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ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental I - 167

NITRIFICAÇÃO EM BIODISCO

Vânia Maria Junqueira Santiago(1)


Engenheira Química com especialização em Engenharia Ambiental pelo IHE,
Holanda, atuando há 16 anos na área de tratamento de efluentes hídricos do
Centro de Pesquisas da PETROBRAS.
Eloisia Barbosa de Almeida Pinto Coelho
Engenheira Química com especialização em Auditoria e Gerenciamento
Ambiental - PETROBRAS, atuando na área ambiental como coordenadora
da Comissão Especial de Atividades Ambientais da Refinaria Gabriel
Passos- Minas Gerais
Cláudia Lopes Zanette
Bióloga, atuando desde 1992 na Assessoria de Segurança e Meio Ambiente - da Refinaria
Gabriel Passos - PETROBRAS -Minas Gerais.
José Heleno Coimbra de Almeida
Engenheiro Químico, atuando há 10 anos na área de projeto de unidades de tratamento de
efluentes (elaboração de projeto básico e assessoria técnica) do Serviço de Engenharia da
PETROBRÁS

Endereço(1): Avenida 1 - Quadra 7 - Cidade Universitária - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro -


RJ - CEP: 21949-900.

RESUMO

A remoção de nitrogênio amoniacal em efluente de refinaria é obtida tradicionalmente pela


nitrificação em sistemas de biomassa em suspensão pelo processo de lodos ativados. Com a
finalidade de testar novas tecnologias, optou-se pela avaliação de uma unidade-piloto de
biodisco na Refinaria Gabriel Passos (Betim - MG). A unidade foi operada durante sete meses,
mantendo-se as condições ótimas de pH, carbono orgânico, alcalinidade e oxigênio dissolvido.
A piloto foi também operada com inversão de fluxo para aumentar a eficiência do sistema,
permitindo uma maior absorção dos picos de carga de nitrogênio amoniacal. A taxa de
remoção média foi de 1,4 g N-NH3/m2 /dia para a situação de alimentação normal e de 1,5 g
N-NH3/m2 /dia com o uso de reversão de fluxo. Estes valores eqüivalem a taxas de aplicação
de 1,9 e 1,6 g N-NH3/m2 /dia, respectivamente. A eficiência máxima obtida na situação de
operação do biodisco em fluxo normal foi de 94 %, ao passo que com a reversão de fluxo
obteve-se, com a mesma taxa de aplicação hidráulica, eficiência de 99 % de remoção de
nitrogênio amoniacal. A operação do biodisco mostrou que a remoção da nitrogênio amoniacal
neste tipo de processo, para efluentes de refinaria de petróleo, pode ser conseguida com
eficiências elevadas.

PALAVRAS -CHAVE: Biodisco, Nitrificação, Nitrogênio Amoniacal, Biomassa Fixa.

19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 958


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HISTÓRICO

Em 1986, através da Deliberação Normativa 10/86, foi definido, pela Fundação Estadual de
Meio Ambiente - FEAM, e deliberado, pelo Conselho de Política Ambiental - COPAM (MG),
os padrões para lançamentos de efluentes hídricos, tendo sido definido para nitrogênio
amoniacal o valor de 5,0 mg N-NH3/l.

A REGAP desenvolveu vários estudos além da implementação de modificações de projeto e


operacionais com o objetivo de enquadrar o seu efluente neste parâmetro. Entretanto, o
resultado não foi o desejado. Assim, viu-se a necessidade de encontrar alternativas que fossem
de fácil implantação e baixo custo. Os processos de biomassa fixa aplicados especificamente à
nitrificação foram identificados como as melhores opções.

Em decorrência da necessidade de confirmar a viabilidade técnica de remoção de nitrogênio


amoniacal por aqueles sistemas, deu-se início ao projeto, construção e operação de um biofiltro
de percolação e instalação e operação de um biodisco.

Sistema de Tratamento Atual - REGAP

Os efluentes líquidos industriais da REGAP são coletados em três redes distintas: águas
contaminadas, águas oleosas e água da unidade de coque. Estas correntes se unem à montante
da Estação de Tratamento de Despejos Industriais - ETDI. Essa estação é constituída de dois
separadores de água e óleo tipo API, um separador de água e óleo tipo PPI, duas bacias de
acumulação de águas de chuvas ou excedentes das redes de água oleosa e de água
contaminada; que consistem no tratamento primário.

O tratamento secundário é constituído de duas lagoas de aeração, sendo uma de mistura


completa e a outra, facultativa aerada. O efluente destas lagoas é encaminhado para uma lagoa
de polimento, e posteriormente, lançado no corpo receptor (Córrego de Pintados).

Este sistema tem capacidade de tratar até 300 m3/h, em tempo seco, e 450 m3/h em tempo de
chuva.

O tratamento primário hoje existente não é suficiente para a remoção de óleo ao nível
necessário para o tratamento biológico. Desta forma, será instalado um flotador a ar dissolvido,
à jusante do separador de água e óleo tipo PPI, com previsão para entrada em funcionamento
em 1998.

Sabe-se que em lagoas com baixos tempos de residência a nitrificação não é favorecida, e a
remoção devido à incorporação do nitrogênio na biomassa formada não é suficiente para um
abatimento considerável deste. Assim, a construção do sistema de biodisco após as lagoas
aeradas tem por finalidade a remoção do nitrogênio amoniacal presente neste efluente.

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As dimensões e volumes de projeto, a potência instalada assim como os tempos de residência


hidráulico das lagoas aeradas e de polimento considerando a vazão média de 300m3/h são
apresentadas a seguir:
Tabela 1 - Características das Unidades de Tratamento.
Unidade de Tratamento Comprimento Largura Profundidade Volume Potência TRH
(m) (m) (m) (m) (pH) (dias)
Lagoa de mistura
completa 110 65 3 21450 480 3,0
Lagoa facultativa
aerada 110 65 3 21450 240 3,0
Lagoa de polimento
350 100 3,5 122500 zero 15

Nitrificação

O processo de nitrificação ocorre na presença de bactérias que oxidam o nitrogênio amoniacal


a nitrito e este, a nitrato. Os dois principais gêneros de bactérias responsáveis pela nitrificação
são as nitrosomonas e nitrobacter, sendo que outros tipos de bactérias tanto autotróficas
como heterotróficas também são capazes de promover a oxidação do nitrogênio amoniacal.

Estes dois grupos de bactérias são classificados como autotróficos por obterem a energia para
seu crescimento da oxidação da forma inorgânica do nitrogênio. Outra característica destes
microorganismos é que eles utilizam o carbono inorgânico, dióxido de carbono, e não o
carbono orgânico como a maioria das bactérias.

A seguir, é apresentada a equação estequiométrica para oxidação do nitrogênio amoniacal a


nitrito pela nitrosomonas:
NH4+ + 1,5 O2 ? 2H+ + H2 O + NO2 - (1)
A liberação de energia livre desta reação foi estimada por vários pesquisadores e está situada
entre 58 a 84 kcal/mol do íon amônio.

A reação de oxidação do nitrito a nitrato pela nitrobacter pode ser expressa como:
NO 2- + 0,5 O2 ? NO3 - (2)
Com liberação de energia na faixa de 15,4 a 20,9 kcal/mol de nitrito. Assim, a nitrosomonas
obtém mais energia por mol de nitrogênio oxidado do que a nitrobacter, o que implica maior
massa de células produzidas por mol de nitrogênio oxidado.

Pesquisadores sugerem que a cada grama de nitrogênio oxidado, 0,17 g de células são
formadas, correspondendo a 0,15 g de células de nitrosomonas por grama de nitrogênio
amoniacal, e 0,02 g de células decorrente da oxidação do nitrito pela nitrobacter.

A reação total para o oxidação do nitrogênio amoniacal a nitrato pode ser expressa como:
NH4+ + 2 O2 ? NO3 - + 2H+ + H 2O (3)
Pela estequiometria das reações (1) e (2), verifica-se que: a massa necessária de oxigênio para
completar estas reações é de 4,57 g O2/g de nitrogênio oxidado, sendo 3,43 g de O2

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proveniente da oxidação do nitrogênio amoniacal e 1,14 g da oxidação do nitrito e, o consumo


de alcalinidade é de 7,14 grama como CaCO3 por grama de nitrogênio oxidado.

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Fatores Ambientais que influenciam a Nitrificação

Temperatura

O processo de nitrificação ocorre na faixa de, aproximadamente, 4 - 45 ºC, sendo que a


nitrosomonas tem como temperatura ótima 35 ºC, e a nitrobacter a faixa ótima é de 35 -
42ºC.

Valores conservativos foram estimados para a taxa máxima de crescimento das nitrosomonas
na faixa de 10 - 30 ºC. Estes valores podem ser vistos na tabela 2.

Tabela 2 - Taxa máxima de crescimento específico para a nitrosomonas em função da


temperatura.

TEMPERATURA, ºC ? n, d-1
10 0,3
20 0,65
30 1,2

Os dados apresentados na tabela 2 estão de acordo com a equação de Vant't Hoff Arrhenius
onde a taxa de crescimento dobra a cada 10 ºC.

Oxigênio Dissolvido

A concentração de oxigênio dissolvido tem um efeito significativo na velocidade de crescimento


das bactérias nitrificantes e nitrificação nos sistemas de tratamento biológico de efluentes. A
faixa de concentração de oxigênio dissolvido necessária para a nitrificação em sistemas de
biomassa em suspensão é de 0,5-2,5 mg/l. Nos reatores de biomassa fixa, onde a transferência
de massa e resistência de difusão são características inerentes do reator de nitrificação, o nível
de oxigênio dissolvido dever ser relativamente maior. Estudos recentes sugerem que a
concentração de oxigênio dissolvido no líquido dever ser mantida em 70 % da concentração de
saturação.

pH e Alcalinidade

Muitos estudos já foram realizados procurando-se determinar a influência do pH e do grau de


aclimatação sobre a taxa de nitrificação, verificando-se uma ampla faixa de pH ótimo, que varia
entre 7,4 e 8,6.

Como já citado uma substancial quantidade de alcalinidade é consumida durante o processo de


nitrificação (7,14 g CaCO3 /g NH4 +-N oxidado). Ficou demonstrado que, em um reator
biológico, o pH é ditado pela alcalinidade e concentração de CO2 presente no sistema
operando na faixa de pH de 5 a 8.

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Em estudos onde variações abruptas de pH foram aplicadas no reator, observou-se que a


nitrificação é retomada após curto espaço de tempo, indicando que o pH tem efeito inibitório e
não tóxico.

Inibidores

As bactérias nitrificantes são sensíveis a um grande número de compostos orgânicos e


inorgânicos. Na tabela 3, apresentam-se alguns dos compostos orgânicos inibidores da
nitrificação, ressaltando-se que estas concentrações de inibição não abrangem a adaptação.

Tabela 3 - Principais compostos orgânicos e seus níveis de inibição.


COMPOSTO CONCENTRAÇÃO 1 (mg/l)
Acetona 2000
Sulfeto de carbono 38
Clorofôrmio 18
Etanol 2400
Fenol 5,6
Etilenodiamina 17
Hexaetilenodiamina 85
Anilina <1
Monoetilenoamina (MEA) <200

1
Concentração do composto que resulta no mínimo em 50 % de inibição

Certos compostos inorgânicos, incluindo os metais, tem efeito inibitório para as bactérias
nitrificantes. Os compostos inorgânicos identificados como potencialmente inibidores da
atividade das bactérias nitrificantes são: cádmio, cianeto livre, cianeto de sódio, chumbo, cobre,
cobalto, cromo, níquel, tiocianato e zinco.

As bactérias nitrificantes são também sensíveis a algumas formas de nitrogênio. Nitrogênio


amoniacal na forma não-ionizada ou amônia livre (NH3 ) e ácido nitroso não-ionizado (HNO2),
são conhecidos como inibidores em certas concentrações. Amônia livre começa a inibir a
nitrosomonas em concentrações de 10-150 mg/l, e a nitrobacter na faixa de concentração de
0,1-1,0 mg/l. O ácido nitroso inibe as nitrosomonas e nitrobacter em concentrações de 0,22 -
2,8 mg/l.

Relação Carbono Orgânico e Nitrogênio

A relação carbono orgânico e nitrogênio é um dos fatores críticos que influenciam os sistemas
que se propõem à nitrificação. Em qualquer tipo de reator, melhores taxas de nitrificação são
obtidas quando há uma limitação da concentração de matéria carbonácea e sólidos em
suspensão na entrada. Diferentes estudos convergem para uma concentração de demanda

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bioquímica de oxigênio (DBO) e sólidos inferior a 15 mg/l, para que a máxima taxa de
nitrificação seja obtida. É citado, também, como regra a ser seguida, que a relação entre DBO
e nitrogênio amoniacal deve ser mantida inferior a um.

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Unidade Piloto

Os reatores biológicos de biomassa fixa têm, no seu interior, um material de enchimento que
atua como meio -suporte, agregado ao qual se desenvolve a biomassa ativa. As células crescem
sobre a superfície do material, formando uma película úmida, denominada biofilme. Os
microorganismos formadores do biofilme captam e utilizam como substrato substâncias
presentes nos líquidos a serem tratados, promovendo, dessa maneira, as transformações
desejadas.

O biodisco é um processo de biomassa fixa onde os suportes plásticos são montados como
discos suportados por um eixo central. Este pacote é montado em um tanque, de forma que,
aproximadamente, 40% do suporte fiquem submersos no meio líquido durante a rotação. A
transferência de massa do substrato e do oxigênio ocorre pela rotação da parte submersa do
biodisco por meio do efluente contido no tanque. A rotação constante do suporte coloca o
biofilme ora em contato com o substrato, ora com o ar. Usualmente, a rotação empregada em
unidades industriais fica entre uma e duas rpm, e velocidade periférica de 18,3 m/min. Além de
promover o contato do biofilme com o substrato e oxigênio, a rotação tem também o papel de
controlar a espessura do biofilme. Neste tipo de reator, um biofilme suficiente se desenvolve
em, aproximadamente, duas semanas após a partida em operação normal a temperaturas acima
de 15 ºC. A espessura do biofilme alcança seu equilíbrio entre 25 e 60 dias.

A unidade-piloto consiste em um tanque contendo um conjunto de placas corrugadas de


polietileno de alta densidade, empacotadas e dispostas em paralelo, formando um cilindro, que,
suportadas por um eixo central, são ligadas a um rotor, que promove a rotação do conjunto.
Vista por um corte longitudinal, as passagens internas são hexagonais, lembrando a estrutura de
uma colmeia. O diâmetro dos discos é de 0,5 metro, e o comprimento de cada estágio, de 29,7
cm, correspondendo a uma área superficial de 23,9 m2 para os quatro estágios. A relação
volume/área superficial dos discos é de 200 m2/m3.

O parâmetro utilizado para projeto de biodisco é a taxa de aplicação e remoção de nitrogênio


amoniacal, expressa em g NH3/m2/dia. Vários trabalhos apresentados na literatura mostram que
a taxa de remoção é constante para valores de concentração de nitrogênio amoniacal na saída
superiores a 5 mg N-NH3/l. Taxa de 1,4 g N-NH3/m2 /dia são relatadas na literatura como
típicas de biodiscos.

Operação

A operação da unidade-piloto teve por objetivo ava liar o desempenho deste tipo de reator de
biomassa fixa na remoção de nitrogênio amoniacal por nitrificação e a influência da taxa de
aplicação de nitrogênio amoniacal.

A unidade-piloto teve, inicialmente, um período de crescimento do biofilme (15 dias) após a


inoculação que se deu por introdução de efluente de refinaria contendo as bactérias nitrificantes,
seguido de uma fase de levantamento de dados, com duração de quatro meses, de onde pôde
ser obtida a melhor condição operacional para o enquadramento do nitrogênio amoniacal no

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efluente. Nesta condição, a unidade operou por, aproximadamente, três meses. Nos últimos
dois meses, o biodisco foi operado com reversão de fluxo a cada semana, e análise dos
estágios intermediários. O biodisco operou na faixa de 40 a 200 l/h. O acerto do pH e
alcalinidade foi obtido pela adição de bicarbonato de sódio. Foram analisados os seguintes
parâmetros durante a operação destas unidades: nitrogênio amoniacal, carbono orgânico total,
pH, alcalinidade, oxigênio dissolvido, sólidos suspensos voláteis e totais.

RESULTADOS

Procurou-se operar a unidade de forma a manter as condições ótimas para a manutenção da


nitrificação, ou seja, baixa concentração de matéria carbonácea e sólidos e pH dentro da faixa
ótima para as bactérias nitrificantes. A concentração média de entrada de carbono orgânico
total foi de 32 mg/l, sólidos suspensos voláteis de 18 mg/l , oxigênio dissolvido de 4,4 mg/l e pH
de 8,4.

Houve redução do carbono orgânico total, sólidos e pH na saída do reator, e um aumento do


teor de oxigênio dissolvido. O pH foi sempre mantido acima de 8,0 na saída. A concentração
média de nitrogênio amoniacal na entrada do biodisco foi de 19,5, e na saída, de 1,2 mg N-
NH3/l.

A média dos parâmetros relacionados à eficiência do reator para as condições de operação


normal e com reversão de fluxo assim como os valores de máximo e mínimo foram calculados e
apresentados na tabela 4. Observe -se a taxa de remoção de nitrogênioamoniacal média foi de
1,4 g N-NH3/m2 /dia, para a situação de alimentação normal, e de 1,5 g N-NH3/m2 /dia com o
uso de reversão de fluxo. Estes valores eqüivalem a taxas de aplicação de nitrogênio amoniacal
de 1,9 e 1,6 g N -NH3/m2/dia.

Tabela 4 - Valores médios, máximos e mínimos dos parâmetros relacionados à


eficiência do biodisco.
Taxa de aplicação Taxa de remoção Eficiência
Condição (g/m2 /dia) (g/m2 /dia) (%)
de fluxo Média Máx. Mín. Média Máx. Mín. Média Máx. Mín.
Normal 1,9 3,4 1,4 1,4 2,8 0,8 75 94 31
Reverso 1,6 3,0 1,1 1,5 2,9 0,9 94 99,9 72,2

Analisando o parâmetro eficiência verifica-se que esta aumentou de 75 para 94 % com o


emprego da reversão de fluxo, tendo sido registrados freqüentemente valores de 99 %.

Estes resultados podem ser visualizado na figura 1, que mostra a relação entre taxa de aplicação
e remoção de nitrogênio amoniacal para as duas condições operacionais testadas. Nesta figura
fica evidenciado a manutenção da alta eficiência, na condição de reversão de fluxo, mesmo em
altas taxas de aplicação de nitrogênio amoniacal.

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3,0
Eficiência=100%
2,5

Taxa de remoção 2,0

(g/m2/dia) 1,5

1,0

0,5

0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5

Taxa de aplicação
(g/m2 /dia) Com reversão

Normal

Figura 1 - Influência da taxa de aplicação na taxa de remoção de nitrogênio amoniacal.

A seguir, são apresentados os resultados obtidos nos estágios intermediários do biodisco onde
são relacionadas as concentrações médias obtidas na entrada, em cada estágio e na saída do
reator. A partir destes dados foram calculadas as respectivas taxas de remoção de nitrogênio
amoniacal, para as condições de fluxo normal e reversão de fluxo periódica.

Tabela 5 - Concentração média e taxa de remoção de nitrogênio amoniacal nos


estágios do biodisco.
ESTÁGIO Nitrogênio amoniacal Taxa de remoção
mg N-NH3/l (g N-NH3/m2 /dia)
normal reversão normal reversão
Entrada 24,2 19,5
1 20,0 12,3 1,36 2,29
2 14,7 6,7 1,70 1,82
3 11,1 3,0 1,16 1,19
4 9,1 1,8 0,65 0,37
Saída 6,2 1,0

Na figura 2, apresenta-se a concentração de entrada e saída de nitrogênio amoniacal em cada


estágio. Conforme esperado, há um decréscimo gradativo da concentração de amônia em cada
estágio, para as duas situações de fluxo: normal e com reversão. Pode ainda ser observado que
na situação de reversão de fluxo a partir do terceiro estágio há uma menor queda da
concentração de nitrogênio amoniacal.

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25
24,2

20 20,0
19,5

NH3 (mg N-NH3/l)

15 14,7

12,3

11,1
10
9,1

6,7
6,2
5

3,0
1,8
1,0
0
1 2 3 4 5 6

Entrada Saída

Pontos de coleta
Normal

Com reversão

Figura 2 - Concentração de nitrogênio amoniacal na saída em cada estágio do biodisco.

Na figura 3, apresenta-se a taxa de remoção de nitrogênio amoniacal média obtida para cada
estágio, que mostra a baixa taxa de remoção, no primeiro e último estágios, para situação de
fluxo normal, quando comparado com a condição de reversão de fluxo.

2,50

2,3

2,00
TAXA DE REMOÇÃO(g/m2/dia)

1,8
1,7

1,50
1,4

1,2
1,2
1,00

0,7
0,50

0,4

0,00
1 2 3 4

com reversão
ESTÁGIOS normal

Figura 3 - Taxa de remoção de nitrogênio amoniacal em cada estágio do biodisco.


Na figura 4, são apresentados os resultados de taxa de remoção de nitrogênio amoniacal para
as duas condições de fluxo: sentido único e com reversão a cada sete dias. A condição de

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atendimento à legislação ambiental, ou seja, nitrogênio amoniacal inferior a 5 mg NH3-N/ l, com


a taxa de remoção equivalente está indicada. Pode ser visto que um aumento de 69 % é obtido
eficiência com a condição de reversão de fluxo.

3,000

Reversão de fluxo
2,500
Taxa de remoção de NH3-N (g/m2/dia)

2,285
y = 0,88Ln(x) + 0,1

2,000

1,822
1,702 Fluxo normal
1,52

1,500
1,351
1,189 1,156 y = 0,62Ln(x) - 0,35

1,000
0,931

0,64 0,650
0,500
0,370
0,253

0,000
0,000 5,000 10,000 15,000 20,000 25,000

Concentração de NH3-N por estágio (mg/l)

Figura 4 - Influência da concentração de nitrogênio amoniacal na taxa de remoção de


nitrogênio amoniacal por estágio.

CONCLUSÕES

A operação do biodisco mostrou que a remoção da nitrogênio amoniacal neste tipo de


processo para efluente de refinaria de petróleo pode ser conseguida com eficiências elevadas.
O tempo de formação do biofilme foi inferior a um mês, demonstrado pela eficiência da ordem
de 60 % nesta fase.

Verificou-se que o aumento da taxa de operação de nitrogênio amoniacal implica aumento da


taxa de remoção da mesma, e queda da eficiência expressa em percentual de nitrogênio
amoniacal removido, principalmente na condição de fluxo em sentido?

A operação com reversão de fluxo mostrou ser altamente interessante, permitindo uma melhor
absorção dos picos de carga. A eficiência máxima obtida na situação de operação do biodisco
em fluxo normal foi de 94 %, ao passo que com a reversão de fluxo obteve -se, com a mesma
taxa de aplicação hidráulica, eficiência de 99 % de remoção de nitrogênio amoniacal.

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Na condição de reversão de fluxo, a unidade foi operada por 60 dias, e a concentração de


nitrogênio amoniacal foi inferior a 5,0 mg/l em 100 % das amostras coletadas, representativas
da média diária

Para a condição de concentração de amônia na saída do biodisco de 5 mg NH3-N/l a taxa de


remoção de amônia para a condição de operação em fluxo normal foi de 2,6 g N-NH3
remov./m2/dia, e para a condição de reversão de fluxo a cada sete dias foi de 4,4 g N-NH3
remov./m2/dia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Development Command, under Contract No DAMD17-79 - C - 9110 by Pennsylvania
State University (September).

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