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O Desenvolvimento Económico

Brasileiro: do pós-Segunda Guerra


Mundial até à Atualidade.

Erica Alexandra Tomás Gomes, nº 26154


Turma B, Subturma 16
Unidade Curricular: Internacional Economy
Professor: Miguel Sousa Ferro
Ano Letivo 2016/2017

1
Índice:

Introdução..........................................................................................3
1945-1955..........................................................................................4
1956-1963..........................................................................................5
1964-1973..........................................................................................5
1974-1984..........................................................................................7
1985-1994..........................................................................................7
Mercosul............................................................................................9
1995-2003........................................................................................11
2003-2010........................................................................................11
2011-2014........................................................................................13
Atualidade........................................................................................15
Conclusão........................................................................................17
Bibliografia/webgrafia......................................................................18

2
Introdução

O presente trabalho visa abordar o desenvolvimento da economia brasileira


ao longo dos anos, relacionando os diversos acontecimentos económicos,
políticos e demográficos com a política interna e internacional. O principal
objetivo é ampliar o conhecimento sobre a evolução desta nação e de que forma
esta foi alcançada.
A economia é algo que está presente no dia-a-dia de qualquer comunidade e
a principal responsável pelo seu crescimento e desenvolvimento. O aumento das
trocas, as balanças positivas de importação e exportação, o desemprego, o
consumo, entre outras, são tudo temáticas diretamente relacionadas com a
grande base de qualquer sociedade que é a sua economia.
Um país extremamente pobre não pode ter um povo bem alimentado, letrado
e empregado, na medida em que é contraproducente investir em negócios que
favoreçam 5% da população enquanto que o resto vive com condições mínimas
de sobrevivência, daí a importância de analisar as medidas tomadas por cada
governo para promover a qualidade de vidas das suas populações, é isso que
vai ser o espelho do verdadeiro desenvolvimento de um país, pois, nas palavras
de Adam Smith: “Uma nação não é considerada rica através da acumulação
infantil de metais brilhantes, mas sim pela prosperidade económica da sua
população”.
Surgiu a vontade de perceber como é que a evolução da economia brasileira
ocorreu, numa tentativa de descoberta dos principais entraves ao seu progresso,
e estudo das medidas tomadas e os resultados destas.
Passou-se assim pela analise, década a década a parir de 1945, dos
relacionamentos com os Estados Unidos da América, com os países da América
do sul (que originaram o Mercosul), em termos de política externa, e pelo
observação das medidas tomadas internamente, na medida em que foi nesta
época que o Brasil começou a deixar uma marca mais profunda na economia
mundial.
O Brasil é um país que desde o inicio teve problemas económicos muito
relacionados com a insolvência, o câmbio e mais tarde com a divida publica e a
corrupção.
O trabalho encontra-se divido em dez capítulos que, como referido supra,
analisam a segunda metade do século 20, terminando nos dias de hoje. Por
fim, teremos as conclusões preliminares, onde serão resumidos os pontos
fulcrais que este trabalho de pesquisa revelou.

3
O pós-Guerra (1945-1955):
Na década de 1930 a 1940 o Brasil passou de um contexto, relativamente,
democrático para uma ditadura, encabeçada por Getúlio Vargas, o que causou diversos
conflitos económicos e sociais1. Todavia, isto não foi um impedimento para realizações
materiais como a implantação de uma complexa legislação social2, o esforço de
profissionalização da burocracia estatal e o inicio de uma ação mais direta do Estado
na economia (fundação da Companhia Siderúrgica Nacional e da Companhia Vale do
Rio Doce). A taxa média anual de crescimento do PIB do Brasil foi de 5,1% e do setor
industrial 6,5%.
Entre 1946 e 1954 o Brasil teve como marcos económicos mais relevantes a
mudança na política de comercio exterior, com o mercado livre e a adoção de um
sistema incentivo às importações; a passagem de uma política económica recessiva e
tipicamente ortodoxa, para outra com maior flexibilidade nas metas fiscais e monetárias;
as vantajosas relações com os Estados Unidos e a elevação do preço internacional do
café (principal bem exportado pelo Brasil).
Contudo, com isto veio uma elevada inflação causada pela recessão da indústria
nacional (sempre acompanhado pelo crescimento da dívida externa) causada pelo
aumento significativo das importações que obrigou o Estado a utilizar as reservas
económicas nacionais para financiar essa entrada de novos produtos. Associado a isto,
ainda surgiram problemas relacionados como a taxa de câmbio fixa e sobre-valorizada.
Isto levou a uma intervenção do Banco Mundial concedendo um empréstimo elevado
para pagamento das dividas. Desta forma o governo, à semelhança do que era praticado
mundialmente, concentrou-se na resolução do problema fiscal e cambial, o que
provocou um crescimento de 9,3% a nível de produção industrial, apesar do PIB ter tido
apenas um crescimento de 4,7% (inferior aos anos que o antecederam). Todavia, estas
medidas ao formarem uma desvalorização cambial, pressionaram os custos das
empresas, o que se concretizou num aumento da inflação de 12% para 20,5%. O
programa de estabilização económica, teve diversos desafios o que culminou na
obrigação do Estado Brasileiro recorrer a empréstimos a bancos privados.
Apesar disto, e devido à legislação brasileira ser liberal, o Brasil conseguiu destacar-
se no fluxo internacional de capitais daquela época.

Economia Brasileira: Síntese de Indicadores Macroeconómicos – 1946-1955


(médias anuais por período)

Fonte: Giambiagi, Fabio; Villela, André; Barros de Castro, Lavinia; Hermann, JenniFer,
Economia brasileira contemporânea: 1945- 2010, 2ªEdição, Elsevier Editora Ltda, 2011.

1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Era_Vargas
2 O que incluiu, pela primeira vez, a classe trabalhadora como agente político e económico
relevante.
4
1956-1963:
Neste período de tempo podemos dividir a economia brasileira em dois grandes
marcos, o primeiro é associado aos anos JK (Juscelino Kubitschek de Oliveira) – 1956
a 1960 – e o segundo aos governos de Jânio Quadros e João Goulart – de 1961 a
março de 1964.
Atendendo ao primeiro período devemos ressalvar desde já a campanha eleitoral de
Juscelino que aludia muito aos objetivos de transição do país entre uma economia
maioritariamente agrícola, para uma sociedade industrial e urbana, isto em conjunto
com total liberdade democrática resultou num elevado crescimento económico. Esta
altura foi por essa razão apelidada de “Golden Age de Juscelino”, este crescimento tece
notáveis repercussões no PIB com crescimentos de 7,7%, 10,8%, 9,8%, 9,4% e 8,6%
nos anos de 1957 a 1961, respetivamente.
Mas como é característica da economia, para uma parte estar favorável, tem que
haver uma correspondente com resultados menos vantajosos. Continuava com o
problema da inflação e das contas publicas, tal como podemos observar na tabela
seguinte:

Economia Brasileira: Síntese de Indicadores Macroeconómicos — 1956-1963


(medias anuais por período)

Fonte: Giambiagi, Fabio; Villela, André; Barros de Castro, Lavinia; Hermann, JenniFer,
Economia brasileira contemporânea: 1945- 2010, 2ªEdição, Elsevier Editora Ltda, 2011.

Outras das criticas a este plano foi a falta de investimento, que veio a ser repercutida
ao logo das décadas, até aos dias de hoje, na educação básica e na agricultura.
Em suma, apesar de JK ter entregue aos futuros governantes uma economia superior
mais desenvolvida, piorou de forma drástica alguns dos principais indicadores
macroeconómicos internos e externos (inflação, dívida externa, entre outros). O novo
presidente (Jânio Quadros) e vice-presidente (João Goulart, que depois da renuncia do
presidente em 1961 tornou-se presidente) não conseguiram, em suma, lidar com a
bagagem deixada pelo seu antecessor e apesar da tentativa de implementação de um
plano Trienal, este governo culminou com um golpe-militar em 1964.

1964-1973:
Nas palavras de Luiz Carlos Prates, economicamente, “O Brasil nunca cresceu tanto
quanto na época da ditadura militar”.
Há que fazer relevância ao inicio do longo período de governos militares no Brasil
que começou 1964 e só terminou em 1985.
O período entre 1964 e 1973, começou com o governo de Castello Branco (1964-66)
que teve como objetivo tirar a economia brasileira da desordem que a caracterizava de
momento.

5
Isto foi levado a cabo através de planos anti-inflacionários (PAEG) que apesar de
demonstrar resultados positivos, não foi tão eficaz como era previsto o que inviabilizou
uma verdade recuperação económica, tal como era previsto. Os problemas relacionais
com a taxa cambial e a inflação não permitiram uma melhoria no saldo comercial, nem
num aumento do investimento estrangeiro, devido à falta de atratividade do país. Porém,
a reforma financeira teve êxito em termos de dívida pública.
A partir de 1968 até 1973 ocorreu no brasil o chamado “milagre”. Essa proeza foi
tornada possível por dois grupos de fatores: de um lado, atuaram algumas condições
económicas e políticas favoráveis e, de outro, a habilidade do governo no
aproveitamento das oportunidades que essa conjuntura oferecia.
No primeiro grupo deve-se mencionar fatores como a existência de capacidade ociosa
na economia (ou seja, de uma grande possibilidade de vir a ser mais produtiva), fruto
da debilidade económica da fase anterior; o quadro de ampla liquidez no mercado
internacional; o regime ditatorial, que está sempre associado a uma elevada intervenção
do Estado na economia e uma boa vontade dos Estados Unidos de apoiar o Brasil.
No segundo grupo, a perícia económica do governo foi fundamental neste período,
podemos chegar a esta conclusão através de uma análise das suas medidas como a
adoção de uma política de controlo dos preços (isto inclui os salários); a política de
controlo das taxas de juros (em níveis inferiores); a política de crawling peg3 para o
câmbio, que impediu mudanças inesperadas da taxa de câmbio real, provocando um
estimo nas exportações e, indiretamente, no nível de atividade económica e a política
entusiasta de captação de recursos externos.4
Este período teve assim, como principais vantagens o desenvolvimento e
crescimento do mercado, uma diminuição bastante relevante da inflação (de 80% em
1963 para 15% em 1973), uma reorganização da estrutura fiscal e financeira e a
recuperação da balança de pagamentos (Registo de importações e exportações). Como
em todos os períodos económicos, mesmo os mais favoráveis, este não poderia fugir à
regra e acarretou diversos problemas, como a correção monetária (que teve impactos
pouco favoráveis na matéria do preço e valor dos bens e serviços) e o aumento da
dependência externa, seja em termos industriais (relacionados com bens, petróleo e
seus derivados), seja em termos de aumento da dívida externa.

Economia Brasileira: Síntese de Indicadores Macroeconómicos — 1964-1973


(medias anuais por período)

Fonte: Giambiagi, Fabio; Villela, André; Barros de Castro, Lavinia; Hermann, JenniFer,
Economia brasileira contemporânea: 1945- 2010, 2ªEdição, Elsevier Editora Ltda, 2011.

3 Baseada em pequenas desvalorizações cambiais, de acordo com a inflação.


4 “Fabio Giambiagi, André Villela, Lavinia Barros de Castro, JenniFer Hermann, “Economia brasileira
contemporânea” páginas 69-70.
6
1974-1984:

Aquando da tomada de posse do general Geisel, o grande objetivo era dar


prossecução ao crescimento económico obtido previamente, mas com o choque dos
preços do petróleo foi iniciada um período muito adverso para a economia brasileira.
Mesmo assim, o general conseguiu diminuir significativamente a dependência externa
relacionada com os bens de capital (bens ou serviços necessários para a produção de
outros bens ou serviços) e com os insumos industriais (elementos essenciais para a
produção de um determinado produto). Mas, isto teve como consequência uma
reviravolta no mercado que terminou com uma ainda mais agravada dependência
externa financeira.
Após a ameaça de uma profunda queda da atividade económica teve que haver uma
grande reação política, sendo assim, década de 80 foi marcada por políticas
económicas ortodoxas, que pretendiam cortar custos do governo e aumentar a
arrecadação de dinheiro.
Passou então por ajustes de preços (taxa de câmbio e tarifas públicas) e controlo
das taxas de juros e da absorção (ou seja, dívida) interna. Estes projetos passaram por
outra desvalorização cambial em 1983, mas sem muito efeito económico positivo na
prática. Por outro lado, houve um efeito marcante da inflação ao provocar o seu
aumento, também o défice e a dívida publica ficaram com tendências de crescimento.
Este impasse só conseguiu ser desenvolvido com uma renegociação da dívida externa,
que foi, finalmente, obtida em 1994 permitindo a estabilização do cambio e dos preços
no Brasil.

Economia Brasileira: Síntese de Indicadores Macroeconómicos — 1974-1984


(medias anuais por período)

Fonte: Giambiagi, Fabio; Villela, André; Barros de Castro, Lavinia; Hermann, JenniFer,
Economia brasileira contemporânea: 1945- 2010, 2ªEdição, Elsevier Editora Ltda, 2011.

1985-1994:
Em 1984, com o retorno da democracia no Brasil, vivia-se um ambiente de esperança
pelo crescimento do país e melhoria na sua economia. O superavit5 passou em muito a
projeção inicial, o que associado à queda das taxas de juros internacionais, a
substancial redução dos preços do petróleo, a concretização do Consenso de
Cartagena em junho de 1984 e ainda a posição mais compreensível e favorável dos

5 Diferença positiva entre lucros e despesas na balança comercial.


7
países credores que já iam aderindo à ideia de um tratamento mais político no que
retrata a situação da divida.6
Foram postos em pratica diversos planos de combate à inflação e à divida externa,
mas todos sem sucesso na medida em que a cada plano que era implementado ia cada
vez menos conseguindo baixar a inflação e ela voltava de novo com ainda mais
intensidade, basta dizermos que em 1987 esta atingiu os 366%7.
A partir de 1988, na ótica internacional, o governo brasileiro não poupou a esforços
numa tentativa de abrandar a evolução da dívida externa (e consequentes juros) e
renegocia-la com os credores. Enquanto isso, e apesar dos grandes esforços para
diminuição da inflação, esta apresentou, durante aquele ano, variações na casa dos
934%.
Os anos 90 tiveram o seu marco inicial em 1989 com novas tentativas (falhadas) de
planos económicos com o Planos Collor I e II.
Isto resultou na primeira metade da década de 90 o Brasil ter uma inflação elevada
e crescente, um défice fiscal, uma taxa de câmbio desvalorizada e uma situação externa
folgada.
Já em 1994, com a implementação de um “Plano Real”8 de estabilização económica
baseado na desindexação e no controlo das contas públicas.
Este veio implementar medidas inovadores em relação aos anteriores e foi divido em
três fases: ajuste fiscal, desindexação e âncora nominal.
Na primeira fase o gasto publico foi considerado o grande responsável pela inflação,
então basicamente houve uma tentativa de aumentar o lucro e diminuir a despesa do
Estado.
Numa segunda fase, de desindexação, o plano foi Unidade Real de Valor (não era uma
moeda plena ainda) e com ela fazer um reajuste dos preços de forma a diminuir os
índices de inflação, na medida em que o que era feito antigamente, o processo de
corrigir valores futuros pela inflação passada.
Na terceira fase a tentativa de estabilização passou por usar o câmbio e os juros como
âncoras para os preços. Juntamente com as medidas deste plano contribuíram para o
seu sucesso as favoráveis condições externas para a estabilização, a abundante
liquidez internacional, a grande quantidade de reservas nacionais, também a abertura
económica com uma redução gradual de taxas de importação e uma facilitação da
prestação de serviços internacionais 9 e ainda a conclusão de um acordo idêntico ao
Plano Brady10.
Isto resultou, em suma numa inflação muito baixa (se tivermos em conta os padrões
históricos do país) e em declínio – que representou a grande vitoria do Plano Real –,
contas públicas com elevado desequilíbrio (aumento da divida do setor publico, graças
ao aumento dos gastos), mas uma diminuição da dívida externa, taxa de câmbio
significativamente apreciada (em relação aos anos 1991-1994).

6“Histórico – Negociações com os credores privados”. Disponível em


<http://www.bcb.gov.br/htms/Infecon/DividaRevisada/negociacoes_credores_privados.pdf>
7 Hoje em dia, podem ler-se relatos, de pessoas que viveram naquela década, a afirmarem que para

comprar algo tão simples como pão, era necessário “um saco de dinheiro”.
8Implementou a moeda que hoje em dia vigora no Brasil, o Real.
9 Isto foi feito com base na necessidade de aperfeiçoar a industria nacional, na medida em que era

necessária uma exposição ao mercado concorrente.


10 Plano de reestruturação.

8
Economia Brasileira: Síntese de Indicadores Macroeconómicos — 1985-1994
(medias anuais por período)

Fonte: Giambiagi, Fabio; Villela, André; Barros de Castro, Lavinia; Hermann, JenniFer,
Economia brasileira contemporânea: 1945- 2010, 2ªEdição, Elsevier Editora Ltda, 2011.

Mercosul:

A América do Sul foi ao longo de cinco séculos, palco das mais violentas batalhas do
continente americano, desde as lutas luso-espanholas por território, passando pelas
trocas comerciais ilegais feitas ente Buenos Aires e Brasil por causa da proibição
espanhola de alguns portos enviarem ou receberem mercadorias originarias desta, até
ao século XIX com o processo de emancipação política da América do Sul.
Em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, pela primeira vez, o Brasil e a
Argentina fizeram uma tentativa de criação de uma União Aduaneira entre as suas
economias. Todavia, isso não se concretizou devido às diferenças diplomáticas dos
países em relação às potências do Eixo11, após o ataque a Pearl Harbor. Com o fim da
guerra levantou-se uma iminente necessidade de interação entre as nações e,
consecutivamente, a formação dos blocos económicos, no entanto, naquela época,
América Latina não houve nenhuma união que tenha obtido resultados satisfatórios.
Já em 1985 com o presidente argentino e o presidente brasileiro a assinarem a
declaração de Iguaçu e a Argentina declara a intenção de uma “associação preferencial”
com o Brasil – estavam ambos com crise na medida em que haviam contraído uma
grande divida externa no período dos governos militares. A ata de Buenos Aires surge
assim em 1990 visando a total integração alfandegária entre os dois países12.
A fundação do Mercado Comum do Sul (ou em castelhano, outra das línguas oficiais,
Mercado Común del Sur) ocorre então no dia 26 de março de 1991, com a assinatura
do Tratado de Assunção por parte dos presidentes da Argentina, Brasil, Paraguai e
Uruguai.

11
Aliança militar entre a Alemanha, a Itália e o Japão durante a 2ªGuerra Mundial que tinha como
adversário os Aliados (estes representavam basicamente os mesmo que formaram a Tríplice Entente
durante a 1ªGuerra Mundial, no seu comando estavam os Estados Unidos, o Reino Unido e a União
soviética, mas a eles se juntaram muitos mais países que não vale a pena estar a referir de momento).
A Argentina manteve-se neutra na Segunda Guerra Mundial até 1945, quando declarou guerra à
Alemanha – declaração esta que era meramente formal, consistindo numa condição para a entrada
na ONU. Mas, na medida em que o Brasil tinha já um costume de proximidade e trabalho conjunto
com os Estados Unidos da América – e estes tinham uma relação tensa com a Argentina devido a
rivalidades comerciais – isto acabou por provocar as referidas divergências diplomáticas.
12 Os governos do Paraguai e Uruguai demonstraram um forte interesse no processo de integração

regional, tornando-se claro para o Brasil e Argentina que este acordo teria que ser alargado a mais
países na América Latina.
9
As etapas a serem alcançadas foram, muito sumariamente:
 A livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países, ou seja,
um mercado comum;
 Eliminação de quotas alfandegárias;
 Estabelecimento de uma tarifa externa comum e a coordenação de políticas de
comercio exterior, agrícola, industrial, fiscal, monetário, cambial e de capitais,
com o objetivo de garantir uma concorrência justa entre os membros.
Atualmente o Mercosul é formado por cinco membros plenos (Argentina, Brasil,
Uruguai, Paraguai e Venezuela), cinco países associados (Chile, Bolívia, Colômbia,
Equador e Peru) e ainda dois países observadores (Nova Zelândia e México).
Quanto à influencia europeia sobre o Mercosul, vou transcrever as palavras do ex-
Presidente Fernando Henrique Cardoso:
“A comunidade económica europeia sempre foi um modelo e um desafio para
a América latina. Nos anos 60, acreditávamos que a integração se realizaria
exclusivamente em função da vontade política. Não percebíamos naquele
momento que por trás do tratado de Roma havia outros elementos além das
clausulas do próprio tratado. Anos de aprendizado no acompanhamento
cuidadoso dos assuntos da comunidade e de sua crescente importância como
nosso parceiro comercial ensinaram-nos que a integração é o coroamento de
um processo progressivo de colaboração entre países que têm em comum
algo mais do que as suas fronteiras.
(...)
A comunidade económica europeia, tomada como modelo, inspirou-nos a
realizar projeto similar na América do Sul. Durante anos fortalecemos o
comercio intrarregional até vislumbrarmos a possibilidade de promover esse
comercio e elevar a patamares crescentes ou de interesses por ele gerados.
Nesse sentido, o Mercosul – Mercado comum do Sul – é um desdobramento
do esforço europeu de integração.”13
Nos diversos tratados que se instituíram e se desenvolveram no Mercosul percebe-
se a constante busca não apenas da integração e da cooperação de natureza sociais e
humanos na respetiva integração. Contudo, para que esta implementação seja efetiva
emerge o desafio da construção de um novo paradigma, buscando a integração plena
e pautando-se por uma agenda de inclusão das causas sociais, que seja capaz de
assegurar um desenvolvimento sustentável, mais igualitário e democrático, o que passa
necessariamente, pelos planos local, regional e global.
Os impactos positivos do Mercosul foram sentidos logo após a assinatura do acordo,
as exportações brasileiras para os parceiros no Mercosul aumentaram
consideravelmente em importância nos últimos três anos, desde 1991, quando foi
assinado o Tratado de Assunção. Cresceram de 2,3 para US$ 5,4 bilhões em 1993,
passando, em termos percentuais, de 7.3% para 13.9% do total, em ritmo nitidamente
superior às exportações destinadas ao resto do mundo. No período, foram acumulados
excecionais superávits. Em 1992, no intercâmbio com os países do Mercosul as
importações não chegaram, em valor, a 60% das exportações, um desequilíbrio difícil
de ser mantido.

13 CARDOSO, Fernando Henrique. O Brasil e a integração Europeia. Conferência proferida no Royal


Institute for Internacional Affairs, Chatham House – Londres, 28.01.1993. In: Boletim de Diplomacia
Económica. Brasília: Ministério das Relações Externas, n.14 fev. 1993.
10
1995-2003:

No período entre 1995 e 2003 o Brasil teve como presidente Fernando Henrique
Cardoso (o chamado governo FHC).
O primeiro mandato, e devido ao sucesso deste, teve inicio através da continuação
da prossecução do Plano Real numa tentativa de continuação do controlo sobre a
inflação. O presidente pautou por uma política cambial rígida, uma crescente
dependência do financiamento externo e um desequilíbrio estatal intenso. Todavia,
devido à propaganda que tinha em foco o Plano Real e o combate à inflação, este voltou
a ganhar as eleições num segundo mandato que foi marcado por um câmbio oscilante,
uma redução do défice em conta corrente e um forte ajuste fiscal.
Em 1997, com a crise económica Asiática ocorreu uma retração do mercado, que foi
sentida pelo Brasil, a moeda brasileira passou a valer apenas metade da moeda norte-
americana. Com isso, caíram as importações (os produtos vendidos em dólares
passaram a custar o dobro dos produtos vendidos em reais) e prosperaram as
exportações (era possível vender produtos brasileiros com preço em dólar de valor
inferior). Houve também um esforço de modernização das empresas brasileiras com o
objetivo de acompanhar o mundo cada vez mais globalizado, assim estes aumentaram
a sua produtividade ao investirem em maquinaria moderna, tecnologia e especialização
dos seus funcionários, mas, com isto houve uma dispensa de mão-de-obra, que levou
a um dos problemas desta altura: uma elevada taxa de desemprego.
Em suma, este período foi marcado por um fraco crescimento, um incremento da
carga tributária e um aumento significativo da dependência externa.
Todavia, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva teve como obséquio do seu
antecessor políticas de combate à inflação, ao câmbio oscilante e de austeridade fiscal,
mudanças estruturais relevantes (como a lei da responsabilidade fiscal, a reforma
parcial da previdência social, o ajuste fiscal dos Estados, o termo dos monopólios
estatais dos setores das telecomunicações e do petróleo e um aumento consistente dos
investimentos estrangeiros diretos). Isto apesar de não ter sido muito relevante, e
termos de resultados a curto prazo, no governo FHC, vai ter efeitos a longo prazo.
Economia Brasileira: Síntese de Indicadores Macroeconómicos — 1995-2002
(medias anuais por período)

Fonte: Giambiagi, Fabio; Villela, André; Barros de Castro, Lavinia; Hermann, JenniFer,
Economia brasileira contemporânea: 1945- 2010, 2ªEdição, Elsevier Editora Ltda, 2011.

Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010):

O período compreendido entre os anos de 2003 e 2008 foi marcado pela


reconquistada do crescimento económico. Neste período a taxa média de expansão do
PIB foi à volta de 4,2%. Houve também um decréscimo da taxa de desemprego, em
11
Janeiro de 2003 esta era de 11,3%, e em outubro de 2010 alcançou 6,1%. Também
temos que aludir à melhoria nos indicadores de distribuição dos rendimentos14 e redução
da pobreza, isto é medido através do coeficiente de Gini15 que era de 0,59 em 2003 e
0,54 em 2009. Também houve uma redução da taxa de extrema pobreza (de 11,49º%
em 2005 para 7,28% em 2009, e acordo com calculo do Instituto de Pesquisas
Económicas Aplicadas (IPEA)) e da taxa de pobreza (em 2005 era de 30,82% enquanto
que em 2009 era de 21,42%). Isto foi possível devido a medidas tomadas por este
governo que incrementaram o crescimento económico e aumentaram o mercado de
trabalho, ainda, medidas como a Bolsa Família16 e do aumento do salário mínimo. Isto
resultou num aumento dos gastos de consumo, o que ampliou o mercado consumidor.
Houve também um cenário constante de estabilidade dos preços.
Como foi referido supra, o a gestão económica do presidente Lula passou bastante
pela continuação do legado do seu antecessor, o que incluía o controlo da inflação,
regime de câmbio oscilante e ajuste fiscal.
É também relevante frisar que durante este governo ocorreu um fenómeno de
“explosão do crédito” ao consumidor.
A taxa de desemprego apresentou o valor de 8,4% em 2006 e de 5,30% em 2010.
O desequilíbrio externo foi atribuído ao processo de valorização do Real no contexto
internacional de guerra cambial.
Foram introduzidas algumas medidas keynesianas como a redução na taxa de juros,
a expansão aos meios de pagamentos, a expansão dos programas sociais e o
investimento de forma planejada em infraestrutura.
Após a crise de 2008 foram tomadas medidas anti cíclicas de forma a evitar-se a
recessão do pais.
Ocorreu também um aumento dos gastos do governo, mas este não foi
acompanhado de nenhum ajuste fiscal adequado e necessário.
No que toca à política externa de Lula este tentou sempre incrementar a força da
América do Sul, voltou-se assim para o Mercosul, na esperança de construir na América
Latina um bloco em torno da sua liderança. Igualmente, ao fazer acordos com Cuba e
com o Paquistão, o governo reforçou a chamada ‘diplomacia Sul – Sul’, essência da
política externa, isto pode ser depreendido através da conotação de uma expressão do
presidente Lula onde este afirma que os acordos envolvendo o Mercosul, Cuba e
Paquistão “derrotam aqueles que crêem que devemos só ter relações com os Estados
Unidos”. Todavia isto veio a esbarrar com a ascensão de Hugo Chávez e a emergência
de um novo quadro político na América Latina. Ocorreu também uma tentativa de
dilatação do mercado brasileiro para além dos Estados Unidos e a União Europeia.
(Ásia, África e América-Latina).
Em suma, durante este governo faltou fazer reformas importantes como de
previdência, agraria, fiscal e tributaria, associado a um Estado com muitos gastos, mas
que, por outro lado, melhorou a qualidade de vida das famílias e fomentou uma moeda
estável.

14 Chamada de “distribuição da renda” no Brasil.


15 Trata-se de uma forma de medir desigualdade desenvolvida pelo estatístico italiano Corrado Gini,
que consiste num numero entre 0 e 1 onde 0 corresponde à completa igualdade e 1 corresponde à
completa desigualdade.
16 Programa de transferência de renda que beneficiou 12,7 milhões de famílias e que, devido à pouca

propensão de poupança das famílias, levou a uma injeção na economia de cerca de 13 bilhões de
reais.
12
Economia Brasileira: Síntese de Indicadores Macroeconómicos — 1995-2002
(medias anuais por período)

Fonte: Giambiagi, Fabio; Villela, André; Barros de Castro, Lavinia; Hermann, JenniFer,
Economia brasileira contemporânea: 1945- 2010, 2ªEdição, Elsevier Editora Ltda, 2011.

O governo de Dilma Rousseff (2011-2014):

O governo da Presidente Dilma Rousseff (2011-2014) teve um inicio prospero com


os bons presságios trazidos do governo anterior, mas logo em 2012 eram claras as
dificuldades na gestão macroeconómica (provocado pelo agravamento inflacionário,
pelo reduzido crescimento económico (causado pelo peso do setor publico e do sistema
tributário) e pela dificuldade de cumprir as metas de superavit estabelecidas.
O FMI17 lançou um relatório em 2013, segundo o qual a economia brasileira estaria
a esmorecer a credibilidade na sustentabilidade das contas públicas a longo prazo o
que gerava incertezas no campo do investimento. A OCDE18 também fez um estudo
sobre a economia brasileira onde propunha um conjunto de medidas politico
económicas, como uma política monetária contracionista19, uma reformulação do
sistema fiscal e uma reforma tributaria que implementasse um único imposto sobre o
valor agregado, teriam que ser reduzidos os empréstimos ao Banco Nacional de
Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), o que iria incentivar os mercados de
capital privados a longo prazo e uma redução das tarifas protecionistas.
O que muitos autores defendem é que a desfavorável prestação macroeconómica do
país não se podia justificar singularmente com a má administração da política
económica, na má gestão da dívida publica ou na pouca atividade do governo em
relação à inflação, mas sim no impacto negativo da crise económica mundial e nas
dificuldades de adaptação e administração da mesma numa economia globalizada que
se apresentava estagnada desde 2007. Não que deixemos de ter em conta a
importância dos determinantes internos de desaceleração, apenas verificamos os
diversos e complexos obstáculos a serem supridos.
Como foi referido acima, este governo teve bastantes criticas no que toca ao
crescimento económico, mais concretamente, a sua desaceleração, na medida em que
as taxas de crescimento passaram de 7,5% em 2010 para 2,7% e 1,0% nos anos

17 Fundo Monetário Internacional.


18 Organização Cooperação e Desenvolvimento Económico.
19 Consiste na redução da oferta de moeda, passando por um aumento de juros e uma redução dos

investimentos no setor privado. Visa reduzir a procura agregada e, consequentemente, a inflação.


13
seguintes e 2,3% em 2013, isto foi justificado com a diminuição do consumo das
famílias, o aumento das taxas de juro e a diminuição do investimento. Havia uma
procura constante na obtenção dos objetivos de superávit primário (com o objetivo de
dar credibilidade ao Governo brasileiro) e um controlo do aumento da divida publica que
foram outros dos fatores que restringiam o crescimento. As baixas taxas de crescimento
mundial, mais precisamente dos países desenvolvidos, em conjugação com a
desaceleração da China e Índia, foram um relevante entrave do crescimento das
exportações brasileiras.
Se compararmos a situação da divida publica brasileira com o contexto internacional
podemos verificar que a grande maioria dos países desenvolvidos e das económicas
emergentes viram a sua dívida pública aumentar de forma patente. Ainda mais tendo a
relação divida bruta/PIB como denominados o PIB, tomando em conta o baixo
crescimento que o brasil teve, a redução vai ser ainda maior.
Ou seja, podemos considerar, de certa forma, este governo de Dilma como coerente,
na medida em que desenvolveu uma desvalorização cambial com o objetivo de dar um
incremento à competitividade nacional, ao mesmo tempo em que promoveu uma
diminuição dos custos de produção, com desonerações, redução do preço da energia e
também a isenção de impostos sobre produtos alimentares básicos, visando ao mesmo
tempo diminuir as pressões inflacionárias e estimular a atividade económica.
Em questões de política internacional, Dilma deu uma notória priorização aos países
do Mercosul, apesar disto, e mesmo com uma redução dos esforços com a manutenção
de objetivos e de meios, a política externa da presidente Dilma é muito semelhante à do
presidente Lula.
Todavia, com especial incidência para o ano de 2014 com as eleições e 2015 com o
inicio do segundo mandato, o governo não soube lidar da melhor forma com o fraco
desempenho económico do país e acabou por tomar medidas muito pouco populares
de austeridade fiscal como regras rígidas para as reformas, o aumento da luz e da
gasolina, grandes cortes em todas as áreas e um aumento de impostos. Dilma viu assim
a sua popularidade cair a pique, com o descontentamento social a nível da
administração nacional a crise económica e as denuncias por corrupção e diversos
protestos contra a sua presidência. Isto só piorou quando Dilma, no meio de uma
operação da Policia federal brasileira contra Lula, lhe oferece um lugar como ministro
da casa civil, de forma a evitar a sua prisão.
Isto leva a que o presidente da câmara dos deputados, Eduardo Cunha, acolha um
dos pedidos de impeachment20 contra Dilma, este processo foi aprovado. Dilma tentou
ainda recorrer ao já referido Mercosul21, mas precisamente, que este analisasse a
realidade brasileira naquele momento, pedindo que este ativasse a cláusula
democrática pela suposta falta de crime de responsabilidade, este pedido não foi
atendido. No dia 31 de agosto de 2016, o Senado Federal aprovou o pedido de
impeachment e afastou definitivamente a presidente do cargo.
O Brasil passou a ser presidido por Michel Temer a 31 de agosto de 2016.

20 Trata-se de um processo político-criminal instaurado por denúncia no Congresso para apurar a


responsabilidade, por grave delito ou má conduta no exercício de suas funções, do presidente da
República, ministros do Supremo Tribunal ou de qualquer outro funcionário de alta categoria,
cabendo ao Senado, se procedente a acusação, aplicar ao infrator a pena de destituição do cargo.
21 O Mercosul tem uma cláusula democrática que prevê uma série de punições aos países membros

no caso de rutura democrática, que, dependendo da gravidade, podem ser sanções comerciais,
encerramentos de fronteira ou suspensão do bloco.
14
Impeachment...e agora?

Hoje em dia as previsões que se podem ler falam de uma crise económica iminente
associada à estagnação do país, com a falta de investimentos em infraestruturas, que
consequentemente provoca uma perda de competitividade interna e externamente; a
falta de um plano económico estratégico de longo prazo, na medida em que as
estratégias têm sido no âmbito da reação aos factos, ou seja, só resolvem os problemas
presentes e isso vai permitindo, por exemplo o aumento da inflação; a submissão da
política económica à política partidária, ou seja, isto leva a uma inconstância económica
e em setores como educação saúde ou a segurança e a óbvia falta de credibilidade
(associado a todos os escândalos que têm envolvidos os entes políticos) que provoca
uma falta de confiança que não vai permitir o apoio dos vários setores da economia
nacional, tanto que há uma luta constante de “Fora Temer” para com o novo, e atual,
presidente brasileiro.
Pedro Rossi, professor da Unicamp e diretor do Centro de Estudos de Conjuntura e
Política Económica menciona resquícios da crise de 2008 na economia internacional,
com eleitos para o Brasil. "A gente ainda vive uma crise mal resolvida, a grande crise
financeira de 2008 se arrasta ao longo dos anos. A gente ainda continua com
ajustamento das economias centrais e com e redirecionamento da economia chinesa
por conta dessa crise internacional (...) Portanto, eu não sou otimista com relação a uma
saída exportadora, que o Brasil volte a crescer por conta das exportações com a taxa
de câmbio desvalorizada. Essa saída é muito improvável porque a economia
internacional continua andando de lado, com muita dificuldade".
Por outro lado o professor Judas Tadeu Grassi Mendes, da EBS Business School,
discorda que sejam as dificuldades internacionais que estejam a puxar a recessão do
Brasil de forma relevante: "O mundo não é o problema do Brasil. É o Brasil que está
puxando a América Latina para baixo. Nós é que estamos encolhendo", afirma o
economista. "Os EUA estão crescendo acima de 3% e gerando novos empregos todo
mês. Da própria Europa já está se falando menos. A China parou de crescer a 10 ou
11%, agora vai crescendo próximo de 7%, por isso a demanda dela por commodities22
vai ser menor e os preços estão caindo. Mas o Brasil, nos últimos 35 anos, só em 2
cresceu 7%. Ou seja, o mínimo da China é o máximo nosso. O problema é aqui dentro.”
23
.
Como foi dito supra, a crise brasileira está a afetar de forma palpável os outros países
do Mercosul, pois depositavam nele a confiança de ser a maior economia.
O brasil precisa assim de estabelecer medidas que resolvam realmente os problemas
da atualidade, que renovem a confiança dos cidadãos no governo e nas suas políticas,
políticas estas que devem passar pela luta contra à inflação e o aumento do cambio,
promover as exportações e a atratividade do brasil para o investimento estrangeiro.

22
Matérias-primas.
23Trevisan, Karina “O que esperar para a economia em 2016?”, G1 – São Paulo, 28-12-2015, disponível
em <http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/12/o-que-esperar-para-economia-em-
2016.html>

15
Evolução da balança comercial (em dólares americanos)

Fonte: Empresa de Pesquisa Energética, Ministério de Minas e Energias, “Caracterização


doCenário Macroeconômico para os próximos 10 anos (2016-2025)”, Rio de Janeiro Abril
de 2016, em:
<http://www.epe.gov.br/mercado/Documents/Série%20Estudos%20de%20Energia/DEA%2
008-16%20-%20Cenário%20macroeconômico%202016-2025.pdf>

16
Conclusão:
Esta analise teve como objetivo investigar o desenvolvimento da economia brasileira.
Durante o período analisado (de 1945 a 2016) o Brasil teve diversos governantes,
cada um com as suas medidas e ideologias, o que resultou numa sucessível linha de
altos e baixos económicos, com uma inflação sempre latente, uma taxa cambial
normalmente alta e, principalmente no inicio da segunda metade do século 20, falta de
investimento tanto externo como interno.
A década de 30, e posteriormente, 40 passou pela instauração de uma ditadura, que
para coincidir tinha uma política económica recessiva, mas que foi ultrapassada e
modernizada.
Mais tarde, nos chamados anos JK, ocorreu uma notória melhoria no que toca ao
avanço social, todavia isto veio acompanhado de largos custos, sempre seguidos por
uma galopante inflação, isto culminou numa grave crise económica e num golpe militar
em 1964.
O Brasil voltou assim a uma época de ditadura, desta vez militar, mas que tiveram
um resultado económico positivo favorecendo as exportações e, consequentemente,
um balanço comercial positivo. Mas com isto veio a dependência económica que veio a
ser combatida pelo general Geisel, que encontrou assim um Brasil pós-choques do
petróleo extremamente endividado, 1994 é que a estabilização veio a ser alcançada em
escala mais significativa, com a renegociação da divida externa, com antecedentes em
1884 e 1887 de valores recorde de inflação.
O Mercosul mostrou-se um aliado importante neste crescimento brasileiro, na medida
que facilitava o escoamento de produtos entre os países membros. O Brasil
apresentava-se como o membro mais relevante em virtude da sua dimensão geografia,
populacional e económica.
O governo FHC (1995-2003) não teve grande relevância na medida em que o
crescimento foi muito sumido e houve um incremento na dependência externa.
Já no governo de Lula da Silva observamos um governo mais concentrado na
melhoria das condições da sua população, com especial importância para as medidas
de combate à pobreza e melhor distribuição de rendimentos às famílias. Todavia isto
veio culminar na crise de 2008 onde foram tomadas para evitar a recessão do país na
medida em que este foi um dos governos que apresentou mais gastos.
O governo da presidente Dilma apresentou baixos valores de crescimento, apesar
disso foram implementadas medidas com vista a estimular a economia. Podemos
considerar a pior parte do governo de Dilma o segundo mandato devido a toda o
conteúdo mediático de que foi alvo, com a tentativa de auxilio ao ex-presidente Lula da
Silva, num esquema de corrupção, isto resultou no afastamento de Dilma do poder e no
descredito da população nos representantes políticos.
Em suma, o Brasil passou por vários períodos conturbados social, política e
economicamente na sua historia, hoje em dia o plano de desenvolvimento tem que
passar por uma alteração do rumo que até agora tinha sido dado às políticas o que está
retratado nas palavras de Tom Jobim quando este afirma que “O Brasil precisa parar de
admirar o que não deu certo”, na medida em que o problema tem sido a tentativa de
resolução dos problemas passados e não dos atuais. Há que passar por uma
restruturação das políticas económicas de modo a que estas façam face aos reais
problemas brasileiros.

17
Bibliografia:
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3ª ed. (ano 2003), 4ª tir. Elizabeth Accioly, Curitiba: Juruá, 2006.
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Ciências Jurídicas Programa de pós graduação em Direito, São Leopoldo, 2007
 Leite, Pedro Sisnando “O verdadeiro desenvolvimento econômico”, 2009.
 Giambiagi, Fabio; Villela, André; Barros de Castro, Lavinia; Hermann, JenniFer,
Economia brasileira contemporânea: 1945- 2010, 2ªEdição, Elsevier Editora
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 Curado, Marcelo, “Uma avaliação da economia brasileira no Governo Lula”,
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 Contri, André Luis, “Uma avaliação da economia brasileira no Governo Dilma”,
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 Paula, Nilson de; Lucht, Evelin: Dagostini, Tácio; “A política externa brasileira
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dilma-de-chorar/
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 http://www.empreendedoresweb.com.br/atual-situacao-economica-do-brasil/
 http://g1.globo.com/economia/superavit-o-que-e/platb/

18

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