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Processo: 1387/11.5TBBCL.G1.S1
Nº Convencional: 7.ª SECÇÃO
Relator: GRANJA DA FONSECA
Descritores: CONTRATO DE SWAP
CONTRATO INOMINADO
ALTERAÇÃO ANORMAL DAS CIRCUNSTÂNCIAS
CIRCUNSTÂNCIAS DO CONTRATO
TAXA DE JUROS
CRISE FINANCEIRA
MODIFICAÇÃO
BOA FÉ
RESOLUÇÃO DE NEGÓCIO
CONTRATO DE EXECUÇÃO CONTINUADA OU PERIÓDICA
Data do Acordão: 10-10-2013
Votação: UNANIMIDADE
Texto Integral: S
Privacidade: 1
Meio Processual: REVISTA
Decisão: NEGADA A REVISTA
Área Temática:
DIREITO CIVIL - RELAÇÕES JURÍDICAS / FACTOS JURÍDICOS /
DECLARAÇÃO NEGOCIAL - DIREITO DAS OBRIGAÇÕES /
FONTES DAS OBRIGAÇÕES / CONTRATOS.
DIREITO DOS VALORES MOBILIÁRIOS - ÂMBITO DE
APLICAÇÃO.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DE DECLARAÇÃO /
RECURSOS.
Doutrina:
- Almeida e Costa, Direito das Obrigações, 5ª edição, pp. 265 a 273.
- Carneiro da Frada, “Crise Financeira Mundial e Alteração das
Circunstâncias: Contratos de Depósito versus Contratos de Gestão de
Carteiras”, in Revista da Ordem dos Advogados, Ano 69, pp. 633 e
seguintes, e 682.
- Costa Ran, Luis, “El contrato de Permuta Financiera”, in Revista
Juridica de Catalunya, n.º 1, 1990, p. 71.
- Galvão Telles, Manual dos Contratos em Geral, p. 343 e seguintes.
- Galvão Telles, Manual dos Contratos em Geral, refundido e
actualizado, p. 344.
- José Engrácia Antunes, “Os derivados”, in Cadernos do Mercado de
Valores Imobiliários n.º 30, pp. 118 a 119; Os Instrumentos Financeiros,
Almedina, Coimbra 2009, p. 101, 167 e seguintes.
- M. Alves Monteiro, “O Mercado Português dos Derivados”, in O
Economista (1999), pp. 119 a 127.
- Maria Clara Calheiros, “O Contrato de Swap”, Boletim da Faculdade
de Direito, Studia Juridica, n.º 51, Coimbra Editora, p. 81 e doutrina por
ela citada.
- Menezes Leitão, Direito das Obrigações, volume II, 6ª edição, pp.103,
104.
- Mota Pinto, Teoria Geral do Direito Civil, 4ª edição, pp. 627 a 629.
- Oliveira Ascensão, “Direito dos Valores Mobiliários”, in AAVV, volume
IV, pp. 41 a 68, Coimbra Editora, 2003.
- Vaz Serra, Anotação ao Acórdão do STJ de 17/02/1980, Revista de
Legislação e Jurisprudência, ano 113º, p. 311.
Legislação Nacional:
CÓDIGO CIVIL (CC): - ARTIGOS 222.º, 289.º, 406.º N.º1, 432.º, 433.º,
434.º, N.º2, 437.º, N.º1.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (CPC): - ARTIGOS 668º, Nº 1,
ALÍNEA D), 2.ª PARTE, 684.º, 685.º - A, 716.º, N.º1, 732.º.
CÓDIGO DOS VALORES MOBILIÁRIOS (CVM): - ARTIGO 2.º, N.ºS
1 E 2.
Jurisprudência
Internacional: ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE LISBOA:
-DE 10/04/2008.
Sumário :
1.
Nesta acção de condenação, com a forma ordinária, que
BB, L.da" intentou contra o "BANCO AA (Portugal), S.A,
a autora alegou, em síntese, que, no 1º semestre de 2008,
celebrou com a ré um contrato de locação financeira
imobiliária que teve por objecto um pavilhão industrial e
que, na sequência da celebração desse contrato, um
responsável da dependência de Braga do réu incentivou a
autora a celebrar um outro contrato, com vista a fixar a
taxa de juro dentro de determinados limites/barreiras, pois
a prestação paga pela autora no contrato de locação
financeira estava indexada à taxa Euribor e temia-se que
essa taxa continuasse a subir. Aquele responsável referiu
à autora que no contrato de taxa de juro que lhe pretendia
propor fixava-se um limite da taxa de juro dentro da qual
a autora apenas pagava a taxa de juro prevista no
contrato, ou seja 4,55%, sendo que, se essa taxa
aumentasse até ao limite de 5,15%, a autora pagaria
sempre aquela taxa inicial de 4,55% e, caso a taxa de juro
ultrapassasse aquele limite, a autora teria que pagar a taxa
de juro correspondente, perdendo todo e qualquer
benefício. Nesse caso, o réu poderia fazer cessar o
contrato.
2.
Entre:
a) - Primeiro Contratante:
b) - Segundo Contratante:
(…)
Sendo que:
(…)
CLÁUSULA SEGUNDA
(Vigência)
CLÁUSULA TERCEIRA
(Processamento do cancelamento do derivado financeiro)
(…)
CLÁUSULA QUINTA
(Declarações da Cliente)
DECLARAÇÃO FINAL
3.
4.
5.
Vejamos:
6.
Vejamos:
7.
Vejamos:
Sumariando:
DECISÃO:
Granja da Fonseca
Silva Gonçalves
Pires da Rosa.
---------------------------
[1]
Vide José Engrácia Antunes, “Os derivados”, in Cadernos do Mercado de
Valores Imobiliários n.º 30, página 118 a 119.
[2]
Sobre os instrumentos financeiros em geral, vide José Engrácia Antunes,
Os Instrumentos Financeiros, Almedina, Coimbra 2009.
Sobre os derivados, vide Oliveira Ascensão, in AAVV, “Direito dos Valores
Mobiliários”, volume iv, páginas 41 a 68, Coimbra Editora, 2003; M. Alves
Monteiro, o Mercado Português dos Derivados, in “O Economista” (1999),
páginas 119 a 127.
[3]
Enquanto os “futuros” conferem a ambas as partes posições recíprocas de
compra e venda sobre o activo subjacente em data e por preço previamente
fixados, as “opções” conferem a uma das partes direitos potestativos de
compra ou de venda do activo subjacente em ou até data futura, por preço
previamente fixado, conferindo os “swaps” às partes posições jurídicas
permutáveis relativas a determinadas quantias pecuniárias em data ou datas
futuras previamente fixadas.
[4]
Os Instrumentos Financeiros, página 167 e seguintes. Vide também sobre a
figura Maria Clara Calheiros, o Contrato de Swap, Coimbra Editora, 2000.
[6]
Maria Clara Calheiros, o Contrato de Swap, Boletim da Faculdade de
Direito, Studia Juridica, n.º 51, Coimbra Editora.
[7]
Prof. Galvão Telles, Manual dos Contratos em Geral, página 343 e
seguintes.
[8]
Direito das Obrigações, 5ª edição, páginas 265 a 271.
[9]
Direito das Obrigações, 5ª edição, páginas 271 a 273.
No mesmo sentido, Vaz Serra, Anotação ao Acórdão do STJ de 17/02/1980,
Revista de Legislação e Jurisprudência, ano 113º, página 311.
[10]
Engrácia Antunes, obra citada, página 101.
[11]
“Por isso também, na teoria económica, os derivados são por vezes
descritos como «operações de soma zero», já que os ganhos (ou perdas) de
uma das partes correspondem exactamente às perdas (ou ganhos) da
contraparte: ou seja, são instrumentos que não criam ou produzem valor, mas
simplesmente operam transferências de valor entre os agentes económicos.
[12]
Crise Financeira Mundial e Alteração das Circunstâncias: Contratos de
Depósito versus Contratos de Gestão de Carteiras, in Revista da Ordem dos
Advogados, Ano 69, páginas 633 e seguintes.
[13]
Manual dos Contratos em Geral, refundido e actualizado, página 344.
[14]
Vide Ac. TRL de 10/04/2008, citado pelo recorrente.
[15]
Menezes Leitão, Direito das Obrigações, Volume II, 6ª edição, página103.
[16]
Menezes Leitão, Direito das Obrigações, Volume II, 6ª edição, página 104.
[17]
Maria Clara Calheiros, obra citada, página 81 e doutrina por ela citada.
[18]
Pagamentos estes a serem realizados periodicamente, nas datas definidas
contratualmente.
[19]
Sobre a essencialidade no contrato de swap da periocidade das prestações a
efectuar, diz COSTA RAN, LLUIS, El contratode Permuta Financiera, in
Revista Juridica de Catalunya, n.º 1, 1990, página 71: “O contrato de swap
estabelece uma cláusula específica, o detalhe do calendário correspondente ao
vencimento dos pagamentos a cumprir por ambas as partes. Tanto a vontade
das partes como o interesse determinante do fim negocial do swap induzem-
nos a afirmar que o tempo de cumprimento das obrigações assumidas no
contrato de swap é essencial”.
[20]
Vide Mota Pinto, Teoria Geral do Direito Civil, 4º edição, página 627 a
629.