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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT


DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO - DAU
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISIMO – UEMA

JULIANE BEZERRA

PLANO DE REVITALIZAÇÃO DO BAIRRO DO RECIFE


Das propostas às consequências

São Luís- MA
2017
JULIANE BEZERRA

INTERVENÇÕES EM SÍTIOS HISTÓRICOS

PLANO DE REVITALIZAÇÃO DO BAIRRO DO RECIFE


Das propostas às consequências

Trabalho apresentado à Disciplina de


Intervenções em Sítios Históricos do
Curso de Arquitetura e Urbanismo, da
Universidade Estadual do Maranhão, 9°
Período, para obtenção de nota da
segunda chamada da primeira avaliação.

Professora: Paula Mendonça

São Luís- MA
2017
1. BREVE HISTÓRICO SOBRE A CIDADE DE RECIFE

A cidade de Recife foi iniciada juntamente com as capitanias hereditárias, em


1534. Seu nome se deve à abundante quantidade de recifes encontrados no litoral da
região.
Quando, em 1630, os holandeses vieram para o Brasil atraídos pela cana-de-
açúcar, firmaram-se em Recife, que apresentou grande evolução quando o conde
Maurício de Nassau assumiu o seu governo, contratando arquitetos, engenheiros e
paisagistas da Europa para melhorar a aparência da cidade. Mesmo após a expulsão
dos holandeses, em 1654, Recife já se consagrara um entreposto comercial do litoral
brasileiro. A rivalidade com a cidade de Olinda, que foi preferida pelos senhores de
engenho e era a então atual capital de Pernambuco, deu início a Guerra dos Mascates
(1710), visto que Olinda queria manter o controle político na região, sobretudo com
relação à próspera cidade de Recife. A guerra terminou em 1711 após a coroa
portuguesa nomear, para governador de Pernambuco, Félix José Machado, e com
Recife sendo nomeada sede administrativa de Pernambuco, em 1712.

Planta cartográfica da cidade do Recife de 1856. FONTE: Google Imagens

Atualmente, as atividades comerciais e de prestação de serviços são


predominantes e respondem por 95% de todo o valor da riqueza gerada. Recife abriga
o maior parque tecnológico do Brasil, o Porto Digital, além de sediar o mais importante
polo médico do Norte/Nordeste. Apesar da base econômica moderna, Recife ainda
absorve grande quantidade de mão-de-obra da economia informa, setor ligado a
pequenas empresas e microempresas, caracterizando a cidade.
Dentre os pontos turísticos, que são abundantes na cidade, o Bairro do Recife
destaca-se por ser a principal atração urbanística, por possuir um conjunto
arquitetônico e cultural de destaque.

2. O BAIRRO DO RECIFE
2.1. Histórico do Bairro

O bairro do Recife, antes conhecido como Arrecifes dos Navios, surgiu em


meados do século XVI, inicialmente funcionando como um porto, devido ao
ancoradouro natural formado pelos recifes na faixa litorânea. Com a colonização
portuguesa, houve crescimento da produção e da exportação de cana-de-açúcar,
dando origem aos primeiros povoados de origem europeia ao longo do porto.
Somente com o domínio holandês, no século XVII, o bairro, que antes tinha um
crescimento desordenado, passou a ter um planejamento adequado. O padrão
urbanístico português foi alterado e o povoado ganhou conotações urbanas com a
construção da Ponte Maurício de Nassau, que ligava as ruas e avenidas da capitania.
Após a Guerra dos Mascates, comerciantes locais instauraram a Vila de Santo Antônio
de Recife. Com o passar do tempo, o Bairro do Recife foi se desenhando sem um
padrão urbanístico definido, habitado por povos de diversas culturas que
transformaram o aspecto do bairro.

Antiga Rua dos Judeus, Bairro do Recife Antigo. FONTE: Google Imagens
2.2. As propostas de Revitalização Urbana

Com o passar dos anos, o Bairro do Recife foi sofrendo grande


descaracterização, com a deterioração das construções existentes, mudança do setor
comercial para outra parte da cidade e, posteriormente, abrigando cortiços, gerando
uma “periferia na centralidade”.
A primeira intervenção de valor significativo no bairro ocorreu em 1910, com
as propostas de melhoria para o porto. Como nas demais localidades portuárias do
país, a reforma seguiu a mesma tendência que associava modernização da estrutura
portuária com renovação urbana: ela não apenas melhorava as condições
operacionais do comércio exportador/importador, como também delineava uma nova
imagem para a cidade, reflexo das novas elites da economia financeira e urbana em
Pernambuco, conforme ressalta Cátia Lubambo (1991) e citado Rogério Proença
Leite.
Mesmo que as propostas iniciais de melhoria se mantivessem apenas na
região do porto, o bairro inteiro sofreu com as políticas de higienização que vigoravam
na época, principalmente os sobrados característicos do Recife Antigo. Quase todo o
bairro foi demolido, com o que ainda restava de exemplares da arquitetura colonial.

Intervenções Posteriores à Reforma de 1910. FONTE: Google Imagens

Entre os anos 50 e 80, o bairro mergulhou num lento e gradual processo de


deterioração, típica das áreas centrais das grandes metrópoles, sendo revertida essa
situação a partir da implantação do Plano de Revitalização do Bairro do Recife.
2.3. Plano de Revitalização do Bairro do Recife

O Plano de Revitalização do Bairro do Recife surgiu na década de 90, como


um plano para transformar a economia estadual, sendo um dos seus pilares o
crescimento do setor turístico, gerenciado pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB),
com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Diferentemente do
Escritório do Bairro do Recife, primeira proposta de recuperação do bairro, o plano
tinha como objetivos conservar o patrimônio histórico e cultural, além de transformar
a economia do bairro, tornando-o um centro regional de serviços modernos, de
comércio, de lazer e de cultura para a população da cidade, e centro de atração
turística nacional e internacional.
O plano promoveu a caracterização de três diferentes setores de intervenção
e definiu também áreas de interesse e uma espacialização das atividades, a partir das
possibilidades concretas de intervenção. O Setor de Consolidação, definido como uma
área estável quanto aos usos, compreendia a parte da Ilha onde se fixaram as
atividades portuárias e as atividades institucionais.

Configuração Espacial do Bairro do Recife. FONTE: Google Imagens.

O Setor de Intervenção Controlada abriga um conjunto edificado, com


composição estilista de influência francesa, e toda a área de domínio do porto, sendo
que esta área, de acordo como o Plano, conformava um único setor. O Setor de
Renovação Urbana seria destinado para os empreendimentos públicos e privados de
renovação de infraestrutura e de patrimônio imobiliário. O Setor de Consolidação
Urbana deveria abrigar instituições públicas, como já ocorria antes mesmo da
elaboração do Plano de Revitalização.
O projeto foi realizado em basicamente quatro etapas: a primeira constitui-se
na recuperação de espaços público como ruas, calçadas, iluminação, esgoto, dentre
outras, a segunda etapa foi baseada nas parcerias do governo com órgão privados
para a construção e manutenção de praças, além disso implantou-se o projeto cores
da cidade na qual recuperava-se a fachadas das casas com tinta fornecida por
empresas internacionais. Ao término das duas primeiras fases não havia grandes
investimentos no bairro, pois o projeto havia adquirido pouca credibilidade.

Rua do Bom Jesus após processo de revitalização urbana.


FONTE: Google Imagens.

A terceira fase tentou reverter a situação ampliando a área geográfica do


projeto cores da cidade. A quarta fase correspondeu ao período de consolidação da
revitalização, na qual restaurou-se os prédios desapropriadas. Sendo assim, no ano
de 1995, inaugurou-se os primeiros bares. Nesse mesmo ano, iniciaram-se os estudos
para a definição do modelo de regulação que serviriam de base para a elaboração do
Projeto de Lei que institucionalizou o uso e a ocupação do solo no Bairro do Recife.
Apesar da existência dessa Lei, já no final da década de 90, o processo de
revitalização passou por contrastes sociais e uma elevada descaracterização do
patrimônio histórico, artístico e cultural. Isso se deu devido a existência de uma
periferia no coração do Bairro. Como é descrito pela arquiteta Norma Lacerda, a pior
periferia de Recife, o Pólo do Pilar, encontra-se encravada na área de renovação
urbana do Plano de Revitalização. Possuindo piores índices de inclusão social da
cidade, a Favela dos Ratos, como é denominada, possui grande números de pessoas
que moram em péssimas condições de habitabilidade.

Habitações características da Comunidade do Pilar, que continuam com traços de periferia


mesmo após a revitalização do Bairro. FONTE: Google Imagens

Diante da problemática, o Plano de Revitalização incluía o Centro múltiplo do


Pilar, na qual abrigaria um centro de atividades de apoio as do porto. A favela dos
Ratos, como era conhecida a comunidade, seria então deslocada. O projeto não foi
realizado, e com o aumento do número das famílias na favela, a relocação passou a
ser questionada.
Seguido do Plano de Revitalização, outros projetos foram lançados a fim de
desenvolverem o Bairro do Recife, dentre eles o Projeto Porto Digital
Empreendimentos e Ambiente Tecnológico. Trata-se de um sistema local de
desenvolvimento de software. Paralelo ao Porto Digital, criou-se o Projeto Monumenta
BI, na qual o antigo prédio do Cais da Alfândega foi recuperado e nele instalado o
shopping Paço Alfândega.
Shopping Paço Alfândega. FONTE: Google Imagens.

3. CONCLUSÃO

O impacto dos investimentos resultou em uma alteração da paisagem urbana


do Bairro do Recife, cuja principal característica, voltada à criação de um mix de
consumo e lazer, redesenhou o perfil do lugar: o Bairro passou a ser a área de maior
concentração relativa de bares e restaurantes na Cidade do Recife. Parte da nova
imagem construída para o local se baseava justamente nessa singularidade de ser
um dos únicos locais em que o consumidor tem diversas opções em uma área de
pequenas dimensões físicas, a exemplo de uma praça de alimentação de um
Shopping Center.
O processo de gentrificação no Bairro do Recife foi igualmente emblemático de
uma intervenção que toma o patrimônio como mercadoria e esvazia, de certa forma,
os sentidos habitacionais e sociais do patrimônio e não leva em consideração os seus
usuários mais antigos, indo ao encontro de todos os princípios e objetivos propostos
pela conservação integrada. O projeto de revitalização é falho, ainda, no âmbito da
grande pobreza inserida no centro do bairro na Favela dos Ratos. Ao lado de grandes
monumentos como a prefeitura da cidade, a favela ilustra projetos de investimentos
milionários em contrapartida a negligência pública quanto condições de sobrevivência
subumanas.
REFERÊNCIAS

LACERDA, Norma. Intervenções no Bairro do Recife e no seu entorno:


indagações sobre legitimidade. Sociedade e Estado. Brasília, v. 22, n. 3, p. 621-
646. set./dez. 2007.

LEITE, Rogério Proença. Patrimônio e enobrecimento no Bairro do Recife. Revista


CPC. São Paulo, v. 1, n.2, p.17-30, maio/out. 2006.

SANTOS, Renato Sérgio. [Re]Ordenação Espacial e Turismo: A Revitalização do


Bairro do Recife Antigo. Revista Rosa dos Ventos. Caxias do Sul, 5(3), p.476-484,
jul-set, 2013

http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/rosadosventos/article/viewFile/2283/pdf_163
acesso em 14/12/17
https://pt.slideshare.net/pamelagpa/trabalho-sobre-recife, acesso em 14/12/17
http://cidadebrasileira.brasilescola.uol.com.br/pernambuco/historia-recife.htm, acesso
em 14/12/17

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