Sunteți pe pagina 1din 3

Tempo Cíclico – Primeira parte.

Desde os tempos mais remotos a humanidade, com suas diferentes expressões


civilizatórias e culturais, conhece a concepção do tempo cíclico, considerada como a
primeira forma de compreender o tempo, desenvolvida na visão de abertura do homem
para uma realidade que o transcende. No amplo espaço desta compreensão temporal
se desenvolveu a ideia do “eterno retorno”, onde o mesmo espírito volta a um mesmo
ponto, recomeçando novos ciclos, eternamente. Na primeira “circularidade” aparece
um tempo mítico, no qual se caracteriza a ausência de valor da temporalidade. Nas
culturas tradicionais existia um tempo cíclico marcado por ritos periódicos em relação à
semeadura e colheita, pelos solstícios e ritmos significativos do sol e de determinados
astros, por festividades religiosas periódicas e celebrações que emulavan a origem ou
fundação de sua cultura.

O tempo como medida não tinha valor. O homem vivia e explicava o mundo que o
cercava de forma sagrada, sendo esta a primazia do homo religiosus. Mas, há três
séculos, a civilização ocidental rompeu com essa harmonia cíclica, aparecendo o homem
moderno: esse homem histórico que se conhece e que quer fazer de si mesmo criador
da história, e a concepção do tempo sofreu uma mudança radical. Se impõe a história,
ou, dito de outra forma, a crença no tempo linear ligada à noção de progresso indefinido.
O surgimento desta concepção de tempo nasce com a modernidade e, não é de se negar
que hoje a humanidade sofre frente a aporias e falta de respostas diante da
transcendência. Esse cenário nada mais é que o efeito direto de décadas de
“desconstrução”, realizado por certas linhas de pensamento, considerados até mesmo
“anti-filosóficos” se tomarmos o significado do termo “filosofia” nos termos socráticos.

Segundo alguns, o começo da ideia linear do tempo é devido à aparição do monoteísmo.


A construção discursiva das Sagradas Escrituras e da Revelação, projeta de forma,
poderíamos dizer, “revolucionária”, na história, uma forma de “data”, que parte do
pacto de Deus com os israelitas, no qual Ele oferece uma terra prometida, onde o tempo
material - terrenal, não regressará. Um elemento central na maturação desta ideia de
tempo linear é a divisão entre “passado-presente-futuro”, que se une à teoria primitiva
da terra prometida, cujo ponto divisor seria o chamado “juízo final”.

Na idade média, marcada pelo Cristianismo, há quem afirme que coexistiram as


concepções cíclica e linear. O tempo era marcado pelos ritos, orações e outras atividades
eclesiásticas que, continuando o que já havia sido feito na antiguidade, criavam um
ritmo cíclico que se repetia a cada ano, aproximando a consciência a um espiral
crescente em direção a uma captação transcendente. Dessa forma a ideia de um tempo
linear, no aspecto teórico, cedeu espaço na prática, a um tempo cíclico que se repete
eternamente, da mesma forma que se concebiam algumas culturas milenárias e
ancestrais.
A ideia progressista

A idade média termina, e junto a ela perecem algumas concepções de ciclo. Assim,
começa a surgir o esboço da modernidade, a grande cultuadora da “linearidade”. Porém
a modernidade não apenas inaugura a primazia da versão linear do tempo, dando
protagonismo à história, mas também à ideia de progresso. O progressismo povoa todas
as teorias modernistas até hoje, afirmando todo tempo vindouro é sempre melhor e
superior ao passado e ao presente, e a novidade é boa em si mesma. A ciência e,
consequentemente seus métodos, foram submetidos a uma série de matérias onde
todas já estão delimitadas e subordinadas a um estudo pré-determinado, estudo este
que, além de definir/limitar quais são definitivamente os campos de suas atuações, a
bases epistemológicas de suas investigações, também tinha presente a linearidade e o
progresso como elementos constitutivos comuns. Este progresso indefinido é dado pela
primazia da ciência e da técnica, sinalizando que as concepções e explicações de caráter
sagrado e religioso devem ser eliminadas.

Esta primazia científica do progressismo na vida dos homens, tem como fim último a
instauração da felicidade terrena baseada no acesso igualitário de todos os seres
humanos aos meios de produção e aos bens materiais. Neste recorte temos o
surgimento do que se pode considerar como o homo economicus. Segundo a
modernidade, este age e vive unicamente em função de adquirir satisfação e prazer com
bens materiais, e, neste cenário, se abre a porta para o “materialismo filosófico”, no
qual a matéria é classificada como a única realidade possível. Alguns modernistas
defendem que há uma evolução inevitável em absolutamente tudo que existe neste
mundo: as sociedades, as culturas, a técnica e, inclusive, as relações humanas. Cumpre
vermos quais foram os principais expoentes da modernidade nos derradeiros 3 séculos.

O Liberalismo.

No tilintar do século XVII, a burguesia toma a concepção da linearidade temporal como


o marco cultural de seu projeto industrial. Desta forma, o exercício econômico através
do capitalismo teria desenvolvimento linear, com diferentes estágios de superação, cujo
fim é um desenvolvimento indefinido. A burguesia proclama um igualitarismo baseado
na felicidade material e o dinheiro suplanta os antigos valores tradicionais. Acumular
riqueza, para os liberais, é sinônimo de liberdade, igualdade e, principalmente,
progresso. Todo o século verá o desenvolvimento ininterrupto desta promessa de
caráter histórico.

O Positivismo.

Sob as primeiras luas do século XIX, o francês Auguste Comte, cria sua ideologia na qual
se projetam seu “otimismo” sobre o homem, sobre a cultura e outros matizes que
permeiam a vida, estão sob o olhar de seu projeto universal. De acordo com sua
compreensão, as sociedades ao longo da história da humanidade transitam (e
transitarão) por três estágios diferentes. Cada um deles em contínuo aperfeiçoamento:
os estágios teológico, metafísico e, por fim, o positivista, o qual oferece aos homens
todas as aplicações do mundo que o cerca, pois é justamente neste estágio que haverá
o domínio da ciência. Assim sendo, as disciplinas naturais e sociais caem no influxo das
três fases, comportando uma mudança da importância das chamadas “humanidades”,
ou “artes liberais”, para a construção do intelectual, que agora é visto como um homem
puramente “técnico-científico”, já que o desenvolvimento industrial, neste momento,
chega ao ápice de seu otimismo onde os teóricos positivistas esperavam a culminação
de suas idealizações, nas quais a conquista do homem sobre a natureza finalmente seria
possibilitada graças às invenções dos novos maquinários que proporcionavam um novo
tempo produtivo. Comte ilustra perfeitamente o espírito desta época, na qual o
positivismo seria a etapa final do triunfo do homem sobre si mesmo, relegando a
metafísica e a teologia como conhecimentos inferiores que devem ser superados e até
mesmo relegados às trevas do esquecimento coletivo. Não é por menos que Voegelin o
classificou (com uma conotação negativa) como “o homem do apocalipse”.

O Evolucionismo.

Se as sociedades evoluem de um estágio a outro, como teorizava Comte, também seria


lógico afirmar que o homem também evolui. As teorias evolucionistas tiveram um
desenvolvimento progressivo ao longo de toda a modernidade. Mas só apenas após as
formulações de Darwin, no século XIX, que o evolucionismo passou a ser uma verdadeira
“religião moderna”. A evolução biológica, segundo Darwin, é infinita, chegando-se,
inclusive, a teorizar-se sobre o homem do futuro, imaginado como mais inteligente e
“mais evoluído”. A vida surge no planeta pelo mero acaso, já que não existe alguma
força metafísica capaz de haver criado o homem. O materialismo filosófico logra um
triunfo político de enormes proporções, já que pensadores posteriores partirão de
alguns terrenos já explorados por alguns dos teóricos evolucionistas.

O Marxismo.

A mesma ideia de linearidade influenciou o marxismo, ainda que por outros ângulos. A
ideologia de Marx se ocuparia da evolução social para a criação de uma revolução com
fins de instauração de outro paraíso terreno: o comunismo. Assim se irrompe um novo
ato de “liberação”, sempre linear, que seria a “liberação da espécie humana”, imbuída
da esperança redentora da técnica para buscar uma suposta igualdade entre todos os
homens, Marx recusa qualquer importância de toda e qualquer transcendência
espiritual e sustenta que as leis científicas da história pavimentam o caminho em direção
à sociedade comunista, uma sociedade marcada pelo progresso indefinido, na qual
todos os homens compartilharão de toda a linha de riquezas materiais sem limite.

Todas essas teorias tiveram um elemento em comum: o avanço do tempo, das


sociedades, do homem, sempre em direção de suas prédicas redentoras. O prêmio? O
acesso à riqueza material em termos de igualdade.

S-ar putea să vă placă și