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Teologia Mística e os Dons Carismáticos

O objetivo deste curso é abordar de forma teológica e inteligente, em sintonia com o Magistério e a
Tradição da Igreja, os diversos aspectos da Teologia Mística, mais precisamente sobre os Dons
Carismáticos e seu uso na Igreja.

A necessidade dessa explanação provém de um intenso debate que ocorre entre as diversas
correntes de pensamento inseridas na Igreja. Alguns justificam o uso dos dons de forma
indiscriminada, enquanto outros rejeitam esses mesmos dons e condenam o seu uso. E possível
dizer que todos esses pensamentos têm razões, mas nenhum tem razão. O curso tem a pretensão
de apresentar, de forma minuciosa e sistemática o pensamento da Igreja sobre o assunto.

Quer extraordinários quer simples e humildes, os carismas são graças do Espírito Santo que, direta
ou indiretamente, têm uma utilidade eclesial, pois são ordenados à edificação da igreja, ao bem dos
homens e às necessidades do mundo. (CIC 799)

Assim, antes de falar sobre o uso e a especificidade de cada um dos dons carismáticos é preciso
conhecer qual é a fé da Igreja, sob a luz da Tradição e do Magistério e, somente depois observar os
casos concretos. A falta de formação teológica e espiritual adequada sobre esses temas é o que
motiva as discussões e incompreensões sobre o assunto que se observa dentro da Igreja.

Os carismas devem ser acolhidos com reconhecimento por aquele que os recebe, mas também por
todos os membros da Igreja, pois são uma maravilhosa riqueza de graça para a vitalidade apostólica
e para a santidade de todo o Corpo de Cristo, contanto que se trate de dons que provenham
verdadeiramente do Espírito Santo e que sejam exercidos de maneira plenamente conforme aos
impulsos autênticos desse mesmo Espírito, isto é, segundo a caridade, verdadeira medida dos
carismas. (CIC 800)

Dessa forma, é mister que se conheçam todos os aspectos dessa Teologia, inclusive os históricos,
bem como a maneira que um coração deve estar preparado para receber os dons carismáticos e
fazer uso deles, de acordo com a vontade de Deus.
E nesse sentido que se faz sempre necessário o discernimento dos carismas. Nenhum carisma
dispensa da reverência e da submissão aos Pastores da Igreja. A eles em especial cabe não extinguir
o Espírito, mas provar as coisas e ficar com o que é bom, a fim de que todos os carismas cooperem,
em sua diversidade e complementaridade, para o bem comum. (CIC 801)

Acima das vaidades humanas é a Verdade que deverá prevalecer ao final deste curso, pois é ela que
será buscada ao longo desse estudo. Procurar a Verdade levará o aluno a uma progressiva melhora
em sua vida cristã, pois, é consequência esperada quando se mergulha nos mistérios divinos:

Toda e qualquer vida necessita de se aperfeiçoar, e aperfeiçoa-se, aproximando-se do seu fim. A


perfeição absoluta é a consecução desse fim, que só no céu alcançaremos. Lá possuiremos a Deus
pela visão beatífica e pelo amor puro, e assim chegará a nossa vida à sua plena evolução, então
seremos com toda a verdade semelhantes a Deus, porque o veremos tal qual é (...) (Compêndio de
Teologia Ascética e Mística, Adolphe Tanquerey, 4ª Ed., 1948, pg. 01)

Sobre todos os outros, este é o objetivo maior do presente curso: fazer com que cada aluno
aperfeiçoe a sua vida cristã de forma a poder, um dia, contemplar a face do Senhor.

Introdução - Visão histórica


Os dons místicos podem ser encontrados já no Antigo Testamento, mais precisamente nas figuras
dos Profetas. Na plenitude dos tempos, Jesus Cristo exerceu de forma única e exemplar o seu
relacionamento com o Espírito Santo. No Novo Testamento a presença dos dons místicos é visível
em toda a Igreja nascente.

A primeira dificuldade que a Igreja teve que enfrentar com respeito aos dons carismáticos foi a
heresia montanista. É preciso entender a natureza dessa heresia para compreender a alergia que se
instalou contra os dons carismáticos.

O montanismo foi um movimento profético fundado por Montano, no século II. Ele era auxiliado
por duas profetisas: Prisca (Priscila) e Maximilla. Juntos, propunham o início de uma nova era cristã
aguardando o fim do mundo, que não tardaria. Montano dizia que havia sido envidado por Jesus
Cristo para inaugurar a Era do Paráclito, que falaria por meio das duas profetisas. Pregavam uma
vida ascética, com jejuns prolongados, abstinência sexual e disposição resignada para o martírio.
Eles se autodenominavam a “Nova Profecia”, negando Pentecostes e afirmando que ali, na Frígia, é
que houve a manifestação do Paráclito.

Os Bispos da época tiveram a única reação possível diante dessa heresia: guardaram a fé. Inúmeros
escritos datam dessa época, referindo-se às profecias montanistas, aos êxtases e o balbuciar de
línguas que eles tinham como sendo de origem demoníaca. Por causa dessa grande heresia, criou-
se na Igreja uma grande resistência quantos aos dons carismáticos.

Em seguida, houve o problema do surgimento da gnose, que não era exatamente uma heresia
cristã, mas infiltrou-se na Igreja de tal maneira que, por pouco, não acabou com ela. O gnosticismo
pregava que existia um cristianismo esotérico, ou seja, um cristianismo para uma elite, secreto,
para pessoas escolhidas e, nesse sentido, o gnosticismo coincidia com o montanismo, pois estes
também criam que existiam diferentes classes de pessoas, de cristãos. A classe superior seria a dos
escolhidos e os excluídos deveriam juntar-se aos Bispos e ao Magistério da Igreja.

A ideia de que Igreja institucional, hierárquica, visível é de segunda categoria e que existe uma
Igreja espiritual, invisível, que é a verdadeira Igreja de Cristo chega até os dias atuais. A tensão
entre a Igreja do carisma e a Igreja do poder sobrevive até hoje e se o desejo é entender a realidade
carismática dentro da Igreja Católica é preciso permanecer católico, aceitando a obra do Espírito
Santo, com seus dons místicos e também o carisma da verdade certa que é o Magistério. Os dois
mundos precisam interagir e permanecer em contato.

A terceira heresia que contribuiu para a resistência da Igreja contra os dons carismáticos foi a
heresia joaquimita, no século XIII. Esta heresia foi propagada pelo abade Joaquim de Fiore, o qual
lançou uma série de ensinamentos a respeito da salvação do mundo e dividia a história em três
grandes eras: a primeira seria a de Deus Pai (Antigo Testamento), a segunda de Jesus Cristo (que
incluía os Apóstolos e que se encerraria no ano de 1260) e a partir de 1.260 haveria a terceira era, a
do Espírito Santo, na qual o contato do povo com Deus não precisaria mais de intermediários
(Bispos e Magistério da Igreja), pois a ligação seria direta.

Historicamente, por causa da dificuldade com o Magistério, dentro da Igreja Católica, os carismas
migraram da Eclesiologia para a Hagiografia, ou seja, os dons carismáticos, que eram dons para o
bem comum da Igreja, começaram a ser interpretados como sinais de santidade de quem recebia
as manifestações. Sabe-se, entretanto, que os carismas não são sinais de virtude, a Teologia e a
própria Tradição da Igreja não corroboram esse pensamento. A Igreja, inclusive, não reconhece
milagres e nem santidade de pessoas vivas.

É necessário compreender de forma ampla e histórica de onde provém a tensão entre o carisma e o
Magistério da Igreja, antes de adentrar profundamente nos dons carismáticos.

Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior pertence ao clero da Arquidiocese de Cuiabá (Mato Grosso
– Brasil), onde é atualmente Vigário na paróquia Cristo Rei em Várzea Grande.
Nasceu no dia 7 de novembro de 1967 e foi ordenado sacerdote no dia 14 de junho de 1992, pelo
Papa João Paulo II. É bacharel em teologia e mestre em direito canônico pela Pontifícia
Universidade Gregoriana (Roma). Atualmente, leciona nos cursos de Filosofia e Teologia. Foi
durante quinze anos reitor do Seminário Arquidiocesano de Cuiabá. Desde 2002, a Santa Sé o
nomeou membro do Conselho Internacional de Catequese (Coincat), da Congregação para o Clero.
É autor de diversos livros e apresenta semanalmente o programa “Oitavo Dia”, pela Rede Canção
Nova de Televisão.

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