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Dizemos que um material está magnetizado se, numa escala macroscópica, a soma dos momentos
de dipolos magnéticos resulta ser não nula.
Como veremos, alguns tipos de materiais, notadamente os materiais ferromagnéticos, exibem
uma magnetização permanente, ou seja, exibe uma distribuição de momentos de dipolo magnético
independentemente da existência de um campo magnético externo.
Todos os materiais reagem a um campo magnético externo aplicado a eles. Quando isso acon-
tece, os materiais ferromagnéticos aumentam sua magnetização. Os materiais paramagnéticos
se magnetizam enquanto o campo magnético estiver presente. Nos materiais diamagnéticos, o
efeito do campo magnético externo é o de alterar o momento de dipolo dos seus constituintes de
forma a se contraporem ao campo magnético externo.
Momentos de Dipolo
Devemos caracterizar uma distribuição de cargas elétricas por meio de duas grandezas: a densi-
dade de cargas elétricas [ρ(r )] e, quando elas se encontram em movimento, pelo vetor densidade de
corrente [ J ( r )]. Tais grandezas geram um potencial elétrico [V(r )], que pode ser reescrito sob a forma:
1 ρ ( r′)
V (r ) = ∫∫∫ 1/2
dV ′
4πε0 V 2 r r′ r′2 ( 1 )
r 1 − 2 + 2
r r
Eletromagnetismo » Momento de Dipolo Magnético 3
E, no caso de cargas em movimento, estas geram um potencial vetor ( A ( r )), o qual pode ser es-
crito de uma forma semelhante à expressão acima. Ou seja;
µ J ( r′)
A ( r ) = 0 ∫∫∫ dV ′
4π V 2 1/2
r r ′ r ′ ( 2 )
r 2 1 − 2 + 2
r r
Para grandes distâncias, ou seja, para distâncias muito maiores do que uma dimensão (d), carac-
terística da região na qual se encontram as cargas e correntes, vale a seguinte restrição:
r′
1 ( 3 )
r
Tal restrição fica mais clara quando consideramos a origem do referencial em algum ponto loca-
lizado na região dotada de cargas e correntes. Nessas circunstâncias, estamos interessados apenas
no comportamento do potencial quando fazemos uma expansão do integrando, mantendo apenas
os termos de primeira ordem da relação rʹ/r.
O comportamento dos potenciais a grandes distâncias pode ser inferido a partir da aproximação:
1 r r′
1/2
≅ 1+ 2 ( 4 )
2r r′ r′2 r
1 − r 2 + r 2
Variáveis fixas na distribuição e o ponto no qual
se sentem os seus efeitos.
onde, como se vê, desprezamos os termos em potencias mais altas de rʹ/r.
Levando-se em conta a aproximação linear, definida por (000), o potencial elétrico pode ser
determinado, substituindo-se (000) em (000). Obtemos uma soma de dois termos, os quais escre-
vemos sob a forma:
Q p r
V (r )
= + ( 5 )
4πε0 r 2 4πε0 r 3
onde Q é a carga total da distribuição e p é o seu momento de dipolo elétrico, o qual é definido
pela integral:
=p ∫∫∫ r′ρ ( r′)dV ′
V
( 6 )
Eletromagnetismo » Momento de Dipolo Magnético 4
∇ ⋅ J são sempre
Tendo em vista que na magnetostática admitimos que as linhas de campo de vetor
fechadas (uma vez que ∇ ⋅ J = 0, na magnetostática) o primeiro termo se anula. O segundo termo
pode ser reescrito como:
1
∫∫∫ r ⋅ r ′J ( r ′ ) dV =− r × ∫∫∫ r′ × J ( x′)dV ( 8 )
2
µ0 µ
Ak = ∫∫∫ ( r ⋅ r′) J k dV ′ = 0 ∫∫∫ xi xi′J k dV ′ ( 9 )
4π 4π
onde se convenciona que índices iguais devem ser somados.
O termo relevante do integrando de (000) pode ser escrito como uma soma de dois termos, um
deles simétrico em relação à troca de índices e outro antissimétrico:
1 1
xi′J k = [ xi′J k + xk′ J i ] + [ xi′J k − xk′ J i ] ( 10 )
2 2
Concluímos que a parte antissimétrica do termo acima é tal que para ele vale a identidade:
1 1
2
xi ( xi′J k − xk′ J i=
)
2
((
r′ × J × r ) ) k
( 11 )
Temos, assim, a identidade (000) desde que possamos mostrar que o termo simétrico da expressão
(000) se anula. Para tanto, utilizamos primeiramente a identidade:
( )
∇′ ⋅ xi′x′j J = J ⋅ ∇′ ⋅ ( xi′x′j ) + xi′x′j ∇′ ⋅ J ( 12 )
Eletromagnetismo » Momento de Dipolo Magnético 5
Para correntes localizadas numa região finita do espaço, e efetuando integrações por partes, temos:
∫∫∫ ∇′ ⋅ ( Jx′x′ ) dV ′ =0
i j ( 13 )
Donde concluímos, lembrando ainda que ∇′ ⋅ J = 0, que a integral do primeiro lado de (000) se anula:
∂ ( xi′x′j )
∫∫∫ ⋅ ∇′ ( xi′x′j ) dV ′= 0=
J ∫∫∫ J k ⋅ ∂xk′
dV ′= ∫∫∫ ( J x′ + J x′ ) dV ′
i j j i
( 14 )
1
=µ ∫∫∫ r′ × J ( r′) dV ′ ( 15 )
2
µ0 1
5 (
B (r )
= 3r ( µ ⋅ r ) − r 2µ ) ( 18 )
4π r
Assim, para grandes distâncias, uma distribuição de correntes será percebida como um dipolo
magnético, cujo momento de dipolo é dado pela expressão (000).
Eletromagnetismo » Momento de Dipolo Magnético 6
Assim, se considerarmos um ponto ao longo do eixo z, e este coincidir com a direção da magne-
tização, a expressão do campo magnético é:
µ0 1
B (=
0,0, z ) ( 2µ ) ( 19 )
4π z 3
E, portanto, nesse caso, o campo magnético tem a mesma orientação do momento de dipolo.
Por outro lado, no plano definido por
µ ⋅ r =0 ( 20 )
µ0 1
B (r )
= ( −µ ) . ( 21 )
4π r 3
As linhas de campo associadas a um dipolo são apresentadas na figura 000.
Para um fio percorrido por uma corrente I, o seu momento de dipolo é dado por:
I
2 ∫Γ
=
µ r ′ × dl ( 22 )
exercícios resolvidos
Eletromagnetismo » Momento de Dipolo Magnético 7
dqv × BdV ′ =
dF = ρv × BdV ′ =
J × BdV ′ ( 23 )
Assim, a força experimentada pelo objeto no qual circulam tais correntes é dada por uma soma
de tais contribuições, isto é, pela integral:
=F ∫∫∫ J ( r ′ ) × B ( r′) dV ′ ( 24 )
V
onde o volume V é aquele em que existe a distribuição de cargas e correntes. Se o campo magné-
tico for uniforme, a força sobre ele será nula, isto é, cada parte gera uma força que será cancelada
por alguma outra parte.
=F ∫∫∫ J ( r′) × B=
V
dV ′ ∫∫∫ J ( r′) dV ′ =
0
V
×B 0 0 ( 25 )
Para um fio percorrido por uma corrente, a expressão para a força que ele experimenta, quando
sujeito a um campo magnético não uniforme, é dada por:
=F I ∫ dl × B ( r′) ( 26 )
Γ
Consideremos agora uma aproximação para o campo magnético externo para o caso em que
ele não varia apreciavelmente no interior do volume contendo as cargas e correntes. Isso ocorre
porque, nos casos de interesse, a região onde se concentram as cargas é de dimensões diminutas.
Eletromagnetismo » Momento de Dipolo Magnético 8
Por outro lado, quando esse não for o caso, o que se segue é válido apenas no caso de campos que
variam lentamente de ponto a ponto. Em qualquer dos casos, escrevemos, para cada componente,
uma expansão de Taylor que resulta ser da forma:
′) Bi ( r0 ) + r′∇Bi ( r0 ) + ...
Bi ( r= ( 27 )
onde Bi(r0) é a i-ésima componente do campo magnético num ponto adotado como referência. É
um campo constante (médio) no interior do material. Assim, a força contém dois termos:
F=
( )
− B ( r0 ) × ∫∫∫ J ( r ')dV '+ ∫∫∫ J ( r ') × r '∇ B ( r0 ) dV ' + ... ( 28 )
V V
Utilizando a identidade:
( )
J × r '∇ B = J × ∇( r ' B ) = −∇ × J r ' B
( ) ( 29 )
(
F = −∇ × ∫ J r ' B dV ′ ) ( 30 )
1
∫∫∫ ( r ' B ) J ( r ')dV ' = −B × 2 ∫∫∫ r '× J ( r ')dV ' = B ×µ
V V
( 31 )
( ) (
F = ∇ × B ×µ = µ∇ B = ∇(µ B ) ) ( 32 )
F =∇(µ B ) ( 33 )
Eletromagnetismo » Momento de Dipolo Magnético 9
F = −∇(U ) ( 34 )
concluímos que um dipolo sujeito a um campo magnético externo adquire uma energia, a qual é
dada por:
U = −µ B ( 35 )
U = −µ 2 B1 ( 36 )
onde B1 é o campo magnético produzido pelo dipolo 1. Portanto:
U ( r2 − r1 ) =
µ 1
− 0 5
4π r2 − r1
(( r − r )µ ( r − r )µ
2 1 1 2 1 2
2
− µ 2 µ 2 r2 − r1 ) ( 37 )
onde r1 é o vetor posição do dipolo 1 enquanto r2 é o vetor posição do dipolo 2. Essa energia é com-
partilhada pelos dois dipolos magnéticos. Não se trata da energia de um ou do outro, é a energia do
sistema constituído por dois dipolos. Ademais, como era de se esperar, ela é invariante pela troca
das posições de um dipolo pelo outro.
A força sobre o dipolo 2 é dada por:
∂U ( r2 − r1 ) ∂U ( r2 − r1 ) ∂U ( r2 − r1 )
F2 = −∇2U ( r2 − r1 ) = − i− j− k ( 38 )
∂x2 ∂y2 ∂z2
Observe-se que fica assegurada a terceira lei de Newton, uma vez que:
F1 = − F2 ( 40 )
Se definirmos o vetor r = r1 − r2, obtemos, para a força F1:
3µ 0 r r r r r r
=F1 × µ1 × µ + × µ 2 × µ − 2 µ µ + 5 µ1 µ 2 ( 41 )
4πr 4 r
2 1 1 2
r r r r r
Considerando o caso da Figura 00, ou seja,
r = zk
µ1 =µ1k ( 42 )
µ 2 =µ 2k
Nesse caso:
3µ 0
F1
= [ − 3µ1µ 2 ] k ( 43 )
4 πz 4
Assim, a força será atrativa se ambas as coordenadas tiverem o mesmo sinal. Por exemplo, se o
primeiro tem um polo norte interagindo com o polo sul do segundo
Eles se repelem se as coordenadas tiverem sinais opostos, por exemplo, no caso em que:
Confirmando a regra segundo a qual polos iguais se repelem enquanto polos opostos (o primeiro
caso) se atraem. Forças entre dois dipolos.
Eletromagnetismo » Momento de Dipolo Magnético 11
r′ × dF =
dτ = (
r′ × dqv × B dV ′ = )
r′ × ρv × B dV ′ = (
r′ × J × B dV ′ ) ( ) ( 46 )
Assim, a força experimentada pelo objeto no qual circulam tais correntes é dada por uma soma
de tais contribuições, isto é, pela integral:
=τ ∫∫∫ r ′ × (
J ( r ′ ) × B )
( r′) dV ′ ( 47 )
V
Utilizando a identidade:
(
r′ × J ( r′) × B= )
( r0 ) r′ J ( r′) B ( r0 ) − r′ B ( r0 ) J ( r′) ( 49 )
O primeiro termo se anula. Para nos convencermos disso, utilizamos a identidade, validada na
magnetostática:
2
(
∇ r′=
J )
2( r′ J ) + r 2∇=
J 2( r′ J ) ( 51 )
Eletromagnetismo » Momento de Dipolo Magnético 12
E lembramos que
2
∫∫∫ ∇( r′ J ) dV ′ =
0 ( 52 )
τ = µ × B ( r0 ) ( 54 )
Resultado esse muito importante para entendermos o fenômeno da precessão do momento de Sobre uma espira retangular
dipolo, ou do momento angular, os quais são fundamentais no entendimento do diamagnetismo. podem surgir binários.
I = qf ( 55 )
onde f é a frequência do movimento circular uniforme. Num movimento circular de uma partícula
dotada de velocidade escalar v e percorrendo uma circunferência de raio R, a frequência é dada por:
A = πr2 ( 57 )
Resulta assim, da definição (000), que o momento magnético de um elétron numa órbita circular
será dado pela expressão:
qvr
µ= k ( 58 )
2
Podemos relacionar o momento de dipolo magnético ao momento angular do elétron. Para isso,
lembramos que tal grandeza é dada por:
L = r × p = mr × v ( 59 )
=r Re
= r v veϕ ( 60 )
L = mr × v = mrver × eϕ = mrvk ( 61 )
Comparando (000) com (000), obtemos a seguinte relação entre momento de dipolo magnético
e o momento angular do elétron:
q
µ= L ( 62 )
2m
No caso do elétron, o momento
A relação acima é importante para entender propriedades dos materiais utilizando-se a mecânica de dipolo tem sentido oposto ao
quântica. O momento de dipolo acima é denominado momento de dipolo orbital. seu momento angular orbital.
Eletromagnetismo » Momento de Dipolo Magnético 14
O Efeito do Spin
O magnetismo dos materiais, a rigor, resulta de dois efeitos. O primeiro tem a ver com o movi-
mento dos elétrons em torno do núcleo, o qual gera um momento de dipolo magnético. No entanto,
pode-se argumentar, utilizando uma imagem clássica, que o spin é análogo ao momento angular
associado a uma espécie de rotação do elétron.
Como resultado, podemos associar ao próprio elétron um dipolo magnético dito intrínseco, o
qual, surpreendentemente, é dado por:
q
µ= S ( 63 )
m
Em resumo, cada uma das partículas que compõem o átomo comporta-se como um pequeno
ímã. Esse comportamento deriva tanto do momento angular orbital quanto do momento angular
de spin. A conclusão, portanto, é a de que a soma dos dois efeitos nos leva a escrever a seguinte
expressão para uma partícula dotada de momento angular e momento angular de spin:
q q
=µ ( L +=
2S ) ( j + S) ( 64 )
2m 2m
No caso do elétron, escrevemos:
− qe
=
µe ( J + 2S ) ( 65 )
2me
qe qe
=
µp ( L +=
2S ) ( j + S) ( 66 )
2m p 2m p
onde j é o momento angular total definido por:
Qualquer um dos vetores ( L e S ) pode ser decomposto em uma parte paralela a j e uma parte
transversal, ou seja, escrevemos:
j L
L = LTrans + LLong = LTrans + j
( 68 )
S L
S = STrans + S Long = STrans + j
Ocorre que, como será visto posteriormente, os três vetores precessionam quando sob a ação
de um campo externo. Tomando-se uma média no tempo, de acordo com a Figura 00, a compo-
Em média, a parte transversal se anula.
nente transversal se anula, ou seja, dentro de uma boa aproximação, escrevemos:
LTransversal
= STransversal
= 0 ( 69 )
q
µ = −g e j ( 70 )
2m
onde g é fator de Landé, o qual é dado por:
j L S L
±g 2 + 2 2
= ( 71 )
j j
onde o sinal + se aplica a cargas negativas e o sinal – se aplica a cargas positivas. Assim, no caso do
elétron livre, de acordo com a expressão acima,
ge = −2
gp = 2(2,79) ( 72 )
gn = −2(1,93)
Os valores experimentais dos fatores g das partículas que compõem o núcleo são:
gp = 2(2,79)
( 74 )
gn = −2(1,93)
E esse fato chama a atenção para a necessidade de determinarmos tal grandeza física experi-
mentalmente. Por exemplo, o valor do fator g do núcleo é uma surpresa visto que tal partícula é
destituída de carga elétrica.
Tendo em vista que a massa do próton e do nêutron é cerca de duas mil vezes maior do que a
massa do elétron, a contribuição dessas partículas resulta ser diminuta quando comparada com
a contribuição dos elétrons. Assim, o momento de dipolo do átomo é analisado considerando-se
apenas a contribuição para o momento de dipolo dos elétrons. O momento de dipolo de um átomo
de um elemento cujo número atômico é Z é dado por uma soma que envolve o momento angular
total dos Z elétrons e os fatores de Landé:
q Z
−g e
µ átomo =
2me
∑g ( ) j ( )
i =1
e
i
e
i
( 75 )
onde fica entendido que o fator g, de acordo com (000), depende do estado do elétron no átomo.
Nos materiais que têm elétrons não emparelhados, isso assegurará que o átomo todo terá um
momento de dipolo magnético. Consequentemente, eles podem se magnetizar, ou seja, eles podem
ser orientados mediante a aplicação de um campo externo.
O núcleo atômico possui, igualmente, um momento de dipolo magnético. Par um elemento de núme-
ro atômico Z, e cujo número de massa é A = r + Z, seu núcleo terá um momento de dipolo que envolve
uma soma sobre os momento de dipolo magnético de Z prótons, e dos A − Z nêutrons. Ou seja,
q Z i ) qe A− Z (i ) (i )
− e ∑ g p ( i ) j p (−
µ núcleo = ∑ gn jn ( 76 )
= 2m p j 1 = 2mn i 1
Eletromagnetismo » Momento de Dipolo Magnético 17
qe h/
µ=
B = 9.27 ⋅ 10−24 Am 2 ( 77 )
2me
Eletromagnetismo » Momento de Dipolo Magnético 18
Resolução
Enquanto que, utilizando coordenas polares, escrevemos o vetor posição sob a forma:
r′ = Rer ( 79 )
Lembrando que
er × eϕ =
k ( 80 )
E que esse vetor é constante, a substituição das expressões acima em (000) nos remete ao resultado:
I
2π
µ = ∫ R 2d ϕ k = I πR 2k ( 81 )
2 0
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Bons estudos!
Eletromagnetismo » Momento de Dipolo Magnético 20
Créditos
Este ebook foi produzido pelo Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada (CEPA), Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).
Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica: Daniella de Romero Pecora, Leandro de Oliveira e Priscila Pesce Lopes de Oliveira.
Ilustração: Alexandre Rocha, Aline Antunes, Benson Chin, Camila Torrano, Celso Roberto Lourenço, João Costa, Lidia Yoshino,
Maurício Rheinlander Klein e Thiago A. M. S.