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Diário da República, 1.ª série — N.

º 160 — 22 de agosto de 2016 2777

Artigo 4.º 4 — A presente lei não prejudica a aplicação do disposto


Entrada em vigor
em legislação específica, designadamente quanto:

1 — A presente lei entra em vigor no primeiro dia do a) Ao regime de exercício do direito dos cidadãos a
serem informados pela Administração Pública sobre o
mês seguinte ao da sua publicação.
andamento dos processos em que sejam diretamente inte-
2 — As alterações aos artigos 8.º e 39.º, introduzidas ressados e a conhecer as resoluções definitivas que sobre
pela presente lei, entram em vigor na data de início de eles forem tomadas, que se rege pelo Código do Procedi-
vigência do diploma referido no artigo anterior. mento Administrativo;
Aprovada em 20 de julho de 2016. b) Ao acesso a informação e a documentos relativos à
segurança interna e externa e à investigação criminal, ou à
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo instrução tendente a aferir a responsabilidade contraordena-
Ferro Rodrigues. cional, financeira, disciplinar ou meramente administrativa,
Promulgada em 29 de julho de 2016. que se rege por legislação própria;
c) Ao acesso a documentos notariais e registrais, a do-
Publique-se. cumentos de identificação civil e criminal, a informação e
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA. documentação constantes do recenseamento eleitoral, bem
como ao acesso a documentos objeto de outros sistemas
Referendada em 10 de agosto de 2016. de informação regulados por legislação especial;
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa. d) Ao acesso a informação e documentos abrangidos
pelo segredo de justiça, segredo fiscal, segredo estatís-
tico, segredo bancário, segredo médico e demais segre-
Lei n.º 26/2016 dos profissionais, bem como a documentos na posse de
inspeções-gerais e de outras entidades, quando digam
de 22 de agosto
respeito a matérias de que resulte responsabilidade finan-
ceira, disciplinar ou meramente administrativa, desde que
Aprova o regime de acesso à informação administrativa e ambiental o procedimento esteja sujeito a regime de segredo, nos
e de reutilização dos documentos administrativos, transpondo termos da lei aplicável.
a Diretiva 2003/4/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
28 de janeiro, e a Diretiva 2003/98/CE, do Parlamento Europeu
e do Conselho, de 17 de novembro. Artigo 2.º
Princípio da administração aberta
A Assembleia da República decreta, nos termos da
alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: 1 — O acesso e a reutilização da informação administra-
tiva são assegurados de acordo com os demais princípios
da atividade administrativa, designadamente os princípios
CAPÍTULO I da igualdade, da proporcionalidade, da justiça, da impar-
Disposições gerais cialidade e da colaboração com os particulares.
2 — A informação pública relevante para garantir a
Artigo 1.º transparência da atividade administrativa, designadamente
a relacionada com o funcionamento e controlo da atividade
Objeto pública, é divulgada ativamente, de forma periódica e
1 — A presente lei regula o acesso aos documentos atualizada, pelos respetivos órgãos e entidades.
administrativos e à informação administrativa, incluindo 3 — Na divulgação de informação e na disponibilização
em matéria ambiental, transpondo para a ordem jurídica de informação para reutilização através da Internet deve
interna a Diretiva 2003/4/CE, do Parlamento Europeu e assegurar-se a sua compreensibilidade, o acesso livre e
universal, bem como a acessibilidade, a interoperabilidade,
do Conselho, de 28 de janeiro de 2003, relativa ao acesso
a qualidade, a integridade e a autenticidade dos dados
do público às informações sobre ambiente e que revoga a publicados e ainda a sua identificação e localização.
Diretiva 90/313/CEE do Conselho.
2 — A presente lei regula ainda a reutilização de docu- Artigo 3.º
mentos relativos a atividades desenvolvidas pelos órgãos e
entidades referidas no artigo 4.º, transpondo para a ordem Definições
jurídica interna a Diretiva 2003/98/CE, do Parlamento Eu- 1 — Para efeitos da presente lei, considera-se:
ropeu e do Conselho, de 17 de novembro de 2003, relativa
à reutilização de informações do setor público, alterada a) «Documento administrativo» qualquer conteúdo,
pela Diretiva 2013/37/UE, do Parlamento Europeu e do ou parte desse conteúdo, que esteja na posse ou seja de-
Conselho, de 26 de junho de 2013. tido em nome dos órgãos e entidades referidas no artigo
3 — O acesso a informação e a documentos nomina- seguinte, seja o suporte de informação sob forma escrita,
tivos, nomeadamente quando incluam dados de saúde, visual, sonora, eletrónica ou outra forma material, neles se
produzidos ou detidos pelos órgãos ou entidades referidos incluindo, designadamente, aqueles relativos a;
no artigo 4.º, quando efetuado pelo titular dos dados, por i) Procedimentos de emissão de atos e regulamentos
terceiro autorizado pelo titular ou por quem demonstre administrativos;
ser titular de um interesse direto, pessoal, legítimo e cons- ii) Procedimentos de contratação pública, incluindo os
titucionalmente protegido na informação, rege-se pela contratos celebrados;
presente lei, sem prejuízo do regime legal de proteção de iii) Gestão orçamental e financeira dos órgãos e enti-
dados pessoais. dades;
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iv) Gestão de recursos humanos, nomeadamente os dos b) Os documentos cuja elaboração não releve da ativi-
procedimentos de recrutamento, avaliação, exercício do dade administrativa, designadamente aqueles referentes
poder disciplinar e quaisquer modificações das respetivas à reunião do Conselho de Ministros e ou à reunião de
relações jurídicas. Secretários de Estado, bem como à sua preparação;
c) Os documentos produzidos no âmbito das relações
b) «Documento nominativo» o documento administra- diplomáticas do Estado português.
tivo que contenha dados pessoais, definidos nos termos do
regime legal de proteção de dados pessoais; Artigo 4.º
c) «Formato aberto» um formato de ficheiro disponi-
bilizado ao público e reutilizável independentemente da Âmbito de aplicação subjetivo
plataforma utilizada, nos termos do regime jurídico que 1 — A presente lei aplica-se aos seguintes órgãos e
regula a adoção de normas abertas para a informação em entidades:
suporte digital na Administração Pública;
d) «Formato legível por máquina» um formato de fi- a) Órgãos de soberania e os órgãos do Estado e das
cheiro estruturado de modo a ser possível, por meio de regiões autónomas que integrem a Administração Pública;
aplicações de software, nele identificar, reconhecer e extrair b) Demais órgãos do Estado e das regiões autónomas,
dados específicos, incluindo declarações de facto, bem na medida em que exerçam funções materialmente admi-
como a sua estrutura interna; nistrativas;
e) «Informação ambiental» quaisquer informações de c) Órgãos dos institutos públicos, das entidades admi-
natureza administrativa, sob forma escrita, visual, sonora, nistrativas independentes e das associações e fundações
eletrónica ou outra forma material, relativas: públicas;
i) Ao estado dos elementos do ambiente, como o ar e d) Órgãos das empresas públicas;
a atmosfera, a água, o solo, a terra, a paisagem e as áreas e) Órgãos das autarquias locais, das entidades intermu-
de interesse natural, incluindo as zonas húmidas, as zonas nicipais e de quaisquer outras associações e federações
litorais e marinhas, a diversidade biológica e seus compo- públicas locais;
nentes, incluindo os organismos geneticamente modifica- f) Órgãos das empresas regionais, municipais, intermu-
dos, e a interação entre esses elementos; nicipais ou metropolitanas, bem como de quaisquer outras
ii) A fatores como as substâncias, a energia, o ruído, as empresas locais ou serviços municipalizados públicos;
radiações ou os resíduos, incluindo os resíduos radioativos, g) Associações ou fundações de direito privado nas
emissões, descargas e outras libertações para o ambiente, quais os órgãos e entidades previstas no presente número
que afetem ou possam afetar os elementos do ambiente exerçam poderes de controlo de gestão ou designem, di-
referidos na alínea anterior; reta ou indiretamente, a maioria dos titulares do órgão de
iii) A medidas políticas, legislativas e administrativas, administração, de direção ou de fiscalização;
designadamente planos, programas, acordos ambientais e h) Outras entidades responsáveis pela gestão de arquivos
ações que afetem ou possam afetar os elementos ou fatores com caráter público;
referidos nas subalíneas anteriores, bem como medidas ou i) Outras entidades no exercício de funções material-
ações destinadas à sua proteção; mente administrativas ou de poderes públicos, nomeada-
iv) A relatórios sobre a implementação da legislação mente as que são titulares de concessões ou de delegações
ambiental; de serviços públicos.
v) A análises custo-benefício e outras avaliações e ce-
nários económicos utilizados no âmbito das medidas e ati- 2 — As disposições da presente lei são ainda aplicáveis
vidades, em matéria ambiental, referidas na subalínea iii); aos documentos detidos ou elaborados por quaisquer enti-
vi) Ao estado da saúde e à segurança das pessoas, in- dades dotadas de personalidade jurídica que tenham sido
cluindo designadamente a contaminação da cadeia alimen- criadas para satisfazer de um modo específico necessidades
tar, as condições de vida, os locais de interesse cultural e de interesse geral, sem caráter industrial ou comercial, e
construções, na medida em que sejam ou possam ser afe-
em relação às quais se verifique uma das seguintes cir-
tados pelo estado dos elementos referidos na subalínea i),
cunstâncias:
ou, através desses elementos, pelos fatores ou medidas
referidas nas subalíneas ii) e iii); a) A respetiva atividade seja maioritariamente financiada
por alguma das entidades referidas no número anterior ou
f) «Norma formal aberta» uma norma estabelecida em no presente número;
forma escrita, que pormenoriza especificações no que diz b) A respetiva gestão esteja sujeita a um controlo por
respeito aos requisitos para assegurar a interoperabilidade parte de alguma das entidades referidas no número anterior
de software; ou no presente número;
g) «Reutilização» a utilização, por pessoas singulares ou c) Os respetivos órgãos de administração, de direção ou
coletivas, de documentos administrativos, para fins comer- de fiscalização sejam compostos, em mais de metade, por
ciais ou não comerciais diferentes do fim inicial de serviço membros designados por alguma das entidades referidas
público para o qual os documentos foram produzidos. no número anterior ou no presente número.
2 — Não se consideram documentos administrativos, 3 — Ainda que já não integrem o seu âmbito de aplica-
para efeitos da presente lei: ção subjetivo, a presente lei aplica-se ainda às entidades
a) As notas pessoais, esboços, apontamentos, comuni- que preencheram os requisitos referidos nos números ante-
cações eletrónicas pessoais e outros registos de natureza riores em momento anterior, relativamente aos documentos
semelhante, qualquer que seja o seu suporte; correspondentes a esse período.
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4 — As disposições relativas ao acesso a informação no quadro do princípio da proporcionalidade, de todos os


ambiental aplicam-se ainda a: direitos fundamentais em presença e do princípio da admi-
nistração aberta, que justifique o acesso à informação.
a) Qualquer pessoa singular ou coletiva, de natureza
pública ou privada, que pertença à administração indireta 6 — Um terceiro só tem direito de acesso a documen-
dos órgãos ou entidades referidas nos números anteriores tos administrativos que contenham segredos comerciais,
e que tenha atribuições ou competências, exerça funções industriais ou sobre a vida interna de uma empresa se
administrativas públicas ou preste serviços públicos re- estiver munido de autorização escrita desta ou demonstrar
lacionados com o ambiente, nomeadamente entidades fundamentadamente ser titular de um interesse direto, pes-
públicas empresariais, empresas participadas e empresas soal, legítimo e constitucionalmente protegido suficiente-
concessionárias; mente relevante após ponderação, no quadro do princípio
b) Qualquer pessoa singular ou coletiva que detenha ou da proporcionalidade, de todos os direitos fundamentais
materialmente mantenha informação ambiental em nome em presença e do princípio da administração aberta, que
ou por conta de qualquer dos órgãos ou entidades referidas justifique o acesso à informação.
nos números anteriores. 7 — Sem prejuízo das demais restrições legalmente
previstas, os documentos administrativos ficam sujeitos a
Artigo 5.º interdição de acesso ou a acesso sob autorização, durante
Direito de acesso o tempo estritamente necessário à salvaguarda de outros
interesses juridicamente relevantes, mediante decisão do
1 — Todos, sem necessidade de enunciar qualquer órgão ou entidade competente, sempre que contenham
interesse, têm direito de acesso aos documentos admi- informações cujo conhecimento seja suscetível de:
nistrativos, o qual compreende os direitos de consulta,
de reprodução e de informação sobre a sua existência e a) Afetar a eficácia da fiscalização ou supervisão, in-
conteúdo. cluindo os planos, metodologias e estratégias de supervisão
2 — O direito de acesso realiza-se independentemente ou de fiscalização;
da integração dos documentos administrativos em arquivo b) Colocar em causa a capacidade operacional ou a se-
corrente, intermédio ou definitivo. gurança das instalações ou do pessoal das Forças Armadas,
dos serviços de informações da República Portuguesa,
Artigo 6.º das forças e serviços de segurança e dos órgãos de polícia
criminal, bem com a segurança das representações diplo-
Restrições ao direito de acesso máticas e consulares; ou
1 — Os documentos que contenham informações cujo c) Causar danos graves e dificilmente reversíveis a bens
conhecimento seja avaliado como podendo pôr em risco ou interesses patrimoniais de terceiros que sejam superiores
interesses fundamentais do Estado ficam sujeitos a interdi- aos bens e interesses protegidos pelo direito de acesso à
ção de acesso ou a acesso sob autorização, durante o tempo informação administrativa.
estritamente necessário, através de classificação operada
através do regime do segredo de Estado ou por outros 8 — Os documentos administrativos sujeitos a restrições
regimes legais relativos à informação classificada. de acesso são objeto de comunicação parcial sempre que
2 — Os documentos protegidos por direitos de autor seja possível expurgar a informação relativa à matéria
ou direitos conexos, designadamente os que se encontrem reservada.
na posse de museus, bibliotecas e arquivos, bem como os Artigo 7.º
documentos que revelem segredo relativo à propriedade Acesso e comunicação de dados de saúde
literária, artística, industrial ou científica, são acessíveis,
sem prejuízo da aplicabilidade das restrições resultantes 1 — O acesso à informação de saúde por parte do seu
do Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos e titular, ou de terceiros com o seu consentimento ou nos
do Código da Propriedade Industrial e demais legislação termos da lei, é exercido por intermédio de médico se o
aplicável à proteção da propriedade intelectual. titular da informação o solicitar, com respeito pelo disposto
3 — O acesso aos documentos administrativos prepa- na Lei n.º 12/2005, de 26 de janeiro.
ratórios de uma decisão ou constantes de processos não 2 — Na impossibilidade de apuramento da vontade do
concluídos pode ser diferido até à tomada de decisão, titular quanto ao acesso, o mesmo é sempre realizado com
ao arquivamento do processo ou ao decurso de um ano intermediação de médico.
após a sua elaboração, consoante o evento que ocorra em 3 — No caso de acesso por terceiros mediante consen-
primeiro lugar. timento do titular dos dados, deve ser comunicada apenas
4 — O acesso ao conteúdo de auditorias, inspeções, a informação expressamente abrangida pelo instrumento
inquéritos, sindicâncias ou averiguações pode ser diferido de consentimento.
até ao decurso do prazo para instauração de procedimento 4 — Nos demais casos de acesso por terceiros, só pode
disciplinar. ser transmitida a informação estritamente necessária à
5 — Um terceiro só tem direito de acesso a documentos realização do interesse direto, pessoal, legítimo e consti-
nominativos: tucionalmente protegido que fundamenta o acesso.

a) Se estiver munido de autorização escrita do titular dos Artigo 8.º


dados que seja explícita e específica quanto à sua finalidade
Uso ilegítimo de informações
e quanto ao tipo de dados a que quer aceder;
b) Se demonstrar fundamentadamente ser titular de um 1 — Não é permitida a utilização ou reprodução de
interesse direto, pessoal, legítimo e constitucionalmente informações em violação de direitos de autor e direitos
protegido suficientemente relevante, após ponderação, conexos ou de direitos de propriedade industrial.
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2 — Os documentos nominativos comunicados a ter- 3 — A informação referida no presente artigo deve ser
ceiros não podem ser utilizados ou reproduzidos de forma disponibilizada em formato aberto e em termos que per-
incompatível com a autorização concedida, com o funda- mitam o acesso aos conteúdos de forma não condicionada,
mento do acesso, com a finalidade determinante da recolha privilegiando-se a disponibilização em formatos legíveis
ou com o instrumento de legalização, sob pena de respon- por máquina, que permitam o seu ulterior tratamento au-
sabilidade por perdas e danos e responsabilidade criminal, tomatizado.
nos termos legais. 4 — A informação administrativa referida na alínea c)
do n.º 1 deve permanecer disponível durante dois anos ou,
Artigo 9.º no caso das autarquias locais, pelo período correspondente
à duração de cada mandato, excluindo o período de vigên-
Responsável pelo acesso
cia, quando seja o caso, ou durante o tempo adequado à
Cada órgão ou entidade referida no n.º 1 do artigo 4.º divulgação satisfatória dos seus conteúdos, se superior.
deve designar um responsável pelo cumprimento das dis- 5 — A divulgação ativa da informação deve acautelar
posições da presente lei, a quem compete nomeadamente o respeito pelas restrições de acesso previstas na presente
organizar e promover as obrigações de divulgação ativa lei, devendo ter lugar a divulgação parcial sempre que
de informação a que está vinculado o órgão ou a entidade, seja possível expurgar a informação relativa à matéria
acompanhar a tramitação dos pedidos de acesso e reutili- reservada.
zação e estabelecer a articulação necessária ao exercício 6 — A aplicação do disposto no presente artigo é facul-
das competências da Comissão de Acesso aos Documentos tativa para as freguesias com menos de 10 000 eleitores,
Administrativos, doravante designada por CADA. com exceção do previsto na alínea c) do n.º 1.

Artigo 10.º Artigo 11.º


Divulgação ativa de informação Divulgação ativa de informação relativa ao ambiente

1 — Os órgãos e entidades a quem se aplica a presente 1 — Os órgãos e entidades a quem se aplica a presente
lei publicitam nos seus sítios na Internet, de forma perió- lei recolhem e organizam a informação ambiental no âm-
dica e atualizada, no mínimo semestralmente: bito das suas atribuições e asseguram a sua divulgação ao
público de forma sistemática e periódica, nomeadamente
a) Os documentos administrativos, dados ou listas que de forma eletrónica, devendo assegurar a sua disponibili-
os inventariem que entendam disponibilizar livremente zação progressiva em bases de dados facilmente acessíveis
para acesso e reutilização nos termos da presente lei, sem através da Internet.
prejuízo do regime legal de proteção de dados pessoais; 2 — A informação a que se refere o presente artigo
b) O endereço eletrónico, local e horário para consulta deve ser atualizada no mínimo semestralmente, e incluir,
presencial, modelo de requerimento ou outro meio ade- pelo menos:
quado através do qual podem ser remetidos os pedidos de
acesso e reutilização da informação e documentos abran- a) Textos de tratados, convenções ou acordos interna-
gidos pela presente lei; cionais e da legislação nacional e europeia sobre ambiente
c) A informação cujo conhecimento seja relevante para ou com ele relacionada;
garantir a transparência da atividade relacionada com o seu b) Políticas, planos e programas relativos ao ambiente;
funcionamento, pelo menos, a seguinte: c) Relatórios sobre a execução dos instrumentos refe-
ridos nas alíneas anteriores;
i) Planos de atividades, orçamentos, relatórios de ati- d) Um relatório nacional sobre o estado do ambiente,
vidades e contas, balanço social e outros instrumentos de nos termos do número seguinte;
gestão similares; e) Dados ou resumos dos dados resultantes do controlo
ii) Composição dos seus órgãos de direção e fiscaliza- das atividades que afetam ou podem afetar o ambiente;
ção, organograma ou outro modelo de orgânica interna; f) Licenças e autorizações com impacto significativo
iii) Todos os documentos, designadamente despachos sobre o ambiente, acordos sobre ambiente ou referência
normativos internos, circulares e orientações, que com- ao local onde tais informações podem ser solicitadas ou
portem enquadramento estratégico da atividade adminis- obtidas;
trativa; g) Estudos de impacte ambiental e avaliações de risco re-
iv) A enunciação de todos os documentos que com- lativas a elementos ambientais mencionados na subalínea i)
portem interpretação generalizadora de direito positivo da alínea e) do n.º 1 do artigo 3.º, ou referência ao local
ou descrição genérica de procedimento administrativo, onde tais informações podem ser solicitadas ou obtidas.
mencionando designadamente o seu título, matéria, data,
origem e local onde podem ser consultados. 3 — O relatório nacional sobre o estado do ambiente,
cuja elaboração e publicação anual compete ao membro
d) As regras e as condições de reutilização da informa- do Governo responsável pela área do ambiente, inclui
ção aplicáveis em cada caso. informação sobre a qualidade do ambiente e as pressões
sobre ele exercidas.
2 — A informação administrativa disponível nos sítios 4 — Os órgãos e entidades públicas competentes devem
na Internet a que se refere o número anterior é indexada garantir que, em caso de ameaça iminente para a saúde
no sistema de pesquisa online de informação pública, nos humana ou o ambiente, causada por ação humana ou por
termos do artigo 49.º do Decreto-Lei n.º 135/99, de 22 de fenómenos naturais, sejam divulgadas imediatamente todas
abril, alterado pelos Decretos-Leis n.os 29/2000, de 13 de as informações ambientais que permitam às populações
março, 72-A/2010, de 18 de junho, e 73/2014, de 13 de em risco tomar medidas para evitar ou reduzir os danos
maio. decorrentes dessa ameaça.
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CAPÍTULO II à inteligibilidade e fiabilidade do seu conteúdo, e em ter-


mos rigorosamente correspondentes ao do conteúdo do
Exercício do direito de acesso e de reutilização registo.
dos documentos administrativos 5 — A entidade requerida pode limitar-se a indicar a
exata localização, na Internet, do documento requerido,
SECÇÃO I salvo se o requerente demonstrar a impossibilidade de
utilização dessa forma de acesso.
Direito de acesso 6 — A entidade requerida não tem o dever de criar ou
adaptar documentos para satisfazer o pedido, nem a obriga-
Artigo 12.º ção de fornecer extratos de documentos, caso isso envolva
Pedido de acesso um esforço desproporcionado que ultrapasse a simples
manipulação dos mesmos.
1 — O acesso aos documentos administrativos deve ser
solicitado por escrito, através de requerimento que conte- Artigo 14.º
nha os elementos essenciais à identificação do requerente,
designadamente o nome, dados de identificação pessoal Encargos de reprodução
ou coletiva, dados de contacto e assinatura. 1 — O acesso através dos meios previstos nas alíneas b)
2 — O modelo de requerimento de pedido de acesso e c) do n.º 1 do artigo anterior faz-se através de um único
deve ser disponibilizado pelas entidades no seu sítio na exemplar, sujeito a pagamento, pelo requerente, da taxa
Internet. fixada, que deve obedecer aos seguintes princípios:
3 — A entidade requerida pode também aceitar pedidos
verbais, devendo fazê-lo nos casos em que a lei o determine a) Corresponder à soma dos encargos proporcionais
expressamente. com a utilização de máquinas e ferramentas de recolha,
4 — A apresentação de queixa à CADA, nos termos da produção e reprodução do documento, com os custos dos
presente lei, pressupõe pedido escrito de acesso ou, pelo materiais usados e com o serviço prestado, não podendo
menos, a formalização por escrito do indeferimento de ultrapassar o valor médio praticado no mercado por serviço
pedido verbal. correspondente;
5 — Aos órgãos e entidades a quem se aplica a presente b) No caso de emissão de certidão, quando o documento
lei incumbe prestar assistência ao público na identificação disponibilizado constituir o resultado material de uma
dos documentos e dados pretendidos, nomeadamente infor- atividade administrativa para a qual sejam devidas taxas
mando sobre a forma de organização e utilização dos seus ou emolumentos, os encargos referidos na alínea anterior
arquivos e registos, e publicando no seu sítio na Internet podem ser acrescidos de um valor razoável, tendo em vista
a forma, meio, local e horário, se aplicável, para efetuar os custos diretos e indiretos dos investimentos e a boa
o pedido de acesso. qualidade do serviço, nos termos da legislação aplicável;
6 — Se o pedido não for suficientemente preciso, a c) Às taxas cobradas pode acrescer, quando aplicável e
entidade requerida deve, no prazo de cinco dias a partir exigido por lei, o custo da anonimização dos documentos
da data da sua receção, indicar ao requerente a deficiência e os encargos de remessa, quando esta seja feita por via
e convidá-lo a supri-la em prazo fixado para o efeito, de- postal;
vendo procurar assisti-lo na sua formulação, ao fornecer d) No caso de reprodução realizada por meio eletrónico,
designadamente informações sobre a utilização dos seus designadamente envio por correio eletrónico, não é devida
arquivos e registos. qualquer taxa.

Artigo 13.º 2 — Tendo em conta o disposto no número anterior, o


Governo e os Governos Regionais, ouvida a CADA e as
Forma do acesso associações nacionais representativas das autarquias locais,
1 — O acesso aos documentos administrativos exerce- devem fixar as taxas a cobrar pelas reproduções e certidões
-se através dos seguintes meios, conforme opção do re- dos documentos administrativos.
querente: 3 — As entidades com poder tributário autónomo não
podem fixar taxas que ultrapassem em mais de 100 % os
a) Consulta gratuita, eletrónica ou efetuada presencial- valores fixados nos termos do número anterior, os quais se
mente nos serviços que os detêm; aplicam enquanto não publicarem tabelas próprias.
b) Reprodução por fotocópia ou por qualquer meio 4 — Os órgãos e entidades a quem se aplica a presente
técnico, designadamente visual, sonoro ou eletrónico; lei devem publicar no seu sítio na Internet e afixar em lugar
c) Certidão. acessível ao público uma lista das taxas que cobram pelas
reproduções e certidões de documentos administrativos,
2 — Os documentos são transmitidos em forma inteli- bem como informação sobre as isenções, reduções ou
gível e em termos rigorosamente correspondentes aos do dispensas de pagamento aplicáveis.
conteúdo do registo. 5 — As organizações não-governamentais de ambiente e
3 — Quando houver risco de a reprodução causar dano equiparadas, definidas nos termos da legislação aplicável,
ao documento, pode o requerente, a expensas suas e sob gozam de uma redução de 50 % no pagamento de quaisquer
a direção do serviço detentor, promover a cópia manual taxas devidas pelo acesso à informação ambiental.
ou a reprodução por outro meio que não prejudique a sua 6 — Os beneficiários de apoio judiciário, como tal reco-
conservação. nhecido nos termos da lei, gozam de isenção de quaisquer
4 — Os documentos informatizados são enviados por taxas devidas pelo acesso a informação administrativa
qualquer meio de transmissão eletrónica de dados, sempre necessária à instrução do processo relativamente ao qual
que tal for possível e desde que se trate de meio adequado lhes tenha sido concedido o respetivo apoio.
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7 — As vítimas de violência doméstica e as respetivas 5 — Recebido o relatório referido no número anterior,


associações representativas, como tal qualificadas nos a entidade requerida comunica ao requerente a sua decisão
termos da lei, gozam de isenção de quaisquer taxas de- final fundamentada, no prazo de 10 dias.
vidas pelo acesso a informação administrativa necessária 6 — Tanto a decisão como a falta de decisão no termo do
à instrução de pedidos de proteção administrativa ou de prazo a que se refere o número anterior podem ser impug-
atuação judicial destinada a evitar ou perseguir atos de nadas pelo interessado junto dos tribunais administrativos,
violência doméstica praticados contra si ou contra os seus aplicando-se, com as devidas adaptações, ao processo de
associados. intimação referido no n.º 2, as regras do Código de Pro-
Artigo 15.º cesso nos Tribunais Administrativos.
Resposta ao pedido de acesso
SECÇÃO II
1 — A entidade a quem foi dirigido o requerimento de
acesso a um documento administrativo deve, no prazo de Direito de acesso à informação ambiental
10 dias:
Artigo 17.º
a) Comunicar a data, local e modo para se efetivar a
consulta, se requerida; Direito de acesso à informação ambiental
b) Emitir a reprodução ou certidão requeridas;
c) Comunicar por escrito as razões da recusa, total ou Os órgãos e entidades a quem se aplica a presente lei
parcial, do acesso ao documento, bem como quais as ga- asseguram o direito de acesso à informação ambiental nos
rantias de recurso administrativo e contencioso de que termos previstos na secção anterior, devendo ainda:
dispõe o requerente contra essa decisão, nomeadamente a) Disponibilizar ao público, gratuitamente, listas com
a apresentação de queixa junto da CADA e a intimação a designação de todos os órgãos e entidades que detêm
judicial da entidade requerida; informação ambiental, preferencialmente em sítio único,
d) Informar que não possui o documento e, se souber na Internet, que centralize os respetivos sítios onde a in-
qual a entidade que o detém, remeter-lhe o requerimento, formação está acessível, e a identidade do responsável pelo
com conhecimento ao requerente; acesso, nos termos do artigo 9.º;
e) Expor à CADA quaisquer dúvidas que tenha sobre a b) Criar e manter instalações adequadas à consulta da
decisão a proferir, a fim de esta entidade emitir parecer. informação, prestando apoio ao público no exercício do
direito de acesso;
2 — No caso da alínea e) do número anterior, a en- c) Adotar procedimentos que garantam a uniformiza-
tidade requerida deve informar o requerente e enviar à ção da informação ambiental, de forma a assegurar uma
CADA cópia do requerimento e de todas as informações informação exata, atualizada e comparável;
e documentos que contribuam para convenientemente o d) Indicar, quando fornecerem a informação ambien-
instruir. tal referida nas subalíneas i) e ii) da alínea e) do n.º 1 do
3 — As entidades não estão obrigadas a satisfazer pe- artigo 3.º, onde pode ser encontrada e obtida, quando dis-
didos que, face ao seu carácter repetitivo e sistemático ponível, a informação sobre os procedimentos de medição
ou ao número de documentos requeridos, sejam manifes- utilizados para recolha daquela, incluindo os métodos de
tamente abusivos, sem prejuízo do direito de queixa do análise, de amostragem e de tratamento prévio das amos-
requerente.
tras, ou referência ao procedimento normalizado utilizado
4 — Em casos excecionais, se o volume ou a complexi-
na recolha de informação.
dade da informação o justificarem, o prazo referido no n.º 1
pode ser prorrogado até ao máximo de dois meses, devendo
o requerente ser informado desse facto, com indicação dos Artigo 18.º
respetivos fundamentos, no prazo de 10 dias. Indeferimento do pedido de acesso

Artigo 16.º 1 — Os pedidos de acesso à informação ambiental po-


dem ser indeferidos quando o documento administrativo
Direito de queixa solicitado não esteja nem deva estar na posse do órgão ou
1 — O requerente pode queixar-se à CADA em caso entidade a quem o pedido for dirigido, sendo que este, se
de falta de resposta decorrido o prazo previsto no artigo tiver conhecimento que a informação é detida por outra
anterior, indeferimento, satisfação parcial do pedido ou entidade, deve remeter-lhe diretamente e de imediato o
outra decisão limitadora do acesso a documentos admi- pedido, disso informando o requerente.
nistrativos, no prazo de 20 dias. 2 — Quando o pedido se refira a um procedimento em
2 — A apresentação de queixa interrompe o prazo para curso, a entidade remete-o à entidade coordenadora do
introdução em juízo de petição de intimação para a pres- processo, a qual informa o requerente do prazo previsível
tação de informações, consulta de processos ou passagem para a sua conclusão, bem como das disposições legais
de certidões. previstas no respetivo procedimento, relativas ao acesso
3 — Salvo em casos de indeferimento liminar, a CADA à informação.
deve convidar a entidade requerida a responder à queixa 3 — Quando o pedido se referir a informação constante
no prazo de 10 dias. de comunicações internas entre entidades ou contemplar
4 — Tanto no caso de queixa como no da consulta pre- o acesso a documentos nominativos, o deferimento ape-
vista na alínea e) do n.º 1 do artigo 15.º, a CADA tem o nas deve ter lugar caso o interesse público subjacente à
prazo de 40 dias para elaborar o correspondente relatório divulgação da informação prevaleça e, em qualquer caso,
de apreciação da situação, enviando-o, com as devidas quando o pedido incidir sobre informação relativa a emis-
conclusões, a todos os interessados. sões para o ambiente.
Diário da República, 1.ª série — N.º 160 — 22 de agosto de 2016 2783

4 — Para além do disposto nos números anteriores, um 3 — As disposições da presente secção não são aplicá-
pedido de acesso a documentos administrativos que con- veis aos documentos detidos ou elaborados por:
tenham informação ambiental apenas pode ser indeferido a) Empresas de radiodifusão de serviço público, suas
nos seguintes casos: filiais e outras entidades que cumpram funções de radio-
a) Quando o pedido for manifestamente abusivo ou difusão de serviço público;
tiver por referência documentos ou dados errados ou in- b) Estabelecimentos de ensino e investigação, incluindo
organizações criadas com vista à transferência de resul-
completos; tados de investigação, escolas e instituições de ensino
b) Quando não seja possível sanar a deficiência a que superior, com exceção das respetivas bibliotecas;
se refere o n.º 6 do artigo 12.º; c) Pessoas coletivas públicas ou privadas que se dedi-
c) Quando a divulgação dessa informação prejudicar: quem à prestação de serviços e atividades culturais, exceto
i) A confidencialidade do processo ou da informação, bibliotecas, museus e arquivos.
quando essa confidencialidade esteja prevista na lei, desig- 4 — A troca de documentos administrativos entre os
nadamente em caso de segredo bancário, segredo estatístico órgãos e entidades referidos no artigo 4.º, exclusivamente
e sigilo fiscal; no âmbito do desempenho das suas funções e dos fins de
ii) As relações internacionais, a segurança pública ou interesse público que lhes compete prosseguir, não cons-
a defesa nacional; titui reutilização.
iii) O segredo de justiça, o segredo em sede de procedi- 5 — Salvo acordo da entidade que os detenha, quem
mentos contraordenacionais, disciplinares, financeiros ou reutilizar documentos administrativos não pode alterar a
meramente administrativos, desde que previstos na lei, o informação neles vertida, nem deve permitir que o seu sen-
acesso à justiça ou o seu bom funcionamento; tido seja desvirtuado, devendo mencionar sempre as fontes,
iv) A confidencialidade das informações comerciais bem como a data da última atualização da informação.
6 — Os documentos são disponibilizados no formato ou
ou industriais, sempre que essa confidencialidade esteja linguagem em que já existam e, se adequado, em formatos
legalmente prevista para proteger um interesse económico abertos e legíveis por máquina, com os respetivos meta-
legítimo, bem como o interesse público no segredo esta- dados, devendo ambos respeitar normas formais abertas.
tístico, fiscal e bancário; 7 — O disposto no número anterior deve ser cumprido
v) Direitos de autor ou direitos conexos e direitos de na medida do possível, não implicando, para a entidade
propriedade industrial; detentora, o dever de criar ou adaptar documentos ou de
vi) Os interesses ou a proteção de quem tenha fornecido fornecer extratos, caso isso envolva um esforço despro-
voluntariamente a informação, sem que esteja ou venha a porcionado que ultrapasse a simples manipulação dos
estar legalmente obrigado a fazê-lo, exceto se essa pessoa mesmos.
tiver autorizado a divulgação dessa informação; Artigo 20.º
vii) A proteção do ambiente a que a informação se refere, Documentos excluídos
designadamente a localização de espécies protegidas.
Não podem ser objeto de reutilização:
5 — Os fundamentos de indeferimento e respetivos a) Documentos elaborados no exercício de uma ativi-
interesses protegidos devem ser interpretados de forma dade de gestão privada da entidade em causa;
restritiva face ao interesse público subjacente à divulgação b) Documentos cujos direitos de autor ou direitos co-
da informação, sendo que os referidos nas subalíneas i), nexos pertençam a terceiros ou cuja reprodução, difusão
iv), vi) e vii) do número anterior não podem ser invoca- ou utilização possam configurar práticas de concorrência
dos quando o pedido incidir sobre informação relativa a desleal;
c) Documentos nominativos, salvo autorização do ti-
emissões para o ambiente.
tular, disposição legal que a preveja expressamente ou
6 — A informação ambiental solicitada deve ser parcial- quando os dados pessoais possam ser anonimizados sem
mente disponibilizada sempre que seja possível expurgar possibilidade de reversão, devendo nesse caso aplicar-se,
a informação que fundamentou o indeferimento. no âmbito da autorização concedida e nos termos do n.º 1
do artigo 23.º, a previsão de medidas especiais de segu-
rança destinadas a proteger os dados sensíveis, de acordo
SECÇÃO III
com o regime legal de proteção de dados pessoais;
Da reutilização de documentos d) Partes de documentos que contêm apenas logótipos,
brasões e insígnias.
Artigo 19.º Artigo 21.º
Princípios gerais Pedido de reutilização

1 — Os documentos administrativos cujo acesso seja 1 — A reutilização de documentos disponibilizados


autorizado, nos termos da presente lei, podem ser reuti- através da Internet não depende de autorização da en-
tidade que os detenha, exceto quando exista indicação
lizados. contrária ou se for claro para qualquer destinatário que o
2 — As disposições da presente secção não prejudicam documento se encontra protegido por direitos de autor ou
a utilização de textos de convenções, leis, regulamen- direitos conexos.
tos, relatórios ou decisões administrativas, judiciais ou 2 — Nos restantes casos, a reutilização de documentos
de quaisquer órgãos ou entidades do Estado ou da Ad- depende de autorização da entidade que os detenha, me-
ministração Pública, bem como a utilização de traduções diante pedido formulado pelo requerente, aplicando-se o
oficiais destes textos. disposto no artigo 12.º
2784 Diário da República, 1.ª série — N.º 160 — 22 de agosto de 2016

3 — Quando a reutilização de documentos se destine a 4 — As taxas cobradas pela reutilização limitam-se


fins educativos ou de investigação e desenvolvimento, o aos custos marginais suportados com a recolha, produção,
requerente deve indicá-lo expressamente. reprodução e divulgação do respetivo documento, podendo
neles incluir-se, quando aplicável, o custo da anonimização
Artigo 22.º dos documentos e os encargos de remessa, quando esta
seja feita por via postal.
Resposta ao pedido de reutilização
5 — Quando o documento disponibilizado constituir o
1 — A entidade a quem foi dirigido o requerimento de resultado material de uma atividade administrativa para
reutilização do documento deve, no prazo de 10 dias: a qual sejam devidas taxas ou emolumentos, os custos
referidos no número anterior podem ser acrescidos de um
a) Autorizar a reutilização do documento, indicando, se valor razoável, tendo em vista os custos diretos e indiretos
existirem, quais as condições ou licenças aplicáveis, nos dos investimentos e a boa qualidade do serviço, nos termos
termos do artigo seguinte; ou da legislação aplicável.
b) Indicar as razões de recusa, total ou parcial, de reu- 6 — Quando o documento requerido integrar uma bi-
tilização do documento, bem como quais as garantias de blioteca, incluindo uma biblioteca das instituições de en-
recurso administrativo e contencioso de que dispõe o re- sino superior, um museu ou um arquivo, as taxas incluem
querente contra essa decisão, nomeadamente a apresen- também os custos de preservação dos documentos e da
tação de queixa junto da CADA e a intimação judicial da cessão de direitos, e podem ser acrescidas de um valor
entidade requerida. razoável tendo em vista os custos diretos e indiretos dos
investimentos e a boa qualidade do serviço, nos termos da
2 — O pedido de reutilização do documento só pode legislação aplicável.
ser indeferido com fundamento na violação de disposi- 7 — Na fixação das taxas a cobrar nos termos dos nú-
ções legais, nomeadamente de alguma das disposições da meros anteriores, a entidade requerida deve basear-se nos
presente lei relativa ao direito de acesso e reutilização, ou custos durante o exercício contabilístico normal, calculados
quando o órgão ou entidade já não tenha uma obrigação de acordo com os princípios contabilísticos aplicáveis.
de elaborar, deter ou armazenar a informação. 8 — As condições de reutilização e as taxas cobradas
3 — O dever de indicar as razões de recusa compreende não devem restringir desnecessariamente as possibilidades
a indicação da pessoa singular ou coletiva titular do direito de reutilização, não podendo a entidade requerida, por essa
de autor ou de direitos conexos sobre o documento ou, via, discriminar categorias de reutilização equivalentes
em alternativa, a indicação da entidade licenciadora que ou limitar a concorrência, podendo no entanto reduzir ou
cedeu o documento, quando essa titularidade constitua o isentar de taxa a reutilização requerida por entidades com
fundamento da recusa da reutilização pretendida. ou sem fins lucrativos, desde que em prossecução de fins
e atividades de reconhecido interesse social.
4 — As indicações referidas no número anterior não são
obrigatórias se a entidade requerida for uma biblioteca,
Artigo 24.º
incluindo as bibliotecas das instituições de ensino superior,
um museu ou um arquivo. Publicidade
5 — O prazo previsto no n.º 1 pode ser prorrogado uma 1 — As condições de reutilização e as taxas aplicáveis,
vez, por igual período, nos casos de pedidos extensos ou incluindo o prazo, montante e forma de pagamento e even-
complexos, devendo o requerente ser informado desse tuais reduções ou isenções previstas, são preestabelecidas
facto, com indicação dos respetivos fundamentos, no prazo e publicitadas, sempre que possível por via eletrónica, de-
máximo de cinco dias. vendo ser indicada a base de cálculo dos valores a cobrar,
bem como os meios de tutela ao dispor do requerente no
Artigo 23.º caso de recusa da reutilização do documento.
Condições de reutilização 2 — Os órgãos e entidades a quem se aplica a presente
lei devem publicar no seu sítio na Internet e afixar em lugar
1 — A autorização concedida nos termos do artigo an- acessível ao público uma lista das taxas que cobram pelas
terior pode ser subordinada à observância de determinadas reproduções e certidões de documentos administrativos,
condições de reutilização, designadamente através de li- bem como informação sobre as isenções, reduções ou
cenças abertas disponíveis em linha, que concedem direitos dispensas de pagamento aplicáveis.
de reutilização mais amplos sem limitações tecnológicas, 3 — Nos casos em que a informação cuja reutilização
financeiras ou geográficas, e se baseiam em formatos de seja requerida determinar, pela sua relativa indisponibili-
dados abertos. dade, natureza ou complexidade, a aplicação de taxas que
2 — A reutilização de documentos pode ainda ser sujeita não estejam predeterminadas, a entidade requerida informa
a pagamento de taxas por parte do requerente, fixadas previamente o requerente dos fatores que são tidos em
pelas entidades de acordo com o disposto nos números conta no cálculo dos valores a cobrar.
seguintes. 4 — Quando não tenham sido fixadas, predeterminadas
3 — Sem prejuízo do disposto no artigo 15.º do Código ou publicitadas as taxas a aplicar, e enquanto não o forem,
do Procedimento Administrativo é gratuita a reutilização a reutilização considera-se gratuita.
dos documentos disponibilizados:
Artigo 25.º
a) Através da Internet, nos termos dos artigos 10.º e
Proibição de acordos exclusivos
11.º; ou
b) Para fins educativos ou de investigação e desenvol- 1 — É proibida a celebração de acordos exclusivos de
vimento. reutilização de documentos, com exceção dos casos em que
Diário da República, 1.ª série — N.º 160 — 22 de agosto de 2016 2785

o direito exclusivo diz respeito à digitalização de recursos 2 — A CADA dispõe de orçamento anual, cuja dotação
culturais e dos casos em que a constituição de um direito é inscrita no orçamento da Assembleia da República.
exclusivo é necessária para a prestação de um serviço de
interesse público. Artigo 29.º
2 — Os acordos exclusivos celebrados ao abrigo do
Composição
número anterior, bem como a respetiva fundamentação,
devem ser transparentes e publicitados, sempre que pos- 1 — A CADA é composta pelos seguintes membros:
sível por via eletrónica.
3 — Os motivos subjacentes à constituição de um di- a) Um juiz conselheiro do Supremo Tribunal Adminis-
reito exclusivo devem ser objeto de um exame periódico, trativo, designado pelo Conselho Superior dos Tribunais
a realizar pelo menos de três em três anos, com exceção Administrativos e Fiscais, que preside;
dos direitos exclusivos relativos à digitalização de recur- b) Dois deputados eleitos pela Assembleia da República,
sos culturais, cujo período de exclusividade não deve, sendo um sob proposta do grupo parlamentar do maior
em regra, exceder 10 anos, devendo o referido exame ser partido que apoia o Governo e o outro sob proposta do
realizado no 11.º ano e, posteriormente, se aplicável, de maior partido da oposição;
sete em sete anos. c) Um professor de Direito designado pelo Presidente
4 — Nos casos em que exista um direito exclusivo para da Assembleia da República;
digitalização de recursos culturais, o respetivo acordo prevê d) Duas personalidades designadas pelo Governo;
necessariamente a disponibilização à entidade pública em e) Uma personalidade designada por cada um dos Go-
causa, a título gratuito, de uma cópia dos recursos culturais vernos Regionais;
digitalizados, a qual deve estar disponível para reutilização f) Uma personalidade designada pela Associação Na-
no termo do período de exclusividade. cional de Municípios Portugueses;
g) Um advogado designado pela Ordem dos Advogados;
Artigo 26.º h) Um membro designado, de entre os seus vogais, pela
Comissão Nacional de Proteção de Dados.
Intimação para a reutilização de documentos
Quando o pedido de reutilização formulado nos termos 2 — Os titulares são substituídos por um suplente, de-
da presente secção seja total ou parcialmente indeferido, signado pelas mesmas entidades.
o interessado pode apresentar queixa à CADA nos ter- 3 — Os membros da CADA tomam posse perante o
mos do artigo 16.º, aplicando-se as suas correspondentes Presidente da Assembleia da República nos 10 dias se-
disposições quanto à petição de intimação da entidade guintes à publicação da sua designação na 1.ª série do
requerida para autorização da reutilização, que pode ser Diário da República.
apresentada junto do tribunal administrativo competente, 4 — Os mandatos dos titulares são de três anos, sem
nos termos previstos no Código de Processo nos Tribunais prejuízo do disposto no número seguinte, cessando apenas
Administrativos. com a posse dos novos titulares.
5 — A Assembleia da República elege no início de cada
Artigo 27.º legislatura e pela duração desta os membros referidos na
alínea b).
Divulgação de documentos disponíveis para reutilização 6 — Os mandatos são renováveis duas vezes.
1 — As entidades abrangidas pelas disposições da pre-
sente secção devem disponibilizar, no seu sítio na Inter- Artigo 30.º
net, listas atualizadas dos documentos disponíveis para Competência
reutilização.
2 — Sempre que possível, devem prever-se inventários 1 — Compete à CADA:
dos documentos mais importantes, juntamente com os a) Elaborar a sua regulamentação interna, a publicar na
metadados conexos acessíveis, e deve poder ser realizada 2.ª série do Diário da República;
uma pesquisa multilingue de documentos e dados. b) Apreciar as queixas que lhe sejam apresentadas nos
3 — As informações previstas nos números anteriores termos dos artigos 16.º e 26.º;
devem ser organizadas num portal de existências descen- c) Emitir parecer sobre o acesso aos documentos admi-
tralizadas, com vista a facilitar a procura de documentos nistrativos, nos termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 15.º;
e dados disponíveis para reutilização. d) Emitir parecer sobre a comunicação de documentos
4 — A aplicação do disposto no presente artigo é facul- entre serviços e organismos da Administração Pública,
tativa para as freguesias com menos de 10 000 eleitores. a pedido da entidade requerida ou da interessada, a não
ser que se anteveja risco de interconexão de dados, caso
CAPÍTULO III em que a questão é submetida à apreciação da Comissão
Nacional de Proteção de Dados;
Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos e) Pronunciar-se sobre o sistema de registo e de classi-
ficação de documentos;
Artigo 28.º f) Emitir parecer sobre a aplicação da presente lei, bem
como sobre a elaboração e aplicação de diplomas comple-
Natureza
mentares, por sua iniciativa ou a solicitação da Assembleia
1 — A CADA é uma entidade administrativa indepen- da República, do Governo e dos órgãos e entidades a que
dente, que funciona junto da Assembleia da República, e se refere o artigo 4.º;
a quem cabe zelar pelo cumprimento das disposições da g) Elaborar um relatório anual sobre a aplicação da
presente lei. presente lei e a sua atividade, a enviar à Assembleia da
2786 Diário da República, 1.ª série — N.º 160 — 22 de agosto de 2016

República para publicação e apreciação e ao Primeiro- 6 — Perdem o mandato os membros da CADA que
-Ministro; venham a ser abrangidos por incapacidade ou incompati-
h) Elaborar um relatório, de três em três anos, sobre a bilidade prevista na lei ou que faltem, no mesmo ano civil,
disponibilidade de informações do setor público para reu- a três reuniões consecutivas ou a seis interpoladas, salvo
tilização e sobre as condições da sua disponibilização, em motivo justificado.
particular no que respeita às taxas devidas pela reutilização 7 — A perda do mandato é objeto de deliberação a pu-
de documentos que sejam superiores aos custos marginais, blicar na 2.ª série do Diário da República.
bem como sobre as práticas no que diz respeito a vias de
recurso, o qual deve ser enviado à Assembleia da Repú- Artigo 33.º
blica, para publicação e apreciação, e ao Primeiro-Ministro,
Estatuto remuneratório
com vista ao seu envio à Comissão Europeia;
i) Contribuir para o esclarecimento e divulgação das 1 — O presidente aufere a remuneração e outras rega-
diferentes vias de acesso aos documentos administrativos lias a que tem direito como juiz conselheiro do Supremo
no âmbito do princípio da administração aberta; Tribunal Administrativo, bem como um abono mensal para
j) Emitir deliberações sobre aplicação de coimas nos despesas de representação no valor de 20 % do respetivo
processos de contraordenação previstos na presente lei. vencimento base.
2 — À exceção do presidente, todos os membros po-
2 — Os projetos de pareceres e deliberações são elabo- dem exercer o seu mandato em acumulação com outras
rados pelos membros da CADA, com o apoio dos serviços funções e auferem um abono correspondente a 25 % do
técnicos. valor do índice 100 da escala salarial do pessoal dirigente
3 — Os pareceres são publicados nos termos do regu- da função pública.
lamento interno. 3 — À exceção do presidente, todos os membros aufe-
rem um abono correspondente a 5 % do valor do índice 100
Artigo 31.º
da escala salarial do pessoal dirigente da função pública
Cooperação da administração por cada sessão da CADA em que participem.
4 — Todos os membros têm direito a ajudas de custo e
1 — Todos os dirigentes, funcionários e agentes dos
ao reembolso de despesas com transportes e com teleco-
órgãos e entidades a quem se aplique a presente lei têm o
dever de cooperação com a CADA, sob pena de respon- municações nos termos previstos para o cargo de diretor-
sabilidade disciplinar ou de outra natureza, nos termos -geral.
da lei. 5 — Nas deslocações das personalidades designadas
2 — Para efeitos do número anterior devem ser comuni- pelos Governos Regionais o abono das ajudas de custo
cadas todas as informações relevantes para o conhecimento é processado segundo o regime vigente nas respetivas
das questões apresentadas à CADA no âmbito das suas administrações regionais.
competências.
Artigo 34.º
Artigo 32.º Competência do presidente
Estatuto dos membros da CADA 1 — No quadro das orientações dadas pela CADA, o
1 — Não podem ser membros da CADA os cidadãos presidente exerce, com possibilidade de delegação no se-
que não se encontrem no pleno gozo dos seus direitos cretário, as competências fixadas na lei para o cargo de
civis e políticos. dirigente máximo de organismo autónomo em matéria
2 — São deveres dos membros da CADA: de gestão de pessoal, financeira, patrimonial e adminis-
trativa.
a) Exercer o cargo com isenção, rigor e independência; 2 — A CADA pode delegar no presidente poderes para
b) Participar ativa e assiduamente nos trabalhos da apreciar e decidir:
CADA.
a) Queixas manifestamente infundadas ou extempo-
râneas;
3 — Os membros da CADA não podem ser prejudicados
b) Desistências;
na estabilidade do seu emprego, na sua carreira profis-
c) Casos de inutilidade superveniente;
sional, nomeadamente nas promoções a que entretanto
d) Queixas sobre questões que já tenham sido apreciadas
tenham adquirido direito, nem nos concursos públicos a
pela CADA de modo uniforme e reiterado.
que se submetam e no regime de segurança social de que
beneficiem à data do início do mandato.
4 — Os membros da CADA são inamovíveis, não po- Artigo 35.º
dendo as suas funções cessar antes do termo do mandato, Serviços de apoio
salvo nos seguintes casos:
A CADA dispõe de serviços próprios de apoio técnico
a) Morte; e administrativo, previstos em regulamento orgânico apro-
b) Impossibilidade física permanente ou com uma dura- vado em diploma próprio.
ção que se preveja ultrapassar a data do termo do mandato;
c) Renúncia ao mandato; Artigo 36.º
d) Perda do mandato.
Impugnação judicial
5 — A renúncia ao mandato torna-se eficaz com a apre- 1 — A impugnação de deliberações da CADA reveste
sentação da respetiva declaração escrita ao presidente da a forma de reclamação, a apresentar no prazo de 10 dias
CADA e é publicada na 2.ª série do Diário da República. a contar da respetiva notificação.
Diário da República, 1.ª série — N.º 160 — 22 de agosto de 2016 2787

2 — Em face dessa impugnação, a CADA pode modi- 3 — A infração prevista na alínea b) do n.º 1 é punível
ficar ou revogar a sua decisão, notificando os arguidos da com as seguintes coimas:
nova deliberação final. a) Tratando-se de pessoa singular, no mínimo de € 150
3 — Caso mantenha a anterior deliberação, a CADA e no máximo de € 1 750;
remete a reclamação, no prazo de 10 dias, ao Ministério b) Tratando-se de pessoa coletiva, no mínimo de € 1 250
Público junto do Tribunal Administrativo de Círculo de e no máximo de € 12 500.
Lisboa.
4 — A tentativa é punível.
Artigo 37.º
Decurso do processo judicial Artigo 40.º
1 — Compete à CADA remeter toda a informação ne- Aplicação das coimas
cessária e relevante para o processo ao Ministério Público, 1 — A instrução do processo de contraordenação com-
para que este conclua os autos e os apresente ao juiz. pete aos serviços da Administração Pública que tenham
2 — O juiz pode decidir a questão nos termos da pre- detetado a infração, podendo ser completada pelos serviços
sente lei por simples despacho, se a tal não se opuserem a de apoio da CADA.
defesa, o Ministério Público ou a CADA. 2 — A aplicação de coimas é competência exclusiva da
3 — Se houver audiência, as respetivas formalidades CADA e a respetiva deliberação constitui título executivo
são reduzidas ao mínimo indispensável, não havendo lu- bastante, caso não seja impugnada no prazo legal.
gar à gravação de prova, nem à audição de mais de três
testemunhas por cada contraordenação imputada. Artigo 41.º
4 — O juiz tem sempre competência para arbitrar uma
Destino das receitas cobradas
indemnização a quem entenda ter a ela direito.
5 — Da decisão final do juiz cabe recurso per saltum O montante das importâncias cobradas, em resultado
para o Supremo Tribunal Administrativo, que decide de da aplicação das coimas, reverte:
direito.
a) Em 40 % para a CADA;
b) Em 40 % para o Estado;
CAPÍTULO IV c) Em 20 % para a entidade lesada com a prática da
infração.
Regime sancionatório Artigo 42.º
Artigo 38.º Omissão de dever

Acesso indevido a dados nominativos Sempre que a contraordenação resulte da omissão de


um dever, a aplicação da sanção e o pagamento da coima
1 — Quem, com intenção de aceder indevidamente a não dispensam o infrator do seu cumprimento, se este
dados nominativos, declarar ou atestar falsamente perante ainda for possível.
órgão ou entidade referida no n.º 1 do artigo 4.º ser titular
de um interesse direto, pessoal, legítimo e constitucional-
mente protegido que justifique o acesso à informação ou CAPÍTULO V
documentos pretendidos, é punido com pena de prisão até
Alterações legislativas
um ano ou com pena de multa.
2 — A tentativa é punível.
Artigo 43.º
Artigo 39.º Alteração ao Regulamento Orgânico da CADA

Contraordenações O artigo 3.º do Regulamento Orgânico da CADA, apro-


vado em anexo à Lei n.º 10/2012, de 29 de fevereiro, passa
1 — Praticam contraordenação punível com coima as a ter a seguinte redação:
pessoas singulares ou coletivas que:
a) Reutilizem documentos do setor público sem auto- «Artigo 3.º
rização da entidade competente; [...]
b) Reutilizem documentos do setor público sem obser-
var as condições de reutilização estabelecidas no n.º 1 do 1— .....................................
artigo 23.º; 2— .....................................
c) Reutilizem documentos do setor público sem que 3— .....................................
tenham procedido ao pagamento do valor previsto no n.º 2 4 — Aos técnicos superiores juristas a que se refere
do artigo 23.º o n.º 1 é aplicável, enquanto desempenharem funções
na CADA, o disposto no artigo 26.º do Decreto-Lei
2 — As infrações previstas nas alíneas a) e c) do número n.º 545/99, de 14 de dezembro, alterado pelo Decreto-
anterior são puníveis com as seguintes coimas: -Lei n.º 181/2015, de 16 de setembro.
5 — Os demais trabalhadores a que se refere o n.º 1,
a) Tratando-se de pessoa singular, no mínimo de € 300 enquanto desempenharem funções na CADA, auferem
e no máximo de € 3 500; a remuneração correspondente à posição remunerató-
b) Tratando-se de pessoa coletiva, no mínimo de € 2 500 ria imediatamente seguinte da respetiva categoria ou
e no máximo de € 25 000. carreira.»
2788 Diário da República, 1.ª série — N.º 160 — 22 de agosto de 2016

Artigo 44.º 2 — O disposto no artigo 25.º da presente lei não preju-


Alteração ao Decreto-Lei n.º 16/93, de 23 de janeiro
dica a caducidade dos acordos exclusivos que já se tenha
operado.
O artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 16/93, de 23 de janeiro 3 — As freguesias com menos de 10 000 eleitores dis-
(Estabelece o regime geral dos arquivos e do património põem de um período transitório de adaptação até 1 de maio
arquivístico), alterado pelas Leis n.os 14/94, de 11 de maio, de 2017 para assegurarem a publicitação da informação
e 107/2001, de 8 de setembro, passa a ter a seguinte re- prevista na alínea c) do n.º 1 do artigo 10.º
dação: 4 — Os mandatos dos membros da CADA anteriores à
entrada em vigor da presente lei, bem como os mandatos
«Artigo 17.º em curso no momento da sua entrada em vigor, não rele-
[...]
vam para a aplicação da limitação de mandatos prevista
no n.º 6 do artigo 29.º
1 — É garantido o acesso à documentação conser-
vada em arquivos públicos, salvas as limitações decor- Artigo 47.º
rentes dos imperativos de conservação das espécies, Norma revogatória
aplicando-se as restrições decorrentes da legislação geral
e especial de acesso aos documentos administrativo. São revogadas:
2 — São acessíveis os documentos que integrem a) A Lei n.º 19/2006, de 12 de junho, alterada pelo
dados nominativos: Decreto-Lei n.º 214-G/2015, de 2 de outubro;
a) Desde que decorridos 30 anos sobre a data da b) A Lei n.º 46/2007, de 24 de agosto, alterada pelo
morte das pessoas a que respeitam os documentos; ou Decreto-Lei n.º 214-G/2015, de 2 de outubro.
b) Não sendo conhecida a data da morte, decorridos
40 anos sobre a data dos documentos, mas não antes de Artigo 48.º
terem decorrido 10 anos sobre o momento do conheci- Entrada em vigor e aplicação da lei no tempo
mento da morte.
1 — A presente lei entra em vigor no primeiro dia do
3 — Os dados sensíveis respeitantes a pessoas co- segundo mês posterior à sua publicação, sem prejuízo do
letivas, como tal definidos por lei, são comunicáveis disposto nos números seguintes.
decorridos 30 anos sobre a data da extinção da pessoa 2 — O artigo 43.º da presente lei entra em vigor a 1 de
coletiva, caso a lei não determine prazo mais curto. janeiro de 2017.
4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .» 3 — O disposto no artigo 29.º aplica-se à designação
dos membros da CADA que tenha lugar em 2016.
Artigo 45.º Aprovada em 20 de julho de 2016.
Alteração à Lei n.º 12/2005, de 26 de janeiro O Presidente da Assembleia da República, Eduardo
O artigo 3.º da Lei n.º 12/2005, de 26 de janeiro (Infor- Ferro Rodrigues.
mação genética pessoal e informação de saúde), passa a Promulgada em 9 de agosto de 2016.
ter a seguinte redação:
Publique-se.
«Artigo 3.º O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
[...] Referendada em 10 de agosto de 2016.
1— ..................................... O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.
2— .....................................
3 — O acesso à informação de saúde por parte do
seu titular, ou de terceiros com o seu consentimento ou Resolução da Assembleia da República n.º 192/2016
nos termos da lei, é exercido por intermédio de médico,
com habilitação própria, se o titular da informação o Aprova a Convenção entre a República Portuguesa e a República
solicitar. da Costa do Marfim para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir
4 — Na impossibilidade de apuramento da vontade
a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento,
do titular quanto ao acesso, o mesmo é sempre realizado
assinada em Lisboa, em 17 de março de 2015.
com intermediação de médico.»
A Assembleia da República resolve, nos termos da alí-
nea i) do artigo 161.º e do n.º 5 do artigo 166.º da Consti-
CAPÍTULO VI tuição, aprovar a Convenção entre a República Portuguesa
Disposições finais e transitórias e a República da Costa do Marfim para Evitar a Dupla
Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Im-
Artigo 46.º postos sobre o Rendimento, assinada em Lisboa, em 17 de
março de 2015, cujo texto, nas versões autenticadas, nas
Disposições transitórias
línguas portuguesa e francesa, se publica em anexo.
1 — Os acordos exclusivos existentes que não respeitem Aprovada em 17 de junho de 2016.
o disposto no n.º 1 do artigo 25.º da presente lei, caducam
no termo do respetivo contrato ou, em qualquer caso, a O Presidente da Assembleia da República, Eduardo
18 de julho de 2043. Ferro Rodrigues.

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