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Quem tem medo da revolução?

Estava procrastinando no Facebook hoje à tarde quando me deparei com um


compartilhamento que tinha intenção de ser engraçado. O meme fala o seguinte:

- QUEM TEM MEDO DE POLÍCIA É BANDIDO

- Mas Paulo, não podemos escrever isso.

- Então escreve aí: “Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más.
Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela.” (Romanos 13:3)

O nome da página? “Eu queria ser revolucionário, mas já comecei a trabalhar”. Na foto de
capa, dois homens armados em uma imagem photoshopada bem chinfrim. Um deles é um
deputado federal brasileiro que tem a palavra “mito” incorporada ao seu sobrenome muitas
vezes.

Longe de mim contestar o apóstolo Paulo, homem usado por Deus pra pregar o evangelho e
deixar mensagens importantíssimas escritas. Mas eu já fiz alguns anos bíblicos e posso dizer
que Jesus não curtiria uma página que faz apologia ao status quo. Até hoje, não achei ninguém
mais revolucionário do que Ele.

Ele inaugurou o conceito de liberdade lá no Éden. Fez um imigrante virar governador do Egito.
Fez um príncipe desse país (detalhe: ele tinha sangue de imigrante) passar 40 anos no deserto
até estar pronto para liderar um povo (homeschooling é básico demais, mesmo estudando
com os doutores mais inteligentes do mundo. Desertschooling é #JesusWay). Instaurou leis de
saúde pública para um povo itinerante, em tempos onde a sujeira era considerada curativa por
algumas culturas. Deu a esse mesmo povo normas de nivelamento social (Ano do Jubileu é a
prova máxima disso). Escolheu mulheres para salvar a galera escolhida do fundo do poço,
enquanto elas ainda eram consideradas meros acessórios (lembra de Débora? Ester? Abigail?).
Implementou o respeito e a honra na vida dos escravos do povo de Israel, que poderiam
comprar ou até ganhar sua própria liberdade (não, a escravidão nunca foi o plano de Deus.
Mas, numa sociedade extremamente depravada, ele conseguiu dar dignidade a todos perante
a lei). Detalhe: só falei do Antigo Testamento nesse parágrafo, aquele que a gente não gosta
de ler porque é “do mal”, “chato”. E ainda não falei tudo.

O que dizer sobre os profetas que foram perseguidos por autoridades depravadas? O exemplo
clássico é a história de Elias versus Acabe e Jezabel. O profeta sofreu nas mãos desses dois.
Será que ele deveria ter ficado quietinho, deixando de responder ao chamado de Deus para
gritar pra todo lado que o povo de Israel estava pecando ao adorar Baal e outros ídolos (por
influência do governo)?

Não é preciso ser Doutor em Teologia pra saber que a resposta é um belo “não”. Digo isso pois
Elias bateu de frente com as autoridades... e foi arrebatado direto para o Céu em uma
carruagem de fogo. É seguro dizer que ele não era "bandido”, né?

E o que dizer de quem é (ou deveria ser) nosso maior exemplo – Jesus? Puro, sem pecado
algum, foi crucificado pelas decisões de autoridades romanas e judias apoiadas por um público
que pedia sua morte.
Parece que já podemos estabelecer um padrão: Em Romanos 13:3, Paulo não está falando que
devemos ser cabresteados por toda e qualquer autoridade. O apóstolo também não se
manifesta contra a tal “revolução”, que enxergamos de forma tão negativa. Afinal, do que é
que Paulo está falando?

A resposta para esse aparente paradoxo apresentado é mais simples do que parece. Lembra
de Salomão, o cara mais sábio do mundo – e, de quebra, rico e Rei do povo de Israel? O
capítulo 29 de Provérbios, livro escrito por ele, é focado em assuntos como autoridade, poder
e justiça. No verso 26, há uma revelação: “Muitos desejam os favores do governante, mas é do
Senhor que procede a justiça.” Então, se o governante é alguém segundo o coração de Deus,
não há razões para sentir medo caso você não tenha feito nada de errado. Infelizmente, o
mundo não funciona assim; não cabe a nós julgarmos quem é de Cristo ou não, e, muitas
vezes, não é da nossa alçada escolher quem são nossos “magistrados”. Não escolhemos os
policiais que estão nas ruas, os juízes, promotores... Nem por isso deixaremos de respeitá-los,
mas há um limite moral – se a ação tomada por algum destes ferir os princípios bíblicos, o
Cristão deve ter como reação a busca por um mundo melhor.

Caro leitor: se você for adventista e estiver pensando em revidar com textos fora do contexto
de Ellen G. White se manifestando contra greves, saiba que esse não é o caso. Joseph Bates
(sim, aquele que convenceu o casal White a aceitar a doutrina do sábado), um dos pioneiros da
IASD, era militante do abolicionismo. Os primeiros membros da igreja alforriavam escravos do
sul dos EUA e os mandavam para o Canadá. Isso me parece coisa de gente revolucionária! E
olha que eu nem citei a reforma de saúde tão defendida por Ellen (e tão ignorada ou encarada
de maneira perfeccionista por nós)

Então, antes de sair compartilhando um negócio desses, pare e pense: quantos inocentes já
morreram ou foram falsamente condenados por supostas “autoridades”?

Afinal, quem tem medo da revolução?

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