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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL

DE UMA DAS VARAS DA JUSTIÇA FEDERAL COMARCA DE


LIMEIRA (SP)

Autos Nº: 0003117-24.2013.6143 – Ação Previdenciária


Requerente: Adriana Dias dos Santos
Requerido: Instituto Nacional do Seguro Social

ADRIANA DIAS DOS SANTOS, devidamente


qualificada, por seu procurador infra-assinado, nos autos da AÇÃO DE
CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO COM TUTELA
ANTECIPADA que move em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO
SOCIAL, vem à presença de V. Exa., inconformada com a r. sentença de fls ,
apresentar:

RECURSO DE APELAÇÃO

Nos termos do artigo 513 do Código de Processo


Civil, e no prazo do artigo 508, pelos fundamentos expostos, esperando, após
exercido o juízo de admissibilidade, sejam os autos remetidos ao Eg. Tribunal
Regional Federal da 3ª Região do Estado de São Paulo.

Termos em que,
Pede e Espera Deferimento,
Limeira, 04 de março de 2015.

Marcio Rodrigo Gonçalves


OAB/SP 293.123

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RAZÕES DE APELAÇÃO QUE FAZ ADRIANA DIAS DOS SANTOS NOS
AUTOS DO PROCESSO Nº 0003117-24.2013.6143 QUE TRAMITA PELA 2ª
VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE LIMEIRA/SP MOVIDO
CONTRA O INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL - INSS

Incluídos Julgadores,

A r. sentença proferida pelo d. Juízo da 02ª Vara Federal da


Comarca de Limeira/SP merece ser reformada (total ou parcialmente), pelos
motivos que a Apelante passa a expor:

1. DOS FATOS

A Apelante foi amasiada com DEVANIR RODRIGUES


PEREIRA, que faleceu na data de 21/03/2012, o qual deixou os filhos
AMANDA SANTOS PEREIRA, GUILHERME SANTOS PEREIRA e GABRIEL
SANTOS PEREIRA.

Tendo o mesmo, ficado doente por varias vezes,


sendo descoberta a sua patologia em 25/02/2010, após dor torácica pós-

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traumática e confirmada em 07/11/2011, qual foi atendido na Irmandade da
Santa Casa de Limeira.

Em sentença proferida em 17/09/2014 e publicada


em 19/02/2015, o pedido foi julgado improcedente sob a alegação de que o
Segurado, ou melhor, o “de cujus”, tinha perdido a qualidade de segurado, que
a sua qualidade de segurado teria terminado em 16/01/2011.

Mas, ficou demonstrado que na data do óbito, ou


seja em 21/03/2012, o segurado já estava doente a muito tempo e assim
mantendo a sua qualidade de segurado.

2. DO DIREITO

O direito esta totalmente previsto na legislação


previdenciária em sua Lei 8.213/91, in verbis:

"Art. 16. São beneficiários do Regime Geral


de Previdência Social, na condição de
dependentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o
companheiro e O FILHO NÃO
EMANCIPADO, DE QUALQUER CONDIÇÃO,
MENOR DE 21 (VINTE E UM) ANOS OU
INVÁLIDO; (Redação dada pela Lei nº 9.032,
de 28.4.95)
II - os pais;
III - o irmão não emancipado, de qualquer
condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou
inválido; (Redação dada pela Lei nº 9.032, de
28.4.95)
IV - (Revogado pela Lei nº 9.032, de 28.4.95)
§ 1º A existência de dependente de qualquer
das classes deste artigo exclui do direito às
prestações os das classes seguintes.
§ 2º O enteado e o menor tutelado equiparam-
se a filho mediante declaração do segurado e
desde que comprovada a dependência
econômica na forma estabelecida no

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Regulamento. (Redação dada pela Lei nº
9.528, de 10.12.97)
§ 3º Considera-se companheira ou
companheiro a pessoa que, sem ser casada,
mantém união estável com o segurado ou com
a segurada, de acordo com o § 3º do Art. 226
da Constituição Federal.
§ 4ºA dependência econômica das pessoas
indicadas no inciso I é presumida e a das
demais deve ser comprovada."

Neste sentido é a Jurisprudência deste Arguto Tribunal:

1. O Parecer CONJUR/MPS/N°. 10/2008


O supracitado parecer possui a seguinte
ementa:
SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIA. ART. 309
DO DEC. Nº 3.048, DE 06 DE MAIO DE 1999.
OCUPANTE DE TERRENOS MARGINAIS DE
RODOVIAS. ENQUADRAMENTO COMO
SEGURADO ESPECIAL. POSSIBILIDADE. A
INEXISTÊNCIA DE TITULAÇÃO OU A
EVENTUAL IRREGULARIDADE NA
OCUPAÇÃO DA TERRA NÃO AFASTA, POR
SI SÓ, A CARACTERIZAÇÃO DO
TRABALHADOR RURAL COMO SEGURADO
ESPECIAL. COMPATIBILIDADE AO
PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE DA
COBERTURA E DO ATENDIMENTO. ART.
194, PARÁGRAFO ÚNICO, INC. I, CF/88.
Numa primeira abordagem acerca do mérito da
controvérsia, vislumbra-se estreito contato
entre o tema em exame e a sua análise sob as
luzes do princípio da universalidade da
cobertura e do atendimento, erigido como
premissa nuclear do sistema de seguridade
social na Constituição da República de 1988
(...)
"São dois os modos pelos quais se concretiza
a universalidade. De um lado, ela opera
implementando prestações. De outro, ela
identifica os sujeitos que farão jus a essas
prestações. A universalidade da "cobertura"
refere-se às situações da vida que serão
protegidas. Quais sejam: todas e quaisquer
contingências que possam gerar necessidades.
Já a universalidade do "atendimento" diz
respeito aos titulares do direito à proteção
social. Todas as pessoas possuem tal direito."

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Processo: AC 1181 RS 2005.71.19.001181-8
Relator(a): SEBASTIÃO OGÊ MUNIZ
Julgamento: 23/01/2008
Órgão Julgador: SEXTA TURMA
Publicação: D.E. 09/05/2008
PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL.
PENSÃO POR MORTE. QUALIDADE DE
SEGURADO ESPECIAL. EMPREGADOR
RURAL II-B. EXTENSÃO DA PROPRIEDADE.
TRABALHADORES EVENTUAIS. ANIMAIS.
PEQUENO NÚMERO. VENDA ESPORÁDICA
E EM PEQUENA QUANTIDADE. MARÇO
INICIAL. SENTENÇA ULTRA PETITA.
1. Considera-se comprovado o exercício de
atividade rural e a condição de segurado
especial da de cujus havendo início de prova
material corroborada por prova testemunhal
idônea e consistente.
2. A denominação de empregador II-B nos
comprovantes de pagamento do Imposto
Territorial Rural ou certificados de cadastro do
INCRA, a teor do art. 1º, II, 'b', do Decreto-Lei
n. 1.166/71, não descaracteriza a qualidade de
segurado especial.
3. O tamanho da propriedade, por si só, não é
suficiente para descaracterizar o regime de
economia familiar.
4. O fato da contratação de trabalhadores
eventuais para a colheita, não tem o condão de
descaracterizar o regime de economia familiar,
uma vez que o art. 11, inc. VII da Lei nº
8.213/91 autoriza a utilização de empregados
temporários nas terras do grupo familiar, sem
que seus membros percam a qualidade de
segurados especiais.
5. A venda esporádica de animais, sempre em
pequena quantidade, e o pequeno número
destes não se revelam como condições aptas a
desqualificar o regime de economia familiar, ao
contrário, confirma-o.
6. Preenchidos os requisitos contidos no art. 74
da Lei 8.213/91, é de ser concedido o benefício
de pensão por morte. Precedentes.
7. Março inicial do benefício fixado na data do
requerimento administrativo, nos limites do
pedido formulado pelo autor.

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Pensão por morte: A pensão por morte é
direcionada aos dependentes do segurado,
visando à manutenção da família, no caso de
morte do responsável pelo seu sustento. É
devido ao conjunto dos dependentes do
segurado que falecer. O valor mensal da
pensão por morte será de cem por cento do
valor da aposentado por invalidez na data de
seu falecimento. Portanto, a pensão por morte
tem por objetivo primordial, suprir as
necessidades materiais daqueles que
dependiam economicamente do segurado por
ocasião do óbito “Outra questão a ser
destacada são os obstáculos que os
trabalhadores e trabalhadoras rurais vem
enfrentando nesses últimos anos para terem
seus direitos previdenciários reconhecidos.
Grande número de processo represado;
indeferimentos de benefícios sem
fundamentação plausível; poucos servidores
no INSS para fazer o atendimento; recursos do
INSS contingenciados; dificuldade de
trabalhadores (as) de acesso às agências do
INSS devido às longas distâncias; pouca
compreensão dos componentes das juntas de
recursos da Previdência Social na análise e
julgamento dos processos de benefícios
Rurais, etc..., são problemas recorrentes que
tem ocupado a agenda do Movimento sindical
dos trabalhadores e trabalhadoras Rurais-
MSTTR e as pautas de negociações com o
governo.(2009, p.69)”

“PREVIDENCIÁRIO – RECURSO ESPECIAL –


PENSÃO POR MORTE – PERDA DA
QUALIDADE DE SEGURADO DO ‘DE CUJUS’
– INEXISTÊNCIA.
- Consoante inteligência do artigo 30 do
Regulamento aprovado pelo Decreto nº
3.048/99, independe de carência a concessão
do benefício de pensão por morte.
- A perda da qualidade de segurado do ‘de
cujus’, após o preenchimento dos requisitos
exigíveis, não impede o direito à concessão do
benefício a seus dependentes.
- Recurso conhecido e provido.” (STJ – 5ª
Turma, REsp 263.005/RS, Relator Ministro
Jorge Scartezzini, v. u., j. 21.11.2000, DJ
05.02.2001, pág. 123

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2.1 DA FIXAÇÃO DA DATA DO INICIO DA INCAPACIDADE E DATA DO
INICIO DA DOENÇA.

“É mais plausível e justo que seja fixada a DII através


de simples declaração do segurado, cabendo ao INSS
apurar os fatos e provas e, se for o caso, contraditar a
sua alegação com base em provas idôneas, não
cabendo a simples negativa por “falta de comprovação
ou convencimento”

Uma das questões mais recorrentes e polêmicas nas


ações previdenciárias é a questão da fixação da data de início da incapacidade
(DII) do segurado, quando não é decorrente de um fato específico como um
acidente de trabalho típico ou um uma doença de natureza aguda (AVC,
Ataque cardíaco, etc.). No caso de doenças de desenvolvimento
progressivo é a maior causa de indeferimento de benefícios por
incapacidade/pensão por morte e matéria de incansáveis debates.

A fixação da DII define a concessão ou


indeferimento dos benefícios previdenciários, e é inúmeras vezes fixada
sem um critério técnico específico decorrente principalmente da falta de
provas do início da incapacidade laboral, o que causa inúmeros erros de
análise do direito, gerando prejuízo ao trabalhador enfermo que resulta
em jogar ele e sua família na miséria ou em situações desesperadoras,
exatamente quando mais precisa da proteção previdenciária.

2.2 Da Fixação da Data Inicio da Incapacidade (DII) e o Principio in dúbio


pro misere.

De acordo com o INSS, a Data de Inicio da


Incapacidade (DII) "é a data em que as manifestações da doença
provocaram um volume de alterações morfopsicofisiológicas que
impedem o desempenho das funções específicas de uma profissão,
obrigando ao afastamento do trabalho".

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Há doenças muito comuns que a DII pode variar
entre meses e até anos, como, por exemplo, a depressão, a AIDS, o Câncer,
as LER/DORT e muitas outras doenças degenerativas, não havendo uma data
específica a ser apontada pelo perito.

Por outro lado, muitas vezes a fixação da DII pode


decretar a concessão do benefício ou a negativa do direito, mesmo que sendo
fixada com a diferença de um dia apenas.

Nesses casos, ocorre a existência da dúvida


insuperável e, portanto, deve ser aplicado o Princípio do In dubio pro misere.

Existe muita resistência em relação à aplicação do


Princípio do In dubio pro misere no Direito Previdenciário sob a alegação de
que o bom funcionamento da previdência e a preservação do equilíbrio atuarial
é o interesse social maior. Concordamos em parte com esse posicionamento,
devendo os tribunais limitar a aplicação desse brocardo latino. Porém, há
situações que ele deve ser aplicado, sob pena de sobrecarregar demais o
segurado com ônus de provas praticamente impossíveis para sua condição
social.

No caso da verificação da incapacidade nas doenças


de desenvolvimento progressivo, o segurado carrega o ônus de provar o
vínculo com o RGPS, os devidos recolhimentos das contribuições, o
cumprimento da carência, a qualidade de segurado, a própria incapacidade e a
data de início da doença (DID). Entre a DID e a data da perícia situa-se a
data de inicio da incapacidade (DII), portanto, um período limitado e
reduzido de dúvida.

Dentro desse período limitado e reduzido de dúvida


é que propomos a aplicação do princípio in dúbio pro mísero, tendo em vista a
impossibilidade de a ciência médica apontar com exatidão esta informação.
Ora, se a ciência médica e a alta tecnologia nesse campo que a humanidade
alcançou depois de séculos de estudo e desenvolvimento não consegue definir

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com precisão, deve a Lei e o Direito exigir do segurado da previdência social,
com todas as suas dificuldades e limitações, a comprovação precisa dessa
informação?

A nós não parece justa tal obrigação, pois atribui


condição impossível para a concessão do benefício ou, como se faz
atualmente, se atribui ao perito médico uma obrigação da qual a maioria das
vezes não tem condição material para afirmar. Além disso, essa exigência
estaria em choque com o Princípio da Proteção.

2.3 Do ônus da prova da incapacidade laborativa e a interpretação


finalística da Previdência Social

O INSS afirma em suas normativas que o ônus da prova da


incapacidade laborativa é totalmente do empregado, se eximindo dessa
responsabilidade. O "Manual da Perícia Médica da Previdência Social"
afirma:
5.3.15 – Ao término de um exame clínico cuidadoso e
bem conduzido, o profissional da área médico-pericial,
quase sempre tem condições de firmar um diagnóstico
provável, pelo menos genérico ou sindrômico, de
modo a lhe permitir uma avaliação de capacidade
funcional e de capacidade laborativa. Quando o
resultado do exame clínico não for convincente e as
dúvidas puderem ser claradas por exames
subsidiários, poderão estes ser requisitados, mas
restritos ao mínimo indispensável à avaliação da
capacidade laborativa. Requisições desnecessárias
geram despesas inúteis, atrasam conclusões e
acarretam prejuízos aos examinados e à Previdência
Social. Somente serão solicitados quando
indispensáveis para a conclusão médico-pericial. Os
Sistemas PRISMA/SABI não permitem a solicitação de
exames/pareceres na perícia inicial. Entendendo-se
que, cabe ao segurado o ônus da prova de sua
doença, o qual no momento da solicitação do
requerimento inicial deverá ter um diagnóstico e
tratamento devidamente instituído com os exames
complementares que comprovam sua causa mórbida,
fica a Perícia Médica dispensada das solicitações dos

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respectivos exames. Nos exames subseqüentes, no
estrito objetivo de dirimir dúvidas quanto a
manutenção do benefício, poderão ser solicitados os
exames complementares indispensáveis.

A normativa médica define que o ônus da prova é


exclusiva do segurado e há uma clara limitação das possibilidades
administrativas que o médico dispõe para apurar a realidade dos fatos. Em
outras palavras, o INSS orienta os médicos peritos a não requisitarem exames
complementares para verificar a existência de incapacidade (e consequente
concessão do benefício), mas somente quando for o caso de apurar
embasamento para a cessação do benefício em manutenção.

O segurado é geralmente hipossuficiente, não


possuindo condições de providenciar os exames médicos que não são
cobertos pelo SUS e, quando são levam para meses serem realizados. A
doença vem acompanhada de muito sofrimento e uma quebra no orçamento
familiar que altera a rotina de toda família. Eventualmente pode haver o
extravio dos primeiros documentos médicos, o que dificulta a fixação da DII.

A comprovação da incapacidade, bem como da DII,


pelos motivos expostos, não pode ser ônus apenas do segurado, mas também
do INSS. E, nos casos de processos judiciais, deve ser papel a ser assumido
pelo próprio juiz, que deve requisitar os documentos médicos de ofício, o que já
é feito por alguns magistrados.

O INSS tem a sua disposição todo aparato estatal,


inclusive pode dispor aos seus médicos peritos todo banco de dados do SUS
para apuração da incapacidade laborativa dos segurados. Além de outros
meios de verificação dessas informações, como o CNIS, o SUB, o SABI e
outros sistemas disponíveis.

Nos casos de doença com desenvolvimento


progressivo, o segurado deve comprovar a data de início da doença (DID) e a

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incapacidade atual, sendo que a data de inicio da incapacidade (DII), que se
situa entre as aquelas, é impossível de se verificar.

É mais plausível e justo que seja fixada a DII através


de simples declaração do segurado, cabendo ao INSS apurar os fatos e provas
e, se for o caso, contraditar a sua alegação com base em provas idôneas, não
cabendo a simples negativa por "falta de comprovação ou convencimento".

Não olvidamos que a finalidade social da previdência


está prescrita no art. 201, I a V, da Constituição Federal, que determina a
cobertura de eventos doença, invalidez e morte, entre outros. Ressaltado
também o caráter contributivo, que não permite a concessão de benefícios sem
respectiva fonte de custeio e adoção de critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial.

Ocorre que o critério de fixação da DII em doenças


com desenvolvimento gradativo é atualmente impossível de se verificar com
precisão pela ciência médica e perdura um espaço de inafastável dúvida. Há
que se fazer valer a interpretação finalística da previdência social para que seja
fixada a DII no interesse do autor, na forma que o autor declarou o início de sua
incapacidade, inclusive em observação ao princípio da boa fé, garantindo a
proteção nos casos de necessidade.

Ressaltamos que aqui não se trata de conceder


benefício algum sem respectiva fonte de custeio ou sem contribuição, pois se
trata do deferimento dos benefícios por incapacidade aos segurados que tem
contribuição e cumpriram a carência exigida por lei.

O Principio in dubio pró misere deve ser


restritamente utilizado nas ações previdenciárias tendo em vista o interesse
social maior de preservação da saúde financeira da Previdência. Porém, deve
ser aplicado no caso concreto em que, comprovado parcialmente o direito surja
dúvida insuperável e que impeça o segurado da obtenção do direito, como no
caso da fixação da DII nos casos de doença de desenvolvimento progressivo.

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Comprovada a incapacidade atual e a Data de Inicio
da Doença, a DII deve ser fixada no melhor interesse do segurado, respeitando
a documentação médica apresentada e limitando ao máximo o intervalo de
tempo em que perdura a dúvida. Com isso, se estará adotando um critério
jurídico justo para a superação da margem de dúvida que persiste na ciência
médica.

Fixação da DID e DII e o direito ao benefício por incapacidade (fonte: Manual de


Perícia Médica da Previdência Socia).

SITUAÇÃO PARECER MEDICO DECISÃO ADMINISTRATIVA


PERICIAL

A DID – antes da 1a Doença pré-existente.


contribuição Indeferimento do benefício. Incapacidade
DII – antes da 12a laborativa anterior à carência.
Contribuição

B DID – antes ou depois Procedimento cabível se houver


agravamento da patologia anterior à
da 1a contribuição
filiação (concessão)
DII – depois da 12a
Contribuição

C DID – depois da 1a não caberá a concessão do benefício,


ressalvadas as hipóteses a seguir:
contribuição
- se é doença que isenta de carência;
DII – antes da 12a
- se é acidente de qualquer natureza ou
contribuição
causa;
Obs: 1 - se a DII recaiu no 2º dia do 12º
mês de carência, tendo em vista que um
dia trabalhado no mês, vale como
contribuição para aquele mês, para
qualquer categoria de segurado
2 - se a doença for isenta de carência, a
DID e DII devem recair no 2º dia do 1º

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mês da filiação

3. DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

O Juízo sentenciante, em razão da improcedência


da lide, deixou de fixar a verba de sucumbência em favor da Autora.

Com efeito, in casu, com o provimento do presente


recurso os honorários advocatícios devem ser fixados, e mais, devem
representar valor razoável no caso de arbitramento, consoante artigo 20, § 4º
do Código de Processo Civil, para refletir valor condizente com o trabalho
realizado pelo causídico.

É cediço que os honorários de sucumbência são o


meio de sobrevivência dos Advogados, e que sua fixação em valor ínfimo, além
de aviltante ofende a dignidade da pessoa humana. Aliás, a Suprema Corte já
decidiu que os honorários de sucumbência tem estrita natureza alimentar.

Nesta senda é vasta a jurisprudência conforme


arestos infra colacionados, verbatin:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE


DIVERGÊNCIA. FAZENDA PÚBLICA VENCIDA.
ART. 20, § 4º, DO CPC. POSIÇÃO DA CORTE
ESPECIAL SOBRE O VALOR DA CAUSA.
PRECEDENTES. 1. Hipótese em que, configurada,
à época, a divergência entre o acórdão embargado
(que, nos casos em que a Fazenda Pública for
vencida, entende pela fixação de honorários sobre o
valor da condenação) e o acórdão confrontado (que
preconiza, em situação análoga, a fixação de
honorários sobre o valor da causa), aplica-se
entendimento pacificado pela Primeira Seção, no
sentido do acórdão paradigma. 2. "Fixação dos

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honorários advocatícios sobre o valor da causa,
devidamente atualizados quando do seu efetivo
pagamento." (AgRg nos EREsp 703.720/DF, DJ de
12/6/2006). 3. Embargos de Divergência providos.
(EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RESP Nº
665.107 - SC (2005/0068350-6), Rel. Min. Herman
Benjamin)

1. SUCUMBÊNCIA. Inversão dos ônus.


Fixação de honorários advocatícios. Aplicação
do art. 20, § 4º, do CPC. Recurso extraordinário
provido. Alteração da verba honorária para
percentual sobre o valor da condenação.
Decisão reconsiderada. Agravo regimental
provido para esse fim. Reformado acórdão que
havia aplicado o § 4º do CPC, com acolhimento do
pedido inicial, os honorários advocatícios devem ser
fixados em percentual sobre a condenação, nos
termos do § 3º. (RE 486147 AgR / SP - SÃO
PAULO, AG.REG.NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO, Relator(a): Min. CEZAR
PELUSO, Julgamento: 12/08/2008, Órgão Julgador:
Segunda Turma).

Assim, não havendo elemento que possa desnaturar


a qualidade do trabalho apresentado pelo Advogado da Apelante, o dispositivo
da decisão deve dar apreço ao trabalho desenvolvido.

O trabalho do advogado é um dos mais complexos,


pois tem o profissional do direito a árdua missão de conjugar a lei e a
jurisprudência ao caso concreto, e o trabalho adicional de conseguir formar
firme convicção do juiz da causa, com vistas ao êxito da defesa dos interesses
de seu cliente. Além disso, o advogado, ao assumir um processo, está sujeito a
se responsabilizar pelos interesses de seu cliente por anos a fio, o que denota
a necessidade de se remunerar condignamente o advogado.

Se um perito, que presta serviço auxiliar à justiça,


consegue, com algumas horas de trabalho, ser remunerado pelo juiz com
valores bastante expressivos, por que não o advogado, cuja obrigação e

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dedicação é ainda maior e mais complexa e está atrelado a um processo que
pode durar anos e anos?

O Código de Processo Civil em seu artigo 20, § 3º,


estipula que;

Art. 20 - "A sentença condenará o vencido


a pagar ao vencedor as despesas que
antecipou e os honorários advocatícios".

..."§ 3º - Os honorários serão fixados entre


o mínimo de dez por cento (10%) e o máximo
de vinte por cento (20%) sobre o valor da
condenação, atendidos: ...

Da análise do referido dispositivo legal, denota-se


que o legislador processual, assim manifestando sua intenção, visava uma
remuneração digna ao exercício da advocacia, estabelecendo, portanto, uma
restrição ao livre arbítrio do julgador, sujeitando-o aos limites rígidos impostos
para o arbitramento dos honorários profissionais, dentro da qual estaria a
liberdade para a variação percentual já prefixada, ou seja, tem o julgador a
liberdade de fixar os honorários advocatícios entre o mínimo de 10% (dez por
cento) e o máximo de 20% (vinte por cento).

A respeito da justa remuneração do advogado, o


Egrégio Superior Tribunal de Justiça também decidiu ao INSS, quando vencido
na ação, compete pagar honorários advocatícios, fixados em 15% sobre o
valor das prestações vencidas até a sentença, excluídas as parcelas
vincendas consoante orientação da Súmula 111, do Superior Tribunal de
Justiça (Ap. s/ Rev. 669.097-00/7 - 3ª Câm. - Rel. Juíza REGINA CAPISTRANO
- J. 15.4.2003).

“A questão da verba honorária deve ser


tratada de forma a permitir que o patrono da
parte vencedora seja remunerado de forma
condizente com o trabalho desenvolvido, o
tempo dispendido, o valor da indenização,
tudo observado de forma global, sem descurar

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o julgador dos limites traçados pelo artigo 20,
§ 3º do Código de Processo Civil, devendo a
verba honorária ser alterada, para condenar o
vencido a pagar 20% sobre o valor da
condenação, sendo metade para as autoras e
metade para a empresa denunciada à lide,
que terminou por ser excluída da relação
processual (Ap. c/ Rev. 770.298-00/0 - 3ª Câm.
- Rel. Juíza REGINA CAPISTRANO - J.
15.4.2003).

A verba honorária fixada em 15% do valor


da condenação, mostra-se adequada e
remunera condignamente o profissional,
levando-se em consideração os requisitos
exigidos pela lei (artigo 20, §§ 3º e 4º do
Código de Processo Civil) (Ap. c/ Rev.
603.110-00/9 - 1ª Câm. - Rel. Juiz VANDERCI
ÁLVARES - J. 27.3.2001).

Os mais diversos Tribunais Pátrios são unânimes em


reconhecer a necessidade da fixação de honorários de sucumbência em
patamar digno com a Advocacia.

O próprio STF entendeu em julgado que pedimos


vênia para transcrever que:

"A fixação da honorária em quantia


irrisória implica aviltamento da retribuição
profissional" ( 27/11/73, Julgados dos Tribunais
de Alçada Civil de São Paulo 31/13).

A 1ª Câmara do TJSP, da mesma forma se


manifestou:

"Não se pode aviltar o trabalho


profissional do advogado com honorários
irrisórios" (15/04/86, RRJTJSP 104/252).

O Pleno do STF foi contundente e esclarecedor


nesse tópico, quando em julgado assim se manifestou:

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"a fixação de honorários à razão de 01%
(um por cento) sobre a diferença entre a
indenização e a oferta é tão mesquinha, tão
humilhante ao profissional, que importa em
negativa de vigência do artigo 27, §1º da Lei
das Desapropriações" (11/05/72, RTJ 68/697).

Também o STJ manifestou-se acerca da


obrigatoriedade da fixação da verba honorária em conformidade com o artigo
20, § 3º do CPC, quando em recurso especial assim se manifestou:

Comporta recurso especial e provimento o


acórdão que concede honorários inferiores a
10% sobre a condenação (STJ -1ª Turma,
REsp 19.882-0-SP, rel. Min. Demócrito
Reinaldo, j. 30.11.92, deram provimento v.u.,
DJU 1.2.93, p.438, em.).

Convém lembrar que a Associação dos Advogados


de São Paulo – AASP encabeçou a campanha “HONORÁRIOS NÃO SÃO
GORJETA” justificando que:

Honorários não nos vêm, regular e


automaticamente, como vencimentos. São
contraprestação derivada de mérito, de honor,
da honra que se empresta à profissão e que é
devida ao profissional pelo trabalho e
dedicação ao seu mister, durante anos. Vale
lembrar que o custo do exercício da digna
profissão do Advogado e da Advogada
(manutenção e material de escritório, gastos
com pessoal, cursos de aperfeiçoamento) é,
na grande maioria das vezes, assumido pelo
profissional antecipadamente, que, com base
no suor do seu trabalho, conta com o resultado
favorável a seu cliente e com a respectiva
verba de sucumbência. Assim, quando
supostamente o valor de determinada
condenação sucumbencial aparenta ser
elevado, na verdade aquele valor é dedicado a
cobrir inúmeras despesas, investimentos e,
quando possível, justa melhoria de vida para o
profissional da advocacia. (www.aasp.org.br)

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Assim, é justa a condenação do Apelado em
pagar honorários de sucumbência no montante de 10 a 20% do valor da
condenação.

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4. QUESTIONAMENTO EXPRESSO PARA FINS DE PRÉ-
QUESTIONAMENTO TAMBÉM EXPRESSO COM FULCRO NAS SÚMULAS
282 E 356 DO STF E SÚMULA 211 DO STJ

(CPC, ART. 515, PARÁGRAFO 1º, SÚMULA 211 STJ E SÚMULA 282 e 356 DO
STF).

O Apelante, com supedâneo no art. 515, parágrafo


primeiro, do CPC, na Súmula 211 do STJ e na Súmula 282 e 356 do STF,
questiona para que seja pré-questionada a seguir, de modo claro, expresso e
direto, as ofensas diretas e frontais à Constituição Federal em seus artigos 1º,
III, e art. 5º e seus incisos, e a norma infraconstitucional da Lei 8213/91, em
seus artigos 16 e ss., e da Lei 7.670/88, requerendo formal e expressamente
que a Colenda Câmara Julgadora, por seu ilustre relator e revisor, tornem res
dubia, res controversa, ventilem todas as questões alinhadas.

V. DO PETITUM

Ex expositis, requer seja dado TOTAL


PROVIMENTO a este Apelo, para:

a) preliminarmente, seja concedida a tutela


antecipada, nos termos da fundamentação suso, por este E. Tribunal por seu
caráter puramente alimentar;

b) Reformar a decisão de primeira instância para


que seja decretada a pensão por morte da Apelante com início da data do
primeiro requerimento administrativo;

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Caso, ad argumentandum tantum, não seja provido
o pedido (b) acima, alternativamente requer:

c) Se provido o presente recurso, quanto aos


honorários advocatícios, para arbitrá-los dentro dos limites previstos no artigo
20, § 3º do CPC, ou seja, de 10 a 20% do valor da condenação, tendo como
parâmetro as parcelas vencidas e como marco final a data da sentença, em
face da dificuldade imposta ao profissional para a análise e elaboração da
defesa, por ser medida de costumeira e imparcial JUSTIÇA!

Requer, por fim, o prequestionamento com


supedâneo no art. 515, parágrafo primeiro, do CPC, na Súmula 211 do STJ e
na Súmula 282 e 356 do STF, de modo claro, expresso e direto, as ofensas
diretas e frontais à Constituição Federal em seus artigos 1º, III, e art. 5º e seus
incisos, e a norma infraconstitucional da Lei 8213/91, em seus 16 e ss., I, e da
Lei 7.670/88, requerendo formal e expressamente que a Colenda Câmara
Julgadora, por seu ilustre relator e revisor, tornem res dubia, res controversa,
ventilem todas as questões alinhadas.

Termos em que,
Pede e Espera Deferimento,
Limeira, 04 de março de 2015.

Marcio Rodrigo Gonçalves


OAB/SP 293.123

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