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DIREITO TRIBUTÁRIO

RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA

DATA: 23.04.2012 E 07.05.2012

SLIDE 2 - DEFINIÇÃO

Antes de tecermos qualquer consideração sobre a formação da relação


jurídica tributária, precisamos entender o que é uma relação jurídica, ou então
quais os elementos que a compõem.

Toda e qualquer relação jurídica é composta por dois tipos de sujeitos.


São eles: sujeito ativo e sujeito passivo. O sujeito ativo é o credor da obrigação,
enquanto que o sujeito passivo é a pessoa que detém o dever jurídico de
prestar algo em favor do sujeito ativo.

Nesse sentido nos ensina Paulo de Barros Carvalho em sua obra Curso
de Direito Tributário, editora Saraiva, 24ª edição, 2012, p. 369: “O sujeito ativo,
que dissemos ser o titular do direito subjetivo de exigir a prestação pecuniária,
(...)”

Acontece que não basta à existência desses dois sujeitos para se formar
a relação jurídica, é necessária a existência de um vínculo, de um liame que
conecte esses sujeitos.

Mais uma vez nos valemos dos ensinamentos do ilustre professor (2012,
p. 354/355): “(...) Para a Teoria Geral do Direito, relação jurídica é definida
com o vinculo abstrato, segundo o qual, por força da imputação normativa,
uma pessoa, chamada de sujeito ativo, tem o direito subjetivo de exigir de
outra, denominada sujeito passivo, o cumprimento de certa prestação. (...)”

Nesse contexto indagamos: quando nasce a obrigação tributária? Basta


à existência de uma simples lei para o nascimento da obrigação, ou é
necessário que seja praticada a conduta descrita de maneira hipotética na lei?
Em outras palavras, para o nascimento da obrigação tributária o ser humano

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precisa praticar alguma conduta ou a simples existência da lei já dá origem à
mesma?

A resposta é simples. Uma obrigação tributária nasce quando se pratica


a conduta descrita abstratamente na hipótese de incidência da regra-matriz de
incidência tributária.

Para facilitar o entendimento, vejam esse exemplo: embora exista uma


lei criando o imposto de importação, eu nunca paguei referido tributo, uma
vez que eu nunca pratiquei o fato gerador descrito no antecedente da norma,
isto é, eu nunca importei mercadorias.

Dessa forma nos ensina Hugo de Brito Machado em sua obra Curso de
Direito Tributário, editora Malheiros, 28ª edição, 2007, p. 149: “A relação
tributária, como qualquer outra relação jurídica, surge da ocorrência de um
fato previsto em uma norma como capaz de produzir esse efeito. (...)”.
Importante destacar que esse vínculo que une os sujeitos é um vínculo
legal, consagrando o princípio da legalidade.

SLIDE 3 - SUJEITOS

Conforme visto no slide anterior, a relação jurídica tributária é composta


por dois sujeitos, o passivo e o ativo.
O sujeito passivo é aquele que possui um dever, uma obrigação,
consistente em um “dar” (ex.: pagar tributo, multa e juros), em um “fazer”
(ex.: escriturar livros fiscais, emitir nota fiscal), ou em um “não - fazer” (ex.:
não rasurar os livros fiscais).
Nesse sentido, os ensinamentos de Eduardo Sabbag em sua obra
Manual de Direito Tributário, editora Saraiva, 2009, p. 624: “A sujeição passiva
é matéria adstrita ao pólo passivo da relação jurídico-tributária. Refere-se,
pois, ao lado devedor da relação intersubjetiva tributária, representado pelos
entes destinatários da invasão patrimonial na retirada compulsória de valores,
a título de tributos.”
Importante destacar que os sujeitos passivos de uma relação jurídico-
tributária podem ser classificados de duas formas: os contribuintes e os
responsáveis. Referida classificação encontra sede no artigo 121, parágrafo
único, bem como nos artigos 122 e 123 todos do Código Tributário Nacional.

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Assim, diz-se contribuinte aquele sujeito que efetivamente pratica o fato
gerador descrito na hipótese de incidência. Por exemplo: o proprietário de um
veículo automotor é o contribuinte do IPVA; quem presta serviços é o
contribuinte do ISS; aquele que aufere renda é contribuinte do IR e etc.
Pois bem, acontece que algumas vezes, muito embora haja um
contribuinte praticando o fato gerador, a responsabilidade pelo pagamento do
tributo ficará a cargo de uma terceira pessoa que não guarda nenhuma relação
com a relação jurídico-tributária, mas que, por imposição legal, tem o dever de
pagar o tributo. Surge assim o responsável tributário.
Exemplificando: eu possuo um imóvel localizado na zona urbana, mas
não pago o IPTU. Mesmo havendo dívidas anteriores, eu consigo vender esse
imóvel a um terceiro. Consoante dispõe o artigo 132 do CTN, esse terceiro será
o responsável pelo pagamento dos IPTU´s atrasados. Pergunta-se: quem é o
contribuinte daqueles IPTU´s? Eu, que era a proprietária na época. Mas quem
efetivamente pagará o débito? O terceiro, que é o responsável tributário.
Nesse sentido Sabbag (2009, p. 624?/625): “Prosseguindo-se no estudo
da sujeição passiva, impende frisar que há dois tipos de sujeitos passivos: o
direito (contribuinte) e o indireto (responsável).
a) Sujeito passivo direito (art. 121, parágrafo único, I, do CTN): é o
“contribuinte”, ou seja, aquele que tem uma relação pessoal e direta com o
fato gerador. Exemplos: o proprietário do bem imóvel ou o possuidor com
ânimo de domínio, quanto do IPTU; o adquirente do bem imóvel transmitido
com onerosidade, quanto ao ITBI, entre outros.
b) “Sujeito passivo indireto (art. 121, parágrafo único, II, do CTN): é o
“responsável”, ou seja, a terceira pessoa escolhida por lei para pagar o
tributo, sem que tenha realizado o fato gerador.”
Do outro lado da relação jurídico-tributária, encontramos o sujeito
ativo, que é aquele que possui o direito de receber o pagamento, e de exigir o
cumprimento de um “fazer” ou “não fazer” do devedor. Trata-se do Fisco
(Fazendas Públicas – artigo 109, CTN, e outras pessoas jurídicas de direito
público – artigos 119 e 120, CTN), do titular da “capacidade tributária ativa”.
Inerente ao seu direito está o poder de fiscalizar (“administração tributária” –
artigos 194-208, CTN).

SLIDE 4 – OBJETO E VÍNCULO

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Uma vez estudados os sujeitos que compõem a relação jurídico-
tributária, se faz necessários tecermos algumas considerações sobre o objeto
dessa relação, bem como acerca do vínculo que unirá os sujeitos.
Como estamos nos referindo a uma relação jurídico-tributária, o
objeto SEMPRE será um tributo, mas não necessária um obrigação de pagar
tributo.
Fazemos essa diferenciação, na medida em que o artigo 113 do Código
Tributário Nacional preconiza a existência de dois tipos de obrigação tributária,
quais sejam: a obrigação principal e a obrigação acessória, cujos estudos serão
realizados mais adiante.
Nesse sentido Sabbag (2009, p. 629): “O objeto da obrigação tributária
se refere à prestação a que deve se submeter o contribuinte ou responsável.
Tal prestação pode ser de cunho pecuniário ou de cunho não pecuniário. Se
pecuniária, a obrigação será principal, se não pecuniária, sê-lo-á acessória.”
Pois bem, acontece que os sujeitos e o objeto devem estar unidos por
um vínculo. Esse vínculo pressupõe a existência de uma lei, uma vez que
conforme já vimos uma obrigação tributária somente pode ser instituída por
lei.
Assim, esse vínculo necessariamente pressupõe a existência de uma lei.
Entretanto, e conforme já visto anteriormente, a lei sozinha é insuficiente para
criar a obrigação. Além da lei é necessária a ocorrência do fato gerador.
Exemplificando: é fundamental que alguém importe bens para que nasça o
Imposto de Importação.

SLIDE 5 – ETAPAS DA COBRANÇA

Para uma devida compreensão do fenômeno tributário, é preciso


visualizar todas as etapas da cobrança de um tributo.
Antes de qualquer formação de relação jurídico-tributária há todo o
processo legislativo para a criação da lei. Uma vez criada à lei, a mesma
passará por aquele período relativo à sua vigência, bem como a sua eficácia,
terá que respeitar os princípios, como por exemplo, o princípio da
anterioridade e ECT. Vencida essa fase, é necessária a ocorrência do fato
gerador, ou seja, que alguém pratique a situação abstratamente prevista.
Ocorrido o fato gerador, nasce para o Direito Tributário, a obrigação tributária.
Essa obrigação, entretanto, não é passível de liquidez e certeza. Em razão disso

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é necessário que seja realizado um ato administrativo que torne a obrigação
liquida, certa e exigível. Esse ato é denominado lançamento. E é ele o
responsável pelo nascimento do crédito tributário (obrigação líquida, certa e
exigível). Quando esse crédito é constituído unilateralmente pelo Fisco, abre-
se a oportunidade do contribuinte contestá-lo através do processo
administrativo. Finalizado esse processo e não havendo o pagamento do
tributo, cabe a Administração Pública inscrever o débito em dívida ativa,
emitindo a Certidão de Dívida Ativa (título executivo extrajudicial). Após será
ajuizada a Execução Fiscal (processo judicial de cobrança – disciplinado pela
Lei 6.830/1980).

SLIDE 6 – OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Conforme visto nos slides anteriores, a obrigação tributária pode ser


classificada em duas espécies, quais sejam: obrigação principal e obrigação
acessória. Referida classificação tem como critério o objeto da relação.
O Código Tributário Nacional, em seu artigo 113, §1° contempla a
obrigação principal que tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade
(pagar dinheiro). Melhor dizendo, a obrigação principal sempre envolve o
cumprimento de uma prestação pecuniária.
Nesse sentido Sabbag (2009, p. 628): “1. Obrigação principal: é uma
prestação designativa do ato de pagar, afeta ao tributo e à multa.”
As obrigações acessórias (artigo 113, §2° do CTN), por sua vez, têm por
objeto um fazer ou não fazer de acordo com o interesse da Administração
Tributária. Por exemplo: emitir NF, preencher e entregar declaração do IR, e
etc.
Nesse sentido Machado (2007, p. 155): “O fato gerador da obrigação
acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a
prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal (CTN, art.
115). (...)”.

ATENÇÃO!!!!! Obrigação acessória não tem nada a ver com multa, correção
monetária, juros.
Por fim, cabe mencionarmos as disposições do §3º do artigo 113 do
Código Tributário Nacional que nos ensina que o descumprimento de uma

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obrigação de fazer ou não fazer, obrigação acessória, implica no pagamento de
uma multa, gerando, dessa forma, o nascimento de uma obrigação principal.

Apenas a título de curiosidade, o professor Paulo de Barros Carvalho,


discordando das letras do Código Tributário Nacional denomina as obrigações
acessórias de deveres instrumentais e formais.

SLIDE 7 – OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Diante de todas as considerações tecidas, podemos concluir que a


obrigação tributária surge com a ocorrência do fato jurídico tributário (fato
gerador em concreto). Mais uma vez ressaltamos que a expressão “fato
jurídico tributário” é utilizada pelo professor Paulo de Barros Carvalho que
discorda da expressão “fato gerador”.
Importante salientar que a expressão “fato gerador” possui dois
sentidos: ela pode referir-se a hipótese (abstrata) descrita e tipificada em lei,
como ocorre nos artigos 114 e 115 do CTN; ou então como a ocorrência, real e
concreta, daquele fato tipificado na lei.
Nesse sentido Carvalho (2012, p. 312): “No direito positivo brasileiro,
entre os doutrinadores, e na jurisprudência, vemos reiteradamente empregado
fato gerador, quer para menciona-se a previsão legal do fato, elaboração
tipicamente abstrata, que se situa no âmbito das idéias, no altiplano das
construções normativas gerais e abstratas. Quer os fatos jurídicos, enquanto
enunciados denotativos que ocupam a posição sintática de antecedente das
normas individuais e concretas.”
Por essa razão, alguns autores preferem denominar a situação
abstratamente prevista na lei de hipótese de incidência, deixando a expressão
“fato gerador” apenas e tão-somente para a ocorrência real do fato tipificado
na lei.

SLIDE 8 – FATO GERADOR

Conforme vimos, a expressão “fato gerador” possui duas acepções. Em


sentido abstrato quer significar a situação abstratamente prevista em lei.
Nessa hipótese, alguns doutrinadores preferem utilizar as expressões
“hipótese de incidência” ou “regra-matriz de incidência tributária”.
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Por outro lado a acepção em sentido concreto quer significar a
ocorrência no mundo real do fato previsto em lei. Alguns utilizam as
expressões “fato jurídico tributário” ou “fato praticado”.
Pois bem, seja qual for à denominação adotada, a hipótese de
incidência é composta por 5 (cinco) elementos, ou por cinco critérios como
prefere Paulo de Barros Carvalho. São eles: material (qual fato?), espacial
(onde?), temporal (quando?), pessoal (quem?) e quantitativo (quanto?).
Iniciaremos com o critério material. Referido critério vai informar o que
será tributado. Melhor dizendo, qual fato econômico que uma vez ocorrido é
apto a ensejar no nascimento da relação jurídica. Exemplificando: circular
mercadoria é o critério material do ICMS; prestar serviço é o critério material
do ISS; auferir renda ou proventos de qualquer natureza é o critério material
do IR.
Atrelado a esse critério material, nos deparamos com os critérios
espacial e temporal. O critério especial vai nos informar onde ocorre o fato
jurídico tributário (fato gerador). Por exemplo: eu tenho uma empresa de
consultoria em Bauru e presto serviços em João Pessoa. Qual é o local da
ocorrência do fato gerador do ISS, Bauru ou João Pessoa?
Nesse sentido nos ensina Carvalho (2012, p. 327): “Há regras jurídicas
que trazem expressos os laçais em que o fato deve ocorrer, a fim de que irradie
os efeitos que lhe são característicos. (...)”.
O critério temporal, por sua vez, vai nos informar quando que o fato
gerador ocorreu. Exemplificando: quando se dá a ocorrência do fato gerador
do Imposto de Importação? Quando do despacho aduaneiro ou quando a
mercadoria importada efetivamente ingressa em território brasileiro?
“Compreendemos o critério temporal da hipótese tributária como o
grupo de indicações, contidas no suposto da regra, e que nos oferecem
elementos para saber, com exatidão, em que preciso instante acontece o fato
descrito, passando a existir o liame jurídico que amarra o devedor e credor, em
função de um objeto – o pagamento de certa prestação pecuniária”.
(CARVALHO, 2012, p. 331).
Ainda há de falarmos dos critérios pessoa e quantitativo. Critério
pessoal determinar quem é o sujeito ativo, quem é o sujeito passivo da relação
jurídico-tributária.
Destacamos que, há casos em que a lei escolhe pessoa jurídica diferente
do titular da competência tributária para arrecadar o tributo. Exemplo: União
cria uma taxa ambiental. Mas quem arrecadará, fiscalizar???? A União pode

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delegar essa capacidade tributária ativa para outra entidade, como por
exemplo, o IBAMA.
Outra observação importante. Muitas vezes, o devedor da obrigação
não será o contribuinte (sujeito que pratica o fato gerador), mas sim o
responsável (terceiro que não guarda nenhuma relação pessoal com o fato
gerador). Exemplo = prestadora de serviço que retém o IR na fonte e não quem
realmente auferiu renda. Quem vai pagar o IPTU não é o proprietário, mas sim
o adquirente.
Por fim, temos o critério quantitativo que nos informará quanto será
pago. Referido critério é composto pela base de cálculo e pela alíquota. Base
de cálculo é o valor atualizado que será utilizado como base para o cálculo do
tributo. Ela deve mensurar o elemento material. Em outras palavras, traduz em
números o elemento material de um fato gerador. Exemplo: ISS – elemento
material = prestação de um serviço; base de cálculo = preço do serviço; ICMS –
elemento material = circulação de mercadorias; base de cálculo = valor da
operação.
“Temos para nós que a base de cálculo é a grandeza instituída na
conseqüência da regra-matriz tributária, e que se destina, primordialmente, a
dimensionar a intensidade do comportamento inserto no núcleo do fato
jurídico, para que, combinado-se à alíquota, seja determinado o valor da
prestação pecuniária. (...)” (CARVALHO, 2012, p. 400).
A alíquota, por sua vez, é um percentual, em regra, da base de cálculo
que efetivamente irá para os cofres públicos. Existem situações em que a
alíquota será em outra medida. Exemplo: importação de tecidos, a base de
cálculo é R$1,00. A alíquota será em metros quadrados.

(Com relação às alíquotas, destacamos que o IPI deve ter alíquotas seletivas,
nos moldes do artigo 153, parágrafo 3º, inciso I da CF), enquanto que no caso
do ICMS, elas serão seletivas (artigo 155, parágrafo 2º, inciso III da CF).

Há ainda um sexto critério inerente apenas e tão-somente para as


contribuições sociais e os empréstimos compulsórios. Referido critério é o da
destinação específica.
Em posse dessas informações perguntamos: QUEM É QUE TEM QUE
DEFINIR ESSES CRITÉRIOS????? LEI. FALTANDO QUALQUER UM DESSES
ELEMENTOS O TRIBUTO NÃO EXISTE.

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- Artigo 114 do CTN = define a hipótese de incidência – fato gerador em
abstrato.
- Artigo 115 do CTN = define fato gerador da obrigação acessória.
- Artigo 116 do CTN = critério temporal
Parágrafo único: se o Fisco comprovar fraudes, pode descaracterizar os
elementos.
- Artigo 117 do CTN =
- Artigo 118 do CTN = princípio do “non olet” – não interessa se é crime, se a
venda foi anulada judicialmente, vai pagar tributo. O traficante que aufere
renda com drogas, deve pagar o IR; montei uma casa de prostituição devo
pagar todos os meus tributos, pago ISS, IR, etc.
Destacamos a importância da leitura desses artigos.

SLIDE 9 – OBRIGAÇÃO X CRÉDITO

Tecidas as considerações acerca da obrigação tributária, voltaremos


nossos estudos, nesse instante, para o crédito tributário. O Código Tributário
Nacional adotou a teoria dualista alemã para definir os institutos da obrigação
e do crédito tributário. Por essa teoria, há uma separação da dívida e da
responsabilidade.
Referida teoria preconiza a existência do “Schuld” (dívida, direito
material) e “Haftung” (responsabilidade, direito processual), significando dizer
que muitas vezes a pessoa tem a dívida, mas não tem a responsabilidade.
Vamos exemplificar: contrato de locação de imóveis – quem tem a dívida de
pagar os aluguéis???? o inquilino. Portanto, o inquilino tem o “schuld”.
Acontece que o contrato tem fiador. Esse fiador, tem a dívida??? Não, mas tem
a responsabilidade. Irá pagar caso o inquilino não pague os aluguéis. Assim, o
inquilino tem o “haftung”, mas não tem o “schuld”.
Dessa forma, para o Direito Tributário, não basta à obrigação tributária
para o Fisco cobrar sua dívida. É preciso, antes, constituir o crédito tributário,
por meio do lançamento. Com a ocorrência do fato gerador, nasce a obrigação
tributária. Todavia, a Fazenda Pública (credora) precisa realizar um processo
administrativo para documentar essa dívida e, então, na hipótese de não
pagamento, cobrar seu crédito judicialmente, por meio da execução fiscal.
Assim, praticando o fato jurídico tributário (fato gerador), nasce à
obrigação tributária, para os alemães, nasce o “shuld”. Mas ainda não há a

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responsabilidade, não existe o “haftung” que somente nascerá com o
lançamento que dá origem ao crédito tributário.
Destacamos que, o crédito tributário possui a mesma natureza da
obrigação tributária. A diferença entre obrigação e crédito tributário está na
maior “força” deste, que permite a intromissão estatal no patrimônio do
contribuinte.

SLIDE 11 – LANÇAMENTO

Conforme preconiza o artigo 142 do CTN, a Administração Pública tem


competência privativa para constituir o crédito tributário através do
lançamento.
Podemos dizer que referido diploma normativo traz uma definição
legal de lançamento. Lançamento é o ato administrativo que constituí o
crédito tributário. Torna a obrigação tributária líquida, certa e exigível.
Alguns doutrinadores defendem que o lançamento é um
procedimento, uma vez que é composto de vários atos. Por exemplo: fulano de
tal recebe uma notificação para apresentar determinados documentos; ele
responde; fiscal solicita novos documentos; são apresentados, lavra o auto de
infração (lançamento). Para outros é um ato administrativo. Apenas o ato final
é o lançamento. O CTN entende como um procedimento.
Segundo disposição na legislação tributária, existem três espécies de
lançamento. Essas espécies são definidas com base no critério da participação
do contribuinte na constituição do crédito tributário. Estudemos cada uma
delas.

1) Lançamento de ofício/direto = é aquele no qual não há a participação do


sujeito passivo. Quem faz tudo para constituir o crédito é a Administração.
Exemplo: carnê do IPTU; auto de infração (quando há omissão de
informações).
“Diz-se o lançamento de ofício quando é feito por iniciativa da
autoridade administrativa, independentemente de qualquer colaboração do
sujeito passivo.” (MACHADO, 2007, p. 203)

2) Lançamento por declaração/misto = o contribuinte fornece informações a


Administração que, em posse dessas, verifica a ocorrência do fato gerador e
lança o tributo. O contribuinte declara informações, apenas e tão-somente.

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Hoje em dia esse tipo de lançamento se resume aos impostos
aduaneiros, exemplo, II, IE e etc.
“Por declaração é o lançamento feito em face de declaração fornecida
pelo contribuinte ou por terceiro, quando um ou outro presta à autoridade
administrativa informações quanto à matéria de fato indispensável à sua
efetivação (CTN, art. 147).” (MACHADO, 2007, p. 204).

3) Lançamento por homologação/autolançamento = o contribuinte é quem


faz tudo. Ele é quem presta as informações + realiza o cálculo o tributo + e
paga antecipadamente o tributo (antecipadamente a qualquer atitude fiscal).
Exemplo: Imposto de Renda, ICMS.
Nesse sentido Machado (2007, p. 204): “Por homologação é o
lançamento feito quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo
o dever de antecipar o pagamento se prévio exame da autoridade
administrativa no que concerne à sua determinação. (...)”.
Esses tributos estarão sujeitos a homologação do Fisco, que pode ser
expressa ou tácita, nos moldes do artigo 150 do CTN.
A declaração tem força de confissão de débito.

* Lançamento e processo administrativo (artigo 5º, incisos LIV e LV da CF)


Deve ser conferida ao lançamento de ofício e por declaração a oportunidade
do contribuinte exercer o contraditório e a ampla defesa, significando dizer
que deve ser conferido aos mesmos o direito constitucional de contestar o
lançamento efetuado pela Administração Pública.
Essa prerrogativa, entretanto, não é possível nos lançamentos por
homologação, já que a entrega da declaração implica em confissão.

* Lançamento e crime contra a ordem, tributária (Lei 8.137 de 1990, artigos


1º e 2º)
O artigo 1º da Lei supramencionada consagra os crimes materiais ou se
resultado, ou seja, aqueles que dependem da ocorrência do resultado para se
consumarem. Já o artigo 2º consagra os crimes formais ou de mera conduta,
nos quais a ocorrência do resultado é irrelevante para a consumação do crime.
Sobre esse assunto foi publicada a Súmula Vinculante 24 do Supremo Tribunal
de Federal que preconiza que só podemos falar em crimes tipificados no artigo
1º da Lei 8.137 de 1990 quando o processo administrativo já tiver se
encerrado, ou seja, já estiver acobertado pela definitividade (trânsito em
julgado).

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Súmula Vinculante 24 - Não se tipifica crime material contra a ordem
tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do
lançamento definitivo do tributo.

SLIDE 12 – SUJEITO ATIVO

Capacidade tributária ativa X Competência tributária


A doutrina chama a competência administrativa de capacidade
tributária ativa.
Capacidade tributária ativa é a função de sujeito ativo, credor de uma
obrigação tributária. É ele quem lança, julga processos, fiscaliza, homologa os
lançamentos, a inscrição do débito em dívida ativa, o ajuizamento da EF,
cobrança do débito no processo executivo fiscal.
- Artigo 7º do CTN = indelegável: não pode passar sua competência para outro
Ente. Ex: municípios não podem legislar ICMS; a União é quem pode legislar
sobre o ITR, mas os municípios possuem a capacidade tributária ativa para a
cobrança desse imposto.
Obs: a capacidade tributária ativa é delegável, enquanto que a competência
tributária é indelegável.
- Artigo 8º do CTN = ex: o fato do município não cobrar o IPTU, isso não
permite que o Estado cobre em seu lugar.
- Artigos 194 e ss do CTN = disposições referentes à Administração Tributária –
detentora da competência administrativa tributária (capacidade tributária
ativa). Sempre estará sujeita a lei.
Importante se faz a leitura desses dispositivos.

Doutrina relacionada com a matéria: Manual de Direito Tributário, Eduardo


Sabbag, editora Saraiva, 2009.
Capítulos 21 – Relação Jurídico-Tributária. Capítulo 23, itens 1 e 2 – Crédito
Tributário.
Curso de Direito Tributário, Paulo de Barros Carvalho, editora Saraiva, 21ª
edição, 2009.
Capítulos IX, X, XI e XII.
Curso de Direito Tributário, Hugo de Brito Machado, editora Malheiros, 28ª
edição, 2007.

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Capítulos IV e V, itens 1 e 2.

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