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imóvel herdado
Quarta-feira, 01.02.17
PT17485 - IRS / Mais-valias
01-08-2016
IRS - Mais-valias de imóvel herdado
Parecer Técnico
Se decidir reinvestir a totalidade ou parte do dinheiro obtido na venda da casa herdada na compra
de outra habitação (ver pergunta 7), tem de preencher o quadro 5 (“Reinvestimento do Valor de
Realização de Imóvel Destinado a Habitação Própria Permanente”).
Quanto ao anexo G1, a data de aquisição, o valor de realização e o valor de aquisição são
inscritos no quadro 5 (“Imóveis Alienados Excluídos ou Isentos da tributação”).
Atenção
O preenchimento dos anexos G ou G1 poderá revelar-se complexo quando o imóvel é adquirido
em parcelas, por heranças sucessivas (a situação mais comum), correspondendo a cada uma
dessas partes uma data de aquisição e um valor de aquisição. Pode ainda dar-se o caso de ser
necessário preencher os dois impressos – G e G1 – se existirem datas de aquisição antes e
depois de 1989.
Caso prático
Vejamos o exemplo de um filho único que adquiriu 25% de um imóvel, na sequência do
falecimento do pai, em 1988, e que, em 2010, herdou os restantes 75%, pelo óbito da mãe.
Entretanto, em 2015, teve uma oferta aliciante e vendeu a casa herdada por 250 000 mil euros.
A mais-valia foi de 100 000 euros (ver pergunta 5). Com a venda, teve despesas de 15 000 euros.
A mais-valia correspondente à primeira parcela (25% do imóvel) está excluída de tributação, visto
ter sido adquirida antes de 1989. Assim, este contribuinte terá de declarar essa parte no quadro
5 do anexo G1, mencionando a data de aquisição (quando faleceu o pai) na coluna “Data de
Aquisição”, o valor de aquisição e o valor de realização, na coluna “Valor”.
Já o ganho equivalente à segunda parcela (75% do imóvel) está sujeito a tributação em IRS, na
esfera da categoria G. Por isso, o contribuinte deverá preencher o quadro 4 do anexo G. Na
coluna “Realização”, indicará a data de realização (da venda ou do contrato-promessa de compra
e venda), enquanto na coluna “Aquisição, inscreverá a data de aquisição (quando morreu a mãe)
e o valor de aquisição. Finalmente, na coluna encargos, mencionará as despesas com a venda
(15 000 euros).
Nota
Antes de preencher o anexo G ou o anexo G1 deve ler com muita atenção as respetivas
instruções de preenchimento. Se mesmo assim, não se sentir confiante para preencher estes
anexos sozinho, não hesite em contactar um serviço de finanças ou a Autoridade Tributária e
Aduaneira (AT), através do serviço e-balcão ou da linha de atendimento telefónico (707 206 707).
MV – Mais-valia
VR – Valor de Realização
VA – Valor de Aquisição
Coef. – Coeficiente de desvalorização da moeda
EV – Encargos com Valorização
DAL – Despesas com Alienação
DAQ – Despesas com Aquisição
Em todo o caso, não tem que se preocupar com o apuramento da mais-valia, pois este é efetuado
pela AT. Não se esqueça, contudo, de declarar as despesas com a venda do imóvel e eventuais
encargos que tenha suportado com obras de melhorias (se for o caso) no quadro 4 do anexo G.
Parecer técnico
Estão sujeitos a mais-valias, pela categoria G do IRS, nos termos do artigo 10.º, n.º 1, alínea
a), do Código do IRS e artigo 5.º, n.º 1, do Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de novembro, os
ganhos obtidos com a alienação de imóvel destinado a habitação do adquirido após a
entrada em vigor do Código do IRS (1 de janeiro de 1989).
A mais-valia (Categoria G) resultante da alienação de direitos reais sobre bens imóveis é
dada por:
MV/mV =VR – (VA x coef +EV + DAL)
MV = mais-valia
VR = valor realização