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Quinta-feira • 15 de março de 2018 •

951•1

15 março 2018
Ano 15
quinta-feira
e 0.70 iva incluído
Diretor: Luís Baptista-Martins
semanário

COVILHÃ
Vítor Pereira
e Santos Silva
Câmaras vão integrar
mais de 200 precários
em tribunal
Arrancou na terça-feira o julga-
mento do presidente da Câmara
da Covilhã, Vítor Pereira, e de
Manuel Santos Silva, ex-presi-
dente da Assembleia Municipal,
acusados de prevaricação de
Seia é o município da região que colocou mais precários a
titular de cargo político e de par- concurso, 78, seguida da Covilhã (75). Na Guarda ainda não há
ticipação económica por causa
de um terreno no Canhoso _ 7 dados disponíveis. A regularização dos trabalhadores precários do
GUARDA
Estado deverá estar concluída até final de 2018 Pág.4
José Amaral

Guarda atrás da Covilhã

Lopes coordena
candidatura a
Capital Europeia
da Cultura
Comissão que vai preparar
processo inclui representantes
das Universidades de Coimbra,
no ranking dos melhores
municípios da região
Salamanca e UBI, mas também
do IPG, do Museu da Guarda e
do TMG ____________________ 6

PS
Segundo estudo da consultora Bloom Consulting, a Covilhã é o melhor município
Pedro Fonseca e das Beiras e Serra da Estrela à frente da Guarda, que lidera as categorias
Alexandre Lote de “Negócios” e “Viver” Pág.5
disputam liderança
no dia 22
Vereador da Câmara de Fornos
de Algodres foi o mais votado na
sexta-feira mas não obteve os 51
por cento de votos necessários
para suceder a António Saraiva.
O cargo vai ser disputado com
Pedro Fonseca, que obteve me-
nos 51 votos que Alexandre
Lote. José Luís Cabral não vai
a votos mas pode ser decisivo
na eleição do novo presidente
federativo _________________ 10

ECONOMIA
Empresários
inovadores
premiados
Semana da Competitividade e
Inovação envolveu empresas
dos distritos de Vila Real, Viseu,
Guarda e Castelo Branco e termi-
nou no NERGA com entrega de
prémios a PME’s inovadoras_ 11

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 2• • Quinta-feira • 15 de março de 2018
navalha
Guarda
O primeiro passo da candidatura da
da
Guarda a Capital Europeia da Cultura está
dado. A comissão executiva foi apresentada
e é liderada pelo antigo secretário de Estado
fio
da Cultura, José Amaral Lopes, que será
acompanhado por outras personalidades.
Ninguém disse que o caminho será fácil,
no
pelo contrário, tendo em conta que há out-
ras cidades portuguesas na luta pelo título.
Ainda assim, a Guarda fez bem em entrar
nesta competição e esperemos que consiga
sair vitoriosa.
NERGA
O NERGA foi uma das associações
empresariais envolvidas na organização
da Semana da Competitividade e Inovação
4inova.pt, que decorreu de 5 a 9 de março
e premiou sete empresas da Guarda, sendo
que três conquistaram o primeiro lugar, duas
ficaram em segundo e duas em terceiro.
Perto de 500 empresários de quatro distritos
(Guarda, Castelo Branco, Viseu e Vila Real)
participaram na “semana da inovação” que,
entre outros, tinha como objetivos sensibi-
lizar e capacitar as PME para os fatores críti-
cos da inovação e aumentar a produtividade
e a capacidade de criação de valor.
Ministério da Saúde
Até ao final do ano o Centro Hospitalar
Cova da Beira, na Covilhã, vai passar a ter
uma Unidade Cardiovascular. Um investi-
mento necessário, que ultrapassa o milhão
de euros. A Beira Interior é considerada uma
zona “cinzenta”, por ser a única região do
país onde os doentes cardíacos ainda não
dispunham deste tipo de resposta. Está dado
mais um passo do governo para diminuir
as desigualdades entre o litoral e o interior.
Ministro da Saúde
A visita que o ministro da Saúde fez
à região está a ser criticada por não ter
incluído a ULS da Guarda e o Hospital
do Fundão. Adalberto Campos Fernandes
passou por Castelo Branco, Covilhã e Seia,
mas as outras duas unidades hospitalares
foram “esquecidas”. A distrital do PSD
de Castelo Branco já mostrou o seu desa-
grado, e com razão, pelo facto de Adalberto
Campos Fernandes não ter visitado o hos-
pital fundanense, «que necessita de obras
urgentes e de forte investimento» para as-
segurar a sua missão. Do mesmo se queixa
o executivo da Câmara da Guarda, que
considera esta omissão do ministro «uma
desconsideração» e um «mau presságio».
ENTREVISTA
CARA
A P
CARA
«A exploração mineira
na Serra da Argemela
irá prejudicar direta
e indiretamente a
vida de milhares de
pessoas»
P - Quais os impactos da exploração
mineira na Serra da Argemela?
R - Os impactos serão de vária ordem: o
facto de se tratar de uma mina a céu aberto e
em profundidade, em encosta voltada para a
aldeia de Barco e com uma dimensão de 45,2
hectares, implica desde logo um tremendo
impacto visual. A este facto estarão associados
a poluição do ar resultado da exploração em si
e da maquinaria usada, a contaminação direta
dos lençóis freáticos da Serra da Argemela, a
contaminação dos solos e, pela ação do decli-
ve, a contaminação inevitável do Rio Zêzere.
Para compreender a dimensão assustadora
do problema basta analisar a extensa lista
dos quinze recursos minerais a explorar que
constam no pedido da empresa e os respe-
tivos métodos de tratamento, que recorrem
a substâncias tóxicas tais como o arsénio, o
cloro e o mercúrio. Também a poluição sonora
será uma constante, não apenas a derivada do
funcionamento da maquinaria (por exemplo, a
lavaria contempla a laboração 24h sobre 24h),
mas também a inerente ao uso de explosivos
para o desmonte – o facto da aldeia do Barco
se situar defronte para a serra, em disposição
de “anfiteatro”, aumenta exponencialmente o
efeito do som, assim como das vibrações. Mas
para além de uma mina a céu aberto, a propos-
ta da empresa apresenta outras valências, tais
como: uma zona para deposição de rejeitados
(que poderá funcionar como barragem) com
uma área de 20,46 hectares, uma área para a
lavaria (7,69 hectares), uma escombreira a
este (38,57 hectares), uma escombreira a oeste
(30,5 hectares), uma escombreira a sudoeste
(75,68 hectares) e uma enorme área de 185,61
hectares para vias de acesso às valências atrás
descritas.
No total, esta enorme área de 403,71 hec-
tares implicará a destruição de praticamente
toda a vertente norte da Serra da Argemela,
com a agravante de, com a serra, ser também
destruído todo um legado arqueológico que
ainda se encontra por estudar e valorizar,
além de descaracterizar por completo e irre-
versivelmente toda a envolvência do Castro
da Argemela, estrutura arqueológica da
Idade do Bronze que se encontra no cume. A
estes impactos, há que acrescentar também
a desvalorização do património urbano e
rústico, assim como o prejuízo em todos os
investimentos de turismo rural em curso, que
não terão continuidade.
P - Foi constituído o “Grupo pela Pre-
servação da Serra da Argemela”, o que tem
sido conseguido até aqui?
R - Esta luta já tem um ano: desde que
redigi e pus a circular a petição “Pela Preser-
vação da Serra da Argemela/ Contra a Extração
Mineira” que a esta causa se juntou um grupo
de pessoas, e sob a coordenação da Junta
da União de Freguesias de Barco e Coutada,
conseguimos também o apoio de Lavacolhos
e Silvares, as outras duas localidades que se
inscrevem na área total de concessão, dando
assim origem ao grupo. Para além de ações
de sensibilização junto das pessoas em geral,
obtivemos o apoio de todos os presidentes de
Juntas do concelho da Covilhã e, consequente-
mente, do próprio município. No seguimento,
e dado que as freguesias de Lavacolhos e
Silvares pertencem ao concelho do Fundão,
conseguimos que este município também
manifestasse a sua oposição à realização deste
projeto mineiro que claramente põe em causa
a qualidade de vida em ambos os concelhos. A
petição seguiu para a Assembleia da República,
foi aceite e foram convocados para audição na
Comissão Parlamentar do Ambiente, Ordena-
mento do Território, Descentralização, Poder
Local e Habitação os presidentes dos municí-
pios da Covilhã e Fundão, os presidentes das
Juntas de Barco e Coutada, de Lavacolhos e de
Silvares e eu, enquanto primeira peticionária,
e a posição foi unânime: todos manifestaram
a sua oposição à concessão do projeto mineiro
da empresa PANNN, Consultores de Geociên-
cias, Lda.. Desta audição foi elaborado pela
Comissão um relatório e os deputados da
mesma redigiram projetos de resolução que,
na generalidade, corroboram a posição da
petição que deu origem a todo o processo. De
momento, aguardamos a redação de um texto
conjunto, que posteriormente será discutido
em plenário na Assembleia da República.
P - Têm previstas mais ações de pro-
testo?
R - O “Cordão Humano” do passado 4 de
março marcou um ano sobre o início da luta
pela preservação da Serra da Argemela. De
momento, a Agência Portuguesa do Ambiente
já deu “luz verde” à realização do Estudo de
Impacte Ambiental, pelo que estamos alerta
não descartando que, durante este processo,
não diligenciemos esforços para a realização
de uma manifestação em Lisboa, pois é em
Lisboa que tudo se decide. Se no “Cordão Hu-
E R F I L
Maria do Carmo Mendes
Porta-voz do Grupo pela Preservação da Serra
da Argemela
Idade: 41 anos
Naturalidade: Elvas
Profissão: Professora universitária/ historiadora
da Arte/ pintora
Currículo: Licenciada em Pintura pela Faculdade
de Belas-Artes da Universidade de Lisboa; Mestre
em Arte, Património e Teoria do Restauro pela
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa;
Doutora em História, na especialidade de História
da Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade de
Lisboa; Professora auxiliar convidada na Faculdade
de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior
Livro preferido: “Baudolino”, de Umberto Eco
Filme preferido: “Le Fabuleux Destin d’Amélie
Poulain”
Hobbies: Leitura
mano” contámos com a presença de centenas
de pessoas, em Lisboa a Argemela contará
certamente com milhares.
P - Foi aprovada, na Assembleia Mu-
nicipal da Covilhã, uma moção contra a
exploração mineira na Argemela. O que
pode resultar dessa aprovação?
R - Já conseguimos sensibilizar e mobili-
zar os grupos parlamentares no apoio à causa
da Argemela; esperamos que a moção apro-
vada por maioria na Assembleia Municipal da
Covilhã, a moção aprovada por unanimidade
na Assembleia Municipal do Fundão e a moção
aprovada por unanimidade na Assembleia de
Freguesia da União de Freguesias de Barco e
Coutada mobilizem, em conjunto, o Presidente
da República, o primeiro-ministro, o ministro
da Economia, o ministro do Ambiente e o
diretor-geral da Direcção-Geral de Energia
e Geologia no sentido de ponderarem a
concessão desta exploração mineira que irá
prejudicar direta e indiretamente a vida de
milhares de pessoas. O interior do país já foi
por demais sacrificado nos últimos anos e a
implantação deste tipo de explorações, a cen-
tenas de metros de localidades povoadas, em
nada contribuirão para o combate necessário
à desertificação; antes pelo contrário, só irão
agravá-lo. Não pretendemos que só se lem-
brem de nós quando nos acontecem desgraças,
e desgraça é escavarem uma cratera à nossa
porta não prezando o direito à qualidade de
vida consagrado a cada cidadão deste país pela
Constituição Portuguesa.
P - No entanto a votação contou com
seis abstenções do CDS e CDU. Como vê
essa posição?
R - Como tive oportunidade de dizer no
período reservado à intervenção do público,
infelizmente ainda existe o estigma de que as
pessoas que residem nas aldeias são iletradas,
que não entendem os problemas com que se
deparam e que agem por paixão. Creio que
só este estigma explica as abstenções porque
não quero pensar que as mesmas derivaram
de puro desconhecimento de todo o processo
e do que efetivamente está em causa: a vida
de pessoas. No entanto, e como fiz questão de
salientar, o facto da Assembleia Municipal do
Fundão, onde se localiza cerca de 25 por cento
da área de concessão, ter aprovado a moção
apresentada pelo BE por unanimidade, e a
Assembleia Municipal da Covilhã, concelho
onde se situam os restantes 75 por cento, ter
aprovado a moção apresentada pela Junta de
Freguesia de Barco e Coutada com seis abs-
tenções é uma vergonha que deriva, em meu
entender, de visões puramente economicistas
que nem sequer consideram o direito à opção
de vida e à palavra “não” fundamentada. Fa-
lando em CDU, e convém destacar, o Partido
Ecologista “Os Verdes” está absoluta e inte-
gralmente com a Argemela.

opinião
António Ferreira
antonio.ferreira.adv@netvisao.pt
No ranking de 2018 da Bloom Consulting o mu-
nicípio da Guarda está em 11º lugar na região Centro
e em 48º no país. Melhorou um lugar a nível nacional
em quatro anos, mantendo-se na mesma posição na
região. Estamos atrás da Covilhã, de Castelo Branco,
de Viseu, de Bragança, de Vila Real, de Évora, de Beja,
tal como estávamos em 2014. Nas capitais de distrito
do interior, estamos apenas à frente de Portalegre (79º
lugar nacional agora, 81º em 2014).
O ranking procura estabelecer quais os melhores
lugares para se viver, investir ou visitar, partindo
da análise de dados estatísticos sociais, turísticos
e económicos, da frequência das pesquisas online,
demonstrativas ou não de interesse ou de dinâmica,
ou do estudo da perceção geral sobre cada município,
favorável ou não.
Estes estudos, tais como os valores divulgados
pelo INE, ou os tratados pela PORDATA, por exemplo,
são importantes elementos para a governação e a
escolha de políticas de desenvolvimento e mostram
se o que se está a fazer resulta ou se, pelo contrário,
não adianta nada.
Os rankings são importantes, mas a comparação
com os vizinhos não chega. Mais importante do que
isso é apreciar valores absolutos em aspetos como a
natalidade, o poder de compra, os fluxos populacio-
nais, a criação ou a perda de emprego.
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Quinta-feira • 15 de março de 2018 • •3
editorial Luís Baptista-Martins
baptista-martins@ointerior.pt
Quem limpa a floresta?
1
Depois do flagelo dos incêndios que no ano passado destruiu
vidas, casas e floresta nada pode ser como antes. Se num
primeiro momento o próprio primeiro-ministro sacudiu a água
do capote e responsabilizou todas as pessoas pela falta de empe-
nhamento na defesa da natureza - o Estado deu um mau exemplo,
não limpando, deixando arder, não protegendo e não ajudando a
recuperar – depois, o governo comprometeu-se a evitar tragédias
como as que ocorreram em Pedrógão e a 15 de outubro. A seca e
as altas temperaturas em junho e outubro queimaram milhares de
hectares num país ostracizado e despovoado, num país pobre e
envelhecido, num país abandonado e desprotegido, que permitiu que
mais de 100 pessoas morressem. Um país que pensávamos que já
não existia; um país rural e atrasado que, desde os corredores da
capital, era desprezado. Tanto que esse país ardeu num dia, numa
noite, à velocidade das chamas num barril de pólvora há muito plan-
tado nas serras e vales do Centro de Portugal, no Portugal profundo.
Mas a ocorrência de grandes desastres induz à tomada de grandes
medidas. E, por isso, «custe o que custar», os proprietários dos terrenos,
em primeiro lugar, e as autarquias depois, vão ter de pagar caro pela
limpeza da terra, pela gestão das propriedades. Os proprietários tinham
até hoje para fazer a limpeza dos terrenos e as autarquias têm até 31
de maio para garantir que estes trabalhos serão feitos. Uns e outros
queixam-se de falta de tempo, de falta de dinheiro, da falta de recursos,
da falta de pessoas para dar resposta a uma obrigação legal com uma
dúzia de anos e que agora não será mais protelada – a GNR é convidada a
ter uma atitude pedagógica e menos severa nesta fase (até porque depois
de meses sem chover as últimas semanas foram de chuva intensa), mas
não se deve esperar laxismo das autoridades nos próximos meses; as
coimas, quando começarem a ser aplicadas, serão impiedosas. Mas o
mais importante: é mesmo necessário, é urgente, limpar os terrenos,
O plano
para resistir ao fogo, para salvar vidas e recuperar a flora.
2
Uma semana depois de ter sido lançada a obra de requalificação
A perceção geral é que se está a sair da crise co-
da Linha da Beira Baixa e o governo ter dado um sinal claro de
meçada a nível global em 2008 e que levou à interven-
que aposta na ferrovia, um relatório da Infraestruturas de Portugal
ção da “troika” em 2011. Mas e aqui? Recuperaram-se
evidencia que 60% das vias férreas portuguesas estão em mau estado.
os empregos perdidos, voltaram os muitos que
O troço Guarda-Covilhã, cujas obras deverão estar concluídas no
emigraram, as empresas que abriram compensam as
verão de 2019, irá ser determinante para o fecho de malha e a redun-
que fecharam? Fala-se agora de uma recuperação da
dância de rede na zona centro do país e deverá também contribuir para
construção civil e da subida do valor das casas – no
descongestionar a Linha do Norte e a Linha da Beira Alta e promover
país. Na Guarda, isso não parece acontecer ou então
canais alternativos e mais curtos ao tráfego internacional de mercado-
acontece mais devagar e com mais dificuldade. As
rias. Mas esta aposta chega com imenso atraso. Tanto que, segundo
maiores empresas de construção civil fecharam já
o relatório da Infraestruturas de Portugal, a Linha da Beira Alta, de Vila
há anos e não foram substituídas. Há mais trabalho
Franca das Naves à Pampilhosa, está em mau-estado ou tem condições
para quem aguentou, mas nada que se pareça com
medíocres – enquanto a linha Aveiro-Viseu-Mangualde (ligação à Linha
o volume, aliás excessivo, dos anos 90 do século
da Beira Alta) não sai do papel.
passado. A oferta do mercado imobiliário é enorme
Depois do logro da alta velocidade com Sócrates (gastaram-se
e quem quer vender não vê modos de o conseguir,
milhões em estudos e consultadoria nos supostos projetos de TGV para
a não ser ao desbarato. Entretanto, a taxa de IMI é a
nada) com a crise, a modernização foi abandonada e a aposta na ferrovia
máxima e as taxas de juros ameaçam voltar a subir…
desprezada. Enquanto por toda a Europa a alta velocidade vai entrando
É verdade que o consumo parece estar em alta,
nos carris, Portugal ficou completamente fora da linha da modernidade
com a abertura de novos espaços comerciais, mas isso
ferroviária. Em Espanha, o AVE vai unir todas as “capitais” espanholas
diz muito pouco sobre os aspetos mais fundamentais
em breve (está em construção uma rede de alta velocidade que irá unir
da economia e em pouco ou nada nos diferencia, para
as cidades espanholas e impor o comboio como o transporte do século
melhor, dos nossos vizinhos.
XXI de nuestros hermanos). Em breve, os portugueses poderão viajar
Recordo agora a propósito de tudo isto um agora
para a Europa em alta velocidade, mas terão de apanhar o comboio em
esquecido plano de desenvolvimento do concelho, de
Sanabria, a pouco mais de 40 quilómetros de Bragança, e em breve a
que muitos não recordarão sequer os traços essen-
partir de Salamanca. Perdemos o comboio há muito e o estado das
ciais. Recordo, vagamente, intenções de aposta no
nossas infraestruturas ferroviárias não augura grande futuro.
turismo e na saúde. E agora, qual é o plano?
4• • Quinta-feira • 15 de março de 2018
Câmaras da região podem vir a
integrar mais de 200 precários
Sara Guterres
Seia é o município
que colocou mais
precários a concurso,
78, seguida da Covilhã.
Na Guarda ainda não
há dados disponíveis.
A regularização
dos trabalhadores
precários do Estado
deverá estar concluída
até final de 2018.
As comissões que avaliam
os requerimentos dos precários
do Estado deram parecer favo-
rável a 7.844 trabalhadores e
há 854 prontos para avançarem
para os concursos. Na região,
mais de 200 precários poderão
ser integrados nos quadros das
Câmaras Municipais.
Até ao momento, segundo
informações recolhidas por O
INTERIOR, a autarquia que co-
locou mais precários a concurso
foi a de Seia (78), seguida da
Covilhã (75). Na Câmara Muni-
cipal do Fundão são 49 (21 téc-
nicos superiores, 23 assistentes
operacionais e cinco assisten-
tes técnicos) os trabalhadores
com vínculo precário que vão
ser integrados nos quadros. O
presidente da autarquia, Paulo
Fernandes, esclareceu que os
critérios aplicados estão relacio-
nados com o tempo de serviço,
tendo entrado os trabalhadores
que exerciam funções a tempo
inteiro há pelo menos três anos.
No caso dos trabalhadores dos
arraiais foi aberta uma exceção
e podiam ter menos tempo de
casa, pois o município admite
ter dificuldade em recrutar
profissionais ligados a esses
Futuro do interior debatido na UBI
Movimento pelo Interior vai passar por várias cidades até maio, altura
em que apresentará medidas para alterar o atual desequilíbrio do país
«Esta não é uma causa do
interior. É uma causa nacional»,
afirmou o presidente da Câmara
da Guarda, na segunda conferên-
cia do Movimento pelo Interior,
que decorreu na terça-feira na
Faculdade de Ciência da Saúde,
na Covilhã.  conferências vão passar ainda por
Os encontros, segundo o
próprio explicou, têm como ob-
jetivo «refletir sobre as medidas
a tomar após a audição destas
conferências, em relação a três
eixos». Eixos esses que já estão
definidos: fiscalidade, o papel do
Estado no território e a política
Autarquias da Guarda e Figueira de Castelo Rodrigo ainda sem dados sobre trabalhadores precários
serviços. Em Belmonte, a última
Assembleia Municipal aprovou a
integração de 26 trabalhadores
precários com os votos a favor
do PS e da CDU. A coligação PSD-
MPT absteve-se.
Entre aposentados, pedidos
de mobilidade e funcionários da
antiga Empresa Municipal (TE-
GEC) que não foram a concurso,
a Câmara Municipal de Trancoso
está desde 2013 com carência
de pessoal, pois «tivemos mais
de 30 pessoas que saíram» dos
quadros da autarquia, adiantou
Amílcar Salvador. A “chegada”
do Programa de Regularização
Extraordinária dos Vínculos
Precários na Administração
Pública (PREVPAP) foi para a
edilidade uma lufada de ar fres-
co pois «estávamos com uma
necessidade muito grande de
termos mais gente, sobretudo
devido aos ínumeros equipa-
educativa. E pese embora «há
muitos anos se debate e se debita
sobre o interior», o edil guardense
considera que «devemos andar a
debitar mal ou a propor mal, ou
então, temos feito bem e não tem
havido a coragem política». As
várias cidades e, até maio, Álvaro
Amaro compromete-se apresen-
tar um conjunto de propostas
para serem desenvolvidas nos
próximos 12 anos de forma a
poderem alterar a atual situação
de desequilíbrio do país. A espe-
rança é que haja «coragem polí-
mentos que a Câmara Muni-
cipal tem em funcionamento»
aos fins-de-semana e feriados.
«Serão colocados a concurso
14 novos postos de trabalho,
sendo que três deles já estavam
previstos no mapa de pessoal»,
adiantou o autarca, acrescen-
tando que grande parte são au-
xiliares de limpeza, «outros para
atendimento de equipamentos e
alguns técnico superiores que já
vinham fazendo algumas pres-
tações de serviços» à Câmara.
Com um número próximo
está a Câmara Municipal da
Mêda, que abriu concurso para
13 precários (seis assistentes
operacionais, quatro assistentes
técnicos e três técnico superio-
res), sendo que a maior parte
desses trabalhadores estavam
avençados. «Tinhamos mais,
evidente, mas eram estas as
necessidades que tinhamos e
tica» para que algumas dessas
medidas entrem já no Orçamento
do Estado de 2019.
Álvaro Amaro afirmou que
o Movimento pelo Interior nada
tem a ver com partidos políticos
ou organizações e a prova disso
é que no encontro na Covilhã
participaram pessoas de vários
quadrantes. Um dos oradores foi o
antigo secretário de Estado do En-
sino Superior. José Reis afirmou
que atualmente existe «uma pro-
funda ignorância» do território,
pois «passou a assumir-se que é
um fardo que temos que carregar
AR
entendemos que são aqueles
que nos fazem mais falta para
colmatar as lacunas nos vários
serviços», explicou o edil An-
selmo Sousa. Numa situação di-
ferente está a Câmara Municipal
de Fornos de Algodres que, ao
estar em reequilíbrio financeiro,
«qualquer alteração relativa-
mente à integração de precários
depende sempre do parecer do
Fundo de Apoio Municipal»,
segundo o edil fornense. «No
contrato assinado com o FAM, a
Câmara está obrigada a diminuir
o número de pessoal», recorda
Manuel Fonseca, afirmando que
por agora não sabe qual será a
decisão. Ainda assim, garante
que quando houver parecer
sobre quantas pessoas em situ-
ação precária podem ser inte-
gradas, «vamos ver quantas são
e também verificar em termos
financeiros», adiantou.
Movimento pelo Interior reuniu na terça-feira, na Covilhã
e, por isso, o território existe,
mas como paisagem, turismo e
gastronomia», mas considera que
não será «com mezinhas» que o
problema se resolve.
Por sua vez, José Silva Pene-
da, ex-presidente do Conselho
Económico e Social (CES) lem-
EmFoco
Já as autarquias de Almeida,
Pinhel, Manteigas e Sabugal
adiantaram que o levantamen-
to foi feito, mas ainda não há
decisão. As Câmaras da Guarda
e Figueira de Castelo Rodrigo
ainda não têm esses dados.
Em Aguiar da Beira, «a Câmara
Municipal ainda não deliberou a
necessidade de recrutamento de
pessoas para suprir necessida-
des permanentes» e, portanto,
«não está a decorrer qualquer
procedimento» relativamente à
integração de precários, de acor-
do com a vice-presidente Rita
Cunha Mendes. Já as edilidades
de Vila Nova de Foz Côa e Celo-
rico da Beira referem não ter
nenhuma situação de precários,
sendo que nesta última houve
um processo de internalização
da Empresa Municipal, que já
está concluído.
Regularização dos
trabalhadores
precários deverá
estar concluída
até final de 2018
Até ao momento foram
realizadas mais de 350 reuni-
ões das 15 Comissões de Ava-
liação Bipartidas (CAB) cria-
das nos vários ministérios,
sendo que uma já concluiu o
trabalho, seis terminarão em
março e as restantes «com a
máxima brevidade», segundo
o ministro das Finanças. O go-
vernante acredita que «até fi-
nal de 2018» a regularização
dos trabalhadores precários
do Estado estará concluída.
AEI
brou que existem duas realidades
diferentes no país: litoral e inte-
rior e que é preciso «combater as
desigualdades», ressalvando, no
entanto, que «é das coisas mais
difíceis que há», pois considera
que as medidas «precisam de
tempo e coerência».
EmFoco Quinta-feira • 15 de março de 2018 • •5

COVILHÃ
Câmara está sem Provedora
do Munícipe
O PSD da Covilhã, denun-
ciou, em comunicado, a ausência
de um provedor do munícipe,
e dos respectivos serviços, na
Covilhã lidera
ranking dos
do com esta questão, Vítor Pereira
explicou que Elisa Pinheiro não foi
de novo nomeada para desempe-
nhar o cargo por opção própria,

Câmara da Covilhã. A situação
arrasta-se há quatro meses.
O cargo era até então de-
sempenhado por Elisa Pinheiro,
mas terminou com a cessação
municípios
mas já esta «uma pessoa escolhi-
da. Um nome que em breve será
anunciado», sem adiantar para já
mais pormenores. O edil recor-
dou que este é um cargo «nunca

do anterior mandato autárquico.
Segundo o PSD, a ex-provedora
«continua a ter todas as con-
dições de elegibilidade para
dirigir os serviços de provedoria
do munícipe», pelo que a nova
nomeação já deveria ter sido co-
nhecida e validado na reunião de
dezembro de 2017 da Assembleia
Municipal da Covilhã. Confronta-
da região
existiu no nosso município e que
fizemos questão de introduzir».
Quanto ao perfil do novo prove-
dor garante que é alguém com
«capacidade de distanciamento
político, objetividade no trata-
mento destas matérias que são Segundo ranking da consultora Bloom Consulting, a Covilhã é
delicadas. Uma pessoa supra o melhor município das Beiras e Serra da Estrela à frente da
partes e que possa defender os
nossos concidadãos». Guarda, que lidera as categorias de “Negócios” e “Viver”
DR

GUARDA
Governo disponível para criar Centro
Nacional de Educação Rodoviária
O Ministério da Adminis-
tração Interna (MAI) afirma
que o Governo «está disponí-
vel para estudar soluções que
visem aprofundar a educação
rodoviária nos mais diversos
níveis», entre os quais poderia
ser considerada «a criação de
um Centro Nacional de Educa-
ção Rodoviária em articulação
com o Ministério do Planea-
mento e Infraestruturas».
Esta é a resposta do gabi-
nete de Eduardo Cabrita a um
requerimento do deputado
do PS Santinho Pacheco, que
a considera «animadora». Em
janeiro, o eleito pelo distrito
da Guarda perguntou ao MAI
se estaria disponível para,
através da Autoridade Nacio-
nal de Segurança Rodoviária,
estudar a criação de um Centro
ENSINO SUPERIOR
Deputados do PSD querem saber se
Governo vai mesmo reduzir vagas
Nacional de Educação Rodovi-
ária no Instituto Politécnico da
Guarda (IPG) para «dinamizar
a investigação sobre a realida-
de, os problemas rodoviários,
formação e ensino da condu-
ção». O socialista justificou
que «a Guarda é uma cidade e
um distrito de fronteira, com
um relacionamento muito
próximo com Espanha e, par-
ticularmente, com Salamanca»,
onde existe uma estrutura
do Ministério do Interior – o
Instituto de Educación Vial –
que prepara conteúdos sobre
prevenção e segurança rodo-
viária destinados aos alunos Covilhã é o concelho melhor classificado na lista divulgada esta semana pela Bloom Consulting
de todos os níveis de ensino. Luis Martins escalão secundário, com a Covilhã a Guarda lidera em “Negócios”,
Ali são ainda ministradas aulas a surgir na 45ª posição da geral e seguida da Covilhã e do Fundão.
específicas para formação de a Guarda a ocupar o 48º lugar, que Na rubrica “Visitar” (turismo),
professores, agentes policiais Não há sinal dos municípios mantiveram os lugares do estudo o pódio é ocupado pela Covilhã,
ou técnicos de viação. da região no top 40 do “Portugal anterior. O Fundão é 77º, Seia é Guarda e Fundão, respetivamente.
City Brand Ranking” elaborado 99º, tendo descido um lugar, e de- Já a categoria “Viver” é liderada
pela Bloom Consulting, que ana- pois é o descalabro com o quinto pela Guarda, à frente da Covilhã
lisou os negócios, o turismo e as município melhor classificado da e do Fundão. O ranking está
condições de vida dos 308 conce- região, Gouveia, a surgir em 156º, disponível no site www.bloom-
lhos portugueses. Castelo Branco
é o melhor classificado com o 42º
seguido de Belmonte (173º), que
subiu dois lugares relativamente
consulting.com .

em Lisboa e Porto
Ângela Guerra e Carlos
Peixoto questionaram o Go-
verno sobre a redução de vagas
universitárias em Lisboa e no
Porto para captar mais estu-
dantes para o interior.
Num requerimento en-
viado ao ministro da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior,
Manuel Heitor, os deputados
do PSD eleitos pelo círculo da
Guarda consideram que a pro-
posta de reduzir em cinco por
cento essas vagas é «um proje-
to de investimento público de
inegável relevância para o inte-
rior de Portugal». Contudo, os
parlamentares lembram que a
medida já foi contestada pelas
universidades e politécnicos
de Lisboa e Porto e perguntam
à tutela se «está o Governo de-
cidido e determinado» a «pô-la
em prática». Ângela Guerra e
Carlos Peixoto questionam mes-
mo se, «no caso, não esperado,
de recuar nessa sua intenção,
que outras medidas ou receitas
tem o Governo para valorizar
e tornar mais procuradas as
instituições de ensino supe-
rior do interior do país?». No
documento, os eleitos sociais-
democrata consideram que o
Governo «só depende de si para
passar daquelas boas palavras
aos bons atos, mostrando que,
nesta matéria, projeta e atua
com coerência e com a noção
de que a tão propalada coesão
territorial é mesmo um tema
para levar a sério».
lugar da lista geral. a 2017, tal como Trancoso (184º), Ranking dos municípios
O estudo, que já vai na quinta enquanto o Sabugal (190º) ascen-
edição, foi divulgado na terça-fei- deu um lugar.
da região
ra e teve por base o desempenho Para lá da 200ª posição estão Cidades C. geral
relativo entre cada concelho na Manteigas (215º), que protagoni- Covilhã 45º
captação de novos investido- zou uma queda de cinco lugares; Guarda 48º
res, turistas e novos residentes, Pinhel (227º), que subiu cinco Fundão 77º
segundo variáveis como dados posições; Vila Nova de Foz Côa
Seia 99º
estatísticos, procura, pesquisas (232º), menos três; Celorico da
Gouveia 156º
“online” sobre o município e de- Beira (243º), que baixou sete;
sempenho “online” através dos si- Mêda (244º), mais cinco lugares; Belmonte 173º
tes e redes sociais. A classificação Almeida (254º), mais dois; Fi- Trancoso 184º
de 2018 volta a ser liderada por gueira de Castelo Rodrigo (258º), Sabugal 190º
Lisboa, que ocupa o primeiro lu- menos dois; Aguiar da Beira Manteigas 215º
gar nas três categorias analisadas (272º), menos um; e Fornos de Pinhel 227º
(“Negócios”, “Visitar” e “Viver”), Algodres (282º), que se manteve. VN Foz Côa 232º
seguida do Porto e Cascais. Do No ranking regional do Centro Celorico Beira 243º
top 10 fazem ainda parte os con- elaborado pela Bloom Consulting Mêda 244º
celhos de Braga, Coimbra, Sintra, Coimbra é o município que está
Almeida 254º
Funchal, Faro, Vila Nova de Gaia na frente, sendo Castelo Branco
e Setúbal. Longe deste “campeo- (8º) o melhor da Beira Interior, à Figueira C. Rodrigo 258º
nato”, os municípios das Beiras e frente da Covilhã (10º) e Guarda Aguiar da Beira 272º
Serra da Estrela competem num (11º). Na análise por categorias, Fornos Algodres 282º
6• • Quinta-feira • 15 de março de 2018

S
Sociedade
GUARDA
Rotary Club
homenageia
Emílio Aragonez
O Rotary Club da Guar-
da vai homenagear no sá-
bado o jornalista Emílio
Aragonês, no âmbito da
iniciativa “Homenagem ao
Profissional”.
A cerimónia acontece
pelas 13 horas numa uni-
dade hoteleira da cidade
e inclui uma palestra do
jornalista António José Tei-
xeira sobre “A Liberdade de
imprensa e a paz - O papel
da comunicação social”. A
atividade está integrada no
programa anual daquela
organização e destina-se
a homenagear «um pro-
fissional distinto e ainda a
fomentar o debate de temas
de elevadíssimo interesse
pela sua atualidade».
José Amaral Lopes lidera
candidatura da Guarda a
Capital Europeia da Cultura
Comissão coordenadora inclui representantes das Universidades de Coimbra,
Salamanca e UBI, mas também do IPG, do Museu da Guarda e do TMG
O antigo secretário de Esta-
do da Cultura, José Amaral Lo-
pes, é o coordenador executivo
da comissão que vai elaborar a
candidatura da Guarda a Capital
Europeia da Cultura.
A acompanhar o ex-gover-
nante estão Fernando Carmino
Marques (em representação do
Instituto Politécnico da Guarda),
André Barata (Universidade
da Beira Interior), Rui Jacinto
(Universidade de Coimbra), João
Mendes Rosa (diretor do Museu
da Guarda), Efrem Yildiz Sadak
(Universidade de Salamanca)
e Victor Afonso (programador
e coordenador do Teatro Mu-
nicipal da Guarda). O caminho
a percorrer não será fácil, mas
Álvaro Amaro está confiante nas
potencialidades da cidade mais
alta: «É uma competição cons-
ciente e ambiciosa por parte do
município porque sabemos que
há outras cidades envolvidas.
Mas também sabemos as mais-
valias que podemos oferecer à
nossa candidatura», sublinhou
o autarca, acrescentando que
até ao final do ano será desen-
volvido «um programa, um or-
çamento e um conjunto de ações
de envolvência que permitam
afirmar este território».
Para o autarca esta não é
apenas uma candidatura de um
território do interior. «É uma
candidatura de um território
transfronteiriço, que vai das
Beiras ao Mondego», declarou,
ao destacar a importância da
DR
participação da Universidade
de Salamanca, cidade que já foi
Capital Europeia da Cultura.
«Temos a profunda convicção
de que se o fizermos bem temos
grandes condições para sairmos
vitoriosos em 2021», garantiu
Álvaro Amaro, que quer «uma
ação com os pés bem assentes,
mas é vencendo as dificuldades»
que a Guarda se assume «cada
vez mais». Elaborar um relatório
detalhado «com o levantamento
de todas as informações úteis
para o desenvolvimento da
estratégia da candidatura» é
a incumbência da comissão
executiva liderada por José
Amaral Lopes, que acredita que
a cidade mais alta tem «todas
as condições para apresentar
uma candidatura forte, sólida,
credível e ganhadora».
Contudo, o antigo gover-
nante alertou que é «fundamen-
tal» a participação de todos os
guardenses. Mas de que forma?
«Da forma mais prática e natu-
ral: que sintam que este projeto
é deles», respondeu José Amaral
Lopes, reforçando que este «não
é um projeto político para as
pessoas se afirmarem», mas sim
«um projeto da Guarda, que vai
melhorar a qualidade de vida»
das pessoas. «Este tem que ser
um projeto agregador, ambicio-
so, tem que ter uma dimensão
internacional e eu penso que
tem todas as condições para ter
sucesso», sublinhou o coordena-
dor da comissão.

Câmara lamenta que ministro da Saúde

GALARDÃO
Inscrições
abertas para
Prémio Solidário
Transportes
não tenha visitado ULS da Guarda
Bernardo Marques Sara Guterres
Decorre até 6 de abril
a fase de inscrições para o
Prémio Solidário Transpor-
tes Bernardo Marques, no
Álvaro Amaro disse ter sido
uma «desconsideração» pela
valor de mil euros.
O galardão, destinado a
Unidade Local de Saúde (ULS)
da Guarda o ministro Adalberto
Campos Fernandes não ter vindo
instituições particulares de
à cidade mais alta na visita que
solidariedade social (IPSS)
efetuou às unidades da região na
do concelho da Guarda, tem
passada sexta-feira.
como objetivo assinalar, de
No final da última reunião de
forma solidária, o projeto da
Câmara, realizada na segunda-
Cápsula do Tempo Guarda
feira, o presidente do município
2050. Segundo o Clube Es-
reiterou que nunca aceitará que
cape Livre, as IPSS do con-
«se esvazie» a ULS. «O ministro
celho podem candidatar-se
da Saúde não só não veio à Guar-
com a indicação de um pro-
da como criou uma unidade no
jeto ou de uma necessidade
âmbito da Cardiologia na Covi-
«que os mil euros poderiam
lhã», constatou Álvaro Amaro,
ajudar a colmatar».
sublinhando que não se trata de
«ciúmes», mas sim de ser «contra
estas medidas desgarradas». O
autarca defende que o Governo
devia ter estudado essa medida
e ter «respeito político também
pela Guarda». De resto, o edil
aproveitou para anunciar que
as próximas Conferências da
Guarda, a realizar dentro de
meses, serão dedicadas à saúde.
Os vereadores do PS também
Portagens na A23 e A25
esperam que Adalberto Campos
Fernandes «corrija rapidamente
é «disparate que vai ser
esta omissão»: «Podia ter ido a Seia,
mas teria que vir à Guarda», consi- corrigido»
derou Eduardo Brito, para quem
No final da reunião, o socialista disse aos jornalistas que o
a não visita do governante à ULS
ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, «está
guardense foi «um mau presságio».
enganado e vai ter que mudar de opinião» sobre as portagens.
Já no caso do Hotel Turismo
Para Eduardo Brito esta é uma matéria que deverá constar
da Guarda Álvaro Amaro lamen-
nas medidas de apoio ao interior: «Se estas coisas não entrarem,
tou que a gestão do património
concretas naquilo que muda a vida das pessoas, então o que é que
do Estado no interior do país seja
entra? Sonhos, doutrina, estratégia?», ironizou, acrescentando
«um sofrimento», mas congratu-
que as portagens na A23 e A25 são «um disparate que tem que
lou-se com a solução encontrada.
ser corrigido e vai sê-lo mais depressa até do que se pensa». Já os
«Desejamos que corra tudo pelo
dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o número de
melhor e que tão urgente quanto
dormidas, de hóspedes e volume de negócios em 2016 levaram o
possível possamos ver o projeto
socialista a constatar que a Guarda, em comparação com a Covilhã,
aqui apresentado, que terá via
Castelo Branco, Fundão e «até mesmo Seia», não só «não melhorou,
verde na Câmara», disse. A satis-
como se continua a afastar». O vereador considera os números
fação é partilhada pelos eleitos
«preocupantes», mas ressalva que a responsabilidade não é exclu-
socialistas, que recordaram que
siva da autarquia. Ainda assim, «a Câmara não pode ter ilusões»,
a solução encontrada «tem a
defende Eduardo Brito. Confrontado pelos jornalistas, Álvaro Amaro
marca do PS, embora não nos
mostrou-se surpreendido com a questão, que não foi abordada na
importemos de partilhá-la» com
reunião. «Isto não é forma. Eu só falo com a comunicação social sobre
a Câmara. Mas Eduardo Brito
aquilo que falei na sessão de Câmara», respondeu o presidente, que
alertou que «ainda não chegamos
disse ter dados que contrariam a tese dos socialistas.
ao fim do campeonato».
 Quinta-feira • 15 de março de 2018 • •7

Vítor Pereira COVILHÃ

Dívida da Câmara pode

e Santos Silva ser reestruturada

O presidente da Câmara
da Covilhã espera apresentar
«brevemente» ao executivo
administração das “Águas da
Covilhã”, cuja presidência Vítor
Pereira ocupou depois de João

em tribunal por
uma proposta de um plano de
reestruturação financeira da
autarquia.
Nesse sentido, já foram
Marques assumir um lugar
como deputado na Assembleia
da República. Por enquanto
nada se altera, pois, segundo o

prevaricação
AEI
monetária de 13 mil euros.
Analisados os factos, o MP
considerou que o acordo lesou o
município, mas, perante a juíza,
Vítor Pereira afirmou que defen-
deu «os interesses do concelho
da Covilhã», pelo que «agiria da
mesma forma se hoje estivesse
na posse de toda a documenta-
ção, contexto político, factual e
técnico». Por várias vezes o edil
afirmou que não tem memória
de um processo do género «com
tanta transparência e escrutínio
público» e garantiu que o assunto
foi «amplamente discutido com o
executivo». No entanto o Minis-
tério Público levantou a dúvida
sobre qual o motivo para estabe-
lecer um acordo uma vez que já
feitas «múltiplas e intensas
reuniões relacionadas com o
nosso município em termos
financeiros com diversas enti-
dades», anunciou Vítor Pereira
na última reunião de Câmara.
O autarca garantiu ainda que
«não é uma questão de adesão
ao FAM», mas preferiu não
adiantar mais pormenores. Na
sessão foi ainda aprovada por
maioria, com a abstenção do
vereador do CDS/PP, a propos-
ta de equilíbrio de contas com
a sociedade “Parkurbis”, para a
qual vão ser transferidos 170
mil euros. Outra das questões
abordadas foi o conselho de
SEMANA SANTA
Guarda e Pousade
assinalam quadra pascal
edil, mantém-se «a vontade de
presidir ao conselho das “Águas
da Covilhã”». Além disso, não
vê que «qualquer vantagem em
fazer novas substituições».
Sem alterações fica tam-
bém o conselho de adminis-
tração do Parkurbis, «uma
situação que está perfeita-
mente normalizada, temos um
presidente que está a exercer
e bem esse trabalho». Para
Vítor Pereira o trabalho de
Jorge Patrão «tem dado frutos
bem visíveis. Por isso vamos
continuar a trilhar o mesmo
caminho com os protagonistas
que temos».
DR

existiam duas sentenças judiciais

Em causa está o acordo entre a autarquia a familiares do ex-presidente
da Assembleia Municipal
Ana Eugénia Inácio Segundo o MP, os dois argui-
dos, ambos eleitos pelo PS, terão
cometido, em «coautoria material
Arrancou na terça- e de forma consumada, um crime
feira o julgamento de prevaricação de titular de car-
do presidente da go político, em concurso aparente
Câmara da Covilhã, com um crime de participação
Vítor Pereira, e económica», refere o despacho
de Manuel Santos de acusação. Em causa está a sus-
Silva, ex-presidente pensão do processo que opunha
da Assembleia a autarquia a familiares de Santos
Municipal, acusados de Silva por causa de um terreno no
prevaricação de titular Canhoso. O acordo entre as duas
de cargo político. partes terá ignorado o processo
judicial em que a mulher e a
Estava previsto que os dois cunhada de Manuel Santos Silva
arguidos fossem ouvidos na pri- já tinham sido condenadas a pa-
meira sessão do julgamento, gar ao município 265 mil euros,
realizada na terça-feira, mas a acrescidas de juros de cerca de
pedido do Ministério Público a 75 mil euros, que à data estavam
inquirição foi feita em separado e perto dos 100 mil euros. Um valor
no primeiro dia apenas foi ouvido que era mais do dobro do que
Vítor Pereira. Santos Silva vai aquele que a autarquia aceitou
aguardar pela próxima sessão, receber – um lote avaliado em
marcada para terça-feira. 119 mil euros e mais uma verba
que beneficiavam a Câmara, ao
que Vítor Pereira, recorrendo
à experiência como advogado,
explicou que «nem sempre o des-
fecho é o esperado» e havia um
«risco considerável» de perder a
ação, pelo que «preferi comprar o
risco», assumiu.
O autarca acrescentou ainda
que procurou aconselhar-se e que
em causa estava «tudo ou nada».
Caso a decisão fosse desfavorável
à autarquia, esta incorria no risco
de ficar «sem nada» e assim «pre-
feri a metade», justificou o autar-
ca. Os argumentos apresentados
não convenceram a procuradora
A Semana Santa é assina- decorrerá, também na igreja
do MP que questionou se o valor
lada no concelho da Guarda da Misericórdia, a bênção dos
em causa não faria falta aos cofres
com a iniciativa “Cultura e Fé”, ramos e no dia 27 (21 horas)
da autarquia, ao que Vítor Pereia
a realizar entre domingo e dia terá lugar a Via Sacra, na Sé
respondeu que «100 mil euros
31, que inclui atividades na Catedral.
não resolvem os problemas finan-
cidade e na aldeia de Pousade. Na Sexta-Feira Santa, pelas
ceiros». Além disso, acrescentou
A programação inclui ini- 20h30, a igreja paroquial de
que o terreno situa-se «numa
ciativas religiosas e culturais, Pousade será palco do concerto
zona nobre do Canhoso e que o
com realce para o teatro popu- “Cantos da Quaresma”, de César
mercado imobiliário o irá valo-
lar religioso típico da localida- Prata e Sara Vidal. Nessa noite,
rizar». Disse também que à data
de de Pousade, onde, na noite na igreja da Misericórdia, na
do acordo as familiares de Santos
de 31 de março será represen- Guarda, terá início o Enterro
Silva disseram não ter disponível
tada a Paixão de Cristo, pelo do Senhor. O programa termina
o valor acordado, pelo que em sua
Grupo Cultural e Desportivo no dia 31 em Pousade, com a
substituição foi deliberado aceitar
Pousadense. A atividade será representação da Paixão de
o terreno.
feita ao ar livre e vai envolver Cristo. A iniciativa “Semana
Durante o depoimento de
cerca de 35 pessoas da loca- Santa - Cultura e Fé” tem o
Vítor Pereira, o ex-presidente
lidade, com idades entre os apoio da Câmara Municipal da
da Câmara Carlos Pinto não se
três e os 85 anos. A “Semana Guarda e é organizada pela Fre-
livrou de algumas farpas, pois o
Santa - Cultura e Fé” no conce- guesia da Guarda, pela Diocese,
processo teve inicio durante o seu
lho começa no domingo, pelas Arciprestado e Santa Casa da
mandato. Também o advogado de
16 horas, com a realização da Misericórdia da Guarda, pela
defesa, Magalhães e Silva, numa
tradicional Procissão dos Pas- União de Freguesias de Pousade
declaração inicial afirmou que
sos, a partir da Igreja da Mise- e Albardo e pelo Grupo Cultural
se trata de um «caso clássico da
ricórdia. No dia 25, às 10h30, e Desportivo Pousadense.
judicialização da política».
8• • Quinta-feira • 15 de março de 2018
FUNDÃO
Suspeito da morte
de mulher em
Aldeia Nova do
Cabo em prisão
preventiva
O suspeito de ter assassi-
nado à facada uma mulher na
localidade de Aldeia Nova do
Cabo (Fundão), na madrugada
de sábado, vai aguardar julga-
mento em prisão preventiva.
A medida de coação foi co-
nhecida na segunda-feira depois
do suspeito, João Silva, de 32
anos, que mantinha uma relação
afetiva com Vera Lopes, ter sido
detido e presente a tribunal
para o primeiro interrogatório
judicial. «Prestou declarações
e esclareceu os factos», disse
o advogado Jorge Gaspar aos
jornalistas. Em comunicado di-
vulgado nesse dia, a Polícia Judi-
ciária (PJ) da Guarda confirmava
a detenção do suspeito deste
homicídio qualificado ocorrido
no interior da residência da
mulher de 29 anos. A vítima foi
encontrada ao início da manhã
pelo filho que vivia com ela,
uma criança de cinco anos, que
ligou para o 112. Segundo o
Departamento de Investigação
Criminal da Guarda, a vítima
«foi brutalmente agredida pelo
autor com dezenas de golpes
corto-perfurantes, desferidos
com recurso à utilização de uma
faca de cozinha, os quais terão
sido causa direta e imediata da
sua morte». A PJ adianta que o
suspeito, que terá mantido uma
relação amorosa com a mulher
durante «aproximadamente três
anos», acabou por confessar os
factos, mas não sem que antes ti-
vesse adotado «especiais cuida-
dos de destruição de relevantes
elementos de prova relativos aos
mesmos e às circunstâncias em
que tiveram lugar».
SABUGAL
Detido por violência
doméstica
A GNR do Sabugal deteve, na
segunda-feira, um homem de 56
anos por violência doméstica.
Segundo o Comando Ter-
ritorial da Guarda, a detenção
ocorreu no concelho raiano
após uma denúncia de agressões
físicas a uma mulher de 63 anos
com uma ferramenta agrícola.
«Os militares deslocaram-se
de imediato ao local, tendo
detetado o suspeito bastante
exaltado, proferindo ameaças à
sua esposa, pelo que foi detido»,
refere a GNR em comunicado.
Presente ao Tribunal do Sabugal,
o indivíduo saiu em liberdade
mas com pulseira eletrónica,
estando proibido de se aproxi-
mar da vítima a menos de 500
metros de distância.
Pedro Dias condenado,
mas famílias
podem ficar sem
indeminizações
DR
Ana Eugénia Inácio
Condenado à pena
máxima de 25 anos
de prisão e a pagar
indeminizações num
valor superior a 457
mil euros, o autor dos
crimes de Aguiar da
Beira alega não ter
recursos financeiros
Foi conhecida na quinta-feira
a sentença aplicada a Pedro Dias,
autor dos crimes de Aguiar da
Beira, occorridos em outubro de
2016. Dos 20 crimes de que era
acusado, o arguido foi considera-
do culpado de 15 e sentenciado a
uma pena de prisão de 104 anos,
em cúmulo jurídico, que foi redu-
zida a 25 anos de cadeia, a pena
máxima em Portugal.
Pedro Dias foi considerado culpado de 15 dos 20 crimes de que era acusado
O coletivo de juízes deu como
provados o homicídio qualificado homicídio qualificado de Liliane meses de prisão). O Tribunal da patrimoniais sofridos pela morte
de Carlos Cetano (21 anos de Pinto (22 anos de prisão) e homi- Guarda determinou ainda as inde- da filha), Lídia da Conceição (10 mil
prisão), homicídio qualificado de cídio qualificado na forma tentada minizações que Pedro Dias terá de euros por danos não patrimoniais,
Luís Pinto (22 anos de prisão), de António Ferreira (11 anos e 6 pagar e a quem terá de o fazer. No mais 20 euros pelos bens que Pedro
total, o valor a pagar ultrapassa os Dias se apropriou).
Comissão de Proteção às Vítimas só 457 mil euros, distribuídos por
António Ferreira (70 mil euros
Terá ainda de pagar as despe-
sas dos funerais de Luís e Liliane
deverá indemnizar Maria Lídia da por danos não patrimoniais, mais
594,02 euros por danos patrimo-
Pinto (1.150 euros, mais 162
euros). Levantam-se agora outras
Conceição niais), António e Maria Lúcia Cae-
tano, pais de Carlos Caetano, (80
questões. Apesar do tribunal ter
decretado pagamento destas
Se o arguido não tiver realmente como pagar as indemi- mil pela perda do direito à vida do indemnizações nada garante que
nizações, as vítimas poderão ser ressarcidas pela Comissão de filho e 25 mil euros a cada um por o dinheiro chegue realmente aos
Proteção às Vítimas, mas esta só indemniza as famílias por danos danos morais), António de Jesus familiares das vítimas. No mesmo
e Maria de Fátima Lino, pais de dia em que a sentença foi lida a
patrimoniais ou as vítimas diretas. Neste caso, só apenas Maria
Lídia da Conceição deverá receber o valor que lhe foi atribuído. No Liliane Pinto, (80 mil euros pela advogada de Pedro Dias, Móni-
perda do direito à vida de Luís ca Quintela, explicou que o seu
caso dos familiares das vítimas, só são indemnizados por danos
patrimoniais. Já prevendo esta situação, logo após a sentença o Pinto, 80 mil euros pela perda do cliente está «na mesma situação
direito à vida de Liliane Pinto, 25 económica em que estava quando
advogado dos pais do casal Liliane e Luís Pinto reagiu dizendo
mil euros por danos patrimoniais se iniciou este processo», ou seja,
que «estas pessoas são duplamente vítimas». João Paulo Matias
sofridos por Liliane Pinto nos mo- «tinha apenas os rendimentos do
defende que não havendo indemnizações, sobretudo em casos de
mentos antes da sua morte e 30 seu trabalho na agricultura e com
crimes violentos, os familiares das vítimas deveriam ficar isentos
mil euros a cada um por danos não a venda de cavalos».
das custas «ou, pelo menos, deveria existir uma atenuante». Pois
além da incógnita das indeminizações há a certeza das custas
judiciais. Os pais de Luís Pinto, que não têm direito a ser indem- Defesa de Pedro Dias pondera recorrer
nizados uma vez que a herdeira é a mulher, não terão de pagar
custas judiciais porque tinham apoio judiciário. Já os pais de Lida a sentença, o processo poderá ainda não ter chegado ao
Liliane Pinto não tinham apoio judicial, pelo que vão pagar custas fim. Questionada pelos jornalistas após a leitura do acórdão, Mó-
sobre a diferença do valor de indemnização pedido e o atribuído. nica Quintela afirmou que Pedro Dias «foi condenado por crimes
No caso dos familiares dos GNR «há uma disposição própria que não cometeu e foi absolvido por crimes que não cometeu»,
para os militares, estão isentos», afirma o advogado. Quanto à adiantando que vai «ler e reler» o acórdão. «Parece-me que há
indeminização que António Ferreira e os familiares de Carlos matéria para recurso, primeiro no Tribunal da Relação e depois
Caetano terão de receber, também não deverão ser abrangidos no Supremo Tribunal de Justiça», considerou a advogada.
pela comissão, mas pelo seguro de trabalho pelo qual estavam Já Pedro Proença, advogado dos militares da GNR, declarou que,
cobertos no momento dos crimes. Em relação à ex-companheira «apesar de tudo, foi feita justiça. É pena não ter sido mais». Para o
do militar Carlos Caetano, o tribunal não aceitou a união de facto advogado, «25 anos acaba por ser o mínimo que este arguido mere-
e não lhe atribuiu qualquer indeminização, pelo que terá de pagar ceu», tendo sugerido que seja repensado «um regime excecional que
custas caso não tenha tido apoio judiciário. dite uma moldura penal mais gravosa» neste tipo de casos.
 Quinta-feira • 15 de março de 2018 • •9

CHCB ganha Unidade 1,2 milhões

de euros para
requalificar
Cardiovascular
Ana Eugénia Inácio
DR
centro de
saúde de Seia
O centro de saúde de
Seia, construído em 1975, vai
ser requalificado num inves-
Está para breve timento previsto de cerca de
a abertura de 1,2 milhões de euros.
uma Unidade de O projeto foi divulgado
Cardiologia de na sexta-feira durante a
Intervenção no Centro visita do ministro da Saúde,
Hospitalar Cova da Adalberto Campos Fernan-
Beira que permitirá des, à unidade e ao Hospital
colmatar «a zona Nª Sra. da Assunção, na
cinzenta» que existe cidade serrana. Atualmente,
na Beira Interior, o centro presta cuidados
a única região do de saúde a cerca de 25 mil
país onde ainda não utentes com 13 médicos,
existe esta resposta a 21 enfermeiros, uma téc-
doentes cardíacos. nica de saúde ambiental e
13 assistente técnicos. A
A confirmação chegou por obra irá dotar as instala-
parte do ministro da Saúde, ções de «infraestruturas
Adalberto Campos Fernandes, condignas, com a inclusão
Ministro da Saúde visitou hospitais da Covilhã e Seia e virá à Guarda brevemente
que na sexta-feira visitou o de novos espaços, maior
Hospital Pêro da Covilhã. Além Numa fase inicial serão con- to «vamos ficar com uma cober- porte demorado de um doente funcionalidade e melhores
de uma resposta «em tempo tratadas quatro equipas externas, tura total do país para fazer o instável», explicou a presidente condições de trabalho para
útil», a criação desta unidade vai que «vão estar disponíveis 24 tratamento correto do enfarte do da Administração Regional de os profissionais de saúde e
também ao encontro das «ne- horas por dia», garantiu o dire- miocárdio, dos doentes coroná- Saúde (ARS) do Centro, Rosa Reis para os utentes que utili-
cessidades agudas de doentes tor do serviço de Cardiologia do rios agudos, uma coisa com toda Marques. zam este serviço», referiu
cardíacos, que precisam de an- Centro Hospitalar da Cova da a qualidade», declarou António O investimento é superior a a autarquia. Na sessão, o
gioplastia primária», adiantou o Beira (CHCB). Quando esta nova Peixeiro. Também visivelmente um milhão de euros e o serviço governante garantiu que a
governante. unidade entrar em funcionamen- satisfeito com esta nova valência deverá ser inaugurado ainda an- requalificação do centro de
estava o presidente do conselho tes do final do ano com uma ala saúde de Seia vai concreti-
Unidade Local de Saúde e Medicina de administração, João Caste-
leiro, para quem é um «projeto
de hemodinâmica devidamente
equipada, gabinetes e uma zona
zar-se porque é altura de
«pôr a mão no concreto e
Nuclear em análise estratégico para toda a região» e
uma aposta que «interessa a todo
de recobro. A aposta na Unidade
de Cardiologia no CHCB está
transformar a realidade».
Já no Nª Sra. da Assun-
Embalado pela a presença do ministro da Saúde na Covilhã, o país». Os motivos são simples. enquadrada na estratégia do ção o ministro foi confron-
o presidente da Câmara, Vítor Pereira, lembrou a criação de uma Quando a unidades estiver em Governo em reforçar equipa- tado com a falta de recursos
Unidade de Medicina Nuclear no CHCB, pedindo ao Governo que funcionamento vai ser possível mentos e infraestruturas e a humanos, nomeadamente
a coloque «no topo das prioridades». evitar as «deslocações onerosas» prova de que «o interior é uma na Cardiologia, uma das
Questionado sobre este anseio da região, Adalberto Campos dos doentes e as «complicações prioridade política», salientou valências que se perdeu nos
Fernandes afirmou que «a atenção e o interesse existem» mas que podem decorrer de um trans- Adalberto Campos Fernandes. últimos anos e que tem sido
por enquanto não está «em condições de dar uma resposta». No reivindicada pela autarquia,
entanto, garantiu que o estudo está «entre mãos». João Casteleiro Visita à Guarda para breve a par da reposição dos ser-
a acrescentou que esta é «uma unidade fundamental para manter viços de Ortopedia, Oftal-
o nível de qualidade que as nossas populações merecem, que A passagem do ministro da Saúde pela Covilhã foi integrada mologia e Cirurgia Ambu-
devem ter as mesmas condições de vida, dignidade e diversidade numa série de visitas que efetuou ao hospitais da região, que latória. No final da visita o
que têm os cidadãos do litoral». Em cima da mesa esteve também incluiu Castelo Branco, Seia e Oliveira do Hospital. De fora ficou governante homologou um
a possível criação da Unidade Local de Saúde da Cova da Beira. o Hospital Sousa Martins, na Guarda, mas não deverá ser por protocolo de colaboração
Mas o governante não se comprometeu, pois só será criada se muito tempo. Adalberto Campos Fernandes vai «andar por aí», entre a ULS e o Centro Hos-
for «socialmente justa e útil, se houver consenso e se, do ponto pelo que deverá vir à cidade mais alta nas próximas semanas e pitalar e Universitário de
de vista económico e de qualidade do serviço às comunidades «sem pressas», pois para a Guarda «é preciso uma manhã ou uma Coimbra para consultas de
se justificar». tarde inteira», declarou. telemedicina de Cardiologia.

INCÊNDIOS IPG AGUIAR DA BEIRA

Xavier Viegas em seminário
na ESTG
Xavier Viegas, docente da
Universidade de Coimbra, é
um dos oradores do seminário
“Incêndios florestais - fatalidade
ou incúria?” que se realiza terça-
feira no auditório da Escola
Superior de Tecnologia e Gestão
(ESTG) do IPG.
O reputado especialista
na temática dos fogos vai falar
sobre os estudos que tem reali-
zado sobre os grandes incêndios
florestais de 2017, com especial
incidência para Pedrogão Gran-
de e o dia 15 de outubro. Por sua
vez, D. Manuel Felício, bispo da
Guarda, irá refletir sobre o antes,
durante e depois dos incên-
dios, mas também falar sobre
a resposta social à tragédia. A
iniciativa tem início pelas 9h30
e é organizada pela direção e
núcleo dos alunos do Curso
de Energia e Ambiente, com o
apoio dos Alunos de Gestão de
Recursos Humanos.
Março é mês das
línguas e culturas
A Unidade Técnico Cientí-
fica das Línguas e Culturas do
Instituto Politécnico da Guarda
(IPG) está a promover esta
semana a iniciativa “Março das
Línguas e Culturas”.
Segundo a organização, o
programa inclui um conjunto de
atividades diversificadas, como
“workshops”, conferências, concur-
sos, exposições, “karaoke” multilin-
gue, uma mostra gastronómica, um
desfile multicultural e a visualiza-
ção de filmes em diferentes línguas.
Conferência ajuda a
ultrapassar medos e fobias
das crianças
A psicóloga clínica Milena La-
pas participa amanhã (21 horas),
em Aguiar da Beira, na conferên-
cia “Crianças da nova geração”.
A sessão decorre na biblio-
teca municipal e destina-se a
«dar ferramentas aos pais, en-
carregados de educação, filhos
e demais público interessado
para ultrapassar medos, fobias,
ansiedade, stress e viver feliz
e apresentar algumas técnicas
eficazes no combate à depressão,
tristeza e frustração», adianta a
organização, a cargo da CLDS 3G
“Aguiar no Coração”. Esta entidade
enquadra-se no Programa Con-
trato Local de Desenvolvimento
Social (CLDS 3G), cuja entidade
coordenadora local de parceria e
executora é o Centro Social Paro-
quial de Dornelas.
10 • • Quinta-feira • 15 de março de 2018

Alexandre Lote em RETORTILLO

Deputados do PS querem estação de
vantagem para segunda controlo radiológico no rio Douro
O grupo parlamentar do
PS na Assembleia da Repú-
território nacional, os valores
naturais e ambientais potencial-

volta na Federação do blica pediu ao Governo que

assegure o cumprimento do
Protocolo de Atuação entre
mente afetados» pela atividade
e que instale, «com a maior
brevidade possível, uma esta-

PS Guarda
Portugal e Espanha no âmbito
da exploração de uma mina
de urânio a céu aberto em
LM
Retortillo (Salamanca), a cerca
de 40 quilómetros da fronteira
com os concelhos de Almeida
e Figueira de Castelo Rodrigo.
Num projeto de resolu-
ção, cujo primeiro subscritor é
Santinho Pacheco, eleito pelo
círculo da Guarda, os socialistas
exigem o respeito pelas normas
internacionais e o acesso «a toda
a informação necessária» sobre
um assunto que tem que ter
«o envolvimento de Portugal».
É também pedido que sejam
tomadas «todas as medidas
adequadas para proteger, no
ção de controlo radiológico no
Douro». O documento recorda
que a recente visita parlamentar
aos territórios de Boada, Retor-
tilho e Villavieja de Yeltes, na
província de Salamanca, «veio
evidenciar o risco latente para
as populações raianas, para a
economia e para o ambiente».
O grupo parlamentar so-
cialista sustenta que cabe ao
Estado Português «a respon-
sabilidade de assegurar que a
avaliação de impacto ambien-
tal transfronteiriça se desen-
volva com rigor, nos termos do
Direito Europeu e das relações
de cooperação e proximidade
com Espanha».

Pedro Fonseca e Alexandre Lote vão a votos no dia 22
Luis Martins
Vereador da Câmara
de Fornos de Algodres
foi o mais votado
na sexta-feira mas
não obteve os 51
por cento de votos
necessários para
suceder já a António
Saraiva. O cargo vai ser
disputado com Pedro
Fonseca, que obteve
menos 51 votos que
Alexandre Lote. José
Luís Cabral não vai a
votos mas pode ser
decisivo na eleição
do novo presidente
federativo.
José Luís Cabral está fora da
corrida à presidência da Fede-
ração do PS da Guarda mas vai
ser o fiel da balança na segunda
volta, marcada para dia 22 e que
vai opor Alexandre Lote e Pedro
Fonseca. O vereador da Câmara
de Fornos de Algodres e antigo
dirigente da JS local venceu a
primeira votação, realizada na
sexta-feira, mas não obteve os 51
por cento de votos necessários
para suceder já a António Saraiva.
Alexandre Lote conseguiu
499 votos, mais 51 que Pedro
Fonseca (448), o segundo mais
votado. O celoricense José Luís
Cabral ficou-se pelos 368 votos
e sai de cena, tendo-se registado
nove votos brancos e 10 nulos.
O fornense ganhou também na
eleição de delegados ao congres-
so federativo, que vai decorrer
a 24 de março em Figueira de
Castelo Rodrigo, onde terá 52
representantes, enquanto Pedro
Fonseca contará 47 e José Luís
Cabral 39. Na primeira volta
votaram 1.333 militantes dos
1.666 em condições de votar,
o que faz desta eleição para a
Federação uma das mais par-
ticipadas das últimas décadas
com 80 por cento dos inscritos
a irem às urnas. Decidida está já
a presidência do Departamento
Federativo das Mulheres Socia-
listas com a eleição de Marisa
Fonseca, candidata única ao car-
go e à sucessão de Olga Marques.
Nas primeiras declarações
da noite eleitoral, Alexandre
Lote e Pedro Fonseca, que foram
à sede socialista, convergiram
na aproximação a José Luís
Cabral. Contudo, o guardense
parece ter a tarefa mais facili-
tada graças a uma aproximação
recente ao grupo do antigo
presidente da Federação, José
Albano Marques. Por sua vez, o
fornense pode vir a ser vítima
de um acerto de contas por a sua
candidatura envolver apoiantes
desavindos do ex-líder socialis-
ta. Ciente disso, Alexandre Lote
comprometeu-se apenas a «con-
versar com todos os militantes
e José Luís Cabral é um deles».
O candidato sublinhou que o
objetivo é ganhar e disse-se con-
fiante num «bom resultado» na
segunda volta. «Esta vantagem
de 51 votos sobre Pedro Fonseca
permite-me encarar o desafio
com boas expetativas, até por-
que ganhámos claramente na
maioria das concelhias», afir-
mou o vereador da Câmara de
Fornos de Algodres. «A vontade
dos militantes está expressa,
estou claramente mais perto de
ganhar e agora é preciso traba-
lhar militante a militante para
a segunda volta», acrescentou
Alexandre Lote.
Na sua opinião na campa-
nha «ficou claro que apresentá-
mos as melhores ideias e os me-
lhores projetos para o distrito»
e esses serão «os argumentos
que devem fazer os militantes
que votaram noutras listas
reforçarem a nossa votação» a
22 de março, considerou. Por
sua vez, Pedro Fonseca foi mais
efusivo relativamente a José
Luís Cabral, que disse ter dado
«um contributo importante
nestas eleições, com uma boa
moção política, na qual, sendo
eleito presidente da federação,
irei com certeza beber muitas
ideias». O vereador da Câmara
da Guarda assumiu estar agora
«melhor preparado» para con-
vencer os militantes que não
votaram em si para o fazer no
dia 22: «Tenho mais de uma se-
mana para continuar a trabalhar
nessa luta. Hoje, tenho uma per-
ceção ainda mais fidedigna dos
problemas que afetam o distrito
e das soluções, beneficiando dos
contributos que me foram dados
nas sessões e conversas com os
militantes nas diferentes con-
celhias», adiantou o candidato,
que milita no partido desde
setembro de 2016.
FORNOS DE ALGODRES
Feira do queijo no fim-de-semana
Fornos de Algodres acolhe
no fim-de-semana a última feira
do queijo Serra da Estrela do ano
para promover os produtores lo-
cais e uma iguaria que é imagem
de marca do concelho.
O certame reúne os pasto-
res, as queijarias tradicionais
e os produtores de queijo DOP
do município, além de produ-
tos regionais como o azeite, os
enchidos, o mel, o vinho Dão e a
doçaria. Para a festa ficar com-
pleta, o evento dedica ainda um
espaço ao artesanato, à música,
ao folclore, ao cão Serra da Es-
trela e à ovelha bordaleira, a raça
autóctone da região serrana.
Antes da feira realiza-se amanhã
uma sessão técnica dedicada à
floresta no Centro Cultural Dr.
António Menano. A festa dos
pastores e produtores de queijo
fornenses abre no sábado, pelas
9 horas, com vários grupos de
bombos e concertinas. A sessão
solene decorre meia hora depois
AMBIENTE
AMCB promove aproveitamento
da geotermia na região
A Associação de Municí-
pios da Cova da Beira (AMCB)
participa no projeto “GeoAtlan-
tic”, que se destina a promover
e divulgar o aproveitamento da
geotermia para
aquecimento e arrefeci-
mento de edifícios na região.
Os parceiros de França, Ir-
landa, Portugal, Espanha e Rei-
no Unido reuniram na semana
passada em Tenerife (Espa-
nha) para acertar as próximas
ações locais de divulgação
dos recursos geotérmicos. O
“GeoAtlantic” foi candidatado
e para as 10h30 está reservada
uma prova de queijo aberta a
todos. Durante o almoço serão
entregues os prémios do IIIº
concurso de ovinos e à tarde
está prevista uma visita guiada
à queijaria artesanal de Quim
Estrela, em Vila Ruiva. Às 16h30
há nova prova de queijo e à noite
atuam os Sons do Minho.
No domingo há animação
musical do recinto do mer-
cado municipal e uma visita
guiada à queijaria artesanal
de Odete e Isabel Reis, em
Maceira. A manhã inclui mais
uma prova de queijo (10h30)
e à tarde (14h30) tem lugar
o IVº Festival de Folclore. «A
feira do queijo de Fornos de
Algodres pretende mostrar e
manter viva a autenticidade e
a genuinidade da produção do
queijo Serra da Estrela, a séti-
ma maravilha da gastronomia
nacional», refere o município
em comunicado.
à iniciativa Interreg Atlantic
e prevê a implementação de
vários projetos-piloto sobretu-
do em edifícios municipais na
região, utilizando sondas ver-
ticais e bombas térmicas para
aquecimento dos imóveis. No
verão, o processo é invertido
e o excesso de calor é transfe-
rido para o subsolo. Outra das
atividades previstas é difundir
a informação e as melhores
práticas operacionais em uso
atualmente, além de colocar
em contacto os vários atores
do mercado.

4inova.pt
premeia
inovação
Semana da Competitividade e Inovação
envolveu empresas dos distritos de Vila
Real, Viseu, Guarda e Castelo Branco
e terminou na Guarda com entrega de
prémios a PME’s inovadoras
As regiões do “Douro, Bei-
ras e Serra da Estrela, Viseu,
Dão Lafões e Beira Baixa”
através das Associações Em-
presariais NERVIR, AIRV, AEBB
e NERGA organizaram entre
5 e 9 de março, a Semana da
Competitividade e Inovação
4INOVA.PT, que encerrou na
sexta-feira com jantar-confe-
rência na Guarda.
A Semana da Competiti-
vidade e Inovação 4INOVA.
PT pretendeu sensibilizar
e capacitar as PME para os
fatores críticos da inovação,
desenvolver processos de ino-
vação, estimular o trabalho
em rede, ligar as empresas às
instituições de ensino superior
e outras instituições, desen-
volver projetos inovadores,
com vista à criação de novos
bens e serviços, aumentar a
produtividade e a capacidade
DR
de criação de valor.
No âmbito desta Semana
foram realizadas visitas a Ins-
tituições de Ensino e Centros
de Investigação, sessões de
Matchmaking e Workshops
temáticos. Foram ainda di-
vulgados o Sistema Digital de
Monitorização da Inovação das
PME – 4INOVA.PT e a Mostra
Empresarial online 4INOVA.PT.
Perto de 500 empresários dos
quatro distritos participaram
nesta Semana da Competitivi-
dade, um projeto cofinanciado
pelo Compete, onde foram
entregues os prémios do Con-
curso 4INOVA.PT. A iniciativa,
que pretendeu premiar as em-
presas dos quatro distritos que
apostam na inovação, entregou
cinco mil euros às empresas que
ficaram no primeiro lugar e tro-
féus às empresas classificadas
em segundo e terceiro lugar.
Quinta-feira • 15 de março de 2018 • • 11
Empresas classificadas em 1º lugar
Houve sete empresas a conquistar o primeiro lugar no concurso de inovação, três da Guarda, duas de
Castelo Branco, uma de Viseu e uma de Vila Real. Estas PME, algumas delas com projetos em parceria
com instituições de ensino superior como a UTAD ou o IPG, receberam cinco mil euros por terem vencido
o concurso, ou seja, foram entregues 35.000 euros aos primeiros classificados:
Empresa Projeto Distrito Categoria
AMBIVAP - Projeto de tratamento de efluentes e PRÉMIO PME 4INOVA
Tojaltec - Fabrico de
águas residuais autosustentado, com recurso a Vila Real Tecnologia e Proces-
Máquina, Lda
energia renovável (energia solar). sos
Bioembalagens para o Queijo Serra da Estrela
IPG/Queijaria Casa DOP. PRÉMIO PME 4INOVA
Guarda
Agrícola dos Arais Guarda - Bioembalagens para o Queijo Serra da Produtividade
Estrela DOP. 
GMP - Certificação de laboratório - GMP -
Castelo PRÉMIO PME 4INOVA
Labfit – HPR, Lda Certificação de laboratório para Cumprimento
Branco Gestão e Qualidade
regulamentar da norma ISO 22716.
Portuguese Lands,
Todos os nossos produtores à distância de um PRÉMIO PME 4INOVA
Click. Guarda Estratégia, Marketing
Unipessoal Lda
A adesão de produtores e de lojas ao projeto. e Comunicação
SiGAme HealthCare - O SiGAme é um novo sis-
tema de registos eletrónicos de administração
Bruno Matias
de medicação, controlo de stock de medicação Castelo PRÉMIO PME 4INOVA
(circuito do medicamento) e gestão adminis- Branco TIC
trativa para lares de terceira idade a um custo
reduzido.
Made in Action, Trintage - Made in History é uma marca que
PRÉMIO PME 4INOVA
Consultoria & preserva a identidade portuguesa através da
Guarda Intersector (Variedade
Criatividade, reinvenção de produtos e da valorização de
Relacionada)
Unipessoal, lda artigos.
VeloConcept Estafetas (VCE) -Serviço de PRÉMIO PME 4INOVA
Marques Rilho
entregas logísticas efetuado, em exclusivo, com Viseu Sustentabilidade e
Unipessoal, Lda
meios de locomoção não poluentes. Eficiência Energética
Empresas classificadas em 2º lugar
O critério do júri atribuiu seis segundos lugares:
Empresa Projeto Distrito Categoria
D2E - Dinâmicas Municípios com Vida -Criar uma plataforma
Prémio Tecnologia e
de Estratégia digital única, facilitando o contacto e visibilidade Viseu
Processos
Empresarial entre os municípios e as respetivas populações.
Pistola de Cogumelos - Conceção e desen-
Tojaltec - Fabrico de Prémio Intersetor (Va-
volvimento de ferramenta para a produção de Vila Real
Máquinas, Lda riedade Relacionada)
cogumelos shiitake.
GrowLab é o primeiro sistema de automação
agrícola direcionado para o pequeno médio
cultivador. Dedicado ao novo cultivador Urbano,
é uma ferramenta essencial para a automação Prémio Tecnologia e
OPEN GROW, Lda Viseu
de tarefas banais como regas ou iluminação, Processos
ou ainda capaz de gerir tarefas mais complexas
como gestão de pH em soluções nutritivas e
respetiva dosagem de nutrientes
ZêZ - Produção de produtos agroalimentares
gourmet, com a utilização de matéria-prima
Gramas Ímpares endógena da região da Serra da Estrela, como
Guarda Prémio Produtividade
Unipessoal, Lda seja, o zimbro, flor de sabugueiro, flor de rosma-
ninho, castanha, abóbora, boletus, urtiga, entre
outros. 
Avaliação da qualidade no cultivo das plantas
Planalto Dourado, aromáticas - Instalação de plantações piloto de Prémio Gestão e
Guarda
LDA / IPG várias espécies aromáticas com vista à amplia- Qualidade
ção da gama de cultivo
Prémio Estratégia,
FazBeeRural, Saquetas Pólen BeeRural - Embalagem unidose Castelo
Marketing e Comuni-
Unipessoal, Lda (5g), para disponibilizar o pólen como adoçante. Branco
cação
Empresas classificadas em 3º lugar
Em terceiro lugar ficaram quatro projetos das seguintes PME:
Empresa Projeto Distrito Categoria
DERMO BIO - Desenvolvimento de formula-
Planalto Dourado, Prémio Tecnologia e
ções na área da cosmética que incluam óleos Guarda
LDA / IPG Processos
essenciais
Produção de Cosméticos Naturais - Evoluir a ní-
Sensitiva, Lda. Guarda Prémio Produtividade
vel produtivo e de aumentar o leque de clientes
O jogo pode virar cultura e chamar turistas -
Science Track - Prémio Estratégia,
Finalidade de atrair turistas oferecendo progra- Castelo
Jogos, Brinquedos Marketing e Comuni-
mas de valorização das tradições e da cultura da Branco
e Kits cação
região, associados a uma forte componente lúdica
Pawwood - Responsável por vender ou alugar
Rui Nelson dos Reis espaço e/ou lotes de árvores, florestar uma de-
Prémio Intersetor (Va-
Rodrigues terminada área, proceder à sua manutenção ao Viseu
riedade Relacionada)
Cabanas de viriato longo do período contratado, e no final encontrar
o melhor comprador para as árvores
12 • • Quinta-feira • 15 de março de 2018
PINHEL
Dia Mundial da Árvore
comemorado com conferência
e plantação de sobreiros
O município de Pinhel, em
parceria com o Agrupamento
de Escolas local, assinala o
Dia Mundial da Árvore com a
conferência “Árvores e Podas
Ornamentais” na terça-feira.
A atividade tem início pe-
las 9h15 no salão polivalente
da Secundária de Pinhel, con-
tando entre os oradores com a
participação do biólogo e pro-
fessor universitário Jorge Pai-
va, assim como representantes
do Instituto da Conservação da
Natureza e Florestas (ICNF),
da Fundação Serralves e da
INÉDITO
Tondela e Chaves patrocinados
por empresas da região
O Tondela e o Chaves têm
duas coisas em comum: são
equipas da Iª Liga de futebol
e contam com o patrocínio de
duas empresas do distrito da
Guarda.
No caso da equipa do dis-
trito de Viseu, a Floponor – Flo-
restas e Obras Públicas do Norte,
com sede em Rio de Mel (Tran-
coso), é um dos patrocinadores
e tem o seu nome no Estádio
AMBIENTE
Apresentado projeto educativo
“A nossa casa é um planeta”
A EGF - Environmental
Global Facilities, em colabo-
ração com o Projeto_80 e a
Fundação Manuel António da
Mota, lançaram na quinta-feira
a ação de educação ambiental
“A nossa casa é um planeta”.
O projeto é resultado de
um trabalho conjunto das
empresas multimunicipais de
recolha e tratamento de resí-
duos sólidos urbanos Algar,
Ersuc, Resiestrela, Resinorte,
Resulima, Suldouro, Valnor e
Valorminho com o apoio do
Fundo Ambiental e da Estra-
empresa “Árvores e Pessoas”. A
conferência tem uma vertente
mais expositiva no período da
manhã, realizando-se à tarde
uma atividade prática que
consiste na transplantação de
dois sobreiros daquela escola
para o espaço envolvente à
Fonte Nova. Para o Dia Mun-
dial da Árvore, que se celebra
a 21 de março, está prevista
a plantação de 700 sobreiros
pela comunidade escolar
do concelho no Bogalhal, no
âmbito do projeto “Reflorestar
Pinhel”.
DR
João Cardoso e nos equipamen-
tos dos jogadores. O mesmo
acontece com o Desportivo de
Chaves, cujo patrocinador prin-
cipal é o Museu do Pão, localiza-
do em Seia. O INTERIOR tentou
falar com os proprietários da
Floponor, que recusaram pres-
tar declarações sobre o assunto,
e do Museu do Pão, que até ao
fecho desta edição ainda não
tinham respondido às questões.
tégia Nacional de Educação
Ambiental 2020. As primeiras
sessões aconteceram junto
da comunidade escolar de
Amarante, onde as temáticas
de redução, reutilização e re-
ciclagem foram abordadas de
forma inovadora através de
planetários itinerantes e três
filmes projetados em 360º. “A
nossa casa é um planeta” vai
chegar a outras escolas do país
e eventos. A agenda da iniciati-
va será disponibilizada em bre-
ve e poderá ser consultada no
site da EGF ou da Resiestrela.
SERRA DA ESTRELA
Altice liga seis concelhos com fibra ótica
Decorreu no domingo, em
Seia, a cerimónia de arranque do
projeto de infraestruturação de
seis concelhos da Serra da Estrela
(Seia, Gouveia, Manteigas, Oliveira
do Hospital, Covilhã e Fundão)
com fibra ótica de nova geração.
Para o presidente executivo
da Altice Portugal (na foto), trata-
se de um projeto que contribui
para o aumento da competitivida-
de da região. «Este é um projeto
inédito, um projeto de investi-
mento que tem como principal
objetivo o desenvolvimento das
economias locais e também,
obviamente, o aumento da com-
petitividade», disse Alexandre
Fonseca. Segundo a empresa, o
investimento de «vários milhões
de euros» vai abranger mais de
50 freguesias e 150 mil pessoas.
Alexandre Fonseca adiantou na sua
intervenção que, após este empre-
endimento, mais de 75 por cento
da população da região serrana
ficará com acesso a fibra ótica, o que
considerou «um marco histórico».
«Sabemos que muitas vezes
estas regiões têm um défice do
ponto de vista de dinamização da
INCÊNDIOS
PCP critica Altice por ausência de resposta às populações
O grupo parlamentar do
PCP na Assembleia da Repú-
blica solicitou uma audiência
com carácter de urgência ao
ministro do Planeamento e das
Infraestruturas, bem como à
ANACOM, devido aos atrasos
da Altice na reposição das te-
lecomunicações às populações
afetadas pelos incêndios.
A propósito da apresen-
tação do projeto de fibra ótica
para a Serra da Estrela, a Dire-
ção da Organização Regional da
Guarda (DORG) lembrou que
a empresa é responsável pela
rede de infraestruturas de co-
SERRA DA ESTRELA
Autarca de Seia exige construção de IC’s
Na cerimónia que assinalou
o arranque do projeto da rede
de fibra ótica na Serra da Estrela,
que decorreu em Seia no domingo,
Carlos Filipe Camelo lembrou que
o Governo «tem de cumprir o que
prometeu» em relação aos Itinerá-
rios Complementares (IC’s) 6, 7 e
37 previstos para a corda da serra.
«Definidos que estão os tra-
FUNDÃO
Festival gastronómico a partir de sábado
Até há Páscoa decorre o
festival gastronómico “Fundão,
Aqui Come-se Bem - Sabores
da Páscoa”. Com início marcado
para sábado, a iniciativa, que
conta já nove edições, está in-
serida na Quadragésima - Ciclo
de Tradições da Quaresma e
sua economia. Pois bem, nós acre-
ditamos que trazendo a fibra ótica
a estas regiões, o que estamos a
fazer é a desenvolver a economia
local», afirmou, considerando que
são «as tecnologias que ajudam
a captação de investimento». O
projeto deve ficar concluído até
agosto. O presidente executivo da
Altice Portugal acrescentou que,
no seu entendimento, «este é pro-
vavelmente o maior investimento
da década» realizado na Serra da
municações na região e «ainda
não restabeleceu e assegurou
as redes de comunicações em
áreas atingidas pelos incêndios
de outubro». Seia, Gouveia e
Oliveira do Hospital são três
dos concelhos abrangidos pelo
projeto e também afetados pelos
incêndios e, para os comunistas,
«é lamentável e inqualificável
que a Altice continue sem resol-
ver os problemas que derivam
dos incêndios». Reclamam, por
isso, que sejam restabelecidas
as comunicações e as condições
que permitam recorrer aos ser-
viços de emergência.
çados e emitida a declaração de
impacto ambiental, o Governo
tem de avançar em definitivo com
a construção dos itinerários com-
plementares da Serra da Estrela,
estradas, e não autoestradas, que
nos ligarão aos principais eixos
rodoviários do país», disse o
presidente da Câmara de Seia. O au-
tarca acrescentou que «é absoluta-
Semana Santa.
O festival envolve 24 res-
taurantes e sete pastelarias do
concelho que promovem a gas-
tronomia como um «reflexo das
tradições quaresmais, criando e
preservando a identidade gas-
tronómica do Fundão», adianta
DR
Estrela. Por sua vez, Carlos Filipe
Camelo, presidente da Câmara
de Seia, referiu que o projeto da
Altice é importante para o desen-
volvimento da região. «Este inves-
timento, realizado num território
de baixa densidade populacional,
constitui uma alavanca para o
desenvolvimento económico local
e regional, um sinal de grande
confiança de um agente privado
na região e que deve inspirar o
Estado a investir mais».
Em comunicado, o PCP faz
ainda referência a uma «au-
sência de resposta» e acusa a
operadora de um «vergonhoso
aproveitamento para impor
soluções alternativas de servi-
ços mais dispendiosos para as
populações». Sugere também
que sejam «salvaguardados os
direitos das populações porque
é um direito às comunicações e
não porque se constitui um im-
portante negócio». Para o PCP, o
que está a acontecer é uma das
«consequências das privatiza-
ções de sectores estratégicos,
como as comunicações (PT)».
mente fundamental que o Governo
nos resolva esta situação, que nos
desqualifica e nos impede de ser
ainda mais atrativos e mais com-
petitivos. Se a sua concretização já
era, até aqui, facilmente justificável,
é hoje ainda mais, considerando a
tragédia dos fogos ocorrida entre
15 e 17 de outubro de 2017», afir-
mou Carlos Filipe Camelo.
a autarquia. A participação
no evento dá ainda direito a
um desconto de 50 por cento
em passeios de comboio pelas
cerejeiras em flor, bastando
apresentar uma fatura com con-
sumo superior a cinco euros nos
postos de turismo do concelho.
 Quinta-feira • 15 de março de 2018 • • 13

Opinião CINEMA

Cine Eco mostra-se no TMG

OVO DE COLOMBO

Chico Buarque de Hollanda DR

O TMG, em parceria com o
Cineclube da Guarda, acolhe na
próxima semana uma extensão
do Cine Eco 2017.
Entre terça e quinta-feira
serão exibidos alguns dos docu-
mentários premiados na última
edição do Festival de Cinema Am-
biental realizado anualmente em
Seia. O cartaz da primeira noite
contempla “O Fim da Neve”, de
Morgan Heim (Estados Unidos),
e “Rio Azul: Pode a Moda Salvar
o Planeta?”, de David Mcilvride e
Roger Williams (Candá). Na ses-
são de quarta-feira vão ser pro-
jetados “Sob o Véu da Vida Oceâni-
ca”, de Quico Meireles (Brasil),
e “Como deixar o mundo seguir
em frente e amar todas as coisas
que o Clima não pode mudar?”,
de Josh Fox (Estados Unidos). Já
na quinta-feira o programa in-
clui “Criados na Serra”, de Maria
Inês Santos Mesquita (Portugal),
“Plantae”, de Guilherme Gehr
(Brasil), “Film Cego”, de Jae Hy-
ung Oh (Coreia do Sul), “Coração
Limpo”, de Dina (Rússia), e “Coros
do Anoitecer”, de Nika Saravanja
e Alessandro D’Emilia (Itália). As
sessões acontecem no pequeno
auditório, sempre às 21h30.

Joana C. Pereira
Com uma voz de grande
doçura, uma sonoridade orgulho-
samente brasileira, o sentimento
à flor da pele (nunca exagerando)
e poemas de grande excelência,
Chico Buarque toca-nos de várias
maneiras a alma, sempre com
grande elegância e humildade,
duas qualidades que muito admiro.
A sua voz é das mais bonitas
da música brasileira e as suas
interpretações primam pela sin-
ceridade e franqueza, tanto nos
andamentos mais alegres como
nos infelizes, revelando um gosto
verdadeiro e ávido pela música.
No entanto, o que mais me
encanta nele é a brilhante poe-
sia. Se o seu cantar nos atinge
certeiro o coração, a sua poesia
vai mais longe e ilumina-nos a
BMEL
Fernando Dacosta e Helena Roseta
mente, umas vezes partilhando
tristeza, outras encanto, outras
angústia ou revolta, mas sempre
com a maior beleza.
A sua poesia é sobre o povo,
o seu tema predileto é a vida de
dificuldade e luta da sua gente.
No tempo da ditadura brasileira
(1964-1985) Chico Buarque criou
das maiores obras poéticas de
revolta e resistência que já li
contra um regime que impunha o
sofrimento e o silêncio; uma obra
poética acutilante, sagaz, muitas
vezes difícil de ler e de assimilar
devido à grande violência dos te-
mas de que trata (desesperança,
pobreza, injustiça). É por isto que
mais o admiro, por ser uma voz
representante e sonora dos que
sofrem opressão e um lutador
ativo pelos valores fundamentais
da liberdade e da justiça.
TEATRO MÚSICA
Calafrio estreia “Reportório Osório” no Sabugal DR
“Contos e Lendas
da Amazónia”
O Teatro do Calafrio vai es-
trear no sábado, na Biblioteca
Municipal Eduardo Lourenço
(BMEL), na Guarda, uma nova
produção dirigida ao público
familiar intitulada “Nada é o
que já foi - Contos e Lendas da
Amazónia”.
A peça é uma criação e inter-
pretação do guardense Luciano
Amarelo, criador, ator e formador
transdisciplinar, que vai contar
algumas histórias da Amazónia
com a ajuda de pequenos objetos, A música está de regresso Cardoso, a dupla transforma,
sombras e imagens. «São histórias ao auditório municipal do Sa- «de forma irónica, o quotidiano
sobre pessoas, bichos, plantas, bugal no sábado com o projeto das relações afetivas em canções
rios e estrelas, em que tudo se ex- “Reportório Osório”. O concerto irónicas (para não lhes chamar
plica por meio de algum encan- acontece pelas 21h30 e tem heroicas), em que a teatralidade
tamento, que nos mostram um entrada livre. da interpretação só reforça o per-
pouco do universo inesgotável Criado na d’Orfeu, trata-se fil de cada personagem. O resto
da mitologia amazónica», refere de um espetáculo protagoni- são... canções, as mais belas can-
a produção. O espetáculo tem zado por Luís Fernandes (voz) ções de umor», refere a produção.
sessões agendadas para as e Sónia Sobral (acordeão) que Os temas têm autoria partilhada
14h30, 16 horas e 17h30, mas interpretam “Canções de Umor”. de Luís Cardoso (músicas) e Luís
é necessária reserva. Com a ajuda do compositor Luís Miguel Fernandes (letras).

lembram Natália Correia

No mês em que se assi-
nalam os 25 anos da morte
da poetisa Natália Correia, a
Biblioteca Municipal Eduardo
Lourenço (BMEL) promove
amanhã (18 horas) a confe-
rência “Natália Correia, um ser
que veio do futuro”, pelo jor-
nalista e romancista Fernando
Dacosta. Já no dia 21, também
às 18 horas, a arquiteta e an-
tiga deputada Helena Roseta
estará na Guarda para um tes-
temunho pessoal sobre Natália
Correia, «como testamenteira
do seu espólio literário e artís-
TEATRO
Workshop teatral dá origem a peça no TMG
O TMG acolhe esta semana
um workshop teatral dirigido
às coletividades do concelho da
Guarda com vista à cocriação
do espetáculo “The Old Image
of Being Loved”.
A peça da associação Ter-
ceira Pessoa será apresentada
sábado (21h30), no pequeno
auditório, mas desde terça-feira
que decorem sessões teórico-
práticas onde os participantes
esboçam, experimentam e ana-
DR
tico e como sua amiga e atenta
leitora e admiradora», adianta
a biblioteca.
lisam diferentes dispositivos
performativos. Fotografias,
propostas de cena, rascunhos
dramatúrgicos, sketchs e esbo-
ços cenográficos são as subs-
tâncias que movimentam e
aprofundam o desenvolvimen-
to de todo o espetáculo final,
caracterizando-o como uma
performance multidisciplinar.
“The Old Image of Being Loved”
é uma criação de Ana Gil, Nuno
Leão, Óscar Silva.
BELMONTE
Carlos Alberto Moniz canta os poetas
Ca rl os Al b erto M oniz tar canções de poetas como entre outros. Antes, pelas 10
atua em Belmonte amanhã Amílcar Cabral, Antero de horas, Carlos Alberto Moniz
(21 horas) no auditório mu- Quental, José Afonso, José orientará um atelier musical
nicipal. Carlos Ary dos Santos, Ma- no Agrupamento de Escolas
O cantautor vai interpre- nuel Alegre, Natália Correia, Pedro Álvares Cabral.
MANTEIGAS
Teatro das Beiras atua no Centro Cívico Fernando Landeira
“Um mundo mágico”, a últi-
ma produção do Teatro das Bei-
ras, está em cena no auditório
do Centro Cívico de Manteigas
no sábado (21h30).
A 98ª criação da companhia
covilhanense inspira-se na obra
“A vida mágica da sementinha”,
de Alves Redol, e tem encenação
de Isabel Bilou. Trata-se de uma
peça de teatro infantil em torno da
metamorfose das sementes do tri-
go – o ciclo do pão – e quer ser «um
contributo artístico que estimula a
sensibilidade dos jovens espetado-
res para um dos mais importantes
dilemas da sociedade contemporâ-
nea: a defesa do planeta», refere o
Teatro das Beiras. A interpretação
é de Margarida Calaveiras, Sílvia
Morais e Tiago Moreira.
14 • • Quinta-feira • 15 de março de 2018 Publicidade

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DR
Expulsão de Joel aos 75’ complicou estratégia dos serranos em Arouca
FUTSAL
Guarda 2000 vence taça distrital feminina
A Guarda 2000 conquistou
no sábado a Taça Distrital de
futsal feminino da Guarda ao
cilindrar a ACD Vila Franca das
Naves por 17-0.
A final foi disputada no
pavilhão municipal de Almeida,
onde as guardenses, orientadas
KARATE
Trancoso acolhe Campeonato Nacional
da Liga
A Associação Karate Sho-
tokan Trancoso anunciou que
vai organizar, a 26 de maio o
Campeonato Nacional da Liga
Portuguesa de Karate.
A competição vai decor-
rer no pavilhão multiusos da
“cidade de Bandarra” a partir
Sp. Covilhã
empata
em Arouca
Covilhanenses continuam sem vencer
na IIª Liga e voltaram a deixar escapar a
vitória nos minutos finais da partida em
casa de um candidato à subida, quando
estavam em inferioridade numérica
O Sp. Covilhã deu um pon-
tapé na crise ao empatar 2-2 no
terreno do Arouca, candidato à
subida à Iª Liga, no sábado, em
jogo da 28ª jornada da IIª Liga.
O encontro foi afetado pelas
más condições atmosféricas e
do terreno. Aos 16’, o Arouca
passou para frente do marcador,
num canto apontado por Paloce-
vic, que o guardião Igor Rodri-
gues não conseguiu intercetar e
Roberto, no sítio certo, encostou
de cabeça. Os visitantes não
demoraram a reagir e chegaram
ao empate aos 24’. Após boa
jogada pela linha, Índio cruzou
atrasado para o remate enrolado
de Seidi, que foi desviado por
Renato à boca da baliza e bateu
Bracali. Nada houve a assinalar
até ao intervalo, com exceção
PUB
DR
por Marco Santos, confirmaram
o seu poderio na modalidade e
juntaram o troféu da Associação
de Futebol da Guarda ao títu-
lo distrital alcançado no final
de janeiro. O jogo da taça foi
organizado em parceria com o
município de Almeida.
das 9 horas e acontece no
âmbito de uma parceria com a
Liga Portuguesa de Karate Sho-
tokan. A organização espera a
participação de karatecas de
todos os clubes portugueses,
ilhas incluídas, e centenas de
acompanhantes.
Quinta-feira • 15 de março de 2018 •
de um remate de Seidi na área.
O segundo tempo começou
com uma grande oportunidade
para o Covilhã, O cruzamento de
Reinildo em balão, ao segundo
poste, apanhou a defesa arou-
quense em contra-pé e João Dias
apareceu sozinho na cara de Bra-
cali, que se aplicou para defender
o remate do serrano. Na recarga,
Seidi, de baliza aberta, atirou ao
lado. Os locais eram a equipa que
mais procurava o golo, mas foram
os covilhanenses que se coloca-
ram em vantagem. Aos 71’, Renato
entrou na área e serviu Reinildo
com um cruzamento rasteiro e
o avançado só teve de encostar.
Com o relvado cada vez mais
pesado, o Arouca apostou no jogo
direto e aproveitou a superiori-
dade numérica, após expulsão
• 15
Ficha de Jogo
Árbitro: Sérgio Piscarreta (AF Algarve)
Árbitros assistentes: Pedro Sancho e
Tiago Mota
E. Santos Pinto,
Covilhã
Arouca......................... 2
Bracali, João Amorim (Lúcio Mara-
nhão, 73’), Nuno Coelho, Deyvison,
Vítor Costa, Massaia (Nuno Valente,
56’), Bruno Alves, Palocevic, Ernest
(Areias, 46’), Roberto e Barnes
Treinador: Miguel Leal
Sp. Covilhã................. 2
Igor Rodrigues, João Dias, Zarabi,
Joel, Paulo Henrique, Gilberto,
Makouta, Renato (Abalo, 91’), Índio
(Diarra, 69’), Reinildo e Adul Seidi
(Gerson, 78’)
Treinador: José Augusto
Golos: Roberto (16’), Renato (24’),
Reinildo (71’) e Nuno André Coelho
(85’)
Ação disciplinar: cartão amarelo
para Joel (20’ e 75’), Massaia (24’),
Seidi (29’), Índio (55’) e Renato (86’).
Cartão vermelho por acumulação
para Joel (75’).
de Joel aos 75’, para chegar à
igualdade. O que aconteceu aos
85’, na sequência de um canto. A
bola sobrou para Nuno Valente,
que atirou para boa defesa de Igor
Rodrigues e na recarga Areias re-
matou, mas o guardião conseguiu
levantar-se e fazer uma enorme
mancha. Contudo, no seguimen-
to da jogada, o árbitro assinalou
grande penalidade por uma falta
cometida sobre Nuno Coelho. O
capitão do Arouca converteu o
castigo máximo e estabeleceu o
resultado final.
16 • • Quinta-feira • 15 de março de 2018
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E-mail: filipepintofoto@sapo.pt • fotoacademica@hotmail.com
Convocatória
Ao abrigo do art n.o 27 alínea b) convocam-se todos os sócios da Casa do Povo
de Bendada para uma reunião de Assembleia-Geral que irá decorrer no próximo
dia 25 de Março pelas 14 horas e 30 minutos na sede da associação.
A assembleia terá a seguinte ordem de trabalhos:
1) Aprovação do relatório e contas do exercício do ano de 2017.
2) Comunicação da alteração dos membros da Direcção.
Se à hora marcada não se verificar o número legal de associados com direito
a voto, será a mesma realizada 30 minutos depois com qualquer número de
associados presentes.
Bendada, 05 de Março de 2018
A Presidente da Assembleia-Geral
Delfina Janela Pires Fernandes
Notas:
- Os sócios presentes, com direito a voto, deverão assinar a respectiva folha de
presenças junto da Presidente da Assembleia;
- De salientar que apenas os sócios com mais de um ano de inscrição e com
quotas em dia terão direito a voto.
- Relativamente às contas do ano de 2017, caso haja necessidade de uma
consulta mais detalhada as mesmas encontram-se disponíveis nas instalações
da instituição.
O Interior, nº 951 de 15/03/2018
ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS
EGITANIENSES
ANÚNCIO
CONCURSO PÚBLICO Nº. 01/2018
“Concurso para concessão da exploração do Bar e Restaurante”
Torna-se público que se encontra aberto “Concurso para concessão de exploração
do Bar e Restaurante”, da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários
Egitanienses, Guarda até às 17h30m do dia 6 de abril de 2018.
As propostas devem ser apresentadas em carta fechada e lacrada, dirigidas ao
Exmo. Senhor Presidente da Direção, contendo entre outras informações, o valor
oferecido para a renda mensal (ao qual será acrescido o IVA à taxa em vigor).
Os custos da exploração com as instalações, nomeadamente as despesas
mensais de água, luz e sinal TV são da responsabilidade da A.H.B.V.E..
O espaço sujeito a concessão, encontra-se devidamente equipado e mobilado
para a exploração, de acordo com o previsto no Caderno de Encargos.
O Regulamento de concurso pode ser obtido ou consultado nos serviços da
Secretaria da Direção, durante o prazo do concurso e dentro das horas normais
de expediente.
Os critérios de seleção serão definidos pelo Júri nomeado para o efeito, tendo por
base os critérios definidos no Artigo 8.º do Regulamento do Concurso.
O ato público de abertura de propostas terá lugar na sede da A.H.B.V.E. (sala de
reuniões) e realizar-se-á pelas 21h30m do dia 9 de abril de 2018.
À Direção reserva-se o direito de não proceder à adjudicação, caso considere
que nenhuma das propostas reúne as condições adequadas.
Guarda, A.H.B.V.E., 8 de março de 2018
O Presidente da Direção
Carlos Alberto das Neves Gonçalves
O Interior, nº 951 de 15/03/2018
Associação Liga dos Amigos do Sobral Pichorro
Convocatória
Carlos Manuel Lucas Pinheiro, na qualidade de Presidente da Mesa da
Assembleia Geral da Associação Liga dos Amigos do Sobral Pichorro, vem, ao
abrigo do disposto nos artigos 27º, nº 1 e nº 2, alínea b); e 28º, nº 1, dos Estatutos
desta Instituição convocar Va Exa para comparecer na sede da Instituição em
Assembleia Geral Ordinária a realizar no dia 31 de Março de 2018 pelas 16.00
horas. Se à hora marcada não estiverem presente metade dos sócios convocados,
a Assembleia terá lugar meia hora mais tarde com qualquer número de sócios
presentes, de acordo com o nº 1 do artigo 29º dos Estatutos em vigor.
A ORDEM DE TRABALHOS será a seguinte:
Ponto um - De acordo com alínea c) do artigo 26 dos estatutos desta Instituição,
será feita a discussão e votação do Relatório de Contas de Gerência de 2017.
A partir do dia 16 de Março de 2018 o relatório será afixado na vitrina das
instalações da Instituição.
Ponto dois - Outros assuntos de interesse para a Instituição.
Sobral Pichorro, 15 de Março de 2018
O Presidente da Mesa da Assembleia
Carlos Manuel Lucas Pinheiro
O Interior, nº 951 de 15/03/2018
Publicidade
Oportunidade
VENDE-SE
Sr. investidor, empreendedor,
desempregados, casais dinâmicos
que procuram iniciar vida comercial e
empresarial na área alimentar, Vende-
se negócio com loja de venda ao
público, venda por grosso, licença de
importação e exportação, altamente
viável. Empresa sem passivo e com
retorno de investimento garantido.
Vendo com urgência por motivos
familiares.
Contacto: 00351 960 374 551
EDITAL
Amilcar José Nunes Salvador, Presidente da Câmara Municipal de Trancoso, torna
público que, ao abrigo da competência constante na alínea t), do n.º 1 do artigo
33. º, da Lei n.º 75/2013, de 12 de Setembro, no artigo 27.º e no n.º 2 do artigo
94.º, da Lei n.º 107/2001 , de 8 de Setembro, no artigo 57.º do Decreto-Lei n.º
309/2009, de 23 de outubro e no artigo 56.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de Setembro,
por deliberaçâo da Câmara Municipal de Trancoso, em reunião ordinária de 28
de fevereiro de 2018, foi determinada a abertura do procedimento administrativo
de classificação de bem como Imóvel de Interesse Municipal-Monumento, imóvel
designado por “Solar da Cogula”, sito em Cogula, descrito na Conservatória do
Registo Predial de Trancoso sob o n.º 237 e inscrito na Matriz Predial da Freguesia
de Cogula sob o artigo 218º.
O Projeto de decisão vai no sentido de classificação do bem como imóvel de
interesse municipal-Monumento, nos termos previstos no n.º 6, do artigo 15.º
e artigo 25.º da Lei n.º 107/2001 de 8 de setembro, produzindo-se os efeitos,
nomeadamente os gerais, previstos no n.º 2, do artigo 14.º, do Decreto-lei n.º
309/2009, de 23 de outubro.
O processo administrativo pode ser consultado nos serviços administrativos do
Município de Trancoso, sito na Praça do Município, 6420-107 Trancoso ou no
endereço eletrónico do município: www.cm-trancoso.pt. durante 30 dias úteis
contados a partir da data de publicação deste anúncio no Diário da República,
prazo durante o qual os interessados poderão pronunciar-se em relação ao
projeto de decisão.
Para conhecimento geral e para cumprimento das disposições constantes do
artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, de 13 de outubro, e do artigo 56.º da Lei
n.º 75/2013, de 12 de setembro, se publica o presente edital e outros de igual
teor, que vão ser afixados nos lugares de estilo.
Trancoso, Sector de Licenciamento de Obras Particulares e Loteamentos, 6 de
março de 2018
O Presidente da Câmara Municipal,
(Amílcar José Nunes Salvador)
O Interior, nº 951 de 15/03/2018
Centro de Alcoólicos Recuperados da Guarda
“Em ajuda aos Alcoólicos do Distrito”
Instituição Particular de Solidariedade Social fundada em 7 de Dezembro
de 1983
34 Anos na luta contra o alcoolismo
“Não somos contra o USO mas contra o ABUSO”
CONVOCATÓRIA
Convocam-se todos os Associados do Centro de Alcoólicos Recuperados do
Distrito da Guarda para uma Assembleia Geral a realizar no próximo dia 23 de
março, pelas 20.30 horas, na sede da Instituição sita na Av. Alexandre Herculano,
Bloco L3A, cave esq. - Guarda, com a seguinte ordem de trabalhos:
1 – Discussão e aprovação de contas de gerência relativas ao ano de 2017;
2 – Discussão e aprovação do Relatório de Atividades de 2017;
3 – Outros assuntos de interesse para o prosseguimento dos objetivos da
Instituição.
Se à hora marcada não estiver presente o número legal de Sócios, a Assembleia
Geral funcionará, uma hora depois, com qualquer número de associados.
Guarda, 05 de março de 2018
O Presidente da Assembleia Geral
José Carlos Reis Monsanto
O Interior, nº 951 de 15/03/2018

FUTEBOL DISTRITAL
Aguiar da Beira rende Figueirense
no segundo lugar da Iª Divisão
E à 19ª jornada o Distrital da
Iª Divisão da AF Guarda conheceu
mais uma reviravolta. Tudo por
causa da derrota caseira do Fi-
gueirense frente ao Sp. Mêda (na
foto) por 2-1, um resultado que
pode comprometer as aspirações
de subida ao nacional do Ginásio,
relegado para o quarto lugar.
Quem aproveitou foi o Aguiar
da Beira, que subiu a segundo
após vencer 1-0 na receção ao
Gouveia (5º) e está a um ponto
do líder Trancoso, e também o
Sp. Mêda, terceiro classificado. Já
a equipa da “cidade de Bandarra”
voltou a vencer, desta vez 3-1 no
terreno do Vilanovenses (12º) e
contabiliza 40 pontos. Nos res-
tantes jogos o Vila Cortês do Mon-
dego (7º) derrotou o Manteigas
(6º) por 2-0 e o histórico Sp. Sa-
bugal (10º) perdeu em casa com o
Estrela Almeida (11º) por 4-1. Por
sua vez, o Vila Franca das Naves
(13º) ganhou 5-1 na receção ao
último Guarda Unida Desportiva
(14º) e o Soito (8º) foi vencer 3-0
a São Romão (9º). No domingo jo-
gam Trancoso-Vila Franca Naves,
MONTANHA
Paulo Gomes vence “12 kms Manteigas-Penhas Douradas”
Paulo Gomes (Guilhovai)
venceu no domingo a exigente
subida dos 12 kms entre Man-
teigas e as Penhas Douradas, a
1.500 metros de altitude.
O atleta natural de Celorico
da Beira correu a distância em
41m16s, menos 1m53s que o
segundo classificado, o colega
de equipa Artur Rodrigues. O
pódio ficou completo com Pedro
Rodrigues (Mogadouro), que
terminou a 2m30s do vencedor.
A 36ª edição da mais antiga
corrida de montanha do país
contou com a participação de
mais de uma centena de atle-
tas, tendo terminado 92. Nas
senhoras ganhou Rosa Madu-
reira (Penafiel) com o tempo de
50m41s, enquanto Lídia Pereira
(GDR Granja) cortou a meta em
56m24s. Na terceira posição
ficou Sandrine Sousa (Jobra), a
16m59s da vencedora. Os mel-
Identificação:
Nome: ____________________________________________________________________________________________________________________________
Morada: ________________________________________________________________________________
NIF: ________________________ Telefone/Telemóvel: __________________________________________________ Email: ________________________________________________________________
Modo de Pagamento:
Transferência Avulsa
IBAN: PT50 001000002256785000177
Data ___/___/______ Assinatura ________________________________________
Transfira o valor da Assinatura para o NIB indicado e junte a este cupão o talão comprovativo da transferência.
Cheque / Vale Postal nº _____________________ Banco _________________
Numerário
Guarda Unida-Aguiar da Beira,
Sp. Mêda-Vilanovenses, Soito-
Figueirense, Gouveia-Sp. Sabugal,
Estrela Almeida-Manteigas e São
Romão-Vila Cortês Mondego.
Foz Côa aplica chapa 7
Na IIª Divisão, a luta pelo
título e consequente subida está
animada a três jornadas do fim.
No domingo, o Celoricense rece-
beu e venceu o Pala (4º) por 2-0 e
mantém quatro pontos de avanço
hores atletas pontuaram para o
Circuito Nacional de Montanha. A
iniciativa incluiu uma caminhada
e uma prova ou passeio de BTT,
ambas de sete quilómetros, numa
organização do Centro Cultural e
Desportivo dos Trabalhadores da
Câmara Municipal de Manteigas,
DR
sobre o Sp. Vilar Formoso, que
ganhou 3-0 na receção ao Casal
de Cinza (8º e último) e totaliza 24
pontos. O destaque da 11ª jornada
vai para os 7-0 conseguidos pelo
Foz Côa (3º) frente à ADC Castelos
(7º). Finalmente, o Paços da Serra
(6º) derrotou o Freixo de Numão
(5º) por 4-1. A antepenúltima
jornada está agendada para dia 25
com os encontros Pala-Paços da
Serra, ADC Castelos-Sp. Celoricense,
Casal Cinza-Foz Côa e Freixo de
Numão-Sp. Vilar Formoso.
DR
em colaboração com a autarquia.
Pelo quarto ano consecutivo,
a iniciativa voltou a contribuir
para a Associação Portuguesa de
Apoio à Vítima (APAV) com um
euro por cada inscrito nas três
modalidades, tendo sido angari-
ados 400 euros.
Código Postal: _________ - ______ Localidade: _____________________________________________
Enviar para: Apartado 98, 6301-909 Guarda
Assinatura __________________________________________________ Data _____/_____/________
O Jornal O Interior compromete-se a adoptar as medidas de segurança necessárias para garantir a salvaguarda dos dados
pessoais / empresas dos assinantes contra a sua eventual utilização abusiva ou contra o acesso não autorizado.
O contrato de assinatura renovar-se-á por iguais e sucessivos períodos de tempo (seis/12 meses), até que qualquer das partes
denuncie a desistência por meio de comunicação escrita com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
Quinta-feira • 15 de março de 2018 •
ATLETISMO
Elisabete Pereira e Cristiano Pereira
vencem grande prémio “Amendoeiras
em Flor”
Elisabete Pereira e Cristia-
no Pereira foram os grandes
vencedores do 20º Grande Pré-
mio de Atletismo e Milha Urbana
Jovem “Amendoeiras em Flor”,
que se correu no domingo em
Figueira de Castelo Rodrigo.
A atleta do RD Águeda ga-
nhou os 6.500 metros da prova
em 26m16s, menos dois minu-
tos que a segunda classificada,
Maria Lurdes Monteiro (CP
Mangualde), enquanto a colega
de equipa Cláudia Marinho
fechou o pódio. Em masculinos,
o corredor da CP Mangualde
terminou em 21m11s, com Luis
Pereira (ARC Águias de Alvelos,
Braga) a cortar a meta 1m08s
ANDEBOL
Guarda Unida vence na IIª Divisão
de juvenis
Os juvenis do Guarda Unida
somaram no sábado a segunda
vitória na segunda fase do Na-
cional do escalão da IIª Divisão.
Os guardenses derrotaram
o NDA Pombal por 31-24 no
pavilhão municipal de S. Miguel
em jogo da terceira jornada. A
equipa da cidade mais alta ocu-
pa a quarta posição da zona 2
com duas vitórias e uma derrota,
totalizando sete pontos, os mes-
TRAIL
Foz Côa Douro Trail Adventure a partir
de hoje
Decorre de 15 a 18 de mar-
ço (quatro etapas) e de 13 a 20
de outubro (8 etapas) o Foz Côa
Douro Trail Adventure, cuja or-
ganização está a cargo da Carlos
Sá Nature Events, com o apoio
Cupão de Assinatura
NACIONAL (Anual (25e)............ .
ESTRANGEIRO (Anual (30e).....
• 17
depois. O terceiro lugar foi do
júnior Milton Duarte (CP Man-
gualde) em 23m43s. Na milha
urbana jovem ganharam Gabrie-
la Santos (Leões da Fronteira,
Vilar Formoso) e Ricardo Gomes
(CP Mangualde) em infantis;
Maria Loureiro (CP Mangualde)
e Bruno Guedes (individual)
em iniciados; e Ricardo Magina
(Maratona Vila Chã, Seia) em
juvenis. Em veteranos vence-
ram José Silva (Maratona Vila
Chã) e Fernando Matos (GCA
Donas). A prova foi organizada
pela autarquia figueirense, com
a colaboração do núcleo local
do Sporting e a Associação de
Atletismo da Guarda.
DR
mos que o segundo e terceiro
classificados, respetivamente CP
Vacariça e Academia de Andebol
de São Pedro do Sul. O grupo é li-
derado pelo SIR 1º de Maio, com
9 pontos. No sábado, o Guarda
Unida recebe a AD Sanjoanense
“B”, último da zona 2, às 15 horas
no pavilhão de S. Miguel. Edy
Vicente continua a liderar a lista
dos melhores marcadores com
38 golos.
do município de Vila Nova de Foz
Côa. Em ambas as provas existe
a possibilidade de fazer a versão
“starter”, na qual os participantes
percorrerão uma menor distân-
cia na maioria das etapas.
18 • • Quinta-feira • 15 de março de 2018
Honorato Robalo *
crónicaPOLÍTICA
A Guarda merece
mais na área da
saúde
O abandono e desproteção de camadas da população
mais carenciadas tiveram expressão no encerramento de
Serviços Públicos de Saúde (SAP e extensões de saúde)
e na consequente redução da capacidade de resposta do
SNS, abrindo-se, desta forma, espaço à proliferação das
parcerias com o chamado terceiro sector, como seja a
RNCCI no distrito da Guarda.
Em virtude de níveis de investimento público
completamente irrisórios face às necessidades, no-
meadamente na área da saúde, não se concretizou a
necessária segunda fase de construção do Hospital
Sousa Martins, nem a requalificação do seu pavilhão 5.
Esta indefinição coloca em causa a melhoria necessária
das infraestruturas da maternidade. Dos 900 milhões
prometidos pelo governo PS, apenas um meros 13,6
milhões de euros chegarão à ULS da Guarda para
pagamento de dívidas acumuladas desde o início do
pacto de agressão. O capital social da ULS continua
descapitalizado, com reflexo nos constrangimentos na
contratação de recursos humanos, cerca de centena e
meia de enfermeiros, dezenas de assistentes operacio-
nais, dezenas de médicos nas diversas especialidades,
entre outros profissionais.
Mantém-se a necessidade de requalificação de ins-
talações de alguns centros de saúde, como Seia, Gouveia
e Pinhel, estes dois últimos construídos há cerca de uma
década e nunca tendo sofrido obras de manutenção
estruturais. O PCP tem tido intervenções articuladas ao
nível concelhio, distrital e na Assembleia da República,
bem como ao nível do apoio às comissões de utentes.
Os avanços registados na nova fase da vida políti-
ca nacional – como a redução das taxas moderadoras,
a contratação de mais médicos, enfermeiros, técnicos
e assistentes operacionais – não iludem a necessidade
de avançar muito mais, para dar uma resposta de
qualidade aos utentes e garantir o cumprimento dos di-
reitos dos trabalhadores da Saúde. Continuam a faltar
medidas para fixar recursos humanos na região, nas
diversas áreas, particularmente na Cardiologia, Gas-
troenterologia, Anestesiologia, Ortopedia, Medicina
Geral e Familiar. Continua-se a aguardar a abertura de
concursos para melhoria das instalações do Hospital
Sousa Martins, de alguns centros de saúde e de outros
equipamentos.
A visita do ministro da Saúde insere-se na política
do charme, mantém-se a desresponsabilização do poder
central nos investimentos estruturantes necessários. Não
pode haver espaço à municipalização da saúde. A coesão
social e territorial deve ser assente no Orçamento de
Estado na rubrica do orçamento para a saúde.
A intervenção do PCP tem sido fundamental para
denunciar os ataques feitos contra o SNS nos últimos
anos e para contribuir para o que de positivo se tem
conseguido nesta fase da vida política nacional. Os
profissionais de saúde e os utentes têm que dar as
mãos na defesa do nosso SNS. Lanço um desafio ao
Conselho de Administração da ULS da Guarda: aglutine
todos na defesa de todas as valências da nossa ULS
da Guarda.
Lutámos na defesa da Maternidade e da Pediatria,
é nosso dever lutarmos na defesa dos outros serviços,
sejam nos centros de saúde ou hospitais. Podem contar
sempre com o PCP.
* Membro do executivo da Direção da Organização
Regional da Guarda do PCP
opinião
Fernando Pereira
Resolvi adaptar esta frase aos tempos que se avizi-
nham: “O interior de Portugal nunca perdeu uma oportu-
nidade de perder uma oportunidade!”
Desculpem a desfaçatez, mas de facto não deixa de
ser risível este movimento que se criou para a defesa e o
desenvolvimento do interior.
Sem pompa, mas com alguma circunstância, um grupo
de cidadãos, com provas dadas enquanto membros do
Governo nos períodos mais catastróficos para o interior,
resolveram constituir um “Movimento pelo Interior”. Caras
conhecidas como Miguel Cadilhe, Jorge Coelho e Álvaro
Amaro, entre outros de menor notoriedade, aí estão cheios
de energia para devolver ao interior o que se perdeu em
décadas a fio.
Estas figuras, ao entrarem já na esfera da gerontocracia
política, foram titulares de pastas governamentais impor-
tantes para que se mantivesse a coesão territorial e o que
fizeram foi malbaratar muito da riqueza produtiva do interior
sendo responsáveis diretos, provavelmente involuntários,
pela situação a que se chegou.
Se vão fazer um exercício de expiação, e tentarem ser
um lóbi atuante de forma a conseguirem a materialização
de algumas ideias que por aqui vão pululando de quatro
em quatro anos, já não é mau de todo, embora me pareça
que este grupo é mais para darem uma “prova de vida” do
Entrementes
opinião
Norberto Gonçalves
“Para a mentira ser segura
E atingir profundidade
Tem que trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade”.
António Aleixo
Ainda que o facto tenha sido do conhecimento
público já há uns tempos, a problemática que aborda
parece-me que justifica a premência de o trazer agora
à colação.
Citando de cor, a quadra, escrita há décadas por
alguém para quem a instituição escola foi apenas uma
miragem, está, mais do que nunca, atual. Isto, dando
de barato que existe algum resquício de verdade no
chorrilho de mentiras que a seguir se expõem.
Vem isto a propósito do malfadado ranking das
escolas. Ano após ano entra-nos casa dentro sem
sequer pedir licença. Coisa, já se vê, de uma evidente
má criação... Ano após ano, as críticas a este suposto
estudo científico são mais do que muitas. E escrevo
“suposto” porque em termos de cientificidade deixa
muito a desejar. Vejamos:
Cuidaram os responsáveis de ter em linha de conta
as múltiplas realidades do país no que a escolas diz
respeito?
Cuidaram os responsáveis de elaborar estudos
sérios sobre o meio socioeconómico e cultural em que
determinada escola se insere?
Cuidaram os responsáveis por tão propalado estudo,
Diretor e Editor: Luís Baptista-Martins
Rua da Corredoura, 80 - R/C Dto - C • 6300-825 Guarda
Redação: Luis Martins (Chefe de Redacção) e Ana Eugénia Inácio.
Conselho Editorial: António Ferreira, Nuno Amaral Jerónimo, Cláudia Quelhas, João Canavilhas, José Carlos Alexandre, Diogo Cabrita e Maurício Vieira.
Colunistas e Colaboradores: Albino Bárbara, Américo Brito, António Ferreira, António Costa, António Godinho, Cláudia Quelhas, Cláudia Teixeira, David Santiago, Diogo Cabrita, Fernando Pereira,
Frederico Lucas, Hélder Sequeira, Honorato Robalo, Joaquim Igreja, João Canavilhas, Joaquim Nércio, Jorge Noutel, José Carlos Lopes, José Pires Manso, Júlio Salvador, Marcos Farias Ferreira, Miguel Sousa
Tavares e Norberto Gonçalves. Desporto: António Pacheco, António Silva, Arlindo Marques, Daniel Soares, José Ambrósio, José Luís Costa e Miguel Machado. Cartoon: Maurício Vieira. Paginação: Jorge
Coragem Projeto Gráfico: Maurício Vieira. Departamento Comercial: Joana Santos Impressão: FIG-Indústrias Gráficas, S.A. • Rua Adriano Lucas – 3020-265 Coimbra • Telefone 239 499 922 • Fax 239
499 981 • e-mail: fig@fig.pt Sede, Redação e Publicidade: Rua da Corredoura, 80 - R/C Dto - C • 6300-825 Guarda N.I.P.C. – P-504847422. Nº de registo no ICS:
123436 Depósito Legal:146398/00 Tiragem desta edição: 7.200 exemplares Periodicidade: Semanário Edição Internet: O Interior Propriedade: JORINTERIOR
- Jornal • O Interior, Ldª. Detentores de mais de 10% do capital da empresa: José Luís Carrilho Agostinho de Almeida e Luís Baptista-Martins. Estatuto Editorial:
http://www.ointerior.pt/jornal/fichatecnica.asp
Guarda - Redacção/Publicidade: 271212153 www.ointerior.pt • publicidade@ointerior.pt
Interior a quanto obrigas
que propriamente para trabalharem em prol do que quer
que seja.
O interior transformou-se num lugar habitado por idosos,
já com pouco presente e sem futuro. Confesso que gostava de
ver propostas para o interior, mas feito por gente de eleição em
termos académicos, com protagonismo ao nível intelectual e
não um movimento reduzido a políticos reformados, que estão
já a gozar as suas reformas douradas.
Para movimentos destes já demos e, por isso, o meu
proverbial ceticismo em relação ao interior vai-se manten-
do, e porque vivo cá assisto a esta agonia continuada cada
dia que passa, com tristeza e perante a apatia de muitos
dos que me rodeiam.
Não acho que Jorge Coelho, Miguel Cadilhe ou Álvaro
Amaro e outros não tenham algumas ideias ou alguma
vontade de fazer alguma coisa pelo futuro do interior, mas
tantas oportunidades tiveram quando tiveram protagonismo
e poder real, e foi com eles que a maior parte dos serviços
foram deslocalizados para o litoral e hoje reunidos todos
em Lisboa e Porto.
Só tenho que pedir que os programas de desenvolvi-
mento que eventualmente vierem a sair, porque isto começa
e a maior parte das vezes acaba com relatórios, não mos
venham dar em livrinho de pano da Majora porque já não
tenho idade para receber prendas dessas.
É mentira meus senhores
divulgado à exaustão ano após ano, de estudar o meio
familiar do qual são originários os alunos de determi-
nada escola?
Ou estaremos errados quando, olhando para a
realidade dos estabelecimentos de ensino particular, se
observa uma clara distinção entre a sua população esco-
lar e aquela que se pode enxergar nos estabelecimentos
de ensino públicos?
Terão todos os pais portugueses a possibilidade de
colocar os seus filhos em estabelecimentos nos quais se
pagam, não raro, centenas de euros por mês?
O que parece transparecer do teimoso e periódico
ciclo de divulgação destes estudos é a vontade de apou-
car o trabalho que se faz na escola pública, ela própria
em luta constante com estrangulamentos de vária ordem
que a limitam.
E, ademais, ainda que não conheça dados de
fiabilidade comprovada, gostaria de ver realizado um
estudo sobre o sucesso de alunos de um e outro sistema
(público e privado) nas respetivas faculdades. Poderei
estar redondamente enganado, mas não ficaria de todo
admirado se todos nós nos deparássemos com algumas
surpresas…
Por enquanto continuo a pensar que este estudo
vem contrariar o poeta que citei no início e a duvidar que
em tudo isto haja réstia de verdade, por insignificante
que seja.
Por isso, e voltando ao título deste escrito: é mentira,
meus senhores!...

ANOTAÇÕES
opinião
Hélder Sequeira
Pinharanda Gomes: um
hermeneuta da Cultura
Jesué Pinharanda Gomes vai ser dis-
tinguido, no próximo dia 20 de março, pela
Universidade da Beira Interior (UBI) com o
grau de Doutor Honoris Causa.
Como esclarece a UBI, a concessão do
grau de Doutor Honoris Causa destina-se
«a homenagear personalidades eminentes,
nacionais ou estrangeiras, de reconhecido
mérito nos domínios do ensino, da ciência,
da cultura, da arte e das atividades sociais,
que tenham contribuído para o engrande-
cimento de Portugal ou da Universidade».
De facto, Pinharanda Gomes é uma figura
destacada da nossa cultura, com uma vasta
obra, em várias vertentes.
«Ao longo de décadas, Pinharanda
Gomes foi e, felizmente, continua a ser, um
dos mais prolixos hermeneutas da História
e tradição do nosso pensamento filosófico.
Investigador e sistematizador nato, jamais
se deixou prender pelas etiquetas de his-
toriador, ou de filósofo que também o é.
Com a Universidade tantas vezes de costas
voltadas para ele, jamais negou auxiliá-la,
colaborando junto desta, sempre que soli-
citado, revelando continuadamente os mais
nobres valores associados a uma integrida-
de ética e humana, definidora apenas dos
grandes Mestres». Estas palavras de José
Almeida estão contidas no artigo “Para
uma visão de Pinharanda Gomes sobre o
Galaaz de Portugal”, que integra o conjunto
de trabalhos inseridos num livro dedicado à
obra e pensamento deste filósofo, ensaísta
e investigador. “Pinharanda Gomes - A Obra
e o pensamento, estudos e testemunhos” é
a publicação que reúne as intervenções e
testemunhos apresentados num colóquio
promovido, há alguns anos atrás, pelo
grupo de investigação “Raízes e Horizontes
da Filosofia em Portugal”, do Gabinete de
Filosofia Moderna e Contemporânea do
Instituto de Filosofia da Faculdade de Letras
da Universidade do Porto.
Natural de Quadrazais, concelho do
Sabugal, onde nasceu em 1939, Pinharanda
Gomes comentava-nos há alguns anos que,
literariamente falando, é natural da Guarda;
embora realizado em Lisboa, como nos di-
zia, foi na cidade mais alta de Portugal que
lançou as primeiras raízes.
Numa das suas obras, Pinharanda Go-
mes escreveu que, «na esquina do tempo,
e tendo saído da Guarda há muitos anos
(parece que temos o destino da emigração)
foi-nos concedida a graça de permane-
cermos fiel à mátria». Essa fidelidade tem
sido constante, exemplar, de uma grandeza
própria de personalidades de enorme saber
e erudição mas simultaneamente simples,
humanas e profundamente solidárias com
a sua terra de origem.
A sua presença, frequente, em iniciati-
vas realizadas no interior ou as intervenções
proferidas sobre temáticas e personalidades
ligadas à nossa região comprovam isso
mesmo. Pinharanda Gomes «constitui,
hoje, um exemplo vivo de um estudioso
desinteressado, sem prebendas nem honras
institucionais, fazendo do estudo erudito
uma vocação de vida», como escreveu
Miguel Real num dos textos publicados na
obra atrás mencionada.
No conjunto vasto de títulos publicados
por Pinharanda Gomes avultam três áreas:
os contributos na História da Filosofia;
as monografias da história da Igreja e os
estudos regionais; este insigne homem
de cultura tem-se afirmado um defensor
convicto, e incansável, do nosso património
histórico-cultural e outrossim dos valores
humanos, mormente desta zona raiana.
Estamos perante um intelectual que
honra o seu concelho, a Guarda, o país e
todo o espaço da lusofonia. Em entrevista
que nos concedeu, há alguns anos atrás, e
que foi publicada na revista “Praça Velha”,
Jesué Pinharanda Gomes questionado sobre
qual das facetas (historiador, filósofo, crítico
literário, ensaísta e conferencista) melhor se
enquadrava no perfil de homem de cultura,
realçava que tinha alguns livros de filosofia
pura, nomeadamente o seu livro de estreia,
“Exercício da Morte, O Pensamento e Movi-
mento” – que é uma introdução, uma ascese
filosófica – e que «naturalmente deveria ser por
aí que eu deveria ter caminhado, e também o
“Dicionário de Filosofia Portuguesa”, ou “Entre
Filosofia e Teologia”. Ora o que acontece é que
no mundo não estamos sós, estamos com os
outros e, ou porque somos solicitados pelas
pessoas, ou pelos temas, todos acabamos
por nos dispersar por outras coisas; comigo
aconteceu um pouco isso. Como desde muito
cedo – ainda na Guarda – tive uma vocação
para a pesquisa, quando fui para Lisboa, e
passei a dispor de mais fontes documentais,
iniciava muitas vezes a investigação de um
tema; depois, à medida que investigava esse
tema surgia documentação sobre outros e
custava-me abandoná-la, pelo que tomava
notas e assim foram surgindo estudos diver-
sos, em várias disciplinas. Contudo, penso que
pelo número de livros e estudos publicados,
cabe-me muito melhor a classificação de
historiador da cultura com a tónica na história
da Filosofia portuguesa e também na história
da Igreja contemporânea, da época moderna».
Pinharanda Gomes concluía depois que
é «um hermeneuta da cultura, quer dizer,
procuro interpretar os seres, os factos e
as coisas do âmbito cultural, sobretudo do
pensamento, mas de modo a preenchê-las
com o meu próprio significado».
Este pensador evidenciava, ainda, a
área da “historiografia filosófica” por ser
neste âmbito onde tem «produzido maior
quantidade de trabalhos de fundo».
Contudo, o seu labor, nesta matéria, não
se tem circunscrito às edições já conhecidas:
«Há uma atividade que não vem muito a
público e que diz respeito às centenas de
verbetes» que tem escrito para dicionários
e enciclopédias, quase sempre assinados,
ou com as letras P.G.
A atribuição do grau de Doutor Honoris
Causa a Jesué Pinharanda Gomes é, pois,
um justo reconhecimento pelo trabalho que
tem desenvolvido, em prol da investigação
e da cultura.
opinião
Papá, eu amo-te!
Joana Dente*
Não estaria a
mentir se dissesse
que o meu pai é o
melhor do mundo,
mas não vou entrar
por aí… A ideia é
mesmo só deixar
umas sugestões de presentes originais,
invulgares e alternativos para o dia 19 de
março!
Sessão fotográfica: a maioria das
vezes não estamos com a melhor disposi-
ção para fotografias e vamos adiando ene
vezes; talvez seja uma excelente data para
pensar que há por aí fotógrafos incríveis a
fazer trabalhos muito interessantes, des-
contraídos e modernos, que se tornarão
por certo numa lembrança ad eternum.
Cesta de fruta: a primeira vez que vi
oferecer uma cesta de fruta achei que “só
mesmo na China”, mas a verdade é que, com
o passar dos anos, fui ficando adepta desta
moda tipicamente asiática. É tão giro ofere-
cer uma cesta com frutos coloridos! É uma
opção saudável, não tem de ser dispendiosa,
e ainda dá para colocar um toque pessoal
se se optar por fazer a decoração da cesta!
Objetos personalizados: se há coisa
da qual gosto é disto! A partir do momento
em que mandamos fazer alguma coisa
personalizada para oferecer a alguém, não
restam dúvidas de que pensámos mesmo
na pessoa, na sua forma de ser e no que ela
significa para nós. As opções são infinitas…
Desde mandar bordar as iniciais numa
camisa do pai, a comprar-lhe uma t-shirt
que vá mesmo ao encontro do seu sentido
de humor, a personalizar uma simples capa
para o telemóvel ou uma chávena para o leite.
DO LEITOR
ESPAÇO
PÚBLICO
Das Beiras, a linha que nos une
Decorrida uma década sobre o encer-
ramento do troço da linha da Beira Baixa,
entre a Covilhã e a Guarda, o governo do
país, fazendo jus às políticas definidas no
âmbito da mobilidade, procedeu no passado
dia 5 de março, à assinatura protocolar das
obras de modernização do troço em questão,
consignação das empreitadas, inseridas no
corredor internacional norte.
(…)
A sincronia do presente, e tomando
como mote os pressupostos governamen-
tais no quadro de investimentos da Ferrovia
2020, “Projetar Portugal na Europa”, au-
guram um porvir carregado de esperança
e ansiedade.
E porque o passado recorda exemplos
não seguidos, importa reponderar o futuro
sobretudo no âmbito da exploração co-
mercial, tendentes a repensar os eixos de
atuação, de modo a agilizar o futuro que se
avizinha, finalmente entendido como linha
das Beiras, no sentido de colocar esta Beira
Interior, de uma vez por todas, em ligação
direta a Coimbra e Porto, sem ruturas de
tráfego.
Sendo certo que a linha da Beira Alta
Quinta-feira • 15 de março de 2018 • • 19
Existe atualmente uma panóplia gigante de
coisas que se pode “customizar” e todos os
pais se sentirão orgulhosos quando disse-
rem: «Ah, isto foi o meu filho que mandou
fazer para mim!»
Meias: longe vai o tempo em que
era foleiro oferecer peúgas. Há modelos
lindíssimos e alguns cheios de cor e boa
disposição; existem até cada vez mais lojas
especializadas em meias e não há volta a dar,
não há pai que não precise delas!
Chocolates: esta é uma aposta segura!
Segundo sondagens que vêm sendo efetu-
adas por mim há cerca de 30 anos, não há
pai para eles, ou melhor, não há pai que não
goste deles. Há espaços comerciais a vender
chocolates deliciosos, de sabores incomuns
e embalagens muito originais.
Passeio: a ideia é sair de casa com
tempo e sem propósito definido, é passar
um momento sereno que não tem de ser
minuciosamente programado. Para alguns
pais, este é com certeza o melhor presente,
pois não podemos descurar que, como eter-
nizou Antoine de Saint-Exupéry, «o essencial
é invisível aos olhos; só se vê bem com o
coração!»
* @pitangaboss
Jurista/ Fashion Stylist/ Makeup Artist
vai ser alvo de remodelações estruturais
já anunciadas, que por certo vão ditar
cortes de circulação ocasionais na mesma,
a linha da B. Baixa pode assumir, nesse
contexto, aliás já admitido pela própria
tutela ministerial, um papel importante
no descongestionamento e acessibilida-
de, pressupondo ligações que a partir
de Mangualde ou outras, via Celorico e
Guarda, ser direcionadas através desta
mesma linha.
Eis como, a linha da Beira Baixa, se
assume como um eixo estratégico, nacional
e internacional, no panorama das acessibi-
lidades ferroviárias, tendo em conta ainda,
o fator Entroncamento, permitindo a partir
daí, as ligações ao principal eixo ferroviário,
no corredor norte-sul.
E porque a memória se impõe, importa
recordar Manuel Vaz Preto Geraldes, que de-
fendeu até à exaustão, aquela que foi a linha
do vale do Tejo, e que o processo histórico
determinou como linha da Beira Baixa.
António Pinto Pires, membro fundador de
O 6 de Setembro – Grupo de Amigos do
Caminho de Ferro da Beira Baixa

20 • • Quinta-feira • 15 de março de 2018
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INCÊNDIOS
Prazo para limpeza de terrenos
termina hoje
Termina hoje o prazo dado
pelo Governo para que os pro-
prietários privados limpem
os seus terrenos, sob pena de
multas que podem chegar aos
120 mil euros.
Tal como a equipa de sapa-
dores florestais da Alto da Broca,
da Associação de Produtores
Florestais com sede em Vilares
(Trancoso), outras entidades
não tiveram mãos a medir nos
últimos dias para que os donos
de terrenos cumpram o prazo.
Mas segundo o “Expresso”, fonte
oficial do ministério da Adminis-
tração Interna (MAI), questiona-
da sobre a aplicação de coimas
após o prazo definido, garantiu
que, «até ao final de abril, a
prioridade continua a ser a re-
alização e sensibilização para a
limpeza dos terrenos». Também
o ministro da Agricultura disse,
em entrevista à Antena 1, que
«a questão dos prazos não é
a principal». Capoulas Santos
afirmou que o prazo se mantém,
mas mostrou-se convicto que
a GNR será «sensata» na hora
de multar: «Se um proprietário
for intimidado por um guarda
republicado no dia 16 ou 17 e
explique que não pode limpar
porque choveu muito ou porque
contratou a empresa e ela só
GNR
“Serões na Guarda” discutem
os “Recursos Hídricos”
Na terça-feira haverá “Se-
rões na Guarda” sobre o tema
dos “Recursos Hídricos”.
A sessão, promovida pelo
Comando Territorial da G NR,
está marcada para as 21h20 no
café-concerto do Teatro Muni-
cipal da Guarda e terá com mo-
derador Luís Baptista-Martins,
opinião
bilhete postal
Bicho pessoa dcabrita@iol.pt
Diogo Cabrita
Manter as forças úteis e imprescindíveis a carburar é um fas-
cínio do stress. Imprime-se uma agressão e o corpo responde na
sua capacidade de produzir hormonas de inflamação, péptidos e
enzimas, que abrem portas e fecham janelas. O corpo em resposta
à agressão tem as mãos frias, os sentidos apurados, a capacidade
DR
de reagir de impulso ao rubro. Nós reconhecemos o perigo e rea-
gimos com os sentidos e os químicos e até alterações corporais.
Podemos sucumbir ao medo que paralisa, mas podemos despertar
a adrenalina que adapta para a defesa do coração e do cérebro. O
corpo humano e o dos animais mostra a sua adaptação com reações
vistosas que existem em todos mas nós recusamos ver nas pessoas
e só aceitamos ver nos animais. Eriçar o pelo, como os cães, abrir
a cauda do pavão, mover com ligeireza na sedução, dançar com
exuberância para chamar a atenção. O ser humano é um animal e
também é inteligente. Na sua estrutura física é também um animal
igual aos outros que estão em promoção de direitos. Nós podemos
perder o controlo do esfíncter com o pavor, podemos chorar de
medo, podemos sufocar e sentir aperto no peito com a ansiedade.
Nós somos bicho no que concerne à salvação do corpo perante a
agressão. Ser bicho pessoa é óbvio quando a tiroide se incendeia
para nos tornar agressivos. Mas há reações que se adequam ao
agressor, ao gatilho que desencadeia ou estimula o confronto.
Se estivermos perante um leão a tendência de preservar não será
saltar-lhe para o pescoço. Se uma mulher agredida tem um macho
de cem quilos na frente não o pode derrubar e acanha-se. É aqui
que percebemos a importância da civilização. Os menos válidos
pode vir na próxima semana, limpeza e o valor total pode
fisicamente carecem de instituições que reponham a justiça nas
tenho a certeza que ninguém irá ser executado fiscalmente se
relações e os defendam da perseguição, da violência e da agres-
ser multado por causa disso», os proprietários não pagarem.
são. Esta sorte não têm os bichos e por isso há pessoas que as
declarou. Em 2017 foram levantados 620
criam para os defender. A fronteira deste conflito de perceção é
Nas últimas semanas a autos de contraordenação por
outra miragem dos tempos modernos, outro momento de conflito.
GNR da Guarda tem estado no falta de limpeza de terrenos,
As mulheres terão cio? Blasfémia! Os animais terão alma? Blasfémia.
terreno a alertar as populações segundo dados do Comando
O osso da cauda nos homens abana? Blasfémia! O futuro é curioso.
para a necessidade de limpeza Territorial da Guarda.
dos terrenos nas imediações
PUB
das aldeias e das habitações
isoladas. Os proprietários são
obrigados a limpar uma faixa
de gestão de combustível de
100 metros de terreno à volta
dos aglomerados populacio-
nais e também em redor das
habitações isoladas e das vias
de comunicação para reduzir
o impacto dos incêndios. A
GNR já realizou perto de 500
ações de sensibilização jun-
to de autarcas, agricultores,
sapadores florestais, dirigen-
tes associativos e caçadores,
entre outros responsáveis,
por todo o distrito. Segundo a
legislação, após 15 de março,
terão que ser as autarquias a
fazer a limpeza dos terrenos
substituindo-se aos donos.
Nesse caso as coimas vão de
280 a 10 mil euros, no caso
de pessoa singular, e de 1.600
a 120 mil euros, para pessoas
coletivas. A esses montantes
acrescem as despesas com a
diretor do jornal O INTERIOR.
As tertúlias “Serões da Guarda”
destinam-se a debater temas
da área da segurança com os ci-
dadãos. As próximas iniciativas
realizam-se a 28 de março, sobre
cibersegurança, 17 de abril (vio-
lência doméstica) e e 17 de maio
(segurança rodoviária).