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Em 1987, Jung deparou com as obras de Nietzsche. Embora Nietzsche fosse muito
comentado, Jung havia protelado a sua leitura. A primeira obra de Nietzsche que Jung leu foi
Meditações inoportunas, à qual ele reagiu com entusiasmo. Isto o levou a ler Assim falava
Zaratrusta, que foi para ele uma experiência intensa, do mesmo nível que sua leitura do
Fausto. A leitura de Nietzsche realizada por Jung foi mediada pelo interesse pessoal em
compreender as forças primárias (instintos e arquétipos do inconsciente coletivo) que o
mesmo superou em seu confronto com o inconsciente e às quais Nietzsche teria sucumbido,
tornando-se insano. Mas, seja qual for o ponto de vista adotado, é certo que Nietzsche foi uma
das maiores influências filosóficas que o psicólogo suíço recebeu. Através de toda sua obra,
Jung fez numerosas referências a Nietzsche, vindo posteriormente dedicar uma série de
seminários à interpretação psicológica do Zaratrusta (1934-1939).
Para além do plano da análise, Jung estende sua reflexão a uma gama variada de
temas, investindo em questões tipicamente humanas, ou seja, ele se preocupou em participar
da busca de soluções para as questões importantes do homem contemporâneo e não em criar
um sistema conceitual fechado, principalmente no que se refere à psique. Com isso, delineia
uma ciência psicológica que difere da ciência moderna – concebida como um conjunto de
ideias claras e distintas que dão conta do conhecimento do homem e da natureza por meio de
um molde racional – Jung dá ênfase à psicologia como única disciplina capaz de apreender o
fator subjetivo presente na base das outras ciências.
HALL, Calvin S.; NORDBY, Vernon J. Introdução à Psicologia Junguiana. São Paulo:
Cultrix, 2000.
MARONI, Amnéris. Eros na Passagem: uma leitura da Jung a partir de Bion. Aparecida, SP:
Idéias & Letras, 2008.
SHAMDASANI, Sonu. C. G. Jung: uma biografia em livros. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.