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11 de fevereiro de 2018
Metodologia de Controlo da Qualidade de Águas para Consumo Humano
Índice
Introdução ..................................................................................................... - 2 -
Protocolo ....................................................................................................... - 4 -
1) Determinação de sólidos suspensos totais ................................................. - 4 -
2) Medição da Temperatura ......................................................................... - 5 -
3) Medição do pH ....................................................................................... - 5 -
4) Medição de condutividade ....................................................................... - 5 -
5) Determinação de dureza em cálcio ........................................................... - 6 -
6) Determinação da alcalinidade total ........................................................... - 7 -
7) Determinação do teor de cloretos ............................................................. - 8 -
Resultados ..................................................................................................... - 9 -
1) Determinação de sólidos suspensos totais ................................................. - 9 -
2) Medição da Temperatura, pH e Condutividade............................................ - 9 -
3) Determinação de dureza em cálcio ......................................................... - 10 -
4) Determinação da alcalinidade total ......................................................... - 11 -
5) Determinação do teor de cloretos ........................................................... - 12 -
6) Tabela Resumo .................................................................................... - 13 -
Discussão .................................................................................................... - 14 -
1) Nota Introdutória ................................................................................. - 14 -
2) Teor em Sólidos Solúveis Totais ............................................................. - 15 -
3) Temperatura, pH e Condutividade .......................................................... - 15 -
4) Dureza em cálcio .................................................................................. - 17 -
5) Alcalinidade Total ................................................................................. - 18 -
6) Teor de Cloretos................................................................................... - 18 -
Conclusão .................................................................................................... - 19 -
Referências/Bibliografia ................................................................................. - 20 -
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Metodologia de Controlo da Qualidade de Águas para Consumo Humano
Introdução
No âmbito da unidade modular “Prevenção, Gestão e Controlo da Qualidade da
Água”, foram realizadas duas aulas prática/laboratoriais com os objetivos de serem
adquiridas e complementadas competências de trabalho em contexto de laboratório e
de, na aula prática 1 (26/01/2018), determinar sólidos suspensos totais, medir
temperatura, pH e condutividade; e na aula prática 2 (30/01/2018), determinar a
dureza em cálcio, alcalinidade total e teor de cloretos. Destes dados avaliar a qualidade
da água para consumo humano.
No controlo da qualidade de águas naturais e residuais, é garantido que esta
está em conformidade com os parâmetros regulatórios legais [1, 2, 3], com o objectivo
de ser usada para consumo humano (salubre, limpa e desejavelmente equilibrada). O
tratamento aplicado de modo a desinfectar e regular estes parâmetros é influenciado
pelas diversas substâncias que nelas existem, quantitativa e qualitativamente, em
estações certificadas para o tratamento de água (ETA). Assim, serão abordados os
seguintes parâmetros indicadores: sólidos suspensos totais (SST), pH, temperatura,
condutividade, concentração de cálcio, alcalinidade total e concentração de cloretos.
O primeiro indicador, sólidos presentes na água (SST), representa todas as
matérias suspensas nesta, que permanecem como resíduos após evaporação, secagem
ou calcinação. Está relacionado negativamente com os parâmetros de cor, turbidez e
microorganismos [4].
Outro parâmetro é a concentração de iões H3O+ e OH-, que se traduz pelo
controlo do pH/pOH (sendo que para o pH é recomendado que seja ligeiramente
alcalino). Uma vez que os poluentes na água podem causar um maior crescimento de
algas e plantas, como resultado do aumento da temperatura ou excesso de nutrientes,
fazendo com que os níveis de pH subam, sendo este portanto um bom indicador de
agentes contaminantes [5, 6].
Também relacionado, está o controlo da condutividade (ou condutância
eléctrica),sendo esta a capacidade de uma substância conduzir electricidade. A
presença de espécies iónicas em solução torna esta condutível (água pura tem uma
condutividade muito baixa). Com o aumento da concentração de iões, aumenta a
condutividade da solução, ou seja, o valor de condutividade é um indicador da
concentração de iões [7].
É natural a existência de algum cálcio na água que esteve em contacto com
rochas, embora baixo. Esta entra em contacto com sais (Ca2+), por exemplo, na forma
de carbonatos (CaCO3), dissolvendo-os ( 𝐶𝑎𝐶𝑂3 (𝑐) + 𝐻 + ↔ 𝐶𝑎+2 + 𝐻𝐶𝑂3 − , a 25℃ e 1
pressão atmosférica). Para a água da torneira, é importante manter uma concentração
controlada desta saturação, por razões de saúde e de controlo do precipitado. E
também da dureza, uma medida da sua capacidade de precipitar sabões, influenciada
pela concentração de todos os catiões polivalentes presentes, principalmente catiões
de cálcio e magnésio [8]. Assim, a dureza é definida como a soma das concentrações
destes catiões, expressa em CaCO3 equivalentes em mg/L (ou ppm), ou aproximado à
concentração de cálcio, em mg/l (ppm) Ca, quando em condições ideais [9].
A alcalinidade define-se como a capacidade da água para neutralizar ácidos ou
aceitar protões. É o principal sistema tamponante da água doce, assim como de
produtividade (produção de compostos orgânicos a partir de substâncias minerais, pela
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Metodologia de Controlo da Qualidade de Águas para Consumo Humano
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Metodologia de Controlo da Qualidade de Águas para Consumo Humano
Protocolo
Foram disponibilizadas quatro amostras de água: destilada, engarrafada (da
nascente), da torneira e de um lago. Por convenção, a turma foi dividida em quatro
grupos e cada um trabalhou com um tipo de água. O presente grupo trabalhou com a
amostra de água da torneira.
a) Para uma folha de papel de filtro apropriada, colocar numa cápsula de porcelana
e secar em estufa a 10℃ durante 1h, arrefecer no exsicador durante 45min, pesar e
apontar a sua massa inicial (m1).
↠ Ao papel de filtro ser seco na estufa, toda a humidade nele contida é evaporada,
resultando que o valor de massa obtido será mais preciso.
b) Encher um balão de 100mL com a água a analisar, com a ajuda de um funil ou
vareta de vidro.
↠ O funil e a vareta de vidro servem como auxilio para facilitar encher o balão e evitar
verter o líquido.
c) Preparar um sistema de filtração a vácuo com um funil de Büchner com uma
rolha de borracha e um kitasato (100mL) ligados á torneira, com uma mangueira.
Filtrar a água a analisar através do papel de filtro.
↠ Este sistema serve para acelerar a filtração, usando a força do vácuo para sugar a
componente líquida da mistura (água) e retendo a componente sólida no filtro (sólido
suspenso).
d) Colocar cuidadosamente o papel de filtro com resíduo novamente na cápsula e
secar em estufa a 105℃ durante 1h, após a qual arrefecer no exsicador durante 30min.
↠ Pelas mesmas razões em 1)a, pretende-se obter uma massa apenas dos sólidos
presentes na amostra, pelo que é evaporada a água retida no papel de filtro.
e) Pesar novamente o papel de filtro (m2).
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2) Medição da Temperatura
Material/Equipamento: Condutivímetro
Termómetro Reagentes:
Potenciómetro Amostra de água(s)
3) Medição do pH
Material/Equipamento: Reagentes:
Potenciómetro Amostra de água(s)
Soluções-tampão de pH conhecido
4) Medição de condutividade
Material/Equipamento: Reagentes:
Condutivímetro Amostra de água(s)
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Preparação de soluções:
Murexida: Pesar 0,2g de murexida e misturar com 100g de cloreto de sódio anidro num
almofariz.
↠ Em solução este indicador é instável, pelo que é utilizado em mistura com cloreto de
sódio.
EDTA‧Na2 0,01mol/dm3: Pesar 4g de EDTA e dissolver num litro de água desionizada.
NaOH: Pesar 80g de NaOH e dissolver num litro de água desionizada.
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Preparação de soluções:
HCl 0,01mol/dm3: Pipetar 100mL de HCl 0,1mol/dm3 para um balão volumétrico de 1L
e perfazer com água destilada.
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Resultados
Para calcular o teor de sólidos suspensos totais (), foi feito o seguinte cálculo:
(𝑚2 − 𝑚1 ) ∗ 1000
=
𝑉
0
=
0,1
= 0 𝑚𝑔/𝑑𝑚3
onde:
é o teor de sólidos em suspensão, em miligramas por litro;
m2 é a massa do filtro após a filtração, em miligramas;
m1 é a massa do filtro antes da filtração, em miligramas;
V é o volume de amostra, em mililitros.
Leitura 1 2 3 4
Temperatura (℃) 18,0 16,4 12,0 13,4
pH 7,20 8,06 7,20 7,25
Condutividade (S/cm) - 211 - 207
A leitura 1 corresponde aos valores obtidos para a amostra 1 (A 1), utilizando o potenciómetro (na
leitura da temperatura e do pH), enquanto que para leitura 2 foi usado um condutivímetro (temperatura,
pH e condutividade); a leitura 3 corresponde aos valores obtidos para a amostra 2 (A2), utilizando um
termómetro analítico (temperatura) e um potenciómetro (pH), enquanto que para a leitura 4 foi usado
apenas o condutivímetro (temperatura, pH e condutividade).
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0,0137
[𝐸𝐷𝑇𝐴] =
1
= 1,37 ∗ 10−2 𝑚𝑜𝑙/𝑑𝑚3
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Foi feita uma titulação, em que o volume usado de HCl foi 8,6mL. Como tal:
VHCl=8,6*10-3L
[HCl]=0,01mol/dm3
𝑉𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 ≅ 𝑉𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝐻2 𝑂 = 0,1𝐿
MM(CaCO3)=100,0869g/mol
𝑉𝐻𝐶𝑙 ∗ [𝐻𝐶𝑙] 𝑀𝑀
= ∗
𝑉 2
8,6 ∗ 10−3 ∗ 0,01 100086,9
= ∗
0,1 2
= 43,04 𝑚𝑔/𝐿 𝐶𝑎𝐶𝑂3
onde:
é a alcalinidade total, em moles de carbonato de cálcio por litro;
𝑉𝐻𝐶𝑙 é o volume de ácido clorídrico usado como titulante, em litros;
[HCl] é a normalidade do titulante, em moles por litro;
V é o volume de amostra, em litros;
MM é a massa molar do carbonato de cálcio, em miligramas por moles.
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Assim, o volume necessário de nitrato de prata para reagir apenas com todo o cloreto
de sódio em solução é de 0,5mL. Note-se que embora esta teoria se aplique, devido ao
sexto e sétimo pontos na nota introdutória da discussão, todo o erro não é eliminado.
Para calcular o teor de cloretos em solução (), em mol/dm3, é feito o seguinte cálculo:
V(AgNO3)= 5*10-4L
[AgNO3]=0,1mol/dm3
𝑉𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 ≅ 𝑉𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝐻2 𝑂 = 0,1𝐿
𝑉𝐴𝑔𝑁𝑂3 ∗ [𝐴𝑔𝑁𝑂3 ]
=
𝑉
0,5 ∗ 10−3 ∗ 0,1
=
0,1
= 0,5 ∗ 10−3 𝑚𝑜𝑙/𝑑𝑚3
onde:
é o teor de cloretos, em moles de cloreto de sódio por litro;
𝑉𝐴𝑔𝑁𝑂3 é o volume de nitrato de prata usado para titular a apenas o Cl-, em litros;
[AgNO3] é a concentração da solução de nitrato de prata, em moles por litro;
V é o volume de amostra, em litros.
Por fim, para obter-se o teor de cloretos em solução (), em mg/dm3, é feito o
seguinte cálculo:
MM(Cl-)= 35,453 g/mol
𝐶𝑙− = 35,453 ∗ 5 ∗ 10−4 = 17,73𝑚𝑔/𝑑𝑚3
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6) Tabela Resumo
De seguida serão resumidos todos os valores obtidos, assim como os parâmetros
esperados para cada um, discutidos no próximo capítulo:
Intervalo esperado segundo:
Valor
Análise à
obtido
Parâmetro Decreto-Lei água da
p/amostra Outro
nº152/2017 torneira
de água
(EPAL)
>500
SST (mg/dm3) 0 - -
<1500
pH a 18,0ºC 7,2 <7,82
<6,5
(unidades a 12,0ºC 7,2 >8,85 -
>9,5
Sörensen) a 13,4ºC 7,25 (25ºC)
a 16,4ºC 211 <113,7
Condutividade <2500
>334 -
(S/cm) a 13,4ºC 207 (a 20ºC)
(20ºC)
<14,8
(mg/L Ca) 27,45 <100 -
Dureza em >28,1
Cálcio <150 <45,8
(mg/L CaCO3) 68,56 -
>500 >91,0
Alcalinidade Total >150
43,04 - -
(mg/L CaCO3) <200
Teor em cloretos <15,0
17,73 <250 -
(mg/L Cl) >30,3
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Discussão
1) Nota Introdutória
Primeiramente e antes de iniciar a discussão dos resultados, é relevante dizer
que todo o processo ocorreu num laboratório externo a tempo e recursos limitado. O
plano de manutenção e controlo de todo o equipamento utilizado é desconhecido,
assim como o seu rigor. Foi notado que o equipamento não se encontrava nas
melhores condições, concretamente a balança não se encontrava calibrada, assim
como o potenciómetro e o condutivímetro, derivado das suas leituras.
Em segundo lugar e devido à limitação de tempo, não foram cumpridos os
tempos de secagem em estufa e arrefecimento do papel de filtro, antes e após a
filtração, pelo que as pesagens contêm esse erro associado (m1 e m2); a amostra do
frigorífico (A2) não ficou à temperatura esperada (±5℃), possivelmente por não ter
ficado tempo suficiente neste.
Em terceiro lugar, não foram usados quaisquer controlos (como padrões de
solução com teor de sólidos suspensos totais conhecidos), de modo a confirmar o
correto funcionamento do método utilizado, relativo ao ponto 1 do protocolo. O mesmo
se aplica para todas as experiências que necessitavam de um controlo para garantir a
aplicabilidade das condições propostas.
Em quarto lugar, devido à limitação de recursos (ausência de uma manta de
aquecimento ou qualquer material para o aquecimento de soluções), não foram
reunidas condições de aquecer uma terceira amostra nem qualquer análise à mesma,
relativo aos pontos 2, 3 e 4 do protocolo.
Em quinto lugar, os valores de temperatura foram obtidos utilizando três
equipamentos diferentes, para os mesmos pontos do protocolo descritos no parágrafo
anterior, sendo que para as leituras 1/2 e 3/4, foram obtidas temperaturas diferentes,
derivado da sensibilidade dos materiais (termómetro analítico vs potenciómetro, para
as leituras 3 e 4) e suportando a premissa de que foram usados equipamentos que não
se encontravam calibrados (condutivímetro vs potenciómetro, para as leituras 1 e 2).
Em sexto lugar, para as titulações de teor do catião cálcio, concentração de
carbonetos e teor em aniões cloro, para os pontos 5, 6 e 7 do protocolo, não foi
medido o pH ao longo de todo o processo. Na ausência de controlo na precisão da
alteração do pH, o volume de titulante e por consequência a concentração final do
elemento em análise não é rigorosa (acrescendo mais erros quando as titulações são
feitas por grupos diferentes).
Em sétimo lugar, para a determinação de teor em aniões cloro, para o ponto 7
do protocolo e como sugerido no parágrafo anterior, as titulações da amostra de água
da torneira e de água destilada foram feitas por grupos diferentes (pelo próprio e por
outro, respectivamente). Derivado da importância e papel da mesma na experiência,
quando dois grupos distintos efectuam este procedimento, a titulação não é parada no
mesmo ponto, aumentando os erros associados individualmente e na conclusão final,
consequência da necessidade de ser feita a diferença entre os dois valores.
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3) Temperatura, pH e Condutividade
Para os valores de temperatura, pH e condutividade obtidos (Tabela 2), foram
construídos os gráficos seguintes:
Temperatura vs pH Temperatura vs Condutividade
8.1 214
Condutividade (S/cm)
7.9 212
7.7 210
pH
7.5 208
7.3 206
7.1 204
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Temperatura (℃) Temperatura (℃)
Figura 3: Relação entre a temperatura (℃) e o Figura 4: Relação entre a temperatura (℃) e a
pH das quatro leituras (leituras de 1 a 4). condutividade (S/cm) das duas leituras (leituras
de 1 a 2).
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4) Dureza em cálcio
Segundo o decreto de lei relativo à qualidade da água para consumo humano [2],
“não é desejável que a concentração de cálcio seja superior a 100mg/L Ca”. Pelos
cálculos anteriores (página - 10 -), o valor obtido é 27,45ppm, valor que se encontra
dentro do intervalo pretendido. Dado que a amostra de água provém da torneira, era
esperado que o valor seja concordante com o intervalo.
Segundo uma análise feita à qualidade da água para consumo humano na rede
de distribuição de Lisboa, disponibilizada pelo Grupo de Águas de Portugal (EPAL) [2],
foi determinado que a água da torneira tinha valores compreendidos entre 14,8 e
28,1mg/L Ca. Parâmetro que também se encontra em concordância com o resultado
obtido.
Adicionalmente, é comparado o Por fim, segundo a seguinte
valor da amostra com a dureza total. escala (Tabela 1)[18], a água da torneira
Segundo o referido decreto de lei, “É analisada é de macia dureza.
desejado que a dureza total em
carbonato de cálcio esteja
compreendida entre 150mg e 500mg/L Tabela 3: Classificação da dureza da água,
[2] segundo o Grupo de Águas de Portugal
CaCO3” ; segundo a análise feita pela
Carbonato de
EPAL [3], foi determinado que a água da Grau de dureza da
cálcio
torneira tinha valores compreendidos água
(mg/L CaCO3)
entre 45,8 e 91,0. Quando comparado
Macia 0-60
com estes intervalos, o valor para a
Média 60-150
amostra de água (68,56mg/L CaCO3)
Dura 150-300
está em conformidade com a análise da
Muito dura >300
EPAL, embora fora dos parâmetros do
DL, pelo que se conclui que a EPAL
considerou o intervalo aceitável.
*1 A água, até dada extensão, dissocia-se em iões H3O+ e OH- (descrito pela equação 2𝐻2𝑂 ↔ 𝐻3𝑂+ +
[𝐻3 𝑂+ ]∗[𝑂𝐻 − ]
𝑂𝐻 − ). O coeficiente entre o produto da concentração de iões e a concentração de água ( = 𝐾𝑊 ) é
[𝐻2 𝑂]
[17]
chamado de constante de equilíbrio da água (Kw), que para 25℃ corresponde a pH=7 .
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(1) Note-se que, ao utilizar a murexida, esta vai complexar-se com iões de cálcio,
cobalto, níquel e cobre(II), pelo que iões magnésio não são quantificados. Quando esta
se encontra complexada ao ião metálico, apresenta, pelos resultados observados, uma
cor “rosa-salmão”, enquanto que da forma livre apresenta cor violeta. É no entanto
tabelado [19], que a solução de murexida é vermelho-violeta abaixo de pH 9, violeta de
pH 9 a 11 e azul acima de pH 11. O cálcio forma com a murexida um complexo de cor
vermelha em pH 11-12. Por fim, para cálcio, o pH requerido é 11,3 e a faixa de
detecção situa-se entre 0,2-1,2ppm.
5) Alcalinidade Total
Dado que não foi encontrado termo de comparação nos meios esperados (decreto
de lei e avaliação da ETAR), o presente parâmetro será avaliado segundo concordância
com um intervalo esperado da Universidade de Wisconsin. Segundo esta, os valores
ideais para alcalinidade total são entre 150 e 200mg/L CaCO3. O valor encontra-se
bastante fora do intervalo. Prováveis razões são descritas no parágrafo seguinte.
Tal como descrito no sexto e sétimo pontos referidos na nota introdutória (página -
14 -), o controlo de pH deveria de ter ocorrido no decorrer da titulação. Embora tenha
sido utilizado um indicador colométrico, durante a elaboração do protocolo, o grupo
deparou-se com dúvidas referentes a qual tonalidade da solução que corresponderia ao
fim da titulação. Tais dúvidas resultam em erros que levam a resultados finais
incorretos. Acrescido a estes, são também os derivados das duas titulações necessárias
terem sido feitas por grupos diferentes.
6) Teor de Cloretos
Segundo o decreto de lei relativo à qualidade da água para consumo humano [2],
o valor paramétrico para os cloretos é 250mg/L Cl. Pelos cálculos anteriores (página -
12 -), foi obtido para teor de cloretos foi 17,73mg de Cl/L, valor que se encontra
dentro do esperado.
Segundo uma análise feita à qualidade da água para consumo humano na rede
de distribuição de Lisboa, disponibilizada pelo Grupo de Águas de Portugal (EPAL) [3],
foi determinado que a água da torneira tinha valores compreendidos entre <15,0 e
30,3mg/L Cl. Para este parâmetro, o valor obtido encontra-se dentro do intervalo
esperado.
Nestas condições, não seria necessário intervir após a desinfeção e reequilíbrio
químico, no sentido de precipitar o cloro em excesso.
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Conclusão
A análise da água pelos parâmetros acima testados é um importante passo para
assegurar a qualidade desta para consumo humano, sendo a determinação de sólidos
suspensos totais, temperatura, pH, condutividade, dureza em cálcio, alcalinidade total
e teor em cloretos bons exemplos disso.
Para os resultados obtidos, era sempre esperado que os parâmetros estivessem
dentro daqueles normalizados nos documentos oficiais (publicado em diário da
republica [2]) e em particular dos resultados da análise feita à qualidade da água para
consumo humano na rede de distribuição de Lisboa, disponibilizada pelo Grupo de
Águas de Portugal (EPAL) [3]: para os SST, o valor encontrou-se dentro dos parâmetros,
apenas foi apontado que teria sido ideal (dado o baixo valor esperado) terem sido
trabalhados volumes maiores; para o valor de pH e condutividade, estes encontraram-
se dentro dos parâmetros, apenas foi apontado que foram utilizados demasiados
aparelhos de medição (temperatura, pH e condutividade) e que os mesmos se
encontravam descalibrados (possivelmente mais do que um); para a dureza em cálcio
e teor em cloretos, estes encontraram-se todos dentro dos parâmetros apresentados,
sendo apenas aconselhado uma pequena alteração no protocolo. Para a alcalinidade
total, o valor desta encontrou-se bastante fora do tabelado, resultante de uma
antecipada paragem da titulação por incertezas quanto à cor final esperada. De uma
forma geral, todos os valores corresponderam ao previsto e foram observados seis
métodos de análise da água para consumo humano.
Foram observados vários problemas no protocolo e na elaboração experimental,
todos descritos ao longo do presente relatório. Referente ao primeiro, sublinha-se o
uso de controlos (de modo a assegurar o bom funcionamento do processo em questão)
e referente às titulações, a medição do pH ao longo do método ou a idealização do
resultado esperado de modo a haver um correto controlo do fim da titulação (no
momento adequado), por exemplo, através da demonstração do resultado final ou do
acesso a imagens ilustrativas do mesmo. Referente ao segundo ponto, uma vez que
este deve-se a materiais não calibrados ou falta de condições adequadas ou ideais para
o bom funcionamento no laboratório, as críticas são apontadas ao referido laboratório
onde as experiências tomaram lugar. Note-se que, dado a função didata da presente
aplicação experimental, pode não ser necessário implementar tais medidas, pela falta
de justificação, pelo que ficam apenas registadas.
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Metodologia de Controlo da Qualidade de Águas para Consumo Humano
Referências/Bibliografia
[1] Decreto-Lei n.º 306/2007 de 27 de Agosto. Diário da República nº 164 – I Série.
Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento
Regional. Lisboa.
[2] Decreto-Lei n.º 152/2017 de 7 de desembro. Diário da República nº 235 – I
Série. Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento
Regional. Lisboa.
[3] http://www.epal.pt/EPAL/docs/default-source/agua/torneiras-na-cidade-de-
lisboa/2017/1º-trimestre.pdf?sfvrsn=2.
[4] ESSINGTON, M. E. (2005). Soil and Water Chemistry – An Integrative Approach.
1ª edição, CRC Press, Taylor & Francis e-Library.
[5] http://melhorsaude.org/agua/.
[6] ASHTON, J.J., GEARY, L.. The Effects of Temperature on pH Measurement. TSP-
01 Issue 2.
[7] ASHTON, J.J., GEARY, L.. The Effects of Temperature on Conductivity
Measurement. TSP-01 Issue 3.
[8] HEM, J. D. (1970). Study and Interpretation of the Chemical Characterstics of
Natural Water, 2ª edição, Geological Survey Water-Supply Paper 1473, United
States Government Printing Office. Washington.
[9] KOZISEK, F. (2003). Health significance of drinking water calcium and
magnesium. National Institute of Public Health. Czech Republic.
[10] https://www.uprm.edu/biology/profs/massol/manual/p2-alcalinidad.pdf.
[11] https://www.slideshare.net/MHJAH1D/mohr-method.
[12] http://www.iqsc.usp.br/iqsc/servidores/docentes/pessoal/mrezende/arquivos/aul
a11.pdf.
[13] http://labs.icb.ufmg.br/lbem/protocolos/calibraphmetro.html.
[14] www.ufscar.br/labbes/wp-content/uploads/Ca_e_Mg1.doc.
[15] http://www.titrations.info/precipitation-titration-argentometry-chlorides-Mohr.
[16] GONÇALVES, R. I. (2009). Metodologia para acreditação dos métodos de análise
de sólidos suspensos e dissolvidos em águas. Tese de Mestrado em Projecto de
Desenvolvimento em Ambiente Empresarial. Instituto Nacional de Saúde Doutor
Ricardo Jorge, I.P., Porto.
[17] https://www.chemguide.co.uk/physical/acidbaseeqia/kw.html.
[18] http://www.epal.pt/EPAL/docs/default-source/agua/ficha-dureza.pdf?sfvrsn=2.
[19] GOLTERMAN, H.L., CLYMO, R.S., OHNST AD, M.A.M. (1978) Methods for Physical
and Chemical Analysis of Fresh Waters. 2ª edição, Oxford, Blackwell Scientific
Publications.
[20] https://adams.uwex.edu/files/2013/01/Home-Water-Safety-Interpreting-
Drinking-Water-Test-Results.pdf.
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