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homem e a sociedade. Desde então, parece que tudo já foi dito. O que resta é
períodos, voltou-se para os deuses, para si mesmo, para o cosmos, para seu
interior, para seu exterior, para a ciência, para o belo, para o feio, etc. e assim foi
construção.
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Mestranda em Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do rio Grande do Sul.
e-mail: angelitassilva@terra.com.br
Diante tal transformação, a metalinguagem proporcionou algumas variações
intertextualidade, por exemplo, quando o poeta faz uma analogia da frieza da guerra
com a frieza de poemas que são apenas imagem (Espalharam pó aí que o poema/ é
uma máquina/ ou um diadema/ que o poema / repele tudo que nos fale à pele/de
composição”.
específica (se estamos em janeiro de 1967), período em que foi elaborada, pelo
mesclar sua fértil imaginação com fatos e cidades históricas. Nomes de cidades e de
pessoas são concebidos de maneira divertida e inusitada, mas a base histórica, por
vezes, pode ser reconhecida. Como exemplo, tem-se o conto intitulado “Tyfw” (o
próprio título denota a intenção do autor), onde há uma divertida caracterização dos
possui, usando como desculpa a religião e a cultura. Durante o conto, o poeta cria
índices para que o leitor se guie (a origem dos nomes, o ódio acobertado pela
Palestina e Israel.
uso do fio de Ariadne para quem tivesse de ir ao arquivo dos mortos) até às citações
de ditados populares ditos de forma inovadora (O vinho está servido, é preciso bebê-
lo, não disse como o outro, Tirem-me daqui este cálice, o que vocês querem é me
matar) ou inversa (Perdoada, Sim, acontece muitas vezes, perdoai-vos uns aos
outros, como é costume dizer-se, A frase conhecida não é assim, é amai-vos uns
como também o uso de uma quadra popular (O que está para além da morte, nunca
ninguém viu nem verá, de tantos que para lá foram, nunca nenhum voltou cá).
leve, objetiva e falsamente simples nos leva a uma viagem reflexiva acerca da vida e
em que o autor discute com o leitor sobre a construção da própria obra. Por outro
sei muito bem que a poesia não muda (logo) o mundo. Mas é por isso mesmo que
se faz poesia: porque falta alegria. E quando há alegria se quer mais alegria!). A
qual havia sido filiado, censurando a rigidez da forma e a falta de sentido das
poema só acerta a palavra perfeita ou quando muito acerta a palavra neutra, pois
quem faz o poema é um poeta e quem lê o poema, um hermeneuta). Continua sua
crítica ao poema neutro, imparcial, por não refletir as angústias de uma nação
aprisionada e distanciada de seus direitos (Como ser neutro, fazer um poema neutro
conflito lapidoso diante do papel em branco, da palavra que é de uso de todos e que,
(re)criação de obras, e porque não dizer de vidas, que mesclam-se originado novos
sentidos e sensações.