Sunteți pe pagina 1din 3

O filme Transamérica: um olhar diferente no sistema

familiar
Christine Gil de Menezes

Prof. Josemar de Campos Maciel

Universidade Católica Dom Bosco – UCDB

Pós Graduação – Direito Civil com ênfase em Direito das Famílias

Christine.menezes@hotmail.com

1. Introdução

À medida que a sociedade se vê cada vez mais entranhada em novas relações


familiares não se pode deixar de refletir sobre essas novas concepções de família e
consequentemente a organização do modo de vida dos seus membros, pelas quais na
perspectiva sistêmica e comunicacional alguns valorizam hábitos tradicionais de valores e
costumes e outros o progresso da modernidade, onde as relações íntimas assentam no
prazer, nos afetos, etc. (Simonato, 2010).
O filme Transamérica traz uma reflexão sobre o pensamento e comportamento
sobre pais que descobrem que possuem filhos já adultos; filhos que sonham um dia em
encontrar seu verdadeiro pai; o preconceito em relação à orientação sexual; as pessoas
que não conseguem se sentir satisfeitas com o seu corpo; e os transexuais.
Não são complexos de relacionamentos contemporâneos da sociedade em que
vivemos, mas sim a luta pela quebra de paradigmas que nos leva a refletir sobre os
pontos que se interligam entre as pessoas formando equações de sentimentos e que
geram o fenômeno social.
Em que pese à história do filme ser uma ficção tem em seu bojo a realidade na
sociedade atual. A família não deixa de ser um sistema e ao mesmo tempo um processo
de interação e de integração dos seus membros. A comunicação é o elo de ligação que
constitui condição de convívio e de sustentação de todo o sistema, baseando-se na
igualdade ou na diferença. A análise destas tendências explica-se pelo fato da família ter
vindo a enfrentar um processo de profundas transformações ao longo dos tempos no
sistema (Giddens, 2004).
Assim, pela multiplicidade de concepções que temos sobre as famílias o filme
Transamérica aborda a perspectiva sistêmica e o processo de comunicação numa família.

2. Perspectiva sistêmica e o processo de comunicação


De modo resumido, a história de Bree Ozbournei (Felicity Huffman), um homem
transexual, após várias sessões de terapia com sua psicóloga e exames psiquiátricos, vê-
se, às vésperas de sua cirurgia para mudança de sexo, num conflito de identidade quando
descobre que é pai de um adolescente chamado Toby (Kevin Zegers) de 17 anos, desde
a época que frequentava a faculdade e ainda se identificava como Stanley, detido em um
reformatório por porte ilegal de drogas e prostituição e que precisa de sua ajuda.
Até então, sem refletir o contexto da situação, sua psicóloga nega-lhe a
submissão à cirurgia sem antes resolver esse assunto. Por isso, Bree a contragosto viaja
para Nova Iorque para encontrar Toby, a partir daí desenrola-se a trama.
Essa trama traz vários questionamentos, envolve todo o sistema familiar, ligações
com o passado, o presente e o futuro, sendo um caminho necessário a ser percorrido:
além de certa incompletude enquanto sua aparência não estiver de acordo a sua
identidade, falta a aceitação de si mesma, a possível aceitação e relacionamento com o
filho quase adulto, problemático, viciado em drogas, sonha em ser ator pornográfico e
com um passado marcado pela pedofilia de seu padrasto.
Toda interação e integração entre as personagens levam-nos a perceber que há
uma família a ser constituída, embora não organizada de forma tradicional, mas tem seus
elementos de ligações inter-relacionais, onde se mostram características essenciais de um
sistema.
De acordo com a teoria geral dos sistemas, nada acontece isoladamente e
qualquer coisa que afete um dos componentes, afeta todos os outros, ou seja, qualquer
alteração causa impacto sobre todos os outros membros do sistema (Andrade & Martins,
2011:188).
O sistema vem caracterizado essencialmente por três características: mínimo de
interdependência entre os seus membros; mínimo de regulamentos que presidem em suas
relações; e mínimo de consciência dos regulamentos por parte do sistema, o que significa
que no seu comportamento, cada um tem em conta essas regulações (Relvas, 1996;
Gimeno, 2003; Amaro, 2006).
Nessa perspectiva, quando todo o segredo é revelado e em primeiro momento
rejeita-se essa organização não tradicional, porém, não há como negar os sentimentos
que se entrelaçaram, mesmo sendo ínfima a interação e comunicação entre Bree e Toby,.
Esse processo de interação e comunicação, dá a conotação de um espaço
privilegiado para a elaboração e aprendizagens de dimensões significativas onde as
emoções e afetos positivos ou negativos vão dando corpo ao sentimento de sermos
quem somos e de pertencermos aquela e não a outra família (Relvas, 1996; Alarcão,
2006).
Neste contexto, pode-se compreender que a comunicação é uma ótima
ferramenta para a promoção da capacidade de se expressar e além de quebrar a solidão,
liga-nos a outrem, necessário a ordem intelectual, afetiva, moral e social, constituindo
um componente essencial da vida de cada um em particular e em geral de todo o sistema
familiar.

3. Conclusão
Não se pode negar a evolução do conceito de família que trouxe novos tipos de
organização familiar, e que variam sua estrutura, dinâmica, cultura, suas relações e
funções tornando a sua compreensão mais complexa.
Sabemos, no entanto, que a família como matriz de desenvolvimento dos seus
membros, vista como um sistema dentro de outros sistemas, tem uma cultura própria,
por isso está sujeita a pressões tanto internas como externas para se acomodar às
instituições sociais.
São situação como apresenta o filme Transamérica que requer transformações
constantes da posição dos membros no sistema familiar e no sistema social, sociedade e
família, estabelecendo uma relação de influências mútuas.

6. Referências

ALARCÃO, M. (2006). (Des) Equilíbrios familiares: uma revisão sistémica Coimbra:


Quarteto.
ANDRADE, A. & MARTINS, R. (2011). “Funcionalidade familiar e qualidade de vida
dos idosos” Millenium, nº 40, p.185-199.
GIDDENS, A. (2004). Sociologia, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
GIMENO, A. (2003). A família – o desafio da diversidade, Lisboa: Instituto Piaget.
SIMONATO, M. & OLIVEIRA, R. (2010). Funções e transformações da família ao
longo da história. [em linha]. [Consultado em 12 de Julho de 2011]. Disponível em
http://www.din.uem.br/~ulpeneto/outros/abppprnorte
%20(teste)/pdf/a07Simionato03.pdf.
RELVAS, A. P. (1996). O ciclo vital da família, perspectiva sistémica, Porto:
Afrontamento.

S-ar putea să vă placă și