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Número 13
BOLETIM OFICIAL
ÍNDICE
ASSEMBLEIA NACIONAL:
Lei n.º 25/IX/2018:
Concede ao Governo autorização legislativa para aprovar o regime jurídico especial de proteção e
conservação das tartarugas marinhas. ...........................................................................................246
CONSELHO DE MINISTROS:
Decreto nº 5/2018:
Aprova o Acordo sobre Consultas Políticas e Diplomáticas entre o Governo da República de Cabo Verde
e o Governo da República de Moçambique......................................................................................246
Resolução nº 17/2018:
Aprova a Minuta de Convenção de Estabelecimento a celebrar entre o Estado de Cabo Verde e a Cabo
Verde Management, Lda. ................................................................................................................248
Resolução nº 18/2018:
Cria uma comissão Interministerial para Elaboração do Plano de Ação no quadro do Programa Neutralidade
em termos de Degradação das Terras (NDT) e elaboração de um Projeto Estruturante para Cabo Verde,
que permite alcançar de uma forma eficiente as metas do programa NDT..........................................260
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS:
Portaria nº 4/2018:
Aprova, o modelo de cartão de identificação profissional e livre-trânsito do pessoal técnico da área de
inspeção tributária e aduaneira. .....................................................................................................261
MINISTÈRIO DA JUSTIÇA E TRABALHO:
Portaria nº 5/2018:
Aprova os modelos de crachá e cartão de livre trânsito, respetivamente, para identificação dos funcionários
a que se refere o nº 1 do artigo 11º do Decreto-Legislativo nº 1/2008, de 18 de agosto. ........................263
MINISTÉRIO DA CULTURA E DAS INDÚSTRIAS CRIATIVAS:
Portaria nº 6/2018:
Reconhece e declara como autêntico, para os devidos efeitos de registo e inscrição, o inventário que
acompanha o processo de classificação da Morna como património cultural nacional.................265
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O referido mecanismo, nos termos do Artigo 2.º deste ACORDO ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA
Acordo, prevê, especificamente, a realização de: DE MOÇAMBIQUE E O GOVERNO DA
REPÚBLICADE CABO VERDE SOBRE
● Cimeiras bienais ao nível de Chefes de Estado e/ CONSULTAS POLÍTICAS E DIPLOMÁTICAS
ou de Governo, a realizar alternadamente, em
Moçambique e em Cabo Verde; Reâmbulo
● Reuniões dos responsáveis pela política externa de O Governo da República de Moçambique e o Governo da
ambos os Estados, a realizar alternadamente República de Cabo Verde (doravante designados “Partes”
em Moçambique e em Cabo Verde, bem como e separadamente “Parte”);
no quadro de organizações Internacionais de DESEJANDO desenvolver e fortalecer as relações
caráter universal ou regional de que são membros; tradicionais de amizade e cooperação mutuamente
vantajosas;
● Consultas dos Diretores Gerais dos Assuntos Políticos
ou de Política Externa. DESEJANDO reforçar os laços de amizade e cooperação
entre as Partes no âmbito da Carta das Nações Unidas,
O acordo prevê também a criação de Grupos de Trabalho, do Ato Constitutivo da União Africana e de outros
compostos por altos funcionários, representando os instrumentos legais regionais e internacionais de que
ministérios e departamentos governamentais de Cabo as Partes são membros;
Verde e Moçambique, mandatados para analisar ou
estudarem áreas específicas de cooperação, nos termos RECONHECENDO a necessidade de criar um mecanismo
do seu artigo 3.º, n.º 3. de consultas regulares entre as Partes sobre assuntos de
interesse comum;
De referir ainda, que os dois ministérios competentes e
responsáveis pela coordenação e implementação do presente CONSIDERANDO que este mecanismo facilita a
acordo são os Ministérios dos Negócios Estrangeiros interação entre as Partes e inclui a realização regular
Comunidades de Cabo Verde e o Ministério dos Negócios de reuniões ordinárias e outras ad hoc;
Estrangeiros e Cooperação de Moçambique. ACORDAM o seguinte:
Por não se vislumbrar neste Acordo nenhuma cláusula Artigo 1
contrária à Constituição e às demais leis da República de Autoridades competentes
Cabo Verde e, considerando ainda que o referido Acordo
permitirá o reforço da cooperação técnico-institucional As autoridades competentes e responsáveis pela
entre os dois Países amigos, aliado à necessidade de se coordenação da implementação do presente Acordo são:
cumprir as formalidades exigidas para a sua entrada em a) Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação,
vigor, considera-se justificada a aprovação, pelo Governo, pela República de Moçambique;
do Acordo sobre Consultas Políticas e Diplomáticas entre
o Governo da República de Cabo Verde e o Governo da b) Ministério das Relações Exteriores, pela República
República de Moçambique. de Cabo Verde.
Artigo 2
Assim,
Consultas entre as Partes
No uso da faculdade conferida pela alínea d) do n.º 2 As Partes concordam em criar um mecanismo de consultas
do artigo 204.º da Constituição da República, decretar o políticas e diplomáticas regulares nos seguintes níveis:
seguinte:
a) Cimeiras bienais ao nível de Chefe de Estado e/
Artigo 1.º
ou de Governo, a realizar alternadamente, em
Aprovação Moçambique e em Cabo Verde;
É aprovado o Acordo sobre Consultas Políticas e b) Reuniões dos responsáveis pela política externa
Diplomáticas entre o Governo da República de Cabo Verde de ambos os Estados, a realizar alternadamente,
e o Governo da República de Moçambique, assinado aos em Moçambique e em Cabo Verde, bem como no
21 de fevereiro de 2014. quadro de organizações internacionais, de carácter
universal ou regional de que são membros;
Artigo 2.º
c) Consultas Diretores Gerais dos Assuntos Políticos
Entrada em vigor ou de Política Externa.
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da 2. Os Ministros ou Vice-Ministros/Secretários de Estado
sua publicação e o referido acordo produz os seus efeitos das partes reunir-se-ão uma vez por ano para consultas sobre:
em conformidade com o que nele se estipula.
a) relações bilaterais;
Aprovado em Conselho de Ministros do dia 8 de b) questões regionais e internacionais de interesse
fevereiro de 2018. mútuo; e
José Ulisses de Pina Correia e Silva - Luís Filipe Lopes c) definição de novas áreas de cooperação, quando
Tavares julgadas mutuamente necessárias.
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3. As visitas recíprocas dos membros dos poderes 2. Quando as consultas forem realizadas no território
constituídos de ambos os Estados, para além das referidas de uma das Partes, os custos inerentes à organização
nas alíneas anteriores, com especial incidência naquela das mesmas, incluindo os custos do local da realização
que contribuam para o reforço das relações de cooperação; e todos os serviços de administração e secretariado são
Artigo 3
suportadas pelo país acolhedor.
Artigo 7
Âmbito das consultas
Emendas
1. As cimeiras bienais funcionam como pólos de dinamização
do diálogo e de concertação político-estratégica entre os O presente Acordo pode ser emendado por consentimento
dois Estados, tendo como objetivos, entre outros: mútuo das Partes por meio de froca de notas entre as
Partes, por via diplomática. As emendas entram em vigor
a) O exame das relações bilaterais e de outras questões na data acordada pelas Partes.
regionais e internacionais de interesse comum, Artigo 8
assim como da cooperação internacional em
Interpretação
domínios relevantes;
Qualquer diferença entre as Partes decorrente da
b) A análise da aplicação e atualização dos instrumentos
interpretação ou implementação das disposições do
jurídicos de carácter bilateral e multilateral,
presente Acordo será solucionado amigavelmente por
em que ambos Estados sejam partes;
meio de consulta ou negociação entre as partes.
c) A definição de novas ações com vista ao aprofundamento Artigo 9
do quadro global e sectorial do relacionamento Entrada em vigor, duração e cessação
bilateral.
1. Este Acordo entra em vigor na data em que cada
2. As áreas de consultas referidas no Artigo 2 podem uma das Partes tiver notificado
incluir, inter alia, as seguintes:
a outra, por escrito, através de canais diplomáticos,
a) questões relativas ao reforço da cooperação bilateral; sobre a conclusão de procedimentos constitucionais
b) questões relativas à paz, segurança e cooperação necessários para a sua implementação. A data da
em Africa; e entrada em vigor é a data da última notificação.
c) outras questões internacionais de interesse comum, 2. O presente Acordo vigora por um período inicial de
a serem acordadas mutuamente pelas Partes cinco anos e será automaticamente renovado por períodos
através dos canais diplomáticos. subsequentes de cinco anos, a menos que uma das Partes
o denuncie, por escrito, e com uma antecedência mínima
3. As Partes devem acordar previamente, através de três meses, através dos canais diplomáticos.
dos canais diplomáticos. o nível, agenda e os termos de
Em fé do que os signatários assinam e selam o presente
consultas.
Acordo em dois exemplares originais em língua Portuguesa
4. Qualquer das Partes pode solicitar, em caso de fazendo os dois textos igualmente fé.
necessidade, a realização de reuniões ad hoc, a qualquer
Assinado em Maputo, aos 21 de fevereiro de 2014
momento, como resultado de urgência e de interesse para
debater questões de interesse mútuo. Pelo Governo da República de Moçambique, Oldemiro
Júlio Marques Baloi, Ministro dos Negócios Estrangeiros
Artigo 4
e Cooperação
Contacto entre as missões diplomáticas e consulares
Pelo Governo da República de Cabo Verde, Jorge Alberto
As Partes comprometem-se a promover contactos entre da Silva Borges, Ministro das Relações Exteriores
as suas missões diplomáticas e consulares para troca de
opiniões sobre questões de interesse mútuo. ––––––
Artigo 5 Resolução n.º 17/2018
Cooperação a nível de representantes diplomáticos de 28 de fevereiro
As Partes comprometem-se a recomendar os seus A Cabo Verde Management Lda, sociedade de direito
Representantes nas Nações Unidas, União Africana e cabo-verdiano, com sede em Boa Vista, Vila de Sal Rei, NIF
noutras organizações internacionais de que são membros, 266281630, matriculada na Conservatória sob o número
bem como as respetivas delegações em reuniões e 266281630/2197120121121, capital Social de 200.000$00
conferências internacionais, a realizar consultas e a (duzentos mil escudos) totalmente realizado, representado
cooperar em domínios de interesse comum. pelo seu sócio-gerente, Francisco Manuel Ufano Polo, de
nacionalidade espanhola, pretende conceber, desenvolver
Artigo 6
e explorar o projeto de investimento turístico e imobiliário,
Arranjos financeiros em duas fases, numa área de 26,45 hectares, localizada em
1. Salvo se as Paláes acordarem em contrário, todos os Lacacão, na ZDTI de Santa Mónica, na ilha da Boa Vista,
custos, incluindo as viagens internacionais, alojamento denominado BARCELÓ CALIÇAS BRANCAS RESORT.
e alimentação, relacionados com a participação das Por seu turno, o Governo de Cabo Verde considera o
respetivas delegações nestas consultas, são custeadas referido projeto de grande valia e facilita a implantação
pela Parte que envia a Delegação. no país de uma grande marca turística internacional
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que é o Grupo Barceló, por isso, o declara de interesse Lacacão, na ZDTI de Santa Mónica, na ilha da Boa Vista,
excecional no quadro da sua estratégia de desenvolvimento sendo cerca de 16,45 (dezasseis virgula quarenta e cinco)
económico-social do país, considerando também o impacto hectares, a ser adquiridos à Sociedade de Desenvolvimento
que representará em termos do investimento, do emprego, Turístico das Ilhas de Boavista e Maio e cerca de 10 (dez)
da formação profissional e do aumento quantitativo e hectares de terreno próprio;
qualitativo da capacidade alojativa nacional.
A Fase I do Projeto de Investimento implica um
Assim, ao abrigo do disposto no nº 1 do artigo 16º da investimento de 89.000.000 € (oitenta e nove milhões
Lei nº 26/VIII/2013, de 21 de janeiro, alterada pela Lei de euros) e será realizada num período de 5 (cinco) anos
nº 102/VIII/2016, de 6 de janeiro, e (1 ano para início das obras e 4 anos de construção),
numa área de 17,95 (dezassete virgula noventa e cinco)
Nos termos do nº 2 do artigo 265.º da Constituição, o
hectares e compreenderá um Hotel de 5 estrelas, com 684
Governo aprova a seguinte Resolução:
quartos, com piscinas, SPA, bares, restaurantes, espaços
Artigo 1º verdes, áreas desportivas, bem como um conjunto de
Aprovação infraestruturas básicas e complementares para as duas
fases, necessário ao funcionamento do empreendimento.
É aprovada a minuta da Convenção de Estabelecimento A operação do hotel gerará cerca de 402 empregos diretos;
a celebrar entre o Estado de Cabo Verde e a Cabo Verde
Management Lda., constante do anexo à presente Resolução, A Fase II do Projeto de Investimento, implica um
da qual faz parte integrante para todos os efeitos. investimento de aproximadamente 43.000.000 € (quarenta
e três milhões de euros), será realizada num período de
Artigo 2º 6 (seis) anos (2 anos para o início das obras, 3 anos de
Mandato construção e 1 ano de funcionamento) a contar da conclusão
da Fase I, numa área de 8,5 (oito virgula cinco) hectares e
É mandatado o Vice-Primeiro Ministro e Ministro compreenderá a construção de 456 quartos, com piscinas,
das Finanças para, em nome do Estado de Cabo Verde, bares, restaurantes, espaços verdes, áreas desportivas,
proceder à assinatura da Convenção de Estabelecimento bem com um conjunto de infraestruturas básicas. A
referida no artigo anterior. operação do hotel gerará cerca de 318 empregos diretos;
Artigo 3º
3. Com o referido projeto, a Investidora pretende
Depósito do original da Convenção de Estabelecimento desenvolver um empreendimento turístico que reflete as
tendências da evolução da procura turística internacional,
O original da Convenção de Estabelecimento fica em
assente, fundamentalmente na oferta de um conjunto
depósito na Agência de Promoção de Investimento e
de serviços integrados de elevada qualidade, na esteira
Exportações de Cabo Verde, doravante designada Cabo
de vários outros empreendimentos turísticos de lazer
Verde TradeInvest.
construídos e gerido pelo Grupo Barceló em vários outros
Artigo 4º países;
Entrada em vigor 4. O Governo de Cabo Verde considera o projeto Barceló
A presente Resolução entra em vigor no dia seguinte Caliças Brancas Resort de grande valia e facilita a
ao da sua publicação. implantação no país de uma grande marca turística
internacional que é o Grupo Barceló, por isso, o declara
Aprovada em Conselho de Ministros do dia 8 de de interesse excecional no quadro da sua estratégia de
janeiro de 2018. desenvolvimento económico-social do país, considerando
também o impacto que representará em termos do
O Primeiro Ministro, José Ulisses de Pina Correia e Silva
investimento, do emprego, da formação profissional e
MINUTA DE CONVENÇÃO do aumento quantitativo e qualitativo da capacidade
DE ESTABELECIMENTO ENTRE O ESTADO alojativa nacional.
DE CABO VERDE E A CABO VERDE
Assim,
MANAGEMENT, LDA
Entre:
Considerando que:
O Estado de Cabo Verde, adiante designado por Estado,
1. A Investidora pretende implementar um Projeto de
representado pelo Ministro da Economia e Emprego, José
Investimento relevante para a Promoção e aceleração
da Silva Gonçalves, conforme a Resolução do Conselho
do desenvolvimento da economia nacional, denominado
de Ministros nº………. /2017, de ……de ………;
Barceló Caliças Brancas Resort, adiante designado por
Projeto de Investimento a ser implementado na ilha da e
Boa Vista, na ZDTI de Santa Mónica;
A Cabo Verde Management Lda”, Sociedade de direito
2. O Projeto de Investimento implica um investimento Cabo-verdiano, com sede em Boa Vista, Sal Rei, NIF
total de cerca de 132.000.000 € (cento e trinta e dois milhões 266281630, matriculada na Conservatória sob o número
de euros) e construção de um hotel com 1.140 quartos, 266281630/2197120121121, Capital Social de 200.000
a ser construído em duas fases, em três lotes contíguos ECV (duzentos mil escudos cabo-verdianos) totalmente
de terreno num total de 26,45 hectares, localizado em realizado, neste ato representado pelo seu Sócio-Gerente,
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Senhor Francisco Manuel Ufano Polo, de nacionalidade g) Incentivos - as isenções e reduções de impostos
espanhola, titular do Passaporte nº AAG435733, adiante fiscais e de direitos aduaneiros a conceder
designado por Investidora. pelo Estado à Investidora, nos termos da lei e
condições constantes da presente Convenção;
É celebrada a presente Convenção de Estabelecimento,
que se rege pelas seguintes cláusulas: h) Período de Investimento – o prazo estipulado para
a realização do investimento proposto, prazo
CAPÍTULO I esse nunca superior a 11 anos, incluindo o prazo
do inicio das obras, contados a partir da data
DISPOSIÇÕES GERAIS
da assinatura da presente convenção;
Cláusula Primeira
i) Vigência da Convenção de Estabelecimento – 15
Objeto anos contados a partir da data da respetiva
assinatura.
A presente Convenção de Estabelecimento tem por
objeto estabelecer um conjunto de direitos, obrigações e CAPÍTULO II
incentivos que as Partes aqui representadas assumem,
a fim de permitir a implementação das Fases I e II do OBJETIVOS DO PROJETO
“Projecto de Investimento”, a construir na ZDTI de Santa Cláusula Terceira
Mónica, na ilha da Boa Vista, conforme a planta de
localização que constitui o Anexo da presente Convenção. Objetivos contratuais
legais e regulamentares e padrão em uso pelo vigor da presente Convenção de Estabelecimento, não
empreendimento, nomeadamente sobre higiene se verificando ocorrência de factos que consubstanciem a
e segurança alimentares e qualidade; existência de força maior ou de alteração de circunstâncias.
c) Melhoria da qualidade da mão-de-obra cabo- 3. As obras da Fase II, terão a duração máxima de 3
verdiana através de uma quota mínima de 10% (três) anos, devendo seu início ter lugar no prazo máximo
para quadros de chefias intermediarias nacionais de 24 (vinte e quatro) meses a contar da data do início
no empreendimento na fase de exploração, que de exploração da Fase I, não se verificando ocorrência de
poderá ser progressiva até ao 3º ano de exploração; factos que consubstanciem a existência de força maior
ou de alteração de circunstâncias, nomeadamente do
d) A concretização do objetivo acima referido esta agravamento das condições de mercado.
condicionada à disponibilidade no mercado
local de competências requeridas pelo padrão 4. A Investidora obriga-se a fornecer informações
de gestão dos empreendimentos, nomeadamente trimestrais relacionadas com a execução do Projeto de
nos domínios da língua, marketing e vendas e acordo com o formulário fornecido pela Direção Geral
tecnologias de informação. de Turismo e Transporte, sem prejuízo da obrigação de
prestar quaisquer informações que lhe forem solicitadas
3. A aptidão para atingir qualquer um dos objetivos do pelo Cabo Verde TradeInvest, pela Direção Nacional das
projeto constantes da presente cláusula está dependente da Receitas do Estado, pela Direção Geral das Alfândegas
não ocorrência de factos que consubstanciem a existência ou por outras entidades competentes.
de força maior ou de alteração de circunstâncias. Cláusula Sétima
4. A existência ou não de caso de força maior ou de Garantias gerais para a execução do projeto
alteração das circunstâncias é reconhecida por conciliação
O Governo assegura à Investidora os direitos e as
das Partes ou por recurso à instância arbitral nos termos
garantias previstos na Lei nº 13/VIII/2012, de 11 de
do capítulo VII da presente Convenção de Estabelecimento.
julho, alterada pelo Decreto-Lei nº 34/2013, de 24 de
Cláusula Quarta setembro, para a instalação e o funcionamento do
Declaração de interesse excecional do Projeto Projeto, designadamente, segurança e proteção do seu
investimento, não discriminação, abertura de contas
O Governo considera o Projeto de Investimento de grande em divisa e sua movimentação nas suas transações
valia para Cabo Verde e, por isso, declara-o de interesse com o exterior, transferência do capital investido e dos
excecional, no quadro da estratégia de desenvolvimento lucros da Investidora, para o exterior, provenientes dos
nacional, tendo em conta a sua dimensão e natureza investimentos realizados no país.
e as implicações económicas e sociais que representa,
Cláusula Oitava
designadamente o volume de investimento, a criação de
empregos e de riqueza, assim como a criação de condições Trabalhadores estrangeiros
para o desenvolvimento sustentado do turismo nacional. 1. A Investidora pode contratar trabalhadores estrangeiros,
Cláusula Quinta nos termos da lei.
Enquadramento dos empreendimentos 2. Aos trabalhadores estrangeiros contratados pela
Investidora é garantida livre transferência para o
1. A implementação do Projeto de Investimento fica exterior dos rendimentos auferidos no âmbito do Projeto
dependente do seu enquadramento nos instrumentos de de Investimento.
gestão territorial e nas servidões e restrições de utilidade
pública aplicáveis. 3. Aos trabalhadores referidos nos números anteriores
serão concedidos visto de entrada em Cabo Verde, bem
2. O Projeto de Investimento deve observar o programa como autorização de residência, desde que requeridos
e os parâmetros ambientais e urbanísticos aprovados, nos termos da lei.
nomeadamente quanto às proporções máximas de densidades
populacionais e mínimas de espaços verdes, arruamentos CAPÍTULO III
e estacionamentos, os coeficientes de impermeabilização OBRIGAÇÕES DA INVESTIDORA
dos solos, os índices máximos de construção e implantação, Cláusula Nona
a não ser quando outra solução haja sido adotada pelos
Obrigações da Investidora
instrumentos de ordenamento de território aplicáveis.
A Investidora obriga-se perante o Estado a:
Cláusula Sexta
Concretização do projeto
a) Fornecer, nos prazos estabelecidos, todas as informações
que lhe forem solicitadas pelas entidades competentes,
1. O Projeto Turístico será realizado pela Investidora para efeitos de acompanhamento, controlo e
ou por sociedades por si contratadas, de acordo com os fiscalização do Projeto de Investimento, com
competentes Planos de Ordenamento Turístico, com as vista ao cumprimento dos objetivos definidos
normas vigentes no país em matéria de ordenamento na cláusula terceira;
do território, construção civil e preservação ambiental.
b) Comunicar a Cabo Verde TradeInvest qualquer
2. As obras da Fase I terão a duração máxima de 4 alteração ou ocorrência que ponha em causa
(quatro) anos, devendo o seu início ter lugar no prazo a implementação e funcionamento do Projeto
máximo de 12 (doze) meses, a contar da entrada em de Investimento;
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2. Qualquer modificação à presente Convenção reveste b) Por correio eletrónico, desde que comprovadas por
a forma exigida por lei, assinado pelas Partes e publicado recibo de entrega;
no Boletim Oficial de Cabo Verde, nos termos do nº 2 da
c) Por correio registado com aviso de receção.
cláusula anterior.
Cláusula Décima Nona 2. Consideram-se, para efeitos da presente Convenção,
Responsabilidade das Partes como domicílios das Partes as seguintes moradas:
Anexo
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258 I SÉRIE — NO 13 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE FEVEREIRO DE 2018
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A comissão referida no artigo anterior, é constituída 1. A Comissão tem um prazo de 6 (seis) meses a contar
por representantes das seguintes instituições: da publicação da presente Resolução para apresentar
junto do Ministério da Agricultura e Ambiente o Projeto
a) Representantes do Ministério da Agricultura e Transformador para Cabo Verde (PT_CV) aprovado e
Ambiente (MAA), quem preside; socializado.
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2. A comissão reúne-se ordinariamente, quinzenalmente Entretanto, para o cabal exercício das funções da
e extraordinariamente sempre que mostrar necessário, fiscalização e/ou inspeção tributária torna-se imperioso
devendo todos os encontros realizados, serem lavrados a existência de funcionários nomeados oficialmente e
em ata e assinada pelos membros presentes. devidamente identificados, conforme resulta do disposto
no art.º 43 do RIT.
3. A comissão ora criada extingue-se com a entrega do
Projeto Estruturante para Cabo Verde, e findo o prazo O Cartão de Identificação Profissional para o pessoal da
referido no número um deste artigo. Direção-Geral das Contribuições e Impostos e respetivos
dirigentes que foi elaborada ao abrigo do artigo 3º do
Artigo 5.º
Decreto-Lei n.º 64/92, de 5 de junho e aprovado pela
Entrada em vigor Portaria n.º 35/96, de 21 de outubro mostra-se, hoje,
desatualizado e carecendo de ser adaptado face à evolução
A presente Resolução entra em vigor no dia seguinte verificada no quadro legal, decorrente da referida
ao da sua publicação. reforma do procedimento e processo tributário, o que, por
conseguinte, justifica a adoção de um modelo de cartão
Aprovada em Conselho de Ministros do dia 8 de de identificação mais funcional.
fevereiro de 2018.
Por outro lado, o artigo 37º do Regime Jurídico das
O Primeiro-ministro, José Ulisses de Pina Correia e Silva Infrações Tributárias não Aduaneiras aprovado pelo
Decreto-Legislativo n.º 3/2014, de 29 de outubro define
––––––o§o–––––– que, durante a execução de diligências de investigação de
factos constitutivos de um crime tributário não aduaneiro,
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS aos órgãos da administração tributária cabem os poderes e
funções que o Código de Processo Penal atribui aos órgãos
–––––– de polícia criminal, fazendo, dos Dirigentes e funcionários
da carreira de inspeção tributária, no exercício de tal
Gabinete do Ministro função, autoridades de policia criminal.
assim como o crachá de metal são emitidos e registados Ingressar ou transitar livremente nas estações e cais de embarque, docas, aeródromos, aeroportos e quaisquer outros lugares
públicos, mediante a simples exibição do presente cartão, quando em exercício de funções numa ação inspetiva;
pelo Serviço de Logística e Gestão de Pessoas da Direção Requisitar às autoridades, policiais ou de outra natureza, a colaboração que se mostre necessária ao exercício das suas funções;
Direito ao uso e porte de arma de defesa;
Nacional de Receitas do Estado, sendo os citados cartões Poderes e funções que o Código de Processo Penal atribui aos órgãos de polícia criminal, no âmbito da execução de diligências de
investigação de factos constitutivos de crime tributário não aduaneiro.
assinado pela Diretora Nacional. Aqueles que, por qualquer forma dificultarem ou opuserem ao exercício da ação fiscalizadora da DNRE, incorrem em
responsabilidade criminal nos termos da lei penal, além da responsabilidade disciplinar a que lhe haja lugar.
1. O cartão de identificação profissional tem validade ANEXO 2 – Crachá de metal a que se refere
de três anos, devendo ser substituídos quando expire o n.º 2, do art.º 1
o respetivo prazo ou sempre que se verifique qualquer
alteração nos elementos dele constantes.
2. Em caso de extravio ou deterioração dos cartões,
pode ser emitida uma segunda via, até final do respetivo
prazo de validade, de que se fará indicação expressa.
3. O uso do cartão e crachá de metal pelo seu titular
depende do exercício efetivo de funções, pelo que são
obrigatoriamente devolvidos sempre que ocorra extinção
ou suspensão da relação jurídica de emprego, incluindo
situações de baixa médica prolongada, suspensão preventiva
nos termos do estatuto disciplinar ou utilização de um
qualquer instrumento de mobilidade.
Artigo 5.º
Infração
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E TRABALHO Judiciária elaborada em esmalte azul sobre ouro. O crachá
conterá ainda, no centro, as armas da República com as
–––––– suas cores originais.
(Crachá)
Por outro lado, a indicação no cartão de identificação
das prerrogativas e direitos do respetivo titular, faculta O Crachá será confecionado em material metalplast, ou
ao funcionário o exercício de tais direitos, inerentes à outro, que permita a impressão, ou qualquer outra forma
exibição do cartão, designadamente: de gravação adequada, com a cor dourada, legenda da
Policia Judiciária em esmalte azul sobre ouro, tendo no
- a utilização gratuita dos transportes coletivos centro as armas da República com as suas cores originais.
terrestres e marítimos,
Artigo 3º
- o livre acesso a determinados locais vedados ao (Funcionário de apoio à investigação criminal)
público,
É aprovado o modelo de cartão de identificação dos
- o uso e porte de arma, funcionários referidos no nº 3 do artigo 11º do Decreto-
Legislativo nº 1/2008, de 18 de agosto, representado nos
- o direito de não ser preso, senão em flagrante delito;
anexos III e IV à presente Portaria.
Esses direitos e prerrogativas vêm todos enumerados no Artigo 4º
verso do cartão ou crachá. Convém, no entanto, realçar,
(Membros do Conselho Superior da Polícia Judiciária)
que pela natureza das atribuições legalmente cometidas
à Polícia Judiciária, enquanto órgão de polícia criminal, É aprovado o modelo de cartão de identificação dos
importa que se proceda à correta identificação dos seus membros do Conselho Superior da Polícia Judiciária,
funcionários, condição sine quo non para o exercício de representado no anexo V à presente Portaria.
seus direitos e obrigações. Assim sendo, tal permitirá
aos cidadãos reconhecerem se o funcionário da Polícia Artigo 5º
Judiciária atua no uso dos poderes legítimos e com respeito (Versos dos cartões de identificação)
pelos direitos fundamentais que em todos os momentos
devem ser garantidos e assegurados. Do verso dos cartões de livre acesso e de identificação
representados nos anexos III e IV deve constar obrigatoriamente:
Pretende-se, outrossim, adequar os modelos de crachá
e de cartão de livre trânsito, à recente atualização da a) A área em que o funcionário exerce funções;
imagem institucional da Polícia Judiciária, de forma a b) Local da sede do departamento em que exerce funções.
conferir-lhes elementos de modernidade, dignidade e
durabilidade. Artigo 6º
(Cartões de identificação)
A um tempo propõe-se o uso de um material de melhor
qualidade gráfica, que proporcione uma maior visibilidade Os cartões de identificação serão executados em material
e, a longo prazo, contribuir para a diminuição dos custos plástico, branco, com a dimensão estandardizada de
com a confeção dos mesmos. Assim, na confeção do crachá 54 mm por 85 mm, cantos redondos com raio de 3 mm,
será utilizado o metalplast, ou material equivalente, impressos por sublimação da tinta, possuindo no verso
privilegiando-se a cor dourada, sendo a legenda da Policia uma banda magnética que se destina a ser codificada.
264 I SÉRIE — NO 13 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE FEVEREIRO DE 2018
Artigo 7º ANEXO I
(Autenticação) CRACHÁ
Os cartões são autenticados com a assinatura digitalizada
do Diretor Nacional da Polícia Judiciária ou do seu
substituto legal, por codificação na banda magnética e com
um holograma de segurança, tecnicamente designado de
holokote, que consiste na aplicação sobre o cartão, após a
sua impressão, de uma película transparente impressionada
com 24 x a imagem de armas da República, oposta de
forma indelével, a ocupar por sobreposição toda a face
do cartão de identificação, tornando-se visível quando se
observa o cartão de forma angular, com uma inclinação
próxima da rasante.
Artigo 8º
(Substituição)
(Entrada em vigor)
I SÉRIE
BOLETIM
O F I C I AL
Registo legal, nº 2/2001, de 21 de Dezembro de 2001
I.N.C.V., S.A. informa que a transmissão de actos sujeitos a publicação na I e II Série do Boletim Oficial devem
obedecer as normas constantes no artigo 28º e 29º do Decreto-Lei nº 8/2011, de 31 de Janeiro.