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1
Índice:
Introdução..........................................................................................3
1945-1955..........................................................................................4
1956-1963..........................................................................................5
1964-1973..........................................................................................5
1974-1984..........................................................................................7
1985-1994..........................................................................................7
Mercosul............................................................................................9
1995-2003........................................................................................11
2003-2010........................................................................................11
2011-2014........................................................................................13
Atualidade........................................................................................15
Conclusão........................................................................................17
Bibliografia/webgrafia......................................................................18
2
Introdução
3
O pós-Guerra (1945-1955):
Na década de 1930 a 1940 o Brasil passou de um contexto, relativamente,
democrático para uma ditadura, encabeçada por Getúlio Vargas, o que causou diversos
conflitos económicos e sociais1. Todavia, isto não foi um impedimento para realizações
materiais como a implantação de uma complexa legislação social2, o esforço de
profissionalização da burocracia estatal e o inicio de uma ação mais direta do Estado
na economia (fundação da Companhia Siderúrgica Nacional e da Companhia Vale do
Rio Doce). A taxa média anual de crescimento do PIB do Brasil foi de 5,1% e do setor
industrial 6,5%.
Entre 1946 e 1954 o Brasil teve como marcos económicos mais relevantes a
mudança na política de comercio exterior, com o mercado livre e a adoção de um
sistema incentivo às importações; a passagem de uma política económica recessiva e
tipicamente ortodoxa, para outra com maior flexibilidade nas metas fiscais e monetárias;
as vantajosas relações com os Estados Unidos e a elevação do preço internacional do
café (principal bem exportado pelo Brasil).
Contudo, com isto veio uma elevada inflação causada pela recessão da indústria
nacional (sempre acompanhado pelo crescimento da dívida externa) causada pelo
aumento significativo das importações que obrigou o Estado a utilizar as reservas
económicas nacionais para financiar essa entrada de novos produtos. Associado a isto,
ainda surgiram problemas relacionados como a taxa de câmbio fixa e sobre-valorizada.
Isto levou a uma intervenção do Banco Mundial concedendo um empréstimo elevado
para pagamento das dividas. Desta forma o governo, à semelhança do que era praticado
mundialmente, concentrou-se na resolução do problema fiscal e cambial, o que
provocou um crescimento de 9,3% a nível de produção industrial, apesar do PIB ter tido
apenas um crescimento de 4,7% (inferior aos anos que o antecederam). Todavia, estas
medidas ao formarem uma desvalorização cambial, pressionaram os custos das
empresas, o que se concretizou num aumento da inflação de 12% para 20,5%. O
programa de estabilização económica, teve diversos desafios o que culminou na
obrigação do Estado Brasileiro recorrer a empréstimos a bancos privados.
Apesar disto, e devido à legislação brasileira ser liberal, o Brasil conseguiu destacar-
se no fluxo internacional de capitais daquela época.
Fonte: Giambiagi, Fabio; Villela, André; Barros de Castro, Lavinia; Hermann, JenniFer,
Economia brasileira contemporânea: 1945- 2010, 2ªEdição, Elsevier Editora Ltda, 2011.
1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Era_Vargas
2 O que incluiu, pela primeira vez, a classe trabalhadora como agente político e económico
relevante.
4
1956-1963:
Neste período de tempo podemos dividir a economia brasileira em dois grandes
marcos, o primeiro é associado aos anos JK (Juscelino Kubitschek de Oliveira) – 1956
a 1960 – e o segundo aos governos de Jânio Quadros e João Goulart – de 1961 a
março de 1964.
Atendendo ao primeiro período devemos ressalvar desde já a campanha eleitoral de
Juscelino que aludia muito aos objetivos de transição do país entre uma economia
maioritariamente agrícola, para uma sociedade industrial e urbana, isto em conjunto
com total liberdade democrática resultou num elevado crescimento económico. Esta
altura foi por essa razão apelidada de “Golden Age de Juscelino”, este crescimento tece
notáveis repercussões no PIB com crescimentos de 7,7%, 10,8%, 9,8%, 9,4% e 8,6%
nos anos de 1957 a 1961, respetivamente.
Mas como é característica da economia, para uma parte estar favorável, tem que
haver uma correspondente com resultados menos vantajosos. Continuava com o
problema da inflação e das contas publicas, tal como podemos observar na tabela
seguinte:
Fonte: Giambiagi, Fabio; Villela, André; Barros de Castro, Lavinia; Hermann, JenniFer,
Economia brasileira contemporânea: 1945- 2010, 2ªEdição, Elsevier Editora Ltda, 2011.
Outras das criticas a este plano foi a falta de investimento, que veio a ser repercutida
ao logo das décadas, até aos dias de hoje, na educação básica e na agricultura.
Em suma, apesar de JK ter entregue aos futuros governantes uma economia superior
mais desenvolvida, piorou de forma drástica alguns dos principais indicadores
macroeconómicos internos e externos (inflação, dívida externa, entre outros). O novo
presidente (Jânio Quadros) e vice-presidente (João Goulart, que depois da renuncia do
presidente em 1961 tornou-se presidente) não conseguiram, em suma, lidar com a
bagagem deixada pelo seu antecessor e apesar da tentativa de implementação de um
plano Trienal, este governo culminou com um golpe-militar em 1964.
1964-1973:
Nas palavras de Luiz Carlos Prates, economicamente, “O Brasil nunca cresceu tanto
quanto na época da ditadura militar”.
Há que fazer relevância ao inicio do longo período de governos militares no Brasil
que começou 1964 e só terminou em 1985.
O período entre 1964 e 1973, começou com o governo de Castello Branco (1964-66)
que teve como objetivo tirar a economia brasileira da desordem que a caracterizava de
momento.
5
Isto foi levado a cabo através de planos anti-inflacionários (PAEG) que apesar de
demonstrar resultados positivos, não foi tão eficaz como era previsto o que inviabilizou
uma verdade recuperação económica, tal como era previsto. Os problemas relacionais
com a taxa cambial e a inflação não permitiram uma melhoria no saldo comercial, nem
num aumento do investimento estrangeiro, devido à falta de atratividade do país. Porém,
a reforma financeira teve êxito em termos de dívida pública.
A partir de 1968 até 1973 ocorreu no brasil o chamado “milagre”. Essa proeza foi
tornada possível por dois grupos de fatores: de um lado, atuaram algumas condições
económicas e políticas favoráveis e, de outro, a habilidade do governo no
aproveitamento das oportunidades que essa conjuntura oferecia.
No primeiro grupo deve-se mencionar fatores como a existência de capacidade ociosa
na economia (ou seja, de uma grande possibilidade de vir a ser mais produtiva), fruto
da debilidade económica da fase anterior; o quadro de ampla liquidez no mercado
internacional; o regime ditatorial, que está sempre associado a uma elevada intervenção
do Estado na economia e uma boa vontade dos Estados Unidos de apoiar o Brasil.
No segundo grupo, a perícia económica do governo foi fundamental neste período,
podemos chegar a esta conclusão através de uma análise das suas medidas como a
adoção de uma política de controlo dos preços (isto inclui os salários); a política de
controlo das taxas de juros (em níveis inferiores); a política de crawling peg3 para o
câmbio, que impediu mudanças inesperadas da taxa de câmbio real, provocando um
estimo nas exportações e, indiretamente, no nível de atividade económica e a política
entusiasta de captação de recursos externos.4
Este período teve assim, como principais vantagens o desenvolvimento e
crescimento do mercado, uma diminuição bastante relevante da inflação (de 80% em
1963 para 15% em 1973), uma reorganização da estrutura fiscal e financeira e a
recuperação da balança de pagamentos (Registo de importações e exportações). Como
em todos os períodos económicos, mesmo os mais favoráveis, este não poderia fugir à
regra e acarretou diversos problemas, como a correção monetária (que teve impactos
pouco favoráveis na matéria do preço e valor dos bens e serviços) e o aumento da
dependência externa, seja em termos industriais (relacionados com bens, petróleo e
seus derivados), seja em termos de aumento da dívida externa.
Fonte: Giambiagi, Fabio; Villela, André; Barros de Castro, Lavinia; Hermann, JenniFer,
Economia brasileira contemporânea: 1945- 2010, 2ªEdição, Elsevier Editora Ltda, 2011.
Fonte: Giambiagi, Fabio; Villela, André; Barros de Castro, Lavinia; Hermann, JenniFer,
Economia brasileira contemporânea: 1945- 2010, 2ªEdição, Elsevier Editora Ltda, 2011.
1985-1994:
Em 1984, com o retorno da democracia no Brasil, vivia-se um ambiente de esperança
pelo crescimento do país e melhoria na sua economia. O superavit5 passou em muito a
projeção inicial, o que associado à queda das taxas de juros internacionais, a
substancial redução dos preços do petróleo, a concretização do Consenso de
Cartagena em junho de 1984 e ainda a posição mais compreensível e favorável dos
comprar algo tão simples como pão, era necessário “um saco de dinheiro”.
8Implementou a moeda que hoje em dia vigora no Brasil, o Real.
9 Isto foi feito com base na necessidade de aperfeiçoar a industria nacional, na medida em que era
8
Economia Brasileira: Síntese de Indicadores Macroeconómicos — 1985-1994
(medias anuais por período)
Fonte: Giambiagi, Fabio; Villela, André; Barros de Castro, Lavinia; Hermann, JenniFer,
Economia brasileira contemporânea: 1945- 2010, 2ªEdição, Elsevier Editora Ltda, 2011.
Mercosul:
A América do Sul foi ao longo de cinco séculos, palco das mais violentas batalhas do
continente americano, desde as lutas luso-espanholas por território, passando pelas
trocas comerciais ilegais feitas ente Buenos Aires e Brasil por causa da proibição
espanhola de alguns portos enviarem ou receberem mercadorias originarias desta, até
ao século XIX com o processo de emancipação política da América do Sul.
Em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, pela primeira vez, o Brasil e a
Argentina fizeram uma tentativa de criação de uma União Aduaneira entre as suas
economias. Todavia, isso não se concretizou devido às diferenças diplomáticas dos
países em relação às potências do Eixo11, após o ataque a Pearl Harbor. Com o fim da
guerra levantou-se uma iminente necessidade de interação entre as nações e,
consecutivamente, a formação dos blocos económicos, no entanto, naquela época,
América Latina não houve nenhuma união que tenha obtido resultados satisfatórios.
Já em 1985 com o presidente argentino e o presidente brasileiro a assinarem a
declaração de Iguaçu e a Argentina declara a intenção de uma “associação preferencial”
com o Brasil – estavam ambos com crise na medida em que haviam contraído uma
grande divida externa no período dos governos militares. A ata de Buenos Aires surge
assim em 1990 visando a total integração alfandegária entre os dois países12.
A fundação do Mercado Comum do Sul (ou em castelhano, outra das línguas oficiais,
Mercado Común del Sur) ocorre então no dia 26 de março de 1991, com a assinatura
do Tratado de Assunção por parte dos presidentes da Argentina, Brasil, Paraguai e
Uruguai.
11
Aliança militar entre a Alemanha, a Itália e o Japão durante a 2ªGuerra Mundial que tinha como
adversário os Aliados (estes representavam basicamente os mesmo que formaram a Tríplice Entente
durante a 1ªGuerra Mundial, no seu comando estavam os Estados Unidos, o Reino Unido e a União
soviética, mas a eles se juntaram muitos mais países que não vale a pena estar a referir de momento).
A Argentina manteve-se neutra na Segunda Guerra Mundial até 1945, quando declarou guerra à
Alemanha – declaração esta que era meramente formal, consistindo numa condição para a entrada
na ONU. Mas, na medida em que o Brasil tinha já um costume de proximidade e trabalho conjunto
com os Estados Unidos da América – e estes tinham uma relação tensa com a Argentina devido a
rivalidades comerciais – isto acabou por provocar as referidas divergências diplomáticas.
12 Os governos do Paraguai e Uruguai demonstraram um forte interesse no processo de integração
regional, tornando-se claro para o Brasil e Argentina que este acordo teria que ser alargado a mais
países na América Latina.
9
As etapas a serem alcançadas foram, muito sumariamente:
A livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países, ou seja,
um mercado comum;
Eliminação de quotas alfandegárias;
Estabelecimento de uma tarifa externa comum e a coordenação de políticas de
comercio exterior, agrícola, industrial, fiscal, monetário, cambial e de capitais,
com o objetivo de garantir uma concorrência justa entre os membros.
Atualmente o Mercosul é formado por cinco membros plenos (Argentina, Brasil,
Uruguai, Paraguai e Venezuela), cinco países associados (Chile, Bolívia, Colômbia,
Equador e Peru) e ainda dois países observadores (Nova Zelândia e México).
Quanto à influencia europeia sobre o Mercosul, vou transcrever as palavras do ex-
Presidente Fernando Henrique Cardoso:
“A comunidade económica europeia sempre foi um modelo e um desafio para
a América latina. Nos anos 60, acreditávamos que a integração se realizaria
exclusivamente em função da vontade política. Não percebíamos naquele
momento que por trás do tratado de Roma havia outros elementos além das
clausulas do próprio tratado. Anos de aprendizado no acompanhamento
cuidadoso dos assuntos da comunidade e de sua crescente importância como
nosso parceiro comercial ensinaram-nos que a integração é o coroamento de
um processo progressivo de colaboração entre países que têm em comum
algo mais do que as suas fronteiras.
(...)
A comunidade económica europeia, tomada como modelo, inspirou-nos a
realizar projeto similar na América do Sul. Durante anos fortalecemos o
comercio intrarregional até vislumbrarmos a possibilidade de promover esse
comercio e elevar a patamares crescentes ou de interesses por ele gerados.
Nesse sentido, o Mercosul – Mercado comum do Sul – é um desdobramento
do esforço europeu de integração.”13
Nos diversos tratados que se instituíram e se desenvolveram no Mercosul percebe-
se a constante busca não apenas da integração e da cooperação de natureza sociais e
humanos na respetiva integração. Contudo, para que esta implementação seja efetiva
emerge o desafio da construção de um novo paradigma, buscando a integração plena
e pautando-se por uma agenda de inclusão das causas sociais, que seja capaz de
assegurar um desenvolvimento sustentável, mais igualitário e democrático, o que passa
necessariamente, pelos planos local, regional e global.
Os impactos positivos do Mercosul foram sentidos logo após a assinatura do acordo,
as exportações brasileiras para os parceiros no Mercosul aumentaram
consideravelmente em importância nos últimos três anos, desde 1991, quando foi
assinado o Tratado de Assunção. Cresceram de 2,3 para US$ 5,4 bilhões em 1993,
passando, em termos percentuais, de 7.3% para 13.9% do total, em ritmo nitidamente
superior às exportações destinadas ao resto do mundo. No período, foram acumulados
excecionais superávits. Em 1992, no intercâmbio com os países do Mercosul as
importações não chegaram, em valor, a 60% das exportações, um desequilíbrio difícil
de ser mantido.
No período entre 1995 e 2003 o Brasil teve como presidente Fernando Henrique
Cardoso (o chamado governo FHC).
O primeiro mandato, e devido ao sucesso deste, teve inicio através da continuação
da prossecução do Plano Real numa tentativa de continuação do controlo sobre a
inflação. O presidente pautou por uma política cambial rígida, uma crescente
dependência do financiamento externo e um desequilíbrio estatal intenso. Todavia,
devido à propaganda que tinha em foco o Plano Real e o combate à inflação, este voltou
a ganhar as eleições num segundo mandato que foi marcado por um câmbio oscilante,
uma redução do défice em conta corrente e um forte ajuste fiscal.
Em 1997, com a crise económica Asiática ocorreu uma retração do mercado, que foi
sentida pelo Brasil, a moeda brasileira passou a valer apenas metade da moeda norte-
americana. Com isso, caíram as importações (os produtos vendidos em dólares
passaram a custar o dobro dos produtos vendidos em reais) e prosperaram as
exportações (era possível vender produtos brasileiros com preço em dólar de valor
inferior). Houve também um esforço de modernização das empresas brasileiras com o
objetivo de acompanhar o mundo cada vez mais globalizado, assim estes aumentaram
a sua produtividade ao investirem em maquinaria moderna, tecnologia e especialização
dos seus funcionários, mas, com isto houve uma dispensa de mão-de-obra, que levou
a um dos problemas desta altura: uma elevada taxa de desemprego.
Em suma, este período foi marcado por um fraco crescimento, um incremento da
carga tributária e um aumento significativo da dependência externa.
Todavia, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva teve como obséquio do seu
antecessor políticas de combate à inflação, ao câmbio oscilante e de austeridade fiscal,
mudanças estruturais relevantes (como a lei da responsabilidade fiscal, a reforma
parcial da previdência social, o ajuste fiscal dos Estados, o termo dos monopólios
estatais dos setores das telecomunicações e do petróleo e um aumento consistente dos
investimentos estrangeiros diretos). Isto apesar de não ter sido muito relevante, e
termos de resultados a curto prazo, no governo FHC, vai ter efeitos a longo prazo.
Economia Brasileira: Síntese de Indicadores Macroeconómicos — 1995-2002
(medias anuais por período)
Fonte: Giambiagi, Fabio; Villela, André; Barros de Castro, Lavinia; Hermann, JenniFer,
Economia brasileira contemporânea: 1945- 2010, 2ªEdição, Elsevier Editora Ltda, 2011.
propensão de poupança das famílias, levou a uma injeção na economia de cerca de 13 bilhões de
reais.
12
Economia Brasileira: Síntese de Indicadores Macroeconómicos — 1995-2002
(medias anuais por período)
Fonte: Giambiagi, Fabio; Villela, André; Barros de Castro, Lavinia; Hermann, JenniFer,
Economia brasileira contemporânea: 1945- 2010, 2ªEdição, Elsevier Editora Ltda, 2011.
no caso de rutura democrática, que, dependendo da gravidade, podem ser sanções comerciais,
encerramentos de fronteira ou suspensão do bloco.
14
Impeachment...e agora?
Hoje em dia as previsões que se podem ler falam de uma crise económica iminente
associada à estagnação do país, com a falta de investimentos em infraestruturas, que
consequentemente provoca uma perda de competitividade interna e externamente; a
falta de um plano económico estratégico de longo prazo, na medida em que as
estratégias têm sido no âmbito da reação aos factos, ou seja, só resolvem os problemas
presentes e isso vai permitindo, por exemplo o aumento da inflação; a submissão da
política económica à política partidária, ou seja, isto leva a uma inconstância económica
e em setores como educação saúde ou a segurança e a óbvia falta de credibilidade
(associado a todos os escândalos que têm envolvidos os entes políticos) que provoca
uma falta de confiança que não vai permitir o apoio dos vários setores da economia
nacional, tanto que há uma luta constante de “Fora Temer” para com o novo, e atual,
presidente brasileiro.
Pedro Rossi, professor da Unicamp e diretor do Centro de Estudos de Conjuntura e
Política Económica menciona resquícios da crise de 2008 na economia internacional,
com eleitos para o Brasil. "A gente ainda vive uma crise mal resolvida, a grande crise
financeira de 2008 se arrasta ao longo dos anos. A gente ainda continua com
ajustamento das economias centrais e com e redirecionamento da economia chinesa
por conta dessa crise internacional (...) Portanto, eu não sou otimista com relação a uma
saída exportadora, que o Brasil volte a crescer por conta das exportações com a taxa
de câmbio desvalorizada. Essa saída é muito improvável porque a economia
internacional continua andando de lado, com muita dificuldade".
Por outro lado o professor Judas Tadeu Grassi Mendes, da EBS Business School,
discorda que sejam as dificuldades internacionais que estejam a puxar a recessão do
Brasil de forma relevante: "O mundo não é o problema do Brasil. É o Brasil que está
puxando a América Latina para baixo. Nós é que estamos encolhendo", afirma o
economista. "Os EUA estão crescendo acima de 3% e gerando novos empregos todo
mês. Da própria Europa já está se falando menos. A China parou de crescer a 10 ou
11%, agora vai crescendo próximo de 7%, por isso a demanda dela por commodities22
vai ser menor e os preços estão caindo. Mas o Brasil, nos últimos 35 anos, só em 2
cresceu 7%. Ou seja, o mínimo da China é o máximo nosso. O problema é aqui dentro.”
23
.
Como foi dito supra, a crise brasileira está a afetar de forma palpável os outros países
do Mercosul, pois depositavam nele a confiança de ser a maior economia.
O brasil precisa assim de estabelecer medidas que resolvam realmente os problemas
da atualidade, que renovem a confiança dos cidadãos no governo e nas suas políticas,
políticas estas que devem passar pela luta contra à inflação e o aumento do cambio,
promover as exportações e a atratividade do brasil para o investimento estrangeiro.
22
Matérias-primas.
23Trevisan, Karina “O que esperar para a economia em 2016?”, G1 – São Paulo, 28-12-2015, disponível
em <http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/12/o-que-esperar-para-economia-em-
2016.html>
15
Evolução da balança comercial (em dólares americanos)
16
Conclusão:
Esta analise teve como objetivo investigar o desenvolvimento da economia brasileira.
Durante o período analisado (de 1945 a 2016) o Brasil teve diversos governantes,
cada um com as suas medidas e ideologias, o que resultou numa sucessível linha de
altos e baixos económicos, com uma inflação sempre latente, uma taxa cambial
normalmente alta e, principalmente no inicio da segunda metade do século 20, falta de
investimento tanto externo como interno.
A década de 30, e posteriormente, 40 passou pela instauração de uma ditadura, que
para coincidir tinha uma política económica recessiva, mas que foi ultrapassada e
modernizada.
Mais tarde, nos chamados anos JK, ocorreu uma notória melhoria no que toca ao
avanço social, todavia isto veio acompanhado de largos custos, sempre seguidos por
uma galopante inflação, isto culminou numa grave crise económica e num golpe militar
em 1964.
O Brasil voltou assim a uma época de ditadura, desta vez militar, mas que tiveram
um resultado económico positivo favorecendo as exportações e, consequentemente,
um balanço comercial positivo. Mas com isto veio a dependência económica que veio a
ser combatida pelo general Geisel, que encontrou assim um Brasil pós-choques do
petróleo extremamente endividado, 1994 é que a estabilização veio a ser alcançada em
escala mais significativa, com a renegociação da divida externa, com antecedentes em
1884 e 1887 de valores recorde de inflação.
O Mercosul mostrou-se um aliado importante neste crescimento brasileiro, na medida
que facilitava o escoamento de produtos entre os países membros. O Brasil
apresentava-se como o membro mais relevante em virtude da sua dimensão geografia,
populacional e económica.
O governo FHC (1995-2003) não teve grande relevância na medida em que o
crescimento foi muito sumido e houve um incremento na dependência externa.
Já no governo de Lula da Silva observamos um governo mais concentrado na
melhoria das condições da sua população, com especial importância para as medidas
de combate à pobreza e melhor distribuição de rendimentos às famílias. Todavia isto
veio culminar na crise de 2008 onde foram tomadas para evitar a recessão do país na
medida em que este foi um dos governos que apresentou mais gastos.
O governo da presidente Dilma apresentou baixos valores de crescimento, apesar
disso foram implementadas medidas com vista a estimular a economia. Podemos
considerar a pior parte do governo de Dilma o segundo mandato devido a toda o
conteúdo mediático de que foi alvo, com a tentativa de auxilio ao ex-presidente Lula da
Silva, num esquema de corrupção, isto resultou no afastamento de Dilma do poder e no
descredito da população nos representantes políticos.
Em suma, o Brasil passou por vários períodos conturbados social, política e
economicamente na sua historia, hoje em dia o plano de desenvolvimento tem que
passar por uma alteração do rumo que até agora tinha sido dado às políticas o que está
retratado nas palavras de Tom Jobim quando este afirma que “O Brasil precisa parar de
admirar o que não deu certo”, na medida em que o problema tem sido a tentativa de
resolução dos problemas passados e não dos atuais. Há que passar por uma
restruturação das políticas económicas de modo a que estas façam face aos reais
problemas brasileiros.
17
Bibliografia:
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