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Resumo
Neste trabalho abordaremos a importância de despertar nos alunos do curso de
administração de empresas, o espírito de empreendedor, e da necessidade que se tem das
pessoas se preparem melhor antes de se lançarem no mercado, com seus pequenos negócios
O empreendedorismo vem sendo uma tendência, o número de pequenas empresas e
trabalhadores autônomos, cresce a cada ano, mas crescem também o número de pessoas
despreparadas para administrar, essas unidades de negócios. Sendo assim é de suma
importância que nossos graduandos saiam das instituições de ensino superior, sabendo como
elaborar um plano de negócios, pondo em prática as funções administrativas que eles
aprendem no decorrer do curso.
Palavras-chave: Empreendedorismo; Plano de negócios; Ensino Superior
1. Introdução
O empreendedorismo é um termo novo ainda, principalmente para os brasileiros, somente se
despontou para nós a partir da década de 90 e veio crescendo juntamente com o processo de
privatização de grandes empresas estatais e com a abertura do mercado interno. A definição
de empreendedorismo é muito subjetiva, todos parecem conhecer, mas não conseguem conceituar
realmente o que seja. Por isso a importância de desenvolver empreendedores que ajudem o país
no seu crescimento e gere possibilidade de trabalho, renda e maiores investimentos.
Neste artigo, iremos conceituar o termo empreendedorismo, citar as características de um
empreendedor, a relevância de ser administrador e empreendedor, e a importância do
aprendizado nas IES, unindo teoria e prática na elaboração de planos de negócios,
preparando-os e desenvolvendo o espírito empreendedor.
2. Conceito de empreendedorismo
O Empreendedorismo é um assunto muito discutido hoje em dia, porém sua definição é muito
complexa, pois seu conteúdo pode variar dependendo do lugar e do autor, isso porque o
empreendedorismo recebeu fortes contribuições vindas da psicologia e também da sociologia,
o que pode ter provocado variações em sua definição. Apesar de o empreendedorismo ser um
assunto comum nos artigos, revistas, internet, livros e aparentar ser um termo “novo” para os
profissionais, é um conceito antigo que assumiu diversas vertentes ao longo do tempo. No
início do século XX, a palavra empreendedorismo foi utilizada pelo economista Joseph
Schumpeter em 1950 como sendo, de forma resumida, uma pessoa com criatividade e capaz
de fazer sucesso com inovações. Já em 1967 com K. Knight e em 1970 com Peter Drucker foi
introduzido o conceito de risco, uma pessoa empreendedora precisa arriscar em algum
negócio.
Empreendedorismo: teoria e prática Maio/2012
Para Drucker (1974) empreendedorismo é: prática; visão de mercado; evolução, e diz ainda
que o:
Na prática o empreendedorismo costuma ser definido como o processo pelo qual as pessoas
iniciam e desenvolvem seus negócios. É um fenômeno complexo, no qual envolve o
empreendedor, a empresa e o cliente, que fazem parte deste processo. Segundo a definição de
Dolabela (1999), “empreendedorismo envolve qualquer forma de inovação que tenha uma
relação com a prosperidade da empresa”. O que se destaca dentro dessa definição é que o
empreendedorismo (nos casos de empresas novas ou das já há algum tempo estabelecidas)
torna-se fator primordial, fazendo com que os negócios sobrevivam e prosperem num
ambiente econômico e de mudanças sejam elas: culturais, sociais ou geográficas.
[...]fruto dos hábitos, práticas e valores das pessoas. Existem famílias mais
empreendedoras do que outras, assim como cidades, regiões, países. Na verdade
aprende-se a ser empreendedor pela convivência com outros empreendedores [...] o
empreendedor aprende em um clima de emoção e é capaz de assimilar e experiência
de terceiros.( DOLABELA, 1999: 31)
Os economistas Jean Baptiste Say e Richard Cantillon foram os pioneiros a escrever sobre o
empreendedorismo, no final do século XVII. Jean Baptiste Say, afirmou que o empreendedor
exerce as funções de reunir diferentes fatores de produção, de gestão e a capacidade de
assumir riscos. Já Richard Cantillon identificou o empreendedor como alguém que assume
riscos no processo de comprar serviços ou componentes por certo preço com a intenção de
revendê-los mais tarde a um preço incerto. Já no início do século XX, tem-se a definição do
economista moderno, de Joseph Schumpeter, já citado, “o empreendedor é aquele que destrói
a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de
Empreendedorismo: teoria e prática Maio/2012
Faz parte das características da ação empreendedora em todas as suas etapas, ou seja, criar
algo novo mediante a visualização de uma oportunidade, dedicação e persistência na atividade
que se propõe a fazer para alcançar os objetivos pretendidos e ousadia para assumir os riscos
que deverão ser calculados.
3. O Empreendedorismo no Brasil
Com a abertura da economia, o governo fez uma série de ajustes, controlou a inflação e
regulou a economia, em pouco tempo a país ganhou estabilidade, se planejou e ganhou
respeito. Nessa mesma época surge então o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e
Pequenas Empresas), e a SOFTEX (Sociedade Brasileira para Exportação de Software).
Já a SOFTEX foi criada para ampliar o mercado das empresas de software através da
exportação e incentivar a produção nacional, para isso foram desenvolvidos projetos para a
capacitação em gestão e tecnologia dos empresários de informática. A SOFTEX é responsável
por deslanchar o desenvolvimento de tecnologias nacionais, ela conseguiu através de seus
programas, abrasileirarem no país termos como plano de negócios (business plan) que até então
era pouco explorado pelos empresários.
Apesar do pouco tempo, o Brasil apresenta ações que visam desenvolver uma descoberta
recente, o Brasil, já pratica várias ações visando desenvolver programas de ensino de
empreendedorismo, incentivando a população a empreender. Neste cenário alguns exemplos:
São algumas iniciativas importantes para o empreendedor brasileiro, apesar das dificuldades
encontradas, elas são necessárias para esse preparo na abertura de uma empresa.
O início da divulgação do empreendedorismo no Brasil se dá por conveniência do governo e
sobrevivência de muitos trabalhadores que saíram das grandes estatais após o processo de
privatização. A partir disso, o governo se propõe a fornecer subsídios, para que os
trabalhadores tivessem a possibilidade de contribuir para o desenvolvimento e a geração de
emprego no Brasil.
4. As características do Empreendedor
O que pode caracterizar um empreendedor de sucesso é uma série de elementos que os tornam
capazes de montar um negócio de sucesso. Porém ha aqueles que nascem com o dom de
empreender, chamado de empreendedor nato, e existe também o empreendedor que
influenciado pelo meio em que vive, pode tornar-se empreendedor através da formação, por
influência familiar, estudo e até mesmo através da própria prática.
Nas áreas científicas e acadêmicas, surgem duas características que incidem diretamente, a
primeira é a natureza da ação, caracterizada por buscar fazer algo inovador ou diferente do
que já é feito. E a segunda é a falta ou inexistência de controle sobre as formas de execução e
recursos necessários para se desenvolver a ação desejada, liberdade de ação.
Apesar de estes fatores serem essenciais na ação empreendedora, isto não significa que todas
as medidas de mudanças são efetivamente empreendedoras. Da mesma forma, nem todas as
ações desenvolvidas, com risco, sem controle dos processos são ações empreendedoras, pois
nem sempre são ações inovadoras.
Filion (1999) estabelece um modelo com quatro fatores fundamentais para que uma ação seja
empreendedora (visão, energia, liderança e relações), visando à formação do profissional
empreendedor. A principal característica as relações, a qual, segundo o autor, se obtém os
conhecimentos fundamentais e necessários dentro de uma estrutura de mercado: as informações
necessárias para a tomada de decisões e o conhecimento da realidade do mercado.
Além das características acima comentadas, o empreendedor tem um perfil de liderança para obter
sucesso em suas atividades, como é o grande responsável em colocar em prática as inovações,
métodos e procedimentos que propôs, deverá estimular os envolvidos na realização das atividades,
de forma a alcançar as metas traçadas.
Neste quadro, um empreendedor está sempre voltado para o futuro e o administrador, focado
no presente, seria impossível escolher um destes perfis como melhor que o outro, afinal o
ideal é que todo administrador seja empreendedor e vice-versa, porém isso nem sempre se faz
necessário, depende da posição que o sujeito ocupa numa empresa, o ideal de vida, o
planejamento do seu patrimônio entre outras motivações. De acordo com o quadro, o
empreendedor privilegia as pessoas como fonte de obtenção de resultado, ao contrário o
administrador da ênfase as regras e procedimentos A palavra estratégia define bem o
empreendedor e para definir administrador seria planejamento e controle.
Veja no quadro abaixo a diferença entre o gerente e o empreendedor:
Por meio da teoria de Schumpeter, o empreendedor é uma pessoa apta a realizar inovações,
fazer coisas diferentes. Exige-se um comportamento pró-ativo e criativo.
O empreendedor é considerado uma pessoa que sabe identificar as oportunidades de negócios,
os espaços no mercado e que se organiza para progredir. Mas, nosso sistema escolar é
concebido para aprender a dominar as questões analíticas, o estudante passa anos, do primário
à Universidade, numa relação quase de passividade com o aprendizado.
Empreendedorismo: teoria e prática Maio/2012
As pessoas que se matriculam nesses cursos não querem todos se tornar empreendedores, mas
vários querem descobrir o mundo do empreendedor. Sendo assim, estabelecemos distinções
entre as categorias de cursos que tratam ora da sensibilização, ora das práticas de gestão.
Portanto as instituições de ensino hoje estão aptas a instituir certificados e diplomas nesse
campo. Hoje é muito fácil encontrar cursos sobre empreendedorismo, inclusive estudos de
casos, trabalhos de campo e contatos com pessoas que vivenciam este mundo. O
empreendedorismo surge de contextos culturais que se desenvolvem em torno de
empreendedores que dirigem pequenas empresas.
Há cerca de cem anos, a criação de escolas e o fenômeno da educação para a população teve
como foco separar o aprendizado de seu contexto e de sua aplicação prática. Sendo assim se
nos perguntamos quem esta mais preparado para ensinar a disciplina o pesquisador ou que
pratica o empreendedorismo? Eu responderia que seria uma junção dos dois. Aliás, vários
pesquisadores se interessaram pela questão.
Estudos sobre milhares de pequenos empresários mostraram que, das pessoas que se lançaram
nos negócios rapidamente, atrás de uma oportunidade, mas sem grande preparação, somente
40% ainda mantinham seus negócios cinco anos depois. Por outro lado, 80% daquelas que
dedicaram ao menos seis meses de preparação a seu projeto, também continuavam com seu
negócio cinco anos depois. No Centro da Empresa e da Inovação de Montreal, essa
porcentagem atinge os 85% dos indivíduos que passaram por todas as etapas de preparação
para a criação da empresa, sobretudo porque seu projeto estava mais bem concebido. Vale
ressaltar também que a chave do sucesso está na experiência dos negócios, sobretudo no
conhecimento do assunto no qual se está lançando.
Empreendedorismo: teoria e prática Maio/2012
Cada professor tem sua própria definição sobre empreendedorismo, muitas vezes com
aspectos contraditórios uns dos outros. Mesmo entre autores de livros e pesquisadores
acadêmicos não há uma unicidade nas definições conceituais. Embora o crescimento de
cursos de empreendedorismo no ensino superior seja uma boa notícia, as ofertas ainda são
tímidas em termos de quantidade de disciplinas sobre o tema, sendo na maioria dos casos,
optativa. Nos EUA, o empreendedorismo é um assunto que se desdobra em várias disciplinas,
obrigatórias e eletivas, além de vários outros cursos de extensão, como empreendedorismo
corporativo, social, franquias, empresas familiares, capital de risco.
A tarefa do educador é árdua, cabe a ele incutir a semente da curiosidade sobre o tema em
seus alunos, ajudando-os a conhecer essa possibilidade de carreira e mostrando-lhes os
caminhos para o auto-desenvolvimento. A tarefa de transferir esse conhecimento apaixonante
nos leva a inferir que, tão importante quanto o conhecimento acadêmico, o professor
precisaria ter tido a vivência empreendedora em seu histórico de vida, seja como consultor ou
como empreendedor. Esse seria o caminho ideal para ele encontrar o melhor equilíbrio entre a
teoria e a prática, o conceitual e o instrumental.
6. Conclusão
Ter um empreendedor dentro da empresa significa sair na frente, é o mesmo que ter uma
vantagem competitiva. Vantagem essa que une forças, e faz com que todo o conjunto se
movimente, dando agilidade e assumindo todos os riscos anteriormente calculados, e os
impactos que serão causados pelo caminho a ser tomado. O empreendedor não tem um lugar
específico, mas mesmo assim é uma peça importante e garantidora de sucesso em uma
organização.
O empreendedorismo é uma área em pleno crescimento nas quais várias disciplinas estão
inseridas, é um campo de pesquisa emergente aonde não existem ainda teorias estabelecidas.
No empreendedorismo, é conveniente falar de configurações reflexivas ou cognitivas que
podemos chamar mais comumente de "soluções mágicas". No entanto podem exigir boas
técnicas de pesquisa, e um profundo conhecimento do campo e dos dados empíricos a serem
pesquisados. Pois o empreendedorismo não é apenas a intuição, é uma maneira de pensar.
Para muitos, é até mesmo uma forma de se relacionar e interagir com o universo.
7. Referencias
DOLABELA, Fernando. Oficina do Empreendedor. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999.
___________________. O Segredo de Luisa. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999
Empreendedorismo: teoria e prática Maio/2012
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: Transformando Idéias em Negócios. Rio de Janeiro:
Elsevier,2001.
DRUCKER, Peter. F. O Gerente Eficaz. Editora Zahar, São Paulo, 1974.
Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas, pesquisa feita através do site www.sebrae.com.br,
acesso no mês de Julho de 2011.