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HARMÔNICOS EM SISTEMAS
ELÉTRICOS DE POTÊNCIA
-- 2010
2011 --
Sumário
Página
Capítulo 1 Fundamentos sobre Harmônicos 4
1.1 Introdução 4
1.2 Harmônicos 6
1.3 Representação de Harmônicos 23
1.3.1 Série de Fourier
1.3.2 Funções Ortogonais
1.3.3 Coeficientes da Série de Fourier
1.3.4 Forma Complexa da Série de Fourier
1.3.5 Transformada Direta e Inversa de Fourier
1.3.6 Transformada Discreta de Fourier
1.3.7 Transformada Rápida de Fourier
1.3.8 Wavelets
1.4 Características de Harmônicos em Sistemas de Potência 43
1.4.1 Simetria de Sinais
1.4.2 Interação entre Carga e Sistema
1.4.3 Sequência de Fase dos Harmônicos
1.4.4 Valor Eficaz Verdadeiro
1.4.5 Corrente no Neutro
1.4.6 Corrente de Linha
1.4.7 Harmônicos em Sistemas Desequilibrados
1.4.8 Independência
ii
1.1 Introdução
Duração
Transitório Oscilatório Curta duração Tempo de subida
Banda de frequência
0,3 – 30µs Baixa frequência: < 5 kHz
20µs Média frequência: 5 – 500 kHz
5µs Alta frequência: 0,5 – 5 MHz
Magnitude de pico
0 – 4 pu
0 – 8 pu
0 – 4 pu
Interrupção Curta duração Magnitude
< 0,1 pu
Duração
1 ciclo – 3 min
Frequência de ocorrência
1.2 Harmônicos
Dentre as soluções para atenuar os efeitos dos harmônicos a filtragem é uma das
mais aplicadas. Várias alternativas de filtros e a análise da resposta da filtragem
podem ser examinadas por simulação.
Formas de ondas senoidais são condições almejadas nos sistemas elétricos uma
vez que transformadores, máquinas e aparelhos elétricos são projetados com
base em um suprimento senoidal. Entretanto, uma forma de onda senoidal é algo
ideal e que na prática não é comumente encontrada.
Alguns exemplos de formas de ondas distorcidas são ilustrados nas Fig.1.2 a 1.5.
A Série de Fourier permite estabelecer uma relação simples entre uma função no
domínio do tempo com a função no domínio da frequência.
Segundo Fourier, a função f(t) pode ser representada matematicamente pela série
trigonométrica:
a0 ∞
f (t ) = + ∑ h=1 ⎡⎣ ah cos ( hω1t ) + bh sen ( hω1t )⎤⎦ (1.2)
2
em que
a0/2 valor médio de f(t), e a componente cc do sinal
ah , bh amplitudes ou valor de pico da componente de ordem h da série
ω1 frequência angular fundamental de f(t) definida como ω1 = 2π T
h ordem do harmônico
∞
f (t ) = c0 + ∑ h=1 ch sen ( hω1t + φh ) (1.3.a)
ou
∞
f (t ) = c0 + ∑ h=1 ch cos hω1t + φh − 90o ( ) (1.3.b)
∞
= c0 + ∑ h=1 ch cos ( hω1t + ϕh )
em que:
c0 = a0 2 magnitude da componente cc do sinal
A Eq.(1.2) pode também ser representada por sua forma exponencial como:
"
f (t ) = # C h e jh! t , 1
h = 0, ±1, ± 2, ! (1.4)
h =!"
com
1 T 2
Ch = " f (t ) # e ! jh!1t dt (1.5)
T !T 2
β ⎧ 0, i ≠ j
∫α ϕ (t )ϕ (t ) dt = ⎨⎩γ , i = j
i j
(1.6)
em que γ é um valor diferente de zero. As funções ⎨1, cos(ω1t), ..., cos(hω1t), ...,
sen(ω1t), ..., sen(hω1t), ...⎬ é um conjunto ortogonal de funções senoidais em um
intervalo de –T/2<t<T/2.
Se m, n ∈ Ν = {1,2,3,...}, então
! ! !
!!
!"# !" !" = !!
!"# !" !" = !!
!"# !" !"# !" !" = 0 (1.7)
! ! ! !" ! = !
!"# !" !"# !" !" = !"# !" !"# !" !" = (1.8)
!! !! 0 !" ! ≠ !
T 2 T 2 ⎡ a0 ∞ ⎤
∫ f ( t )dt = ∫ ⎢ 2 + ∑ h =1 ⎡⎣ ah cos ( hω1t ) + bh sen ( hω1t )⎤⎦ ⎥ ⋅ dt (1.8)
−T 2 −T 2
⎣ ⎦
2 T
a0 = f (t ) dt (1.9)
T ∫0
T 2 T 2 ⎡ a0 ∞ ⎤
∫ f ( t ) cos ( kω1t ) dt = ∫ ⎢ 2 + ∑ h =1 ⎡⎣ ah cos ( hω1t ) + bh sen ( hω1t )⎤⎦ ⎥ ⋅ cos ( kω1t ) dt
−T 2 −T 2
⎣ ⎦
a0 T 2 T 2
cos ( kω1t ) dt + ∑ h =1 ⎡ ∫ ah cos ( hω1t ) cos ( kω1t ) dt ⎤
∞
= ∫
2−T 2 ⎢⎣ −T 2 ⎥⎦
T 2
+ ∑ h =1 ⎡ ∫ bh sen ( hω1t ) cos ( kω1t ) dt ⎤
∞
⎣⎢ −T 2 ⎦⎥
(1.10)
O primeiro termo à direita da igualdade em (1.10) é zero, assim como são todos
os termos em bh uma vez que sen(hω1t) e cos(kω1t) são funções ortogonais para
todo h e k. De modo semelhante, os termos em ah são nulos para h≠k por serem
ortogonais, com exceção da condição em que h=k. Neste caso (1.10) torna-se:
T 2 T 2
∫ f ( t ) cos ( kω1t ) dt = ah ∫ cos 2 ( kω1t ) dt
−T 2 −T 2
(1.11)
a T 2 a T 2
= h ∫−T 2 dt + 2h ∫ cos ( 2hω1t ) dt
2 −T 2
2 T 2
ah = " f (t ) cos ( h!1t ) dt , h=1,…,# (1.12)
T !T 2
2 T 2
bh = " f (t ) sen ( h!1t ) dt , h=1,…,# (1.13)
T !T 2
O componente ch∠φh em (1.14) pode ser representado por uma função senoidal
ou co-senoidal de frequência angular hω1, h=1,...,∞. A magnitude de ch independe
do tipo de sinusóide adotada; o ângulo φh, porém, será dado por (1.16) para a
representação em seno como em (1.14), e deslocado de 90º caso as funções
sejam permutadas para co-seno, !! = !! − 90° = !"!! − !! !! = −!"!! !! !! .
Para uma série de Fourier construída na forma de (1.17) o par formado por ch e φh
contém toda a informação capaz de descrever a onda.
ou
( ) ((
f (t ) = c0 + c1 cos !1t + !1 ! 90! +!+ ch cos h !1t + !1 ! 90! +! )) (1.18)
( ) ((
= c0 + c1 cos !1t + !1 +!+ ch cos h !1t + !1 +! ))
A Fig. 1.7 mostra alguns termos da série de Fourier de uma onda quadrada e a
soma dos dez primeiros termos ímpares. Os termos pares da onda quadrada são
todos nulos. Observe que existem várias passagens por zero, com o que um
equipamento que utilize como referência a passagem por zero não funcionará
corretamente.
Fig. 1.7 Sinal de uma Onda Quadrada com Fundamental de 1 MHz, suas Componentes até a 7ª
Ordem e a Soma das 10 Harmônicas Impares.
Fig.1.8 Espectro de Amplitude de uma Onda Quadrada com Fundamental de 1 MHz até
Harmônica de Ordem 30 e a Amplitudes das 10 Primeiras Harmônicas Impares.
A soma dos dois fasores sempre repousará ao longo do eixo real, com a
magnitude oscilando entre A e –A de acordo com:
Amplitude máxima
Im
Amplitude instantânea
A/2
A jφ A − jφ
e + e = A cos φ (1.20)
θ
-θ
2 2
Re
-ω
Assim, cada componente harmônico de um sinal pode ser representado por dois
fasores de amplitude dividida por dois que giram em velocidade contrária.
e jhω1t + e− jhω1t
cos ( hω1t ) = (1.21)
2
e jhω1t − e− jhω1t
sen ( hω1t ) = (1.22)
2j
∞ ⎡
⎛ e jhω1t + e− jhω1t ⎞ ⎛ e jhω1t − e− jhω1t ⎞ ⎤
f (t ) = ∑ ⎢ ah ⎜ ⎟ + bh ⎜ ⎟ ⎥
h = 0 ⎣ ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2j ⎠ ⎦ (1.23)
∞
⎡ 1 1 ⎤
= ∑ ⎢ ( ah − jbh ) e jhω1t + ( ah + jbh ) e − jhω1t ⎥
h = 0 ⎣ 2 2 ⎦
Definindo Ch como:
1
Ch = ( ah − jbh ) (1.24)
2
1 T2
Ch = f ( t ) ( cos ( h ω1t ) − jsen ( hω1t ) )dt
T ∫−T 2 (1.25)
1 T2
= ∫ f ( t ) e − jhω1t dt
T −T 2
1
Ch* = ( ah + jbh )
2
1 T
= ∫ f ( t ) ( cos ( h ω1t ) + jsen ( hω1t ) )dt (1.26)
T 0
1 T
= ∫ f ( t ) e jhω1t dt
T 0
∞ ∞
f ( t ) = ∑ h =0 Ch e jhω1t + ∑ h =0 C− h e − jhω1t
∞ −∞
= ∑ h =0 Ch e jhω1t + ∑ h =0 Ch e jhω1t (1.27)
∞
jhω1t
= ∑Ce
h =−∞
h
1 T2
Ch = ∫ f (t ) e− jhω1t dt (1.28)
T −T 2
∞
F (ω ) = ∫ f (t )e− jωt dt (1.29)
−∞
1 ∞
f (t ) = ∫ F (ω ) e jωt dω (1.30)
2π −∞
∞
F (ω ) = ∫ f (t )e − jωt dt
−∞
(1.31)
T 2 V 1 − jπ fT
= ∫ Ve − j 2π ft dt = −
−T 2
⋅
π f 2j
e (
− e jπ fT )
Usando a identidade:
1 jθ − jθ
senθ =
2j
(
e −e ) (1.32)
a transformada torna-se:
V 2V ⎛ ω ⎞
F (ω ) = sen (π fT ) = sen ⎜ T ⎟ (1.33)
πf ω ⎝ 2 ⎠
Frequências:
0<t<300ms→ 100 Hz
300<t<600ms→50 Hz
600<t<800ms→25 Hz
800<t<1000ms→10 Hz
100 Hz 50 Hz 25 Hz 10 Hz
(1.35)
1 N −1
F ( fk ) = ∑ f (tn ) ⋅ e− j 2π kn N
N n =0
N −1 (1.36)
f (tn ) = ∑ k =0 F ( f k ) ⋅ e j 2π kn N
N −1
1 kn
F ( fk ) = ∑ f ( t )Wn (1.37)
N n =0
1
F ( fk ) = ⎡⎣W kn ⎤⎦ ⋅ f (tn ) (1.38)
N
com
• Harmônicos pares
• Harmônicos ímpares
• Componente CC
contínua.
§ A transformada de Fourier estende o conceito fasorial a funções não
periódicas que são mais gerais que as senóides e cujos espectros de
amplitude e fase são contínuos e não discretos.
§ Os espectros de frequência são úteis para o cálculo de faixas dominantes de
frequências.
§ A Transformada de Fourier não informa quando no tempo as componentes de
frequência ocorrem - esta informação é desnecessária para sinais
estacionários.
1.4.1 Simetria
A. Simetria Ímpar
f ( −t ) = − f (t ) (1.39)
B. Simetria Par
f ( −t ) = f (t ) (1.40)
f(t)
0 T T t 0 T T t
2 2
Fig.1.17 Onda retangular com simetria impar Fig.1.18 Onda retangular com simetria par
é nulo, o que indica que o valor médio da onda é zero ou não existência de
componente cc.
Em uma função nem par nem ímpar os dois tipos de termos podem estar
presentes.
f (t ± T 2 ) = − f (t ) (1.41)
Fig.1.19 Forma de onda de corrente de linha de conversor de 6 pulsos [Fonte: Wakileh, Power
Systems Harmonics, Springer, 2001]
1
a0 =
2π (∫ 5π 6
π 6
a ⋅ d (ω1t ) − ∫
7π 6
11π 6
)
a ⋅ d (ω1t ) = 0 (1.42)
2 5π 6
ah =
2π ∫π 6 ( a ⋅ cos ( hω1t ) d ( ω 1 t ) −
11π 6
∫7π 6 a ⋅ cos ( hω1t ) d (ω1t ) )
(1.43)
a ⎡ ⎛ 5π h ⎞ ⎛ π h ⎞ ⎛ 11π h ⎞ ⎛ 7π h ⎞ ⎤
= ⎢ sin ⎜ ⎟ − sen ⎜ ⎟ − sen ⎜ ⎟ + sen ⎜ ⎟ ⎥ = 0
π h ⎣ ⎝ 6 ⎠ ⎝ 6 ⎠ ⎝ 6 ⎠ ⎝ 6 ⎠ ⎦
2 $ '
5! 6 11! 6
bh = & #
2! &% ! 6
a ! sen ( h"1t ) d (!1t ) " # a ! sen ( h!1t ) d (!1t ) " ))
7! 6 (
a * $!h' $ 5! h ' $ 7! h ' $ 11! h ' -
= ,cos & ) " cos & ) " cos & ) + cos & )!/
!h+ % 6 ( % 6 ( % 6 ( % 6 ( .
0 1 h = 1,11,13,!
2 3a 2
= 1 "1 h = 1, 7,17,!
!h 2
3 0 demais (1.44)
2 3! 1 1 1
! ! = !"# !! ! − !"# 5!! ! − !"# 7!! ! + !"# 11!! !
!ℎ 5 7 11
!!!
1
+ !"# 13!! ! ⋯
13
! pcc = ! s ! "! Zs
Cargas não lineares podem distorcer a tensão quando correntes não senoidais
fluem através da impedância da fonte. O efeito direto das cargas não lineares
sobre a qualidade da energia é a distorção da corrente e o efeito indireto é a
distorção na tensão. A distorção de tensão na barra de carga depende da
impedância do sistema e da corrente solicitada pela carga. A tensão distorcida é
propagada para todos os pontos a jusante. Correntes harmônicas irão circular por
cargas lineares conectadas nos pontos alimentados por tensões não senoidais.
Quando submetidas a tensões não senoidais, as cargas não lineares vão gerar
correntes harmônicas em proporções diferentes do que se fossem alimentadas
por tensão senoidal.
Apesar da influência mútua entre suprimento e carga, a carga não tem controle
sobre a tensão distorcida. Uma mesma carga em diferentes locais do sistema de
potência pode resultar em diferentes valores de distorção de tensão.
10 A 10 A
40% DHT 40% DHT
a
Fig.1.22 Comportamento da componente de 5 ordem na barra em 230 kV da SE Chesf Fortaleza.
Vinte anos mais tarde, em 2006, uma nova medição foi realizada em um dia de
copa do mundo e um novo perfil para a componente de tensão de 5a ordem foi
encontrada como mostrado na Fig.1.23.
1,0
0,8
5o Harmônico (%)
Período do jogo
0,6
0,4
0,2
0,0
9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Hora
a
Fig.1.23 Perfil da harmônica de 5 ordem medido na barra de 230 kV na SE Chesf Fortaleza.
Pode ser notado que o nível da componente de 5a ordem em 2006 é bem inferior
à de 1996 e algumas justificativas podem ser apresentadas:
! a (t ) = V1 cos (!1t ) +V2 cos ( 2!1t ) +V3 cos (3!1t ) +V4 cos ( 4!1t ) +
(1.46.a)
V5 cos ( 5!1t ) +V6 cos ( 6!1t ) +V7 cos ( 7!1t ) +!
! b (t ) = V1 cos ("1t !120! ) +V2 cos ( 2"1t ! 240! ) +V3 cos (3"1t ! 360! ) +
V4 cos ( 4"1t ! 480! ) +V5 cos ( 5"1t ! 600! ) +V6 cos ( 6"1t ! 720! ) +
V7 cos ( 7"1t ! 840! ) +!
(1.46.b)
= V1 cos ("1t !120! ) +V2 cos ( 2"1t +120! ) +V3 cos (3"1t ) +
V4 cos ( 4"1t !120! ) +V5 cos ( 5"1t +120! ) +V6 cos ( 6"1t ) +
V7 cos ( 7"1t !120! ) +!
! c (t ) = V1 cos (!1t +120! ) +V2 cos ( 2!1t + 240! ) +V3 cos (3!1t + 360! ) +
V4 cos ( 4!1t + 480! ) +V5 cos ( 5!1t + 600! ) +V6 cos ( 6!1t + 720! ) +
V7 cos ( 7!1t + 840! ) +"
(1.46.c)
= V1 cos (!1t +120! ) +V2 cos ( 2!1t !120! ) +V3 cos (3!1t ) +
V4 cos ( 4!1t +120! ) +V5 cos ( 5!1t !120! ) +V6 cos ( 6!1t ) +
V7 cos ( 7!1t +120! ) +"
Assim, os sinais harmônicos são classificados quanto à sua ordem (h), frequência
(f=h.f1) e sequência. Os equipamentos modernos de medição e teste de
harmônicos podem medir até a 63ª ordem. As frequências harmônicas de 3ª à 25ª
ordem são as mais comuns em sistemas de distribuição.
! ab (t ) = ! a (t ) ! ! b (t )
= 3 "#V1 cos (!1t + 30! ) +V2 cos ( 2!1t ! 30! ) + 0
(1.47)
+V4 cos ( 4!1t + 30! ) +V5 cos ( 5!1t ! 30! ) + 0
+V7 cos ( 7!1t + 30! ) +!]
1 T 2
Frms = ⎡ f ( t ) ⎦ dt
⎤
T ∫0 ⎣
(1.48)
a0 ∞ ∞
f (t ) = + ∑ h=1 ah cos ( hω1t ) + ∑ h=1 bh sen ( hω1t ) (1.49)
2
ou
∞
f ( t ) = c0 + ∑ ch cos ( hω1t + φh ) (1.50)
h =1
1 ⎛ a02 ∞ 2 ∞ 2 ⎞
FRMS = ⎜ + ∑ ah + ∑ bh ⎟ (1.51)
2 ⎝ 2 h =1 h =1 ⎠
1 ∞ 2
2
FRMS = c + ⋅ ∑ ch
0 (1.52)
2 h =1
a02 ∞ 2 ∞
2
FRMS = + ∑ aEF ,h + ∑ bEF ,h (1.53)
4 h =1 h =1
Assim, valor rms verdadeiro para uma tensão e corrente, periódicas, não
senoidais é definido como:
1 ∞ 2
Vrms = Vcc2 + ∑Vh
2 h =1
∞ (1.55)
2 2
= V + ∑V
cc rms , h
h =1
∞
I rms = I + ∑ I h2
2
cc
h =1
∞ (1.56)
2 2
= I +∑I
cc rms , h
h =1
! a (t ) = V1 cos (!1t ) +V2 cos ( 2!1t ) +V3 cos (3!1t ) +V4 cos ( 4!1t ) +
V5 cos ( 5!1t ) +V6 cos ( 6!1t ) +V7 cos ( 7!1t ) +!
1 2
2
Vrms,a =
2
(V1 +V22 +V32 +V42 +!)
1 ! 2
= " Vh (1.57)
2 h=1
!
= " Vrms,h
2
h=1
! ab (t ) = ! a (t ) ! ! b (t )
= 3 "#V1 cos (!1t + 30! ) +V2 cos ( 2!1t ! 30! ) + 0
3
VL,rms =
2
! h=1
Vh2 = 3! Vrms,h
h=1
2
, h " 3n, n = {1, 2, 3,!}
(1.58)
! ! ! ! ! ! !
!!"#,! = !
!!! + !!! + !!! + !!!" +⋯ =3∙ !
∙ !∈{!,!,!,⋯ } !! (1.61)
ou
! ! ! ! !
!!"#,! = 3 ∙ !!"#,!! + !!"#,!! + !!"#,!! + !!"#,!!" +⋯ =3∙ !!"#,!
!∈{!,!,!,⋯ }
(1.62)
Isso implica que, podem ocorrer situações em que pelo condutor neutro pode
circular uma corrente de ordem tripla que é três vezes maior do que a corrente
tripla que percorre cada condutor fase.
Fig. 1.25 Formas de onda em quadro de distribuição com cargas não lineares. [Fonte: Harmônicas
nas Instalações Elétricas – Causas, Efeitos e Soluções. Hilton Moreno. Procobre. 2001].
Numa instalação contendo muitas cargas monofásicas não lineares – caso típico
de edifícios comerciais e análogos contendo grande quantidade de aparelhos de
iluminação fluorescente e microcomputadores – a corrente no neutro nos circuitos
de distribuição a 4 fios, mesmo havendo um equilíbrio razoável entre as cargas, é
superior à corrente de desequilíbrio.
§ Sobreaquecimento no neutro
§ Aumento da tensão neutro-terra
ΔVF
N
T
r i
a VFT aplicada V carga Carga
f
i
o
Segundo a norma ABNT NBR 5410: 2004 que dispõe sobre condutor neutro
(seção 6.2.6.2):
− Num circuito trifásico com neutro e cujos condutores de fase tenha uma
seção superior a 25 mm², a seção do condutor neutro pode ser inferior à
dos condutores de fase, sem ser inferior aos valores indicados na Tabela
1.5, em função da seção dos condutores de fase, quando as três seguintes
condições fores simultaneamente atendidas:
a) O circuito for presumivelmente equilibrado, em serviço normal;
b) A corrente das fases não contiver uma taxa de terceira harmônica e
múltiplos superior a 15%;
c) O condutor neutro for protegido contra sobrecorrentes.
Sob condição de carga não linear, um neutro comum pode transportar quase 2
vezes a corrente de linha (ver Tab.1.4). O risco de uma sobrecarga no neutro é
bem real uma vez que o condutor neutro pode ter sido projetado para ter a
mesma bitola ou até bitola menor do que a do condutor fase.
N 2
I = fh ∑ I
k =1 k
(1.64)
IN=0. Nesta condição, as correntes triplas (sequência zero) não estão presentes
!! + !! + !! = !! = 0 ∴
!! = !!! !"# !! ! + !!! !"# !! ! − 120° + !!! !"# !! ! + 120° + !!! !"# 2!! !
+ !!! !"# 2!! ! + 120° + !!! !"# 2!! ! − 120° + !!! !"# 3!! !
+ !!! !"# 3!! ! + !!! !"# 3!! ! + ⋯
= 3 !!! !"# 3!! ! + !!! !"# 6!! ! + !!! !"# 9!! ! + ⋯
Para que IN seja zero é preciso que Ih, h={3,6,9,...} seja nulo.
Ica1
Iab1
√3Iab1cos(ω1t-30o)
- Ica1
Para as equações de Ia, Ib, e Ic, foi considerado que as componentes harmônicas
de corrente de fase Iabh, h={1,5,7,11,...} apresentam ângulo de fase 0o.
Considerando:
β =2
I a1 = 1, 0 p.u.
(1.70)
I a 3 = 0,5 p.u.
I a 5 = 0,3 p.u.
1
I a ,rms = I c ,rms =
2
( 2 2
)
1 + ( 0,5 ) + ( 0,3) = 0,81[ p.u.]
(1.71)
1 2
I b ,rms =
2
( 2
)
2 + 1 + ( 0, 6 ) = 1, 7 [ p.u.]
1 ⎡ 2 2 2
IN = 3 ( 0,33) + ( 0, 67 ) + ( 0,10 ) ⎤
2 ⎣ ⎦ (1.73)
= 1, 6 [ p.u.]
0,33
IN = 3⋅ = 0,7 [ p.u.] (1.74)
2
1 2
IN = 3⋅ (0,5) = 1,06 [ p.u.] (1.75)
2
Como a carga é não linear e desequilibrada pelo neutro circula 1,6 p.u., um
aumento cerca de 51% em relação à condição de carga equilibrada e não linear.
Pela linha B, a de maior corrente, flui uma corrente igual a 1,7 p.u, maior que a
corrente no neutro. No entanto, a corrente no neutro é 97% maior que a corrente
nas linhas A e B (IA=IB=0,81 p.u.)
Assim, pode-se afirmar que em sistemas desequilibrados com carga não linear:
1.4.8 Independência
Sempre que um sinal contínuo (analógico) for medido por amostras (discreto)
deve-se certificar-se que a frequência de amostragem !! seja suficientemente alta
para que todas as variações no sinal possam ser reconstruídas. Se !! é muito
baixa, detalhes de variação no sinal contínuo podem ser perdidos. Por exemplo,
em um transitório elétrico, o tempo de subida da onda é rápido, da ordem de µs.
Por outro lado, se !! é muito alta uma quantidade desnecessária de dados será
coletada e processada. Uma alta taxa de amostras resulta em melhor
representação da forma de onda do distúrbio e maior requisito para
armazenamento.
!
!! < ! !! (1.77)
A. Processo de Amostragem
Uma função ou sinal contínuo no tempo x(t) uniformemente amostrado a uma taxa
de amostragem fs>2fh forma uma função ou sinal discreto no tempo xT(n), cujas
sequências de valores são as amostras da função contínua no tempo x(t). O
processo pode ser matematicamente descrito em termos do produto da série
infinita de amostras da função contínua no tempo e a função impulso δ(t-nT), o
que resulta em (1.78).
#
xT ( n ) = $ x (n) ! ! (t " nT ) (1.78)
n="#
#
Xd ( f ) = $f s ! X ( f " nfs ) (1.79)
n="#
Theorem in the Analysis of Current Harmonics in AC/DC Converters. P. Bokoro, J. Pretorius and M. Case.
ICREPQ’11]
X ( f ) = X d ( f ) ! Si (1.81)
C. Aliasing
Fig.1.34 Um exemplo de disfarce (aliasing) na letra A em Times New Roman. Esquerda: imagem
aliased (com degraus). Direita: imagem anti-aliased.
!!"#$!!"#$#%& ≤ !! (1.82)
O termo aliasing refere-se também a um efeito que faz com que diferentes sinais
tornem-se indistinguíveis (ou aliases um do outro) quando amostrados (Fig.1.35).
Assim, a largura de banda de um instrumento usado para medir um sinal deve ser
maior do que o espectro de frequência esperado do evento a ser monitorado.
Exemplo 1
Solução
A análise harmônica para a 25ª ordem (25 x 60 = 1500 Hz) requereria uma
frequência de amostragem fs de pelo menos 2 x 1500 = 3000 Hz.
3000 a - 1s
1 (1.83)
x -
60 → 50 a c
B. Quantização do Sinal
EFSR EFSR
Q= = (1.84)
2M N
em que
EFSR Faixa de tensão de fundo de escala
M Resolução do conversor A/D em bits
N No. de intervalos dado pelo número de níveis disponíveis
Exemplo 2
Solução
10 − 0 10
Q= 12
= ≅ 2, 4 [mV código ] (1.85)
2 4096
Exemplo 3
Solução
8
Q= = 1[V código] (1.87)
23
an-1]
Para expressar a tensão medida, o código binário deve ser convertido para a
base 10 e então multiplicado pela resolução do conversor.
VX = m(10)Q (1.88)
( )
m(10) = 1× 22 + 0 × 21 + 1× 20 = 5 (1.89)
VX = 5 ⋅1 = 5 [V ] (1.90)
!"# !! − !! (1.91)
!"# ! − !! (1.92)
Os resultados dos cálculos ou uma medida pode ser exato, mas não preciso,
preciso, mas não exato, nem um nem outro, ou ambos como ilustra a Fig.1.38.
Este é um modelo exato, mas não preciso. Os Este é um padrão preciso, mas não exato. Os
dardos não estão agrupados, mas sua posição dardos são agrupados juntos, mas não atingiu
"média" é o centro do olho do touro. a marca desejada.
C. Janela de Integração
Segundo a norma IEC 610004-30, os valores das janelas de 10/12 ciclos são
então agregados em três intervalos adicionais:
1 N 2
Vrms = ∑υ ( k Δt ) (1.93)
N k =1
em que
O erro de Vrms será tanto menor quanto menor forem os níveis de discretização
§ Valor Médio
Vp T 2
Vmédio = sen (ω1t )dt
T ∫0
2
T 2
Vp ⎛ 2π ⎞
= − cos ⎜ t ⎟
π ⎝ T ⎠ 0
Vp
= − ( cos π − 1) (1.95)
π
2V p
=
π
= 0, 6366 ⋅ 2Vrms
Assim,
Vrms
= 1,11 (1.96)
Vmédio
Fig. 1.40 Circuito de Instrumento de Medição de Valor Médio [Fonte: Hilton Moreno. Harmônicas
nas Instalações Elétricas. Instituto Brasileiro do Cobre – Procobre, 2001].
§ Valor de Pico
Com base em (1.94) que define uma onda senoidal, tem-se que:
2
V p2 T
Vrms = ∫ sen 2 ωt ⋅ dt
T 0
V p2 T
= [1 − cos 2ωt ] ⋅dt
2T ∫ 0 (1.99)
2 2
V ⎡ T T
p 4π T ⎤ V p
= ⎢ t0 − sen t =
2T ⎣ 4π T 0 ⎥⎦ 2
Vrms 1
= = 0,707 (1.100)
Vp 2
Exemplo 4
b) f (t ) = 10 2 cos (t ) + 10 2sen (t )
Solução
1 2 2
Frms =
2
( )
10 + 2 + 1 = 7, 246 (1.101)
2
c = a 2 + b2 = 2 10 2 ( ) = 2 ×10 (1.102)
f (t ) = 20sen (t + ϕ ) (1.103)
⎛ a ⎞
ϕ = tg −1 ⎜ ⎟ = 45o (1.104)
b
⎝ ⎠
O fator de crista FC é definido como a relação entre valor de pico e o valor eficaz
de um sinal que pode ser de corrente ou tensão, resultando em um indicador
admensional.
Ip
FC = (1.105)
I rms
ou
Vp
FC = (1.106)
Vrms
Fig.1.42 Sinais 1 e 2 da Tab.1.9 com mesmo valor eficaz e diferentes valores de pico. [Fonte:
Procobre]
A Tab.1.10 mostra o fator de crista para algumas formas de onda. Note que FC
para uma onda quadrada é unitário independente de seu duty cycle.
Tabela 1.10 Fator de Crista para Diferentes Tipos de Forma de Onda [John DeDad, Crest Factor:
A Key Troubleshooting Parameter. EC&M, Mar 2008]
Quando uma fonte ininterrupta (UPS) é especificada para alimentar uma carga
não linear é importante considerar o FC nominal da UPS e o FC requerido pela
carga. A UPS deve ser capaz de suprir ambos, o valor de pico e o valor rms de
corrente requerida pela carga, do contrário a carga não operará adequadamente.
Quando a fonte não é capaz de suprir a corrente requerida e esta é cortada
(clamped), a tensão de alimentação da fonte se tornará deformada. Portanto, se
uma UPS não é dimensionada para suprir o FC da carga, a forma de onda da
tensão de saída da fonte será distorcida.
Para uma fonte senoidal, um PC com não correção de fator de potência apresenta
em geral um FC entre 2 e 3. Um alto FC é indesejável porque causa elevada
dissipação de calor diminuindo a confiabilidade e a vida útil de uma fonte
chaveada.
N
1 2 (1.107)
DHTV = ∑V h
V1 h=2
! ! ! ! !! !!
!!"# = !!,!"# + !!,!"# + !!,!"# +⋯= !!,!"# 1 + !!,!"#
! + !!,!"#
! +⋯
!,!"# !,!"#
!
!!"# = !!,!"# 1 + !"#!! (1.108)
2
⎛ V ⎞
DHTV = ⎜ rms ⎟⎟ − 1 (1.109)
⎜ V
⎝ 1,rms ⎠
2
N ⎛ I
1 2
⎞
(1.110)
DHTI = ∑ I = ⎜ rms
h ⎟⎟ − 1
I1 h=2
⎜ I
⎝ 1,rms ⎠
(
I rms = I1,2rms 1 + DHTI2 ) (1.111)
Fig.1.43 Forma de onda de corrente de linha de conversor de 6 pulsos [Fonte: Wakileh, Power
Systems Harmonics, Springer, 2001]
Solução
Como a onda apresenta simetria de meia onda, tem-se que são nulos os
coeficientes da série de Fourier a0=0 e ah=0. O coeficiente bh obtido é dado por:
1 ℎ = 1,11,13, ⋯
! !!
!! = !!
−1 ℎ = 5,7,17,19, ⋯ (1.112)
0 !"#$%&
! ! ! ! !
1 2 3! 1 1 1 1 2
!!"# = !!! = 1+ + + + +⋯ = !
2 2! ! 5 7 11 13 3
!!!
(1.113)
! ! = !! !"# ℎ!! !
!!!
2 3! 1 1 1
= !"# !! ! − !"# 5!! ! − !"# 7!! ! + !"# 11!! !
! 5 7 11
1
− !"# 13!! ! −⋯
13
(1.114)
1 2π
Frms = ∫ f 2 ( x ) dx
2π 0
a2
=
2π (∫ 5π 6
π 6
dx + ∫
11π 6
7π 6
dx ) (1.115)
a 2 ⎛ 2π 2π ⎞
= ⎜ + ⎟
2π ⎝ 3 3 ⎠
2
= a = 0,816497a
3
2 3a 6a
F1,rms = = (1.116)
π 2 π
2
⎛ F ⎞
DHTF = ⎜ rms ⎟⎟ − 1
⎜ F
⎝ 1,rms ⎠ (1.117)
2
π
= − 1 = 0,3108 = 31, 08%
9
Exemplo 6
h 1 3 5 7 9 11
Ih 1,201 0,977 0,620 0,264 0,068 0,114
I h% 100 81,3 51,6 22,0 5,7 9,5
h 13 15 17 19 21 23
Ih 0,089 0,029 0,042 0,044 0,019 0,020
I h% 7,4 2,4 3,5 3,7 1,6 1,7
Solução
N
1 2
DHTI = ∑I h , rms
I1,rms h=2
1 (1.118)
=
1, 201
( 2 2 2 2
( 0,977 ) + ( 0,62 ) + ( 0,264 ) + ( 0,068) + ( 0,114 )
2
1
2 2 2 2
+ ( 0,089 ) + ( 0,029 ) + ( 0,042 ) + ( 0,044 ) + ( 0,019 ) + ( 0,02 )
2 2 2
)
= 0,9994 = 99,94%
2
= 1, 201 1 + ( 0,9994 ) (1.119)
= 1, 698 [ A]
O DHT residual, em geral, é muito mais danoso do que o TDH balanceado porque
não existe o efeito de cancelamento pelo defasamento de 120o entre as fases.
(Total Demand Distortion). Este termo é o mesmo que o DHTI em (1.99), exceto
que a distorção é expressa como um percentual da média anual da corrente
fundamental da demanda máxima (medida em intervalos de 15 a 30 min), invés
de um percentual da magnitude da corrente fundamental, a fim de prover uma
base comum para avaliação no tempo. Assim, a TDD mede o conteúdo
harmônico na forma de onda da corrente.
N
2
∑I
h=2
h
TDD = (1.120)
IL
N
2
∑I
h=2
h
I1
TDD = ⋅
I1 IL (1.121)
⎛ Corrente Fundamental da C arg a ⎞
= DHTI ⋅ ⎜ ⎟
⎝ Corrente No min al do Circuito ⎠
Exemplo 7
Solução
100
TDD = 150 ⋅ = 37,5% (1.122)
400
A norma européia define a distorção harmônica total como sendo a relação entre
a raiz quadrada da soma dos quadrados das componentes harmônicas pelo valor
eficaz verdadeiro do sinal (DIN 40110 – Norma alemã).
!! !! !! !! !! ! !⋯! !! !
!"# = !! !! !! ! !⋯!
(1.123)
!! !! !! !! !! !
em que h1, h2, ..., hn representam o valor eficaz dos harmônicos de ordem 1, 2, ...,
n de corrente ou tensão.
N
2
∑h n
(h )
2
⋅ DHT 2 DHT 2
2
DIN = n=2
N
= 1 N
=
2 2 1 + DHT 2
( h1 ) + ∑ hn2 ( h1 ) + ∑ hn2
n=2 n=2
DHT
DIN = (1.124)
1 + DHT 2
ou
DIN
DHT = (1.125)
1 − DIN 2
O valor de DIN tende a ser menor que DHT, portanto menos conservativo. DIN e
DHT são iguais para sinais de baixa distorção em torno de 20%. A partir de 30%,
pequenas diferenças são encontradas. Por exemplo, para DHT=50% tem-se
DIN=45%, ou quando DHT=100%, DIN=70%. O uso de DIN e DHT é ditado por
preferência pessoal. O DIN torna-se unitário para uma onda altamente distorcida,
enquanto o DHT torna-se infinito. Alguns profissionais consideram um desses
níveis indicativo mais significante do que o outro, nesta circunstância.
350
300
DIN(%); DHT(%)
250
200
DIN
150 TDH
100
50
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
(%)
Qualquer que seja a expressão usada para o cálculo da distorção harmônica total,
verifica-se que na ausência de componentes harmônicas a distorção harmônica
total é nula. Dessa forma, devem-se buscar nas instalações elétricas valores de
DHT, ou DDT, ou DIN mais próximos possíveis de zero.
Vantagens Desvantagens
§ É facilmente calculado. § Informação do espectro é perdida:
§ É o índice mais comum na área de QEE. amplitude e frequência dos componentes.
§ Permite uma rápida medida do grau de § Sinais de diferentes frequências são
distorção de uma onda. tratados igualmente, i.e., mesmo peso.
§ É largamente usado em normas e § Não mostra o impacto da interferência do
recomendações. sinal.
Ch
DHI = ⋅100 ( % ) (1.126)
C1
A série de Fourier para ondas de tensão e corrente distorcidas pode ser expressa
como:
p (t ) = υ (t ) ⋅ i (t )
(1.129)
= ⎡⎣V0 + ∑ Vh cos ( hω1t + ϕh )⎤⎦ ⋅ ⎡⎣ I 0 + ∑ I h cos ( hω1t + ϕh ± θ h )⎤⎦
1 T
P= υ (t ) ⋅ i (t ) ⋅ dt (1.130)
T ∫0
1 ⎡ T T
P= ∫ V0 I 0 dt + ∫ Vh I h cos ( hω1t + ϕh ) cos ( hω1t + ϕh ± θ h ) dt ⎤
T ⎣⎢ 0 0 ⎦⎥
ou
!
!! !!
! = !! !! + !"# ℎ!! ! + !! !"# ℎ!! ! + !! !"# !!
! !
!! !!
= !! !! + !"# !! ℎ = 1,2,3, ⋯
2
! ! !!
! = !! !! + !
!"# !! ℎ = 1,2,3, ⋯ (1.131)
!
! = !! ∙ !! + !!! !!"#,! ∙ !!"#,! ∙ !"#!! = !!! + !! , ℎ = 1,2,3, ⋯ , ! (1.132)
S = Vrms ⋅ I rms
⎛ N ⎞ ⎛ 2 N 2 ⎞ (1.134)
= ⎜ V02 + ∑Vrms2
,h ⎟⎟ ⋅ ⎜⎜ I 0 + ∑ I rms ,h ⎟⎟
⎜ h =1 h =1
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
! = !!"#,! ∙ !!! + ! !
!!! !!"#,! = !!"#,! ∙ !!! + !!"#,!
! !
+ !!!",! +⋯ (1.135)
N
Q = ∑ Vrms ,h ⋅ I rms ,h ⋅ senθ h (1.136)
h =1
⎛ N ⎞⎛ N ⎞
D = ∑ Vk cos (ωk t + ϕk ) ∑ I m cos (ωmt + ϕm ± θ m ) ⎟
⎜ ⎟⎜ (1.138)
⎜ k =1 ⎟⎜ m =1 ⎟
⎜ k ≠ m ⎟⎜ m ≠ k ⎟
⎝ ⎠⎝ ⎠
S 2 = P2 + Q2 + D2 (1.139)
P
S
Q
Fig.1.45 Diagrama com as relações entre as diferentes potências.
120,00
100,00 Pot. Aparente
80,00
% Potência
Pot.
Distorção
60,00
Pot. Reativa
40,00
20,00 Pot. Útil
0,00
Osram
Osram
Neonda
Philips
Niko 11W
Niko 9W
Crown
21W
15W
11W
9W
15W
Fig.1.46 Potência aparente, útil, reativa e de distorção de lâmpadas com reator eletrônico.
P = 15,6 W (46,29%)
Q = 6,47var (19,20%)
D = 29,2 dVA (86,65%)
S = 33,7 VA (100%)
P
FP = (1.140)
S
N
V0 I 0 + ∑ VEF ,h I EF ,h cos θ h
FP = h =1
(1.142)
N N
2 2 2 2
V + ∑V
0 EF , h ⋅ I +∑I
0 EF , h
h =1 h =1
VEF ,1 I EF ,1 cos θ1 I EF ,1
FP = = cos θ1
N I EF
VEF ,1 ⋅ I 02 + ∑ I EF
2
,h
h =1 (1.143)
I EF ,1
= ⋅ FPD
I EF
A Tab.1.12 mostra o fator de potência para diferentes tipos de circuitos. Note que
a potência de distorção contribui para a redução do fator de potência.
Exemplo 8
Solução
(
υ (t ) = 2 1cos ( 2π 60t ) + 0, 2cos ( 2π 180t + 20o ) + 0, 05cos ( 2π 420t + 10o ) )
= 2 cos (377t ) + 2.0, 2cos 1131t + 20o + 2.0, 05cos 2639t + 10o
( ) ( ) (1.144)
(1.145)
i (t ) = 2 cos 377t − 30o + 2.0, 2cos 1131t + 80o + 2.0,15cos 2639t − 20o
( ) ( ) ( )
O valor eficaz de tensão e corrente:
A potência média:
A potência reativa:
A potência aparente:
A potência de distorção:
2
D= S − P2 − Q2
(1.150)
2 2 2
= (1, 052 ) − ( 0,892 ) − ( 0, 469 ) = 0,302 [ pu ]
!! !,!"#
!" = !
= !,!"# = 0,848 (1.152)
!!",! !
!" = !!"
∙ !"# = !,!"# ∙ 0,866 = 0,84 (1.153)
Como visto em (1.98), o valor eficaz verdadeiro de um sinal está relacionado com
a taxa de distorção harmônica desse sinal. Assim, o fator de potência verdadeiro
de um sinal ac pode ser expresso como:
(1.155)
a) Uma vez que DHTV é, em geral, menor do que 10%, então da expressão VEF =
2
(VEF)1. 1 + ( DHTV ) tem-se que VEF ≈ VEF1.
210
180
FP(%) e DHT (%)
150
120 FP Deslocamento
FP Verdadeiro
90 DHTi
60
30
0
Osram
Osram
Neonda
Philips
Niko 11W
Niko 9W
Crown 9W
21W
15W
11W
15W
FP 1 I
FD = = = EF ,1 (1.157)
FPD 1 + DHTI2 I EF
FP = FD ⋅ FPD (1.158)
Como o fator de potência de deslocamento FPD não pode ser maior do que a
unidade, (1.158) mostra que o fator de potência verdadeiro FP em condições não
senoidais apresenta limite superior expresso como:
1
FP ≤ FD = (1.159)
2
1 + ( DHTI )
1,0
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0 20 40 60 80 100 120 140
DHT da Corrente (%)
Para θ≠0 ou θ≠π, o sistema ca alimentará o circuito com energia reativa como
ilustra a Fig.1.50. O aumento de θ reduz o fator de potência de deslocamento
P, Q
P
0
θ
π/2 π
Exemplo 9
Solução
A resposta em tensão e corrente sobre R1 é mostrada na Fig.1.52.
Profa Ruth P.S. Leão email: rleao@dee.ufc.br hp: www.dee.ufc.br/~rleao
91
FPD 1
FP = = = 0,92 (1.160)
2 2
1 + DHT I 1 + ( 0, 44043)
1.5.7 Fator K
Fonte Carga
2
N
⎛ I ⎞
2
K = ∑ h ⎜ h ⎟ (1.161)
h =1 ⎝ I1 ⎠
N
Peddy ,h = P1 ⋅ ∑ h 2 I h2 (1.162)
h =1
em que Peddy,h é a perda total por corrente eddy, P1 é a perda por corrente eddy
na frequência fundamental, h é a ordem da harmônica de corrente e Ih é o valor
rms da harmônica de ordem h. As perdas aumentam com o aumento da
frequência e, portanto, componentes harmônicas de maior frequência podem ser
mais importantes do que componentes de frequência baixa no aquecimento de
transformadores. Em geral, as harmônicas de maior frequência apresentam
pequenas amplitudes, que tende a cancelar os efeitos da ordem.
Para uma carga com teor harmônico de corrente como dado na Tab.1.14, o
transformador deve ser de fator K =2,875. O valor comercial capaz de atender ao
calculado é Fator K = 4.
2 2 ! I rms
K= = (1.163)
FC Ip
70 + 76 + 73
!!"#,!é!"# = = 73 !
3
O fator K é então:
2 ∙ 73
!= = 0,57
180
Assim, o transformador deve ser desclassificado para 57% de seu valor nominal
para que não haja sobreaquecimento.
1,15
I max = I nom ⋅ (1.165)
1 + 0,15K
2
N
⎛ I ⎞
2
N
2
N
2
∑ h ⎜ h ⎟ ∑ ( hI h ) ∑ ( hI )
⎝ I1 ⎠ =
h
h =1 h =1 h =1
K= 2 N
= 2
N
⎛ I h ⎞ I rms
∑ ⎜ ⎟ ∑ I h2
h =1 ⎝ I1 ⎠
h =1
(1.166)
N N N
2 2 2
∑ ( hI
h =1
h I1 ) ∑ ( hI
h =1
h I1 ) ∑ ( hI
h =1
h I1 )
= 2
= 2
=
( I rms I1 ) 2 1 + DHTI2
1 + ∑ ( I h I1 )
h =1
2,875
K= = 2,749 (1.167)
1,046
1,15
I max = I nom ⋅ = 0,904 ⋅ I nom (1.168)
1 + 0,15 ⋅ 2,72
o que indica que o transformador deverá alimentar 90,4% de sua carga nominal.
Referências
J. Arrillaga, B.C. Smith, N.R. Watson and A.R. Wood. Power System Harmonic Analysis, John
Wiley & Sons, 1997.
Harmônicas nas Instalações Elétricas – Causas, Efeitos e Soluções. Hilton Moreno. Procobre,
2001.
IEEE Std. 1531-2003 IEEE Guide for Application and Specification of Harmonic Filters.
John DeDad, Crest Factor: A Key Troubleshooting Parameter. EC&M, Mar 2008.
IEEE Std 519-1992 IEEE Recommended Practices and Requirements for Harmonic Control in
Electrical Power Systems.