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Ciência de Umbanda

Uma religião brasileira


Por Alexandre Cumino
Este texto abaixo é parte integrante do livro História
da Umbanda. São fragmentos editados livremente a partir do
original para dar sentido num texto simples, curto e direto.

Os primeiros estudiosos a se dedicarem à Umbanda se deram no campo da


Sociologia e Antropologia, partiram, a princípio, da cultura negra para a Umbanda.
Pioneiros, como Arthur Ramos, Edison Carneiro e Roger Bastide, já estudavam
as expressões religiosas afro-brasileiras e passaram a estudar a Umbanda por meio das
semelhanças entre elas. Roger Bastide chegou a entender como uma traição a
Umbanda enquanto “embranquecimento” da cultura negra, afinal ele vai caracterizá-la
mais como uma “revalorização” da macumba carioca. Embora tivessem uma “visão de
fora” para a religião de Umbanda traziam uma “visão de dentro” dos próprios estudos
sobre os cultos de Matriz Africana.
Roger Bastide muda sua opinião de forma tardia reconhecendo a Umbanda
como religião Brasileira. Digo tardia, pois suas teses e obras principais já haviam sido
publicadas, no entanto passa a um de seus continuadores, Renato Ortiz, as novas
considerações do reconhecimento da Umbanda enquanto Religião Brasileira, retirando
o peso da suposta traição, do “negro que quer ser branco” ou da apropriação, por parte
do branco, de uma cultura negra. Neste ínterim, aparece Candido Procópio Ferreira de
Camargo que vinha estudando o Espiritismo e fez o mesmo procedimento com outro
ponto de vista, agora ele veria a Umbanda a partir do kardecismo englobando ambas
as vertentes como Religiões Mediúnicas e parte de um único “continuum mediúnico”.
Mais recentemente veremos Maria Vilas Boas Concone reconhecendo a
Umbanda como Religião Brasileira, e a partir dela e de Renato Ortiz fica clara a
identidade nacional da Umbanda, o que se soma às contribuições únicas de Diana Brow,
Lísias Nogueira Negrão, Patrícia Birman e Zélia Seiblitz, principais estudiosos da
Umbanda no contexto antropológico e sociológico.
São anos de estudo e aplicação do método científico para chegar a estas
conclusões, onde cada um dos cientistas leu e releu, estudou e se aprofundou nas obras
de seus antecessores. Além de todo o aporte teórico e de base para cada uma de suas
ciências vamos encontrar pesquisas de campo e estatísticas que revelam fatos
interessantes quando observados sob o olhar de fora.
Renato Ortiz, sociólogo, iniciou suas pesquisas sobre Umbanda em 1972,
concluindo-as com sua tese de doutorado em 1975, em Paris, com orientação do Mestre
Roger Bastide. Desta tese resultou o livro A Morte Branca do Feiticeiro Negro. O
trabalho foi realizado em duas partes, uma de seminários e outra em campo, fazendo
um período de um ano de pesquisas no Rio e em São Paulo. E justica a escolha destes
dois Estados, onde escolheu “o Rio porque
é o lugar histórico de nascimento da religião umbandista; São Paulo por ser a região
onde o movimento religioso se desenvolve hoje mais intensamente”.

Curso de Teologia de Umbanda – TURMA 06 – 2018


Templo Umbandista Pai João de Angola
Rua Capitão Pacheco e Chaves, 995 – Moóca – São Paulo/SP
www.paijoaodeangola.com.br
Ortiz dedica este trabalho única e exclusivamente à Umbanda, não parte do Afro para
a Umbanda, nem do Kardecismo para Umbanda. Em sua obra a Umbanda vai além de
um sincretismo para se autoafirmar como uma síntese do povo brasileiro. A Umbanda
é brasileira e esta é uma conclusão construída com o rigor do método científico, ou seja,
o seu trabalho é a continuidade e a conclusão de todos que o antecederam, pois assim
se constrói o conhecimento cientíco. Vejamos sentimentos, pensamentos e palavras de
Renato Ortiz que calam fundo na alma que busca a neutralidade do trabalho científico
sem perder o amor pelo objeto do estudo:

“O objetivo de nosso trabalho é mostrar como se efetua a integração e a legitimação da


religião umbandista no seio da sociedade brasileira [...]

[...] Constataremos assim que o nascimento da religião umbandista coincide justamente


com a consolidação de uma sociedade urbano industrial e de classes...

[...] A sociedade global aparece então como modelo de valores, e modelo da própria
estrutura religiosa umbandista...

[...] Visto que nossa tese coloca o problema da integração da religião umbandista na
sociedade brasileira, pareceu-nos interessante comparar a Umbanda com as práticas do
Candomblé... Com efeito, pode-se o por Umbanda e Candomblé como se fossem dois
polos: um representando o Brasil, o outro a África. A Umbanda corresponde à integração
das práticas afro-brasileiras na moderna sociedade brasileira; o Candomblé significaria
justamente o contrário, isto é, a conservação da memória coletiva africana no solo
brasileiro... O que nos parece importante é sublinhar que, para o Candomblé, a África
conota a ideia de terra-Mãe, significando um retorno nostálgico a um passado negro. Sob
este ponto de vista a Umbanda difere-se radicalmente dos cultos afro-brasileiros; ela tem
consciência de sua brasilidade, ela se quer brasileira. A Umbanda aparece desta forma
como uma religião nacional que se opõe às religiões de importação: protestantismo,
catolicismo e espiritismo. Não nos encontramos mais na presença de um sincretismo afro-
brasileiro, mas diante de uma síntese brasileira, de uma religião endógena.

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