Um Estado pode antecipar-se a esse ataque, exercendo legítima defesa
preventiva. Porém, tem que ter limites, e em rigor deve ser só para ataques iminentes ou prestes a
ocorrer; Apenas se pode manter até que o CS tenha tomado as medidas necessárias. Funda-se a utilização
da legítima defesa, máxime, na integridade territorial dos Estados. Pode ser realizada pelo Estado agredido
ou por Estados terceiros [alheia – vg artigo 5º do TAN]. Tem que ser proporcional.
2. Por determinação do Conselho de Segurança: divide-se em dois momentos fundamentais:
A – Capítulo VI (artigo 33º): neste, ainda não existe uma rotura da paz, ou seja, são meras medidas
diplomáticas para evitar e reprimir conflitos.
B – Capítulo VII (artigo 39º): pressuposto: existência de ameaça, ou rotura da paz, ou agressão.
Antes de decidir nos termos do artigo 39º, instar as partes a aceitar as medidas provisórias [artigo 40º/1ª
parte]. Coativas não bélicas [artigo 41º - vg represálias, que noutro caso seriam ilícitas]. Coactivas bélicas
[artigo 42º]. Organizações regionais podem ser chamadas a colaborar [artigo 53º/1].
C – Operações de paz – não se encontram nem no capítulo VI nem no Capítulo VII, mas ONU tem usado
forças militares para manutenção da paz, através de uma interpretação criativa e extensiva da CNU [art.
1º/1], que não as prevê. Três princípios originais: [1 consentimento das partes envolvidas; 2
imparcialidade dos agentes de manutenção da paz; 3 não utilização da força, excepto em legítima defesa].
Hoje em dia, mais modalidades [preventive diplomacy; peace making; peace keeping; peace building;
peace enforcement].
IMUNIDADES
SUCESSÃO DE ESTADOS
• Sucessão: substituição de um Estado nos direitos e deveres de outro, sem assento automático nas organizações internacionais.
• Dissolução: implica não continuidade do Estado [vg Checoslováquia].
• União: forma-se um novo Estado, e todos os tratados se mantêm em vigor, mas apenas no território.
• Anexação: implica continuidade [vg RFA e RDA].
• Novos Estados independentes: vg colónias, não estão vinculados pelos tratados que vinculavam o Estado antecessor.
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