Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
PREVIDENCIÁRIOS
Em prol do melhor benefício
TEORIA E PRÁTICA
WLADIMIR NOVAES MARTINEZ
Advogado especialista em Direito Previdenciário
TEORIA E PRÁTICA
R
EDITORA LTDA.
Todos os direitos reservados
Rua Jaguaribe, 571
CEP 01224-001
São Paulo, SP — Brasil
Fone (11) 2167-1101
www.ltr.com.br
Junho, 2015
Dedicatória
À minha mãe maravilhosa em todos os sentidos, que sempre me
incentivou a escrever um livro, me apoiou e entendeu minha ausência
desde a minha fase de estagiária com todo amor do mundo;
Ao meu pai tão amado, “meu gorducho”, meu verdadeiro herói que
desde quando pequena me presenteou com muitos livros e orientou
a sempre estudar muito com todo amor e carinho do fundo do meu
coração, este é o meu melhor presente;
Ao meu irmão Júnior, que muito me apoia e auxilia na minha
carreira e progresso profissional.
Aos meus amigos e professores, em especial Prof. Wladimir
Novaes Martinez e Éderson Ricardo Teixeira, por todo incentivo
e participação nesta obra.
ÍNDICE
Prefácio................................................................................................................................................................ 11
Parte I
CONCEITOS
Capítulo 1. Introdução.......................................................................................................................................... 15
Capítulo 2. Imprescritibilidade dos benefícios........................................................................................................ 16
Capítulo 3. Conceito genérico de revisão.............................................................................................................. 17
Capítulo 4. Revisão no direito previdenciário......................................................................................................... 18
Capítulo 5. Natureza jurídica................................................................................................................................. 19
Capítulo 6. Relação jurídica de revisão.................................................................................................................. 20
Capítulo 7. Pressupostos lógico e jurídico.............................................................................................................. 21
Capítulo 8. Fontes formais.................................................................................................................................... 22
Capítulo 9. Aspectos gerais das revisões............................................................................................................... 23
Capítulo 10. Revisão previdenciária....................................................................................................................... 24
Capítulo 11. Distinções imperiosas........................................................................................................................ 27
Capítulo 12. Dependência de terceiros................................................................................................................. 28
Capítulo 13. Revisão de cálculo............................................................................................................................. 29
Capítulo 14. Revisão de mensalidades.................................................................................................................. 30
Capítulo 15. Revisão de direito prescrito............................................................................................................... 31
Capítulo 16. Efeitos da ação judicial ..................................................................................................................... 32
Capítulo 17. Pedido de revisão e interposição de recurso...................................................................................... 35
Capítulo 18. Decurso do prazo e interesse de agir................................................................................................ 36
Capítulo 19. Benefícios subsequentes................................................................................................................... 37
Capítulo 20. Reformatio in pejus.......................................................................................................................... 38
Capítulo 21. Revisões oficiais................................................................................................................................ 39
Capítulo 22. Tipos de revisões............................................................................................................................... 41
PARTE II
QUESTÕES SUBSTANCIAIS
Capítulo 1. Introdução.......................................................................................................................................... 45
Capítulo 2. Antes da Lei n. 9.528/97.................................................................................................................... 47
Capítulo 3. Vigência da Lei n. 9.528/97 — Prazo decenal...................................................................................... 50
Capítulo 4. Prazo da Lei n. 9.784/99.................................................................................................................... 51
Capítulo 5. Prazo prescricional da Lei n. 9.711/99................................................................................................ 52
Capítulo 6. Prazo decenal da Lei n. 10.839/04..................................................................................................... 54
Capítulo 7. Contagem de prazos.......................................................................................................................... 55
Capítulo 8. Suspensão e interrupção da prescrição............................................................................................... 58
Capítulo 9. Prazo com má-fé................................................................................................................................. 59
Capítulo 10. Prazo acidentário ............................................................................................................................. 61
Capítulo 11. Revisão de exame médico................................................................................................................. 62
Capítulo 12. Prazo do INSS: art. 103-A da Lei n. 8.213/91.................................................................................... 63
7
Capítulo 13. Caminhos reais para efetivo aumento do benefício........................................................................... 65
Capítulo 14. A importância do extrato de CNIS..................................................................................................... 67
Capítulo 15. Alternativas para majoração da renda............................................................................................... 69
15.1. Teses vencedoras de revisão ................................................................................................................... 70
15.2. IRSM....................................................................................................................................................... 70
15.3. ORTN/OTN.............................................................................................................................................. 73
15.4. Readequação do teto: Emendas ns. 20/98 e 41/03................................................................................ 77
15.5. Recálculo da DIB — direito adquirido ao melhor benefício ...................................................................... 78
15.6. Súmula n. 260 do TFR............................................................................................................................. 83
15.7. Art. 29, II da Lei n. 8.213/91.................................................................................................................. 84
15.8. Conversão de auxílios em aposentadoria por invalidez............................................................................ 86
15.9. Buraco negro.......................................................................................................................................... 87
15.10. Buraco verde ........................................................................................................................................ 87
15.11. Art. 58 do ADCT da Constituição Federal de 1988................................................................................ 88
15.12. Inclusão de períodos reconhecidos na esfera trabalhista........................................................................ 88
15.13. Inclusão de tempo exercido em atividade especial................................................................................. 91
15.14. Tempo rural ou de militar que não foi enquadrado à época da concessão ........................................... 92
15.15. Erros no cálculo da aposentadoria......................................................................................................... 93
15.16. Inclusão de auxílio-doença na aposentadoria por idade......................................................................... 93
15.17. Nova revisão do teto (DIB até 2004)..................................................................................................... 94
15.18. Nova revisão de todo período contributivo — “Revisão da Vida Inteira”................................................. 95
15.19. Nova revisão masculina — fator previdenciário do homem..................................................................... 96
15.20. Acréscimo de 25% nos benefícios dos absolutamente dependentes de supervisão de terceiros ........... 97
15.21. Cômputo do período de auxílio-acidente para efeito de carência e majoração da renda........................ 99
15.22. Exclusão do fator previdenciário da aposentadoria especial de professor............................................... 99
15.23. Revisão de acordos internacionais......................................................................................................... 102
15.24. Revisão da revisão e desaposentação para alcance do valor do teto do INSS ........................................ 104
Capítulo 16. Alterações legislativas no cálculo de aposentadoria........................................................................... 110
Capítulo 17. Observações essenciais para o ajuizamento da ação de revisão ....................................................... 111
Capítulo 18. Desaposentação .............................................................................................................................. 113
Capítulo 19. Quadro ilustrativo: resumo de revisões pela data do início do benefício — DIB.................................. 117
Capítulo 20. Modelos de documentos do INSS: INFBEN, CONBAS, CONREV, REVSIT, CNIS, IRSMNB, Carta de con-
cessão, Comunicado de revisão do art. 29, II da Lei n. 8.213/91....................................................... 118
PARTE III
PRÁTICA PROCESSUAL
1. MODELOS DE PEÇAS PROCESSUAIS ................................................................................................................ 125
1.1. Revisão do IRSM....................................................................................................................................... 125
1.2. Revisão da ORTN /BTN.............................................................................................................................. 132
1.3. Revisão do limitado ao teto — readequação das Emendas Constitucionais ns. 20/98 e 41/03................... 135
1.4. Recálculo da DIB — melhor benefício (retroação da DIB)............................................................................ 146
1.5. Exclusão do fator previdenciário da aposentadoria do professor............................................................... 151
1.6. Revisão do buraco verde........................................................................................................................... 157
1.7. Revisão do buraco negro........................................................................................................................... 159
8
1.8. Revisão do art. 29, II da Lei n. 8.213/91................................................................................................... 162
1.9. Revisão da Súmula n. 260 do TFR............................................................................................................. 171
1.10. Nova revisão para inclusão de todo período contributivo — “revisão da vida inteira”............................... 173
1.11. Desaposentação...................................................................................................................................... 176
2. DECISÕES JUDICIAIS ........................................................................................................................................ 184
2.1. IRSM......................................................................................................................................................... 184
2.1.1. Alegação de “aproveitamento indevido” da decisão coletiva proferida na Ação Civil Pública
2003.61.83.0011237-8. Tentativa de execução de decisão coletiva em ação individual....................... 184
2.1.2. Decisão paradigma que reconhece o direito aos atrasados da revisão do IRSM, independente da
existência da Ação Civil Pública.......................................................................................................... 185
2.1.3. Decisão que traz um típico caso de divergência da mesma turma recursal no que tange ao direito a
recebimento de atrasados................................................................................................................. 187
2.1.4. Reconhece o direito aos atrasados afastando a decadência............................................................... 189
2.1.5. Não reconhece o direito aos atrasados da revisão da IRSM devido a incidência de decadência.......... 190
2.1.6. Reconhecimento da revisão da renda mensal inicial para aplicação do percentual de 39,67%............ 191
2.1.7. Decisão que reconhece o direito aos atrasados da revisão de IRSM devido a não adesão ao acordo
previsto na Lei n. 10.999/04.............................................................................................................. 192
2.1.8. Decisão que não reconhece o direito aos atrasados da revisão de IRSM devido a não adesão ao
acordo previsto na Lei n. 10.999/04.................................................................................................. 192
2.2. ORTN........................................................................................................................................................ 194
2.2.1. Decisão que não reconhece o direito a revisão de ORTN, devido a aplicação de decadência.............. 194
2.2.2. Decisão que reconhece o direito a revisão de ORTN e que afasta a decadência................................. 195
2.2.3. Decisão que trata da ação civil pública para revisão da ORTN............................................................ 196
2.2.4. Decisão recente que reconhece o direito a revisão mesmo após o julgamento do RE 626.489 SE, men-
cionando inclusive a Portaria Interministerial n. 28, de 25 de janeiro de 2006 do Sr. Ministro de estado
da Previdência Social e do Dr. Advogado-Geral da União, que autoriza o não reconhecimento de decisão
judicial que determinar a aplicação da correção monetária dos 24 primeiros salários de contribuição
anteriores aos 12 últimos pelos índices da ORTN/OTN (Lei n. 6.423, de 17 de junho de 1977)............... 198
2.3. Readequação do teto das emendas ns. 20/98 e 41/03............................................................................. 200
2.3.1. Decisão desfavorável entendendo pela inexistência do direito pleiteado (proferida antes do julga-
mento do RE 564354/SE) ................................................................................................................. 200
2.3.2. Revertido entendimento após a interposição de recurso ocasionando o reconhecendo do direito a rea-
dequação ao teto pelas Emendas ns. 20/98 e 41/03. Inclusive após o julgamento do RE 564354/SE .. 203
2.3.3. Decisão favorável proferida após o julgamento do RE 564354/SE ..................................................... 206
2.3.4. Decisão que reconhece o direito a readequação do teto das EC ns. 20/98 e 41/03 aos benefícios de
88 a 91 (período do buraco negro).................................................................................................... 208
2.3.5. Decisão que reconhece o direito a readequação, enfatizando que independente da existência de
Ação Civil Pública em trâmite permanece o direito ao recebimento de atrasados pleiteados judicial-
mente, bastando para tanto a simples compensação dos valores recebidos administrativamente ..... 211
2.3.6. Decisão desfavorável, com base na existência de Ação Civil Pública................................................... 214
2.3.7. Decisão que reconhece o direito a readequação independente da existência de Ação Civil Pública.... 215
2.3.8. Extinção da ação judicial por entendimento de ausência de interesse de agir em razão do pagamento
administrativo efetuado pelo INSS em virtude da Ação Civil Pública proposta em 2011..................... 218
2.3.9. Sentença oriunda da Ação Civil Pública n. 0004911-28.2011.403.6183 que liminarmente determinou
ao INSS a readequação do teto das Emendas ns. 20/98 e 41/03 no prazo de 90 (noventa) dias, sob
pena de multa diária no valor R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), bem como determinou o paga-
mento dos valores atrasados sem quaisquer parcelamentos.............................................................. 220
9
2.4. Tese do melhor benefício ......................................................................................................................... 221
2.4.1. Decisão favorável da 8ª Vara Federal de Campinas afastando a decadência e reconhecendo o direito
à obtenção do benefício de acordo com as regras vigentes quando do preenchimento dos requisitos
para aposentadoria .......................................................................................................................... 221
2.4.2. Decisão desfavorável aplicando a decadência..................................................................................... 222
2.4.3. Decisão desfavorável com base no entendimento de inexistência de direito a revisão do melhor benefício...... 223
2.4.4. Principal decisão oriunda do STF que julgou recurso extraordinário 630.501 concedendo o direito ao
melhor benefício ............................................................................................................................... 225
2.5. Buraco verde ............................................................................................................................................ 226
2.5.1. Decisão que reconhece o direito e afasta a decadência....................................................................... 226
2.5.2. Decisão no sentido de que as revisões fulcradas em dispositivos legais não sofrem a incidência de
prazo decadencial.............................................................................................................................. 227
2.5.3. Decisão que não reconhece o direito a revisão do buraco verde e aplica a decadência....................... 230
2.6. Art. 29, II da Lei n. 8.213/91 ................................................................................................................... 231
2.6.1. Decisão favorável reconhecendo o direito a revisão do art. 29, II da Lei n. 8.213/91......................... 231
2.6.2. Decisão para antecipação do pagamento dos valores de atrasados, devido a revisão administrativa
da renda mensal do benefício já realizada pelo INSS.......................................................................... 232
2.7. Súmula n. 260 do TFR............................................................................................................................... 235
2.7.1. Decisões que demonstram a divergência entre a TNU e o STJ quanto a prescrição na revisão para
aplicação da Súmula n. 260 do TFR................................................................................................... 235
2.7.2. Decisão que não reconhece o direito a revisão pela Súmula n. 260 com base na argumentação de
decadência........................................................................................................................................ 237
2.7.3. Decisão que afasta a decadência e reconhece o direito a revisão pela Súmula n. 260 do TFR............. 238
2.7.4. Não reconhecimento do direito a revisão pela Súmula n. 260 do extinto TFR — reconhecimento da
prescrição.......................................................................................................................................... 240
2.7.5. Reconhecimento do direito a revisão pela Súmula n. 260 do extinto TFR afastamento da prescrição. 241
2.8. Inclusão de tempo especial....................................................................................................................... 243
2.8.1. Não aplicação de prazo decadencial para reconhecimento de tempo de serviço especial e majoração
do coeficiente.................................................................................................................................... 243
2.9. Revisão da vida inteira............................................................................................................................... 246
2.9.1. Decisão favorável concedendo o direito ao cômputo de todo período contributivo inclusive anterior-
mente a julho de 1994...................................................................................................................... 246
2.10. Acréscimo de 25% nas aposentadorias por tempo de contribuição ou por idade.................................... 249
2.10.1. Decisão Favorável concedendo o acréscimo dos 25% (vinte e cinco por cento) também nos benefí-
cios de aposentadoria por idade e tempo de contribuição............................................................... 249
2.11. Decisão do STJ que autoriza a exclusão do Fator Previdenciário na Aposentadoria do(a) Professor(a)..... 253
2.12. Revisão Masculina — Fator Previdenciário do Homem.............................................................................. 255
2.12.1. Decisão que declara inconstitucional a aplicação do disposto na parte final do 8º do art. 29 da Lei n.
8.213/91 e condena o INSS a revisar o benefício de aposentadoria por tempo de contribuição titula-
rizado pelo autor, aplicando para fins de incidência do fator previdenciário, a expectativa de vida
do sexo masculino veiculada pelo IBGE relativa ao ano de aposentadoria do requerente ............... 255
2.13. Desaposentação ..................................................................................................................................... 258
2.13.1. Decisão favorável que entende pela não aplicação de decadência.................................................. 258
2.13.2. Decisão favorável que entende pela não devolução dos valores recebidos...................................... 258
2.13.3. Recurso repetitivo.......................................................................................................................... 259
Referências bibliográficas (parte II e III)................................................................................................................. 261
10
PREFÁCIO
Considerando a atual conjuntura no Direito Previdenciário sob o prisma das ações revisionais, um
segmento de notória importância para os operadores do direito é o apontamento dos melhores caminhos
em busca da majoração da renda de um benefício previdenciário.
Aqui, com muita propriedade e esmero aplicados pelos Autores, podemos encontrar os principais
caminhos e seus reflexos no mundo jurídico das ações revisionais.
Nessa união de grandes aplicadores do direito, fomos presenteados com a notória e harmônica sintonia
de um dos maiores pensadores do direito previdenciário de todos os tempos e de uma brilhante advogada.
É possível sentir através da leitura, arraigada pelo elevado e sólido conteúdo histórico emblemático
dos desvios na conduta da Autarquia Previdenciária, e a enérgica e contagiante indicação dos melhores
caminhos para reversão dos prejuízos resultantes.
Estamos diante de uma obra matriz, que surge para nos auxiliar no convencimento do judi-
ciário aos insubstanciais entraves criados pela decadência do fundo de direito no trato das ações
revisionais, unidos aqui pela clássica e sobejada sabedoria e a intuitiva e desbravadora militância.
Assim, participo esta obra com muita honra e admiração, mas principalmente pelas contundentes orienta-
ções, juridicamente embarcadas, no trato das ações revisionais e suas peculiaridades apresentadas pelos
Autores e meus professores Taís Rodrigues dos Santos e Wladimir Novaes Martinez.
Os militantes e estudiosos que pretenderem um trabalho completo e prático sobre as ações revisionais
encontrarão nesta obra os principais conceitos e os melhores caminhos, com a tradução de verdadeiros
especialistas.
Éderson Ricardo Teixeira
Advogado, Especialista em Direito Previdenciário e Trabalhista,
Professor, Diretor do Instituto dos Advogados Previdenciários de
SP — IAPE e autor de obras previdenciárias.
11
PARTE I
CONCEITOS
Por Wladimir Novaes Martinez
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
15
CAPÍTULO 2
IMPRESCRITIBILIDADE DOS BENEFÍCIOS
16
CAPÍTULO 3
CONCEITO GENÉRICO DE REVISÃO
Revisão quer dizer reexame de algo, revolvê-lo, no caso previdenciário, principalmente um dever ou
um direito. Significa nova visão, outra apreciação de um tema já tratado, um cenário ou uma pretensão.
Em suma, reexaminar.
O desenrolar histórico de um país pode ser reapreciado pelos historiadores, assim como a biografia de
uma pessoa pode vir a ser revista.
Às vezes, acolhido o pleito, promovida a reexaminação, ratifica-se a decisão combatida, e ainda assim
se pode falar em revisão. Necessariamente, ela não tem de ser vitoriosa como proposta, em alguns casos,
poderá sobrevir até mesmo o reformatio in pejus, Cuidado.
O ato jurídico da revisão não é um primeiro procedimento, mas o reestudo desse primeiro ato. Portanto,
pressupõe uma decisão. Não se pode requerer a revisão da uma medida que não foi praticada, ainda que
ela esteja em encaminhamento.
Não é o ato considerado, mas subsequente a ele, e, por conseguinte, dele deve partir. Quem está
pretendendo algo novo que não fora apreciado não está requerendo uma revisão.
Por sua natureza, a revisão não é um instituto exclusivo do Direito Previdenciário, alcançando todos
os ramos do Direito e das relações humanas. No âmbito da previdência social suscita os seus próprios
elementos em face do bem jurídico tutelado.
Rever uma decisão significa uma nova decisão e, por isso, deve sopesar as consequências dessa
conduta. Em certas circunstâncias, caracteriza a impropriedade gritante da decisão revista revisada, pode
deflagrar dano ou prejuízo à parte que buscou e logrou a revisão. Por vezes, a lei além do montante
principal devido prevê juros de mora.
17
CAPÍTULO 4
REVISÃO NO DIREITO PREVIDENCIÁRIO
18
CAPÍTULO 5
NATUREZA JURÍDICA
A revisão é um direito subjetivo dos beneficiários contemplado na lei previdenciária, mediante a qual
o beneficiário expressa sua inconformidade com algum ato jurídico praticado pela Previdência Social em
relação a um bem requerido deduzido à Administração Pública.
Daí exigir-se sujeito capaz para pretendê-la, prática de ato jurídico perfeito e observância das normas
regulamentares, entre as quais a tempestividade da ação. Geralmente, por intermédio de expediente escrito
ou eletrônico e, se for o caso, até mesmo oral.
Ela pressupõe divergência de entendimentos quanto à pretensão material, erros de cálculo, compreende
enganos, equívocos da legislação de ambas as partes. No seu âmago, instrumentalizada por um recurso.
A revisão compreende renúncia do revisando que, a qualquer momento, dela pode desistir.
19