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Trabalho final: O que é Qualidade de ensino da Educação Básica para o Brasil, hoje?
Com Oliveira (2007) pude entender que certas mudanças na educação, com vistas a
melhoria da qualidade do ensino, não acontecem sem que haja tensões com os setores
econômicos e políticos. O autor traz o exemplo da política de redução do investimento
público em educação, que gerou conflito em um sistema educativo em franca ampliação por
vagas e qualidade. Desta forma é possível compreender que a qualidade do ensino no Brasil
depende de vários setores da sociedade.
Por esta razão, por falta de diálogo entre estes setores, tais como o setor político e o
educacional, as políticas voltadas à uma educação de qualidade às vezes surgem efeitos para
uma melhoria na qualidade do ensino. Em muitos casos não existe diálogo entre os
profissionais que criam as políticas educacionais e os que estão no campo empírico -
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professores e gestores escolares - onde estas políticas são executadas. Resultando em
desdobramentos inesperados. Em relação à isto, Torres (2010) acredita que:
Para explicar melhor esta relação - políticas e qualidade de ensino - Torres discorre
sobre a escolha que os professores de São Paulo têm direito de fazer, referente a escola que
querem trabalhar. O autor afirma que mesmo não sendo intenção das políticas públicas, a
possibilidade dos professores escolherem em qual escola querem trabalhar resulta em
desigualdades educacionais. Isto porque os melhores professores, os mais capacitados, e com
mais altos níveis sócio-econômico, por ocuparem os primeiros lugares nos concursos, com o
direito de escolha, escolhem as escolas localizadas em áreas de maior nível social, geralmente
localizados próximos de suas casas, considerando que quanto mais alta a posição no
concurso, mais alta a posição social deste professor também.
As escolas com professores neste perfil, ou seja, os melhores, serão da mesma forma
escolas melhores, ou com mais qualidade de ensino. Por outro lado, as escolas localizadas em
áreas rurais, e de baixo nível socioeconômico são deixadas para os professores que ocuparam
uma posição inferior no concurso, o que contribuirá para desmotivação destes professores em
razão da violência onde estão localizadas essas escolas, das dificuldades de deslocamento,
tudo isso de certa forma influenciará na qualidade educacional destas escolas, definindo
assim uma estrutura de desigualdades.
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IDEB,
um indicador criado pelo governo federal para medir a qualidade do ensino nas
escolas públicas.
Muitos autores se dedicaram a estudar, explicar e escrever sobre esse tema. Um deles
é o Cury (2005), de acordo com ele a qualidade do ensino envolve a incorporação de
conhecimentos culturais, uma herança que não pode ser privada as novas gerações, pois sua
privação não contribui para uma igualdade social e igualdade de condições para o acesso e
permanência dos alunos na escola. (p.8).
Segundo o autor qualidade do ensino significa ter uma busca por um padrão
científico e fundamentado dos conteúdos acumulados e transmitidos pela escola, que
permitam possibilitar aos alunos habilidades e conhecimentos para enfrentarem os desafios a
sociedade contemporânea; uma sólida formação básica e continuada dos profissionais de
educação
; a preparação dos professores para utilizarem as tecnologias que circulam o
conhecimento; quantidade de dias letivos e horas aulas cursadas pelos alunos; e uma
gestão democrática.
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O plano do aluno - referente ao acesso, permanência e desempenho escolar do aluno, as
condições de permanência adequadas a diversidade sociocultural e econômica, e a
consideração do modo de aprendizagem dos alunos etc.
Tenório por outro lado, apresenta outros dois importantes aspectos que define uma
educação de qualidade: eficácia e equidade. Um grande desafio da educação nos dias de hoje,
diante de um cenário socioeconômico marcado por desigualdades sociais. São aspectos que
contribuem para a diminuição da desigualdade social e promoção da inclusão social, por meio
do reconhecimento e respeito das diferenças e da consideração de que entre os alunos existem
diferenças socioeconômicas e culturais - caminho para uma educação de qualidade.
Com uma cultura de avaliação que tem ganhado força no sistema educacional
atualmente, se faz necessário também pensarmos se de fato altas notas em provas
padronizadas, em larga escala, traduzem uma educação de qualidade. Pois de acordo com
Fernandes e Nazareth (2011) as provas padronizadas, elaboradas em um nível central não
pode garantir a qualidade da educação, por não considerarem as diferenças e especificidades
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entre os sujeitos que aprendem nem entre os professores. Além disso, é reforçado a ideia de
que o exame é capaz de medir o aprendizado, concluindo desta forma que o baixo
desempenho no exame significa que o aluno aprendeu pouco e, por isso, pouca qualidade do
sistema de ensino.
Referência bibliográfica:
TORRES, H. G.; GOMES, S.; PAVEZ, T.; FUSARO, E.; Perfis do Professorado da Rede
Pública de São Paulo: A Interação entre Espaço, Regras Institucionais e Escolhas
Individuais no Resultado de uma Política Pública. In: Dados - Revista de Ciências Sociais.
vol. 53 (1). 2010.