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PRÁTICA III
PROFa. Évelyn Cintra Araújo
Observação inicial: a contestação, como instrumento da exceção, deve ser elaborada, via de regra,
em petição escrita (salvo nos JEC’s, que pode ser oral), e oferecida no prazo de 15 dias úteis (salvo
F.P., MP, litisconsortes com advogados de escritórios diferentes, e defensores públicos, cujo prazo é
em dobro), a serem contados (sg. art. 335, NCPC):
- da audiência de conciliação ou de mediação, quando qualquer parte não comparecer ou,
comparecendo, não houver autocomposição;
- do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou mediação apresentado
pelo réu (este poderá assim fazê-lo em até 10 dias de antecedência da audiência; no seu silêncio,
presume-se o interesse pela audiência);
- de acordo com o modo como foi feita a citação (correio, oficial, edital), nos demais casos
(exemplo: quando não se admitir a autocomposição, ocasião em que a audiência sequer será
designada; ou no caso de o autor não ter optado, na inicial, pela autocomposição; ou, até mesmo,
quando a citação for por carta precatória).
Os requisitos da contestação são semelhantes aos da petição inicial:
4. Fundamentos (de fato – breve narrativa dos fatos; de direito – os fundamentos de defesa podem
ser processuais ou materiais, de mérito).
4.1. Defesas Processuais, por via de preliminares – podem levar à extinção do processo sem
resolução do mérito, caso se trate de defesa peremptória (incisos V, VI, VII, X, XI), ou à mera
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dilatação do feito para a devida correção, se tratar de defesa dilatória (incisos I, II, III, IV, VIII, IX,
XII e XIII). Estão todas previstas no art. 337, a saber:
I - Inexistência ou nulidade de citação – Se acolhida, a conseqüência é a renovação do prazo para a
apresentação da resposta. Se rejeitada, não há que se falar em revelia, pois a defesa já foi
apresentada (o art. 239, §2º, I aplica-se apenas quando tal alegação for feita depois do prazo da
resposta).
II - Incompetência absoluta e relativa – segundo o art. 340, a contestação poderá ser protocolada no
domicílio do réu, devendo o juízo da causa ser comunicado imediatamente, de preferência, por meio
eletrônico. Alegada a incompetência, será suspensa a audiência de mediação ou conciliação, se tiver
sido designada (lembrando que, neste caso, o prazo da defesa começa a fluir a partir da juntada nos
autos da carta precatória cumprida). Definida a competência, o juízo tido por competente designará
nova data para audiência de conciliação ou mediação.
III – Incorreção do valor da causa – sob pena de preclusão (art. 293). Da decisão do juiz sobre esta
alegação só cabe impugnação na ocasião das razões ou contrarrazões da apelação (art. 1.009, §1º).
IV - Inépcia da inicial (art. 330, §1º) – no lugar de pedido juridicamente impossível foi inserida a
hipótese de pedido indeterminado, salvo exceções legais. Caso o réu se omita quanto tal alegação,
preclui o seu direito de fazê-lo depois, uma vez que presume que tenha conseguido se defender do
que foi pedido ou alegado como causa de pedir, ainda que inepto.
V, VI e VII – Perempção, Litispendência e Coisa Julgada (art. 486, §3º; art. 337, §§ 3º e 4º,
respectivamente). No caso de acolhimento de litispendência, se o autor corrigir o vício que levou à
extinção, poderá ele renovar a ação (art. 486, §1º)
VIII – Conexão e Continência (art. 55 e 56, respectivamente).
IX – Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização – defeitos relacionados
à capacidade de estar em juízo ou processual.
X - Convenção de Arbitragem (único que NÃO pode ser conhecido de ofício pelo juiz, além da
incompetência relativa – art. 337, §5º) – caso o réu não alegue, operará preclusão e, por
conseqüência, presume a sua renúncia ao juízo arbitral. O juízo estatal só analisará tal alegação se
ela for feita antes da instauração do procedimento arbitral; pois, do contrário, deverá o juiz
suspender o processo e aguardar a análise do juízo arbitral sobre a sua própria competência (regra
do kompetenz-kompetenz do juízo arbitral).
XI – Ausência de legitimidade ou de interesse processual – em que pese o NCPC não se referir mais
ao fenômeno da carência da ação, as condições da ação continuam existindo, salvo a possibilidade
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jurídica do pedido que sempre foi considerada questão de mérito. Importante lembrar que a
alegação de ilegitimidade passiva gera ao autor o direito de alterar a petição inicial em 15 dias (art.
338), devendo o réu indicar o verdadeiro legitimado quando tiver conhecimento de quem o seja.
XII - Falta de caução ou de outra prestação exigida pela lei – Exemplos: não pagamento de
honorários advocatícios de processo extinto sem resolução do mérito, quando o autor intente a
mesma ação (art. 486, §2º); não pagamento das custas processuais (art. 290); não realização do
depósito obrigatório na ação rescisória (art. 968, II); não apresentação da caução prevista no art. 83.
XIII – Indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça - Atenção: se o pedido e a
concessão ocorrer após a petição inicial, tal alegação poderá ser feita por petição simples no prazo
de 15 dias (art. 100).
4.2.1 Direta: ataca a matéria de fundo, a pretensão do autor. Pela defesa direta se NEGA o fato
constitutivo do direito do autor. Via de regra, o ônus de prová-lo é do autor (art. 373, I).
4.2.2 Indireta (prejudiciais do mérito): o réu ACEITA aceita o fato constitutivo do autor, MAS opõe
OUTRO que seja extintivo (pagamento, novação, compensação, subrogação etc; prescrição,
decadência, argüição de inconstitucionalidade), modificativo (parcelamento de dívida, p. ex.) ou
impeditivo (exceção do contrato não cumprido etc) do direito do autor.
OBS:. alegando-os o réu atrai para si o ônus de prová-los (art. 373, II).
5 Requerimentos:
Extinção do processo sem resolução do mérito (se alegou preliminares peremptórias);
Remessa dos autos ao juízo competente (se alegou preliminar de incompetência) ou ao juízo
prevento (se alegou preliminar de conexão ou continência);
Devolução do prazo de defesa (se alegou a preliminar de inexistência ou nulidade de citação);
Improcedência do pedido do autor (e NÃO da AÇÃO);
Condenação do autor às verbas da sucumbência (dispensável – pedido implícito);
Condenação do autor por litigância de má-fé;
A pretensão dúplice nos casos de ação dúplice, como as meramente declaratórias;
Intimação do Ministério Público (se for o caso de sua intervenção);
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Produção de provas;
Benefícios da assistência judiciária, se for o caso.
Se o réu denunciar um terceiro à lide, deve requerer a sua citação (art. 126, CPC).
6 Pedido de deferimento.
7 Local e Data.
8 Assinatura do advogado e respectiva inscrição na Ordem.
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CASO SIMULADO