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Plano Integrado de

ENFRENTAMENTO
da FEMINIZAÇÃO
da Epidemia de Aids
e outras DST

Março, 2007
© 2007. Ministério da Saúde
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
1ª edição – tiragem: 1.000 exemplares

Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro de Estado da Saúde


José Agenor Álvares da Silva

Secretário de Vigilância em Saúde


Fabiano Geraldo Pimenta Jr.

Elaboração, distribuição e informações:


MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Programa Nacional de DST e Aids
SEPN, 511, Bloco C
CEP.: 70.750, Brasília, DF
E-mail: aids@aids.gov.br / edicao@aids.gov.br
Homepage: http://www.aids.gov.br
Disque Saúde / Pergunte Aids: 0800 61 1997

Publicação financiada com recursos do Fundo de População das Nações Unidas -UNFPA
Organizadoras: Katia Guimarães e Ângela Donini
Colaboração: Simone Diniz – Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo

Programa Nacional de DST e Aids – Ministério da Saúde


Diretora: Mariângela Batista Galvão Simão
Responsável pela Unidade de Prevenção: Ivo Brito
Assessoras e Assessores:
Ana Paula Prado
Artur Iuri
Denis Ribeiro
Dulce Ferraz
Gerson Fernandes
Ivana Drummond Cordeiro
Karen Bruck
Liliana Ribeiro
Mie Okamura
Nair Brito
Valdir Pinto
Vera Lopes

Área Técnica de Saúde da Mulher – Ministério da Saúde


Coordenadora: Maria José de Oliveira Araújo
Assessoras:
Cláudia Araújo de Lima
Giani Silvana Schwengber Cezimbra
Iolanda Vaz Guimarães
Isa Paula Hamouche Abreu
Lidiane Ferreira Gonçalves
Regina Rodrigues de Morais
Rurany Ester Silva

Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres - Presidência da República


Ministra: Nilcéa Freire
Secretária-adjunta: Teresa Sousa
Assessora Especial: Laisy Morière
Subsecretária de Monitoramento e Ações Temáticas: Aparecida Gonçalves
Assessora de Imprensa: Maria Clara Notaroberto

Fundo de População das Nações Unidas – UNFPA/Brasil


Representante: Alanna Armitage
Assessora de Comunicação e Advocacy: Etienne França
Consultora para a Juventude: Ana Laura Becker Aguiar
SUMÁRIO

7
A P R E S E N TA Ç Ã O

8
I N T R O D U ÇÃO

13
A F E M I N I Z AÇÃO DA E P I D E M I A :
D E S A F I O S PA R A A S U P E R A Ç Ã O
DA S V U L N E R A B I L I DA D E S

20
P O L Í T I CA S I N T E R S E TO R I A I S
PA R A A S M U L H E R E S

23
O B J E T I VO G E R A L
DO PLANO

O B J E T I VO S E S P E C Í F I C O S
DO PLANO

DIRETRIZES
24
A Ç Õ E S E S T R AT É G I C A S

26
M E TA S

27
AT I V I D A D E S S U G E R I D A S

30
anexo
MARCOS QUE NORTEIAM
A S P O L Í T I CA S P Ú B L I CA S
B R A S I L E I R A S PA R A A S M U L H E R E S
7

A P R E S E N TA Ç Ã O

A Secretaria Especial de Políticas para as Mulhe- pectiva de gênero e a garantia dos di-
res e o Ministério da Saúde, por meio do Programa reitos humanos de todas as pessoas é
Nacional de DST e Aids e da Área Técnica de Saúde condição fundamental para a redução
da Mulher, apresentam às instituições que atuam das vulnerabilidades e da ocorrência
no campo dos direitos humanos, direitos sexuais de infecções provocadas por relações
e direitos reprodutivos das mulheres brasileiras o desprotegidas.
Plano Integrado de Enfrentamento à Feminização
da Epidemia da Aids e outras DST. Para a execução O Plano visa a nortear a implanta-
do Plano contamos com o apoio do Fundo de Po- ção e a implementação de ações nos
pulação das Nações Unidas (UNFPA), do Fundo das níveis federal, estadual e municipal.
Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e do Fundo Seu objetivo central é a promoção da
das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM). saúde sexual e da saúde reprodutiva,
por meio do desenvolvimento de ações
Resultado de uma parceria que intersetoriais com capacidade para
procurou reunir esforços e alçar vôo acelerar o acesso aos insumos de pre-
a partir da articulação intersetorial venção, ao diagnóstico e ao tratamen-
e da participação de parceiras/os da to das doenças sexualmente transmis-
sociedade civil, o Plano tem como síveis e da aids, para as mulheres das
elemento fundamental o enfrenta- diferentes regiões de nosso País.
mento das múltiplas vulnerabilidades
que contribuem para que as mulheres O cumprimento do Plano está as-
brasileiras estejam mais suscetíveis à sociado a uma agenda destinada a
infecção pelo vírus HIV e a outras do- ampliar o diálogo e a estruturação de
enças sexualmente transmissíveis. ações nos níveis estaduais e municipais.
O êxito das ações e a consolidação do
Nos últimos anos, o principal Plano dependem do compromisso dos
aprendizado no enfrentamento à epi- gestores, dos profissionais de saúde e
demia é o de que devemos considerar da participação ativa da comunidade
os componentes socioeconômicos e para que as diferentes necessidades
culturais que estruturam a desigual- das mulheres sejam contempladas nos
dade entre homens e mulheres. A planejamentos regionais.
violência doméstica e sexual contra
mulheres e meninas e a discriminação Finalmente, esperamos que este
e o preconceito relacionados à raça, Plano seja mais um instrumento na luta
à etnia e à orientação sexual são ex- pela conquista da igualdade e da cida-
pressões dessa desigualdade. dania plena das mulheres brasileiras.

O estabelecimento dessas novas


parcerias e espaços institucionais, Nilcéa Freire
Ministra da Secretaria Especial
aqui apresentados, para atuar na
de Políticas para as Mulheres
prevenção das doenças sexualmente
transmissíveis visa, sobretudo, a re- José Agenor Álvares da Silva
afirmar que a incorporação da pers- Ministro da Saúde
8

INTRODUÇÃO

O Plano Integrado representa a consolidação governamentais em todas as regiões


de uma política intersetorial para o enfrentamen- de nosso País. Iniciativas que coti-
to da epidemia de aids e a prevenção de doenças dianamente se apóiam na luta pelos
sexualmente transmissíveis entre as mulheres. A direitos sexuais e pelos direitos re-
construção de uma resposta integrada para a redu- produtivos para promover a melhoria
ção dos contextos de vulnerabilidade que deixam da qualidade de vida das mulheres,
as mulheres mais suscetíveis à infecção pelo vírus como é o caso do Plano Nacional de
HIV e a outras doenças sexualmente transmissíveis Políticas para as Mulheres.
é um importante marco histórico de fortalecimen-
to da atuação no campo dos direitos das mulheres, Em termos globais, a epidemia
da promoção da saúde e da prevenção. de aids se constituiu em uma reali-
dade para as mulheres, desde o seu
O enfrentamento da feminização surgimento. A ocorrência da infecção
da epidemia exige que os esforços se pelo HIV foi detectada em mulheres,
concentrem na redução dos fatores em 1981, nos Estados Unidos. Entre-
de ordem social, individual e progra- tanto, como a existência desses casos
mática que implicam a limitação de era entendida como restrita a mulhe-
acesso à informação, aos insumos de res parceiras de usuários de drogas
prevenção, ao diagnóstico e ao trata- injetáveis, de hemofílicos e de ho-
mento. Essas limitações, somadas aos mens bissexuais, ou mulheres envol-
aspectos socioculturais relacionados vidas na prática da prostituição, foi
às desigualdades de gênero, se cons- somente no início da década de 90 que
tituem como os principais desafios surgiram as primeiras respostas coor-
para a implantação do Plano. denadas voltadas para esse segmento.

O cenário atual demonstra clara- No primeiro momento a resposta


mente que o enfrentamento da fe- foi construída a partir da estratégia
minização da epidemia de aids deve de fortalecimento das ações junto às
incluir a análise e o tratamento ade- mulheres para que tomassem consci-
quado de todas as variáveis e fatores ência de sua vulnerabilidade social e
a ela associados. Portanto, uma res- individual e, de ações para deter o
posta intersetorial e de mobilização crescimento da transmissão vertical.
comunitária exige um forte compro- No entanto, observou-se que as variá-
misso dos diferentes atores sociais veis vinculadas à desigualdade de gê-
que compõem o cotidiano das políti- nero deveriam ser consideradas, quais
cas públicas e do controle social. sejam:

O Plano vem somar esforços às


diferentes iniciativas levadas adian-
te por atores governamentais e não-
9

• A inexistência ou a insuficiência Em todo o mundo, 17,3 milhões de


de políticas públicas que efeti- mulheres com 15 anos ou mais estão
vem os direitos humanos das mu- vivendo com HIV. Isto representa cerca
lheres, conforme estabelecido em de 50% do total das pessoas infectadas.
diferentes instrumentos acordados
internacionalmente como a Plata- Em termos do cenário internacio-
forma de Ação da IV Conferência nal podemos destacar que:
Mundial sobre a Mulher (Beijing,
1995) e o Plano de Ação da Confe-
rência Mundial de População e De- • ¾ (76%) de todas as mulheres HIV po-
senvolvimento (Cairo, 1994); sitivas vivem na África Sub-Saariana,
• A persistência de um olhar sobre a onde as mulheres representam 59%
saúde das mulheres com um enfo- dos adultos vivendo com HIV. Na Áfri-
que meramente reprodutivo, con- ca Sub-Saariana, cerca de 3 a cada 4
centrando esforços na proteção à (74%) pessoas jovens, entre 15 e 24
maternidade; anos, vivendo com HIV são do sexo fe-
• A falta de acesso a serviços de saú- minino.
de que promovam a efetivação dos • Na Ásia, as mulheres representam 30%
direitos sexuais e reprodutivos de dos adultos vivendo com HIV. Os núme-
meninas e mulheres; ros são mais altos em alguns países da
• A falta de acesso à educação por região, alcançando 39% na Tailândia e
parte de vastos contingentes de 46% no Camboja.
meninas e mulheres, notadamente • No Caribe, 51% dos adultos vivendo
na África e alguns países da Améri- com HIV são mulheres, enquanto nas
ca Latina e Caribe; Bahamas e em Trinidade e Tobago, as
• A persistência de padrões culturais estatísticas são 59% e 56%, respectiva-
e religiosos que interferem nega- mente.
tivamente na adoção de medidas • Na Europa do Leste e na América Lati-
preventivas, como o uso do pre- na, uma crescente proporção de pes-
servativo tanto masculino quanto soas vivendo com HIV é mulheres.
feminino; • Na Ucrânia, que tem uma das epide-
• A menor empregabilidade femini- mias que crescem mais rapidamente
na, a ocupação das posições mais na Europa, as mulheres agora repre-
precárias pelas mulheres e nos se- sentam quase metade (46%) dos adul-
tores informais da economia; tos vivendo com HIV.
• A violência doméstica e sexual; • Estima-se que 90% das pessoas viven-
do com HIV, em todo o mundo, não
Para além dessas variáveis, veri- sabem que estão infectadas, e me-
ficou-se também a necessidade de nos de 10% das mulheres grávidas fi-
desenvolver estudos e pesquisas que zeram teste de HIV.
levem em consideração as especifi- • Em todo o mundo, são usualmente as
cidades orgânicas e psicossociais de mulheres que cuidam de doentes e
mulheres e meninas no tocante aos crianças. Nos locais que estão entran-
métodos de prevenção e tratamento do em colapso sob o impacto da aids,
da infecção/doença. são principalmente as mulheres – in-
cluindo as mais velhas – que assumem
a assistência, com pouco apoio.
10

e 16,1 por 100.000 hab. entre mulhe-


• Menos de 1 a cada 5 mulheres casadas res. A razão de sexos vem diminuin-
em Bangladesh tinham ouvido falar da do sistematicamente, passando de
aids. No Sudão, apenas 5% das mulhe- 15,1 homens por mulher, em 1986,
res sabiam que a utilização de preser- para 1,5 homens por mulher, em 2005
vativos poderia prevenir a infecção (gráfico I).
por HIV. Mais de 2/3 das mulheres nun-
ca tinham visto ou ouvido falar sobre Verifica-se, também, um aumento
preservativos. progressivo do número de municípios
• Estudos na África do Sul e Tanzânia brasileiros com pelo menos um caso
mostram que mulheres que sofreram de aids em mulheres desde 1980, o
violência eram até 3 vezes mais pro- que indica que a interiorização vem
pensas a estar infectadas por HIV que sendo acompanhada por um processo
mulheres que não haviam sofrido vio- de feminização da epidemia. Tal pro-
lência. cesso se apresenta mais acentuado em
• A violência – e mesmo o medo de so- algumas regiões do que em outras e
frer violência – impede que muitas tende a acompanhar o deslocamen-
mulheres e meninas tomem conheci- to que se verifica com a mobilidade
mento de ou informem seu status de populacional sazonal e permanente
soropositividade para HIV, ou mesmo nas zonas de expansão das fronteiras
procurem serviços de saúde especiali- agropecuária e de mineração.
zados.
• No Camboja, o medo da violência do- A epidemia de aids vem, progressi-
méstica é aparentemente uma das ra- vamente, se interiorizando e atingin-
zões que levam ao baixo número de do as pessoas em situação de pobreza.
mulheres que têm utilizado serviços Tanto no Brasil quanto em outros pa-
de aconselhamento e testagem para íses em desenvolvimento, a pobreza
HIV em algumas clínicas de pré-natal. é apontada como um dos contextos
• Mulheres HIV positivas sofrem discri- estruturais da vulnerabilidade para as
minação, abandono e violência. O DST/HIV/aids.
mesmo acontece com mulheres cujos
parceiros ficam doentes ou morrem Embora o grau de escolaridade
devido a doenças oportunistas relacio- isoladamente não seja suficiente para
nadas à aids. Elas perdem seus lares, indicar a condição socioeconômica
herança, posses, meios de subsistên- da população afetada pela epidemia,
cia e mesmo suas crianças1. essa medida é a que mais se aproxi-
ma como indicador de pobreza. Nesse
sentido, os dados mostram que 52%
No Brasil, do total de casos notifi- dos casos entre mulheres são entre
cados até junho de 2006, 67,2% foram aquelas que não têm nenhuma esco-
do sexo masculino (290.917 casos) e laridade e entre aquelas que não con-
32,8% do feminino (142.138 casos) e, cluíram o primeiro grau do ensino fun-
em 2003, a taxa de incidência foi de damental (com 1 a 3 anos de estudos
25,4 por 100.000 hab. entre homens 29% e com 4 a 7 anos de estudo 19%).

1
Keeping the Promise: An Agenda for Actions on
Women and AIDS. The Global Coalition on Women
and AIDS, UNAIDS, 2006.
11

Outro indicador importante é a No Brasil, o acesso universal ao


escolaridade das mulheres gestantes tratamento, desde 1996, tem resul-
diagnosticadas com HIV, que confirma tado na queda do número de óbitos,
a tendência verificada de pauperiza- na diminuição das internações relacio-
ção da epidemia. Dos 31.921 casos de nadas a aids, promovendo melhora na
gestantes HIV+, 3% são analfabetas, qualidade de vida. Entretanto, muitos
13% têm apenas três anos de estudos e são os desafios para que as múltiplas
39% têm entre 4 e 7 anos de estudos. vulnerabilidades sejam superadas e
que ações em prevenção positHIVa
O enquadramento da resposta atendam às necessidades das mulhe-
brasileira às tendências apresentadas res que vivem com HIV/aids em sua
deve estar orientado para as carac- integralidade. Neste sentido, o Plano
terísticas que a epidemia assume em também prioriza ações estratégicas de
cada contexto social particular, dando prevenção, protagonismo e qualidade
atenção as dimensões socioculturais, de vida para as mulheres que vivem
programáticas e de direitos humanos. com HIV/aids.

GRÁFICO I

RAZÃO DE SEXOS ENTRE OS CASOS DE AIDS POR ANO DE DIAGNÓSTICO


Brasil, 1986 a 2005*
30

26,5

25

20
18,0
Razão de sexos (H:M)

15,1
15

12,0

10 9,0

6,3 6,0
5,3
4,7
5 3,9
3,5 3,2
2,8
2,4 2,1 1,9 1,8 1,7 1,6 1,6 1,5 1,5 1,4

0
1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Ano de diagnóstico
* Casos notificados no SINAN e registrados no SISCEL até 31/12/2005 e SIM de 2000 a 2004.
Fonte: MS/SVS/PN-DST/AIDS.
CASOS DE AIDS POR MUNICÍPIO

GRÁFICO II GRÁFICO III

MUNICÍPIOS COM PELO MENOS MUNICÍPIOS COM PELO MENOS 01 CASO DE


01 CASO DE AIDS EM MULHER. AIDS EM MULHER.
Brasil, 1980-1989* Brasil, 1990-1995*

nenhum caso nenhum caso

pelo menos um caso pelo menos um caso

* Casos notificados no Sinan e registrados * Casos notificados no Sinan e registrados


no Siscel até 30/06/2005. no Siscel até 30/06/2005.

GRÁFICO IV GRÁFICO V

MUNICÍPIOS COM PELO MENOS MUNICÍPIOS COM PELO MENOS 01 CASO DE


01 CASO DE AIDS EM MULHER. AIDS EM MULHER.
Brasil, 1996-2000* Brasil, 2001-2005*.

nenhum caso nenhum caso

pelo menos um caso pelo menos um caso

* Casos notificados no Sinan e registrados * Casos notificados no Sinan e registrados


no Siscel até 30/06/2005. no Siscel até 30/06/2005.
13

A FEMINIZAÇÃO DA EPIDEMIA:
D E S A F I O S PA R A A S U P E R A Ç Ã O
DAS VULNERABILIDADES

O principal desafio social e programático a ser Com efeito, esse poder diferencia-
considerado é traduzir as soluções para a supera- do entre mulheres e homens também
ção dos diferentes contextos de vulnerabilidade amplia a vulnerabilidade das mulhe-
das mulheres as DST e HIV/aids em ações concre- res, pois relega a sexualidade femini-
tas, que assegurem o acesso aos métodos de pre- na ao silêncio, sobretudo, no que diz
venção disponíveis nos sistema de saúde e, no caso respeito aos cuidados com o corpo e
de exposição a um determinado agravo, tenham a com a saúde sexual; e ainda pela vio-
garantia de assistência de qualidade. lência física e sexual contra mulheres
adultas, crianças e adolescentes2.
Nesse caso, um aspecto fundamen-
tal a ser considerado na análise tanto Na perspectiva dos papéis relacio-
da vulnerabilidade individual quanto nados ao exercício da masculinidade
da social são as relações desiguais de em nossa sociedade, noções como
gênero, isto é, as relações de poder a de que os homens devem iniciar a
existente entre homens e mulheres. vida sexual o mais cedo possível, ter
muitas parceiras sexuais, “controlar”
Em todas as sociedades, há dife- suas parceiras e que as práticas sexu-
renças entre os papéis sociais desem- ais sem o uso do preservativo são mais
penhados por homens e mulheres, no prazerosas, se constituem o centro
seu acesso aos recursos produtivos e da vulnerabilidade das mulheres no
na sua autonomia para tomar deci- que diz respeito à prevenção da in-
sões. Historicamente, essas diferen- fecção pelo HIV/aids e outras DST.
ças se expressam de forma desfavo- A reprodução de papéis tradicionais
rável às mulheres, transformando-se nas relações de gênero e das relações
em desigualdades que as prejudicam de poder entre os gêneros interfere
fortemente, por exemplo, no acesso na capacidade de negociação de prá-
ao emprego, à educação, à moradia e ticas de sexo mais seguro com seus
à renda. Essas desigualdades também parceiros2.
delineiam diferentes formas e níveis
de discriminação quanto ao exercício
da sexualidade feminina.
2
Diniz, S. Gênero e prevenção das DST/aids, 2001.
14

Por essas razões, é de fundamen- É sabido que as DST aumentam


tal importância a inserção de ativida- em até 18 vezes o risco de trans-
des voltadas para a sensibilização e missão do HIV. As mulheres com
envolvimento dos homens nas estraté- DST são assintomáticas na maio-
gias de prevenção das DST/aids e do ria dos casos, o que pode acar-
enfrentamento da violência contra a retar complicações, tanto para
mulher durante todo o processo de im- a mulher como no contexto do
plantação e implementação do Plano. binômio mãe-feto. Estratégias
de prevenção primária (uso de
Nesse sentido, o Plano desenca- preservativo) e secundária (diag-
deará ações estratégicas para incidir nóstico e tratamento precoces)
sobre os fatores e contextos mais im- podem permitir o controle das
portantes de produção e de supera- DST e de suas conseqüências. As
ção de vulnerabilidadades. ações nessa direção existem no
País de forma pulverizada com
São eles: importantes diferenças regio-
nais. É necessário um esforço
1- As Doenças Sexualmente coletivo para divulgar a situação
Transmissíveis (DST) das DST e capacitar os serviços
para atender as mulheres.
Hoje, acredita-se que as DST es-
tão entre as principais causas rela-
cionadas com abortos espontâneos, A prevalência de sífilis em gestan-
natimortos, partos prematuros, baixo tes no Brasil é de 1,6%4, sendo espe-
peso ao nascer, infecção congênita e rado um total de aproximadamente
perinatal, gravidez ectópica, inferti- 12.000 casos de sífilis congênita, por
lidades, bem como ao câncer de colo ano, que poderiam ser evitados, visto
de útero. ser um agravo curável a custos bai-
xíssimos, evitando-se, assim, inter-
Com o avanço da epidemia da in- nações desnecessárias para o recém-
fecção pelo HIV, as DST assumiram nascido, isso sem dimensionarmos o
um papel ainda mais relevante, prin- sofrimento materno diante desse pro-
cipalmente quando foi demonstrado cesso.
que estas facilitavam a propagação Nessa área, são importantes
do HIV3. as ações no campo da atenção básica
com ênfase no controle das DST e eli-
minação da sífilis congênita, no aces-
so ao diagnóstico precoce da sífilis e
do HIV, na prevenção ao câncer de
colo de útero e no aperfeiçoamento
do sistema de informação.
3
Wasserheit JN. Epidemiological synergy: Interre-
lationships between HIV infection and others STD.
Sex Transm Dis 1992;19:61-77.
4
PCAP. Pesquisa de Conhecimento, Atitudes e Práti-
cas na População Brasileira de 15 a 54 anos, 2004.
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em
Saúde. Programa Nacional DST/Aids, 2006.
15

2- Violência Sexual e Doméstica


Entende-se nesse contexto que
A violência contra as mulheres – Rede de Atenção Integral para
seja ela física, psicológica, sexual ou Mulheres e Adolescentes em situ-
de outra ordem – constitui um grave ação ou risco de violência domés-
risco à saúde e amplia as possibilida- tica e sexual é uma pactuação
des de infecção por doenças sexual- para a atuação articulada entre
mente transmissíveis e pelo HIV/aids. instituições e serviços governa-
mentais e não-governamentais,
Considerando a magnitude do pro- visando à ampliação e a melho-
blema da violência doméstica e sexu- ria da qualidade da prevenção,
al contra mulheres, crianças e ado- do acolhimento, atenção e en-
lescentes no Brasil, o Ministério da caminhamento adequado de ca-
Saúde e a Secretaria Especial de Polí- sos existentes nas comunidades,
ticas para as Mulheres da Presidência bem como o desenvolvimento de
da República, estimulam a sensibili- estratégias para a gestão com-
zação de gestores e profissionais das partilhada das ações.
diversas estruturas, para a organiza-
ção de serviços de referência e con-
tra-referência e de redes integradas 3- Raça/etnia
para atenção às pessoas em situação
de violência doméstica e sexual. Essa É necessário, ao se analisar os
rede converge para que sejam adota- contextos de vulnerabilidade da mu-
das ações integradas, envolvendo atu- lher às DST e ao HIV/aids, considerar
ações com governos estaduais, muni- o recorte étnico e racial. No contexto
cipais e Organizações da Sociedade da feminização, interiorização e pau-
Civil (OSC), dirigidas para prevenção, perização de epidemia, as mulheres
atenção e protagonismo juvenil. Essa negras e índias se encontram em situ-
iniciativa compõe o que se define ação especialmente vulnerável, por
como Redes de Atenção Integral para sua maior exposição às conseqüências
Mulheres e Adolescentes em situação da violência estrutural.
de violência doméstica e sexual.
Além disso, é preciso reconhecer
as especificidades culturais no que se
refere às representações em relação
ao cuidado com o corpo, à sexualida-
de e em relação ao adoecimento e
suas conseqüências sociais. Mulheres
índias e negras se encontram em des-
vantagem no enfrentamento da epi-
demia, a medida que se confrontam
com estigma, preconceito e racismo5.

5
Diniz, S. Gênero e prevenção das DST/aids, 2001.
16

No que se refere ao acesso aos ser- parceria do Ministério da Saúde e da


viços de saúde e aos insumos de pre- Educação tem se constituído em um
venção há evidências de que a con- exemplo de iniciativa governamental
dição de raça/cor se converte muitas de grande envergadura, pois trouxe
vezes em situação de exclusão, fato para dentro da escola a reflexão sobre
que deve ser considerado na constru- sexualidade, saúde reprodutiva, cui-
ção do Plano de Enfrentamento da Fe- dado com a saúde de modo geral, mo-
minização da Epidemia. É importante bilizando toda a comunidade escolar.
que as ações dirigidas às mulheres fa-
çam o recorte de raça/etnia e identi- De outra parte e apesar dos avan-
fique as necessidades e demandas de ços alcançados até aqui, sobretudo
saúde desse segmento, sem perder de no que se refere ao uso da camisinha,
vista os determinantes gerais. os jovens continuam se infectando e
muitas de suas necessidades de saúde
não são resolvidas. Quando trazemos
4- Juventude á tona a situação da epidemia entre
os jovens, destaca-se o cenário em
O Plano contempla ações estraté- que vivem as mulheres jovens, pois
gicas integradas ao Projeto Saúde e muitas são ainda privadas do acesso
Prevenção nas Escolas. As respostas à à educação formal, principalmente
ocorrência de doenças sexualmente as meninas que vivem situações de
transmissíveis entre jovens não podem pobreza. Muitas encontram dificul-
prescindir de ações estruturadas para dades de diálogo e de negociação
a promoção dos direitos sexuais e di- de práticas sexuais seguras com seus
reitos reprodutivos, contribuindo para parceiros, muitas são vítimas de vio-
a redução das vulnerabilidades, sobre- lência sexual dentro da própria casa,
tudo quando nos reportamos a femini- muitas outras entram na prostituição
zação da epidemia em nosso País. como forma de compensar as priva-
ções econômicas e sociais em que vi-
Fatores externos constituem uma vem.
poderosa influência sobre como os
adolescentes e os jovens pensam e se Tal situação, em que se imbricam
comportam – o meio em que eles vi- fatores biológicos e psicológicos, cul-
vem, os veículos de comunicação de turais, socioeconômicos e políticos,
massa, a indústria do entretenimen- pode aumentar a vulnerabilidade
to, as instituições comunitárias e re- desse segmento populacional aos
ligiosas, e o sistema legal e político. mais diversificados agravos à saúde,
Tais fatores podem se constituir em especialmente em situações em que
importantes fontes para o equaciona- não haja a garantia dos direitos de
mento da epidemia entre os jovens e cidadania.
como referências para a promoção de
práticas sexuais seguras e saudáveis.
Estudos de opinião vêm mostrando
que os jovens se mostram cada vez
mais participativos e conscientes em
relação ao exercício da sexualidade de
forma saudável e segura. O Programa
Saúde e Prevenção nas Escolas, uma
17

a composição da renda conta com a


Pesquisa desenvolvida pelo Ins- soma do trabalho da mulher e das
tituto Cidadania (2005) evidencia crianças, o adoecimento de um de
elementos que apontam para a seus membros é sem dúvida um fator
vulnerabilidade dos jovens: a in- econômico que compromete sua es-
serção social, profissional e edu- tabilidade e sua reprodução, sobretu-
cacional, além das dificuldades do, se a mulher for afetada.
de serem ouvidos em suas opini-
ões e necessidades, são os maio- Há que se considerar em progra-
res problemas enfrentados pelos ma de enfrentamento da feminização
jovens brasileiros na atualidade. da epidemia estratégias que visem ao
As pessoas jovens estão entre as fortalecimento da mulher que se en-
principais vítimas do modelo eco- contra em situação de pobreza, ado-
nômico adotado nas últimas déca- ção de medidas de geração de renda,
das, no qual a exclusão social se de participação cidadã nas instâncias
aprofunda. No ano de 2000, ape- de controle social, nas organizações
nas 41.3% dos jovens viviam em políticas e na mobilização social em
famílias com renda familiar per torno dos seus direitos de cidadania,
capita acima de um salário míni- é de fundamental importância para
mo, sendo que 12.25 (4,2) viviam se reverter o cenário atual da epide-
em famílias com renda per capita mia de DST e aids no país.
de até ¼ de salário mínimo. Em
2001, mais da metade dos jovens Nesse sentido, a estratégia de co-
entre 15 e 24 anos não estudava locar no centro das ações de controle
e apenas 42% chegavam ao ensino da epidemia o combate à pobreza é
médio6. sem dúvida um desafio de todos nós
e o caminho possível está dado pela
experiência acumulada do Programa
Bolsa Família. É imperiosa a integra-
5- Pobreza ção das ações de controle das DST e
do HIV/aids nesse Programa, onde
O enfrentamento da pobreza en- 90% das beneficiárias são mulheres e
tre as mulheres é condição sine qua se mobilizadas podem de fato fazer a
non para o controle da epidemia. Po- diferença reduzindo a velocidade da
breza e aids são interdependentes. A epidemia entre mulheres pobres.
epidemia de aids agrava as condições
já precárias de reprodução social das Para isso, será necessária a com-
famílias pobres, pois os custos relati- binação de múltiplos esforços inter-
vos ao cuidado com algum membro da setoriais do governo, que articule os
família repercutem na renda familiar, esforços de combate a pobreza com
mesmo considerando sistemas de saú- esforços de mobilização no enfrenta-
de mais inclusivos, como o sistema de mento da feminização do HIV/aids.
saúde brasileiro. A maior carga social
recai sobre as mulheres, em particu-
lar, as mulheres jovens, que passam 6
Saúde e Prevenção nas Escolas. Atitude para cur-
assumir os cuidados com os membros tir a vida. Diretrizes para Implementação do Projeto
Saúde e Prevenção nas Escolas. Série Manuais nº 77.
da família que estão doentes. Nas fa- Ministério da Saúde, Ministério da Educação, UNES-
mílias em situação de pobreza onde CO e UNICEF.
18
6- Drogas 7- Estigma e violação
de direitos humanos
A estratégia de redução de danos
pressupõe respeito aos direitos huma- O estigma se constitui como uma
nos e a promoção da qualidade de vida; das mais significativas formas de
e a política de aids no Brasil tem consi- violência e violação dos direitos hu-
derado essa perspectiva no modelo de manos das mulheres no Brasil. Para
atenção para os usuários de drogas em a superação da epidemia de aids o
geral, e não somente para os UDI (Usu- enfrentamento do estigma tem sido
ários de Drogas Injetáveis). fundamental para a redução das
vulnerabilidades. A realização de
Um dos principais contextos de ações para a promoção da igualdade
vulnerabilidade para as mulheres é e equidade de gênero, raça, etnia e
o uso de drogas injetáveis. Os dados orientação sexual contribuem para
demonstram que a forma de exposi- estimular a difusão de imagens não
ção por uso de droga injetável é res- discriminatórias e não-esteriotipadas
ponsável por uma importante taxa de das mulheres.
infecção nas mulheres, seja porque
há mulheres que fazem uso freqüente Muitos são os desafios no que tan-
de drogas injetáveis e compartilham ge ao combate a violação dos direitos
seringas e agulhas, seja porque não humanos e seu impacto na prevenção
fazem uso do preservativo nas rela- das DST/aids. Pode-se destacar a si-
ções sexuais com companheiros usu- tuação de privação de liberdade em
ários de drogas injetáveis. que vive uma parte significativa de
mulheres adultas e jovens em nosso
No que diz respeito ao uso de ou- País. Essas mulheres encontram difi-
tras drogas é importante considerar o culdades em acessar insumos e orien-
relaxamento em relação à adoção de tações necessárias em saúde sexual e
praticas sexuais seguras. É freqüente reprodutiva e se tornam mais suscetí-
entre as pessoas a ingesta de álcool veis a infecção pelo HIV e outras DST.
ou outras drogas como mecanismo
de desbloqueio nas relações sexuais, Historicamente grupos organiza-
principalmente entre os jovens, o dos de mulheres representantes do
que os leva ao não-uso do preserva- movimento feminista, do movimen-
tivo. No caso do uso de drogas entre to de prostitutas, do movimento de
mulheres, convém salientar que em lésbicas e do movimento de pessoas
muitas situações as desigualdades de vivendo com HIV/Aids, entre outros,
gênero são mais acentuadas, tornan- estiveram sempre presentes na luta
do-se uma desvantagem no que se pelos direitos das mulheres. A união
refere ao controle da epidemia do dos diferentes movimentos em prol
HIV/aids, pois são duplamente estig- da realização das ações previstas no
matizadas: a) pelo uso que fazem da Plano possibilitará a redução do es-
droga na condição de usuária e b) na tigma, o fortalecimento da articula-
condição de ser mulher. Estudos mos- ção intersetorial e, por conseguinte a
tram que as mulheres que fazem uso promoção do acesso aos dispositivos
de drogas injetáveis e que participam sociais necessários para o exercício
das “rodas de pico” o fazem em des- da cidadania.
vantagem em relação aos homens, em
geral, são as últimas a receberem as
seringas e agulhas para se “picarem”.
GRÁFICO VI

CASOS DE AIDS EM MULHERES SEGUNDO PARCERIA SEXUAL


INFORMADA POR CATEGORIA DE EXPOSIÇÃO.
Brasil, 1980 - 2006(1)

56
parceiro HIV+
43,8

11,4
parceiro UDI
34,1

23,2
múltiplos parceiros
19,8

9,3
parceiro com múltiplos parceiros
2,4

0 10 20 30 40 50 60 70

percentual

hetero UDI

FONTE:MS/SVS/PN-DST/AIDS
NOTA: (1) Casos notificados no SINAN até 30/06/06.
20

POLÍTICAS
INTERSETORIAIS
PA R A A S M U L H E R E S

Tomando como referência os Direitos Sexuais dem da mobilização dos diferentes


e os Direitos Reprodutivos (tais como proposto nas atores governamentais e não-gover-
Conferências de Cairo 1994, Beijing 1995 e na I namentais envolvidos em programas,
Conferência Nacional de Políticas para as Mulhe- projetos e ações e precisam contem-
res), as estratégias do Plano devem contemplar plar as diferentes especificidades re-
as mulheres e suas especificidades: gestantes; gionais e culturais, para tanto, a pro-
mulheres vivendo com HIV e aids; adolescentes e posta é que o Plano seja trabalhado
jovens; lésbicas, bissexuais e outras mulheres que em atividades de planejamento no
fazem sexo com mulheres; transexuais, negras; âmbito regional, incluindo a participa-
indígenas; mulheres em situação de prisão; pro- ção de diferentes setores que atuam
fissionais do sexo; trabalhadoras do campo e da no campo dos direitos das mulheres.
cidade; mulheres em situação de violência sexual
e doméstica; portadoras de deficiência; mulheres O Plano possibilita a consolidação
no climatério e as mulheres idosas. do compromisso que vem sendo assu-
mido historicamente pela Secretaria
Na perspectiva do acesso univer- Especial de Políticas para as mulheres,
sal, da integralidade e eqüidade à pelo Ministério da Saúde, por meio da
prevenção e à assistência em saúde, Área Técnica de Saúde da Mulher e do
torna-se urgente o fortalecimen- Programa Nacional de DST/aids, e pe-
to dessas ações no contexto de uma los demais parceiros governamentais
política que contemple as diferentes e não-governamentais que trabalham
necessidades de saúde das mulheres no sentido de afirmar e efetivar os
e suas formas de expressão, assegu- direitos assegurados às mulheres na
rando: o acesso aos serviços de saúde legislação brasileira e implementar
qualificados para a identificação das políticas com vistas na redução das
vulnerabilidades para a atenção à desigualdades em nosso País.
saúde sexual e a saúde reprodutiva,
acolher demandas em direitos huma- As desigualdades entre os gêne-
nos, educação e promoção em saúde, ros estruturam diferentes graus de
assistência social, e proteção em si- discriminação das mulheres, as ex-
tuações de violência. cluem da participação em dimensões
fundamentais da vida em sociedade e
A implantação e implementação restringem sua liberdade para exer-
das ações propostas no Plano depen- cer plenamente os seus direitos hu-
21

manos fundamentais. No mundo, há de Políticas para as Mulheres (CNPM)


cada vez mais consenso que mulheres que envolveu em seu processo, dire-
com saúde, escolaridade e autonomia tamente, mais de 120 mil mulheres
incidem positivamente na produtivi- de todos os 26 estados e do Distrito
dade econômica, na educação das Federal e mais de dois mil municípios
gerações futuras e na construção de do País. Desta, resultou o Plano Na-
uma cultura de paz. cional de Políticas para as Mulheres
(PNPM) que vem sendo colocado em
No Brasil, durante muito tempo, prática sob a coordenação da SPM,
as mulheres estiveram excluídas do de forma transversal e com impactos
exercício de cidadania. Basta lembrar estaduais e municipais. O PNPM é um
que somente em 1932, com o Código documento estratégico para todo o
Eleitoral Brasileiro, foi assegurado às governo federal no que diz respeito
brasileiras o direito ao voto. a políticas para as mulheres. É es-
truturado em torno de quatro eixos
A Constituição Federal Brasileira de atuação: Autonomia; Igualdade no
de 1988 representou um marco polí- Mundo do Trabalho e Cidadania; Edu-
tico, institucional e jurídico que con- cação Inclusiva e não Sexista; Saúde
sagrou o preceito da igualdade entre das Mulheres e Direitos Reprodutivos;
homens e mulheres. Neste processo e Enfrentamento à Violência Contra
de revisão constitucional, a atuação as Mulheres.
do movimento feminista e de mulhe-
res, conhecida como o “lobby do ba- Por sua vez, a proposta de enfren-
tom”, foi fundamental para a ruptura tamento da feminização da epidemia
com os princípios herdados de uma so- do HIV/aids tem como eixo de refe-
ciedade patriarcal e patrimonialista. rência a mobilização da sociedade em
relação aos direitos políticos, sociais,
É nesse contexto histórico e po- econômicos e reprodutivos das mu-
lítico que, em 2003, foi criada a Se- lheres e sua aplicação compreende a
cretaria Especial de Políticas para as articulação com estados, municípios
Mulheres da Presidência da República e sociedade civil. Nessa área a SPM e
(SPM), com a finalidade de “assesso- o Ministério da Saúde atuam no sen-
rar, direta e imediatamente, o Presi- tido de instituir e fortalecer medidas
dente da República na formulação, e ações de enfrentamento à violência
coordenação e articulação de políti- contra as mulheres – seja ela física,
cas para as mulheres” e “elaborar o psicológica ou sexual.
planejamento de gênero que contri-
bua na ação do governo federal e de- No Brasil, a saúde da mulher se
mais esferas de governo, com vistas incorpora às políticas nacionais de
na promoção da igualdade”. A SPM saúde nas primeiras décadas do Sécu-
tem importante papel articulador das lo XX, sendo limitada, nesse período,
políticas do Governo Federal voltadas às demandas relativas à gravidez e ao
para as mulheres. parto. Os programas materno-infan-
tis, elaborados nas décadas de 30, 50
Em 2004, convocada pelo Gover- e 70, traduzem uma visão incompleta
no Federal e pelo Conselho Nacional das necessidades de saúde das mu-
dos Direitos da Mulher (CNDM), foi lheres, baseada em sua especificida-
realizada a I Conferência Nacional de biológica e no seu papel social de
22

mãe e dona de casa, responsável pela No âmbito da implantação e im-


criação, pela educação e pelo cuida- plementação do Plano, a Área Técnica
do com a saúde dos filhos e demais da Saúde da Mulher prevê a promoção
familiares. conjunta da prevenção e do controle
Esses programas foram vigoro- das doenças sexualmente transmissí-
samente criticados pela perspecti- veis e da infecção pelo HIV/aids na
va reducionista com que tratavam a população feminina e a ampliação e
mulher, pois tornavam evidentes as qualificação da atenção clínico-gine-
desigualdades nas condições de vida cológica, inclusive para as portadoras
e nas relações entre os homens e as de infecção pelo HIV e outras DST. Es-
mulheres, os problemas associados à ses e outros objetivos relacionados ao
sexualidade e à reprodução, as difi- combate à feminização da epidemia
culdades relacionadas à anticoncep- e atenção à saúde das mulheres vi-
ção e à prevenção de Doenças Se- vendo com HIV/aids estão na Política
xualmente Transmissíveis (DST), e a Nacional de Atenção Integral à Saúde
sobrecarga de trabalho das mulheres, da Mulher (2004).
responsáveis pelo trabalho doméstico
e de criação dos filhos. As mulheres O Plano, promove a integração
ao tomarem consciência das desi- entre diferentes áreas de defesa
gualdades nas relações sociais entre dos direitos das mulheres e da saú-
homens e mulheres perceberam que de para que possamos, efetivamente,
estas se traduzem também em pro- produzir respostas que contemple a
blemas de saúde. sustentabilidade, descentralização e
atenção integral às mulheres.
Em 1984, o Ministério da Saúde,
atendendo às reivindicações do mo-
vimento de mulheres, elabora o Pro-
grama de Assistência Integral à Saúde
da Mulher (PAISM), marcando, sobre-
tudo, uma ruptura conceitual com
os princípios norteadores das políti-
cas de saúde para mulheres. O PAISM
constituiu a base dos esforços gover-
namentais relacionados ao campo das
políticas, estratégias e programas do
sistema de saúde na área da saúde
da mulher. Em 2004, esse programa
toma a forma da Política Nacional de
Atenção Integral à Saúde da Mulher. A
definição das prioridades da Política
Nacional de Atenção Integral à Saúde
da Mulher, elaborada em 2004, ba-
seou-se em um quadro sobre a situ-
ação de saúde das mulheres no Brasil
e levou também em consideração as
reivindicações dos movimentos so-
ciais que lutam pelos direitos huma-
nos das mulheres na área da saúde.
23

OBJETIVO GERAL
DO PLANO
Enfrentar a feminização da epidemia do HIV/aids e outras DST por meio da redução
das vulnerabilidades que atingem as mulheres, estabelecendo políticas de prevenção,
promoção e atenção integral.

OBJETIVOS
ESPECÍFICOS DO PLANO

1. Promover o acesso universal à atenção integral em DST/aids para as mulheres;

2. Reduzir a morbidade das mulheres relacionadas as DST;


3. Reduzir os índices de violência sexual e doméstica contra as mulheres;
4. Reduzir a Transmissão Vertical do HIV e da sífilis;
5. Promover a qualidade de vida das mulheres vivendo com HIV/aids, no âmbito dos di-
reitos humanos, direitos sexuais e direitos reprodutivos.

DIRETRIZES
• Promover a defesa dos direitos humanos, direitos sexuais e direitos reprodutivos das
mulheres;

• Reduzir o estigma ao HIV/aids e a discriminação em relação às mulheres em situação


de vulnerabilidade;

• Reduzir as iniqüidades regionais, territoriais e de contexto de pobreza;

• Promover a equidade racial, étnica, de gênero e de orientação sexual das mulheres no


acesso a informação, diagnóstico e tratamento;

• Fortalecer, implementar e ampliar as ações de prevenção, promoção e assistência as


DST, HIV e aids de forma integral e eqüânime, conforme os princípios do Sistema Único
de Saúde e do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.
24

• Ampliação da cobertura e garan- • Articulação com estados e muni-


tia de acesso a insumos de pre- cípios para a destinação de recur-
venção; ao diagnóstico do HIV e sos para ações de enfrentamento
da Sífilis; a serviços de saúde de da feminização da epidemia do
A Ç Õ E S E S T R AT É G I C A S

qualidade; universal e gratuito HIV/Aids e outras DST;


ao tratamento; à informação e
às ações educativas sobre DST e • Apoio ao fortalecimento das ações
HIV/aids para às mulheres; em redes entre os diferentes mo-
vimentos de mulheres;
• Estabelecimento de parcerias
com setores governamentais e • Estabelecimento de mecanismos
não-governamentais e sociedades para monitoramento do cumpri-
científicas para implementação mento das pactuações, por parte
do Plano; dos três níveis de governo;

• Interlocução com novas ações e • Qualificação da atenção à saúde


Programas de Governo já existen- mental das mulheres;
tes, nas três esferas de gestão;
• Realização de capacitação perma-
• Integração entre as redes de mu- nente para gestores e profissionais
lheres, redes de serviços de saú- de saúde e educação em Gênero,
de, segurança pública, justiça, as- Direitos Humanos, Direitos Sexu-
sistência social – estabelecimento ais e Direitos Reprodutivos;
de referência e contra-referência;
• Inclusão dos temas Gênero, Vio-
• Aprimoramento, ampliação e lência, Direitos Humanos, Direitos
qualificação da informação so- Sexuais e Direitos Reprodutivos
bre câncer ginecológico, sífilis na em todas as ações em DST/aids;
gestação, sífilis congênita, outras
DST e HIV/aids; • Apoio técnico na elaboração de
protocolos e fluxos de atenção
• Realização de oficinas de apoio integral para as redes e serviços
aos estados e municípios para especializados;
efetivação do Plano e para o re-
forço da capacidade técnica e da
gestão local;
25

• Promoção de estratégias de sensi- • Implantação e implementação do


bilização de gestores e integran- Sistema Nacional de Informações
tes das redes locais; sobre violência contra a mulher;

• Estratégias regionais de informa- • Consolidação e integração dos


ção e comunicação em DST e aids sistemas de informação em vigi-
(vulnerabilidades, direitos sexu- lância (notificação da aids, sífilis
ais, direitos reprodutivos, vio- congênita e violência), segurança
lência, prevenção, diagnóstico, pública, assistência social e direi-
assistência, tratamento etc.); tos humanos);

• Disponibilização dos exames la- • Implementação do processo de


boratoriais para o diagnóstico e capacitação e treinamento dos
monitoramento de HIV e sífilis e profissionais atuantes nos servi-
outras DST; ços de prevenção e atenção in-
tegral para mulheres em situação
• Revisão do quantitativo e da lo- de violência sexual e doméstica;
gística de distribuição de insumos
essenciais para as atividades de • Regulamentação e implementa-
controle da transmissão vertical ção da legislação em vigor para
do HIV e sífilis, profilaxia em situ- garantir os mecanismos do en-
ação de violência sexual e DST; frentamento da violência contra
a mulher;
• Estabelecimento de mecanismos
que incluam os quesitos raça/cor • Articulação com o Conse-
na implementação do Plano; lho Nacional dos Direitos da
Mulher(CNDM), Conselho Nacio-
• Estabelecimento de estratégias nal de Saúde (CNS), Conselho
com setores governamentais e Nacional de Secretários de Saúde
não-governamentais que atuam (CONASS), Conselho Nacional de
no campo do enfrentamento da Secretários Municipais de Saúde
pobreza; (CONASEMS), outros conselhos e
instancias de controle social.
• Estabelecimento de estratégias
direcionadas aos homens para as • Fortalecimento das redes de
ações de enfrentamento da fe- mulheres vivendo com HIV/aids.
minização da epidemia do HIV/
aids e outras DST;
26

M E TA S
1. Ter reduzido, até 2008, a taxa 7. Ter aumentado de 35% para 70%
da transmissão vertical do HIV a proporção de mulheres que
de 4% para menos de 1%; relatam já terem sido testadas
para o HIV; (PCAP, 2004);
2. Ter eliminado a sífilis congêni-
ta; 8. Ter aumentado de 70% para 90%
a proporção de mulheres que
3. Ter integrado em 100% a rede referem ter realizados exam-
básica de atenção integral para es ginecológicos com preven-
mulheres em situação de vio- tivo nos últimos 3 anos (PCAP,
lência doméstica e sexual; 2004);

4. Ter implementado em 100% dos 9. Ter aumentado de 17% para


municípios que têm a política 50% o número de escolas de
de incentivo no âmbito dos Pro- ensino médio da rede pública
gramas de DST e Aids e Saúde que disponibilizam preservati-
da Mulher, ações de enfrenta- vos (Censo Escolar, 2005);
mento da violência sexual e
doméstica; 10. Ter estabelecido linha de base
para diagnóstico e ampliação
5. Ter ampliado as redes de aten- do conhecimento sobre sexu-
ção às pessoas em situação de alidade e reprodução em mul-
violência sexual e doméstica heres vivendo com HIV/aids;
em 100% dos municípios priori-
tários. 11. Ter estabelecido uma linha de
base para diagnóstico e am-
6. Ter aumentado de 90,2% para pliação do conhecimento sobre
95% a proporção de mulheres a prevalência de DST em mul-
que relatam espontaneamente heres;
a relação sexual como forma de
transmissão do HIV (PCAP,2004); 12. Ter adquirido 10 milhões de
preservativos femininos.
27

AT I V I D A D E S
SUGERIDAS
META ATIVIDADE EXECUTORES

Ter reduzido, até 2008, a taxa Divulgação dos manuais e Ministério da Saúde
da transmissão vertical do HIV protocolos;
de 4% para menos de 1%; Secretarias Estaduais
Capacitação de recursos e Municipais de Saúde
Ter eliminado a sífilis humanos para atendimento
congênita. especializados;

Operacionalização do
plano de redução da Trans-
missão Vertical do HIV e
sífilis no País;

Implantação de teste
rápido para o HIV e sífilis,
com aconselhamento,
em cenários específicos;

Ter integrado em 100% a rede Implementação das dire- Ministério da Saúde


básica de atenção integral trizes, normas técnicas, Secretaria Especial de Políticas
para mulheres em situação de protocolos e fluxos de para as Mulheres
violência doméstica e sexual; atendimento a pessoas
em situação de violência Secretarias Estaduais
Ter implementado em 100% sexual e doméstica; e Municipais de Saúde
dos municípios que tem a
política de incentivo no âm- Articulação e mobilização Coordenadorias e Secretarias
bito dos Programas de DST e técnica e política nos mu- Estaduais de Mulheres
Aids e Saúde da Mulher, ações nicípios prioritários;
de enfrentamento da violên-
cia sexual e doméstica; Apoio técnico-financeiro
por meio de convênios
Ter ampliado as redes de para a operacionalização
atenção às pessoas em de centros de qualificação
situação de violência sexual de profissionais que aten-
e doméstica em 100% dos dem pessoas em situação
municípios prioritários. de violência doméstica e
sexual.
28

META ATIVIDADE EXECUTORES


Ter aumentado de 90,2% para Formação de um GT para Ministério da Saúde
95% a proporção de mulheres definição de uma estraté-
que relatam espontanea- gia de comunicação; Ministério da Educação
mente a relação sexual como
forma de transmissão do HIV Elaboração de material Secretaria Especial de Políticas
(PCAP,2004); educativo; para as Mulheres

Ter aumentado de 35% para Realização de campanhas; Secretarias de Saúde e Educação


70% a proporção de mulheres de estados e municípios
que relatam já terem sido Realização de oficinas para
testadas para o HIV (PCAP, profissionais de saúde, Coordenadorias de Mulheres
2004); educação e comunicação;

Ter aumentado de 70% para Formação de profissionais


90% a proporção de mulheres de saúde e educação, e de
que referem terem realizados jovens nos temas gênero,
exames ginecológicos com DDHH; DDSS e DDRR no
preventivo nos últimos 3 anos âmbito do Saúde e
(PCAP, 2004); Prevenção nas Escolas;

Ter aumentado de 17% para Disponibilização de


50% o número de escolas de insumos por meio de
ensino médio da rede pública grades de distribuição de
que disponibilizam preserva- preservativos para estados
tivos (Censo Escolar, 2005). e escolas.

Ter estabelecido linha de Elaboração e publicação Ministério da Saúde


base para diagnóstico e am- de edital de pesquisa;
pliação do conhecimento so- Secretaria Especial de Políticas
bre sexualidade e reprodução Formação de GT para es- para as Mulheres
em mulheres vivendo com truturação de uma agenda
HIV/aids. integrada para efetivação
do Planejamento Reprodu-
tivo em Casais que con-
vivem com HIV no âmbito
da Política Nacional de
Atenção Integral em Re-
produção Humana Assis-
tida/Adoção, no SUS;

Fortalecimento das redes


das mulheres vivendo com
HIV/aids;

Realização de seminários
e oficinas para formula-
ção de políticas voltadas
para a qualidade de vida
das mulheres vivendo com
HIV/aids, a partir da linha
de base.
29

META ATIVIDADE EXECUTORES


Ter estabelecido uma linha Elaboração e publicação Ministério da Saúde
de base para diagnóstico e de edital pesquisa;
ampliação do conhecimento Secretarias Estaduais e
sobre a prevalência de DST Fortalecimento das redes Municipais de Saúde
em mulheres. das mulheres para o con-
texto das DST – evitando Secretaria Espacial de Políticas
danos; para as Mulheres

Implementação da política
de incentivo para o desen-
volvimento de pesquisas
em DST.

Adquirir 10 milhões de Publicação de edital para Ministério da Saúde


preservativos feminino. aquisição de preservativo
feminino;

Publicação de edital para


a realização do estudo de
aceitabilidade;

Realização de estudo de
aceitabilidade das várias
apresentações da matéria
prima;

Aquisição dos preservati-


vos feminino.
ANEXO

MARCOS QUE NORTEIAM


AS POLÍTICAS PÚBLICAS
B R A S I L E I R A S PA R A
AS MULHERES
• Constituição Federal Brasileira de 1988: • Declaração e Programa de Ação de Viena,
estabelece direitos e garantias fundamen- 1993 – consagrou a universalidade, indivisibi-
tais e reconhece a universalidade do di- lidade e interrelação dos direitos humanos;
reito à saúde e o dever do Estado de ofe-
recer acesso a esse direito e a igualdade • Conferência do Cairo sobre População e
de direitos entre homens e mulheres; Desenvolvimento, 1994 – promoveu uma
mudança na abordagem dos temas relacio-
• Declaração Universal dos Direitos Huma- nados à população com foco especial nos
nos, 1948 – primeiro instrumento univer- direitos humanos, particularmente os direi-
sal a consagrar os direitos humanos de tos das mulheres e formalizou o conceito de
homens e mulheres; “direitos reprodutivos”;

• Convenção OIT nº 103, 1953- dispõe sobre • Convenção de Belém do Pará (1994) ou Con-
a igualdade de remuneração entre ho- venção Interamericana para Prevenir, Punir
mens e mulheres; e Erradicar a Violência contra a Mulher – fó-
• Pacto Internacional dos Direitos Civis e rum regional, no âmbito da OEA e define a
Políticos, 1966 – primeiro documento que violência contra a mulher estabelecendo
vincula legalmente direitos humanos, sua dimensão;
econômicos, sociais e culturais;
• IV Conferência Mundial sobre as Mulheres -
• Convenção Americana sobre Direitos Hu- Declaração de Beijing, 1995 - foram assina-
manos, 1969 - conhecida como Pacto de das a Declaração e a Plataforma Política;
San Jose da Costa Rica;
• Declaração do Milênio das Nações Unidas,
• I Conferência Mundial sobre a Mulher, 2000 – estabelece 8 Objetivos de Desenvol-
1975 – teve como ponto central de debate vimento, incluindo a promoção da igualdade
a igualdade entre sexos e a consolidação entre os sexos e autonomia das mulheres,
de mecanismos para a sua promoção; com metas a serem alcançadas até 2015;

• Convenção sobre a Eliminação de todas as • Conferência Mundial contra o Racismo, a


formas de Discriminação contra a Mulher, Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas
1979 - mais conhecida como CEDAW, trata Correlatas de Intolerância (CMR) em Durban
da discriminação contra a mulher em sen- (2001);
tido mais amplo;
• Assembléia Especial da Assembléia Geral
• II Conferencia Mundial sobre a Mulher, da ONU sobre HIV/Aids (UNGASS), 2001 - lí-
1980 – convocou os governos a promove- deres globais se comprometeram com uma
rem a igualdade entre os sexos; ampliação maciça da prevenção, tratamen-
to e assistência ao HIV;
• III Conferência Mundial sobre a Mulher,
1985 – aprovadas e adotadas estratégias • I Conferência Nacional de Políticas para as
para o futuro avanço da mulher; Mulheres, 2004 – amplo processo participa-
tivo que resultou na construção democrá-
tica do Plano Nacional de Políticas para as
Mulheres.

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