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Agravo de Instrumento - Turma Espec.

III - Administrativo e Cível


Nº CNJ : 0005712-17.2016.4.02.0000 (2016.00.00.005712-4)
RELATOR : Desembargadora Federal NIZETE LOBATO CARMO
AGRAVANTE : INSS-INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
PROCURADOR : PROCURADOR FEDERAL
AGRAVADO : EUNICE CORDEIRO DE SOUZA
ADVOGADO : ADILSON MARTINS GOMES
ORIGEM : 03ª Vara Federal de Niterói (00046154120124025102)
EMENTA
PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS À
EXECUÇÃO. CRITÉRIOS DE CÁLCULOS. CORREÇÃO MONETÁRIA.
INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO ARTIGO 1ºF DA LEI
Nº 9.494/1997. LEI Nº 11.960/2009. ADIs nos 4.357 e 4.425.
MODULAÇÃO DOS EFEITOS. ALCANCE. QUESTÃO DE ORDEM.
APLICAÇÃO DA TR A PARTIR DE JUNHO/2009. JUROS DE MORA.
CORREÇÃO DE OFÍCIO.
1 . A decisão em embargos à execução de parcelas em atraso de pensão por
morte, fixou os critérios de cálculos, determinando que a correção
monetária e os juros de mora observassem o IPCA-E após 25/3/2015.
2. A correção monetária, a partir da vigência da Lei nº 11.960/2009, deve
observar o índice oficial de correção das cadernetas de poupança, até a
expedição do precatório, a partir de quando incidirá o IPCA-E.
3. O STF, em março/2015, modulou os efeitos da decisão que, nas ADIs nos
4.357 e 4425, declarou a inconstitucionalidade parcial do art. 1º-F da Lei
nº 9.494/1997, estabelecendo como marco o mês de março/2015, mas no
RE 870947, em repercussão geral e Plenário virtual, em abril/2015,
reafirmou que tal declaração circunscrevia-se aos débitos em fase de
precatório, mantendo, entrementes, a validade do art. 1º-F, na redação da
Lei nº 11.960/2009, entre o evento danoso ou ajuizamento da ação até a
inscrição do requisitório. No mesmo sentido: Rcl. nº 21147MC, Rel. Min.
CARMEN LUCIA, public. 25/6/2015; ARE 828319, Rel. Min. LUIZ FUX,
public. 30/9/2014; e Rcl 19050, Rel. Min. ROBERTO BARROSO, public.
1/7/2015.
4. Na atualização dos débitos em execução, deve-se observar o Manual de
Cálculos da Justiça Federal até junho/2009, quando a Lei nº 11.960/2009
alterou o art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997; a partir daí o índice oficial de
correção das cadernetas de poupança, até a inscrição do débito em
precatório, quando incidirá o IPCA-E, que persistirá até o seu pagamento
pela Fazenda Nacional. Precedentes: E-DJF2R 19/6/2015; TRF2,
APELREEX 2013.51.03.113377-4, E-DJF2R 19/6/2015; TRF2, APELREEX
2013.51.01.113314-8, E-DJF2R 23/7/2015.
5. Percentual de juros ajustado de ofício, pois '"a correção monetária e os
juros de mora, como consectários legais da condenação principal, possuem
natureza de ordem pública e podem ser analisados até mesmo de ofício,
bastando que a matéria tenha sido debatida na Corte de origem. Logo, não
há falar em reformatio in pejus (AgRg no AREsp 18.272/SP, Rel. Ministro
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/02/2014, DJe
10/02/2014).
6. Tocante aos juros de mora, as ADIs nos 4.357 e 4.425 afastaram a
inconstitucionalidade da aplicação da TR aos débitos estatais de natureza
não-tributária em relação aos juros de mora
7. A sentença prolatada em janeiro/2008 e confirmada pelo Tribunal em
27/4/2009, fixou os juros em 0,5% até a vigência do CC/2002, e em 1% a
partir de então. Mas, sobrevindo a Lei nº 11.960, em junho/2009, os juros
passam a ser regulados pelo seu art. 1º-F, pois inexiste violação à coisa
julgada quando os juros fixados pelo título judicial exequendo – conforme a
interpretação dada pelo julgador à lei da época – são modificados por lei
superveniente, aplicável a partir de sua vigência (cf. REsp 1111117/PR, Rel.
p/ Acórdão Min. Mauro Campbell Marques, Corte Especial, DJe 2/9/2010)
8. Agravo de Instrumento provido , para determinar a correção
monetária pelos índices oficiais da caderneta de poupança até a inscrição do
crédito em precatório. Retificação, de ofício, do percentual de juros de mora,
para determinar a incidência do art. 1º-F, da Lei nº 11.960/09, a partir de
junho/2009.
ACÓRDÃO
Decide a Sexta Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª
Região, por unanimidade, dar provimento ao agravo de instrumento ,
nos termos do voto da relatora.
Rio de Janeiro, 8 de fevereiro de 2017.

Assinado eletronicamente (lei nº 11.419/2006)


NIZETE ANTÔNIA LOBATO RODRIGUES CARMO
Desembargadora Federal
Agravo de Instrumento - Turma Espec. III - Administrativo e Cível
Nº CNJ : 0005712-17.2016.4.02.0000 (2016.00.00.005712-4)
RELATOR : Desembargadora Federal NIZETE LOBATO CARMO
AGRAVANTE : INSS-INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
PROCURADOR : PROCURADOR FEDERAL
AGRAVADO : EUNICE CORDEIRO DE SOUZA
ADVOGADO : ADILSON MARTINS GOMES
ORIGEM : 03ª Vara Federal de Niterói (00046154120124025102)
RELATÓRIO
O INSS agrava [1] da decisão [2] que, em embargos à execução de parcelas
em atraso
de pensão por morte, fixou os critérios de cálculos, determinando que a
correção monetária e os juros de mora observassem o IPCA-E após
25/3/2015.
Requer a aplicação da TR após o advento da Lei 11.960/2009, até a
expedição do precatório. Isso porque nas ADIs nº 4357 e 4425, o art. 1º-F,
da Lei nº 9.494/97 foi declarado constitucional em relação às parcelas
anteriores à data de requisição do precatório; assim, permanece válida a
correção pela TR das verbas pretéritas.
Sem contrarrazões.
O Procurador Regional André Barbeitas não opinou [3] .
É o relatório.
Assinado eletronicamente (lei nº 11.419/2006)
NIZETE ANTÔNIA LOBATO RODRIGUES CARMO
Desembargadora Federal

[1] Agravo - Fls. 1/11.


[2] Decisão - Fls. 327 do proc. nº 2012.51.02.004615-7.
[3] Fls. 27/30.
Agravo de Instrumento - Turma Espec. III - Administrativo e Cível
Nº CNJ : 0005712-17.2016.4.02.0000 (2016.00.00.005712-4)
RELATOR : Desembargadora Federal NIZETE LOBATO CARMO
AGRAVANTE : INSS-INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
PROCURADOR : PROCURADOR FEDERAL
AGRAVADO : EUNICE CORDEIRO DE SOUZA
ADVOGADO : ADILSON MARTINS GOMES
ORIGEM : 03ª Vara Federal de Niterói (00046154120124025102)
VOTO
[4] Conheço e dou provimento ao agravo de instrumento interposto contra
decisao de agosto/2015 , observando as diretrizes dos
arts. 14 e 1.046 do CPC/2015 e a teoria do isolamento dos atos processuais
[5] e [6] .
A decisão do Juiz Federal Bruno Fabiani, em embargos à execução de
parcelas em atraso de pensão por morte, fixou os critérios de cálculos nos
seguintes termos:
[...] Correção monetária: art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com redação dada
pela Lei nº 11.960/2009, até 25/03/2015, e, a partir do dia subsequente,
pelo IPCA-E, observada a modulação pelo STF dos efeitos da declaração de
inconstitucionalidade desta disposição legal (ADIs 4357/DF e 4425/DF).
Data de início: inadimplemento.
Juros de mora: art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com redação dada pela Lei
nº 11.960/2009, até 25/03/2015, e, a partir do dia subsequente, pelo IPCA-
E, observada a modulação pelo STF dos efeitos da declaração de
inconstitucionalidade desta disposição legal (ADIs 4357/DF e 4425/DF).
Data de início: citação.
Honorários: 5 % sobre a condenação.
Desconto do valor incontroverso.

O STF, nas ADIs nos 4.357 e 4.425, sob a relatoria para acórdão do Min.
Luiz Fux, declarou em março/2013 a inconstitucionalidade das regras de
precatório implementadas pela EC nº 62/2009 e, por arrastamento,
também do art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997, na redação do art. 5º da Lei
nº 11.960/2009 [7] , que corrigia as condenações da Fazenda pela TR –
Taxa Referencial, índice de remuneração oficial da caderneta de poupança
[8] , nestes termos:
[...] 5. O direito fundamental de propriedade (CF, art. 5º, XXII) resta
violado nas hipóteses em que a atualização monetária dos débitos
fazendários inscritos em precatórios perfaz-se segundo o índice oficial de
remuneração da caderneta de poupança, na medida em que este referencial
é manifestamente incapaz de preservar o valor real do crédito de que é
titular o cidadão. É que a inflação, fenômeno tipicamente econômico-
monetário, mostra-se insuscetível de captação apriorística (ex ante), de
modo que o meio escolhido pelo legislador constituinte (remuneração da
caderneta de poupança) é inidôneo a promover o fim a que se destina
(traduzir a inflação do período).
6. A quantificação dos juros moratórios relativos a débitos fazendários
inscritos em precatórios segundo o índice de remuneração da caderneta de
poupança
vulnera o princípio constitucional da isonomia (CF, art. 5º, caput) ao incidir
sobre débitos estatais de natureza tributária, pela discriminação em
detrimento da parte processual privada que, salvo expressa determinação
em contrário, responde pelos juros da mora tributária à taxa de 1% ao mês
em favor do Estado (ex vi do art. 161, § 1º, CTN). Declaração de
inconstitucionalidade parcial sem redução da expressão
“independentemente de sua natureza”, contida no art. 100, § 12, da CF,
incluído pela EC nº 62/09, para determinar que, quanto aos precatórios de
natureza tributária, sejam aplicados os mesmos juros de mora incidentes
sobre todo e qualquer crédito tributário.
7. O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com redação dada pela Lei nº 11.960/09,
ao reproduzir as regras da EC nº 62/09 quanto à atualização monetária e à
fixação de juros moratórios de créditos inscritos em precatórios incorre nos
mesmos vícios de juridicidade que inquinam o art. 100, § 12, da CF, razão
pela qual se revela inconstitucional por arrastamento, na mesma extensão
dos itens 5 e 6 supra. [...] (ADI nº 4.357)

Os Ministros Fux e Ayres Britto [9] , relator originário, destacaram, à época,


a inaptidão da TR para recompor perdas inflacionárias e, efetivamente,
decorridos dois anos, os índices percentuais acumulados da TR de 2014 e
2015 são, respectivamente, 0,85% e 1,79% [10] ,
enquanto do IPCA-E , 6,46% e 10,70% . [11]
Tamanha discrepância, por si só, ilustra a relevância da matéria.
Seguiu-se ao julgamento do STF a tentativa jurisprudencial [12] de
preencher o vácuo aparentemente deixado pela declaração de
inconstitucionalidade parcial do art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997. Neste TRF2,
convencionou-se, a partir de setembro/2013 [13] que, nas condenações à
Fazenda Pública, o valor principal deveria ser corrigido pelo Manual de
Cálculos da Justiça Federal, até 30/6/2009, data da Lei nº 11.960/2009 e,
daí para frente, pelo IPCA-E (Índice de Preços ao Consumidor Amplo
Especial) mensal, do IBGE, adotado na Justiça Federal quando extinta a
Ufir pela MP nº 1.973-67/2000, art. 29, § 3º, em janeiro de 2001, aprovada
pela Resolução 134 do CNJ [14] .
Tem-se aplicado o IPCA-E, portanto, desde junho/2009, mas o Plenário do
STF, nas ADIs nos 4.357 e 4.425, em Questão de Ordem
de 25/março/2015 , modulou os efeitos da declaração de
inconstitucionalidade, nestes termos, sem grifos no original:
1) - modular os efeitos para que se dê sobrevida ao regime especial de
pagamento de precatórios, instituído pela Emenda Constitucional
nº 62/2009, por 5 (cinco) exercícios financeiros a contar de primeiro de
janeiro de 2016; 2) - conferir eficácia prospectiva à declaração de
inconstitucionalidade dos seguintes aspectos da ADI, fixando como marco
inicial a data de conclusão do julgamento da presente questão de ordem
(25.03.2015) e mantendo-se válidos os precatórios expedidos ou
pagos até esta data, a saber: 2.1.) fica mantida a aplicação do índice
oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (TR), nos termos
da Emenda Constitucional nº 62/2009, até 25.03.2015, data após a qual
( i ) os créditos em precatórios deverão ser corrigidos pelo Índice
de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) e ( ii ) os
precatórios tributários deverão observar os
mesmos critérios pelos quais a Fazenda Pública corrige seus créditos
tributários; e 2.2.) ficam resguardados os precatórios expedidos, no âmbito
da administração pública federal, com base nos arts. 27 das Leis
nº 12.919/13 e Lei nº 13.080/15, que fixam o IPCA-E como índice de
correção monetária; [...] [15]
Não bastasse a clara delimitação do objeto das ADIs, voltadas à sistemática
dos precatórios, [16] em abril/2015 o Plenário virtual do STF admitiu a
repercussão geral da matéria, RE 870947 , tendo o Relator, Ministro Fux,
destacado que nas Questões de Ordem nas Ações Diretas, a declaração de
inconstitucionalidade parcial por arrastamento do art. 1º-F da Lei
nº 9.494/1997 voltava-se exclusivamente à fase do precatório , sem
interferir no período antecedente. Sobre a atualização monetária dos débitos
da Fazenda Pública até a expedição do requisitório, foi enfático: “o art. 1º-F
da Lei nº 9.494/97 ainda não foi objeto de pronunciamento [17] expresso do
Supremo Tribunal Federal [...], portanto, continua em pleno vigor ” . E
explicou didaticamente aquele Ministro da Suprema Corte (sem grifos no
original):
[...]
Diferentemente dos juros moratórios, que só incidem uma única vez até o
efetivo pagamento, a atualização monetária da condenação imposta à
Fazenda Pública ocorre em dois momentos distintos.
O primeiro se dá ao final da fase de conhecimento com o trânsito em julgado
da decisão condenatória. Esta correção inicial compreende o período de
tempo entre o dano efetivo (ou o ajuizamento da demanda) e a imputação
de responsabilidade à Administração Pública. A atualização é
estabelecida pelo próprio juízo prolator da decisão condenatória
no exercício de atividade jurisdicional. O segundo momento ocorre já
na fase executiva, quando o valor devido é efetivamente entregue ao credor.
Esta última correção monetária cobre o lapso temporal entre a inscrição do
crédito em precatório e o efetivo pagamento. Seu cálculo é realizado no
exercício de função administrativa pela Presidência do Tribunal a
que vinculado o juízo prolator da decisão condenatória [18] .
Na mesma linha, decisões monocráticas do STF reiteram que as ADIs nos
4.357 e 4.425 não aludem ao interregno entre o evento danoso ou
ajuizamento da ação e a inscrição do requisitório de pagamento ou
precatório. Em junho/2015 a Ministra Carmem Lúcia, na Reclamação nº
21147 MC da União, deferiu liminar contra julgado das Turmas Recursais de
Sergipe, “para suspender os efeitos da decisão reclamada, na parte em que
aplicou o entendimento fixado pelo Supremo Tribunal na Questão de Ordem
nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 4.537/DF e 4.425/DF”. [19]
No mesmo sentido: ARE 828319, Rel. Min.
Luiz Fux, public. 30/9/2014 [20] ; e Recl 19050, Rel. Min. Roberto Barroso,
public. 1/7/2015 [21] .
Disso tudo decorre a impossibilidade de aplicar-se, aqui, a modulação dos
efeitos da declaração de inconstitucionalidade, objeto das ADIs nos 4.357 e
4.425, pena de [22] ofensa à cláusula da reserva de plenário,
art. 97 da Constituição, e Súmula Vinculante nº 10 , impondo-se a
manutenção da remuneração da poupança, critério da Lei nº 9.494/1997, na
redação da Lei nº 11.960/2009, conforme decidiu a 5ª Turma, sob a
relatoria do Desembargador Ricardo Perlingeiro:
[...] Com relação à correção monetária, a partir de 30.6.2009, aplicam-se os
percentuais dos índices oficiais de remuneração básica da caderneta de
poupança, em virtude da recente decisão do E. STF, no RE 870.947, Rel.
Min. LUIZ FUX, DJE 27.4.2015, que, ao reconhecer a existência de
repercussão geral sobre o tema, embora pendente de julgamento final,
consignou em seus fundamentos que, na parte em que rege a atualização
monetária das condenações imposta à Fazenda Pública, o art. 1º-F da Lei
nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, continua em
pleno vigor. No período anterior devem ser observados os índices previstos
no Manual de Cálculos da Justiça Federal (Resolução nº 267, de 2.12.2013,
do E.CJF). [...] (APELREEX 2013.51.03.113377-4, E-DJF2R 19/6/2015)

[...] Os critérios de correção monetária e juros de mora aplicáveis às


condenações impostas à Fazenda Pública, até a data de expedição do
requisitório, oriundas de relação jurídica não-tributária, nos termos do art.
1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação alterada pela Lei nº 11.960/09,
permanecem inalterados, eis que o referido dispositivo não foi objeto de
pronunciamento expresso pelo C. STF quanto à sua constitucionalidade,
estando, portanto, em pleno vigor. (RE nº 870.947 - Rel. Ministro LUIZ
FUX - DJE 27-04-2015) 5 - Os valores devidos ao Autor devem ser
atualizados monetariamente, desde a data do requerimento administrativo,
e acrescidos de juros de mora, a partir da citação, nos termos do art. 1º-F da
Lei nº 9.494/97, com a redação alterada pela Lei nº 11.960/09. [...] (TRF2,
APELREEX 2013.51.01.113314-8, Rel. Des. Fed. Marcus Abraham, 5ª T.
Esp., public. 23/7/2015)
Até junho/2009 [23] , quando a Lei nº 11.960/2009 alterou o art. 1º-F da
Lei nº 9.494/1997, [24] a correção monetária deve obedecer aos critérios do
Manual de Cálculos da Justiça Federal ; a partir daí, o índice oficial de
correção das cadernetas de poupança, até a inscrição do débito em
precatório, momento [25] em que incidirá o IPCA-E, que persistirá até o
pagamento do débito pela Fazenda Nacional .

A decisão impôs a correção pela poupança até 25/3/2015, e, a partir daí,


pelo IPCAE, mas deve ser reformada para que os cálculos obedeçam os
índices da poupança até a inscrição do débito em precatório, quando
passará a incidir o IPCA-E.
Por fim, embora os critérios dos juros de mora não sejam objeto de recurso,
devem ser ajustados de ofício, como autoriza a jurisprudência do STJ, que se
orienta no seguinte sentido:
[...] 6. A correção monetária e os juros de mora, como consectários legais da
condenação principal, possuem natureza de ordem pública e podem ser
analisados até mesmo de ofício, bastando que a matéria tenha sido debatida
na Corte de origem. Logo, não há falar em reformatio in pejus.
Agravo regimental improvido (AgRg no AREsp 18.272/SP, Rel. Ministro
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/02/2014, DJe
10/02/2014).
Tocante aos juros de mora, as ADIs nos 4.357 e 4.425 afastaram a
inconstitucionalidade da aplicação da TR aos débitos estatais de natureza
não-tributária em relação
aos juros de mora. No aspecto, o RE 870947 tampouco deixa margem para
dúvida:
Quanto aos juros moratórios incidentes sobre condenações oriundas de
relação jurídica não-tributária, devem ser observados os critérios fixados
pela legislação infraconstitucional, notadamente os índices oficiais de
remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança, conforme
dispõe o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei
nº 11.960/09.
No mesmo sentido:
[...] Os critérios de correção monetária e juros de mora aplicáveis às
condenações impostas à Fazenda Pública, até a data de expedição do
requisitório, oriundas de relação jurídica não-tributária, nos termos do art.
1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação alterada pela Lei nº 11.960/09,
permanecem inalterados, eis que o referido dispositivo não foi objeto de
pronunciamento expresso pelo C. STF quanto à sua constitucionalidade,
estando, portanto, em pleno vigor. (RE nº 870.947 - Rel. Ministro LUIZ
FUX - DJE 27-04-2015) 5 - Os valores devidos ao Autor devem ser
atualizados monetariamente, desde a data do requerimento administrativo,
e acrescidos de juros de mora, a partir da citação, nos termos do art. 1º-F da
Lei nº 9.494/97, com a redação alterada pela Lei nº 11.960/09. [...] (TRF2,
APELREEX 2013.51.01.113314-8, Rel. Des. Fed. Marcus Abraham, 5ª T.
Esp., public. 23/7/2015)
No caso, a sentença prolatada em janeiro/2008 [26] e confirmada pelo
Tribunal em 27/4/2009 [27] e [28] , fixou os juros em 0,5% até a vigência
do CC/2002, e em 1% a partir de então. Mas, sobrevindo a Lei nº 11.960, em
junho/2009, os juros passam a ser regulados pela nova redação dada por
essa lei ao art. 1º-F, da Lei nº 9.494/97, pois inexiste violação à coisa
julgada quando os juros fixados pelo título judicial exequendo – conforme a
interpretação dada pelo julgador à lei da época – são modificados por lei
superveniente, aplicável a partir de sua vigência (cf. REsp 1111117/PR, Rel.
p/ Acórdão Min. Mauro Campbell Marques, Corte Especial, DJe 2/9/2010
[29] ).
Diante disso, os juros devem obedecer o art. 1º-F da Lei nº 11.960/09, após
sua edição, inclusive a partir da inscrição do crédito em precatório.
Ante o exposto, DOU PROVIMENTO ao agravo, para determinar a
correção do crédito pelos índices oficiais da caderneta de poupança até a
inscrição em precatório.
Corrijo, de ofício, o percentual dos juros de mora, para determinar a
incidência do art. 1º-F da Lei nº 11.960/09 a partir de junho/2009.
É como voto.
Assinado eletronicamente (lei nº 11.419/2006)
NIZETE ANTÔNIA LOBATO RODRIGUES CARMO
Desembargadora Federal

[4] O INSS somente


[5] Art. 14 . A norma processual não retroagirá e será aplicável
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais
praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma
revogada.
Art. 1.046 . Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão
desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei nº 5.869, de 11
de janeiro de 1973.
[6] No direito brasileiro predomina a teoria do isolamento dos atos
processuais, segundo a qual sobrevindo lei processual nova, os atos ainda
pendentes dos processos em curso sujeitar-se-ão aos seus comandos,
respeitada a eficácia daqueles já praticados de acordo com a legislação
revogada.” (STJ, REsp 1365272, Rel. Min. Humberto Martins, 2ª Turma,
DJe 13/11/2013)
O Ministro LUIZ FUX elenca situações jurídicas geradas pela
incidência da lei nova aos processos pendentes (Teoria Geral
doprocesso civil. Rio de Janeiro: Forense, 2014):
1. A lei processual tem efeito imediato e geral, aplicando-se aos processos
pendentes; respeitados os direitos subjetivo-processuais adquiridos, o ato
jurídico perfeito, seus efeitos já produzidos ou a se produzir sob a égide da
nova lei, bem como a coisa julgada;
2. As condições da ação regem-se pela lei vigente à data de propositura;
3. A resposta do réu, bem como seus efeitos, rege-se pela lei vigente na data
do surgimento do ônus da defesa pela citação, que torna a coisa julgada.
4. A revelia, bem como os efeitos, regulam-se pela lei vigente na data do
escoar do prazo da resposta;
5. A prova do fato ou do ato quando ad solemnitatem, rege-se pela lei
vigente na época da perectibilidade deles, regulando-se a prova dos demais
atos pela lei vigente na data da admissão da produção do elemento da
convicção conforme o preceito mais favorável à parte beneficiada pela
prova;
6. A lei processual aplica-se aos procedimentos em curso, impondo ou
suprimindo atos ainda não praticados, desde que compatível com o rito
seguido desde o início da relação processual e não sacrifique os fins de
justiça do processo;
7. A lei vigente na data da sentença é a reguladora dos efeitos e dos
requisitos da admissibilidade dos recursos;
8. A execução e seus pressupostos regem-se pela lei vigente na data da
propositura da demanda, aplicando-se o preceito número seis aos efeitos e
de procedimentos executórios em geral;
9. Os meios executivos de coerção e de sub-rogação regem-se pela lei vigente
na data de incidência deles, regulando-se a penhora, quanto aos seus efeitos
e objeto, pela lei em vigor no momento em que surge o direito à
penhorabilidade, com o decurso do prazo para pagamento judicial; Em geral
o problema da eficácia temporal da lei tem solução uniforme respeitado seu
prazo de vacatio legis, terá aplicação imediata e geral, respeitados, os
direitos adquiridos o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
10. Os embargos e seus requisitos de admissibilidade regem-se pela vigente
na data de seu oferecimento;
11. O processo cautelar, respeitado o cânone maior da irretroatividade, rege-
se pela lei mais favorável à conjuração do periculum in mora quer em defesa
do interesse das partes, quer em defesa da própria jurisdição.
Fosse pouco, o STJ editou o Enunciado Administrativo nº 2, do seguinte
teor: “ Aos recursos interpostos com fundamento
no CPC/1973 (relativos a decisões publicadas até 17 de março de
2016) devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade na
forma nele prevista, com as interpretações dadas, até então, pela
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça .”
[7] Art. 1o-F. Nas condenações impostas à Fazenda Pública,
independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária,
remuneração do capital e compensação da mora, haverá a incidência uma
única vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneração
básica e juros aplicados à caderneta de poupança.
Redação antiga (MP nº 2.180-35/2001): Art. 1o-F. Os juros de mora,
nas condenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas
remuneratórias devidas a servidores e empregados públicos, não poderão
ultrapassar o percentual de seis por cento ao ano.
[8] A TR foi instituída pela Lei nº 8.177/1991:
Art. 1º. O Banco Central do Brasil divulgará Taxa Referencial (TR),
calculada a partir da remuneração mensal média líquida de impostos, dos
depósitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de
investimentos, bancos múltiplos com carteira comercial ou de
investimentos, caixas econômicas, ou dos títulos públicos federais, estaduais
e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho
Monetário Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento
do Senado Federal. [...]
Art. 2º. O Banco Central do Brasil divulgará, para cada dia útil, a Taxa
Referencial Diária (TRD), correspondendo seu valor diário à distribuição
pro rata dia da TR fixada para o mês corrente. [...]
Art. 12. Em cada período de rendimento, os depósitos de poupança serão
remunerados: I - como remuneração básica, por taxa correspondente à
acumulação das TRD, no período transcorrido entre o dia do último crédito
de rendimento, inclusive, e o dia do crédito de rendimento, exclusive; [...]
A Lei nº 8.660/1993 extinguiu a TRD:
Art. 1º. De acordo com a metodologia aprovada pelo Conselho Monetário
Nacional, nos termos do art. 1º, caput da Lei nº 8.711, de 1º de março de
1991, a partir de 1º de maio de 1993, o Banco Central do Brasil divulgará,
diariamente, Taxa Referencial - TR para períodos de um mês, com início no
dia a que a TR se referir. Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo,
considera-se mês o período contado do dia do início ao dia correspondente
do mês seguinte.
Art. 2º . Fica extinta, a partir de 1º de maio de 1993, a Taxa Referencial
Diária - TRD de que trata o art. 2º da Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991.
Art. 7º. Os depósitos de poupança têm como remuneração básica a Taxa
Referencial - TR relativa à respectiva data de aniversário.
[9] Explicou o Ministro Ayres Britto, relator originário, a propósito do
art. 100, § 12, da Constituição (os negritos são meus):
31. Insurgência, a meu ver, que é de ser acolhida quanto à utilização do
“índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança” para a
atualização monetária dos débitos inscritos em precatório. É que a correção
monetária, consoante já defendi em artigo doutrinário, é instituto jurídico-
constitucional, porque tema específico ou a própria matéria de algumas
normas figurantes do nosso Magno Texto, tracejadoras de um peculiar
regime jurídico para ela.
Instituto que tem o pagamento em dinheiro como fato-condição de sua
incidência e, como objeto, a agravação quantitativa desse mesmo
pagamento. Agravação, porém, que não corresponde a uma sobrepaga, no
sentido de constituir obrigação nova que se adiciona à primeira, com o fito
de favorecer uma das partes da relação jurídica e desfavorecer a outra. Não é
isso. Ao menos no plano dos fins a que visa a Constituição, na matéria,
ninguém enriquece e ninguém empobrece por efeito de correção monetária,
porque a dívida que tem o seu valor nominal atualizado ainda é a mesma
dívida. Sendo assim, impõe-se a compreensão de que, com a correção
monetária, a Constituição manda que as coisas mudem..., para que nada
mude; quero dizer: o objetivo constitucional é mudar o valor nominal de
uma dada obrigação de pagamento em dinheiro, para que essa mesma
obrigação de pagamento em dinheiro não mude quanto ao seu valor real. É
ainda inferir: a correção monetária é instrumento de preservação do valor
real de um determinado bem, constitucionalmente protegido e redutível a
pecúnia. Valor real a preservar que é sinônimo de poder de compra ou
“poder aquisitivo”, tal como se vê na redação do inciso IV do art. 7º da C.F.,
atinente ao instituto do salário mínimo.
E se se coloca assim na aplainada tela da Constituição a imagem de um
poder aquisitivo a resguardar, é porque a expressão financeira do bem
juridicamente protegido passa a experimentar, com o tempo, uma
deterioração ou perda de substância, por efeito, obviamente, do fato
econômico genérico a que se dá o nome de “inflação”. Daí porque deixar de
assegurar a continuidade desse valor real é, no fim das contas, desequilibrar
a equação econômico-financeira entre devedor e credor de uma dada
obrigação de pagamento, em desfavor do último.
32. Com efeito, neste ponto de intelecção das coisas, nota-se que a correção
monetária se caracteriza, operacionalmente, pela citada aptidão para
manter um equilíbrio econômico-financeiro entre sujeitos jurídicos. E falar
de equilíbrio econômico-financeiro entre partes jurídicas é, simplesmente,
manter as respectivas pretensões ou os respectivos interesses no estado em
que primitivamente se encontravam. Pois não se trata de favorecer ou
beneficiar ninguém. O de que se cuida é impedir que a perda do poder
aquisitivo da moeda redunde no empobrecimento do credor e no correlato
enriquecimento do devedor de uma dada obrigação de pagamento em
dinheiro. Pelo que já se pode compreender melhor que a agravação no
“quantum” devido pelo sujeito passivo da relação jurídica não é
propriamente qualitativa, mas tão-somente quantitativa. A finalidade da
correção monetária, enquanto instituto de Direito Constitucional, não é
deixar mais rico o beneficiário, nem mais pobre o sujeito passivo de uma
dada obrigação de pagamento. É deixá-los tal como qualitativamente se
encontravam, no momento em que se formou a relação obrigacional. Daí me
parecer correto ajuizar que a correção monetária constitui verdadeiro
direito subjetivo do credor, seja ele público, ou, então, privado. Não, porém,
uma nova categoria de direito subjetivo, superposta àquele de receber uma
prestação obrigacional em dinheiro. O direito mesmo à percepção da
originária paga é que só existe em plenitude, se monetariamente corrigido.
Donde a correção monetária constituir-se em elemento do direito subjetivo
à percepção de uma determinada paga (integral) em dinheiro. Não há dois
direitos, portanto, mas um único direito de receber, corrigidamente, um
valor em dinheiro. Pois que, sem a correção, o titular do direito só o recebe
mutilada ou parcialmente. Enquanto o sujeito passivo da obrigação,
correlatamente, dessa obrigação apenas se desincumbe de modo reduzido.
[...]
35. O que se conclui, portanto, é que o§ 12 do
art. 100 da Constituição acabou por artificializar o conceito de atualização
monetária. Conceito que está ontologicamente associado à manutenção do
valor real da moeda. Valor real que só se mantém pela aplicação de índice
que reflita a desvalorização dessa moeda em determinado período. Ora, se a
correção monetária dos valores inscritos em precatório deixa de
corresponder à perda do poder aquisitivo da moeda, o direito reconhecido
por sentença judicial transitada em julgado será satisfeito de forma
excessiva ou, de revés, deficitária. Em ambas as hipóteses, com
enriquecimento ilícito de uma das partes da relação jurídica. E não é difícil
constatar que a parte prejudicada, no caso, será, quase que invariavelmente,
o credor da Fazenda Pública. Basta ver que, nos últimos quinze anos (1996 a
2010), enquanto a TR (taxa de remuneração da poupança) foi de 55,77%, a
inflação foi de 97,85%, de acordo com o IPCA.
[10] http://www.portalbrasil.net/tr_mensal.htm
[11] http://www.portalbrasil.net/ipca_e.htm
[12] O STJ, na mesma linha, entendendo que cabia ao Judiciário suprir a
lacuna deixada com a declaração de inconstitucionalidade do art. 1º-F,
entendeu, sob o rito dos repetitivos, que cabia aplicar o IPCA desde
junho/2009 (REsp 1270439, Rel. Min. Castro Meira, 1ª Seção, DJe
2/8/2013)
[13] TRF2, APELREEX 567712, Rel. Des. Fed. Luiz Paulo da Silva Araújo
Filho, 7ª T. Esp., E-DJF2R 5/9/2013.
[14] Como exemplifica a Remessa Ex Officio em Ação Cível nº
2012.51.01.008675-4, julgada em novembro/2014 pela 8ª Turma sob
relatoria
do Desembargador Marcelo Pereira:
[...] No que tange à correção monetária, havendo sido declarada pelo
Supremo Tribunal Federal, no julgamento das ADI’s nos 4.357 e 4.425 a
inconstitucionalidade do Artigo 1º-F, d Lei nº 9.494/1997, com redação
dada pela Lei nº 11.960/2009, na parte em que previa, para as condenações
impostas à Fazenda Pública, a adoção dos índices oficiais de remuneração
básica aplicáveis à caderneta de poupança (Taxa Referencial-TR,
Lei 8.177/91), mas, encontrando-se pendente o julgamento da modulação
dos efeitos da referida declaração de inconstitucionalidade, deverá ser
aplicada a Tabela de Cálculos da Justiça Federal, aprovada pela Resolução
nº 134, de 21.12.2010, do CJF, sem as alterações promovidas pela Resolução
nº 267, de 02.12.2013. [...]
[15] Em sentido contrário, algumas Turmas deste Tribunal passaram a
adotar o novo marco temporal, março/2015 , para aplicação do IPCA-E,
mantendo, no período pretérito a TR, eleita pelo art. 1º-F da Lei
nº 9.494/1997, na redação da Lei nº 11.960/2009. Leia-se, ilustrativamente:
[...] 5- A questão referente à validade da correção monetária e dos juros
moratórios incidentes sobre as condenações impostas à Fazenda Pública
segundo a redação da Lei nº 11.960/09 teve recentemente sua repercussão
geral conhecida no RE 870.947, cujo mérito, no
entanto, ainda não foi julgado. 6 - Apesar da sentença ter afastado o índice
previsto na Lei nº 11.960/09 para a correção monetária, tendo em vista a
declaração parcial de inconstitucionalidade proferida nas ADI´s 4.357 e
4.425, verifica-se que o STF modulou os efeitos dessa declaração de
inconstitucionalidade, considerando válido o índice básico da caderneta de
poupança (TR) para a correção dos precatórios, até o dia 25/03/2015,
estabelecendo, após essa data, sua substituição pelo índice de Preços ao
Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). 7-Tendo em vista que os atrasados
compreendem o período de fevereiro/2010 a agosto/2012, a sentença deve
ser reformada, de modo que a correção monetária seja efetuada pelo índice
oficial da caderneta de poupança (TR). 8- Remessa necessária parcialmente
provida, apenas para determinar que a correção monetária observe o índice
oficial da caderneta de poupança (TR), ressalvando futuro entendimento a
ser fixado pelo STF em repercussão geral.(APELREEX 2012.51.01.046309-
4, Rel. Des. Fed. Marcus Abraham, 5ª T. Esp., E-DJF2R 23/7/2015)
[...] 1. Em 25/03/2015, o STF concluiu o julgamento e resolveu a questão de
ordem no que tange à modulação dos efeitos das decisões proferidas nas
ADIs 4.357 e 4.425, entendendo que deveria ser aplicado o índice oficial de
remuneração básica da caderneta de poupança (TR), nos termos da Emenda
Constitucional nº 62/2009, até 25/03/2015, data após a qual os créditos em
precatórios deveriam ser corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor
Amplo Especial (IPCA-E). 2. Uma vez que a ação foi ajuizada em 1995, os
atrasados deverão ser corrigidos monetariamente, desde quando devida
cada parcela, de acordo com o Manual de Cálculos da Justiça Federal até
30/06/2009, quando deverá ser observado o índice de remuneração básica
das cadernetas de poupança, nos termos do art. 5º da Lei nº 11.960/2009 e,
a partir de 25/03/2015, mediante a aplicação do IPCA-E, de acordo com
decisão do STF quanto à modulação dos efeitos da inconstitucionalidade
declarada nas ADIsnºs 4.357 e 4.425. 3. Os juros da mora, devidos a partir
da citação, incidem no percentual de 6% ao ano, nos termos do artigo 1º-F
da Lei nº 9.494/1997, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.180-
35/2001, até a entrada em vigor da Lei nº 11.960/2009, quando deverão ser
observados os índices aplicados às cadernetas de poupança. 4. Recurso
parcialmente provido. (AG 2014.00.00.106662-8, Rel. Des. Fed. Luiz Paulo
Araújo da Silva Filho, 7ª T. Esp., E-DJF2R 10/7/2015)
Outros TRFs seguiram a mesma linha, aplicando a modulação do STF. No
TRF4 , cito o AG 5024193-20.2015.404.0000, 4ª Turma, Rel.
Des.Fed. Candido Alfredo Silva Leal Jr, public. 24/7/2015 . No
TRF1 : “Correção monetária: as parcelas vencidas deverão ser corrigidas: a)
nos termos do MCCJF até o dia anterior à entrada em vigor da Emenda
à Constituição n. 62/2009 (09.12.2009): b) a partir de 10/12/2009 até
25/03/2015 (período de vigência da EC n. 62/2009) incidirá o índice da
caderneta de poupança; c) de 26/03/2015 em diante os créditos deverão ser
corrigidos pelo índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E)
tudo conforme modulação dos efeitos do julgado nas ADIs 4.357 e 4.4.25.”
( AC 0009050-06.2011.4.01.3814, Rel. Des. FEd. Francisco de
Assis Betti, 2ª Turma, public. 25/5/2015 ). Mas há também, no TRF1,
precedentes que continuam aplicando o IPCA-E desde março/2013, quando
foi declarada a inconstitucionalidade do art. 1ºF da Lei nº 9.494/1997:
“Correção monetária com base nos índices do Manual de Cálculos da Justiça
Federal, aplicando-se o IPCA-E após a entrada em vigor da Lei
nº 11.960/2009, tendo em vista a imprestabilidade da TR - atualmente
usada na remuneração das cadernetas de poupança - como índice de
correção monetária de débitos judiciais, conforme fundamentos utilizados
pelo STF no julgamento das ADI n 493 e 4.357/DF, e ainda pelo STJ no
julgamento do REsp nº 1.270.439/PR, pelo rito do art. 543-C do CPC.” (AC
0052335-25.2013.4.01.9199, Rel. Des. Fed. Candido Moraes, 2ª Turma,
public. 16/7/2015)
[16] DIREITO CONSTITUCIONAL. REGIME DE ATUALIZAÇÃO
MONETÁRIA E JUROS MORATÓRIOS INCIDENTE SOBRE
CONDENAÇÕES JUDICIAIS DA FAZENDA PÚBLICA. ART. 1º-F DA LEI
Nº 9.494/97 COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 11.960/09. TEMA 810.
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. (STF, RE 870947, Rel. Min. Luiz
Fux, public. 27/4/2015)
[17] Eis os demais fundamentos do voto:
Tendo em vista a recente conclusão do julgamento das ADIs nº 4.357 e
4.425, ocorrida em 25 de março de 2015, revela-se oportuno que o Supremo
Tribunal Federal reitere, agora em sede de repercussão geral, as razões que
orientaram aquele pronunciamento da Corte, o que, a um só tempo,
contribuirá para orientar os tribunais locais quanto à aplicação do decidido
pelo STF, bem como evitará que casos idênticos cheguem a esta Suprema
Corte. Tendo em vista, porém, algumas sutilezas formais adiante explicadas,
sobretudo na hipótese da correção monetária, acredito que não seja caso de
reafirmação de jurisprudência pelo Plenário Virtual, devendo a questão ser
apreciada pela Corte em julgamento presencial.
[...]
Pois bem. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar as ADIs nº 4.357 e 4.425,
declarou a inconstitucionalidade da correção monetária pela TR apenas
quanto ao segundo período, isto é, quanto ao intervalo de tempo
compreendido entre a inscrição do crédito em precatório e o efetivo
pagamento. Isso porque a norma constitucional impugnada nas ADIs
(art. 100, § 12, da CRFB, incluído pela EC nº 62/09) referia-se apenas à
atualização do precatório e não à atualização da condenação ao concluir-se a
fase de conhecimento. Essa limitação do objeto das ADIs consta
expressamente das respectivas ementas, as quais, idênticas, registram o
seguinte:
[...]
A redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, tal como fixada pela Lei
nº 11.960/09, é, porém, mais ampla, englobando tanto a atualização de
requisitórios quanto a atualização da própria condenação. [...]
As expressões uma única vez e até o efetivo pagamento dão conta de que a
intenção do legislador ordinário foi reger a atualização monetária dos
débitos fazendários tanto na fase de conhecimento quanto na fase de
execução. Daí por que o STF, ao julgar as ADIs nº 4.357 e 4.425, teve de
declarar a inconstitucionalidade por arrastamento do art. 1º-F da Lei
nº 9.494/97. Essa declaração, porém, teve alcance limitado e abarcou
apenas a parte em que o texto legal estava logicamente vinculado no
art. 100, § 12, da CRFB, incluído pela EC nº 62/09, o qual se refere tão
somente à atualização de valores de requisitórios.
Na parte em que rege a atualização monetária das condenações impostas à
Fazenda Pública até a expedição do requisitório (i.e., entre o dano
efetivo/ajuizamento da demanda e a condenação), o art. 1º-F da Lei
nº 9.494/97 ainda não foi objeto de pronunciamento expresso do Supremo
Tribunal Federal quanto à sua constitucionalidade e, portanto, continua em
pleno vigor. Ressalto, por oportuno, que este debate não se colocou
nas ADIs nº 4.357 e 4.425, uma vez que, naquelas demandas do controle
concentrado, o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 não foi impugnado
originariamente e, assim, a decisão por arrastamento foi limitada à
pertinência lógica entre o art. 100, § 12, da CRFB e o aludido dispositivo
infraconstitucional. [...]
Não obstante isso, diversos tribunais locais vêm estendendo a decisão do
Supremo Tribunal Federal nas ADIs nº 4.357 e 4.425 de modo a abarcar
também a atualização das condenações (e não apenas a dos precatórios).
[...].
Ainda que haja coerência, sob a perspectiva material, em aplicar o mesmo
índice para corrigir precatórios e condenações judiciais da Fazenda Pública,
é certo que o julgamento das ADIs nº 4.357 e 4.425, sob a perspectiva
formal, teve escopo reduzido. Daí a necessidade e urgência em o Supremo
Tribunal Federal pronunciar-se especificamente sobre a questão e pacificar,
vez por todas, a controvérsia judicial que vem movimentando os tribunais
inferiores e avolumando esta própria Corte com grande quantidade de
processos. Manifesto-me pela existência da repercussão geral da seguinte
questão constitucional: [...]
[18] Neste TRF, os procedimentos de expedição de precatório,
pela via eletrônica, a partir do cadastramento dos dados pelo juiz,
obedecem a Resolução CJF nº 268/2011 .
[19] Disse a Ministra Relatora, em sua decisão:
Nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 4.357/DF e 4.425/DF, o
Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da aplicação da
Taxa Referencial - TR para a correção monetária dos débitos da Fazenda
Pública no período entre a inscrição do crédito em precatório e o seu efetivo
pagamento. Nessas ações, o Supremo Tribunal assentou que o art. 1º-F da
Lei n. 9.494/1997, com a alteração da Lei n. 11.960/2009, ao reproduzir as
regras da Emenda Constitucional n. 62/2009 quanto à atualização
monetária e à fixação de juros moratórios de créditos inscritos em
precatórios, contrariaria o direito à propriedade e o princípio da isonomia,
por isso declarou a inconstitucionalidade desse dispositivo legal por
arrastamento.
[...]
Na espécie, pela decisão reclamada proferida em fase de conhecimento,
impôs-se a aplicação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial –
IPCA-E para correção monetária do débito no período anterior à expedição
do precatório, com base na interpretação da decisão proferida na Questão de
Ordem nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 4.357/DF e
4.425/DF, pelo Supremo Tribunal Federal. Para efeito de liminar, parece
que a interpretação extensiva dada pela Turma Recursal em matéria
decidida por este Supremo Tribunal, descumpre a decisão proferida na
Questão de Ordem nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 4.357/DF
e 4.425/DF, invocada como paradigma, que versou sobre a correção
monetária de crédito em precatório.
[...]
Pelo exposto, sem prejuízo de reapreciação da matéria no julgamento de
mérito, defiro a medida liminar pleiteada apenas para suspender os efeitos
da decisão reclamada, na parte em que aplicou o entendimento fixado pelo
Supremo Tribunal na Questão de Ordem nas Ações Diretas de
Inconstitucionalidade ns. 4.357/DF e 4.425/DF, o que não impede a
tramitação do processo.
[20] Ora, como se pode perceber em juízo preliminar e sumário, o Superior
Tribunal de Justiça, ao estabelecer índice de correção monetária
diverso daquele fixado pelo art. 1º-F da Lei 9.494/97 (com redação dada
pelo art. 5º da Lei nº 11.960/2009), nos termos do decidido pela Corte no
julgamento de mérito das ADIs 4.357 e 4.425, aparentemente, descumpriu
referida medida cautelar.
Com essa mesma orientação, menciono os seguintes julgados: RE 831.120,
Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 2/9/2014, e RE 800.007-AgR, Rel.
Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 25/4/2014, cuja ementa segue
transcrita:
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE
SERVIÇO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA E JUROS MORATÓRIOS
FIXADOS COM BASE NO ART. 1º-F DA LEI N. 9.494/1997, COM A
ALTERAÇÃO DO ART. 5º DA LEI N. 11.960/2009. JULGADO PROFERIDO
PELO TRIBUNAL DE ORIGEM MANTIDO. AGRAVO REGIMENTAL AO
QUAL SE NEGA PROVIMENTO”.
Ex positis, DOU PROVIMENTO ao agravo para, desde logo, PROVER
PARCIALMENTE o recurso extraordinário (arts. 21, § 2º, do RISTF
e 557, § 1º-A do CPC), e determinar a aplicação do art. 1º-F da Lei
nº 9.494/1997, com redação dada pela Lei nº 11.960/2009.”

[21] 9. Em 25.03.2015, foi concluído o julgamento da modulação dos efeitos


das declarações de inconstitucionalidade realizadas nas ADIs
4.357 e 4.425. Na linha do que já vinha sendo decidido, o Plenário do STF
assentou a sobrevida do modelo de pagamento de precatórios
instituído pela EC nº 62/2009. No que tange aos critérios de correção
monetária, manteve a eficácia da redação dada pela Lei nº 11.960/2009 ao
art. 1º-F da Lei 9.494/1997, declarando-a incidente às condenações da
Fazenda Pública até a data daquela sessão, observados, no entanto,
quanto aos precatórios da Administração Pública federal, os critérios
previstos no art. 27 da Lei nº 12.919/2013 e no art. 27 da Lei nº
13.080/2015. [...] No caso dos autos, a decisão reclamada é anterior a
25.03.2015, não se referindo a precatório já expedido, circunstância da qual
decorre – nos termos da compreensão amplamente dominante nesta Corte
– o dever de observar os critérios de correção instituídos pela
EC nº 62/2009 e pela Lei nº 11.960/2009. Nesse sentido, confiram-se as
seguintes decisões monocráticas: Rcls 18.366 e 19.778, Rel. Min.
Celso de Mello; Rcls 20.144 e 20.614, Rel. Min. Teori Zavascki; Rcls 19.398,
19.402 e 19.406, Rel. Min. Cármen Lúcia; e Rcls 18.464 e
18.596, Rel. Min. Luiz Fux. 11. Saliento que não interfere no julgamento
desta reclamação o reconhecimento da repercussão geral no RE
870.947 (Rel. Min. Luiz Fux, tema 810 - “Validade da correção monetária e
dos juros moratórios incidentes sobre as condenações impostas à Fazenda
Pública, conforme previstos no art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação
dada pela Lei 11.960/2009”). Ao menos até que
sobrevenha decisão nos referidos autos, é de se adotar o entendimento
prevalecente segundo o qual a eficácia vinculante das ADIs 4.357 e
4.425 serve para manter a aplicação da TR à correção de débitos da Fazenda
Pública, exceto para as condenações posteriores a 25.03.2015 e
para os precatórios da Administração Pública federal expedidos com base no
art. 27 da Lei nº 12.919/2013 e no art. 27 da Lei nº 13.080/2015. 12. Diante
do exposto, com base no art. 161, parágrafo único, do RI/STF, julgo
procedente o pedido, para cassar o acórdão reclamado, tãosomente na parte
em que afastou a aplicação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997, com a redação
conferida pelo art. 5º da Lei nº 11.960/2009.

[22] Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de


órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua
incidência, no todo ou em parte.
[23] 29/6/2009.
[24] Resoluções CJF nos 134/2010 e 267/2013. Nos termos do Manual de
Cálculo, para as condenações em geral observa-se o seguinte:

Período Indexador

de 1964 a fevereiro/1986 ORTN

de março/1986 a janeiro/1989 OTN

janeiro/1989 IPC de 42,72%

fevereiro/1989 IPC de 10,14%

de março/1989 a março/1990 BTN

de março/1990 a fevereiro/1991 IPC

de março/1991 a novembro/1991 INPC

dezembro/1991 IPCA série especial

de janeiro/1992 a dezembro/2000 Ufir

a partir de janeiro/2001 IPCA-E

[25] Retome-se, mais uma vez mais, o esclarecimento do Min. Fux no RE


870947:
Diferentemente dos juros moratórios, que só incidem uma única vez até o
efetivo pagamento, a atualização monetária da condenação imposta à
Fazenda Pública ocorre em dois momentos distintos. O primeiro se dá ao
final da fase de conhecimento com o trânsito em julgado da decisão
condenatória. Esta correção inicial compreende o período de tempo entre o
dano efetivo (ou o ajuizamento da demanda) e a imputação de
responsabilidade à Administração Pública. A atualização é estabelecida pelo
próprio juízo prolator da decisão condenatória no exercício de atividade
jurisdicional. O segundo momento ocorre já na fase executiva, quando o
valor devido é efetivamente entregue ao credor. Esta última correção
monetária cobre o lapso temporal entre a inscrição do crédito em precatório
e o efetivo pagamento. Seu cálculo é realizado no exercício de função
administrativa pela Presidência do Tribunal a que vinculado o juízo prolator
da decisão condenatória.
[26] Fls. 49 dos embargos.
[27] Fls. 70 dos embargos.
[28] Fls. 88 dos embargos - certidão de trânsito em julgado: 19/10/2010. Ou
seja, o título - de 27/4/2009 - é anterior à Lei nº 11.960/2009, mas a coisa
julgada somente formou posteriormente.
[29] EXECUÇÃO DE SENTENÇA. TAXA DE JUROS. NOVO CÓDIGO
CIVIL. VIOLAÇÃO À COISA JULGADA. INEXISTÊNCIA. ART.
406 DO NOVO CÓDIGO CIVIL. TAXA SELIC. 1. Não há violação à coisa
julgada e à norma do art. 406 do novo Código Civil, quando o título judicial
exequendo, exarado em momento anterior ao CC/2002, fixa os juros de
mora em 0,5% ao mês e, na execução do julgado, determina-se a incidência
de juros previstos nos termos da lei nova. [...]

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