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BRASIL
VIOLÊNCIA NO RIO

A campanha de “matar quem atrapalha” nas eleições


municipais do Rio
Onda de assassinatos de políticos e pré-candidatos na Baixada Fluminense escancara a penetração do
crime na vida pública

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A polícia investiga as motivações dos assassinatos de pré-candidatos e vereadores na Baixada. DHBF

Rio de Janeiro - 24 JUL 2016 - 02:08 BRT

Uma ligação, dez dias atrás, fez tremer o deputado estadual Deodalto José Ferreira: “Ou você para,
ou sua família vai pagar as consequências. E vai ser onde você joga bola ou no Parque São José”.
MARÍA MARTÍN
Desde então, o pré-candidato a prefeito pelo DEM em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, região
metropolitana do Rio, desistiu até de ir na feira. Hoje fica grudado em um segurança e passou a viajar
em carro blindado.
 — Você está com medo?
— Com certeza, muito.
O motivo da ameaça, diz o deputado, é que ele começa a despontar nas pesquisas e a incomodar os
adversários, mas há mais: matar na Baixada é muito fácil e uma onda de execuções injetou o medo
nos políticos da região.

Desde novembro, nove pré-candidatos e vereadores da região foram executados


a tiros. Muitos tiros e alguns em plena luz do dia. Nem todos os crimes têm
relação, nem foram necessariamente motivados por disputas políticas – há um
crime passional e uma briga de trânsito –, mas a brutalidade dos assassinatos
escancarou os perigosos e aceitos vínculos entre o crime – milícias, tráfico e
grupos de extermínio – e a política local.

A Procuradoria Regional Eleitoral pediu que a Polícia Federal participe das


investigações pela suspeita de que a morte de pelo menos dois desses
vereadores e quatro pré-candidatos se tratem de crimes políticos. O procurador
Sidney Madruga também solicitou que as Forças Armadas não abandonem o Rio
após a Olimpíada e cuidem da segurança durante a campanha, que deve
começar em 16 de agosto. A maioria dos entrevistados para esta reportagem
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acredita que, até as eleições municipais, mais vítimas vêm pela frente. R$ 229,99 R$ 195,49

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Em um shopping da Zona Sul do Rio, o articulador de campanha de 350


candidatos na Baixada Fluminense de um partido pequeno mas influente na
política nacional explica com naturalidade práticas que diz serem comuns na
contenda política, do caixa dois à compra de votos de populações dominadas por
narcotraficantes ou milicianos. “Dos 13 municípios da Baixada, há pelo menos
quatro onde impera a filosofia de ‘tirar quem atrapalha”, afirma sob condição de
anonimato. “Quando se fala de política, se fala de poder, se fala de dinheiro. A
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milícia não tem medo de polícia, mas tem medo de política e sabe que esse é o
único meio para ela se perpetuar.” O articulador afirma que não dá para perceber
o medo, mas que ele está aí – dois dos seus candidatos andam escoltados – e PODE TE INTERESSAR

reconhece que, antes ou depois da campanha, a conversa com os grupos


A ‘vaquinha legal’ entra na
criminosos é necessária, de prefeitos de grandes cidades a senadores. “Todos campanha das eleições municipais 2016
têm acordos. Se você não se sentar com eles, você não se estabelece.”
Marielle e Anderson: o que se sabe
sobre o assassinato da vereadora e de seu
motorista
Na manhã do dia 2 de julho uma câmera de segurança gravou a brutal execução
de Sérgio da Conceição de Almeida, conhecido como Berém do Pilar, uma Intervenção federal no Rio
decretada por Temer abre inédito e incerto
referência ao bairro de Duque de Caxias onde morava, a cerca de uma hora de capítulo
carro do centro do Rio. Dois homens, de luvas brancas, armados com uma
Ameaças aterrorizam moradores e
pistola e um fuzil deram 21 tiros nele na porta da sua casa e fizeram questão de
ativistas que denunciam violência policial em
acertar outros disparos na cabeça quando ele já estava morto. Berém era filiado Acari

ao nanico Partido Social Liberal (PSL), aspirava a ser vereador e andava armado.
No bairro era conhecido como “o cara que fazia o trabalho sujo” e “cuidava da
» Top 50
segurança dos moradores”, segundo um dos seus vizinhos que afirma que, após O MAIS VISTO EM...

a morte de Berém, os assaltos se multiplicaram. A polícia suspeita do


ESPANHA AMÉRICA BRASIL CATALUNHA
envolvimento da vítima com um grupo de milicianos e de que sua morte seja
Nem da Rocinha: “Não me arrependo de ter sido
resultado de uma disputa de território, agravada, talvez, pela potencial ascensão traficante. O você faria no meu lugar?”
política do adversário. O vizinho, que insiste em não ser identificado, lembra a
Assassinato político de Marielle Franco reativa as
presença de várias autoridades políticas locais no enterro de Berém. ruas e desafia intervenção no Rio

Caso Marielle Franco: o dia seguinte ao


assassinato que comoveu o Brasil, contado minuto a
O assassinato de Berém pode ter minuto

A BAIXADA EM NÚMEROS relação, segundo a polícia, com outras Assassinato de Marielle Franco põe Planalto
duas mortes, a dos parceiros Leandro contra a parede

da Silva e Denivaldo Meireles, também Sorteio da Champions: Barcelona enfrenta a Roma e


Real Madrid pega a Juventus nas quartas de final
em Caxias. Leandrinho, pré-candidato
Marielle e Anderson: o que se sabe sobre o
a vereador, dono de um depósito de assassinato da vereadora e de seu motorista
água e gás e supostamente envolvido
Marielle Franco, vereadora do PSOL, é assassinada
com a milícia, foi executado a tiros em no centro do Rio após evento com ativistas negras

junho. A vítima era filiada ao PSDB e Empresária celebra escravidão em aniversário “top”
para a filha
tinha duas passagens pela polícia por
A região é formada por 13
A campanha de “matar quem atrapalha” nas eleições
municípios e concentra 23% da
suspeita de homicídio. Denivaldo, que
municipais do Rio
população do Rio de Janeiro, mais saía com sua mulher e seu filho de oito
Em respeito a Marielle Franco, as fábricas de ódio do
de 3,3 milhões de pessoas anos do cinema de um shopping Facebook fecham por algumas horas

quando foi assassinado, teve uma


Seu Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) está abaixo da morte que causou comoção a quem
média do Estado e concentra três pôde assisti-la na Internet. Dois
dos 10 menores índices de homens, disfarçados com camisetas
desenvolvimento socioeconômico da Polícia Civil, abordaram seu carro
do Rio
na saída do estacionamento e atiraram
Duque de Caxias, a cidade mais dezenas de vezes contra o veículo
populosa da Baixada, com 775.000 parado na cancela. “Polícia, polícia!
moradores, tem a segunda maior
Perdeu, perdeu!”, gritaram. Denivaldo
arrecadação de Imposto sobre
morreu na hora, a mulher dias depois e
Circulação de Mercadorias e
Prestação de Serviços (ICMS) do o filho, traumatizado e sem poder falar
Estado, perdendo apenas para a ainda nada sobre o crime, saiu ileso.
capital. O município responde Apontado como pré-candidato no
também pelo sexto maior PIB do começo das investigações, a família
país, de acordo com a prefeitura
negou qualquer filiação política, mas a
local.
polícia voltou a ver elos com a milícia e
Em outros municípios, como as brigas de poder. “Eles veem na
Queimados, mais de um terço de
política uma ferramenta importante
sua população é pobre e a renda
para consolidar seu domínio”, explica
domiciliar per capita é baixa (455
reais).
Giniton Lages, titular da Delegacia de
Homicídios da Baixada Fluminense,
Fonte: Serviço Brasileiro de Apoio as que lida em média com 130
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de
2015 e Firjan assassinatos por mês.

Nessa terça-feira, o pré-candidato à


Prefeitura de Japeri, o petista André Ceciliano, saia às pressas da Assembleia
Legislativa do Rio. Era aguardado por um carro blindado e um segurança para ir
na delegacia e denunciar sua terceira ameaça de morte. “A milícia forma parte da
administração do município”, dispara ao ser questionado sobre quem pode estar
por trás dessas ameaças. “A Baixada sempre viveu muito tensamente a questão
política, mas hoje está pior que nunca. Mas eu não tenho medo. Se tivesse, não
me candidataria”, afirma Ceciliano.

Da esquerda à direita: Edson, Rose e José Claudio, pré-candidatos a vereador e prefeito em Caxias. M.
MARTÍN

O pré-candidato a prefeito de Caxias pelo PSOL, o professor José Claudio Souza


Alves, e outros dois candidatos a vereador, os também professores Rose
Cipriano e Edson Teixeira Jr., relatam o medo em torno às suas candidaturas.
“Eu ouço das pessoas que não querem votar em mim para me proteger. Dizem:
‘não vou te dar meu voto porque, se você se eleger, vão te matar”, ilustra
Cipriano. “Minha mãe me ligou chorando. Estava com medo de eu me
candidatar”, lembra Teixeira. O medo deles, porém, é relativo pois, sem
representação ainda na Câmara de Vereadores, dizem, não têm suficiente poder
para incomodar. “Quanto mais votos, mais riscos”, resumem.

Esse temor é precisamente o que o delegado Lages pretende evitar. Incomodado


com a associação prematura de 11 assassinatos a motivações políticas, o
delegado mergulhou nos perfis das vítimas para resolver os crimes e não alterar
a “normalidade do processo democrático, uma das poucas coisas que funcionam
no Brasil”. Questionado sobre a efetividade desse processo democrático onde há
práticas que parecem comuns como a compra de votos, ameaças, mortes,
proibição de fazer propaganda de determinados candidatos em regiões
dominadas pelo crime ou apoio financeiro e logístico da milícia a campanhas
amigas, o delegado suspira e assente: “Sim, não posso afirmar que o cidadão
tem plena liberdade para votar. Está tudo carcomido, mas eu não quero que o
cara de bem deixe de se candidatar por medo”.

Matar quem atrapalha

A líder comunitária Aga Lopes Pinheiro era pré-candidata em Magé. Morreu com vários tiros em um bar
próximo de sua casa, sendo a mais recente vítima de assassinatos com supostos vínculos políticos. No
caso de Aga, de 49 anos, a polícia suspeita de que o tráfico pode ser responsável por sua morte. FELIPE
DANA (AP)

Geraldo Cardoso, eleito vereador em 2012 pelo Partido Socialista Brasileiro


(PSB), foi morto em janeiro com um tiro na cabeça e outro no ombro no
estacionamento da Câmara Municipal de Magé, cinco minutos depois de receber
a ligação de sua mulher avisando que tinha preparado seu macarrão favorito
para o jantar. Geraldão, como era conhecido, liderava uma comissão que
investigava o prefeito Nestor Vidal (PMDB), cassado em abril. A polícia acredita
que essa disputa motivou o crime. Luciano Nascimento, o LucianoDJ, vereador
pelo PCdoB e com antigas ligações com a milícia, segundo a polícia, também era
importante no futuro do prefeito de Seropédica, município que assim como Magé
e Caxias, arrasta um histórico de crimes políticos. Em novembro do ano passado,
Luciano faltou a uma sessão da Câmara que iria decidir sobre o afastamento de
Alcir Martinazzo, do PSB, acusado de contratar funcionários fantasmas. Sua
ausência, que contrariou o compromisso assumido com sua bancada de votar
contra a cassação, impediu o quórum e adiou a votação. 48 horas depois foi
alvejado por vários tiros ao sair de uma festa. Políticos e milicianos estão na
equação de investigação do crime.

"A violência política que existe na Baixada não existe em outras áreas. Há
vereadores e prefeitos diretamente comprometidos com a milícia", explica o
especialista em segurança pública Ignacio Cano. "Meu medo é que a milícia sirva
como explicação e o Estado não investigue o envolvimento dos grupos de
extermínio na política local, um fenômeno tradicional nessa região."

Manoel Primo Lisboa, policial militar de Nova Iguaçu, ainda não tinha carteirinha
de nenhum partido, mas preparava seu caminho para ser vereador. Foi morto em
junho com mais de 20 disparos no que, segundo as investigações, poderia ser
uma represália da milícia. Marco Aurélio Lopes, também era policial e vereador
pelo PP em Paracambi, mas foi assassinado em dezembro de 2015 na própria
casa. O tráfico, mas também a milícia, podem estar por trás do seu assassinato.
“Não se subjugar", lamenta o delegado Lages, "é sinônimo de morte”. “Não
podemos afirmar quais são as verdadeiras motivações de cada um dessas
execuções, nem que sejam um fenômeno exclusivo do Rio", afirma o procurador
Madruga, "mas posso te dizer que não são uma coincidência".

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Eleições municipais 2016 · Rio de Janeiro · Eleições municipais · Eleições Brasil


· Estado Rio de Janeiro · Brasil · Eleições · Violência · América do Sul · América Latina

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O poder invisível das milícias “O Rio me deu condições de


executar meu trabalho, mas
agora está me tirando isso”

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que viraliza repensar seu comportamento importante do que parece que você faria no meu lugar?”
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