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O afeto e a arte

de cuidar
Ruth Cavalcante

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O afeto e a arte de cuidar
Ruth Cavalcante

1. Antropocen- Ao final da leitura deste material espera-se que o cursista seja capaz de:
trismo: pensa- • Relacionar afeto e convivência;
mento que coloca
o ser humano no
• Destacar o cuidado como consequência do afeto – cuidar de si, do outro e da Terra;
centro • Refletir a afetividade no cotidiano das pessoas – cuidado e relações afetivas;
2. Dicotomia é a • Vincular a solidariedade com expressão do afeto – a dimensão espiritual do ser.
divisão de algo O afeto e o cuidado na convivência. O que é cuidar? Como o cuidado inter-
em duas partes
gerando a noção fere em nossas relações afetivas. Cuidar de si, do outro, cuidar da Terra, é possível
de contrários e fazer isso? O sentido da afetividade no cotidiano das pessoas. O cuidado como con-
complementares.
Por exemplo: sequência do afeto. A solidariedade como a mais elevada expressão da afetividade.
alegria/tristeza;
homem/mulher,
ordem/desordem. Introdução
É senso comum a ideia de que a humanidade vive hoje um grande paradoxo, isto é,
vivemos um tempo contraditório. Por um lado estamos imersos numa crise de ci-
vilização oriunda de uma cultura antropocêntrica1 que apela para o individualismo,
o consumismo e a competição desenfreada. A visão fragmentada, dicotomizada2 da
realidade traz como resultado a destruição ambiental e a dissociação das pessoas.
Por outro lado, o avanço cada vez mais acelerado nas comunicações, o desen-
volvimento da informática e da tecnologia espacial se constituem como os principais
responsáveis pelo surgimento de ambientes onde as pessoas, em rede, interagem em
tempo real ultrapassando as distâncias.
O acesso à informação e à socialização do saber foi facilitado. Ao mesmo tem-
po, criou uma perspectiva de urgência. Esse paradoxo gerou uma profunda insegu-
rança, afetando a vida de todos e tornando imprescindível uma nova postura ética.
Para sair dessa situação, cada pessoa precisa conhecer o seu mundo, os com-
ponentes que habitam este mesmo solo e que se alimentam das mesmas fontes nu-
trientes advindas do nosso planeta Terra. Além do autoconhecimento precisamos co-
nhecer a história do lugar onde vivemos como seres históricos e sociais que somos;
compreender os mestres, poetas, cantadores, os fundadores da civilização local, atra-
vés da convivência e diálogo com eles criaremos relações e vínculos entre as pessoas.

Afeto e convivência
Afeto é um sentimento terno, de simpatia, uma afinidade que temos por uma pes-
soa ou um animal. Leva-nos à identificação com os demais e, por meio dele, po-
demos aprender a amar, compreender e cuidar com delicadeza da convivência
humana. Assim, podemos perceber novos horizontes, nos abrirmos para sonhar,
acreditando no futuro e confiando que o amanhã poderá ser melhor com a nossa
ação, procurando tornar melhor o nosso viver e conviver.

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Edgar Morin, a pedido da Unesco, fez uma profunda reflexão sobre a edu-
cação do futuro, sistematizada em sua obra Sete saberes necessários à educação do futuro
(2000). Seu estudo já nos apontava uma direção para melhor entendermos em que
mundo vivemos. Mostrou-nos os Sete Saberes:
1. As cegueiras do conhecimento - o erro e a ilusão (todo conhecimento
comporta o risco do erro e da ilusão);
2. Os princípios do conhecimento pertinente (o conhecimento do mundo
como é necessidade e ao mesmo tempo intelectual e vital);
3. Ensinar a condição humana (quem somos? é inseparável de “onde esta-
mos?”, de onde viemos? para onde vamos?);
4. Ensinar a identidade terrena (somos produto do desenvolvimento da vida
da qual a Terra foi matriz e nutriz);
5. Enfrentar as incertezas (o futuro permaneça aberto e imprevisível);
6. Ensinar a compreensão (o problema da compreensão tornou-se crucial
para os humanos);
7. E a ética do gênero humano (a ética humana deve ser considerada como a
ética da cadeia dos três termos: indivíduo/sociedade/espécie).

Hoje, mais de dez anos depois, ele dá destaque para o Saber “ensinar a com-
preensão”:
Lembremos-nos de que nenhuma técnica de comunicação, do
telefone à internet, traz por si mesma a compreensão. A compre-
ensão não pode ser quantificada. Educar para compreender a ma-
temática ou uma disciplina determinada é uma coisa; educar para
a compreensão humana é outra. Nela encontra-se a missão pro-
priamente espiritual da educação: ensinar a compreensão entre as
pessoas como condição e garantia da solidariedade intelectual e
moral da humanidade (Morin, 2000, p. 93)

Dessa forma, não basta estarmos acompanhando o progresso da era das co-
municações, pois seguramente não será por aí que chegaremos a compreender o
outro e a nós mesmos. Assim, qualquer pensamento, atitude ou movimento nos-
so, deve ter como princípio a compreensão humana que se expressa no cuidado e
no respeito à vida.
Vivemos também uma crise de percepção da realidade Para solucioná-la, uma
única razão ou verdade não é suficiente. Para enriquecê-la, devemos inserir muitas
dimensões: procurar novo sentido de viver e atuar numa atitude de ternura e cui-
dado para com a vida; estabelecer uma nova aliança de paz com todas as espécies;
estabelecer nova convivência entre os humanos e demais seres vivos. Essa nova
visão apresenta-se biocêntrica, ecológica e espiritual, com base numa percepção de
interação e unidade de todas as coisas.

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A visão biocêntrica está baseada na ideia de que o ser humano é, ao mesmo
tempo, criatura e criador, com capacidade de transformar e recriar espaços, saberes,
histórias. Mudar nossa forma de ser e de estar no mundo. De nos reconhecermos
como ser-no-mundo (sentimento de pertencimento com os demais seres vivos) e
ser-do-mundo (capacidade de transformá-lo). Pode-se redesenhar nossa ação no
mundo, refazendo caminhos de conexão com a vida. O ser humano, como ser his-
tórico, nunca está pronto, está sempre se refazendo.
O escritor João Guimarães Rosa diz, através do seu personagem Riobaldo:
“o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre
iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam
ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou”. O crescimento está na
convivência e nos vínculos conosco, com os outros e com o entorno que envolve a
natureza, o sagrado, a totalidade.
Nossa humanidade é despertada com a redescoberta do motivo para o qual
existimos. A partir de pequenos ou grandes acontecimentos poderemos enxergar e
enriquecer o nosso cotidiano. Despertar a compaixão pelo social, a vontade de aju-
dar e a solidariedade que todos nós carregamos em nossos corações.
Reconhecendo a sacralidade da vida, torna-se mais fácil sanar os problemas
que nos atormentam e reconhecer também que a vida é um presente que nos foi
dado e que deve ser muito bem guardado.
E onde podemos encontrar a fonte para nos tornarmos mais cuidadosos? A
banalização do significado do sentimento de amor dificulta à grande maioria das
pessoas compreenderem que a fonte de tudo é o amor.
A compreensão e o cuidado se nutrem do amor, da ternura e dos vínculos
que desenvolvemos nos gestos mais simples. Gestos como a gentileza, a confiança
no outro, o acolhimento nos momentos necessários. Gestos que se manifestam
mesmo através de um simples olhar acolhedor. Tudo pode vir de forma natural,
mas podemos também aprender, pois todo ambiente social é um ambiente de
aprendizagem. Maria Cândida Moraes (2003) nos traz as teorias de Humberto
Maturana, biólogo chileno, que nos diz que o amor “é um fenômeno biológico
básico e cotidiano. Como seres vivos, agimos a partir do amor e somos dependen-
tes dele” (p. 268).
Sem amor não podemos nos considerar seres sociais. Ele é a força de agregação
que nos faz sentir em comunhão com o outro. O que vale para as pessoas vale tam-
bém para a comunidade e para o planeta. Paulo Freire, nosso maior educador de todos
os tempos, lutou a vida toda para construir “um mundo onde amar seja possível”.
Na sua última entrevista, ele afirma que gostaria de ser lembrado como um
sujeito que amou profundamente o mundo e as pessoas, os bichos, as árvores, as
águas, a vida. Ele não tinha receio de falar de amor, nem de política. Considerava a
educação como um ato político.

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Como um ser relacional, também considerando a temporalidade, podemos
rever o ontem, reconhecer o presente e descobrir e construir o nosso amanhã crian-
do e recriando a nossa realidade. De acordo com as relações que estabelecemos,
podemos transformar a nossa própria história sem medo de cultivar o amor apon-
tado como o caminho do encontro humano. Não podemos separar o intelecto, a
construção do conhecimento, das nossas relações afetivas. Sabemos que a afetivi-
dade ainda se constitui uma das funções psicológicas mais perturbadoras e reprimi-
das dentro do mundo racional, quer no âmbito educacional, social, político, como,
muitas vezes, até no âmbito familiar.
Chico Buarque, ícone da música brasileira, compôs canções que imediata-
mente se tornavam sucesso. Em 1989, Tom Jobim, outro importante compositor
brasileiro, em carta a Chico Buarque, o descreveu como: “Homem do povo, Fla
flu, calça Lee, Carradas de Razão, Mamão, Jacarandá, Macuco, Pierrot e Arlequim.
Você é tanta coisa que nem cabe aqui. Inovador preservador, reencarnado, redivo,
Mestre da Língua...”. Aos 22 anos, em 1967, compôs A Banda que se relaciona com
esse tema: Exalta o amor com muita simplicidade.
Estava à toa na vida A minha gente sofrida
O meu amor me chamou Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor Cantando coisas de amor
Todos saíram de sua rotina e se irmanaram “cantando coisas de amor”.

Quais são meus gestos e atitudes do meu dia a dia que dão sentido ao meu viver?
Os meus gestos e atitudes do meu dia a dia que dão sentido ao meu viver estão relacionados aos valores e
virtudes que sou capaz de realizar e de cativar no meu próximo.
Inteligência afetiva
A afetividade dá estrutura à inteligência que o cientista chileno Rolando Toro
(2012) chamou de “inteligência afetiva”. Ele acredita que todas as inteligências –
motora, espacial, interpessoal, etc; têm uma fonte comum, que é a afetividade.
Entendendo que a inteligência se constrói socialmente, concluímos que a in-
teligência afetiva se desenvolve através dos vínculos. Destacamos três vínculos fun-
damentais: conosco mesmo, com o outro e com a totalidade. Chamamos totalidade
a algo maior a que pertencemos. Pode ser uma família, um grupo de trabalho, uma
turma na escola, uma empresa, uma comunidade. Mas também podemos pensar na
totalidade como uma nação, o planeta Terra e o cosmos!
O vínculo conosco mesmo gera uma força que impulsiona nossa existência,
nos capacitando a escutar nossas emoções e sentimentos, saber o que queremos,
nossas necessidades. Reconhecemos qual o caminho queremos, criando condições
de segui-lo (Cavalcante, 2007).

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Como potencializar os níveis de vinculação consigo mesmo, com o outro e
com a totalidade?
Ora, no nosso cotidiano todos temos hábitos, costumes, criamos rotinas, mas
o que produz mudanças no nosso modo de ser são os rituais de vínculos, ou seja,
simples gestos ou cerimônias que tornam o momento pleno de sentido e fortalecem
nossos laços afetivos. Quanto mais vínculos criamos, mais desenvolvemos nossa
inteligência afetiva.
Os rituais de vínculos do nosso cotidiano possibilitam uma maior percepção
do que é essencial da vida humana e do universo como um todo e nos permitem
uma verdadeira conexão com o sagrado, o que nos levará a uma nova sensibilidade
frente ao viver e ao conviver.
É ainda Rolando Toro (2008) quem nos faz uma reflexão sobre esse tema:
Os rituais de vínculos vêm se perdendo nas comunidades hu-
manas em meio da banalidade e precipitação de nossos compor-
tamentos atuais. Os rituais são atos que unem os grupos sociais
na invocação de uma permanência essencial de certos comporta-
mentos de vínculos para senti-los em profundidade com pureza
ética. Os rituais implicam assumir uma responsabilidade frente à
vida para consolidar um sentido de sacralidade.

A inteligência afetiva se constrói no sentido elaborado, na construção de senti-


do vivido. Por isso damos ênfase ao sentido. A qualidade da inteligência se organiza
na fonte afetiva. Ela aproxima a percepção a um sentido da realidade e conecta a vida
com o significado essencial dos fatos. O vínculo afetivo cria a necessidade da ação
coletiva e potencializa nossa inserção na comunidade.

O cuidado como consequência do afeto


Cuidar é uma atitude de envolvimento afetivo com algo que vai além de nós mes-
mos, alcançando dimensões da esfera pessoal, social, ecológica e espiritual. É parte
da essência do ser humano, a sua raiz primeira. O homem é o único ser vivo que
tem uma dependência fundamental do cuidado. Desde o seu nascimento é total-
mente dependente do cuidado do outro. Sem ele pode vir a morrer. O cuidado é
um parâmetro para se compreender o que é humano.
O ato de cuidar é um aprendizado contínuo. Podemos aprender a cuidar de
nós mesmos atendendo as nossas necessidades autênticas; ter coragem de pedir e
aceitar ser cuidado; cuidar do outro buscando uma sintonia que requer entrar em
intimidade para captar as necessidades do outro numa convivência amorosa; cuidar
do nosso planeta Terra e da vida em todas as suas manifestações como propõe a cul-
tura biocêntrica (Góis, 2008).

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Góis (2012) fala do cuidado na educação:

Cuidar da educação é cuidar da germinação humana, é cuidar


do amor. Não é um caminho fácil, é preciso sentir o coração
da natureza e perceber a profunda e sutil realidade do desdo-
bramento do mundo em diversidade, conexão, complexidade,
autocriação e transcendência. Entendemos a educação desse
modo, uma educação permanente, biocêntrica, um vínculo de
diálogo e amor gerado e sustentado na vida. Educar assim é par-
ticipar inteiro. Quem educa é mestre e este, antes de tudo, é a
natureza em nós. (p. 53)
A nossa tarefa é promover o direito à vida como base de todos os direitos e
valores universais. Dar centralidade ao cuidado, significa colocar em primeiro plano
o interesse coletivo da sociedade, da nossa comunidade mais próxima e de todos os
organismos vivos assim como do planeta Terra.
A maior vivência do ser humano acontece quando ele consegue aprofundar
seus sentimentos manifestados no afeto e no cuidado trazendo consequentemente
compromisso com os outros e com o mundo. É o sentimento que nos faz sensível
a tudo que nos rodeia, nos envolvendo, nos emocionando e nos encantando com
os nossos semelhantes, com as plantas, com os animais e todas as manifestações da
natureza.
Ao cultivar em nós o afeto, podemos com mais facilidade detectar as expres-
sões doentias da afetividade e nos enchermos de indignação diante da discrimi-
nação social, dos preconceitos contra os marginalizados, os deficientes, repressão
política, o racismo e toda forma de injustiça que resulta em pessoas abandonadas
vivendo na mais absoluta miséria, muitas vezes presas e torturadas. O afeto nos
deixa tocar o universo da consciência humana nos tornando a voz dos excluídos,
sonhando com um mundo de justiça e paz.
A afetividade é responsável por dar origem a nossos sentimentos que inspiram
atitudes de cuidado com o amor indiferenciado a todos os seres vivos. Mas também
com amor diferenciado dirigido às pessoas que elegemos para viver junto, forman-
do um par amoroso ou mesmos elegendo e construindo as amizades. Podemos de-
senvolver uma cultura orientada pela vivência do afeto, da alegria diante do outro,
da igualdade e justiça, da cooperação com respeito à diversidade gerando uma con-
vivência harmoniosa. Criando rede de cuidados e atuação solidária em ambientes
comunitários, nas escolas, organizações e comunidades irmanados pela libertação e
transformação profunda a favor da promoção da vida.
Somos dotados de razão, mas as emoções e sentimentos se refletem inclusive
nas nossas respostas racionais. Mas, como seres de razão e sentimentos, poucas ve-
zes nos deixamos levar pela lógica do coração, onde habita o afeto. Alguém vivendo
sob a emoção de raiva intensa poderá agir de modo que não faria se estivesse no seu

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estado normal. Fazemos uma diferenciação entre emoções e sentimentos. As emo-
ções básicas como alegria, tristeza, raiva e medo não se manifestam apenas no ser
humano, mas também em outros seres vivos.
Já a afetividade, expressa pelos sentimentos de amor, amizade, empatia, so-
lidariedade, indignação, consciência ética, é própria da evolução humana e surge
a partir de afinidades profundas. Esses sentimentos se diferenciam das emoções.
Estas são passageiras e se produzem no momento presente, necessitam de um
estímulo especifico para desencadeá-las com atitudes de aceitação ou rejeição. Os
afetos têm funções mais complexas, transcendem o espaço e o tempo dando aces-
so à transcendência e induzem sentimentos como os citados e ainda aceitação,
compromisso e generosidade.
Um exemplo de sentimentos que duram por toda a vida é a maternidade e
a paternidade, tanto biológica quanto a da escolha sócio-afetiva. Já o altruísmo e a
solidariedade nos impulsionam a cuidar do outro que, muitas vezes, nem conhe-
cemos. Também pode se ter sentimentos opostos a todos esses, porém quando es-
tamos imbuídos de um ideal de harmonia, alimentamos aqueles sentimentos que
geram vida dentro da vida.
Madre Tereza de Calcutá é um dos arquétipos3 do cuidado e foi contemplada
com o prêmio Nobel da Paz. Leonardo Boff diz que o cuidado era sua característica:
“ela cultiva um carisma de tocar as pessoas com ternura, em sua pele, seus corpos e
3. Arquético:
modelo ao qual
em suas chagas e conclama a tocá-los, lavá-los, alimentá-los. A mão que toca porque
se atribuem leva carícia, devolve a confiança, oferece acolhida e manifesta cuidado. A mão faz
perfeição ou
sublimidade
nascer a essência humana naqueles que são tocados”. (p. 170)
O ser humano, como todo ser vivo, é orgânico e se reconhece na sua corpo-
reidade. E quando estamos num estado de sensibilidade diante do outro, isso se
torna evidente. Por isso, onde há pessoas marginalizadas por causa da cor, religião,
origem, língua, sexo ou sexualidade, nos sentimos identificados com eles e zelamos
pelo seu direito à vida digna.
A base de todos os direitos é o direito à vida além de outros valores universais
que cuidam da vida.
Hoje sabemos que temos um compromisso universal a ser respeitado no “aqui,
agora” e no futuro da vida humana e de todos os seres vivos. É o compromisso de
cuidar do planeta Terra. Estamos cada vez mais conscientes que não só pertencemos
à Terra, mas que somos a Terra. Daí a necessidade urgente de alimentarmos a nossa
intimidade com ela para alcançarmos a harmonia que surge desse sentimento de
unidade e pertencimento. A Terra, como um organismo vivo e em evolução, onde
os seres humanos se organizam como uma única comunidade compartilhando a
mesma morada com outros seres e coisas.

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Criando redes de cuidado – núcleos afetivos
É urgente criarmos redes de cuidado e atuação solidária integrando o nosso pensar,
sentir e agir com uma linguagem afetiva sabendo que todos os seres vivos estão in-
terligados nutrindo uns aos outros.
O núcleo afetivo da existência está vinculado à essência da nossa identidade,
essa forma singular de ser de cada um de nós. A estrutura da existência tem suas ba-
ses na resposta da nossa própria identidade a três enigmas: onde quero viver, com
quem quero viver e o que quero fazer.
Os três grandes componentes afetivos do núcleo existencial, que chamamos “Projeto
Existencial”, estão profundamente ligados e são a força que impulsiona a nossa existência.
Fazemos uma pergunta para cada núcleo. E não é fácil respondê-las. Muitas
vezes encontramos obstáculos e medos existenciais que nos paralisam, comprome-
tendo a nossa coragem de superá-los.
Entramos em conflito com os valores e crenças que, muitas vezes, nos são
impostos pela família, religião, visão política e também pela sociedade. Todo pro-
cesso de mudança implica reconciliar nossos hábitos, atitudes e comportamentos.
Precisaremos de coragem para vencer os desafios que um novo estilo de vida vai
exigir. Todas as nossas escolhas trazem consequência, mas podemos recebê-la com
determinação e alegria.
Quem está saudável escuta suas emoções e sentimentos, sabe o que quer da
vida, quais as reais necessidades do seu cotidiano, reconhece seu caminho e segue
por ele até quando surgem novas possibilidades. Recebe pouca influência da mí-
dia que procura manipular nossos desejos, necessidades e valores. Para alcançar
tal autonomia temos que buscar sempre responder a estas perguntas sabendo que
a gênesis deste projeto existencial se inicia nas emoções e sentimentos e não no
pensamento.

1° núcleo afetivo: Onde quero viver


Onde procurar disposição para sair do lugar (físico ou emocional) que não me agra-
da e buscar outro espaço? É nossa necessidade de útero, de ninho, que nos conduz
a uma espécie de eterno retorno à procura de nossas origens. O espírito de caverna
está vinculado ao útero, guarida, casa. Esse lugar é diferente para cada um. É a terra
da promissão. É um modo de ser no mundo que tem como componente essencial a
afetividade e a consciência. Tem a coragem de pôr limites à violência, aos ambientes
e situações tóxicas, sem perder a compaixão.
Diz respeito à casa de morada, o país-nação onde nasceu, ao planeta Terra.
Contudo temos liberdade de escolher onde queremos viver. Buscar um lugar que
nos ofereça maior ressonância com nosso ser, onde nos sintamos confortáveis e
seguros. Manuel Bandeira expressou esse desejo de buscar um lindo lugar no seu
poema “Vou-me embora pra Pasárgada”. Vamos ler um trecho:

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“[...] Vou-me embora pra Pasárgada Mando chamar a mãe-d’água
Aqui eu não sou feliz Pra me contar as histórias
Lá a existência é uma aventura Que no tempo de eu menino
De tal modo inconsequente Rosa vinha me contar
Que Joana a Louca de Espanha Vou-me embora pra Pasárgada
Rainha e falsa demente
E quando eu estiver mais triste
Vem a ser contraparente
Mas triste de não ter jeito
Da nora que nunca tive
Quando de noite me der
E como farei ginástica Vontade de me matar
Andarei de bicicleta — Lá sou amigo do rei —
Montarei em burro brabo Terei a mulher que eu quero
Subirei no pau-de-sebo Na cama que escolherei
Tomarei banhos de mar! Vou-me embora pra Pasárgada.”
E quando estiver cansado (Texto extraído do livro Bandeira a Vida
Deito na beira do rio Inteira, Rio de Janeiro: Editora Alumbramen-
to, 1986, p. 90)

2° núcleo afetivo: Com quem quero viver


É o desejo de nos identificar com o outro, de nos sintonizar com a forma de ser do
outro frente à complexidade do ser humano, de desenvolvermos a confiança em nós
mesmo e nos outros. É uma comunhão com a espécie. Estabelecer compromisso
afetivo, de sentir amor, amar e ser amado. A busca de uma convivência harmoniosa
pelo prazer de estar junto.
É uma peregrinação em busca de uma comunicação essencial, autêntica e en-
cantadora com outra ou outras pessoas. Uma busca do encontro humano até descobrir
uma ressonância única, capaz de entrar em intimidade de forma espontânea que gera
prazer na companhia. Superar o drama existencial de não encontrar o companheiro(a)
ou não o(a) reconhecer. Desenvolver a empatia, a capacidade de identificar-se com o
outro, de entrar na situação do próximo é a condição essencial da consciência ética.
A verdadeira evolução consiste na sacralização da relação com o outro, na ter-
nura e no vínculo. Ativar a sensibilidade que vincula a nossa existência à essência do
outro. Escolher com quem quer viver exige uma sabedoria para buscar as pessoas
com quem gostaria de estar, e reconhecer nesse encontro as afinidades profundas.
Adquirir mais confiança em si mesmo. Ter uma boa comunicação com as pessoas,
aprender a expressar as emoções e sentimentos.

3° núcleo afetivo: O que quero fazer


O que quero fazer em meio a uma infinidade de opções e possibilidades? Adquirir
mais confiança em nós mesmos, termos uma boa comunicação com as pessoas,
aprendermos a expressar nossas emoções e sentimentos. Qual é a minha vocação? (a

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voz que vem de dentro, o chamado “divino”). Qual é a minha verdadeira profissão?
Como posso contribuir para melhorar o mundo com o meu ofício? Encontrar o
ofício que mais atenda as nossas potencialidades.

Quando trabalhamos com a Educação Biocêntrica, mais diretamente relacionados


com a ação pedagógica, fazemos as mesmas perguntas e reflexões voltadas para
o ato de aprender:
Com quem quero aprender?
Onde quero aprender?
O que quero aprender?

A solidariedade como expressão do afeto – a dimensão


espiritual do ser
Quando crianças, sabíamos ler a linguagem da natureza. O que nos diziam as plan-
tas, os animais. Com o tempo esquecemos essa linguagem simbólica da diversidade.
Fomos perdendo o sentido da percepção da natureza. Mas podemos reaprender o
pleno sentido de tudo que foi criado.
Nas palavras de Paulo de Tarso, em carta escrita aos Coríntios, no Novo Testa-
mento, encontramos a importância dada pelo apóstolo ao amor:
“Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava
como criança. Depois que me tornei adulto, deixei o que era próprio de criança.
Agora vemos como em espelho e de maneira confusa; mas depois veremos face a
face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas depois conhecerei como sou conhecido.
Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A
maior delas, porém, é o amor.”
1 Coríntios Cap. 13, 11-13.

Somos um embrião de luz em meio a muitas sombras. Estamos em perma-


nente busca da vivência iluminadora. Essa religação é a dimensão espiritual do
humano. O sentimento de estar ligado a tudo dando sentido ao viver e conviver.
Impulsionando-nos a ter cuidado com a vida. Para que esta espiritualidade possa ser
cultivada, precisamos vivenciar o significado sagrado de tudo que existe. A espiritu-
alidade liga, religa e une-se a tudo. As instituições educacionais deveriam reservar
espaços de interação e interiorização dos que estão sob sua responsabilidade para
possibilitar a expressão desse sentimento inerente a todos nós.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), organismo ligado à ONU, com
início em 1948, define que saúde não é a ausência de sintomas e, sim, a presença de
um estado pleno de bem-estar somático (corpo físico), psíquico e social. Posterior-
mente acrescentou o fator ambiental e o espiritual.
A espiritualidade não consiste na prática de uma religião que oferece um con-
junto de regras e crenças. É uma capacidade inata de todo ser humano e que se

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desenvolve e se manifesta em todos os momentos da vida cotidiana. É o encontro
profundo com nosso mundo interno sem perder o contato com tudo o que nos
cerca, possibilitando a transcendência, isto é, ir além de nós mesmos.
A vivência espiritual muitas vezes surge no contato com a arte de um modo
geral, com a poesia, a dança, a música e o canto.
Voltamos com a citação de Coríntios cap. 13, 11-13, agora em forma de canto,
adaptado pela banda Legião Urbana, chamado Monte Castelo, que foi uma compila-
ção do trecho bíblico com o poema de Luís de Camões:
“Ainda que eu falasse O amor é o fogo que arde sem se ver;
A língua dos homens É ferida que dói e não se sente;
E falasse a língua dos anjos, É um contentamento descontente;
Sem amor eu nada seria. É dor que desatina sem doer...”
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.
A espiritualidade surge também quando reconhecemos as qualidades dos outros,
e quando temos consciência de nós mesmos, seja de nossas próprias qualidades, seja de
nossas limitações. É a busca pela paz interior, a paz de espírito que pode se desenvolver
através da meditação, da oração, da contemplação da natureza, do relaxamento, da in-
trospecção. A busca pela paz mundial, que surgirá da ação cotidiana, do amor e respeito
por todos os seres vivos. Ter sentimento de compaixão que promove o comportamento
de humanização. Portanto, não se trata apenas de satisfazer um bem-estar pessoal.
Frei Betto (1999) diz que o jesuíta e filósofo francês Teilhard de Chardin, com
seu pensamento filosófico, considerado inclusive um dos pioneiros do estudo da
complexidade, afirma não existir fronteira entre o mundo concreto e o mundo espi-
ritual. Chardin organizou um método, um modo de ver as coisas sobre a harmonia
do universo, que se contrapõe à visão fragmentada do pensamento cartesiano, frag-
mentado. Considerou que tudo está interdependente e que tudo é sagrado. Cha-
mou de “Ponto Ômega” o grau máximo de amadurecimento e aperfeiçoamento do
universo, síntese total da evolução do universo e do ser humano.
Ele aproximou o pensamento filosófico da ciência e da fé. Concluiu que não ne-
cessitamos apenas nos aproximamos do ponto de vista do conhecimento teórico e cul-
tural. Necessitamos também ampliar a nossa intuição, desenvolver nosso afeto e ter
vivência espiritual. Indica três fatores importantes sobre a evolução da humanidade:
A ascensão da humanidade ao Ponto Ômega seria pelo desenvol-
vimento espiritual, baseado em três fatores fundamentais:
1°. O amor, que Teilhard, qualifica de a mais universal, a mais
formidável e a mais misteriosa das energias cósmicas;

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2°. A unidade entre os seres humanos numa solidariedade que
resguardaria cada originalidade;
3°. A sede de conhecimento, a partir da procura do sentido do
universo. (BETTO, 1999, p. 114-5)
Um novo entendimento e compreensão de paz extrapola o conceito de apenas
depor armas, mas buscar a paz social, religiosa, de gênero, ético e político. Para tanto
precisamos exercitar a tolerância, o respeito e a dignidade humana, acolhendo as
diferenças de todos os níveis. Diferença de classe, de idade, de gênero, de religião,
de cultura. É a justiça que possibilita a paz.
Precisamos ter coragem e ousadia no nosso pensar, agir, sem nos afastarmos
do comportamento ético, com extremo respeito para com o outro, a natureza e o
mundo sustentadas nas nossas intuições, emoções, sentimentos e conhecimentos.
Devemos estar alertas com a dicotomia entre o que somos e o que fazemos. Bus-
cando a coerência existencial entre o pensar, sentir e agir, pois nos formamos nas
relações sociais em mudanças constantes podendo sempre descobrir e fazer coisas
novas, diferentes. Estarmos dispostos para trocar experiência, para escutar, para dia-
logar, pois todos nós somos produtores de cultura e de conhecimento.
Precisamos reconquistar a dimensão espiritual, o novo projeto sagrado que
esquecemos. Quando tornamos a vivenciá-la notamos que nossas ações passam a
gerar um novo estilo de viver que influencia nossas relações e convivências com o
outro e com a totalidade.
A ética do gênero humano aponta para uma cultura de cuidado e de paz com a
vida em família, com a comunidade e com o planeta Terra. Permite uma integração
conosco mesmos e com o social.
Se a sociedade é produto da criação do ser humano, significa que podemos
mudá-la. Onde coabitem a responsabilidade e o prazer de viver existe alegria e har-
monia. Praticar a tolerância não é ser conivente com a falta de cuidado do outro.
Cultivar o diálogo e a participação como elementos centrais para a integração do ser
do ponto vista pessoal, social, ecológico e espiritual.
Religar os saberes acadêmicos com os saberes da vida prática e poética num
diálogo com a vida vivida, integrando conteúdos afetivos e transcendentes. Cons-
truir uma sociedade mais justa, cooperativa e igualitária. Se for esse nosso sonho,
nossa utopia de viver, temos de contribuir para sua realização.
Terminamos esta reflexão convidando para uma roda em um movimento sen-
sível, cantando junto com Maria Bethânia.

61 Direitos Humanos e Geração de Paz


Brincar de Viver
Guilherme Arantes / Jon Lucien

Quem me chamou? Não esquecer


Quem vai querer Ninguém é o centro do universo
Voltar pro ninho Assim é maior o prazer..
Redescobrir seu lugar... Você verá que é mesmo assim
Prá retornar Que a história não tem fim
E enfrentar o dia a dia Continua sempre que você
Reaprender a sonhar... Responde “sim”
A sua imaginação
Você verá que é mesmo assim A arte de sorrir
Que a história não tem fim Cada vez que o mundo
Continua sempre que você Diz “não”...
Responde “sim” E eu desejo amar
A sua imaginação A todos que eu cruzar
A arte de sorrir Pelo meu caminho
Cada vez que o mundo Como eu sou feliz
Diz “não”... Eu quero ver feliz
Você verá Quem andar comigo...
Que a emoção começa agora Vem!
Agora é brincar de viver... Agora é brincar de viver!
Agora é brincar de viver!...

Síntese do fascículo
Diante do avanço e do progresso científico e tecnológico contemporâneo, o
ser humano encontra-se num paradoxo: um volume de informações que, por
um lado, facilitaria a comunicação, por outro lado, desenvolve um sentimento
de isolamento, além de uma crescente violência contra as pessoas, a sociedade
e a natureza agravando as desigualdades sociais em todos os países do mundo.
O processo histórico nos coloca hoje estas reflexões e nos impõe novos
desafios e novas tarefas diante do tumultuado e potente momento contem-
porâneo. Como vimos, o momento atual requer uma abertura para o diálogo,
para ouvir outras opiniões sobre nossos compromissos e ações. Entendendo a
vida como uma entrelaçada teia de relações, sabemos que toda ação tem sérias
implicações para o presente e o futuro da humanidade e da sobrevivência do
nosso planeta Terra.
A qualidade da inteligência se organiza na fonte afetiva. Por isso, a deno-
minação de “inteligência afetiva”. Ela aproxima a percepção a um sentido da

Universidade Aberta do Nordeste 62


realidade e conecta a vida com o significado essencial dos fatos. O vínculo
afetivo cria a necessidade da ação coletiva e potencializa nossa inserção na
comunidade.
Hoje estamos frente a novos e grandes desafios diante da generalização da
informação, daí a importância de cuidarmos das relações pessoais permeadas
pelo cuidado e pelo diálogo com profundo respeito à pessoa, inclusive quando
discordamos de suas ideias e pensamentos. Hoje estamos sendo convidados a
despertar em nós a capacidade de sonhar com um mundo mais justo que atenda
aos desejos e necessidades de libertação pessoal e social e de um vida em paz. 

Atividades
1. Aprender a conhecer: Como tenho construído meu conhecimento?
2. Aprender a fazer: Como tenho atuado no mundo? Como tem sido minha ação
no mundo?
3. Aprender a conviver: Como são minhas relações afetivas?
4. Aprender a ser: Como tenho cuidado da minha formação e da minha espiritu-
alidade?

Referências
BETTO, Frei. Sinfonia Universal: A cosmovisão de Teilhard de Chardin. São Paulo:
Ática, 1999.
BOFF, Leonardo. Ethos mundial, um consenso mínimo entre os humanos. Brasília:
Letraviva, 2000.
CAVALCANTE, Ruth. Educação Biocêntrica: um movimento de construção dialógica.
4ª. Ed. Fortaleza: CDH, 2007.
CAVALCANTE, Ruth. Revista do Pensamento Biocêntrico. Pelotas, nº 6. P. 9-30. ju-
lho/dez de 2006.
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco da comis-
são internacional sobre educação para o século XXI.10ª. Ed. São Paulo: Cortez; Brasília,
DF: MEC; Unesco, 2006.
Educação Biocêntrica um Portal de Acesso à Inteligência Afetiva. Disponível em: http://
www.pensamentobiocentrico.com.br/content/edicoes/pensamento_biocentrico_06.pdf.
GÓIS, Cezar Wagner de Lima. Psicologia clínico-comunitária. Fortaleza: Banco do
Nordeste, 2012.
MORAES, Maria Cândida. Educar na biologia do amor e da solidariedade. Petrópo-
lis, RJ: Vozes, 2003.
MORIN, Edgar. Os setes saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cor-
tez, DF: Unesco, 2000.
TORO, Rolando. La inteligência afectiva: la unidad de la mente com el universo. Toro,
Cecilia (org). Santiago, Chile: Editorial Cuarto Própio, 2012.

63 Direitos Humanos e Geração de Paz


Autora
Ruth Cavalcante: Psicopedagoga, graduada na Escola de Pedagogia Social de Colô-
nia, Alemanha. Pós-graduada em Educação Biocêntrica e em Psicologia Transpes-
soal. Professora dos cursos de pós-graduação em Relações Humanas e Dinâmicas
Grupais e em Educação Biocêntrica na Universidade Estadual Vale do Acaraú e na
Universidade Estadual do Ceará. Facilitadora didata em Biodança, formada pelo
criador do sistema Biodança, Rolando Toro. Recebeu o Diploma “Mulher-Cidadã
Bertha Lutz”, prêmio instituído pelo Senado Federal pela relevante contribuição
na defesa dos direitos da mulher e questões do gênero no país. Agraciada com a
Medalha Paulo Freire, em 2001, outorgada pela Câmara Municipal de Fortaleza. É
Diretora Pedagógica do Centro de Desenvolvimento Humano (CDH), desde 1981.
Professora (aposentada) da Escola Pública do Município de Fortaleza, desde 1981.

Expediente ISBN: 978-85-7529-572-4


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