Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
1
Nota do autor: Agradeço a Malcoln A FICÇÃO DA FUNÇÃO
Quantrill e a Texas A&M University
pela oportunidade de aposentar
Stanford Anderson
este trabalho no “Rowlett Lectures”
de 1985. Trata-se do mesmo docu- À memória de Ray Lamson
mento, acrescido de pequena revi-
são, publicado no folheto editado Tradução: Hélia de S. C. Ramos2
por Quantrill, “Putting Modernism
A
ie Place, Rowlet Report 85” (College polêmica do pós-modernismo insiste na centrali-
Station, Texas: Texas A&M Univer-
sity, 1985), pp. 27-32. Logo após dade e na ingenuidade do conceito de função den-
a palestra no Texas, tive o prazer tro da Aquitetura moderna. É o erro e a inutilidade
de explorar melhor esse material
em um seminário patrocinado pela
desta posição pós-moderna que pretendo revelar. O
St. Botolph Foundation, no St. Bo- título que dei a este trabalho, “A Ficção da Função”,
tolph Club, em Boston. Seminário pode dar a entender que se trata de uma avaliação
esse organizado pelo recentemente
falecido, sábio e querido Roy Lam-
simplista e negativa do papel da função no processo
son, então Professor Emérito de Li- de criação na Arquitetura. Ao contrário, desejo revelar
teratura do Instituto de Tecnologia várias referências possíveis e pertinentes, que podem
de Massachusetts. Este ensaio foi
publicado no Assemblage 2 (Fev.
ser extraídas desse titulo — referências que serviram
1987), pp. 19-31, e revisto em 17- bem à Arquitetura, e não apenas nos tempos moder-
06-89. nos.
2
A tradução foi originalmente pu-
blicada nos Anais do 4o. SEDUR - Talvez eu deva admitir imediatamente que fui atraído
Seminário sobre Desenho Urbano para este assunto pelo tema de uma exposição e um
no Brasil, promovido pela Faculdade livro de Heinrich Klotz, ambos intitulados Moderno e
de Arquitetura e Urbanismo da Uni-
versidade de Brasília, Brasília, em Pós-Moderno. O slogan de Klotz é “Ficção, não fun-
1995. ção” — uma evocação efetiva de sua tese de que a
distinção entre moderno e pós-moderno pode ser en-
contrada na substituição do enfoque de função para
ficção. Segundo Klotz, essa é também uma distinção
normativa, que justifica o apoio da Arquitetura pós-
moderna em oposição a qualquer forma de continui-
dade com a moderna. Não é novidade a classificação
da Arquitetura moderna como funcionalista para pro-
pósitos polêmicos, e é de admirar que seja necessário
abordar a questão novamente. Entretanto, a associa-
ção exagerada de modernismo com funcionalismo é
3 freqüente, e, recentemente, o catálogo de Klotz rece-
Prêmio CICA 1985 ganho por
Klotz pelo “melhor catálogo de ex-
beu o prêmio do Comitê Internacional de Críticos de
posições de arquitetura”. Arquitetura.3
REVISTA THÉSIS | 02
ISSN 2447-8679 | Julho / Dezembro 2016
259
ARQUIVO
A ficção da função
Stanford Anderson
REVISTA THÉSIS | 02
260 Julho / Dezembro 2016 | ISSN 2447-8679
ARQUIVO
A ficção da função
Stanford Anderson
REVISTA THÉSIS | 02
ISSN 2447-8679 | Julho / Dezembro 2016
261
ARQUIVO
A ficção da função
Stanford Anderson
REVISTA THÉSIS | 02
262 Julho / Dezembro 2016 | ISSN 2447-8679
ARQUIVO
A ficção da função
Stanford Anderson
REVISTA THÉSIS | 02
ISSN 2447-8679 | Julho / Dezembro 2016
263
ARQUIVO
A ficção da função
Stanford Anderson
REVISTA THÉSIS | 02
264 Julho / Dezembro 2016 | ISSN 2447-8679
ARQUIVO
A ficção da função
Stanford Anderson
A Criação de um Mundo
O fato de a Villa Savoye nos contar uma visão que
Le Corbusier teve, é sem dúvida uma história. Assim,
penetramos na dimensão iconográfica da arquitetura.
Por mais que a Villa Savoye permita que vivamos de
acordo com aquela visão, ocorre algo mais. Ela “cria
um mundo” que não determina, mas permite-nos vi-
ver e pensar diferentemente do que se não existisse.
Se essa ficção pode apenas existir precariamente na
Villa Savoye, ela pode, sem dúvida, ser “meramente”
uma ficção, tão valiosa para nós como outras grandes
histórias. Se sua visão ou princípios podem ser gene-
ralizados, podemos ter um domínio literal sobre um
mundo que não poderia ter sido nosso sem a ficção
originária.
REVISTA THÉSIS | 02
ISSN 2447-8679 | Julho / Dezembro 2016
265
ARQUIVO
A ficção da função
Stanford Anderson
REVISTA THÉSIS | 02
266 Julho / Dezembro 2016 | ISSN 2447-8679
ARQUIVO
A ficção da função
Stanford Anderson
Referências
SUMMERSON, John. “The Case for a Theory of Modern Architecture”, Journal of the Royal
lnstitute of British Architects, ser. 3, vol. 64, June 1957, pp. 307-314.
REVISTA THÉSIS | 02
ISSN 2447-8679 | Julho / Dezembro 2016
267