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Alina Yukari Yamada da Fonseca Virginio

História e Política da Educação


Professora Isabel Lelis

Trabalho final: O que é Qualidade de ensino da Educação Básica para o Brasil, hoje?

Ao longo desta disciplina pude aprender e refletir bastante acerca da qualidade da


educação no Brasil. Uma das principais questões que destaco desta aprendizagem se refere a
relação entre políticas educacionais e qualidade de ensino. Os desenhos das políticas
educacionais, por exemplo, podem causar grande impacto na forma como são
disponibilizados determinados recursos educacionais nas escolas, interferindo desta forma na
qualidade de ensino, e por vezes contribuindo para a existência de desigualdades
educacionais.

Neste trabalho pretendo trazer as contribuições de diferentes autores para responder o


que é qualidade de ensino da Educação Básica para o Brasil hoje.

Com Oliveira (2007) pude entender que certas mudanças na educação, com vistas a
melhoria da qualidade do ensino, não acontecem sem que haja tensões com os setores
econômicos e políticos. O autor traz o exemplo da política de redução do investimento
público em educação, que gerou conflito em um sistema educativo em franca ampliação por
vagas e qualidade. Desta forma é possível compreender que a qualidade do ensino no Brasil
depende de vários setores da sociedade.

Por esta razão, por falta de diálogo entre estes setores, tais como o setor político e o
educacional, as políticas voltadas à uma educação de qualidade às vezes surgem efeitos para
uma melhoria na qualidade do ensino. Em muitos casos não existe diálogo entre os
profissionais que criam as políticas educacionais e os que estão no campo empírico -

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professores e gestores escolares - onde estas políticas são executadas. Resultando em
desdobramentos inesperados. Em relação à isto, Torres (2010) acredita que:

Os resultados das ações públicas são também afetados pelas


interações entre os diferentes níveis governamentais e
administrativos, bem como pela escolha discricionária de quadros
técnicos e de trabalhadores de linha de frente e/ou burocratas, que
implementam tal política no dia a dia. (p.130)

Para explicar melhor esta relação - políticas e qualidade de ensino - Torres discorre
sobre a escolha que os professores de São Paulo têm direito de fazer, referente a escola que
querem trabalhar. O autor afirma que mesmo não sendo intenção das políticas públicas, a
possibilidade dos professores escolherem em qual escola querem trabalhar resulta em
desigualdades educacionais. Isto porque os melhores professores, os mais capacitados, e com
mais altos níveis sócio-econômico, por ocuparem os primeiros lugares nos concursos, com o
direito de escolha, escolhem as escolas localizadas em áreas de maior nível social, geralmente
localizados próximos de suas casas, considerando que quanto mais alta a posição no
concurso, mais alta a posição social deste professor também.

As escolas com professores neste perfil, ou seja, os melhores, serão da mesma forma
escolas melhores, ou com mais qualidade de ensino. Por outro lado, as escolas localizadas em
áreas rurais, e de baixo nível socioeconômico são deixadas para os professores que ocuparam
uma posição inferior no concurso, o que contribuirá para desmotivação destes professores em
razão da violência onde estão localizadas essas escolas, das dificuldades de deslocamento,
tudo isso de certa forma influenciará na qualidade educacional destas escolas, definindo
assim uma estrutura de desigualdades.

Segundo Tenório et. al (2014) qualidade da educação é um termo complexo, que


possui diversos sentidos e depende do ponto de vista de cada interessado, pois carrega em si
diversas significações de acordo com diferentes contextos políticos. Além disso, o autor
acredita que a qualidade envolve a avaliação de forma sistemática visando a melhoria do
ensino. No Brasil a questão da qualidade da educação ganhou destaque na década de 1990,
com a Constituição de 1988. A partir do momento que alcançou-se a democratização do
ensino, medidas para o controle de sua qualidade foram implementadas, como por exemplo o

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IDEB, ​
um indicador criado pelo governo federal para medir a qualidade do ensino nas
escolas públicas.

Muitos autores se dedicaram a estudar, explicar e escrever sobre esse tema. Um deles
é o Cury (2005), de acordo com ele a qualidade do ensino envolve a ​incorporação de
conhecimentos culturais​, uma herança que não pode ser privada as novas gerações, pois sua
privação não contribui para uma igualdade social e igualdade de condições para o acesso e
permanência dos alunos na escola. (p.8).

Segundo o autor qualidade do ensino significa ter ​uma busca por um padrão
científico e ​fundamentado dos conteúdos acumulados e transmitidos pela escola, que
permitam possibilitar aos alunos habilidades e conhecimentos para enfrentarem os desafios a
sociedade contemporânea; ​uma sólida formação básica e continuada dos profissionais de
educação​
; a preparação dos professores para utilizarem as tecnologias que circulam o
conhecimento​; ​quantidade de dias letivos e horas aulas cursadas pelos alunos; e uma
gestão democrática​.

Oliveira e Dourado (2009), também compartilham dessas questões apresentadas por


Cury, mas elencam muitos outros aspectos necessários para uma educação de qualidade,
separando-os em duas dimensões: intraescolares e extraescolares. Segundo estes autores estas
dimensões precisam ser consideradas de maneira articulada.

Na dimensão intraescolares incluem os seguintes aspectos reagrupados em quatro planos :

O plano do sistema - se trata das condições de oferta do ensino, questões ligadas a


infraestrutura das escolas e equipamentos adequados ao padrão de qualidade;

O plano da escola - refere-se a gestão e organização do trabalho escolar, ex. planejamento e


projeto político pedagógico, gestão democrática, métodos pedagógicos apropriados ao
desenvolvimento dos conteúdos, recursos pedagógicos, condições administrativas, financeiras
e pedagógicas etc. ;

O plano do ​professor - formação, profissionalização e ação pedagógica do professor,


qualificação adequada ao exercício profissional, dedicação a uma só escola, condições de
trabalho adequadas, plano de carreira, incentivo, benefícios etc;

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O plano do aluno - referente ao acesso, permanência e desempenho escolar do aluno, as
condições de permanência adequadas a diversidade sociocultural e econômica, e a
consideração do modo de aprendizagem dos alunos etc.

A dimensão extraescolar envolve dois níveis: o espaço social e as obrigações do


Estado. O primeiro se refere à dimensão socioeconômica e cultural das famílias e alunos
envolvidos, necessidade de implementação de políticas públicas e projetos escolares que
enfrentem questões de fome, drogas, violência etc. Assim como aspectos motivacionais que
contribuam com a permanência dos estudantes na escola. Já o segundo nível se refere à
dimensão dos direitos dos cidadãos e das obrigações do Estado, o qual tem por dever ampliar
a obrigatoriedade da educação básica, definir e garantir padrões de qualidade, implementar
programas suplementares etc.

Tenório por outro lado, apresenta outros dois importantes aspectos que define uma
educação de qualidade: eficácia e equidade. Um grande desafio da educação nos dias de hoje,
diante de um cenário socioeconômico marcado por desigualdades sociais. São aspectos que
contribuem para a diminuição da desigualdade social e promoção da inclusão social, por meio
do reconhecimento e respeito das diferenças e da consideração de que entre os alunos existem
diferenças socioeconômicas e culturais - caminho para uma educação de qualidade.

Diante de todas as ideias apresentadas, acredito que uma educação de qualidade é


aquela que consegue entender o aluno na sua individualidade, diferenças e especificidades,
conseguindo desta forma ter uma correspondência entre o aluno e suas necessidades
pedagógicas e educacionais. Em outras palavras, uma educação de qualidade nos dias de
hoje, tem a ver com a capacidade do sistema de ensino e setor político em perceber que seu
público atual é heterogêneo e desigual, muito diferente do que era há tempos em que a escola
atendia apenas a elite, e por isso precisa incorporar estratégias para garantir a aprendizagem
de todos.

Com uma cultura de avaliação que tem ganhado força no sistema educacional
atualmente, se faz necessário também pensarmos se de fato altas notas em provas
padronizadas, em larga escala, traduzem uma educação de qualidade. Pois de acordo com
Fernandes e Nazareth (2011) as provas padronizadas, elaboradas em um nível central não
pode garantir a qualidade da educação, por não considerarem as diferenças e especificidades

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entre os sujeitos que aprendem nem entre os professores. Além disso, é reforçado a ideia de
que o exame é capaz de medir o aprendizado, concluindo desta forma que o baixo
desempenho no exame significa que o aluno aprendeu pouco e, por isso, pouca qualidade do
sistema de ensino.

Referência bibliográfica:

CURY, Carlos Roberto Jamil. O DIREITO À EDUCAÇÃO: ​Um campo de atuação do


gestor educacional na escola​. Escola de gestores. Brasília/DF: MEC 2005.

DOURADO, Luiz Fernandes; OLIVEIRA, João Ferreira de. ​A qualidade da educação​ :


perspectivas e desafios​. Cadernos Cedes, Campinas, v. 29, n. 78, p. 201-215, maio/ago. 2009.

FERNANDES, C.; NAZARETH, H. ​A retórica por uma educação de qualidade e a


avaliação em larga escala​.​Fernandes e Nazareth, 2011.

OLIVEIRA, Romualdo Portela. ​Da universalização do ensino fundamental ao desafio da


qualidade: uma análise histórica. In Educ. Soc. Campinas, vol.28, n.100 - Especial,
p.661-690, out. 2007

TENÓRIO, R. M.; FERRAZ, M. C. G.; PINTO, J. C. A.; ​Eficácia e equidade: indicadores


de qualidade da educação básica no Brasil. In: VIII Seminário Regional de Política e
Administração da Educação do Nordeste e Encontro Estadual de Política e Administração da
Educação, 2014

TORRES, H. G.; GOMES, S.; PAVEZ, T.; FUSARO, E.; ​Perfis do Professorado da Rede
Pública de São Paulo: A Interação entre Espaço, Regras Institucionais e Escolhas
Individuais no Resultado de uma Política Pública. In: Dados - Revista de Ciências Sociais.
vol. 53 (1). 2010.

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