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SLIDE 2 - DEFINIÇÃO
Nesse sentido nos ensina Paulo de Barros Carvalho em sua obra Curso
de Direito Tributário, editora Saraiva, 24ª edição, 2012, p. 369: “O sujeito ativo,
que dissemos ser o titular do direito subjetivo de exigir a prestação pecuniária,
(...)”
Acontece que não basta à existência desses dois sujeitos para se formar
a relação jurídica, é necessária a existência de um vínculo, de um liame que
conecte esses sujeitos.
Mais uma vez nos valemos dos ensinamentos do ilustre professor (2012,
p. 354/355): “(...) Para a Teoria Geral do Direito, relação jurídica é definida
com o vinculo abstrato, segundo o qual, por força da imputação normativa,
uma pessoa, chamada de sujeito ativo, tem o direito subjetivo de exigir de
outra, denominada sujeito passivo, o cumprimento de certa prestação. (...)”
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precisa praticar alguma conduta ou a simples existência da lei já dá origem à
mesma?
Dessa forma nos ensina Hugo de Brito Machado em sua obra Curso de
Direito Tributário, editora Malheiros, 28ª edição, 2007, p. 149: “A relação
tributária, como qualquer outra relação jurídica, surge da ocorrência de um
fato previsto em uma norma como capaz de produzir esse efeito. (...)”.
Importante destacar que esse vínculo que une os sujeitos é um vínculo
legal, consagrando o princípio da legalidade.
SLIDE 3 - SUJEITOS
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Assim, diz-se contribuinte aquele sujeito que efetivamente pratica o fato
gerador descrito na hipótese de incidência. Por exemplo: o proprietário de um
veículo automotor é o contribuinte do IPVA; quem presta serviços é o
contribuinte do ISS; aquele que aufere renda é contribuinte do IR e etc.
Pois bem, acontece que algumas vezes, muito embora haja um
contribuinte praticando o fato gerador, a responsabilidade pelo pagamento do
tributo ficará a cargo de uma terceira pessoa que não guarda nenhuma relação
com a relação jurídico-tributária, mas que, por imposição legal, tem o dever de
pagar o tributo. Surge assim o responsável tributário.
Exemplificando: eu possuo um imóvel localizado na zona urbana, mas
não pago o IPTU. Mesmo havendo dívidas anteriores, eu consigo vender esse
imóvel a um terceiro. Consoante dispõe o artigo 132 do CTN, esse terceiro será
o responsável pelo pagamento dos IPTU´s atrasados. Pergunta-se: quem é o
contribuinte daqueles IPTU´s? Eu, que era a proprietária na época. Mas quem
efetivamente pagará o débito? O terceiro, que é o responsável tributário.
Nesse sentido Sabbag (2009, p. 624?/625): “Prosseguindo-se no estudo
da sujeição passiva, impende frisar que há dois tipos de sujeitos passivos: o
direito (contribuinte) e o indireto (responsável).
a) Sujeito passivo direito (art. 121, parágrafo único, I, do CTN): é o
“contribuinte”, ou seja, aquele que tem uma relação pessoal e direta com o
fato gerador. Exemplos: o proprietário do bem imóvel ou o possuidor com
ânimo de domínio, quanto do IPTU; o adquirente do bem imóvel transmitido
com onerosidade, quanto ao ITBI, entre outros.
b) “Sujeito passivo indireto (art. 121, parágrafo único, II, do CTN): é o
“responsável”, ou seja, a terceira pessoa escolhida por lei para pagar o
tributo, sem que tenha realizado o fato gerador.”
Do outro lado da relação jurídico-tributária, encontramos o sujeito
ativo, que é aquele que possui o direito de receber o pagamento, e de exigir o
cumprimento de um “fazer” ou “não fazer” do devedor. Trata-se do Fisco
(Fazendas Públicas – artigo 109, CTN, e outras pessoas jurídicas de direito
público – artigos 119 e 120, CTN), do titular da “capacidade tributária ativa”.
Inerente ao seu direito está o poder de fiscalizar (“administração tributária” –
artigos 194-208, CTN).
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Uma vez estudados os sujeitos que compõem a relação jurídico-
tributária, se faz necessários tecermos algumas considerações sobre o objeto
dessa relação, bem como acerca do vínculo que unirá os sujeitos.
Como estamos nos referindo a uma relação jurídico-tributária, o
objeto SEMPRE será um tributo, mas não necessária um obrigação de pagar
tributo.
Fazemos essa diferenciação, na medida em que o artigo 113 do Código
Tributário Nacional preconiza a existência de dois tipos de obrigação tributária,
quais sejam: a obrigação principal e a obrigação acessória, cujos estudos serão
realizados mais adiante.
Nesse sentido Sabbag (2009, p. 629): “O objeto da obrigação tributária
se refere à prestação a que deve se submeter o contribuinte ou responsável.
Tal prestação pode ser de cunho pecuniário ou de cunho não pecuniário. Se
pecuniária, a obrigação será principal, se não pecuniária, sê-lo-á acessória.”
Pois bem, acontece que os sujeitos e o objeto devem estar unidos por
um vínculo. Esse vínculo pressupõe a existência de uma lei, uma vez que
conforme já vimos uma obrigação tributária somente pode ser instituída por
lei.
Assim, esse vínculo necessariamente pressupõe a existência de uma lei.
Entretanto, e conforme já visto anteriormente, a lei sozinha é insuficiente para
criar a obrigação. Além da lei é necessária a ocorrência do fato gerador.
Exemplificando: é fundamental que alguém importe bens para que nasça o
Imposto de Importação.
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é necessário que seja realizado um ato administrativo que torne a obrigação
liquida, certa e exigível. Esse ato é denominado lançamento. E é ele o
responsável pelo nascimento do crédito tributário (obrigação líquida, certa e
exigível). Quando esse crédito é constituído unilateralmente pelo Fisco, abre-
se a oportunidade do contribuinte contestá-lo através do processo
administrativo. Finalizado esse processo e não havendo o pagamento do
tributo, cabe a Administração Pública inscrever o débito em dívida ativa,
emitindo a Certidão de Dívida Ativa (título executivo extrajudicial). Após será
ajuizada a Execução Fiscal (processo judicial de cobrança – disciplinado pela
Lei 6.830/1980).
ATENÇÃO!!!!! Obrigação acessória não tem nada a ver com multa, correção
monetária, juros.
Por fim, cabe mencionarmos as disposições do §3º do artigo 113 do
Código Tributário Nacional que nos ensina que o descumprimento de uma
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obrigação de fazer ou não fazer, obrigação acessória, implica no pagamento de
uma multa, gerando, dessa forma, o nascimento de uma obrigação principal.
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delegar essa capacidade tributária ativa para outra entidade, como por
exemplo, o IBAMA.
Outra observação importante. Muitas vezes, o devedor da obrigação
não será o contribuinte (sujeito que pratica o fato gerador), mas sim o
responsável (terceiro que não guarda nenhuma relação pessoal com o fato
gerador). Exemplo = prestadora de serviço que retém o IR na fonte e não quem
realmente auferiu renda. Quem vai pagar o IPTU não é o proprietário, mas sim
o adquirente.
Por fim, temos o critério quantitativo que nos informará quanto será
pago. Referido critério é composto pela base de cálculo e pela alíquota. Base
de cálculo é o valor atualizado que será utilizado como base para o cálculo do
tributo. Ela deve mensurar o elemento material. Em outras palavras, traduz em
números o elemento material de um fato gerador. Exemplo: ISS – elemento
material = prestação de um serviço; base de cálculo = preço do serviço; ICMS –
elemento material = circulação de mercadorias; base de cálculo = valor da
operação.
“Temos para nós que a base de cálculo é a grandeza instituída na
conseqüência da regra-matriz tributária, e que se destina, primordialmente, a
dimensionar a intensidade do comportamento inserto no núcleo do fato
jurídico, para que, combinado-se à alíquota, seja determinado o valor da
prestação pecuniária. (...)” (CARVALHO, 2012, p. 400).
A alíquota, por sua vez, é um percentual, em regra, da base de cálculo
que efetivamente irá para os cofres públicos. Existem situações em que a
alíquota será em outra medida. Exemplo: importação de tecidos, a base de
cálculo é R$1,00. A alíquota será em metros quadrados.
(Com relação às alíquotas, destacamos que o IPI deve ter alíquotas seletivas,
nos moldes do artigo 153, parágrafo 3º, inciso I da CF), enquanto que no caso
do ICMS, elas serão seletivas (artigo 155, parágrafo 2º, inciso III da CF).
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- Artigo 114 do CTN = define a hipótese de incidência – fato gerador em
abstrato.
- Artigo 115 do CTN = define fato gerador da obrigação acessória.
- Artigo 116 do CTN = critério temporal
Parágrafo único: se o Fisco comprovar fraudes, pode descaracterizar os
elementos.
- Artigo 117 do CTN =
- Artigo 118 do CTN = princípio do “non olet” – não interessa se é crime, se a
venda foi anulada judicialmente, vai pagar tributo. O traficante que aufere
renda com drogas, deve pagar o IR; montei uma casa de prostituição devo
pagar todos os meus tributos, pago ISS, IR, etc.
Destacamos a importância da leitura desses artigos.
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responsabilidade, não existe o “haftung” que somente nascerá com o
lançamento que dá origem ao crédito tributário.
Destacamos que, o crédito tributário possui a mesma natureza da
obrigação tributária. A diferença entre obrigação e crédito tributário está na
maior “força” deste, que permite a intromissão estatal no patrimônio do
contribuinte.
SLIDE 11 – LANÇAMENTO
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Hoje em dia esse tipo de lançamento se resume aos impostos
aduaneiros, exemplo, II, IE e etc.
“Por declaração é o lançamento feito em face de declaração fornecida
pelo contribuinte ou por terceiro, quando um ou outro presta à autoridade
administrativa informações quanto à matéria de fato indispensável à sua
efetivação (CTN, art. 147).” (MACHADO, 2007, p. 204).
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Súmula Vinculante 24 - Não se tipifica crime material contra a ordem
tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do
lançamento definitivo do tributo.
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Capítulos IV e V, itens 1 e 2.
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