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Nuno Raposo & A.

Topa Gomes
ESTGV - Junho 2015
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Fundações Encastradas no Terreno (Blocos de Fundação)

1 – Introdução
Algumas estruturas da engenharia civil têm como cargas fundamentais acções horizontais e não
verticais. Em termos de fundação isto tem como consequência a desadequação dos métodos clássicos
de dimensionamento, uma vez que, mesmo sendo muito baixas as tensões médias, as excentricidades
são muito elevadas.

Esta combinação torna impraticável o recurso a soluções de sapatas, pois chegar-se-ia a dimensões
em planta exageradas. Face a este problema a solução passa pela consideração dos impulsos laterais
do solo sobre a fundação, criando geometrias em que a altura da fundação tem um papel
preponderante. Estas estruturas são designadas por “blocos de fundação” devido à sua forma
aproximadamente cúbica. Trata-se, no fundo, de uma solução intermédia entre as sapatas e as estacas:
a sua interacção com o maciço envolvente é semelhante à de uma estaca, embora os meios empregues
na sua construção sejam relativamente simples, semelhantes aos utilizados na execução de uma
sapata. É precisamente na facilidade de execução de reside a grande vantagem desta solução
construtiva, pois caso o objectivo fosse reduzir ao máximo o consumo de betão, a solução a adoptar
passaria pela utilização de estacas.

Exemplos típicos da utilização deste tipo de fundação são os pavilhões industriais, as torres eólicas,
os painéis publicitários entre outros. Comum a estes exemplos é o facto de serem estruturas com um
peso próprio diminuto e terem como principal solicitação a acção do vento. Neste tipo de estruturas
a utilização dos blocos de fundação acarreta duas vantagens evidentes: permitem mobilizar o impulso
lateral do terreno; reduzem a excentricidade das acções, por terem um peso próprio considerável.

Nos pontos seguintes pretende-se apresentar algumas metodologias para o dimensionamento deste
tipo de fundações. Um aspecto comum aos vários métodos é o facto de pressuporem um determinado
factor de segurança global. A aplicação da metodologia recomendada pelos eurocódigos, em que se
prevê a utilização de factores de segurança parciais, carece de um estudo detalhado que avalie a sua
adequação.

Fonte: Apontamentos do Engº Mota Freitas 1


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2 – Método de Bürklin

O Método de Bürklin será talvez o método de F

cálculo de blocos de fundação mais utilizado


no nosso país. A figura ao lado ilustra a

h
geometria e a forma como o bloco interage
com o terreno na sua vizinhança. P0

A altura do bloco é definida pela variável “t”

(t - z) / 2
e a dimensão da base pela variável “b”, refira-
se a este propósito que este método foi
σ1
desenvolvido para calcular blocos cuja forma
da base é quadrangular.

(t - z) / 2
t

As tensões indicadas pressupõem uma


G
rotação em torno do ponto “O”, localizado a o

uma altura “z” medida desde o fundo do


bloco. A zona comprimida na base do bloco

z
tem uma largura de “3y”.
σ2
σ3
Note-se que neste método de cálculo a acção
3y
é sempre caracterizada por três parâmetros: b

força vertical “P0”, força horizontal “F” e


altura a que essa força horizontal é aplicada “h”. A força “P0” deverá ser considerada positiva quando
é direccionada para baixo e considerada negativa quando o seu sentido dor ascendente. Relativamente
à força “F”, deverá ser considerada sempre positiva, uma vez que o seu efeito é independente do
sentido em que actua.
Na medida em que o método pressupõe a consideração de um factor de segurança global “s”, as
acções devem ser consideradas com o seu valor característico, não sendo necessário proceder à sua
majoração.

Além das características geométricas e acções aplicadas, a verificação estabilidade de blocos de


fundação através do Método de Bürklin requer o conhecimento prévio de algumas variáveis, que se
indicam em seguida. Os valores entre parêntesis correspondem aos valores habituais de cada uma
dessas variáveis.

Fonte: Apontamentos do Engº Mota Freitas 2


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µ = coeficiente de atrito terras betão (0.4) [coef. de atrito = tangente do ângulo de atrito]
s = factor de segurança (2.0)
γ = baridade do solo (16kN/m3)

Nos pontos seguintes apresentam-se as equações resolventes, tal como se encontram no livro
“Construcciones Metálicas” de Azcunaga. Entre parêntesis são indicadas as unidades em que
usualmente se expressa dada uma das variáveis calculadas.

π φ 
λ = tg 2  +  [ φ em radianos] (ad)
 4 2

M = F (h + t ) (kN.m)

G = 24 b 2 t (kN)

P = P0 + G (kN)

µ P+F s
Q= (kN)
1+ µ 2

3 3Q t2 3
z2 − ( )
b + t z = − − bt (m)
2 2 γ λ t 2 4

2
Q (t − z )
P1 = (kN)
t (t − 2 z )

P2 = P1 − Q (kN)

P−µ F s
P3 = (kN)
1+ µ2

b t+z
u1 = µ + (m)
2 2

b z
u2 = µ − (m)
2 3

P1 u1 + P2 u2 + P3 b − M s
y= 2 (m)
P3

Fonte: Apontamentos do Engº Mota Freitas 3


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2 P3
σ3 = (kPa)
3 b y

Para que o bloco se considere seguro é necessário verificar cumulativamente as três condições
seguintes:
0≤ z ≤t
y>0
σ3 ≤ 2 σt
em que σ t corresponde à tensão admissível à profundidade t, e que pode ser calculada pela expressão
empírica:
σ t ≈ 100 + 50 t (kPa)

Fonte: Apontamentos do Engº Mota Freitas 4


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3 – Método de Fröhlich

O Método de Fröhlich é muito semelhante ao Método de Bürklin, no que diz respeito à definição da
geometria do bloco de fundação e das acções sobre ele aplicadas. Tem a particularidade de permitir
o cálculo de blocos de fundação com base rectangular, não se limitando a uma secção quadrada, como
acontece com o Método de Bürklin.

O livro “Construzioni Metallicha” de V. Zingoli apresenta as seguintes expressões atribuídas a


Alçado
Fröhlich.
F

- Momento flector actuante:


 t
M act . = F  h + 
P0  3
- Momento flector resistente:

M res. = 1
t/3

3 ( 0, 25 k ( b + t ) t 3
+ 2 µ P t + 1,5 P a )
σ1 em que:
k – coeficiente que depende das características do
t/3

G terreno, usualmente entre 50 kN/m3 e 70 kN/m3.


µ – coeficiente de atrito terras-betão, de valor médio
0,4.
t/3

P = P0 + G

σ2  = 24   
σ3
Planta
O factor de segurança pode ser determinado da forma
habitual, determinando o quociente entre o momento
flector resistente e o momento flector actuante:
b

M res .
Fs =
a
M act .

O quadro seguinte apresenta alguns valores do coeficiente “k”

Fonte: Apontamentos do Engº Mota Freitas 5


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Tipo de terreno Coeficiente k, em kN/m3


Terra vegetal seca 52 a 64
Terra vegetal saturada 48
Terra vegetal com humidade natural 94
Areia seca 48 a 61
Areia saturada 50
Areia com humidade natural 83
Silte seco 69 a 92
Silte saturado 39 a 47
Argila seca 74 a 122
Argila saturada 41 a 50

Além do factor de segurança relativo aos momentos flectores, deve ser determinada a força horizontal
máxima suportada:

1
12 k (b + t ) t 3 + 2 3 µ P t + 1
2 aP
Fmax =
h+t /3

Para que se possa considerar que o bloco está correctamente dimensionado deve ser verificada a
equação:

Fmax ≥ 1.2 F

Fonte: Apontamentos do Engº Mota Freitas 6


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4 – Exemplos de aplicação

4.1 –Método de Bürklin

Dados:
µ = 0,4

6 kN/m
s = 2,0
γ = 16 kN/m3
φ‘ = 30 º

Cálculos:
20 kN
F = 6 × 8 = 48 kN
h = 6 × 8 × 4 / 48 = 4 m

π φ 
λ = tg 2  + =3
 4 2
M = F ⋅ ( h + t ) = 48 (4 + 3, 05) = 338, 4 kNm

G = 24 b 2 t = 24 × 1, 62 × 3, 05 = 187,39 kN

P = P0 + G = 20 + 187,392 = 207,39 kN

µ P + F s 0, 4 × 207, 39 + 48 × 2
Q= = = 154, 27 kN
1+ µ2 1 + 0, 4 2

2 3 3Q t2 3
z − (b + t ) z = − − b t ⇔ z = 1,157 m
2 2 γ λ t 2 4
2 2
Q (t − z ) 154, 27 × ( 3, 05 − 1,157 )
P1 = = = 246, 20 kN
t (t − 2 z ) 3, 05 × ( 3, 05 − 2 × 1,157 )

P2 = P1 − Q = 246, 20 − 154, 27 = 91,92 kN

P − µ F s 207, 39 − 0, 4 × 48 × 2
P3 = = = 145, 68 kN
1+ µ2 1 + 0, 42
b t+z 1, 6 3, 05 + 1,157
u1 = µ + = 0, 4 × + = 2, 423 m
2 2 2 2
b z 1, 6 1,157
u2 = µ − = 0, 4 × − = − 0, 066 m
2 3 2 3

Fonte: Apontamentos do Engº Mota Freitas 7


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P1 u1 + P2 u2 + P3 b − M s 596, 64 − 6, 03 + 116,55 − 338, 4 × 2


y= 2 = = 0, 208 m
P3 145, 68

2 P3 2 × 145,86
σ3 = = = 291,3 kPa
3 b y 3 × 1, 6 × 0, 208

σ t ≈ 100 + 50 t = 100 + 50 × 3, 05 = 252,5 kPa

Verificações finais:

0 ≤ z ≤ t ⇔ 0 ≤ 1,157 m ≤ 3, 05 m Verificado
y > 0 ⇔ 0, 208 m > 0 Verificado

σ 3 ≤ 2 σ t ⇔ 291,3 kPa ≤ 505 kPa Verificado

Optimização das dimensões:

Repetindo os cálculos para outros valores de b calculou-se a altura mínima necessária, resultando os
valores do quadro seguinte:

b (m) t (m) Volume (m³)

1,2 3,5 5,04


1,3 3,4 5,75
1,4 3,3 6,47
1,5 3,15 7,09
1,6 3,05 7,81
1,7 2,9 8,38
1,8 2,8 9,07
1,9 2,65 9,57
2 2,55 10,20
2,1 2,4 10,58
2,2 2,3 11,13
2,3 2,15 11,37

A análise do quadro permite verificar que a solução mais económica, em termos de volume de betão,
é aquela onde se utiliza uma menor área em planta, à qual corresponde, obviamente, uma maior altura.

Fonte: Apontamentos do Engº Mota Freitas 8


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4.2 –Método de Fröhlich

Dados:

k = 45 kN/m³
µ = 0,4

6 kN/m
s = 2,0

Cálculos:

F = 6 × 8 = 48 kN
h = 6 × 8 × 4 / 48 = 4 m
20 kN
2 2
G = 24 b t = 24 × 1, 6 × 3, 05 = 187,39 kN

P = P0 + G = 20 + 187,392 = 207,39 kN

- Momento flector actuante:


 3, 05 
M act . = 48  4 +  = 240,8 kNm
 3 
- Momento flector resistente:

M res. = 1 ( 0, 25 k ( b + t ) t 3
)
+ 2 µ P t + 1, 5 P a = 829,34 kNm
3
- Força horizontal máxima:
1
12 k (b + t ) t 3 + 2 3 µ P t + 1
2 P a
Fmax = = 165, 32 kN
h+t /3

Verificações:

M res. 829,34
FS ≥ s ⇔ = = 3, 44 ≥ 2, 0 Verificado
M act . 240,8

Fmax ≥ 1.2 F ⇔ 162,32 kN ≥ 57, 6 kN Verificado

Fonte: Apontamentos do Engº Mota Freitas 9

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