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 4.

acordo ou ajuste complementar


 5. ato
Introdução a Convenção de Viena sobre  6. carta
Direitos dos Tratados de 1969  7. estatuto
TRATADOS INTERNACIONAIS  8. compromisso
 9. concordata
 Características Principais  10. convenção
 Elementos dos tratados  11. Convênio
TERMINOLOGIA DA CV DE 1969  12. Declaração
 Tratado  13. Memorando de entendimento
 Ratificação”, “aceitação”, “aprovação” e “adesão  14. Modus vivendi
 Plenos Poderes  15. Pacto
 Reserva  16. Pacto de contraendo
 Estado negociador  17. Protocolo
 Estado contratante  18. Protocolo de intenções
 Estados-parte  19. Acordo de cavalheiros
 Terceiro Estado
 Organização internacional
Estrutura dos Tratados
PREÂMBULO
REQUISITOS DE VALIDADE DOS TRATADOS
PARTE DISPOSITIVA
 Habilitação dos agentes signatários
 Capacidade das partes contratantes
 Anexos
 Objeto lícito e possível
Conclusão e Entrada em Vigor dos
 Consentimento livre
Tratados
Classificação dos Tratados NEGOCIAÇÕES
QUANTO AO NÚMERO DE PARTES ADOÇÃO DO TEXTO
 Tratados bilaterais ASSINATURA
 Tratados plurilaterais ou multilaterais REFERENDO PARLAMENTAR
Tratados mutalizáveis RATIFICAÇÃO
Tratados não-mutalizáveis POSSIBILIDADE OU IMPOSSIBILIDADE DE CONFLITO ENTRE
TRATADO E DIREITO INTERNO
QUANTO AO PROCEDIMENTO DE CONCLUSÃO
 Tratados em sentido estrito (bifásicos) ou tratados em  Dualismo
devida forma  Monismo
 Tratados em forma simplificada (unifásicos)  Primazia da norma mais favorável
QUANTO À EXECUÇÃO NO TEMPO  Posição do STF

 Tratados transitórios, dispositivos, reais ou executados


 Tratados permanentes
QUANTO À EXECUÇÃO NO ESPAÇO
 Tratados de aplicação integral
 Tratados de aplicação parcial
QUANTO À NATUREZA DAS NORMAS
 Tratados-lei
 Tratados-contrato
QUANTO À POSSIBILIDADE DE ADESÃO
 Tratados abertos
 Tratados fechados
TERMINOLOGIA DE PORTELA
 1. ato internacional
 2. acordo
 3. acordo por troca de notas
Concurso não se faz para passar, mas até passar. Porrada na preguiça! A fila anda e a catraca seleciona. É nóis, playboy!!!
A Convenção de Viena sobre Direitos dos Tratados de 1969 estabelece tratado como “acordo
internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de
instrumento único, quer de dois ou mais conexos, qualquer que seja a sua denominação específica.”
Somente com o advento da Convenção de Viena de 1986, conferiu-se, explicitamente, às
organizações internacionais o poder de concluir tratados (o que já era feito na prática).
OBS.: A Convenção de Viena de 1969 foi ratificada pelo Brasil em 2009 com
reservas e não prevê a possibilidade de as organizações internacionais
celebrarem tratados.
Essa possibilidade está prevista na Convenção de Viena sobre o Direito dos
Tratados entre Estados e Organizações Internacionais, de 1986, que ainda não
entrou em vigor e não foi ratificada pelo Brasil.
Em todo caso, suas normas são aplicáveis ao Brasil, visto que também
constituem normas costumeiras.
Sujeitos celebrantes: Inicialmente apenas os Estados podiam celebrar tratados, Depois,
somente os Estados e as Organizações internacionais podiam celebrar tratados. Atualmente, os
TRATADOS tratados também podem ser celebrados por outros entes de direito público externo, como a Santa
INTERNACIONAIS Sé e os blocos regionais e, quando autorizados, os beligerantes e os insurgentes.

OBS 1: O indivíduo, as empresas e as ONGs não podem celebrar tratados,


mas apenas contratos.

OBS 2: As organizações internacionais podem celebrar tratados relativos a


seus objetos. A capacidade dessas entidades de concluir tratados é derivada,
enquanto que a capacidade dos Estados é primária/originária. Cada organização
estabelece, em seu tratado, os órgãos competentes para tanto.

OBS 3: Um Estado da federação brasileira não pode celebrar tratados (isso


já foi permitido na Constituição de 1981). De acordo com a CRFB/88, cabe à União
a conclusão de tratados (art. 22, I).
Por outro lado, os entes federados podem celebrar contratos com entidades
internacionais, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BIRD).

1
Legislação básica: Convenção de Viena sobre Direitos dos Tratados de 1969 (Decreto 7030, de 14 de dezembro de 2009),
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados entre Estados e Organizações Internacionais ou entre Organizações Internacionais
de 1986 (o Brasil assinou a Convenção em 1986, mas ainda não foi aprovada pelo Congresso Nacional).
INTRODUÇÃO A CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE DIREITOS DOS TRATADOS DE 1969 3/25

OBS 4: Não basta que a parte seja capaz, mas também que o agente
encarregado de representa-la tenha o chamado treaty making power, ou seja, o
poder de celebrar tratados.
Em todo caso, a maioria dos Estados estabelece interlocutores similares. A
convenção de Viena de 1969, em seu art. 7, fixa o rol dos agentes capazes de celebrar
tratados, independentemente de comprovação de que reúnem poderes para tal.

Confira-se:
O Chefe de Estado, Chefe de Governo, Ministro das Relações Exteriores,
para todos os atos;
Os Chefes de missão diplomática (Embaixadores), para a adoção do texto
de um tratado entre o Estado acreditante e o Estado junto ao qual estão acreditados;
Os Chefes de missões permanentes junto a organismos internacionais para
a adoção do texto de um tratado entre o Estado que representa e essa organização.
Os representantes acreditados pelos Estados perante uma conferência ou
organização internacional ou um de seus órgãos, para a adoção do texto de um
tratado em tal conferência, organização ou órgão.
Outros agentes também podem celebrar tratados (ex.: governador de um
estado), desde que investido de plenos poderes para tal.
No Brasil, a investidura é feita através de Carta de Plenos Poderes,
documento pelo qual são designadas uma ou várias pessoas para representar o ente
estatal na negociação, adoção ou autenticação do texto.
INTRODUÇÃO A CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE DIREITOS DOS TRATADOS DE 1969 4/25

Características Principais:

a) Os tratados não podem violar as normas jus cogens 2;

b) o termo “tratado” é gênero, que incorpora várias espécies (convenção, acordo, pacto,
protocolo, etc.);

c) Possuem caráter obrigatório;


CARACTERÍSTICAS
PRINCIPAIS d) vincula as partes não só no âmbito internacional, mas também no interno, pois o tratado é
incorporado ao ordenamento jurídico interno ou, no mínimo, gera obrigações a serem executadas
dentro do território dos entes estatais;

e) Torna o DIP mais democrático e legítimo (como a maior parte das normas de DIP estão hoje
consagradas em Tratados, esse esforço que envolve diretamente a vontade dos atores internacionais
concede maior legitimidade e torna o Direito das Gentes mais democrático e representativo dos
anseios da sociedade).

 Acordo de vontades;
 Forma escrita;
 Elaboração por estados e
organizações internacionais;
 Regulação pelo direito
ELEMENTOS DOS internacional público,
TRATADOS
 Regulação de temas em
comum e obrigatoriedade.

2
Sua principal característica é a imperatividade de seus preceitos, ou seja, a impossibilidade de suas normas serem
confrontadas ou derrogadas por qualquer outra norma internacional.
INTRODUÇÃO A CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE DIREITOS DOS TRATADOS DE 1969 5/25

TERMINOLOGIA DA CV DE 1969

Artigo 2
Expressões Empregadas

1. Para os fins da presente Convenção:


a)“tratado”significa um acordo internacional Tratados Internacionais:
TRATADO
concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito conceito já abordado.
Internacional, quer conste de um instrumento único, quer
de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja
sua denominação específica;

Ratificação é o ato unilateral de um Estado por meio do qual ele


se compromete definitivamente, no plano internacional a vincular-se ao
texto de um tratado. Para que um tratado seja ratificado, pressupõe que
ele já deva ter sido objeto de consentimento provisório, isto é, tenha sido
assinado anteriormente.
A adesão e a aceitação são sinônimos e se referem aos atos
internacionais por meio dos quais um Estado que não participou das
b)“ratificação”, negociações, tampouco assinou o tratado, se vincula definitivamente a
“aceitação”, “aprovação” e este.
“adesão ” significam, Quando um Estado adere a um tratado, não há que se falar em
conforme o caso, o ato ratificação, uma vez que a adesão já representa o compromisso estatal
RATIFICAÇÃO”, internacional assim definitivo.
“ACEITAÇÃO”, denominado pelo qual
“APROVAÇÃO” um Estado estabelece no
Aprovação é um termo que, na prática jurídica brasileira, se refere
E “ADESÃO plano internacional o seu ao ato por meio do qual o Congresso Nacional autoriza que o Presidente
consentimento em da República proceda à ratificação de um tratado. No Brasil, os tratados
obrigar-se por um somente poderão ser ratificados após a aprovação do Congresso
tratado; Nacional.
A CV/69, ao fazer menção à aprovação, não estava se referindo a
um ato interno dos Parlamentos Nacionais, mas a um ato internacional
de comprometimento definitivo do Estado. Na prática jurídica brasileira,
todavia, os termos adesão e ratificação já esgotam as formas pelas quais
um Estado se manifesta definitivamente no plano internacional.
Entretanto, devido ao grande número de países envolvidos na celebração
da CV/69, cada um com um ordenamento jurídico, pareceu interessante
aos negociadores inserirem também o termo “aprovação”.3

3
CV 69 Art. 2º “2. As disposições do parágrafo 1 relativas às expressões empregadas na presente Convenção não prejudicam o emprego
dessas expressões, nem os significados que lhes possam ser dados na legislação interna de qualquer Estado.”
INTRODUÇÃO A CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE DIREITOS DOS TRATADOS DE 1969 6/25

Carta de plenos poderes é o documento por meio do qual um Estado


outorga a uma pessoa a competência para representá-lo no plano
internacional, com o fim de praticar qualquer ato relativo à celebração de
um tratado.
No Brasil, o art. 84, VIII, da CF/88, confere ao Presidente da República
a competência privativa para celebrar tratados, convenções e atos
internacionais, os quais estão sujeitos ao referendo do Congresso Nacional.

CV 69 - Artigo 7

Plenos Poderes

c)“plenos poderes” 1. Uma pessoa é considerada representante de um Estado


significa um documento para a adoção ou autenticação do texto de um tratado ou para
expedido pela autoridade expressar o consentimento do Estado em obrigar-se por um tratado
competente de um Estado e se:
pelo qual são designadas
uma ou várias pessoas para a) apresentar plenos poderes apropriados; ou
representar o Estado na
PLENOS negociação, adoção ou
b) a prática dos Estados interessados ou outras
PODERES autenticação do texto de
circunstâncias indicarem que a intenção do Estado era considerar
um tratado, para
essa pessoa seu representante para esses fins e dispensar os
manifestar o
plenos poderes.
consentimento do Estado
em obrigar-se por um
tratado ou para praticar 2. Em virtude de suas funções e independentemente da
qualquer outro ato relativo apresentação de plenos poderes, são considerados representantes
a um tratado; do seu Estado:

a) os Chefes de Estado, os Chefes de Governo e os Ministros


das Relações Exteriores, para a realização de todos os atos
relativos à conclusão de um tratado;

b) os Chefes de missão diplomática, para a adoção do texto


de um tratado entre o Estado acreditante e o Estado junto ao qual
estão acreditados;

c) os representantes acreditados pelos Estados perante uma


conferência ou organização internacional ou um de seus órgãos,
para a adoção do texto de um tratado em tal conferência,
organização ou órgão.
INTRODUÇÃO A CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE DIREITOS DOS TRATADOS DE 1969 7/25

d)“reserva” significa uma


declaração unilateral, qualquer Reserva: É um qualificativo do consentimento. Consiste
que seja a sua redação ou em declaração unilateral por meio da qual um Estado visa
denominação, feita por um Estado excluir ou modificar os efeitos jurídicos de certas disposições do
ao assinar, ratificar, aceitar ou
RESERVA tratado em sua aplicação a esse Estado.
aprovar um tratado, ou a ele
aderir, com o objetivo de excluir ou As reservas podem ser apresentadas em qualquer
modificar o efeito jurídico de certas momento. Um Estado pode apresentar reservas no momento
disposições do tratado em sua em que assinar, ratificar, aceitar, aprovar ou aderir a um tratado.
aplicação a esse Estado;

e)“Estado negociador”
significa um Estado que participou Estado negociador significa um Estado que participou na
ESTADO na elaboração e na adoção do elaboração e na adoção do texto do tratado;
NEGOCIADOR
texto do tratado;

f)“Estado contratante ”
Estados contratantes são aqueles que se vincularam
significa um Estado que consentiu
ESTADO definitivamente ao texto de um tratado, esteja ou não este em
em se obrigar pelo tratado, tenha
CONTRATANTE
ou não o tratado entrado em vigor; vigor.

g)“parte” significa um Estado


que consentiu em se obrigar pelo
ESTADOS- tratado e em relação ao qual este
Estados-parte são aqueles que consentiram em obrigar-
PARTE
esteja em vigor; se a um tratado e em relação aos quais este já esteja em vigor.

TERCEIRO
ESTADO h)“terceiro Estado” significa um Estado que não é parte no tratado;
INTRODUÇÃO A CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE DIREITOS DOS TRATADOS DE 1969 8/25

Os tratados constitutivos das organizações internacionais, por


serem celebrados entre Estados, são regulados pela CV/69:

CV 69 Artigo 5

Tratados Constitutivos de Organizações Internacionais e


Tratados Adotados no Âmbito de uma Organização Internacional

A presente Convenção aplica-se a todo tratado que seja o


instrumento constitutivo de uma organização internacional e a
i)“organização todo tratado adotado no âmbito de uma organização
internacional” significa internacional, sem prejuízo de quaisquer normas relevantes da
ORGANIZAÇÃO
uma organização organização.
INTERNACIONAL
intergovernamental.
INTRODUÇÃO A CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE DIREITOS DOS TRATADOS DE 1969 9/25

REQUISITOS DE VALIDADE DOS TRATADOS


Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do


Congresso Nacional;
A competência para representar o Estado no plano internacional pode ser delegada.
Em todo caso, a maioria dos Estados estabelece interlocutores similares. A convenção de
Viena de 1969, em seu art. 7, fixa o rol dos agentes capazes de celebrar tratados, independentemente
de comprovação de que reúnem poderes para tal.

Confira-se:

O Chefe de Estado, Chefe de Governo, Ministro das Relações Exteriores, para todos os atos;

HABILITAÇÃO DOS Os Chefes de missão diplomática (Embaixadores), para a adoção do texto de um tratado
AGENTES entre o Estado acreditante e o Estado junto ao qual estão acreditados;
SIGNATÁRIOS

Os Chefes de missões permanentes junto a organismos internacionais para a adoção do


texto de um tratado entre o Estado que representa e essa organização.

Os representantes acreditados pelos Estados perante uma conferência ou organização


internacional ou um de seus órgãos, para a adoção do texto de um tratado em tal conferência,
organização ou órgão.

Outros agentes também podem celebrar tratados (ex.: governador de um estado), desde que
investido de plenos poderes para tal.

No Brasil, a investidura é feita através de Carta de Plenos Poderes, documento pelo qual são
designadas uma ou várias pessoas para representar o ente estatal na negociação, adoção ou
autenticação do texto de um tratado.
INTRODUÇÃO A CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE DIREITOS DOS TRATADOS DE 1969 10/25

Os Estados e as organizações internacionais são os únicos entes dotados de competência para


concluir tratados.
OBS.: os Estados podem celebrar tratados sobre quaisquer assuntos. A
capacidade convencional das organizações internacionais está materialmente
limitada ao que prevê o seu acordo constitutivo.

A União é o ente federativo responsável pela representação externa da República Federativa


do Brasil.

É possível que os entes federativos concluam tratados. Entretanto, a prática internacional


consagrada não é essa, sendo admissível apenas em alguns poucos Estados, como Alemanha e Suíça.

CAPACIDADE DAS
PARTES No Brasil, os Estados, Distrito
CONTRATANTES
Federal e Municípios não podem
celebrar tratados internacionais.
Contudo, a esses entes é facultada a
celebração de operações externas de
natureza financeira mediante
autorização do Senado Federal (CRFB
art. 52,V4).
Ex.: empréstimos obtidos
junto ao BIRD (Banco Internacional de
Reconstrução e Desenvolvimento) e ao
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento).

4
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
INTRODUÇÃO A CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE DIREITOS DOS TRATADOS DE 1969 11/25

CV 69 Artigo 53

Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral


(jus cogens)

É nulo5 um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma
imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma
norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela
comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma
derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito
Internacional geral da mesma natureza.

Artigo 64

Superveniência de uma Nova Norma Imperativa de Direito Internacional Geral (jus


cogens)

Se sobrevier uma nova norma imperativa de Direito Internacional geral, qualquer


OBJETO LÍCITO E tratado existente que estiver em conflito com essa norma torna-se nulo e extingue-se.
POSSÍVEL

Tratados internacionais devem ter um objeto lícito e possível: seu conteúdo não pode violar
normas jus cogens. Não há hierarquia entre as fontes de DIP, mas há hierarquia entre normas.

OBS.: A norma de jus cogens é um preceito ao qual a sociedade internacional


atribui importância maior e que, por isso, adquire primazia dentro da ordem jurídica
internacional.

OBS.2: A nulidade do tratado - propagará efeitos retroativos (ex tunc), ou


seja, o tratado será considerado nulo desde o momento de sua entrada em vigor.

OBS.3: CV art. 64 - Entende a doutrina que se trata de hipótese de extinção


de tratado internacional e não de nulidade, pois são distintos os efeitos da nulidade
e da extinção, sendo incongruente, portanto, que o art. 64 se refira,
simultaneamente, à extinção e à nulidade (a extinção de um tratado não retroage:
opera efeitos “ex nunc”).

5
CV 69 art. 65 1. Uma parte que, nos termos da presente Convenção, invocar quer um vício no seu consentimento em obrigar-se por um tratado, quer
uma causa para impugnar a validade de um tratado, extingui-lo, dele retirar-se ou suspender sua aplicação, deve notificar sua pretensão às outras partes. A
notificação indicará a medida que se propõe tomar em relação ao tratado e as razões para isso.
INTRODUÇÃO A CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE DIREITOS DOS TRATADOS DE 1969 12/25

CV 69 Artigo 26

Pacta sunt servanda

Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa fé.

O consentimento livre e sem vícios é pressuposto da formação dos tratados.

Os vícios de consentimento podem ser decorrentes de:

a) ERRO: há falta de informação sobre o objeto do tratado ou quando esse objeto não condiz
com a verdade.
Para que torne o tratado inválido, o erro deve atingir a essência do ato. O erro não se configura
se o Estado contribuiu para o fato com a sua conduta e se, pelas circunstâncias, o Estado tivesse
possibilidade de perceber o erro;

b) DOLO: é a informação distorcida intencionalmente por meio ardil, manobra ou artifício;


CONSENTIMENTO
LIVRE
c) COAÇÃO: conclui-se o tratado em virtude do emprego de forças, ameaças ou pressões;

d) CORRUPÇÃO DO REPRESENTANTE DE UM ESTADO (ação direta ou indireta do outro Estado


negociador).

Apesar de alguns autores afirmarem que os vícios de consentimento geram a anulabilidade do


tratado; outros autores elencam causas de anulabilidade (efeitos ex nunc), simultaneamente, e causas
de nulidade do tratado (efeitos ex tunc).
Mazzuoli afirma que a Convenção de Viena de 1969 regula:
1) os vícios que podem influir no consentimento do Estado em obrigar-se pelo tratado, dividindo-
os em anuláveis (artigos 46 a 50) e nulos (hipótese única do art. 517);
2) os casos de nulidade do tratado propriamente dito (artigos. 52 e 538).
Daí, segundo o autor, seria mais apropriado se estudar o tema sob a rubrica “Vícios do
Consentimento e Nulidade dos Tratados”.

OBS: E no caso de o agente do Estado ter recebido poderes limitados e


desrespeitá-los? Nessa situação, o desrespeito aos limites não pode ser invocado para
invalidar a expressão de vontade, a não ser que tais restrições tenham sido notificadas
aos outros Estados negociadores antes da manifestação do consentimento.
CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS 13/25

são os tratados que possuem apenas duas partes contratantes, que podem
TRATADOS BILATERAIS
ser Estados ou organizações internacionais.
São os tratados que possuem mais de duas partes contratantes.
OBS: Conforme explica o Porf. Ricardo Vale – “Para que
possa classificar um tratado em bilateral ou plurilateral
(multilateral), deve-se analisar quais personalidades jurídicas estão
atuando na celebração do tratado. Explico: um tratado celebrado
entre Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e México deve ser
QUANTO AO considerado um tratado multilateral; já um tratado celebrado entre
NÚMERO DE
MERCOSUL e México será bilateral.”
TRATADOS
PARTES PLURILATERAIS OU Tratados cujo descumprimento por uma parte não
Tratados
MULTILATERAIS compromete a execução do acordo como um todo.
mutalizáveis
Ex.: acordos celebrados no âmbito da OMC.
Sua execução é comprometida caso sejam
descumpridos por uma ou algumas partes.
Tratados não- Se um Estado-parte viola o tratado,
mutalizáveis todos os demais sofrem os efeitos da violação.
CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS 14/25

São os tratados em que há duas fases de manifestação do


consentimento.

TRATADOS EM SENTIDO Primeira fase - é o consentimento provisório do Estado em


ESTRITO (BIFÁSICOS)
obrigar-se a um tratado, o que se realiza por meio da assinatura.
OU TRATADOS EM
DEVIDA FORMA
Segunda fase - é a expressão do consentimento definitivo do Estado,
manifestado por meio da ratificação.

São os tratados em que há apenas uma fase de manifestação do


consentimento: a assinatura.

No momento em que os Estados assinam o tratado, considera-se já


QUANTO AO expresso o consentimento definitivo.
PROCEDIMENTO Ex.: São os acordos executivos, que normalmente exigem apenas a
DE CONCLUSÃO participação do Poder Executivo, sendo dispensável ratificação. Ex.: tratados que
interpretam outros tratados. O Brasil adota predominantemente a forma solene, salvo
quando o ato não trouxer compromissos gravosos para o Estado brasileiro.
TRATADOS EM FORMA OBS Acordo executivo: é a expressão criada nos Estados
SIMPLIFICADA Unidos para designar aquele tratado que se conclui sob
(UNIFÁSICOS) autoridade do chefe do Poder Executivo, independentemente do
parecer e consentimento do Senado.
No Brasil, Rezek entende que só é admissível em três
hipóteses:
a) interpretem tratado em vigor;
b) decorrem de tratado em vigor, como seu complemento;
e
c) modus vivendi.

Criam situações que perduram no tempo, mas cuja realização é imediata.


TRATADOS Ex.: acordos que estabelecem fronteiras entre Estados.
TRANSITÓRIOS,
DISPOSITIVOS, REAIS OU
EXECUTADOS Esses tratados são também conhecidos como tratados de vigência
QUANTO À
estática e são imunes à denúncia.
EXECUÇÃO NO
TEMPO
Sua execução se consuma durante o período em que estão em vigor.
Ex.: tratados de direitos humanos.
TRATADOS
PERMANENTES
Esses tratados são também conhecidos como tratados de vigência
dinâmica.
CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS 15/25

CV 69 Artigo 29

Aplicação Territorial de Tratados

TRATADOS DE
QUANTO À A não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou
APLICAÇÃO INTEGRAL
EXECUÇÃO NO seja estabelecida de outra forma, um tratado obriga cada uma da partes
ESPAÇO em relação a todo o seu território .
Aplicam se sobre a integralidade do território dos seus Estados-parte

TRATADOS DE Aplicam se sobre parte do território dos seus Estados-parte


APLICAÇÃO PARCIAL

São produto da vontade convergente dos Estados, que os celebram com


o intuito de estabelecer normas de direito internacional de aplicação geral.
TRATADOS-LEI Em geral, são compromissos multilaterais.
QUANTO À Ex: tratados de direitos humanos
NATUREZA DAS
NORMAS São produto da vontade divergente dos Estados, que os celebram com o
ânimo de realizar uma operação jurídica.
TRATADOS-CONTRATO
Ex: tratado de cessão territorial onerosa.

Permitem a adesão de Estados que não participaram de seu processo de


conclusão.
QUANTO À TRATADOS ABERTOS Ex.: Acordo Constitutivo da OMC, o qual está aberto à adesão de novos
POSSIBILIDADE Estados
DE ADESÃO
Não permitem a adesão de Estados que não participaram de seu processo
TRATADOS FECHADOS
de conclusão.
CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS 16/25
CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS 17/25

TERMINOLOGIA DE PORTELA
Sinônimo de tratado. É expressão usada pelo Ministério das Relações exteriores.
1. ATO INTERNACIONAL

Atos internacionais com reduzido número de participantes e menor importância


política. É amplamente utilizado para tratados de cunho econômico, financeiro,
2. ACORDO
comercial e cultural.

É empregado para assuntos de natureza administrativa e para alterar ou


interpretar cláusulas de tratados já concluídos.
No Brasil, dispensa aprovação do Congresso, se não acarretar compromissos
gravosos ao erário.

OBS: Troca de notas: consiste um processo alternativo de


negociação e conclusão de tratados; pode designar um meio de
3. ACORDO POR TROCA DE NOTAS
comunicação diplomático (quando, por exemplo, dois governos entram
em entendimento para ab-rogar um tratado bilateral vigente ou quando
se exprime, de um lado, a denúncia de um tratado e, do outro, a notícia
de recebimento da denúncia) ou um método negocial, um processo de
conclusão de tratados bilaterais, que substitui a assinatura como forma
de conclusão do tratado.

Objetiva detalhar ou executar outro tratado, com escopo mais amplo,


4. ACORDO OU AJUSTE geralmente do tipo acordo-quadro.
COMPLEMENTAR Funciona de maneira semelhante ao decreto de direito interno.

Tratado que estabelece regras de Direito. Também serve para denominar atos
5. ATO que têm mera força política e moral.

É o tratado que cria organizações internacionais, estabelece seus objetivos e


órgãos.
Também é empregado para designar documentos que fixam direitos e deveres
6. CARTA
dos indivíduos.
Ex.: Carta Social Europeia.

Tratados que criam tribunais internacionais.


7. ESTATUTO Ex.: Estatuto de Roma.
CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS 18/25

Modalidade de tratado que determina a submissão de um litígio a um foro


8. COMPROMISSO arbitral.

São os compromissos firmados pela Santa Sé em assuntos religiosos.


9. CONCORDATA

Acordos multilaterais que estabelecem normas gerais do DIP.


10. CONVENÇÃO

Destina-se a regular a cooperação bilateral ou multilateral de natureza


11. CONVÊNIO econômica, comercial, cultural, jurídica, científica e técnica.

Consagra princípios ou afirma a posição comum de alguns Estados acerca de


12. DECLARAÇÃO certos fatos.

Registra princípios gerais que orientarão as relações entre os signatários.


13. MEMORANDO DE Ostentam particularidades, como a redação simplificada e as normas dispostas em
ENTENDIMENTO parágrafos numerados com algarismos arábicos.

Forma de tratado destinada a instrumentos de menos importância e vigência


14. MODUS VIVENDI temporária.

Tratados de importância política, sendo específicos no tratamento da matéria


15. PACTO que regulam.

Acordo concluído com o compromisso de concluir um acordo final sobre


determinada matéria.
16. PACTO DE CONTRAENDO
É um tratado preliminar.

Meramente complementar ou interpretativo de tratados anteriores. Pode ser


também um compromisso menos formal. Pode ainda aludir à ata de uma reunião
17. PROTOCOLO
internacional, documento no qual ficam registrados os compromissos.

Têm o caráter de pré-compromisso, sinalizando a possibilidade de avançar em


18. PROTOCOLO DE INTENÇÕES entendimentos relativos a um acerto posterior.
CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS 19/25

Celebrado não por Estados, mas por autoridades de alto nível, regulado por normas
morais. Não são vinculantes e, tecnicamente, não são considerados tratados.
OBS: Gentlemen’s agreement: não contém um compromisso entre
Estados, constituindo um pacto pessoal entre estadistas, fundados na honra e
condicionados, no tempo, à permanência de seus atores no poder.
São exemplos: a Carta do Atlântico de 1941 (firmada pelo presidente
americano Roosevelt e o primeiro-ministro britânico Churchill); o acordo de Yalta
e a Proclamação de Potsdam, ambos de 1945 (ligados ao desfecho da Segunda
Guerra, tendo a qualidade de gentlemen’n agreement assentada em documentos
oficiais).
OBS 2: Declarações ou comunicados comuns: são variantes dos
gentlemen’s agreements, expedidos nas ocasiões de visitas oficiais ou de outros
eventos em que se encontram dois ou mais chefes de Estado ou de governo ou
em encontros de trabalho entre Ministros de relações exteriores.
Comumente não possuem teor de relevante significação, exceto se
exprimirem opção política, uma forma de alinhamento, uma postura diante de
certa questão tópica, quando nenhum vínculo jurídico formam para os Estados
envolvidos, mas um compromisso moral a operar enquanto durarem os
governos dos respectivos signatários.
Exemplo: a Declaração de Quadros-Frondizi, de 1961 (resposta positiva
19. ACORDO DE dos presidentes do Brasil e da Argentina às proposições norte-americanas na
CAVALHEIROS Aliança para o progresso).
ESTRUTURA DOS TRATADOS 20/25

Enuncia as partes contratantes, os motivos e as circunstâncias que resultaram na celebração


do tratado.
PREÂMBULO Não tem natureza jurídica, mas política, demonstrando as intenções das partes contratantes.
Contudo, o preâmbulo pode servir como instrumento para a interpretação do texto de um
tratado.
É a parte compromissiva do tratado e possui caráter vinculantes para as partes contratantes.
É nela que se pode encontrar a essência do tratado.
Integram a parte compromissiva do
tratado, mas, por se referirem a aspectos
mais técnicos, são separados da parte
dispositiva.
PARTE DISPOSITIVA Essa separação é de ordem prático-
metodológica, visando a evitar que
ANEXOS
informações de natureza técnica fiquem
misturadas a um texto de linguagem jurídica,
o que dificultaria a fluidez da leitura do
tratado.
CONCLUSÃO E ENTRADA EM VIGOR DOS TRATADOS 21/25

A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 (CV/69) foi incorporada pelo
direito brasileiro, por meio do Decreto nº 7.030/2009. Segundo consta na convenção, “tratado
significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito
Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos,
qualquer que seja sua denominação específica” (art. 2º, 1, a).

Partindo desse conceito é possível analisar as fases do processo de formação e incorporação


dos tratados sob o enfoque do Direito Internacional (fundamentalmente seguindo a CV/69), bem
como pelo enfoque do direito interno, ou seja, quais as fases e requisitos exigidos internamente
para a produção de efeitos desses tratados.

Observe-se que a Convenção de Viena de 1969 não tratou das fases internas de celebração
dos tratados. Ela veda, inclusive, que um Estado invoque o fato de que seu consentimento em se
obrigar por um tratado tenha sido expresso em violação de uma disposição de seu direito interno
sobre sua competência para concluir tratados (ressalvado o caso da inobservância manifesta e que
diga respeito a uma norma de seu direito interno de importância fundamental – art. 46, §1º, CV/69).

O direito internacional não vincula apenas no âmbito internacional, regulamentando


somente relações entre Estados e organismos internacionais, mas também obriga no âmbito
interno dos entes estatais.
Ex: um tratado de combate ao tráfico internacional de drogas pode impor medidas como a
destruição de aeroportos clandestinos, o que tem que ser feito, por óbvio, no espaço interno.
CONCLUSÃO E ENTRADA EM VIGOR DOS TRATADOS 22/25

É a fase inicial do processo de celebração de um tratado.


Em regra, as negociações ocorrem no âmbito de uma organização internacional ou de uma
conferência internacional especialmente convocada para esse mister.
No Brasil, a competência para negociação repousa, do ponto de vista orgânico, na União, à
NEGOCIAÇÕES qual cabe “manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais”
(art. 21, I, CF) e, em termos de agentes, compete privativamente ao Presidente da República
celebrar tratados internacionais (art. 84, VIII, CRFB/88), o que pode ser delegado pela carta de
plenos poderes a um plenipotenciário.

Durante as negociações, há uma fase intermediária de votação entre os negociantes, para


aprovação do texto, que se efetua pelo consentimento de todos os Estados que participam da sua
elaboração, exceto em conferência internacional quando se dá pela maioria de 2/3 dos membros
(art. 9º, 1 e 2, da CV69).
Alguns efeitos jurídicos já podem nascer com a simples adoção do texto, como estabelece o
art. 24, §4º da CV/69 : “Aplicam-se desde o momento da adoção do texto de um tratado as
ADOÇÃO DO TEXTO
disposições relativas à autenticação do seu texto, à manifestação do consentimento dos Estados em
obrigarem-se pelo tratado, à maneira ou a data de sua entrada em vigor, às reservas, às funções de
depositário e aos outros assuntos que surjam necessariamente antes da entrada em vigor do
tratado.”
A autenticação é uma formalidade protocolar, própria dos documentos diplomáticos, que
confere autenticidade e definitividade ao texto convencional adotado.
CONCLUSÃO E ENTRADA EM VIGOR DOS TRATADOS 23/25

A assinatura, em virtude do princípio da boa-fé (princípio geral de direito internacional) gera a


consequência jurídica de que os signatários não podem atuar de modo a comprometer o objeto do tratado,
ainda que não vincule à ratificação.
A regra é que a exigibilidade dos tratados dependa de atos posteriores, sendo, portanto, um aceite
precário e formal. A exceção, ou seja, a vinculação já com a assinatura está disposta no art. 12 da CV696.
A assinatura impede que o texto do acordo seja alterado unilateralmente. Entretanto, a assinatura
não impede a propositura de reservas.
No Brasil, a assinatura de um tratado é responsabilidade do Presidente da República, conforme
prevê o art. 84, inciso VIII da CF/88 (“Compete privativamente ao Presidente da República celebrar tratados,
convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.”)
Podem assinar tratados, por delegação presidencial, o Ministro das Relações Exteriores e os agentes
que detenham a carta de plenos poderes.
OBS.: Accioly e Rezek defendem que o tratado apenas assinado é tão somente um
projeto de tratado, se não foi devidamente aprovado por um decreto legislativo. Essa
doutrina é contestada por Pontes de Miranda, para quem o tratado assinado já é tratado,
ASSINATURA muito embora ainda dependa da ratificação e da aprovação congressual, se essa é exigida
pelo Direito interno do país (já existiria o tratado, embora ainda não tenha ingressado no
mundo jurídico como negócio jurídico perfeito (Mazzuoli, pág. 174).

A assinatura representa, de fato, o consentimento provisório, mas possui vários efeitos:


 O art. 18 da CV/69 estabelece que um Estado é obrigado a abster-se da prática de atos que
frustrem o objeto e a finalidade do tratado quando o houver assinado (princípio da boa-fé).
 ela serve para autenticar o texto de um tratado que, a partir de então, não poderá mais ser
unilateralmente alterado. Ao mesmo tempo, a assinatura significa que o Estado aceita as normas
costumeiras previstas no tratado. Durante muito tempo, a CV/69, embora não ratificada pelo Brasil, foi
aplicada por esse Estado na condição de costume internacional
OBS.2: Mensagem Presidencial - após a assinatura do tratado pelo Presidente da
República, este poderá submetê-lo à apreciação do Congresso Nacional. A comunicação
entre o Presidente da República e o Congresso Nacional se dará mediante Mensagem
Presidencial. A Mensagem Presidencial é, então, enviada, juntamente com uma exposição
de motivos, à Câmara dos Deputados.

6
Artigo 12
Consentimento em Obrigar-se por um Tratado Manifestado pela Assinatura
1. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela assinatura do representante desse Estado:
a) quando o tratado dispõe que a assinatura terá esse efeito;
b) quando se estabeleça, de outra forma, que os Estados negociadores acordaram em dar à assinatura esse efeito; ou
c) quando a intenção do Estado interessado em dar esse efeito à assinatura decorra dos plenos poderes de seu representante ou tenha sido manifestada
durante a negociação.
2. Para os efeitos do parágrafo 1:
a) a rubrica de um texto tem o valor de assinatura do tratado, quando ficar estabelecido que os Estados negociadores nisso concordaram;
b) a assinatura ad referendum de um tratado pelo representante de um Estado, quando confirmada por esse Estado, vale como assinatura definitiva do
tratado.
CONCLUSÃO E ENTRADA EM VIGOR DOS TRATADOS 24/25

A segunda fase é interna, consiste no referendo congressual (art. 49, I, CRFB/88), de competência
exclusiva do congresso nacional (a votação é separada, ocorre primeiro na Câmara e depois no Senado),
o que se faz por meio de decreto legislativo, o qual é aprovado por 3/5 em dois turnos, se seguir o rito do
art. 5º, §3º, nos tratados de direitos humanos, ou por maioria simples nos demais tipos de tratados.
O referendo congressual autoriza o Presidente da República a ratificar o tratado no plano
REFERENDO internacional. (mas não vincula, pois o Presidente ratifica se quiser. Apenas a negativa do referendo
PARLAMENTAR congressual vincula o Presidente, que, nesse caso, não poderá ratificar).
Portanto, embora o inciso I do art. 49, CF diga que é da competência exclusiva do Congresso
Nacional resolver definitivamente, ele só o faz de forma definitiva quando rejeita o projeto de tratado,
pois quando o aprova ainda será necessária a ratificação e promulgação pelo Presidente da República
(“teoria do efeito útil”), que é um ato discricionário do chefe do Executivo (ou seja: é um ato complexo,
pois demanda duas vontades).
A terceira fase é a ratificação, que é o ato unilateral com que a pessoa jurídica de direito
internacional, signatária de um tratado, exprime definitivamente, no plano internacional, sua vontade de
obrigar-se (Rezek, pág. 74).
Ocorre no plano internacional, sendo o ato administrativo discricionário e indelegável, pelo qual
o Presidente da República confirma a assinatura anteriormente aposta, declarando a vontade do Estado
em definitivamente fazer parte do tratado. Esta é a fase do consentimento, que dá eficácia ao tratado no
plano internacional.
RATIFICAÇÃO OBS.: Prazo para Ratificação - Por ser um ato discricionário, não há, em regra, um
prazo para que o Estado ratifique o tratado. É possível, todavia, em situações
excepcionais, que um tratado preveja um lapso temporal dentro do qual os Estados
poderão proceder à ratificação. Nesse caso, passado o prazo previsto, o Estado não
poderá ratificar o tratado. O caminho mais adequado para ingressar no domínio jurídico
da norma convencional será, então, a adesão.

OBS: o país depositário não precisa ser signatário.


CONCLUSÃO E ENTRADA EM VIGOR DOS TRATADOS 25/25

POSSIBILIDADE OU IMPOSSIBILIDADE DE CONFLITO ENTRE TRATADO E DIREITO INTERNO


Sua principal premissa é a de que o direito internacional e o direito interno são dois
ordenamentos jurídicos distintos e totalmente independentes entre si, cujas normas não podem entrar
em conflito umas com as outras.
O dualismo vincula-se à teoria da incorporação ou da transformação, pela qual um tratado
DUALISMO pode regular situações dentro do território de um Estado somente se for internalizado, ou seja,
incorporado através de um procedimento que o transforme em norma nacional. Sendo assim, os
conflitos passíveis de ocorrer envolverão não o direito internacional e o direito interno, mas
apenas normas nacionais.

Fundamenta-se na premissa de que existe apenas uma ordem jurídica, com normas
internacionais e internas.
MONISMO
Destarte, não é necessária a feitura de novo diploma legal que transforme o direito
internacional em norma nacional.

a clássica distinção entre dualismo e monismo é objeto de crítica na doutrina. Nesse


sentido, no campo dos direitos humanos, por exemplo, aplica-se o princípio da primazia da norma
mais favorável, pelo qual, no conflito entre normas internas e internacionais, deve prevalecer a que
melhor promova a dignidade do ser humano.
O dualismo e o monismo apresentam subdivisões, conforme as tabelas abaixo.

Dualismo

Radical Incorporação do tratado à ordem interna: por lei.


PRIMAZIA DA
Moderado Incorporação do tratado à ordem interna: pela mera
NORMA MAIS ratificação.
FAVORÁVEL

Monismo

Nacionalista Conflito: prevalece a norma interna.

Internacionalista Radical Conflito: prevalece a norma internacional.

Conflito: não há prevalência entre as normas, mas o


Internacionalista Moderado descumprimento da norma internacional pode ensejar a
responsabilidade do Estado.

Na ADI 1480-DF, o Min. Celso de Mello teceu observação que se tornou famosa: “É na Constituição
POSIÇÃO DO da República – e não na controvérsia doutrinária que antagoniza monistas e dualistas – que se deve buscar
STF a solução normativa para a questão da incorporação dos atos internacionais ao sistema de direito positivo
interno brasileiro”.

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