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Como Don Corleone no filme O Poderoso Chefão, o FMI fez uma oferta que o Japão “não
pode recusar”. Em outras palavras, não foi uma oferta; foi uma ameaça. E ela terá grande
impacto no sistema monetário internacional. Preste bastante atenção…
Por trás de seu lenço Hermès, terninho Chanel e do sotaque francês, Madame Christine Lagarde,
diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), é uma espécie de Don Corleone
implacável quando se trata de ameaçar membros que saem da linha de seu plano global- aquele feito
para enriquecer as elites à custa de investidores comuns, como você.
Christine Lagarde é o Poderoso Chefão das finanças mundiais. Conforme mercados de capital
girarem nos próximos meses, haverá tanto drama financeiro e violência quanto a observada nos
filmes de Coppola.
A história do FMI é ainda mais complexa do que a dinâmica da família Corleone. Nós contaremos o
enredo para que você possa preservar sua riqueza antes do banho de sangue no final.
Nos filmes de O Poderoso Chefão, havia cinco famílias que controlavam os esquemas. Elas eram de
Nova York, mas depois expandiram nacionalmente (para Las Vegas) e internacionalmente (para
Havana). As famílias eram os Corleones, os Barzinis, os Tattaglias, os Cuneos e os Straccis.
Esses nomes fictícios foram baseados em famílias reais do crime organizado, os Gambinos, os
Colombos, os Bonannos, os Genoveses e os Luccheses.
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RICKARD’S STRATEGIC INTELLIGENCE
Na condução diária dos esquemas, as famílias eram iguais, e cada uma tinha seu próprio território.
Na prática, uma das famílias tendia a dominar as outras e a oferecer tratados de paz quando guerras
irrompiam.
Nos filmes, a família mais poderosa era a Corleone. Na vida real, a família mais poderosa da máfia
eram a Gambino; chefes antigos da família Gambino incluem Carlo Gambino, Paul Castellano e
John Gotti.
O chefe de cada família era chamado de capofamiglia (chefe da família). O chefe da família mais
poderosa era chamado de capo di tutti capi (chefe de todos os chefes).
O sistema financeiro global também tem cinco famílias. Elas são os EUA, a China, o Japão, a
Europa e o FMI. Juntas, essas cinco famílias controlam dois terços do PIB mundial e mais de dois
terços de todo o ouro do mundo.
Como a Máfia, essas cinco famílias têm seus territórios e esquemas especializados na forma de
impressão de dinheiro, taxas de juros negativas e déficit financeiro.
Esses esquemas foram criados para extrair riqueza dos cidadãos e a redirecionar para as elites.
Exemplos incluem gerentes de grandes bancos, insiders de hedge fund, barões de private equity e
bilionários da tecnologia. Em troca, as elites pagam impostos e fazem contribuições em campanhas
que mantêm as famílias no poder.
Como resultado das políticas adotadas por essas cinco famílias, a desigualdade de renda nos EUA
está pior do que no final da década de 1920. Na China, a situação é ainda mais grave.
O cidadão comum é vitimado pelo sistema da mesma forma que o lojista que tem a janela quebrada
(ou pior) caso não pague o tributo ao crime organizado.
Às vezes, acontecem guerras entre as cinco famílias. No passado, eram guerras mundiais altamente
destrutivas, mas os grandes poderes não se enfrentaram diretamente desde que as tropas chinesas e
americanas entraram em choque na Guerra da Coreia. Em vez disso, guerras cinéticas ocorrem
indiretamente “por procuração” e em lugares como Vietnã, Iraque e Síria.
Hoje, quando os grandes poderes entram em guerra, o campo de batalha é o mundo financeiro. O Irã
e os EUA tiveram uma guerra financeira em 2012–2013 (os EUA estavam ganhando até que o
presidente Obama estabeleceu uma trégua em dezembro de 2013 para dar início às negociações
nucleares). A Rússia e os EUA estão em guerra financeira no momento. Ela está sendo feita com
sanções por causa das invasões russas à Geórgia, à Crimeia e ao leste ucraniano.
Às vezes, os limites entre uma guerra financeira e uma guerra cinética não são tão claros. Um
exemplo disso são os recentes esforços russos para sobrevoar embarcações da Marinha e aviões de
vigilância dos EUA no Mar Negro.
O tipo mais perigoso de guerra financeira entre as cinco famílias é a guerra cambial. Uma nova
guerra deste tipo começou em 2010 e continua até hoje.
Mudanças bruscas em taxas de câmbio podem ter efeitos devastadores em ações, bonds,
commodities e imóveis. Entender a dinâmica das guerras cambiais e financeiras, de modo geral, é
crucial para evitar perdas e lucrar nos mercados da atualidade.