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Argumentação
no ensino de Língua Portuguesa
Mariléia Silva dos Reis
Márcia Regina Curado Pereira Mariano
Derli Machado de Oliveira
Orgs.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
reitor
Angelo Roberto Antoniolli
vice-reitor
André Maurício Conceição de Souza
coordenador gráfico
Vitor Braga
conselho editorial
Adriana Andrade Carvalho
Antônio Martins de Oliveira Junior
Ariovaldo Antônio Tadeu Lucas
Aurélia Santos Faroni
José Raimundo Galvão
Luisa Helena Albertini Pádula Trombeta
Mackely Ribeiro Borges
Maria Leônia Garcia Costa Carvalho
Messiluce da Rocha Hansen
Satie Katagiri
Ubirajara Coelho Neto
Ilustração da capa
Alisson Vitório de Lima
Este livro, ou parte dele, não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização escrita da Editora.
Este livro segue as normas do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, adotado no Brasil em
2009.
Mariléia Silva dos Reis
Márcia Regina Curado Pereira Mariano
Derli Machado de Oliveira
Orgs.
São Cristóvão-SE
2015
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CDU 811.134.3(81)
SUMÁRIO
Apresentação 8
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Abrindo o debate sobre material didático e ensino, em Argumen-
Apresentação
tação no livro didático: análise de um capítulo de Cereja e Ma-
galhães, Márcia Regina Curado Pereira Mariano traz a público refle-
xões sobre o lugar da argumentação no ensino de Língua Portuguesa,
mais especificamente no livro didático. Com essa finalidade, a autora
analisa o livro Português: Linguagens, de Willian Roberto Cereja e
Thereza Cochar Magalhães, tendo como base teórica e metodológica
os estudos da Nova Retórica de Perelman e Tyteca, que reconhecem
que a escola nem sempre oferece para os alunos uma diversidade de
atividades, de pontos de vista e de textos suficientes para se desenvol-
verem a argumentação e a criticidade.
No terceiro capítulo, temos um trabalho sobre a importância do
uso de tiras no processo de formação do leitor. Em A ironia e a não
coincidência do dizer nas tiras em quadrinhos, José Ricardo Car-
valho discute procedimentos metaenunciativos que geram a ironia e
o efeito risível nas tiras em quadrinhos. Com base em Authier-Re-
vuz, que confere o conceito de heterogeneidade discursiva marcada
(discurso direto, discurso indireto, itálico, negação, paráfrase, negrito),
juntamente com a heterogeneidade não marcada (discurso indireto li-
vre, ironia, paródia, provérbio, imitação, pastiche), observa-se o con-
junto de vozes e perspectivas enunciativas configurados nos diálogos
presentes nas tiras em quadrinhos. A partir desta abordagem, o autor
destaca que a não coincidência interlocutiva e a não coincidência no
discurso dos personagens das tiras em quadrinhos geram a ironia e o
efeito humorístico.
Abrindo espaço para a importância da leitura dos textos não verbais,
em Letramento visual: caminhos teóricos e práticos para a análise
de imagens, Cyntia de Almeida Andrade, Derli Machado de Oliveira, José
Teixeira Neto e Sandra Virgínia Correia de Andrade Santos produzem um
capítulo voltado para as especificidades do uso da linguagem não verbal.
Os autores têm como objetivo criar estratégias didáticas para a prepara-
ção das aulas de Língua Portuguesa. Metodologicamente, o estudo segue
os preceitos teórico-metodológicos da Gramática do Design Visual, de
Kress e van Leeuwen, que defendem uma sintaxe visual como um recurso
para o processo de letramento visual. Os autores focam a significa-
ção das imagens dos gêneros multimodais: fotografia documental,
capa de revista e o infográfico. Com isso, eles convidam os professores da
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textos argumentativos.
Apresentação
Buscando um diálogo entre letramento e Tecnologias de Informação
e Conhecimento (TIC), em Multiletramentos e leitura: o papel do hi-
pertexto na formação do leitor, Ana Cláudia Silva Fontes discute a
leitura em novos contextos de veiculação e produção, especialmente em
meio digital, valendo-se dos multiletramentos para a construção de senti-
dos no texto literário. Além disso, este capítulo discorre sobre a importân-
cia do ato de ler na expressão do pensamento e da formação cidadã. Para
isso, a autora explora as TIC para promover a análise textual por meio
do hipertexto, valorizando o processo criativo do aluno e seu posiciona-
mento crítico e compreensivo frente ao texto, além de promover também
a motivação para as novas práticas pedagógicas de letramento, na qual o
aluno e seu contexto socio-histórico sejam peças fundamentais de ação,
proporcionando ressignificações ao texto em seu uso social.
Ainda trazendo reflexões sobre o uso da argumentação e das TIC,
em Retórica e argumentação: análise de uma postagem auto-
ral do facebook, Maria Edriana dos Santos Rocha destaca a presença
constante das novas tecnologias na vida dos jovens estudantes e dá
prioridade a um estudo sobre o uso diário das redes sociais. Com esse
trabalho, a autora mostra como é possível partir desses textos reais pa-
ra o desenvolvimento da argumentação na sala de aula. Sob a luz dos
estudos da argumentação e da retórica, analisa a postagem autoral do
facebook, desvendando suas estratégias argumentativas e finalidades,
de acordo com o conceito de gênero construído por Aristóteles.
Após essa ligeira apresentação dos capítulos reunidos nesta coletânea,
reconhecemos que os desafios são grandes, mas que nosso desejo de mu-
dança é ainda maior. Por isso, reforçamos que nossa meta é dar continui-
dade às reflexões aqui iniciadas para a construção de material didático e
de propostas pedagógicas inovadoras e capazes de modificar as práticas
de ensino de Língua Portuguesa. Cabe, finalmente, agradecer aos autores
(professores e orientandos) que colaboraram para a construção deste pri-
meiro livro, com resultados de nossas pesquisas em andamento.
Itabaiana, novembro de 2015.
Organizadores
Mariléia Silva dos Reis
Márcia Regina Curado Pereira Mariano
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homem. Como bem postula Robins (1983, p. 17): “[...] (os estoicos)
Leitura e Argumentação no ensino de Língua Portuguesa
1 Usamos esse termo de acordo com Foucault (2009, p. 284), para quem a “reatualização”
consiste na “[...] reinserção de um discurso em um domínio de generalização, de aplicação
ou de transformação que é novo para ele”. Compreendemos que esse processo de “reatua-
lização” acontece por Saussure ter dado forma aos postulados dos estoicos, para quem há
uma oposição da forma versus sentido.
mento. Inaugura-se, então, o Funcionalismo. Esta corrente, apesar de
ter suas raízes nos paradigmas do estruturalismo saussuriano, aponta
para uma outra dimensão de língua e de estudo: os “desvios” – erros,
inovações, usos populares, gírias.
O funcionalismo afirma que os “desvios” são constitutivos da
linguagem, são partes de seu funcionamento, diferentemente do
que se prega até então. Jakobson (1975, p. 25 - 26) postula que há
comunidades bilíngues: “[...] a história de uma língua só pode ser a
história de um sistema linguístico que sofre diferentes mutações. [...]
Sincrônico não é estático”. Além da questão das variações linguísticas,
os funcionalistas discutem a relação sintaxe e semântica, segundo os
eixos sintagmático e paradigmático. Como bem afirma Jakobson (1975,
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tes de quem fala Borges Neto (2004) que dão novos direcionamentos
à linguística americana. Em se tratando da Europa, novas teorias co-
Leitura e Argumentação no ensino de Língua Portuguesa
Referências bibliográficas
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BENVENISTE, E. Problemas de linguística geral I. Trad. Maria Isaac Nicolau
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Argumentação no livro didático
A Retórica aristotélica e os estudos da argumentação
Na história Ocidental, o surgimento da Retórica data do século V a.C.,
e o que conhecemos como Retórica Antiga tem seu reinado até o século
XIX d.C. Segundo Fonseca (2001, p.101), o primeiro tratado retórico – a
Teoria Retórica de Córax e Tísias – apareceu, mais especificamente, por
volta de 465 a.C na Sicília. Esse surgimento da Retórica, segundo Mosca,
“prende-se à luta reivindicatória de defesa de terras na Sicília, que haviam
caído em poder de usurpadores” (2001, p. 26). Governada por dois tiranos
que haviam retirado moradores de suas terras para entregá-las aos solda-
dos, a Sicília passava por conflitos. Os proprietários prejudicados abriram
longos processos para reaver suas terras. Nesse contexto político surge a
Retórica, relacionada, desde sua gênese, às situações de controvérsia.
A Retórica viveu uma época de ouro, tanto na Grécia quanto em
Roma, e passou a ser disciplina obrigatória nas escolas. A redução dos
estudos retóricos às figuras ou tropos, no entanto, fez com que a Retórica
perdesse espaço, na Idade Média, para as ciências exatas, para a Lógica
e para a Gramática e virasse sinônimo de discurso “florido” e “vazio”. Na
segunda metade do século XX, as questões retóricas retornam aos estu-
dos da linguagem, valorizando o estudo da persuasão, como já acontecia
em Aristóteles (2011), e tentando apagar essa noção estreita de retórica.
A recuperação das noções aristotélicas, realizada, sobretudo, por
Toulmin, Perelman e Tyteca, deu origem às neo-retóricas, que pro-
põem estudos atuais da argumentação que deem conta de um número
maior de gêneros discursivos, não só orais, como acontecia na Retóri-
ca antiga, mas também escritos. O Tratado da Argumentação, de Perel-
man e Tyteca, publicado em 1958, promoveu uma retomada de concei-
tos aristotélicos fundamentais para o estudo do texto e do discurso em
qualquer época; trouxe para reflexão a importância da adequação do
discurso ao auditório com vistas à persuasão, evidenciando o papel do
enunciatário como o de coenunciador na construção dos textos; resga-
tou a importância persuasiva das figuras de argumentação e retórica;
aprofundou e sistematizou o estudo dos argumentos e abriu caminho
para o diálogo entre os estudos da Retórica e da Argumentação e ou-
tras abordagens do texto e do discurso. A partir desses novos estudos
da argumentação, cria-se, também, a possibilidade de novas reflexões
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Considerações finais
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Referências bibliográficas
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pro, 2011. In: PERELMAN, Chaïm; TYTECA, Lucie Olbrechts-. Tratado da argu-
mentação: a nova retórica. Tradução de Maria Ermantina Galvão G. Pereira. São
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Paulo: Martins Fontes, 2002. [original de 1958]
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posicionamento político desfavorável à sua condição de mulher, re-
MARCADA NÃO-MARCADA
Discurso direto, discurso indireto, Discurso indireto livre, ironia, paródia, pro-
itálico, negação, paráfrase, negrito. vérbio, imitação, slogan, pastiche.
figura do nosso senhor com asas no céu. senhor com asas no céu.
com asas no céu.
- O pão nosso de cada - Perdoai as nossas ofensas, - E não nos deixeis cair em
dia nos dai hoje... assim como nós perdoamos tentação, mas livrai-nos
a quem nos tem ofendido. do mal, não nos coloquei
em confusões como aque-
la gordinha da padaria
que ficou sabendo que o
namorado também era
namorado da prima casa-
da com o trouxa que antes
andava com a irmã...
(QUINO, 2000, p.406).
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LETRAMENTO VISUAL: CAMINHOS TEÓRICOS E PRÁTICOS
PARA A ANÁLISE DE IMAGENS
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cialmente construídas. Os autores ainda afirmam que o desprezo pelo
Letramento visual
letramento visual na escola acaba gerando iletrados visuais.
Nesse sentido, como a realidade atual no tocante às práticas de lei-
tura escrita exige leitores cada vez mais proficientes, apresentaremos
aqui uma estratégia de ensino de Língua Portuguesa a partir de gêne-
ros multimodais, com o objetivo de que os alunos o leiam, interpre-
tem-no, compreendam sua estrutura composicional e conheçam sua
função social, para, a partir daí, poderem desenvolver habilidades de
leitura e escrita de modo crítico e consciente.
Para isto, primeiramente apresentaremos uma visão teórico-meto-
dológica advinda da Gramática de Design Visual (doravante GDV),
elaborada por Kress & van Leeuwen (2006), embasados na Linguística
Sistêmico-Funcional de Halliday (1994). A GDV tem se apresentado
como uma importante ferramenta para análise de textos multimodais.
Logo em seguida apresentarmos três propostas de análise que foram
desenvolvidas com base nessa linha de investigação. Desse modo, or-
ganizamos o conteúdo desse capítulo em quatro seções. Na primeira,
apresentaremos os caminhos teóricos e metodológicos da GDV de.
Kress e Van Leeuwen (2006); na segunda, terceira e quarta, apresenta-
remos análises de gêneros multimodais, quais sejam: a fotografia do-
cumental, a capa de revista e o infográfico, aplicando a teoria da GDV.
A Gramática de Design Visual:
caminhos teóricos e práticos
Gunther Kress e van Leeuwen (2006) adaptam a Linguística Sistê-
mico-Funcional de Halliday (1994) para o foco do estudo da imagem
e criam a Gramática do Design Visual (GDV), despontando como os
maiores estudiosos dessa área na contemporaneidade.
A GDV surge em 1996 e parte do pressuposto de que se na lingua-
gem verbal há uma gramática, ou seja, uma série de elementos identi-
ficáveis e organizados em uma estrutura que permite o entendimento,
a linguagem imagética também obedece a certas “regras”, desmisti-
ficando a ideia de algo aleatório e desprendido de sentido, ou pior,
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coberta (covert) e quando é explicita temos a relação evidente (overt).
Letramento visual
(ALMEIDA, 2012)
A metafunção interativa investiga a relação entre os PR – Partici-
pantes Representados e PI – Participantes Interativos. Os PR são os par-
ticipantes retratados na imagem e os PI aqueles que observam, veem,
visualizam a imagem. Esta relação é percebida por quatro aspectos: con-
tato, distância, atitude e modalidade. O contato se estabelece através da
direção do olhar do PR que pode ser de demanda – olhar frontal ou de
oferta – olhar oblíquo. A distância social enfoca a questão do enqua-
dramento que possibilita uma maior ou menor sensação de intimidade
com o ser representado. Esse enquadramento pode ser em: Plano aberto
(long shot): foca o corpo inteiro - social; Plano médio (médium shot) -
exposição do participante até a cintura ou o joelho - pessoal; Plano fe-
chado (close shot) focaliza o rosto até no máximo o – íntimo. A atitude
ou perspectiva refere-se a perspectiva em que a imagem está disposta
nos ângulos frontal, oblíquo ou vertical e evoca uma relação de poder.
A modalidade representa o nível de realidade da imagem que pode ser
sensorial ou naturalista. Quanto mais próxima do real tem-se mais mo-
dalidade e quanto menos a modalidade é reduzida.
Por fim, a metafunção composicional investiga o layout, a estrutu-
ra e a disposição dos elementos na imagem. Divide-se em categorias:
valores informacionais (dado/novo/ideal/real); moldura (o modo como
os elementos se integram na imagem) e a saliência (elementos mais ou
menos salientes na imagem).
Nas próximas seções analisaremos alguns gêneros multimodais
baseados nas três metafunções apresentadas, buscando compreender
como o não verbal compõem significados representacionais, intera-
cionais e composicionais. Dessa forma, inicialmente apresentaremos o
gênero fotografia documental, em seguida o gênero capa de revista e
por último o gênero infográfico.
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não transacional e na metafunção interativa às categorias de contato,
Letramento visual
distância e perspectiva.
Na categoria narrativa, a disposição dos seres representados suge-
re que ações estão acontecendo. Na foto A Luta Pela Terra: A Dor Da
Mãe Do Jovem Oziel, observamos que há mãos de um jovem e outra
pessoa que acariciam uma senhora sentada e sua disposição corporal
denota sofrimento. Vemos então que a ação de amparar e acarinhar
são facilmente identificáveis na imagem. Temos uma ação transacional
(há mais de uma pessoa e a ação é direcionada a outra por meio de um
vetor). A ação que envolve o ato de olhar é denominada reação. Na
reação transacional, aparece o objeto (fenômeno) que é alvo do olhar,.
Já na reação não transacional exemplificada na foto A Luta Pela Terra:
Crianças Às Margens Das Rodovias, há três crianças, cada uma olhando
para uma direção: a que está atrás, sentada, olha para o lado e não
sabemos para quem ou o que olha. Nesse caso, vê-se então apenas o
reator e o fenômeno não aparece.
A metafunção interativa envolve a interação entre os participantes
da imagem – PR e aqueles que observam a imagem – PI. São quatro
categorias que ocorre esta interação: contato, distância, atitude e mo-
dalidade. O contato envolve a forma do olhar do PR. Quando o olhar é
frontal, há um contato de demanda, ou seja, o PR parece contemplar o
PI. Quando o olhar é desviado, o PI se “oferece” à contemplação.
A distância do PR na foto indica uma proximidade mais ou menos
distante do PI. Quando aparece todo o corpo, temos plano aberto (long
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explícito nela. É como uma vitrine que foi ornamentada para atrair o
Letramento visual
maior número de consumidores e, neste caso, leitores.
Toda semana circulam milhares ou até milhões de exemplares de
Revistas, dos mais variados tipos, sobre cotidiano, casa, automóveis,
culinária, fofoca, entre outros temas. Muitas pessoas possuem
assinatura destas revistas, outras têm contato com elas na própria
banca, num consultório médico ou até emprestada por um amigo.
O veículo revista tem suas particularidades e um grande talento
para prender o leitor e encher seus olhos. Através de matérias
aprofundadas, uma boa diagramação, um papel de qualidade e
outros itens, a revista alcança tal façanha. (BRAZ, 2012, p. 1)
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uma ação específica do universo feminino (uma vez que alisa a própria
Letramento visual
barriga indicativa de gestação enquanto é fotografado), sua ação é a
primeira representação para atrair o leitor. Além disso, a imagem de-
sempenha uma outra ação: a de esconder partes do corpo que não
podem ser explicitadas. Observando mais atentamente, percebe-se
também a presença de um vetor – o traço indicativo da direcionali-
dade do olhar – apontando linearmente para o interlocutor. Além do
olhar, há uma volumetria destacando a expressão facial que indica ora
a “felicidade” por estar “grávido” ora um sorriso sarcástico, ironizando
a situação, mas mesmo assim continua atraindo a atenção do leitor
com o qual dialoga.
Ao olhar a capa da revista citada, o interlocutor sente-se preso ao
olhar do participante, pois, independentemente do ângulo que se olhe,
o vetor irá acompanhá-lo, promovendo, portanto, uma interação per-
manente. Nesse caso, a Semiótica aponta para um participante intera-
tivo, já que, além de ser sujeito da comunicação, interage com o leitor.
No processo de ação, tem-se, portanto, um reator que apresenta uma
estrutura transicional, uma vez que o reator encontra seu fenômeno:
o leitor. Além disso, a imagem escolhida reproduz uma temática bas-
tante discutida nas relações sociais, o que faz com que atraia ainda
mais a atenção de seu observador não só para a leitura da capa, mas
2 MUNDO ESTRANHO, São Paulo: Editora Abril, n. 125, 2012. Disponível em < http://
mundoestranho.abril.com.br/revista/edicao-0125> Acesso em 03 mai. 2014.
para o intertexto do qual abre caminho. Portanto, sua força vai além
da imagem e provoca rapidamente a interação entre os envolvidos na
situação comunicativa.
Se bem observada, a imagem também salta do papel, representan-
do a realidade do indivíduo. É como se a imagem tivesse vida e se
relacionasse com maior proximidade do leitor. Nesse caso, tem-se a
metafunção interativa: o contato, a distância social, a perspectiva e
a modalidade. O contato está presente no vetor entre o participante
interativo e o leitor, efetuando-se o que Kress e van Leeuwen (2006)
chamam de demanda. A ligação entre o participante e o leitor é tão
forte que independentemente da posição de ambos, o vetor permanece
direcionando o olhar entre um e outro. Nesse caso, o participante in-
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ao texto escrito, o sentido informacional é percebido em sua comple-
Letramento visual
tude, lembrando que
de letramento
Leitura e Argumentação no ensino de Língua Portuguesa
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na folha e pela objetividade na veiculação da informação.
Letramento visual
Dessa forma, pensar sobre a utilização do infográfico no processo de
ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa no tocante às práticas so-
ciais da linguagem significa a possibilidade de tornar os alunos leitores
capazes de ler textos diversos de modo a assumir uma postura crítica e
atenta diante de cada gênero textual. Segundo Dionísio (2005, p. 131),
3 HARARI, Thais. Superinteressante, São Paulo, n. 11, edição 331, p.90, abril/ 2014.
caixa de texto no canto superior esquerdo, a qual apresenta as gírias
empregadas pelos usuários do vinho, além da garrafa logo abaixo, in-
dicando a variedade das safras.
Quanto às posições superior e inferior, temos o ideal e o real, res-
pectivamente. O primeiro se opõe ao segundo por apresentar a infor-
mação concreta, prática, mais verdadeira (FERNANDES e ALMEIDA,
2008, p. 24). Assim, podemos perceber no infográfico, na parte superior
o ideal, onde está a essência da informação, representada pelo lead. Já
o real, por sua vez, está na parte inferior, onde aparece a imagem do
homem segurando o copo e sorrindo, como uma forma de mostrar o
resultado dos objetivos pretendidos no início, ou seja, o homem co-
nhecedor do uso do vinho.
No tocante à saliência, que “se refere à ênfase maior ou menor que
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certos elementos recebem em relação a outros na imagem” (FERNAN-
Letramento visual
DES e ALMEIDA, 2008, p. 24), notam-se três elementos que se desta-
cam no infográfico: O litro do vinho, que toma maior espaço na folha e
tem a função de chamar a atenção do leitor para a marca e a qualidade;
o iphone, com um aplicativo que identifica a qualidade da bebida atra-
vés da foto, o que atrai o leitor e o apreciador do vinho pela facilidade
das informações sobre a bebida; e imagem do homem como o copo na
mão e sorridente, demonstrando satisfação e segurança em relação ao
produto. Isso tudo articulado de modo a despertar o interesse do leitor
no sentido de ocupar um status de quem conhece bem do assunto.
Já a estruturação está representada pelos elementos que se interli-
gam formando um todo significativo. Os produtos que compõem o in-
fográfico contribuem para situar o leitor nas diversas possibilidades de
usufruir o vinho de acordo com cada alimento. Isso se percebe pela posi-
ção em que se encontram o bloco de texto e o produto ao qual o texto faz
referência. Cada bloco de texto, ainda que isolado um do outro, permite
a manutenção do tema que norteia o infográfico como um todo.
Considerações finais
O trabalho com os gêneros textuais permite que o aluno se aproprie
das formas como se organizam os enunciados em situações concretas
de uso da língua. No caso da fotografia documental, da capa de revista
e do infográfico, podemos afirmar que eles podem ser bons recursos,
entre outros gêneros, para as aulas de Língua Portuguesa, na medi-
da em que por meio deles, a língua pode ser estudada levando em
consideração as práticas sociais da linguagem, bem como os aspectos
sociais, históricos, culturais e políticos, de que uma língua é portadora.
Além disso, explorar os diversos gêneros na sala de aula mostra
aos aprendizes que a língua não é estática, com formas fixas e crista-
lizadas, “difícil” de falar e de escrever, mas dinâmica e dialógica, com
possibilidades várias de se adequar às diversas situações de comunica-
ção oral ou escrita.
É preciso também pensar em estratégias de ensino a partir da multi-
modalidade, ampliando assim a visão dos alunos por meio de leitura de
imagens. Nesse sentido, a Gramática do Design Visual se constitui como
uma excelente ferramenta de aplicação prática para o letramento visual.
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Leitura e Argumentação no ensino de Língua Portuguesa
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MONOTONGAÇÃO E ENSINO:
ESTUDO DE CASO EM ITABAIANA
O processo de monotongação
e a variação linguística
85
ples ou pura, por um processo de assimilação completa, existe desde a
Monotongação e ensino
passagem do latim clássico ao vulgar e mantém-se nas línguas româ-
nicas. Como não sofre nenhuma avaliação que o estigmatize, o apa-
gamento das semivogais /y/ e /w/ é bastante produtivo no português
brasileiro oral (HORA, 2007). Segundo Aragão (2000), trata-se de uma
variante diastrática (social) e não diatópica (regional) porque pesqui-
sas sociolinguísticas constatam a ocorrência desse fenômeno em todas
as regiões brasileiras.
Câmara Jr. (1979) considera a monotongação um fenômeno pura-
mente fonético, porque o ditongo, embora seja monotongado na fala,
permanece na grafia formal, razão que nos motivou à realização da
pesquisa, na fase inicial da escrita.
Mudança fonética que consiste na passagem de um ditongo a uma
vogal simples. Para pôr em relevo o fenômeno da monotongação,
chama-se, muitas vezes, monotongo à vogal simples resultante,
principalmente quando a grafia continua a indicar o ditongo
e ele ainda se realiza numa linguagem mais cuidadosa. Entre
nós há, nesse sentido, o monotongo /ô/, em qualquer caso, e os
monotongos /a/ e /ê/ diante de uma consoante chiante: (c)caixa,
como acha, (d)deixa, como fecha (CÂMARA Jr, 1979, p. 170).
87
se aproxima do ditongo. Observando somente segmentos monotongados,
Monotongação e ensino
percebe que os formantes2 (f1 e f2) não mantêm uma regularidade coeren-
te com o primeiro alvo (a vogal [o]) em todos os segmentos, ou seja, que
não há apagamento total da semivogal em todos os monotongos. Desse
modo, poderíamos ressalvar que a semivogal deixa sua marca, mesmo que
não seja auditivamente perceptível (op. cit., 223).
Como pressuposto teórico-metodológico, adotamos a teoria da
variação e mudança linguística, que consiste na análise e descrição
da variação das estruturas básicas de funcionamento da língua. Se-
gundo Tarallo (1985), variação linguística são duas ou mais formas de
se dizer a mesma coisa em um mesmo contexto, com o mesmo valor
de verdade. Motivada por um conjunto complexo de parâmetros, por
condicionamentos ou variáveis que favorecem ou inibem o emprego
de variantes (LABOV, 2008 [1972]), a variação línguística consiste em
um fenômeno sistemático, organizado e explicado no próprio processo
evolutivo da língua (BORTONI-RICARDO, 2004).
A mudança linguística ocorre porque a língua é intrinsecamente
heterogênea, múltipla, variável, instável e está sempre em desconstru-
ção e em reconstrução. Ao contrário de um produto pronto e acabado,
a língua é um processo, um fazer-se permanente e nunca concluído,
uma atividade social, um trabalho coletivo, empreendido por todos os
2 5 A classificação articulatória das vogais está relacionada ao corpo da língua e aos lábios.
O movimento vertical do corpo da língua está relacionado ao 1º formante e o horizontal
está relacionado ao 2º formante. (SEARA, 2008).
falantes, por meio da fala ou da escrita (BAGNO, 2007). Nessa perspec-
tiva, “a mudança linguística é um fato inevitável, e aqueles que tentam
planejar o futuro de uma língua perdem o tempo em acreditar que
podem fazê-lo” (CRYSTAL, 1987).
Resultante da interação entre fatores internos e externos à língua,
a mudança linguística não pode ser entendida fora da vida social de
uma comunidade de fala (LABOV, op. cit.) porque são os seres huma-
nos, que vivem em sociedades heterogêneas, diversificadas, instáveis,
sujeitas a conflitos e transformações, que mudam a língua. São os fa-
lantes que, imperceptivelmente, inconscientemente, alteram as regras
de funcionamento da língua, tornando-a mais adequada às exigências
de processamento mental, de comunicação e interação social. Sendo
88
89
usos diferenciados dos recursos que a língua oferece. Em relação à
Monotongação e ensino
profissão, nota-se que o vínculo do falante com determinadas profis-
sões incide em seus usos linguísticos, pois um médico, por exemplo,
poderá não usar recursos linguísticos diferentes dos de um pedreiro,
ou de um vendedor ambulante, ou de um advogado.
Considerando que a variação faz parte da natureza da linguagem e
que resulta da diversidade de grupos sociais e da relação que estes gru-
pos mantêm com as normas linguísticas, a heterogeneidade linguísti-
ca, dentro de um vasto e diversificado país como o Brasil, é natural e
inevitável (LEMLE, 1978).
Metodologia e resultados
Para o estudo dos fatores linguísticos e extralinguísticos que condi-
cionam a recorrência do processo de apagamento das semivogais /y/ e
/w/ dos ditongos decrescentes orais /ay/, /ey/ e /ow/, respectivamente,
na modalidade escrita da língua, adotou-se como corpus de análise 50
textos escritos por alunos dos três últimos anos (3º, 4º e 5º) da primeira
etapa do Ensino Fundamental de uma escola pública da região urbana
de Itabaiana/SE. Os textos foram coletados em três oficinas de alfabeti-
zação e letramento. Em cada oficina, que teve duração de 3 horas/aula,
lemos e contextualizamos, com os alunos de cada ano, a obra infantil
“Uxa, ora fada, ora bruxa”, de Sylvia Orthof, cujo enredo é constituí-
do de inúmeros vocábulos que apresentam ocorrências dos referidos
ditongos decrescentes. Após a leitura e contextualização, solicitamos
que cada aluno escrevesse, em 1h e 20min, um pequeno reconto da
referida obra, dando ênfase às características das personagens e aos
fatos (acontecimentos) que consideraram mais interessantes.
Foram analisadas 232 ocorrências de ditongos decrescentes orais /
ay/, /ey/ e /ow/, em que identificamos: a) /ay/: 1 monotongo; b) /ey/:
14 monotongos; e c) /ow/: 58 monotongos. Tais ocorrências foram co-
tejadas às variáveis linguísticas: classe de palavra, tonicidade da sílaba,
contexto fonológico anterior e contexto fonológico posterior; e às variá-
veis extralinguísticas: localidade geográfica, faixa etária, escolaridade e
sexo dos informantes, conforme o Quadro 1 abaixo:
91
tual de apagamento das semivogais /y/ e /w/ dos ditongos /ey/ e /ow/,
Monotongação e ensino
em palavras não-verbo (sobretudo em substantivos), foi maior do que
em verbos. Desse modo, há maior probabilidade de apagamento dos
ditongos /ey/ e /ow/ em substantivos, adjetivos e advérbios do que em
verbos. Detectamos um percentual pouco significativo de apagamento
do ditongo /ow/ da forma verbal da 3ª pessoa do singular do pretérito
perfeito do indicativo, como: pag/ou/, calç/ou/, vir/ou/, pens/ou/; e do
ditongo da forma verbal da 1ª pessoa do presente do indicativo do
verbo ir: eu v/ou/.
b) tonicidade da sílaba: observando a motivação desta variável in-
dependente em relação à variável dependente, verificamos que a va-
riável “tonicidade da sílaba” não condiciona a presença/apagamento
dos ditongos em estudo, no uso da modalidade escrita da língua, por-
que o apagamento dos ditongos /ay/, /ey/ e /ow/ também ocorreu em
sílabas pretônicas, como em: ap/ai/xonou ~ ap/a/xonou, f/ei/tiço ~ f/e/
tiço e ch/ou/riço ~ ch/o/riço.
c) contexto fonológico anterior: observando a motivação desta variá-
vel independente em relação à variável dependente, verificamos que
a variável “contexto fonológico anterior” não condiciona a presença/
apagamento dos ditongos em questão, no uso da modalidade escrita
da língua, pois o contexto que antecede a semivogal /y/ é a vogal /a/
ou a vogal /e/, e o contexto que antecede a semivogal /w/ é a vogal /o/.
d) contexto fonológico posterior: observando a motivação desta va-
riável independente em relação à variável dependente, constatamos
que a variável “contexto fonológico posterior” condiciona, significati-
vamente, a presença/apagamento dos ditongos em questão, no uso da
modalidade escrita da língua.
Na análise desta variável, foram controlados os contextos posterio-
res: alveolopalatais / ʃ, Ʒ/, bilabiais /p, b, m/, velares /k, g/, labiodentais
/f, v/, alveolares /l, n/, tepe /ɾ/ e vogal, entretanto, na amostra estuda-
da, foram encontradas ocorrências somente em contexto alveolopala-
tal / ʃ /, linguodental /t/, labiodental /v/ e tepe /ɾ/.
Em contexto alveolopalatal, encontramos 1 ocorrência de apaga-
mento da semivogal /y/ do ditongo /ay/, que corresponde a 100% do
total de ocorrências. Embora o total de ocorrências de apagamento
desta semivogal, em nossa amostra, seja pequeno, o resultado alcan-
çado evidencia que o segmento consonantal alveolopalatal / ʃ / é o
92
93
geográfica condiciona (de modo discreto) a presença/apagamanto dos
Monotongação e ensino
ditongos. Sendo assim, o percentual de apagamento do ditongo /ey/
é maior na zona rural e menor na zona periférica; o de /ay/ é maior
na zona periférica e menor na zona urbana; e o de /ow/ é maior na
zona periférica e menor na zona rural. Esses resultados contradiriam
(parcialmente) os estudos de Preti (1994), que evidenciam que os ha-
bitantes da zona urbana, uma vez que têm maior acesso aos meios de
comunicação de massa e a práticas sociais de uso da escrita, costumam
adquirir mais rapidamente a linguagem próxima da norma gramatical
do que os residentes nas zonas periféricas e rurais.
b) faixa etária e escolaridade: os resultados alcançados referentes à
idade e escolaridade dos informantes demonstram que tais variáveis
condicionam a presença/apagamento das semivogais dos ditongos em
questão, na modalidade escrita da língua.
Observando o percentual de apagamanto da semivogal do diton-
go /ay/, considerando a faixa etária e a escolaridade dos informantes,
constatamos que os alunos de faixa etária A (8 a 9 anos) e escolaridade
3º ano apagam mais a semivogal /y/ do que os de faixa etária B (9 a
10 anos) e C (10 a 12 anos) e escolaridade 4º e 5º anos, pois, enquanto
os alunos mais velhos apagaram 0% do total de ocorrências, os mais
novos apagaram 25%.
Quanto à semivogal do ditongo /ey/, verificamos que os alunos de
faixa etária A (8 a 9 anos) e escolaridade (4º ano) apagam mais a se-
mivogal /y/ do que os de faixa etária C (10 a 12 anos) e escolaridade
5º ano porque, enquanto os alunos mais novos apagaram 33,5%, os
mais velhos apagaram 22,5% do total de ocorrências. Entretanto, con-
vém ressalvar que os alunos do 5º ano apagaram mais a semivogal /y/
do que os do 4º ano. Esse fato está relaciondado, provavelmente, ao
fator extralinguístico “repetência” porque nossas pesquisas também
demonstram que alunos repetentes apresentam maior dificuldade de
inserção das semivogais dos referidos ditongos, na modalidade escrita
da língua, do que os não-repetentes, aqueles cuja idade é compatível
com o nível de escolaridade.
Em relação à semivogal do ditongo /ow/, averiguamos também que
os alunos de faixa etária C (10 a 12 anos) e escolaridade 5º ano apagam
menos a semivogal /w/ do que os de faixa etária A (8 a 9) e B (9 a 10)
e do 4º ano, pois, enquanto os alunos mais velhos apagaram 17,5% do
94
Considerações finais
Os resultados alcançados evidenciam que a variável dependente
controlada: presença/apagamento das semivogais /y/ e /w/ dos diton-
gos orais decrescentes /ay/, /ey/ e /ow/, na modalidade escrita da lín-
gua, é condicionada pelos fatores de natureza extralinguística (diastrá-
ticos e diatópicos): faixa etária, escolaridade e localidade geográfica;
bem como pelos fatores de natureza linguística (internos): contexto fo-
nológico posterior (tipo de consoante) e classe de palavra (não-verbo).
Em relação à variável independente de natureza linguística contex-
to fonológico posterior, constatamos que o maior índice de apagamento
do ditongo /ow/, na modalidade escrita, ocorre em ambiente fonoló-
gico seguido de tepe /ɾ/, como em: /loura ~ lora/, /cenoura ~ cenora/,
e /vassoura ~ vassora/. Em relação a variável classe de palavras, ave-
riguamos que o maior percentual de apagamento de /ow/ ocorre em
palavras não-verbos, sobretudo em substantivos. O maior percentual
de apagamento de /ey/, entretanto, ocorre em ambientes seguidos de
consoantes fricativas alveolopalatais vozeada /ʃ/ e desvozeada /Ʒ/, co-
95
mo em beijo ~ bejo, e de tepe ou vibrante simples, como em /dinheiro ~
Monotongação e ensino
dinhero/; e em palavras não-verbos. O maior percentual de apagamen-
to de /ay/, por sua vez, ocorre em contextos seguidos de consoantes
alveolopalatais /ʃ, Ʒ/, como em /apaixonou ~ apaxonou/.
Quanto às variáveis independentes de natureza extralinguística,
verificamos que, quanto menor a faixa etária e o nível de escolarida-
de, maior é o percentual de apagamento dos ditongos em estudo, na
modalidade escrita. Desse modo, evidencia-se que a inserção (presen-
ça) das semivogais ocorre, gradativamente, com o avanço simultâneo
da idade e da escolarização, pois depende, necessariamente, da com-
preensão e assimilação das diferenças existentes entre fala e escrita, e,
consequentemente, do contato constante do aprendiz com as práticas
de leitura e com as práticas sociais de uso da escrita. Quanto à locali-
dade geográfica, averiguamos que esta variável condiciona a presença/
apagamanto dos ditongos de modo discreto. Sendo assim, o percentual
de apagamento do ditongo /ey/ é maior na zona rural e menor na zona
periférica, o de /ay/ é maior na zona periférica e menor na zona ur-
bana, e o de /ow/ é maior na zona periférica e menor na rural. Quan-
to ao sexo, constatamos que esta variável não condiciona a presença/
apagamanto das semivogais dos ditongos em questão, na produção
textual escrita, pois os percentuais de apagamento do sexo masculino
são equivalentes aos do feminino.
Tendo em vista que, nesse trabalho, avançamos em direção à escri-
ta de crianças da primeira etapa do ensino fundamental, delimitando
os fatores linguísticos e extralinguísticos que condicionam o proces-
so de apagamento das semivogais dos ditongos /ay/, /ey/ e /ow/, na
modalidade escrita da língua, esperamos que os resultados alcançados
na amostra estudada possam melhor instrumentalizar o trabalho dos
professores quanto ao conjunto de parâmetros que favorecem ou ini-
bem o reflexo de tal fenômeno na escrita, para que possam melhor
orientar os alunos em relação aos ambientes fonológicos mais favorá-
veis à incidência de monotongação, pois conhecer os usos linguísticos
(adequações e inadequações) e desenvolvê-los de modo sistemático
constituem as precondições fundamantais à aprendizagem e ao desen-
volvimento pleno da língua escrita.
Entretanto, convém ressalvar que, para descrever, de modo promis-
sor, os fatores linguísticos e extralinguísticos que condicionam o pro-
96
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Os Temas Transversais
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), os Temas Trans-
versais são voltados para a compreensão e a construção da realidade
social, bem como para os direitos e responsabilidades relacionados com
a vida pessoal e coletiva. Isso significa que devem ser trabalhados, de
forma transversal, nas áreas ou disciplinas já existentes, corresponden-
O Texto dissertativo-argumentativo e
proposta de trabalho
Partindo desse pressuposto, este estudo visa tal fim, pois irá vale-se
da leitura de textos da literatura sergipana a fim de motivar a compreen-
são crítica e social apoiada na produção de sentidos a partir de links, do
hipertexto.
Hipertexto: o leitor como coautor textual
Imerso nesse contexto das novas tecnologias de informação e conhe-
cimento, o hipertexto é um grande aliado, pois possibilita a liberdade do
leitor sobre sua leitura, ampliando conceitos e olhares, gerando com-
preensão. Sobre hipertexto, Nelson (1993), cunhador do termo, apud XA-
VIER (2013) define-o de duas formas: na primeira, dizendo que “trata-se
de um conceito unificado de ideias e de dados interconectados de modo
que podem ser editados no computador”; na segunda, “uma instância
com a qual se pode (re) ligar ideias e dados” (XAVIER, 2013, p. 144).
Na visão de Xavier (2013), é “como uma forma híbrida, dinâmica
e flexível de linguagem que dialoga com outras interfaces semióticas,
132
Metodologia e resultados
Esse artigo é parte de uma pesquisa em andamento, que será realiza-
da na Escola Estadual Maria de Lourdes Silveira Leite, em Simão Dias/
SE, escola de pequeno porte, funcionando apenas com o Ensino Funda-
134
Considerações finais
Vive-se a contemporaneidade e, nela, a sociedade é movida pela
136
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RETÓRICA E ARGUMENTAÇÃO:
ANÁLISE DE UMA POSTAGEM AUTORAL DO FACEBOOK
1 Os termos etos e patos utilizados por Reboul (2004) correspondem às formas mais usuais
ethos e pathos adotadas neste texto.
Em todo discurso ocorre argumentação, no sentido de uma organi-
zação retórica que conduz o ouvinte/leitor para determinada direção.
Segundo Massman (2011 p. 367,), “a organização retórica de um texto
consolida-se através da argumentação que, por sua vez, na superfície
textual, implica a exposição de uma tese e a apresentação de argumen-
tos que a sustentem. O objetivo de toda argumentação é obter a adesão
daqueles a quem se dirige”, relacionando-se inteiramente ao auditório
que se deseja influenciar.
Com os novos estudos feitos sobre o tema, Guimarães (2001, p. 148)
concebe a Retórica como “um processo argumentativo que, em graus
variados, está subjacente a todos os discursos”. Para a autora, argumen-
tação e retórica são tidos hoje como termos quase sinônimos, havendo a
146 Leitura e Argumentação no ensino de Língua Portuguesa
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GILVAN DA COSTA SANTANA é professor do Instituto Federal de Sergipe – IFS e mestre em Letras
pelo Programa de Pós-Graduação em Letras em Rede (PROFLETRAS-Itabaiana). Bolsista da CAPES.
E-mail: gilvancsantana@yahoo.com.br
JOSÉ TEIXEIRA NETO é professor de Língua Portuguesa da E.M.E.F. Álvaro Alves de Matos e
mestre em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras em Rede (PROFLETRAS-Itabaia-
na). Bolsista da CAPES.
E-mail: txrneto@gmail.com
MARIA EDRIANA DOS SANTOS ROCHA é professora de Língua Portuguesa da rede pública
estadual de ensino de Sergipe e mestre em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras em
Rede (PROFLETRAS-Itabaiana). Bolsista da CAPES.
E-mail: medrisantos@gmail.com
Organizadores.