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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO DE PSICOLOGIA

TRABALHO ACADÊMICO PRODUÇÃO AVANÇADA II

MARIA BERNADETE DOS SANTOS LOPES


RITA DE CASSIA DOS SANTOS OLIVEIRA

Rio de Janeiro
Novembro – 2017
TRABALHO ACADÊMICO PRODUÇÃO AVANÇADA II

AS INFLUÊNCIAS DAS REDES SOCIAIS NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

O presente relatório visa cumprir as exigências da Segunda


Parte da avaliação da disciplina Produção Avançada II da
Universidade Estácio de Sá.

Orientadora Ms Professora Maria Thereza Toledo

Rio de Janeiro
Novembro – 2017
Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica sobre as
influências das redes sociais nos relacionamentos interpessoais. As influências e seus efeitos
pessoais e nas relações é ainda objeto de estudo para a Psicologia Social e diversas áreas. A
dependência tecnológica, causada pelas redes sociais, afeta o comportamento humano gerando
ações internas e externas, ou seja, comportamentos remodelados ou modificados. As discussões
sobre os impactos da influência das redes sociais nos comportamentos de casais resultam em
transformações que atingem o relacionamento cotidiano, a convivência íntima e até mesmo a
familiar. As propostas de discussão indicam que o casal deve refletir sobre seus
comportamentos, levando em consideração a reflexão sobre os modelos de comunicação
peculiares ao casal, a permissividade de independência em determinados interesses e o que o
acesso as novas tecnologias de informação e entretenimento afetam o relacionamento.

Palavras Chaves: Rede Social, Relacionamento Interpessoal, Dependência Tecnológica

Abstract

This article aims to present a bibliographical review on the influence of social


networks on interpersonal relationships. The influences and their personal effects and in the
relations is still object of study for Social Psychology and several areas. Technological
dependence, caused by social networks, affects human behavior by generating internal and
external actions, that is, behaviors that are remodeled or modified. The discussions about the
impacts of social networks influence on couples' behaviors result in transformations that affect
everyday relationships, intimate and even family life. The discussion proposals indicate that the
couple should reflect on their behavior, taking into consideration the reflection on the models
of communication peculiar to the couple, the permissiveness of independence in certain
interests and what access to the new information and entertainment technologies affect the
relationship.

Key Words: Social Networking, Interpersonal Relationships, Technological Dependence


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As Influências das Redes Sociais nas Relações Interpessoais

Introdução

A presente pesquisa é uma revisão bibliográfica sobre as influências das redes


sociais nas relações interpessoais; apresentamos as bases teóricas adotadas para o alinhamento
e elaboração, nos quais são abordadas as influências das redes sociais nas relações interpessoais,
dependências tecnológicas e impactos nos comportamentos de casais, através de uma discussão
ainda não formulada pelos teóricos sob a ênfase científica.
Ao pesquisarmos as influências das redes sociais na vida das pessoas e suas
significantes transformações comportamentais, nos deparamos com um revolucionado sistema
de relações. Mostraremos também através de pesquisas o impacto das mesmas nos
comportamentos de casais e a dependência tecnológica relacionada ao seu uso, já antepondo
estimulando à uma reflexão sobre a crise atual da família, os casais que se queixam de
insatisfação conjugal atribuída às dificuldades de comunicação. Faz-se necessário avaliar a
possível influência de variáveis conjugais, tais como habilidades sociais, novos
comportamentos humanos surgem ou são remodelados e modificados como as relações
interpessoais provindas do meio tecnológico e formas de controle existentes nas relações
pessoais me si, as que se surgem nas relações nas redes sociais bem como o sentido e a sensação
de liberdade que as relações nas redes sociais podem gerar.
As relações Interpessoais têm se modificado ao longo das décadas sob diversos
elementos, conceitos, percepções de direito e igualdade e a própria evolução social. E é nessa
evolução sócio – tecnológica que a as redes sociais transformaram o mundo e a percepção que
as pessoas têm deste, influenciando nas relações, trazendo inovações e promovendo a criação
de uma gigantesca comunidade que interfere de forma individual coletiva nos mais diversos
formatos, podendo até causar uma dependência tal que assume o estágio de dependência.
Segundo Bandura (2011) que já reconhecia a importância das relações interpessoais
na vida humana, enfatiza novos comportamentos como produtos das interações sociais. Sendo
assim, situações sociais independentes dos contextos onde ocorrem, são geridas por costumes
e normas de acordo com cada cultura. Ou seja, nossa existência é marcada a todo instante por
relacionamentos. Saber até que ponto uma rede social influência nas relações interpessoais é
isso que pretendemos abordar para entendermos vários pontos de vista diferentes sobre tais
influências das novas tecnologias nestes últimos anos e qual o seu impacto na sociedade.
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Diante deste cenário o relacionamento interpessoal é a capacidade de relacionar-se


ou conviver com outras pessoas em suas interações em ambientes presenciais e virtuais. As
interações não ocorrem no vazio, as situações sociais, o contato entre duas pessoas ou mais
pessoas em sua “primeira impressão” é o impacto que uma causa no outro ou nos outros,
descreve (Moscovici).
Sabe-se, no entanto que a importância das relações, tratada diversificadamente
através da psicologia social demonstra a maneira dinâmica que a influência da presença, física
ou virtual, de outras pessoas no comportamento individual tem como resposta as variações
dependentes nas relações grupais. Sob esse aspecto, Sherif (1935) relata que quando falamos
em influência social estamos nos referindo ao fato de uma ou várias pessoas induzir outra à um
determinado comportamento. Dentre outras, desdobra-se os modelos positivo / negativo,
quando muitas vezes servimos de referência, até mesmo sem sabermos.
A qualidade do relacionamento interpessoal depende exclusivamente da influência
entre as partes envolvidas.
O processo de interação não é simplesmente a soma das características individuais
de cada pessoa. Em cada conjunto, as forças presentes e atuantes assumem uma própria
configuração influenciando os sentimentos e ações e desenvolvendo o seu próprio processo.

1 - O Relacionamento Interpessoal

O relacionamento interpessoal refere-se a relação com o próximo, é a competência


através da qual o indivíduo se relaciona bem com as pessoas que interage. A habilidade
necessária para entender e responder adequadamente a humores, temperamentos motivações e
desejos de outras pessoas.
A busca pelo equilíbrio entre as afinidades, a atração pela falta delas (o diferente),
interesses comuns, enfim uma infinidade de razões e emoções. O exercício da habilidade
interpessoal se dá conhecendo, analisando e distinguindo sentimentos (intenções, motivações,
estados de ânimo) pertencentes ao outro e controlando sua reação em função destes sentimentos.
As Relações Interpessoais se desenvolvem a partir da interação, do eu x o outro, não sendo um
processo solitário. Esse conhecimento de si, associado ao conhecimento do outro e a capacidade
de exercer empatia, faz dos parceiros mais do que a simples soma de um par, lhe dá o status de
casal.
Segundo Aroldo Rodrigues (1999), um dos fenômenos que mais comumente
ocorrem no relacionamento interpessoal é o fenômeno de influência social. Constantemente
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estamos tentando influenciar outras pessoas e sendo por elas influenciados, e esclarecendo tais
impactos nos comportamentos de casais, informar suas possíveis influências, benefícios e
malefícios das mesmas nas relações interpessoais com mais relevância hoje. Elas respondem
um grito solitário numa sociedade que desagregou a capacidade de convivência e ao mesmo
tempo inseriu um veículo de presença, de identidade ou celebridade.
Em sua análise Robert Hinde (1997), demonstra que similaridades e diferenças
pessoais podem ter efeito, positivos ou negativos, no relacionamento interpessoal e na vida da
organização. As similaridades podem se referir ao comportamento, a personalidade, as
percepções (do mundo e dos relacionamentos), as habilidades, aos cargos ocupados e as
atividades desempenhadas. Tais semelhanças facilitam a comunicação, melhoram os resultados
do trabalho em equipe, possibilitam uma melhor percepção do outro, diminuem os conflitos de
opinião e aumentam a satisfação com o relacionamento. Fela Moscoci (1981), em sua discussão
sobre Competência Interpessoal no Desenvolvimento de Gerentes demonstra que dois
componentes da competência interpessoal assumem importância capital: a percepção e a
habilidade propriamente dita. O processo da percepção precisa ser treinado para uma visão
acurada da situação interpessoal. Isto significa um longo processo de crescimento pessoal,
abrangendo a percepção, e autoconscientização, autoaceitação como pré-requisitos de
possibilidades mais realísticas dos outros e situação interpessoal. Competência interpessoal,
portanto, é resultante de percepção acurada como disto antes e de habilidades específicas
comportamentais que conduzem a consequências significativas no relacionamento duradouro e
autêntico, satisfatório para as pessoas envolvidas.
Neste mesmo viés apresentaremos análises e discussões sob as tratativas
psicológicas comportamentais, sociais e organizacionais, tanto como sobre os instrumentos
tecnológicos, utilizados socialmente e que foram se introduzindo em nossos dias a ponto de se
transformarem em agentes de dependência individual afetando o social.

1.1 - A importância das relações interpessoais

Podemos definir relacionamento como a capacidade de relacionar-se ou conviver


com outras pessoas, comportamento pessoal e social. As relações interpessoais acontecem por
meio da interação compartilhada por duas ou mais pessoas. As interações não ocorrem no vazio,
acontecem em diversos contextos sejam eles organizacionais, educacionais, familiares ou
comunitários.
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Essas situações sociais, independente de contextos onde ocorrem, são geridas por
costumes e normas de acordo com cada cultura. Nesses múltiplos ambientes existe a interação
humana, que por sua vez, influencia o rumo das atividades, e também os resultados destas
organizações. Ou seja, nossa existência é marcada a todo instante por relacionamentos. Um
grande, dinâmico e complexo sistema interligado por fios invisíveis em constante processo de
transformação. O contato entre duas ou mais pessoas é a chamada “primeira impressão” é o
impacto que uma causa no outro ou nos outros, descreve Moscovici (1985). Este primeiro
encontro depende de diversos fatores psicológicos, das experiências de cada uma das pessoas,
suas expectativas e motivações no momento, e ainda depende da própria situação do encontro.
Quando a primeira impressão é positiva em ambos os lados, a tendência é que se
estabeleça um relacionamento de simpatia e aproximação facilitando o relacionamento
interpessoal e atividades em comum. Quando o impacto é positivo em apenas uma das partes,
o relacionamento tende a ser difícil, exigindo um grande esforço de conhecimento das partes
envolvidas buscando desmistificar a primeira impressão.
São bastante comuns julgamentos, pré-conceitos e impressões errôneas que
acarretam em dificuldades e aborrecimentos desnecessários. Jogar a culpa no outro é sempre
mais fácil e cômodo, do que um exame em suas próprias atitudes e preconceitos desfazendo
impressões negativas que não condizem com a realidade. Os sentimentos influenciam as
interações e as atividades desenvolvidas. Problemas não resolvidos no mundo dos sentimentos
impedem o crescimento e desenvolvimento pessoal e organizacional. É difícil e extremamente
desgastante conviver em ambientes sem nenhuma compreensão do comportamento das pessoas,
sem identificar a troca de influências e sem conhecer particularidades de seu próprio
comportamento.
Ao observarmos pessoas trabalhando, estudando, praticando esportes ou quaisquer
outras atividades próximas uns dos outros podemos perceber que seus comportamentos sofrem
alterações quando são observados, filmados, avaliados, aplaudidos, entre outros. Se fossem
máquinas, poderiam praticar as mais variadas atividades lado a lado sem nenhuma interferência
entre si, homens são diferentes, eles interagem e essa interação influencia em suas atitudes e
ações.
A interação das pessoas no ambiente afeta as atividades de cada um e de todos.
Sendo interativo e experiencial, o ser humano tem no encontro com as outras experiências
internas que possibilita a revelação de outras dimensões de seu próprio eu que ainda não são
conhecidas.
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O resultado da interação humana influência diretamente no desempenho e na


produtividade prevista ou esperada seja individual ou coletiva. A interação humana ocorre
permanentemente entre as pessoas e se manifestam sob as formas verbais e não verbais,
pensamentos, sentimentos, reações mentais, físicas ou corporais e até mesmo por meio do
silêncio e afastamento.
Quando uma nova pessoa começa a participar de um grupo ela leva consigo suas
crenças, expectativas, preconceitos, opiniões, valores, gostos, ideias, sonhos, percepções entre
outros. Seu jeito de ser juntamente com suas características particulares, ao interagir e
compartilhar de experiências com os demais membros seguramente influenciará na dinâmica
do grupo.
De acordo com Moscovici (1985) a forma como são tratadas as diferenças
individuais interfere significativamente no processo de interação de um grupo. Quando as
diferenças são aceitas e discutidas com franqueza a comunicação flui facilmente, existe o
diálogo, os participantes se ouvem entre si, articulam seus pensamentos, opiniões e
sentimentos. No entanto, quando as diferenças são contidas tem início a construção de barreiras
entre os participantes, começam as “fofocas” e distorções na comunicação. As pessoas se
armam, já não ouvem umas as outras, não falam o que gostariam e distorcem a percepção de
tudo o que acontece dentro daquele contexto.
A qualidade do relacionamento interpessoal depende exclusivamente da influência
entre as partes envolvidas. Pode ser agradável, cooperativo causando bem-estar nas pessoas que
integram suas forças para o alcance de um objetivo maior que a soma de suas forças. Mas
também pode ser estressante, desgastante e conflitivo, levando a degradação das relações e
também a dissolução de relacionamentos ou mesmo do grupo.
O processo de interação não é simplesmente a soma das características individuais
de cada pessoa. Em cada conjunto, as forças presentes e atuantes assumem uma própria
configuração influenciando os sentimentos e ações e desenvolvendo o seu próprio processo.
Ter competência interpessoal de acordo com Moscovici (1985), é ter a “habilidade
de lidar eficazmente com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma adequada
às necessidades de cada uma e às exigências da situação.”
O aspecto das relações interpessoais, tratado diversificadamente através da
psicologia social demonstra a maneira dinâmica que a influência da presença de outras pessoas
no comportamento individual, tem como resposta, as variações dependentes das relações
grupais e conduzem a diferentes respostas comportamentais a nível grupal e individual.
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Bandura (2011) que já reconhecia a importância das relações interpessoais na vida


humana, enfatizando a aquisição de novos comportamentos como produto das interações
sociais. Segundo essa perspectiva, comportamentos são aprendidos por meio da observação de
outros indivíduos engajados em um comportamento e na modelação subsequente deste para si
próprio, levando em conta as recompensas e as punições associadas a ele. No entanto, ainda
que a teoria da aprendizagem social defenda a importância dos contatos sociais com outros na
aquisição de comportamentos, ela não dá igual ênfase a todas as associações. Para Bandura, as
pessoas - em especial as mais jovens - são mais propensas a imitar os comportamentos daqueles
com quem elas têm maior contato, tanto em frequência quanto em duração. Os relacionamentos
mais íntimos e formados cedo nas experiências do indivíduo são mais importantes para o
processo de aprendizagem social que aqueles mais tardios ou menos intensos.
Mas é ainda preciso levar em consideração que atualmente as relações
interpessoais, se organizam em redes sociais e se configuram de formas mais ampla e bastante
diferenciada conforme as fontes de pesquisa acessadas nesses estudos.
Dentre os mecanismos que agem nas relações interpessoais, temos na atualidade,
por conta de novos meios de comunicação virtuais, derivados da Internet, as redes sociais
agindo intensificadamente na maneira como as pessoas interagem.

"Por milhares de anos, as interações sociais foram construídas isoladamente na


comunicação cara a cara. (...) Hoje, além do potencial impressionante de habitar
mundos on-line virtuais, nós nos envolvemos em outras formas de comunicação e
interação que já se tornaram banais, embora sejam, de fato, bastante notáveis: nós nos
correspondemos via Twitter, e-mail, blog, sistemas de mensagem instantânea,
Google, YouTube e Facebook, usando tecnologia que não existia há alguns anos".
(Christakis NA, Fowler JH. O Poder das conexões: a importância do networking e
como ele molda nossas vidas. Rio de Janeiro: Elsevier; 2010).

2 - Influências das Redes Sociais nas relações interpessoais

Redes sociais virtuais são as novas tecnologias e, portanto, com a expansão da Web
a interatividade passou a fazer parte do contato com este fenômeno da sociedade atual. As redes
sociais “são agrupamentos, por meio de softwares específicos que permitem imprimir perfis,
com dados e informações de caráter geral e específicos das mais diversas formas e tipos (texto,
arquivos, imagens, fotos, vídeos, etc.)” permitindo que a visualização seja acessível a outras
pessoas (Duarte, Quant & Souza, 2008).
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Segundo Recuero (2009), uma rede social é composta por vários contatos em suas
conexões. As pessoas, instituições ou grupos, os Nós da Rede, ou seja, fazem parte da Rede. As
conexões são os laços sociais (a afetiva conexão entre os atores que estão envolvidos nas
interações) formados através da interação social entre os atores e podem ser percebidas de várias
maneiras, através da ação que produz um reflexo comunicativo entre o indivíduo e seus pares
como reflexo social. A autora complementa afirmando que “De certo modo, são as conexões o
principal foco do estudo das redes sociais, pois é sua variação que altera as estruturas desses
grupos”. (RECUERO, 2009).
Um dos fenômenos que mais comumente ocorrem no relacionamento interpessoal
é o de influência. Repetidamente somos tentados influenciar outras pessoas e sendo por elas
influenciados. Nossas atitudes derivam muitas vezes de influências de outros significantes e são
às vezes mudadas devido à persuasão de que somos alvo. O grande gasto em propaganda
demonstra a confiança na possibilidade de as pessoas serem influenciadas com frequência. Às
vezes influenciamos com a intenção de fazê-lo e, outras vezes, servimos de referência positiva
ou negativa para outras pessoas e fazemos sem saber. Zajonc (1968) define a Psicologia Social
como sendo “o estudo da dependência e a interdependência entre as pessoas”.
Quando falamos em influência social estamos nos referindo ao fato de uma ou
várias pessoas induzir outra a um determinado comportamento. Isso não é a mesma coisa que
mudança de atitude, pois, uma mudança de atitude implica uma mudança interna e não apenas
comportamental, segundo os estudos clássicos relativos à influência social conduzida por Sherif
(1935).
“A influência de uma pessoa sobre outra acontece principalmente através do
pensamento. Alguém comunica um pensamento. Como acontece isso? Alguém
causa mudança no mundo externo normal que, percebidas por outra pessoa, são
consideradas como a induzindo a apreender um pensamento e aceita-lo como
verdadeiro. Poderiam os grandes acontecimentos do mundo terem se tornado
realidade sema comunicação do pensamento? E apesar disso, estamos inclinados a
considerar os pensamentos como irreais, porque parecem não possuírem influência
sobre os acontecimentos embora pensar, julgar, falar, compreender, são fatos da
vida humana. Como um martelo parece muito mais real que um pensamento. Como
é diferente o processo de usar um martelo do de comunicar um pensamento (Frege,
1977).”

De fato, as interações sociais são sensíveis a certos condicionamentos trazidos pelo


aparato tecnológico. Porém a dinâmica social não pode ser explicada isolando-se suas partes ou
por suas condições iniciais. (FREGE)
“Fato central sobre as interações humanas é que elas são acontecimentos, que elas
estão psicologicamente representadas em cada um dos participantes”. (ASCH)
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Conforme Aroldo Rodrigues, a interação entre as pessoas ou a mera expectativa de


tal, indica um relacionamento interpessoal, porque no momento em que nos comportamos
segundo as expectativas do outro, já estamos nos relacionando com ele.
A percepção social faz parte da compreensão do significado de interação porque é
a partir do que percebemos que formamos uma imagem pessoal, e ao compreendermos o
conceito como “um todo”, são geradas expectativas a respeito do que foi percebido,
concebemos ideias, formamos pré-conceitos e estereótipos.
Estes conjuntos de conceitos que forma nossas percepções, que por sua vez é
resultado dos nossos Valores, formadores das nossas crenças e determinantes dos nossos
comportamentos, é a base de nossos princípios morais.
Em nossas atitudes estão contidos valores, crenças e percepções do outro, este
“outro” social, evidência das implicações estabelecidas, por nós, com ele.
Vivemos em grupos, estamos sempre interagindo e estabelecendo Relações
Interpessoais, e estas são influenciadas por nossa Relação Intrapessoal, a que estabelecemos
com nós mesmos, que contém a nossa subjetividade, e quando nos relacionamos com o outro,
o influenciamos e somos influenciados por ele, o que gera a vida e o dinamismo dos grupos.
(Braga, 2014).
As perspectivas gerais utilizadas pela Psicologia social e suas teorias acerca do
comportamento interpessoal são usadas para explicar a causa da tendência das pessoas
praticarem a filantropia, caridade, ou seja, a interação social. A troca social (Homans, 1961;
Thibaut e Kelley, 1959), concebe as interações humanas como uma troca de recursos sociais,
psicológicos ou materiais. Isso equivale a dizer que, em nossas relações interpessoais, nós
trocamos não apenas bens materiais (dinheiro, por exemplo), mas também bens sociais, como
amor, informações, status, serviços (Foa e Foa, 1975).
No âmbito da psicologia social, propõe que, muitas vezes, os indivíduos auxiliam
os outros por conta de certas normas da sociedade, que prescrevem o comportamento
apropriado à tais situações.
O renomado sociólogo Alvim Goldner (1960) argumenta que a reciprocidade é
universal, é essencial à manutenção de relações estáveis entre as pessoas e se aplica em todas
as esferas sociais. Em todas as interações humanas. (Aroldo Rodrigues).
Sabemos pela Filosofia que o homem é um Ser Social, e várias teorias tanto
filosóficas, como biológicas confirmam a fundamental influência do Meio ambiente no
Desenvolvimento Humano, e na forma como estabelecemos nossas Relações Interpessoais e
Intrapessoais. (Braga, 2010)
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O surgimento das Redes Sociais é um fenômeno relativamente recente e que se


expande muito rapidamente. Muitos profissionais, das mais diversas áreas, têm dedicado algum
tempo para pensar o impacto das redes sociais nas vidas das pessoas. Tentando formar um olhar
mais amplo recorri a algumas produções já divulgadas, onde pude colher interessantes pontos
de vista.
A influência das redes sociais na vida das pessoas é um fato incontestável. Que, em
quase todas as coisas, podemos observar o lado positivo e negativo também não é novidade.
Antes o grande foco era o entretenimento, chats e bate papos, piadas, comédias, fotos, recados,
encontros, jogos, essas características se mantêm, mas outros recursos estão sendo agregados.
Poderíamos dizer que de alguma forma as redes sociais estão “amadurecendo”.
Como as redes sociais influenciam em nossas vidas? Podemos ver jovens se
organizando politicamente em prol do bem comum, repassando informações úteis e aderindo a
campanhas de solidariedade, como ocorreu no caso da tragédia da Região Serrana do Rio de
Janeiro e mais recentemente nos acontecimentos políticos no Egito. Vem se evidenciando a
quantidade crescente de pessoas que utilizam as redes sociais como fonte de network, resgatam
contatos profissionais, atualizam e disponibilizam os currículos, recomendam e são
recomendados, divulgam trabalhos e parcerias.
Temos bastante liberdade e também por isso podemos perder nossa privacidade.
Depende principalmente do quanto nos expomos com fotos, comentários e informações.
Também já ouvi comentários que apontam para o vício das redes sociais, na verdade elas não são
entorpecentes, quem se vicia somos nós pela dedicação, pela curiosidade ou pela necessidade de
atenção. As redes sociais transformaram, moldaram o meio em que vivemos e a percepção que
as pessoas têm do mesmo. Revolucionando relações interpessoais, locais e modos de trabalho,
trazendo inovações e promovendo a criação de uma gigantesca comunidade que participa e
colabora de forma coletiva nos mais diversos formatos. (Kirk Patrick, 2011).
Até alguns anos atrás, os teóricos da comunicação definiam como mídia de massa
apenas a imprensa, o cinema, o rádio e a televisão. No início da década de 90, os sistemas
eletrônicos interativos baseados em computação e telefonia eram definidos como mídias
emergentes (De Fleur e Ball-Rokeach, 1993), porém, as redes de computadores que formam a
Internet saíram das redes de pesquisas das universidades e outras instituições para se tornar um
sistema de comunicação que abrange expressivas parte da população, ou seja, do mundo, o que
transformou em parte da cultura de massa (Castells, 2000 e 2003; Leitão e Nicolaci-da - Costa,
2000 e 2003).
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As influências seus efeitos e a sua interação com as relações será sempre objeto de
estudos para a psicologia social e diversas áreas. Nosso objetivo é investigar as influências das
redes sociais particularmente nas relações interpessoais.

3 - A Dependência Tecnológica Causada pelas Redes Sociais

Com a popularização das novas tecnologias em meados da década de 90, muitas


questões surgiram com relação ao uso dos computadores e, especialmente, da internet. Assim,
novos comportamentos humanos parecem surgir; outros apenas são remodelados e
modificados, como o chamado vício em internet. Os usuários chegam até a manifestar crises ou
ataques de fúria quando estão desconectados dela, faltam ao cuidado consigo mesmos e/ ou
com outros, podendo até levar a própria morte ou a de dependentes (Korkeila, Kaarlas,
Jääskeläinen, Vahlberg, & Taiminen, 2010).
Os principais problemas relatados se referem à dependência psicológica, que inclui
um desejo irresistível de usar a rede, com incapacidade de controlar seu uso; irritação quando
não conectados e euforia assim que conseguem acesso. Têm obsessão pela vida virtual, não se
importando pela vida presencial, como o sono, a alimentação, os relacionamentos offline. A
preferência pela vida virtual em detrimento da presencial, pode trazer muitas consequências
negativas, tais como colocar em risco relacionamentos importantes (casamentos, relações entre
pais e filhos, etc.), prejuízos escolares e do trabalho (K. S. Young, 1996; 1997; 1999a, 1999b;
2005; 2007; 2008; 2010; K. S. Young, Pistner, O'Mara, & Buchanan, 1999; K. S. Young &
Case, 2004; K. S.; Young, Yue, & Ying, 2010).
Abreu e outros (2008) acreditam que estes sintomas devam ser identificados como
um tipo de Transtorno do Controle do Impulso, sob o código F63.9, no CID - 10. Este transtorno
é uma categoria residual, à qual são relegadas síndromes que ainda aguardam validação – como
a oniomania, o impulso sexual excessivo, a dermatotilexomania, a automutilação recorrente e
as chamadas dependências de tecnologias, como a de internet e videogame.
Alguns autores denominam o transtorno em estudo, como dependência
comportamental (Carbonell, Guardiola, Beranuy, & Belles, 2009). Griffiths (2000; 2001, 2005)
o define por seis critérios principais: saliência, modificação de humor, tolerância, abstinência,
conflito e recaída. A saliência ocorre quando a internet se torna a atividade mais importante na
vida da pessoa e domina os seus pensamentos sentimentos e comportamento. A modificação do
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humor refere-se às mudanças na vida afetiva resultantes de experiências subjetivas que as


pessoas relatam ter como consequência de se envolverem em atividades na internet, que podem
ser consideradas como uma estratégia de enfrentamento (ou seja, elas experimentam uma
sensação excitante ou, paradoxalmente, tranquilizante de "escape"). A tolerância é o processo
pelo qual é necessária uma quantidade crescente de internet para alcançar os efeitos da
modificação de humor. Sintomas de abstinência são os estados ou sensações desagradáveis,
físicos ou psicológicos, que ocorrem nos períodos de ausência do uso da internet. Conflito se
refere às discordâncias entre o usuário de internet e aqueles que o rodeiam, podendo haver
discussões sobre o gastar muito tempo na internet. Recaída é a tendência para reversões
repetidas aos padrões anteriores do uso excessivo de internet, apesar de períodos de abstinência
(M. Griffiths, 2000).
Sanchez-Carbonell, Beranuy e outros. (2008), sintetizam os principais sintomas
categorizados pela literatura como vício em internet. Caracterizam os sintomas: dependência
psicológica, consequências negativas, tolerância e abstinência e outros. Segundo a revisão
bibliográfica realizada por estes autores, a atividade se converte na atividade mais importante
da vida do sujeito, dominando pensamentos e sentimentos; ao sujeito parece que nada é possível
sem internet e que tudo gira em torno dela. Também ocorre prejuízo de atividades que não
exigem o computador como são as relações sociais levando o indivíduo a isolar se, dando
exclusividade ás interações virtuais. A conduta é persistente, apesar do desejo do usuário de
controlá-la ou modificá-la. Uma vez conectado, ele tem dificuldades de interromper a conexão,
passando mais tempo do que o pretendido, utilizando de diversas desculpas para não desliga-la
e aumentando assim, o tempo de uso.
As consequências negativas estão relacionadas a prejuízos no trabalho, como faltas,
baixo rendimento, colocando em risco de demissão ou em situações constrangedoras pela
incapacidade de controlar o uso. Também são contabilizados prejuízos financeiros, às vezes por
compras de itens virtuais; outras vezes, a dependência é a própria compra online. Prosseguindo
com Sanchez-Carbonell, Beranuy e outros. (2008), outra consequência é o descuido consigo
mesmo e com dependentes, como crianças e bebês, que passam a ter pouca importância para o
usuário. Ainda entre as consequências negativas, estão os conflitos familiares. O uso excessivo
faz com que o usuário descuide de relacionamentos familiares importantes, tais como o
casamento, relação entre pais e filhos, relacionamentos com amigos que não os virtuais.
Também são aumentados sintomas de abstinência, como as alterações do humor, irritabilidade,
impaciência, inquietude, tristeza, ansiedade. Em casos extremos existe grande agitação motora,
agressividade ou irritabilidade, ao não se conseguir a conexão.
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Abreu e outros (2008) apontam para discordância entre os profissionais com


respeito a dependência ou vício de internet. Os critérios de avaliação são diferentes, as escalas
construídas para verificar a existência do problema são diversas (Byun e outros., 2009; Czincz
& Hechanova, 2009). Alguns autores acreditam na inexistência desta categoria diagnóstica
(Warden, 2004; Wells, Mitchell, Finkelhor, & Blease, 2006) sendo que, o diagnóstico mais
adequado para alguém que passa horas colecionando pornografia na internet seria o de
compulsão por sexo, uma vez que o sujeito usaria a internet apenas como instrumento para a
busca do material.

4 - Os impactos das redes sociais nos comportamentos de casais

Num relacionamento, quase sempre, existe influência recíproca. Se o ambiente é


agradável, harmonioso e produtivo certamente, as pessoas envolvidas nesse processo
contribuem para isso. Da mesma forma, as pessoas envolvidas também colaboram para
estabelecer um clima tenso, com constantes conflitos, deterioração nos relacionamentos e
consequentemente queda no desempenho das atividades. Mas também pode ser estressante,
desgastante e conflitivo, levando a degradação das relações e também a dissolução de
relacionamentos.
De acordo Bauman (2003) como modernidade liquida, na qual os relacionamentos
são vivenciados pela fragilidade de suas estruturas e laços sociais, sendo fluídos, instáveis,
efêmero e pouco duradouros, assim a quantidade passaria a ser prioridade em detrimento da
qualidade. Segundo o autor os relacionamentos tornam-se um produto a ser consumido, isto é,
descartáveis.
A curta duração dos relacionamentos atuais faz com que as pessoas se sintam
sozinhas, o que torna a internet uma ferramenta atrativa para comunicação (Prado ,2004), Silva
Neto, Mosmann e Lomando (2009) menciona que a rapidez com que os vínculos amorosos são
construídos pode estar sendo proporcional ao tempo que levam para se desfazerem.
A Psicologia Social é uma ciência e seus achados podem ser aplicados na resolução
de problemas específicos como o citado acima, cujo objetivo é entender a interação humana e
os processos a ela relevantes. Uma rede social é uma estrutura social composta por pessoas
conectadas por um ou vários tipos de relações, que partilham valores e objetivos comuns. Uma
das características fundamentais na definição das redes é a sua abertura e porosidade,
possibilitando relacionamentos horizontais e não hierárquicos entre os participantes. De com
alguns autores como DONNAMARIA e TERZIS (2009), CARRERA (2012), ROSA e
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SANTOS (2014), as características dessas interações mediadas por sites de redes sociais, como
o Facebook, têm se tornado tema de intenso debate acadêmico, sobretudo no que diz respeito
às implicações dessas ações na sociedade e na subjetividade dos participantes.
Ou seja, a internet facilitou o acesso a redes sociais com maior abrangência
parecendo permitir assim, que alguns relacionamentos passassem a ser facilmente descobertas.
Tendo em conta o processo de transformações pelas quais as relações e a constituição familiar
têm passado, somam-se os avanços tecnológicos e o consumismo, contribuindo para a formação
de uma sociedade onde o ter e o poder favorecem o crescimento do individualismo, afetando a
forma como os sujeitos se relacionam.
Apresentando, além disso, impactos negativos tais como: o vício na internet, ansiedade, ciúmes
e efeitos sobre o comportamento humano em geral. Tende a verificar-se que sujeitos que passam
mais tempo nas redes sociais expressam mais conflitos relacionais e apresentam maior
propensão para a separação conjugal. Este uso frequente e por vezes excessivo das redes sociais
conduz a problemas como diminuição do tempo compartilhado entre o casal, enfraquecendo a
convivência familiar, o que se caracteriza como um fator de risco para o desenvolvimento da
infidelidade. Desta forma, observa-se que ao mesmo tempo em que as redes sociais unem quem
está longe, também podem afastar quem está perto fisicamente (COOPER, et al, 2003).
Na comunicação cibernética, o tempo passa mais depressa, onde alguns dias de
convívio são suficientes para que algumas pessoas se sintam íntimas e estabeleçam relações
intensas de amizade ou mesmo de amor, que podem ter alguma duração ou esvanecerem com
a mesma velocidade com que se estabeleceram. As redes sociais surgem assim nas relações
interpessoais, como uma espécie de intermediário facilitador na proximidade psíquica bem
como, um acelerador da evolução do envolvimento.
Segundo Castro (1999), os relacionamentos através da internet produzem uma
inversão das relações sociais vistas pela sociologia clássica. Enquanto esta última afirmava que
a relação social necessitava da materialidade, o ciberespaço, ao contrário, não condiciona a
relação social ao contato face a face, mas a um sentimento coletivo, a lógica do estar junto,
mesmo num espaço desterritorializado. Há um redimensionamento do processo da relação
interpessoal e social. Estas condições são propiciadas pela velocidade na emissão e recepção de
mensagens e pelo distanciamento físico. Esta compressão da temporalidade provavelmente
exerce uma forte influência na sociabilidade online tornando mais permeável as fronteiras do
real e do virtual.
Segundo Nicolaci-da-Costa (1998), as possibilidades de comunicação mediada pelo
computador e da troca de informações e prestações de serviços, bem como o número de
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usuários, que cada vez mais usufruem deste tipo de comunicação, crescem em ritmo acelerado,
o que torna importantes as pesquisas com objetivo de descrever os novos processos de interação
social e as possíveis consequências, principalmente das salas de bate papo eletrônico . Além
disso, a facilidade para selecionar, filtrar e até mesmo manipular as informações que passam
para esta plataforma tecnológica, permite a criação de uma imagem de si que muitas vezes não
corresponde à realidade. No contexto virtual, as pessoas tornam-se personagens e retratam-se
como quiserem a fim de serem possivelmente mais aceitas e ainda são vistas de acordo com o
desejo de quem as procura. Pode-se entender que as redes sociais se tornam mecanismos de
grande acessibilidade que substituem o contato físico permitindo facilitar a exposição, o quebrar
de barreiras de inibição, tornando-se mais fácil uma proximidade sem medo da rejeição, que
até permite muitas vezes que se desenvolva uma ligação de caráter emocional. Antes da
existência das redes sociais, ter-se-ia de recorrer a estratégias mais arriscadas para reencontrar
antigos parceiros ou obter informações sobre parceiros novos. Agora, através destas
plataformas, o universo de pessoas acessíveis é alargado, torna-se mais fácil incluir na vida
figuras do passado. Torna-se também mais acessível o contato com alguém que aparenta ser
interessante e sem problemas (por ser virtual e estar distante da realidade pessoal), como
também procurar obter de uma forma rápida e idealizada, o que é conseguido mais dificilmente
no mundo real.
A internet e as redes sociais resultam em grandes transformações na intimidade e
chegam a ser usadas pelos casais em busca de relacionamentos amorosos ou sexuais fora da
relação conjugal. Todos cultivamos certo grau de ciúme e é uma emoção extremamente comum
(Kinghan & Gordon, 2004) Neste sentido, a relação conjugal deve ser enquadrada em regras e
limites, definidas pelos dois elementos do casal em torno das suas necessidades afetivas. O
melhor evitamento da infidelidade virtual passa pelo diálogo sincero e fluido, contrariamente a
um refúgio cibernético. Passa principalmente por um conhecimento profundo mútuo no casal,
aceitar as dificuldades pessoais e se necessário procurar ajuda para resolvê-las, aceitar o amor
possível, negociar as mudanças necessárias, renunciar a obsessão pelo outro, compreender as
diferenças entre cada um a nível comportamental, afetivo e de personalidade, mantendo a
compreensão da impossibilidade do outro preencher todas as necessidades. Embora possa
parecer surpreendente que um perfil numa rede social, que seria um fator relativamente pequeno
em comparação com outras evidências do comportamento humano, neste sentido, irá depender
da vontade dos parceiros em se demonstrarem disponíveis para entender e respeitar as
necessidades do outro, muitas vezes em detrimento dos próprios impulsos. Podemos conceber
que o ciúme surge quando um relacionamento valorizado é ameaçado devido à interferência
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de um rival e pode envolver sentimentos como medo, a desconfiança , a angústia ,a ansiedade,


a raiva, a rejeição, a indignação, o constrangimento e a solidão , dentre outros , dependendo de
cada pessoa (ALMEIDA, 2013; HASLAM & BORNSTEIN, 1996; KNOBLOCH,
SOLOMON, HAUNANI & MICHAEL, 2001; PARROTT 2001). O nosso maior desafio atual
será acompanharmos a evolução tecnológica não ignorando a necessária aplicação de
competências sociais e da inteligência emocional.
A crise atual da família, com casais que se queixam de insatisfação conjugal,
atribuída às dificuldades de comunicação, tem provocado o interesse de muitos pesquisadores
de diversas áreas das ciências humanas. É necessário avaliar a possível influência de variáveis
conjugais, tais como habilidades sociais, forma de controle e comunicação na mútua satisfação.
As relações teóricas obtidas podem ajudar a predizer mudanças comportamentais na
comunicação conjugal, com um possível aumento da satisfação conjugal.
Segundo Del Prette (1999), as habilidades sociais envolvem habilidades para
selecionar informações úteis e relevantes de um contexto interpessoal e o uso dessa informação
para determinar comportamentos apropriados à meta e à execução de comportamentos verbais
e não verbais, que aumentem a probabilidade de obter e manter a boa relação com os outros.
Neno e Tourinho (2003), consideram que nas relações afetivas, é importante que
haja espaço tanto para as declarações de amor quanto para as manifestações de discordância,
insatisfações etc. Na relação entre os membros do casal, muitas vezes são geradas impressões
errôneas, que trazem dificuldades e aborrecimentos desnecessários, porque não há uma
disposição para rever, modificar ou confirmar aquela impressão.
A pessoa assertiva é aquela que se torna capaz de agir em seus próprios interesses,
se afirma sem ansiedade indevida e expressa seus sentimentos sinceros sem constrangimento
ou exercita seus direitos, sem negar os deveres. A pessoa assertiva é aberta e flexível, preocupa-
se com o bem-estar e os direitos dos outros. No entanto, a vivência de situações extrafamiliares
impõe, a todo instante novos desafios interpessoais. Cabe aos indivíduos, sujeitos de seus
próprios desejos e convicções, saberem se comportar assertivamente, sem afetações, falsos
elogios ou agressões verbais ou físicas.
Nas relações sociais, essas necessidades afloram, tornam-se evidentes. Ser capaz de
lidar adequadamente com as necessidades existenciais e sociais implica em ser socialmente
hábil. Comportar-se de maneira habilidosa deve envolver intencionalidade e conduta hábil, caso
contrário, o comportamento estará destituído de significado. Segundo Conte e Brandão (2003),
ser assertivo é um comportamento que envolve discriminar o momento certo de falar e como
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se expressar claramente quanto aos sentimentos pensamentos, competindo tanto com a


passividade quanto a agressividade.
Segundo as mesmas autoras, o comportamento assertivo promove consequências
tais como: facilitação da solução de problemas interpessoais, elevação do senso de auto-
eficácia, maior tranquilidade e maior qualidade nos relacionamentos afetivos. Falar de forma
assertiva é bom pelas consequências positivas que podem surgir, tanto na resolução dos
problemas como pela possibilidade de reafirmação do eu e também pelo valor que a sociedade
dá a tais comportamentos. Muitas vezes esses valores sociais não se fazem suficientemente
claros e fortes para adquirir controle sobre nossa conduta. (CONTE; BRANDÃO, 2003) A não
observação do ambiente no qual se está interagindo também pode gerar passividade. Agir
passivamente pode provocar um círculo de ações que se repetem indefinidamente. O agir
passivamente gera feedback negativo, o que acarreta uma atitude de auto-depreciação e,
possivelmente, a repetição da passividade.
As verdades que nos levam a crer que temos “bola de cristal” e, portanto, sabemos
exatamente “qual era a intenção” da outra pessoa. Imaginamos que sabemos o que o outro quer
dizer ou fazer mesmo antes diga ou faça. Isto nos afasta da realidade que está sendo vivida a
cada momento. Pessoas que não observam a realidade em que estão vivendo tornam-se
inadequadas: muitas vezes caluniam, acusam, são tolerantes, agressivas e não deixam o outro
falar. (CONTE; BRANDÃO, 2003)
A história pessoal dos casais modela a aprendizagem de seus próprios
comportamentos. Diante disso, cada um tem o papel de refletir sobre a forma como tem se
comunicado com seu parceiro, no intuito de obter maior diálogo, aprimorando suas interações.
O casal deve refletir sobre seus comportamentos, levando em consideração a reflexão dos
modelos de comunicação peculiares à individualidade dos casais.
O aprendizado de respostas assertivas pode inibir ou enfraquecer a ansiedade
experimentada previamente em interações sociais específicas. Quando a pessoa se torna mais
capaz de afirmar ou agir por iniciativa própria, ela reduzirá significativamente sua ansiedade
em situações críticas e aumentará seu senso de valor como pessoa.
O grande exercício para quem deseja ser assertivo com as pessoas é compreender,
na prática, as contingências reais, comportando-se de forma serena, não passiva diante das
situações que são apresentadas e controlando comportamentos impulsivos para não se tornar
agressiva, tampouco se fechar em suas verdades e papéis.
Na intervenção com casais, verifica-se um aumento de queixas que têm como
variável associada a situações de infidelidade, a interferência dos diferentes ambientes
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interativos da internet, tais como: redes sociais, serviços de trocas de mensagens e sites
especializados.
A intervenção de um Psicólogo no relacionamento do casal se faz sob controle dos
efeitos clínicos, no que se refere à expressividade emocional dos casais, o que contribui para a
minimização dos problemas familiares.
Até o ponto de se fazer uma intervenção, de acordo com Silvares (2000), se faz
necessário uma avaliação diagnóstica do comportamento do casal, que ocorre nas várias fases
da relação do casal. É necessário identificar as causas do problema, buscando conhecer a
natureza do mesmo, ou seja, as contingências atuais e passadas. Depois, é necessário fazer uma
análise funcional, investigando os fatores mantenedores da condição problemática do casal. E,
por fim, deve ser feita uma avaliação de tratamento, observando mudanças ocorridas, possíveis
efeitos benéficos e satisfatórios.
O psicólogo pode identificar e entender os tipos de contingências de reforço, de
regras que governam o comportamento e variáveis envolvidas no relacionamento do casal, que
estejam desempenhando o controle dos comportamentos. Portanto essas intervenções podem
ser feitas a fim de minimizar e até mesmo extinguir os comportamentos, dentro e fora do
contexto da relação do casal, possibilitando novas formas saudáveis de convivência.

Conclusão

Este artigo se propôs a uma revisão bibliográfica sobre as possíveis influências das
redes sociais nas relações interpessoais. Saber até que ponto uma rede social e novas tecnologias
de acesso a informação influenciam nas relações interpessoais, e qual o seu impacto na
sociedade.
Buscou se bases teóricas concluir até que ponto estamos sendo influenciados pelas
redes sociais, tendo impactos e impressões significativas. Bandura (2011) que já reconhecia a
importância das relações interpessoais na vida humana. Ou seja, nossa existência e marcada a
todo instante por relacionamentos.
Em contraponto entende-se a dimensão desta novidade tecnológica dos últimos
acentua a curiosidade, as várias possibilidades de exploração tanto da nova e quanto da velha
realidade. A velocidade, as novas formas de comunicação, atraem e surpreendem algumas vezes
as relações interpessoais. A importância de entender este meio moderno de interação através
das redes sociais e incontestável. Ver que estamos o tempo todo influenciando e sendo
influenciado por outro, como nos colocou, Aroldo Rodrigues ao afirmar que a influência é um
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fenômeno dos mais comuns que ocorrem no relacionamento interpessoal e social RODRIGUES
(1999).
Pode-se discutir que as redes sociais “são lugares” onde as pessoas se sentem tão à
vontade, e por isso essas redes ganharam uma grande importância na vida das mesmas. Vale
ressaltar que a tecnologia e as redes sociais facilitam a exposição, a manipulação de informação,
ajudando o sujeito a criar um personagem de si próprio, alcançando e ou proporcionando a
aceitação no grupo.
Há sem dúvida a preocupação diante de todas essas mudanças sociais alavancadas
pela facilidade da comunicação, informação e estreitamento das relações por meio digital,
modificando até mesmo as concepções de tempo espaço.
O que há de preocupante é a utilização destas ferramentas digitais quando provocam
desvios de comportamento, como recurso facilitador, ou seja, se um sujeito é predisposto ao
isolamento, esse comportamento pode se tornar exacerbado pela facilitação que as redes
proporcionam, assim como outros desvios comportamentais em nível de personalidade,
afetividade, e das próprias relações consigo mesmo e com a sociedade. Sherif, (1935) relata que
quando falamos em influência social estamos nos referindo ao fato de uma ou várias pessoas,
induzir outro à um determinado comportamento.
O encontro com o outro é sempre algo incógnito, é sair da zona de conforto, sair ao
mundo desconhecido, é uma nova experiência. Qualquer conjectura do encontro é mera
especulação, pré-conceito, expectativa ou ansiedade que algumas vezes está bem distante da
situação real.
Permanecer na tranquilidade e aconchego da zona de conforto limita e restringe as
experiências. Enquanto que a abertura a novos encontros possibilita novas experiências,
sensações e experimentações. Como colocou Aroldo Rodrigues, a interação entre pessoas ou
mera expectativa de tal, indica um relacionamento interpessoal, porquê no momento em que
nos comportamos segundo as expectativas do outro, já estamos nos relacionando com ele.
Essa mudança de paradigma afeta sim as relações interpessoais, entretanto é preciso
compreender que essas atitudes comportamentais sempre existiram, e o peso que as redes
sociais exercem diante é algo pouco conhecido, ainda de difícil mensuração.
Por outro lado, já se nota que a utilização exagerada dos aparatos tecnológicos e as
redes sociais, criam um fator de alta dependência, criando novos vícios estabelecendo-se aí uma
ambiguidade ainda de consequências pouco exploradas cientificamente, mas, já merecedora de
atenção e reflexão.
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Vale ressaltar também que a dependência tecnológica, do quanto e quanto às redes


sociais estão acessíveis a todos.
A revisão bibliográfica realizada por Sanchez- Carbonell,Beraniy e outros (2008),
sintetizou os principais sintomas categorizados pela literatura como novos vícios em redes
sociais. O uso da internet já foi comparado ao uso da cocaína por Griffiths (citado por Nicolaci-
da-Costa,1998), sendo está comparação feita em virtude da semelhança dos sintomas pelos
viciados em ambas.
Já para Castro (1999), os relacionamentos através da internet produzem uma
inversão das relações sociais vista pela sociologia clássica.
São necessárias mais pesquisas, cientificamente embasadas, com o objetivo de
descrever os novos processos de interação social. Diante das perspectivas das relações
interpessoais mais direcionadas aos casais, é válida a conclusão de que ainda é cedo a afirmativa
de que todo esse aparato tecnológico moderno influência a qualidade dos relacionamentos
amorosos.
É inegável que tais influências existam, entretanto não se pode afirmar que seja a
responsável unicamente por toda instabilidade e fragilidade das relações atuais.
Enfim é nessa evolução sócio tecnológica que as redes sociais apresentam
possibilidades de transformação para o entendimento dos comportamentos em uma sociedade
que mescla a realidade física-temporal com a virtual.
22

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