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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

FELIPE CARVALHO DOS SANTOS

ANÁLISE DE FALHA DA PONTE “JOSÉ AMÉRICO DE


ALMEIDA”

SÃO CRISTÓVÃO
2015
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

FELIPE CARVALHO DOS SANTOS

ANÁLISE DE FALHA DA PONTE “JOSÉ AMÉRICO DE


ALMEIDA”

Relatório apresentado à disciplina de


FALHAS EM EQUIPAMENTOS
MECÂNICOS - T01, sob a orientação do
Prof. Dr. Paulo Mário Machado Araújo
como requisito à obtenção de nota.

SÃO CRISTÓVÃO
2015
2
SUMÁRIO

HISTÓRICO DA PONTE ............................................................................................ 4

ANÁLISE ESTRUTURAL ........................................................................................... 5

CONDIÇÕES OPERACIONAIS ............................................................................... 14

SOLUÇÃO ............................................................................................................... 16

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 17

3
HISTÓRICO DA PONTE

A Ponte José Américo de Almeida, ou Ponte de “Pedra Branca”, localizada


entre os municípios de Maruim e Laranjeiras, foi inaugurada em 1933 e fazia parte um
conjunto de obras apoiadas pelo governo federal que visavam uma facilitar o
transporte entre os dois municípios sergipanos, como também possibilitar a ligação
entre os estados nordestinos com o sul e sudeste do país. A obra foi realizada pela
construtora Cristiane e Niielsen.

Figura 1 – Localização da antiga ponte da adutora

Figura 2 - Imagem da ponte na época de sua


inauguração
4
A ponte atualmente servia como suporte à tubulação de duas adutoras, que
eram responsáveis por 70% do abastecimento da grande Aracaju, e como ponto de
tráfego utilizado pela população local. Segundo o presidente do CREA, Arício
Resende, o levantamento prévio identificou que a ponte não passava por manutenção
desde 1994. A queda da ponte se deu em 09/05/2015 interrompendo o abastecimento
da população por cerca de 10 dias até que uma tubulação provisória foi construída.

ANÁLISE ESTRUTURAL

A ponte era composta por 4 arcos duplos, suspensos por 32 cabos de aço de
8 cm de diâmetro cada, distos cerca de 15 metros entre si. A partir da análise gráfica
de inúmeras imagens da ponte foi possível estimar suas dimensões numa projeção
2D, como pode ser vista na Figura 3.
A primeira etapa para investigação das causas que levaram à queda da ponte
é a reconstrução dos esforços atuantes no momento da ruptura. Segundo populares
cerca de 40 cavalos passavam pela ponte durante o ocorrido e talvez isso tenha
iniciado todo o processo. Além disso havia as tubulações da adutora que contribuíram
com certa carga sobre a ponte e isso deve ser levado em consideração no estudo a
seguir.
Desde o início do processo de perícia havia a suspeita que a ruptura de um dos
cabos de sustentação teria levado à queda da ponte. Utilizando o software FTool® foi
possível recriar em certo ponto as tensões em cada cabo da ponte a partir de certas
hipóteses iniciais:
 A carga é distribuída igualmente em ao longo de todo ¼ de ponte;
 O peso de cada cavalo é de 500kg, o que dá uma carga total de 20 toneladas;
 Cabos opostos na ponte compartilham metade da carga axial na simulação 2D;
 A tubulação deveria estar completamente cheia no momento da ruptura;
 O diâmetro das tubulações eram de cerca de 1,1 m, o que dá um volume total
(considerando um comprimento de 30 metros, distância de encontro dos arcos)
de:
𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝜋𝑟𝑡𝑢𝑏𝑜 𝐿𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 28509,95 𝑚3 /𝑡𝑢𝑏𝑢𝑙𝑎çã𝑜
 A seção transversal da pista é do tipo U-shape com as seguintes dimensões:

5
Figura 3 - Esquema 2D de 1/4 da ponte elaborado no software FTool
6
Figura 4 - Seção transversal em U

Dimensão Valor

T 0,60 m

B 1,5 m

A 7,0 m1

 Como não foi possível a análise metalográfica do aço dos cabos da ponte para
a determinação dos seus constituintes e como trata-se de uma construção da
década de 1930 considerou-se que fora utilizado um aço de categoria CA-25
(a mais baixa na norma NBR 7480) com tensão de escoamento de até
250MPa2. Optou-se então pelo aço SAE 1030HR com as seguintes
propriedades3:

1
Segundo as ‘Normas para o Projeto de Estradas e Rodagens’. Disponível em
<http://www.dnit.gov.br/download/rodovias/operacoes-rodoviarias/faixa-de-dominio/normas-projeto-estr-
rod-reeditado-1973.pdf>
2
Segundo a norma brasileira NBR 7480.
3
Disponível em Shigley’s mechanical engineering design.—Tenth edition / Richard G. Budynas. Apêndice A-20
7
Propriedade Valor

Tensão de escoamento 260 MPa

Resistência à tração 470 MPa

 Não são considerados os pesos dos cabos na análise.


 Não foram considerados os efeitos térmicos, tampouco efeitos adicionais de
sobrecarga (como ventos, variações de pressão atmosférica, deslocamentos
das fundações, momentos devidos às deformações transversais da ponte).

Com os dados fornecidos acima foi possível o cálculo das cargas sobre a ponte.

Tabela 1 - Cargas atuantes sobre a ponte durante o momento da queda.

Área Comprimento Volume Densidade Peso total


(m²) (m) (m³) (kg/m³) (kg)

Pista4 5,28 30,00 158,40 2650,00 419760,00

Água 0,95 30,00 28,51 1000,00 57019,91

Cavalos - - - - 20000,00

Total 496779,91

Carga
162,44 kN/m
distribuída5

Os resultados obtidos no software após a aplicação das cargas podem ser


vistos a seguir.

4
Fora considerado somente o peso do concreto, com densidade média estimada em 2,65 ton/m³. Disponível
em <http://www.redimix.com.br/tiposdeconcreto/>
5
Considerando um comprimento de 30 metros e a aceleração da gravidade como 9,81 m/s².
8
Figura 5 - Cargas distribuídas sobre a ponte no trecho
considerado na análise
9
Figura 6 - Diagrama de momento para o trecho considerado
na análise 10
Figura 7 - Diagrama de esforço cisalhante para o trecho considerado na análise
11
Figura 8 - Diagrama de esforço axial para o trecho considerado
na análise
12
Figura 9 - Deformação resultante e deslocamentos para o
trecho considerado na análise. (Fator de deformação de 522.6)

13
Investigando inicialmente as tensões axiais atuantes em cada cabo foi possível
observar que as tensões atuantes variavam numa faixa de 53kN – 204,1kN.
Considerando a tensão de escoamento dada anteriormente isso traria um coeficiente
de segurança mínimo de:

𝜎𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 260 𝑀𝑃𝑎


𝐹𝑆 = = = 6,40
𝜎𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑛𝑜 𝑐𝑎𝑏𝑜 40,6 𝑀𝑃𝑎

Ou seja, sob condições normais de operação e em bom estado de conservação


os cabos certamente suportariam toda a carga com folga. A hipótese inicial de que a
falha iniciou-se no rompimento de um cabo poderia ser substituída analisando-se a
estrutura de concreto armado. Entretanto este trabalho limitar-se-á somente à
hipótese inicial devido ao pouco conhecimento do comportamento do concreto em tais
estruturas, algo que foge a alçada do autor no qual não seria possível afirmar nada
com propriedade.

CONDIÇÕES OPERACIONAIS

A fim de investigar mais a fundo as causas que levaram à queda é preciso


investigar as condições nas quais a ponte operava. A ponte ficava sobre o rio Sergipe
e estava localizada à cerca de 22 km do litoral. Um ambiente com uma umidade
relativa acentuada e que deve ter favorecido algum processo de corrosão. Sabe-se
que a partir de um limite, algo em torno de 70% de umidade relativa, o processo é
altamente acelerado. As umidades relativas em ambientes próximos à rios variam de
70 - 90%6 dependendo da época do ano. Esta situação é ainda agravada pela poluição
atmosférica vinda dos veículos que trafegam na BR 101 ao lado da ponte citada. A
presença de elementos como enxofre dissolvidos no ar transformam o meio altamente
agressivo ao metal e ao concreto da ponte. Um mecanismo que pode ter favorecido,
e provavelmente o fez, deve ter sido a corrosão sob tensão. Este fenômeno causa a
deterioração do material numa ação conjunta de tensões mecânicas e de um meio
corrosivo. Esse tipo de corrosão é caracterizada pela formação de trincas, não se
observando via de regra, a perda de massa do material. O tempo necessário para a
fratura ocorrer depende de fatores como: as tensões envolvidas, do meio corrosivo,

6
Dado disponível em <
http://www.academia.edu/249641/MODELO_NUM%C3%89RICO_AN%C3%81LISE_DE_VIABILIDADE_DE_APRO
VEITAMENTOS_MULTIPLOS_EM_BACIAS_HIDROGR%C3%81FICAS>
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da temperatura e da estrutura e composição do material. O aspecto de uma falha por
esse tipo de mecanismo pode ser vista a seguir.

Figura 10 - Aspecto de uma fratura provocada por


corrosão sob tensão

Este tipo de mecanismo tem alguns aspectos que são comumente observados,
tais como: a fratura intergranular na corrosão sob tensão e a fratura transgranular na
corrosão sob tensão. Esta é observada por vezes em aços doces (na presença de
álcalis ou nitratos), aços de alta resistência mecânica (principalmente na presença de
cloretos) e algumas ligas de alumínio.
A última manutenção registrada foi em setembro 1994, desde então nenhuma
vistoria adicional foi efetuada. A população local informou à perícia que alguns dos
cabos aparentemente haviam se rompido, algo que aumentaria a sobrecarga nos
demais e que poderia ser um dos fatores que culminaram no incidente.

Neste estágio, sem o acesso ao material que compunha a ponte, sem os


devidos ensaios não é possível afirmar com certeza as causas que levaram à queda
da ponte. Entretanto, possivelmente a corrosão sob tensão e a falta de manutenção
nos últimos 21 anos contribuíram bastante para que o evento ocorre-se. Outros
mecanismos ainda podem estar envolvidos tais como trincas (internas e externas) em
partes da ponte, mas que sem devidos ensaios não podem ser afirmados como
agentes causadores da devido acidente.

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SOLUÇÃO

Se for considerado que o principal mecanismo que levou à queda da ponte da


adutora foi o rompimento de um dos tirantes devido à corrosão sob tensão algumas
medidas poderiam ter sido tomadas para evitar que toda a estrutura ruinasse:
 Inspeção constante dos tirantes e demais componentes da ponte, juntamente
com a elaboração de relatórios técnicos, além de um histórico da estrutura e
das condições ambientais;
 Proteção da superfície dos tirantes como inibidores químicos ou proteção
catódica;
 Substituição dos tirantes danificados para evitar a sobrecarga dos demais;
 Recuperação e reforço estrutural de toda a ponte, tendo em vista que a mesma
foi inaugurada na década de 30, para evitar que outros mecanismos levassem
novamente à sobrecarga da estrutura de aço.

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BIBLIOGRAFIA

 Andrade, A. d. (02 de Novembro de 2015). GETÚLIO VARGAS EM SERGIPE


NA DÉCADA DE 1930. Fonte: Fontes da história de Sergipe:
http://fontesdahistoriadesergipe.blogspot.com.br/2011/04/getulio-vargas-em-
sergipe-na-decada-de.html
 Brooks, C. R. (2002). Failure Analysis of Engineering Materials. McGraw-Hill.
 Budynas, R. (2010). Elementos de Máquinas de Shigley: Projeto de
Engenharia Mecânica. São Paulo: Bookman.
 Gentil, V. (2011). Corrosão. São Paulo: LTC.
 Manual de recuperação de pontes e viadutos. (3 de Novembro de 2015).
Fonte: http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-
manuais/manuais/documentos/744_manual_recuperacao_pontes_viadutos.pdf

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