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saber o que comer

para uma alimentação segura

Independente • Credível • Perto de si


saber o que comer
saber o que comer 3

Índice

Nos últimos anos, têm surgido inúmeras notícias relacionadas


com a qualidade dos alimentos para consumo humano.
Pondo de lado as mais sensacionalistas, o que é que sobra?
Uma mão-cheia de dúvidas em relação ao que comemos.
Com a ajuda deste guia, saiba como fazer escolhas
conscientes no que toca à alimentação.

• Quem controla a segurança dos alimentos? 4


• Rede de alertas alimentares 5
• Riscos e ameaças 7
• Higiene na cozinha 7
• Os aditivos são tóxicos? 14
• Intoxicações alimentares: o que fazer? 19

DECO PROTESTE, Lda. • Av. Eng. Arantes e Oliveira, 13, 1.º B • 1900-221 LISBOA • Tel. 808 200 146/
218 410 801 • www.deco.proteste.pt

Editor responsável Ilustrações Depósito Legal Impressão


Pedro Moreira Javier Vázquez 308452/10
Coordenação editorial Paginação ISBN
João Mendes Alexandra Lemos 978-989-8045-46-1
Projeto gráfico
Manuel Estrada Design

Esta publicação, no seu todo ou em parte, não pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma ou processo, eletrónico,
mecânico ou fotográfico, incluindo fotocópia, xerocópia ou gravação, sem autorização prévia e escrita da editora.
4 saber o que comer

Quem controla
a segurança
dos alimentos?
Em 1997, como resposta ao alarme provocado
pela crise das vacas loucas, as autoridades comunitárias
apresentaram o “livro verde” dos princípios gerais
da segurança alimentar. Estas medidas vieram servir
de base à normativa que visa a proteção da saúde
e segurança do consumidor.

Após a apresentação deste diploma, controlo da segurança alimentar;


sucederam-se outras crises de relevo: – avaliar a segurança alimentar nos
as dioxinas nos frangos e ovos, a febre países candidatos à União Europeia
aftosa, a peste suína e os benzopirenos, e nos países terceiros de onde são
só para dar alguns exemplos. Por isso, foi importados alimentos.
preciso dar mais um passo.
• Em Portugal, a entidade responsá-
• No ano 2000, a Comissão Europeia vel pela avaliação e comunicação
criou a Direcção-Geral da Saúde e dos riscos, fiscalização económica
dos Consumidores (DG  SANCO), e cumprimento da legislação é a
principal órgão encarreguado da Autoridade de Segurança Alimentar
segurança alimentar a nível comuni- e Económica (ASAE), que depende
tário. Tem competência para legislar do Ministério da Economia e do
em matéria alimentar, mas acumula Emprego. A responsabilidade pela
outras funções: produção primária, pecuária, agri-
– definir, todos os anos, os riscos ali- cultura, pescas, entre outros, cabe
mentares a investigar com prioridade; ao Ministério da Agricultura, Mar,
– inspecionar de que forma as autori- Ambiente e Ordenamento do Terri-
dades nacionais exercem a sua ação de tório (MAMAOT).
saber o que comer 5

Rede
de alertas
alimentares
A segurança alimentar
é controlada através
de uma rede de alertas.

Trata-se de um sistema de intercâmbio


rápido de informação entre os estados-
-membros sobre problemas relacionados
com alimentos destinados ao consumo
humano e animal. Quando um membro
da rede tem informações sobre um risco
direto ou indireto para a saúde humana,
transmite-as de forma imediata através
da comissão e esta passa-a aos restantes
países. Em Portugal, o ponto de contacto
é a Direcção-Geral de Veterinária (DGV)
através do Gabinete de Trocas Intracomu-
nitárias (GTI), que depois notifica a ASAE.
A nível europeu, a rede de alertas é
designada por Rede de Alerta Rápida
para Alimentos e Alimentação Animal
(RASFF). No plano mundial, a tarefa cabe
à Rede Internacional de Autoridades de
Segurança Alimentar (INFOSAN), gerida
pela Organização Mundial de Saúde
e pelo programa para a alimentação e
agricultura das Nações Unidas (FAO), a
que pertencem 177 países.

Como funciona?
As informações notificadas na rede são
classificadas em função do risco.
6 saber o que comer

• Notificações de informação: são trans- que não é informação, alerta ou rejei-


mitidas quando é identificado um risco ção, é tratado no grupo das notícias.
num produto, mas não há necessidade
de agir rapidamente, porque ainda não Sempre que recebe notificações da
chegou ao mercado, já foi analisado e Direcção-Geral de Veterinária sobre
impedido de entrar na União Europeia produtos vendidos em Portugal, a ASAE
ou não exige urgência. toma as medidas necessárias para serem
retirados do mercado.
• Notificações de alerta: processam-se
quando é identificado um risco nos
alimentos à venda e é preciso agir de A rede de alertas pretende garan-
imediato. O alerta parte do estado- tir que, ao ser detetado um risco,
-membro que deteta o problema. o  produto em causa seja retirado
As autoridades devem tomar as medi- do mercado ou, se ainda não estiver
das adequadas para, na medida do pos- à venda, não chegue aos consumi-
sível, evitar riscos para a saúde decor- dores. Os alimentos sujeitos a uma
rentes do consumo desses alimentos. notificação de alerta foram ou estão
a ser retirados do mercado. Os que
• Rejeição de entrada na União Euro- foram alvo de uma notificação de
peia: ocorre quando é detetado um informação nem sequer receberam
risco nos postos de inspeção fronteiri- autorização de venda.
ços. O produto é impedido de passar e
a informação transmitida a toda a rede,
nacional e comunitária, para serem
vigiadas remessas idênticas noutros
pontos e revistas entradas anteriores.
Se o produto vier de fora da União, as
autoridades europeias informam as
desse país para corrigirem o problema.

• Notícias: quando ocorre um evento


relacionado com a segurança alimentar
7

Riscos
e ameaças

Não é possível eliminar por completo


o risco de alimentos potencialmente
perigosos chegarem ao mercado.

Alguns perigos escapam à vontade dos legislação, que define os limites máxi-
intervenientes na cadeia alimentar. Mas há mos de resíduos químicos permitidos
muitos outros contra os quais é possível nos alimentos.
lutar, para reduzir ao mínimo a insegu-
rança. Existem dois grandes grupos: con- Eis os tipos de contaminantes mais
taminações químicas e microbiológicas. comuns.

Contaminação química • Pesticidas. Substâncias químicas para


A maioria dos alimentos contém subs- combater as pragas que atacam as
tâncias que não fazem parte da sua com- culturas. A longo prazo, e em doses
posição. Surgem devido à manipulação excessivas, podem ter efeitos devasta-
pelo Homem: os produtos agrícolas são dores na saúde.
tratados com pesticidas tanto no campo
como depois de colhidos; os animais • Resíduos de medicamentos veteriná-
recebem tratamentos veterinários desde rios, entre os quais se destacam:
que nascem; aos alimentos, são adiciona- – antibióticos para tratar e prevenir
dos aditivos durante o processamento. doenças nos animais. Podem estimular
Os exemplos poderiam continuar. no Homem o aparecimento de bacté-
rias resistentes e anular a eficácia dos
Dependendo da dose e capacidade des- antibióticos;
tas substâncias se acumularem no orga-
nismo, podem ser inofensivas ou causar
intoxicações agudas ou crónicas. Para
os contaminantes mais habituais, foram O uso de medicamentos veteriná-
fixadas as doses diárias que o organismo rios obriga a que se cumpram inter-
é capaz de assimilar sem problemas. valos de segurança antes do abate.
Estes  valores são levados em conta na
8 saber o que comer

A que ritmo se multiplica uma bactéria em condições favoráveis?

Uma bactéria é capaz de dividir-se


em duas a cada 20 minutos. O mes-
mo podem fazer as suas descenden-
A partir de 100ºC:
tes. Em apenas 12 horas, um alimento destruição dos esporos
contaminado adquire um elevado nú- Entre 65ºC e 100ºC:
mero de bactérias: 69 milhões a partir não há desenvolvimento,
de uma só intrusa! Para evitar que uma mas os esporos sobrevivem

bactéria patogénica cause problemas, Entre 40ºC e 65ºC:


crescimento lento
há que garantir uma higiene impecá-
Entre 20ºC e 40ºC:
vel e submeter os alimentos a tempe- crescimento rápido
raturas que impeçam a proliferação Entre 0ºC e 20ºC:
ou destruam os microrganismos. crescimento lento
Abaixo de 0ºC:
não há desenvolvimento.
69 milhões Os microrganismos
de bactérias permanecem inativos
e alguns morrem

1 bactéria

2 4 6 8 10 12
Horas

– hormonas naturais e sintéticas. Utili- cerígenas e podem afetar o fígado


zadas com fins terapêuticos, algumas e os rins.
têm efeitos cancerígenos e podem
produzir malformações no feto; • Nitrosaminas e hidrocarbonetos aro-
– tranquilizantes durante o transporte máticos policíclicos (HAP). Formam-se
dos animais; durante o processamento dos alimen-
– beta-agonistas para tratar broncop- tos. Por ação das bactérias da boca e do
neumonias e estimular o parto.

• Micotoxinas. Toxinas produzidas por A aflatoxina B1 é a substância


alguns fungos em determinadas con- cancerígena mais forte que se
dições de temperatura e humidade. conhece.
Algumas são potencialmente can-
saber o que comer 9

Contaminação microbiológica
A presença de microrganismos nos ali-
mentos é normal e, até certo ponto, ino-
fensiva. Os problemas aparecem quando
se ultrapassam determinados limites
devido a deficientes medidas de higiene
ou conservação.

estômago, os nitratos podem conver- Os microrganismos nos alimentos


ter-se em nitritos. Estes, por sua vez, ao podem ser de três tipos.
reagirem com as aminas dos alimentos,
formam as nitrosaminas, compostos • Os "úteis". Contribuem para o desen-
potencialmente cancerígenos. Os nitra- volvimento e transformação de certos
tos e nitritos também são utilizados alimentos de conservação mais dura-
enquanto conservantes em certos ali- doura, pois impedem o crescimento de
mentos, mas esta opção só se justifica bactérias perigosas. É o caso das bac-
para evitar a intoxicação por botulismo. térias lácticas, responsáveis pela fer-
Os HAP resultam dos processos de mentação do iogurte e queijos, assim
combustão e podem estar presentes como as leveduras do pão ou cerveja
em alimentos fumados ou grelhados. e os bolores, que conferem caracterís-
Os mais perigosos são os benzopire- ticas a alguns queijos
nos, com efeitos cancerígenos. (Roquefort, etc.).

• Contaminação ambiental. Há diversas


fontes: os bifenilos policlorados (PCB),
substâncias sintéticas com múltiplas
aplicações industriais; as dioxinas,
produzidas na queima de materiais
à base de cloro; os metais pesados
(cádmio, chumbo, mercúrio, etc.) e o
arsénico, usados na mineração e indús-
tria, entre outros, para fabricar pilhas e
combustíveis.
10 saber o que comer

Não abuse dos churrascos!

Os grelhados são um modo de prepa-


ração dos alimentos bastante saudá-
vel, desde que corretamente execu-
tado. Há 30 vezes mais benzopirenos
numa salsicha mal grelhada do que
noutra cuja preparação seguiu os nos-
sos conselhos.

1. Escolha um grelhador que permita


regular a altura da grelha (carvão) ou
dosear o combustível (gás). Para os 4. Não é seguro usar álcool, petróleo
alimentos mais gordos, ajuste a gre- ou outros produtos inflamáveis.
lha, a fim de não produzir chama. Nos
modelos a gás, cozinhe lentamente. 5. É preferível não fazer churrascos
com alimentos fumados. No geral,
2. Alimentos com menos gordura, são gordos e podem conter uma certa
além de mais saudáveis, produzem quantidade de substâncias nocivas.
menos chamas. Se não consegue con-
trolar a altura do lume, prefira peças 6. Rejeite sempre os pedaços carbo-
mais magras. nizados.

3. Antes de pôr a comida num grelha- 7. Lave o aparelho regularmente e re-


dor a carvão, este tem de ficar a bri- mova todos os pedaços de alimentos
lhar, com uma fina camada de cinzas. presos à grelha.

• Os "prejudiciais". Embora não sejam da própria terra, onde vivem algumas


tóxicos, causam apodrecimento, o que bactérias perigosas. Seres humanos e
dá mau aspeto, odor e sabor aos ali- animais também podem ser portado-
mentos e leva à sua rejeição imediata. res de bactérias. Basta uma manipula-
ção pouco higiénica para contaminar
• Os "patogénicos". Capazes de causar um alimento por contacto com a pele,
doenças de diversos níveis de gravi- feridas, saliva ou fezes (mãos mal lava-
dade e, no limite, a morte. Podem che- das). As bactérias também vivem no
gar aos alimentos, por exemplo, atra- trato intestinal dos animais. Por vezes,
vés de águas de rega contaminadas ou passam para a carne durante o abate.
saber o que comer
12 saber o que comer

Higiene As infeções e intoxicações


alimentares são frequentes.
na cozinha Por vezes, o problema tem
origem na nossa casa e,
em especial, na cozinha.
Despensa Plantas Caixote do lixo Máquina de lavar loiça
Afaste os alimentos da luz, Evite na cozinha. Se as Tape e forre com Limpe com frequência
fontes de calor e contacto tiver, coloque-as fora da um saco. O melhor e não acumule sujidade
com o chão. Coloque os zona de preparação dos é usar um recipiente no filtro. Não deixe
produtos com validade alimentos, para impedir com pedal. Lave com loiça por lavar no
curta mais acessíveis. que a terra caia sobre água e detergente. interior durante
essa superfície e sobre muito tempo.
a comida.

Animais Produtos de limpeza Lava-loiça


Proibidos na cozinha. Arrume-os em locais Lave as mãos com água
Se têm de comer nesta inacessíveis às crianças e e detergente antes de cozinhar,
divisão, coloque a ração separe-os bem dos alimentos. depois de ir à casa de banho
num comedouro. Lave-o Prefira produtos com tampas e de manipular alimentos,
após cada refeição, à parte de segurança. Respeite sobretudo crus. Se lava loiça
da sua loiça. as instruções e não retire à mão, é preferível secá-la
o produto da embalagem ao ar do que com um pano
original, para evitar acidentes. menos limpo.
saber o que comer 13

Melhorar as medidas de higiene e adotar bons hábitos


na manipulação dos alimentos (compra, conservação
e preparação) é fundamental para afastar os microrganismos
responsáveis pelas toxi-infeções alimentares.
Conheça alguns truques para se proteger.
Exaustor Frigorífico e congelador Panos e esponjas
Propício à acumulação de Lave com água e detergente, antes de Para evitar contaminações, reserve
gordura, o que pode provocar guardar as compras semanais. A cada um para cada tipo de utilização.
incêndios. Limpe-o uma vez 3 meses, faça uma limpeza mais profunda. Lave e escorra bem depois de
por mês, pelo menos, com Para desinfetar, use vinagre ou lixívia. usar. As esponjas podem ser
água morna e detergente, Envolva os alimentos ou guarde-os lavadas com a loiça na máquina.
e enxague com água quente. em recipientes fechados. A temperatura Lave bem os panos de algodão,
interior deve rondar os 3°C: nunca por vezes com lixívia. Troque
negativa, nem mais de 5°C. A do panos e esponjas com frequência:
congelador deve estar abaixo de -18°C. não espere por sujidade ou
Identifique a comida congelada por degradação evidentes.
etiquetas com data e prazo. Evite a
acumulação de gelo, que prejudica
o funcionamento.

Placa Bancada e tábuas Forno e micro-ondas


Se estiver limpa, é mais eficiente. Utilize Mantenha a superfície limpa Mantenha-os limpos.
os produtos indicados para o tipo de com detergente. Aplique Reduza os salpicos no micro-
placa. Cozinhe a temperaturas elevadas. lixívia para limpezas mais -ondas usando uma tampa.
A maioria das bactérias não sobrevive profundas e siga as instruções Depois de o limpar, ventile
entre 65ºC e 70ºC. Os microrganismos do rótulo. Após usar as bem por algumas horas para
mais resistentes desaparecem a mais tábuas, lave-as com água eliminar odores e restos
de 100°C. Se adicionar ingredientes no muito quente ou coloque-as do detergente.
final, como especiarias, deixe ferver. na máquina de lavar loiça.
14 saber o que comer

Os aditivos
são tóxicos?

Basta ler a rotulagem dos alimentos que fazem parte


da nossa dieta para perceber que muito poucos estão
livres de aditivos.

O uso de aditivos é admissível quando se pontual não traz riscos. O problema


destinam a satisfazer uma necessidade surge por acumulação. Por vezes, a pre-
tecnológica, como prolongar o tempo sença de aditivos na alimentação é tão
de conservação dos produtos, e não pre- habitual que pode trazer problemas. Um
judicam a saúde. Mas muitos são usados bom exemplo é a quantidade de edul-
para mascarar a pobreza dos ingredien- corantes ingeridos por dia se consumir
tes ou melhorar o aspeto dos produtos. bebidas light, iogurtes magros ou rebu-
Nem todos os aditivos são perigosos ou çados sem açúcar.
suscetíveis de causar alergias. Alguns
são até muito úteis, porque lutam contra Entre os aditivos mais usados, encon-
a proliferação de bactérias. O consumo tram-se os seguintes:

E-120 E-202 E-220 ao E-228


Corantes Conservantes Conservantes
Cochonilha Sorbato de potássio Sulfitos
Comentários: cor vermelha- Comentários: origem sintética. Comentários: origem sintética.
-carmim, origem natural, obtido
Uso: bebidas fermentadas (como Uso: produtos secos ou desidra-
a partir da carapaça seca do
vinho e sidra), derivados lácteos tados, sumos, vinho, sidra ou
inseto cochonilha.
(como os queijos), produtos de cerveja, crustáceos, etc.
Uso: alimentos de cor aver- padaria, etc.
Avaliação: reações alérgicas
melhada, como, por exemplo,
Avaliação: possíveis reações em indivíduos sensíveis.
refrigerantes, doces, compotas,
alérgicas em indivíduos
salsichas e chouriço.
sensíveis.
Avaliação: possíveis reações
alérgicas em indivíduos sensíveis.
saber o que comer 15

O que significa o código E? E1-- corantes

Para facilitar a livre circulação dos ali- E2-- conservantes


mentos entre os estados-membros, a E3-- antioxidantes
União Europeia atribuiu um código com E4--  emulsionantes, estabilizantes,
3 a 4 algarismos, precedidos da letra E espessantes e gelificantes
(de “Europa”), a cada aditivo autorizado. E5--  agentes antiaglomerantes
O código E permite, ao substituir o + ácidos, bases e sais
nome (por vezes, demasiado longo e
E620 a E635 intensificadores
complicado) por algarismos, mencio-
de sabor
nar os aditivos de forma mais concisa
E901 a E904 agentes
nas embalagens de dimensões reduzi-
de revestimento
das e facilitar a identificação indepen-
dentemente do idioma na rotulagem. E950 a E967 edulcorantes
No geral, o papel principal de cada
aditivo pode ser identificado com o Alguns aditivos têm diversas funções
primeiro algarismo: e encontram-se em várias categorias.

E-407 E-620 ao E-625 E-951


Agentes de textura Intensificadores do sabor Edulcorantes
Carragenina Glutamatos Aspártamo
Comentários: origem natural, Comentários: origem sintética. Comentários: origem sintética.
obtido a partir de uma alga
Usos: aperitivos salgados, Uso: produtos light (iogurtes,
marinha vermelha.
sopas e cremes, produtos de refrigerantes, etc.).
Uso: produtos lácteos, sobre- charcutaria, refeições pré-
Avaliação: interdito em casos
mesas, compotas, gelados, -preparadas, etc.
de fenilcetonúria.
molhos, etc.
Avaliação: reações alérgicas
Avaliação: possível interferência em indivíduos sensíveis.
na absorção de alguns minerais.
16 saber o que comer

Ingestão diária de sulfitos Quantidade de sulfitos


Dose (mg/por dose) (1)
Alimento (g) média máxima
Muitos alimentos que compõem a nossa
Frutos secos 50 14 44
dieta incluem sulfitos. Apesar de neces-
Marisco 100 4 17
sários na conservação de alguns produ- Carne 150 16 75
tos, podem ser perigosos para os mais Vinho 125 11 27
sensíveis. Por isso, a alimentação deve TOTAL 45 163
ser tão variada quanto possível. (1)
Valores médios e máximos detetados
no nosso estudo.

Quem garante a segurança à Comissão Europeia, que elabora


dos aditivos? a legislação.
O exame toxicológico é efetuado por
organismos internacionais, que verificam Estabelecidas as normas a nível euro-
os dossiês apresentados pelos fabrican- peu (diretivas, regulamentos, etc.), são
tes, determinam as doses diárias admis- transpostas para as várias legislações
síveis (DDA) e definem os critérios de nacionais.
pureza dos aditivos.
O que é a DDA?
• A nível mundial, é um trabalho reali- A dose diária admissível (DDA) é a quan-
zado pelo comité misto da Food and tidade de uma substância, em miligra-
Agricultural Organization (FAO) e da mas e por quilo de peso corporal, que
Organização Mundial de Saúde (OMS). um indivíduo saudável pode consumir
diariamente, durante a sua vida, sem cor-
• Na União Europeia, a European Food rer riscos. É um conceito em evolução e
Safety Authority (EFSA) tem a res- periodicamente revisto. Pode ser corri-
ponsabilidade de avaliar os dados gido em função de descobertas e estu-
toxicológicos e fazer recomendações dos científicos.
saber o que comer 17

Esta concentração máxima deve ter em


conta os hábitos alimentares da popula-
ção a que se refere, de forma que uma
dieta equilibrada e variada não ultra-
passe o valor fixado. Por exemplo, num
alimento consumido em grande quanti-
dade, como o pão, a dose deve ser infe-
rior à de produtos de consumo ocasional.

Que quantidade de aditivos


tolera o meu organismo?
A DDA foi concebida de forma a não ser
fácil de ultrapassar. Mas, em certos casos,
e sobretudo quando as quantidades nos
alimentos superam os valores legais, tal
pode acontecer.

Na PROTESTE, analisámos a presença


de sulfitos em diversos tipos de alimen-
tos, aditivos usados como conservantes
e para melhorar a cor. A DDA dos sulfitos página anterior). Se fizéssemos os cálcu-
é de 0,7 mg diários por quilo. Um adulto los com os valores máximos encontrados,
com 70 kg não deve ingerir mais do que a  quantidade atingiria quase o quádru-
49 mg por dia (0,7 mg x 70 kg). plo (163 mg).

Segundo os valores médios encontra-


dos no estudo, no caso de este indiví-
duo ingerir, no mesmo dia, frutos secos, A dose diária admissível (DDA)
marisco, carne e vinho em quantida- pode ser revista à luz de descober-
des moderadas, o consumo de sulfitos tas científicas.
ascende a 45 mg (veja o quadro da
18 saber o que comer

Ainda mais cuidado


com as crianças
Os miúdos têm um peso inferior ao dos
adultos. Mas, em termos proporcionais,
podem ingerir tantos aditivos como
eles. Basta analisar os seus alimentos
preferidos: guloseimas, refrigerantes,
sobremesas lácteas, bolos, charcuta-
ria e refeições pré-preparadas, ou seja,
alguns dos produtos que mais abusam
de tais substâncias.

Os limites legais e as quantidades fixa-


das como dose diária admissível (DDA)
são calculados para um adulto de cons-
tituição média e, assim, excessivos para
as crianças.

Não se trata de alarmismo. Mas podem


surgir problemas, sobretudo pelo efeito
de acumulação. Há muitos aspetos a
mudar. Até lá, para evitar riscos desne-
cessários, os pais devem vigiar de perto
a dieta dos filhos e propor alternativas
naturais (leite ou fruta) a muitos alimen-
tos processados que lhes são dirigidos
(batatas fritas com sabores e refrigeran-
tes). O objetivo é limitar o consumo dos
alimentos mais ricos em aditivos, pre-
sentes na charcutaria, guloseimas, bolos
e sobremesas.
saber o que comer 19

Intoxicações
alimentares:
o que fazer?

A ingestão de alimentos em más condições pode


produzir perturbações com diferentes características.
As mais habituais conduzem a sintomas gastrintestinais:
vómitos, diarreia e dores abdominais. Mas não são
as únicas. Podem ainda aparecer debilidade, dores
musculares, paralisia muscular ou, mesmo, aborto.

O tempo de incubação de uma intoxica- – antes de passar à alimentação nor-


ção é variável. Pode aparecer em poucas mal, prefira a carne ou o peixe grelhado,
horas ou após vários dias e nem todos iogurte e cenoura e legumes cozidos.
os indivíduos que tenham consumido
o mesmo alimento contaminado ficam
necessariamente doentes. Diversos fato-
res podem intervir, como a resistência do Os bebés com sintomas de intoxi-
organismo e a quantidade de alimento cação alimentar devem ser levados
ingerido. ao pediatra ou hospital de imediato.
Siga os conselhos de alimentação.
Quando devo ir ao médico?
Em intoxicações mais ligeiras, basta fazer
uma boa hidratação e seguir uma dieta O mais perigoso é a desidratação, ou
leve. Retome a alimentação progressiva- seja, a perda excessiva de água e sais
mente, com base no seguinte plano: minerais, sobretudo sódio e potássio.
– primeiro, água de cozer arroz, com A hidratação oral deve ser feita de ime-
cenoura ou massa. É aconselhável tomar diato. Ingira 1,5 a 2 litros de água em
quantidades pequenas com frequência; pequenas doses, de modo a não vomitar.
– vá introduzindo arroz ou peixe cozido, Chá preto açucarado, sumo de fruta dilu-
frango, tostas de pão branco, maçã ído (exceto de citrinos) e água de cozer
cozida, banana madura e iogurte magro arroz também podem ajudar.
natural;
20 saber o que comer

Quando consultar o médico?

Vómitos
contínuos
impedem
hidratação
Dura mais
de 3 dias
sem melhoras
e com sinais
de alarme*
Tolera
hidratação
oral
Intoxicação
dura menos
de 2 ou 3 dias,
com melhoras
e sem sinais
de alarme*
FAÇA O
TRATAMENTO CONSULTE
EM CASA O MÉDICO

Dura menos
de 12 horas e
não apresenta
sinais de
Crianças alarme*
até 2 anos
ou idosos

Dura mais
de 12 horas
ou aparecem
sinais de
alarme*

* Em caso de intoxicação alimentar, os sinais


de alarme são: febre alta (mais de 38ºC), muco
e sangue nas fezes e vómitos com sangue.
Em caso de dúvida sobre a melhor forma de atuar,
ligue para o número nacional de emergência (112)
ou para a linha Saúde 24 (808 24 24 00).
saber o que comer 21

As farmácias vendem umas saquetas Como agir se sofrer uma intoxicação


com pó para dissolver em água. Tam- num estabelecimento público?
bém existem receitas caseiras, como a As lesões decorrentes do consumo de
que indicamos a seguir. Outra solução alimentos são muito difíceis de provar.
é tomar uma bebida isotónica misturada Indicamos os passos a seguir e o que
com um pouco de água, para ser absor- deve ter em conta na hora de reclamar
vida mais rapidamente. Tome pequenas uma indemnização.
quantidades a cada 1 ou 2 horas, de
acordo com a tolerância do organismo. Tem de estabelecer a relação entre o
dano e a causa. Pelo caráter perecível
dos alimentos, torna-se complicado
Soro caseiro determinar a origem exata da intoxica-
para evitar desidratação ção. No entanto, certos elementos aju-
dam a fazer a prova. Conserve todos os
• 1 litro de água
elementos relevantes:
• 2 colheres de sopa de açúcar (adicionar
edulcorantes no caso de diabéticos)
• Guarde a fatura ou comprovante, com
• Uma pitada de sal a data e descrição do produto consu-
(meia colher de café) mido. Também é recomendável juntar
• Uma pitada de bicarbonato cópia de eventuais queixas escritas
(meia colher de café) (por exemplo, no livro de reclamações).
• Sumo de meio limão
• Para demonstrar as lesões, apresente
relatórios médicos, cópias de receitas
Para os bebés e as crianças pequenas, e comprovativos de um internamento
que podem desidratar-se rapidamente, hospitalar, baixa laboral, diagnóstico
recomenda-se o uso de uma seringa de ou tratamento. Se houver sequelas,
alimentação para administrar 1 cm3 a a vítima tem de ser avaliada por um
cada 10 minutos. No caso de desidrata- perito médico.
ção mais acentuada ou vómitos, pode
ser necessário recorrer ao hospital para • Por vezes, mesmo que se desconheça
receber soro. a causa exata e não seja possível deter-
22 saber o que comer

minar de que alimento se trata, as a  outros afetados. Significa que reco-


demonstrações podem ser feitas com nhece a sua responsabilidade.
base em indícios, como, por exemplo,
relatórios de inspeção ao estabeleci- Contra quem devo
mento, que deem conta de deficiên- apresentar a queixa?
cias de higiene, manipulação dos ali- A reclamação deve ser apresentada
mentos, refrigeração ou limpeza. contra o titular do estabelecimento
e respetiva companhia de seguros. Se a
• Se várias pessoas sofrerem sintomas intoxicação ocorrer durante uma viagem
idênticos, na mesma data e lugar, os organizada, a agência e o operador turís-
seus testemunhos, mas também os tico são os visados. Já no caso de o pro-
de empregados do estabelecimento, blema acontecer num estabelecimento
ajudam a determinar uma relação cau- dependente da administração pública
sal entre o consumo do alimento e os (escola, hospital, etc.), deve registar a
danos. Pode ainda ser útil apresentar queixa no livro de reclamações. Pode
um relatório epidemiológico ou evo- ainda avançar com um processo contra
car o pagamento, pela seguradora do o Estado.
estabelecimento, de indemnizações
Que indemnização pedir?
O valor depende de vários fatores: entre
outros, tipo de lesão e modo segundo
o qual afeta a vítima, idade, número de
dias de baixa, gastos com consultas, tra-
tamentos e medicamentos e situação
familiar em caso de falecimento.

A indemnização pode também cobrir


danos morais de quem não tenha sido
diretamente afetado pela intoxicação
(por exemplo, pais de crianças intoxica-
das, noivos durante a boda ou familiares
de falecidos).
saber o que comer 23

Carta-tipo: denúncia de alimentos deteriorados em restaurante

(Nome e morada completa do remetente)


Autoridade de Segurança Alimentar e Económica
Avenida Conde de Valbom, 98
1050-070 Lisboa
(Localidade e data)
Carta registada com aviso de receção
Assunto: Denúncia de restaurante.
Exmos. Senhores,
Vimos, por este meio, dar conhecimento a V. Exas. de que, na sequência de um almoço no
restaurante _____________________, sito no n.º ____ da Rua _________
_________________________, em ________________, os signatários
desta carta sofreram uma intoxicação alimentar, que exigiu tratamento hospitalar e ausência
do local de trabalho durante ____ dias.
Concluímos que o referido restaurante terá sido o responsável pelo sucedido devido ao facto
de termos tido conhecimento de outras pessoas que, nesse dia, pediram esse prato (filetes de
pescada) no mesmo restaurante e tiveram exatamente os mesmos sintomas.
Mais informo que o gerente, o Sr. ______________________ se recusou a apre-
sentar o livro de reclamações, quando o solicitámos.
Pelas razões apresentadas, agradecemos que os vossos serviços intervenham, fiscalizando
a atuação do estabelecimento. Agradecemos também que nos informem acerca das vossas
conclusões.
Com os melhores cumprimentos,

(Assinaturas)

Anexos: Fotocópias do recibo da refeição, comprovativos de tratamento hospitalar e de baixa


por doença.
Viva melhor, aproveitando um manancial
de informação sobre consumo, saúde
e direitos, sempre disponível em

www.deco.proteste.pt

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