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AL É A RELAÇÃO PENSAMENTO/HUMOR?
Marisa acredita que não merece ser amada. Esta crença parece-lhe absolutamente
verdadeira. Dadas suas experiências negativas com os homens, ela não consegue
sequer imaginar que alguém possa realmente amá-Ia. Tal crença, associada a seu
desejo de ter um relacionamento, faz com que se sinta deprimida. Quando um colega
de trabalho, Júlio, começa a se apaixonar por ela, ela passa pelas seguintes experiências:
• Um amigo brinca com ela sobre os freqüentes telefonemas de Júlio que ela recebe
no trabalho, dizendo "Acho que você tem um admirador, Marisa!" Marisa responde
"O que você quer dizer com isso? Ele nem liga com tanta freqüência". (Não notan-
do informação positiva)
• Júlio elogia Marisa e ela pensa "Ele só está dizendo isso para manter um bom
relacionamento profissional". (Descontando informação positiva)
, • Quando Júlio pergunta se podem almoçar juntos, Marisa pensa "Provavelmente
estou explicando o projeto de trabalho tão mal que ele está insatisfeito com o
tempo extra que o projeto está tomando". (Tirando conclusões negativas precipita-
das) -
• No almoço, Júlio diz à Marisa que ele acha que os dois têm sido bastante criativos
no projeto e que realmente gostou de passar o tempo extra com ela porque ela é
uma mulher atenciosa, gentil. Ele acaba dizendo a ela que a acha atraente. Marisa
diz ''Ah, muitos outros membros da equipe poderiam ter feito melhor". (Descontan-
do feedback positivo)
Uma vez que Marisa está convencida de que não merece ser amada, ignora ou
distorce as informações que contradizem esta conclusão. Quando está muito deprimi-
da ou com raiva ou ansiosa, a chance de ouvir feedback positivo é menor ainda.
Ignorar informações que não se encaixam as nossas crenças é algo que podemos
aprender a mudar. Para Marisa, aprender a perceber informaçôes p""'-~--::=
sua capacidade de atrair homens e de ser amada pode ser o co eço
.•••
_-'~ É A RELAÇÃO PENSAMENTO/COMPORTAMENTO?
Roger Bannister, decidiu determinar quais mudanças podia fazer em seu estilo e -
sua estratégia de corrida para quebrar a barreira dos 4 minutos. Ele acreditou se:
possível correr mais rápido e dedicou muitos meses de esforço para mudar seu padrão de
corrida com o intuito de alcançar esse objetivo. Em 1954, Roger Bannister tomou-se o
primeiro homem a correr uma milha em menos de 4 minutos. O fato de ele acreditar
que podia obter sucesso contribuiu para uma mudança de comportamento.
Extraordinariamente, tendo Bannister quebrado o recorde, os melhores corre-
dores de todo o mundo também começaram a correr a milha em menos de 4 mio -
tos. Ao contrário de Bannister, esses atletas não haviam mudado substancialme te
seus padrões de corrida. O que havia mudado era seus pensamentos; eles agora
acreditavam ser possível correr com tal velocidade e seus comportamentos aco pa-
nharam seus pensamentos. É claro que apenas saber ser possível correr rápido -
significa que qualquer pessoa possa assim o fazer. Pensar não é o mesmo que faze:::.
\ \) ...
Mas quanto majs acreditamos que algo é possível, majs pr01Jilvelmente tentarer:1 -
../ ~isa e mais chance teremos de ser bem-sucedidos em nossas teníari Cc!S.
. Q§ "pensamentos automáticos" são outro tipo de pensamento que influenciG:::,.
comportamentQ. SãQP-alavrase imagens que surgem em nossas mentes ao longo ci A' __
PENSAMENTO COMPORTAMI:NJO
Se eu não for agora, eles vão acabar com a comida.
É falta de educação correr para a mesa quando se está
no meio de uma conversa.
Meu avô está tremendo muito, mal consegue segurar
o prato.
Meu primo e eu estam os nos divertindo muito - nunca
conheci alguém tão interessante.
26 / GREENBERGER & PADESKY
Após a morte de seu amigo Luís, Paulo reduziu a freqüência dos jogos de cartas e de
outras atividades que compartilhava com amigos. No começo, sua família achou que
o fato de Paulo evitar seus amigos fazia parte da tristeza que Paulo sentia pela morte
de Luís. Mas, com o passar dos meses e com a recusa de Paulo de se encontrar com
seus amigos, sua esposa, Sílvia, começou a suspeitar de que seus estados de humor
não eram o único motivo para Paulo ficar em casa.
Certa manhã, Sílvia sentou-se para conversar com Paulo e perguntou-lhe por
que ele não estava respondendo aos telefonemas dos amigos. Paulo deu de ombros
e disse "Para quê? Estamos naquela idade em que estam os todos morrendo mesmo" .
Sílvia irritou-se. "Mas você está vivo agora - faça as coisas que você gosta!" Paulo
balançou a cabeça; Sílvia simplesmente não entendeu.
Sílvia realmente não compreendeu, porque Paulo não estava ciente das crenças
primárias que estavam direcionando seu comportamento e ele não podia explicar
completamente para ela porque havia parado de praticar as atividades que costuma-
va apreciar. Ao aprender a identificar seus pensamentos, Paulo deu-se conta de que
estava funcionando de acordo com uma das frases prediletas de seu pai: "Brinque
com seus amigos enquanto há sol, porque quando o sol começa a se pôr, você precisa
ir para casa sozinho." Quando Luís faleceu, Paulo decidiu que havia chegado à idade
em que a morte estava a um passo. O sol estava se pondo em sua própria vida e,
portanto, era hora de ir para casa sozinho.
uma sentença de morte não sobrevivem tanto quanto as pessoas que encaram a doença
de forma diferente. Embora muitos fatores afetem a longevidade dos pacientes com cên
cer, parece que os pensamentos e as crenças desempenham um papel importante.
e
=-"""\.URA: A relação pensamento/reação física.
.>
Batimento cardíaco aumentado • Estou tendo um ataque cardíaco.
•
Menos oxigênio ao coração e cérebro
•
Batimento cardíaco aumentado ----il.~ Isso significa que eu realmente
estou tendo um ataque cardíaco.
~
Maior aumento nas
.------------ Eu vou morrer .
sensações físicas
----- ..•.
·lpA,Nlcol
FIGURA 2.1. O pânicode Laura.
No início deste capítulo, você aprendeu como os pensamentos influem nos c::::>..Jc.....••.~
de humor que experimentamos. Você pode estar se --.:J""'-.-C
Meio -<::E!nsamen~ tando por que algumas pessoas são mais pro c. -
pensamentos e estados de humor do que outras. _
dessas diferenças podem ser biológicas o' :e;:; --::- - -
herdadas. Mas também sabemos que as experiências provenien es . -' _-
moldar fortemente as crenças e estados de humor que colorem d'U.;,..x.o.;:
Relação Pensamento/Humor
Baseando-se nos pensamentos de Sara, quais dos seguintes estados de humor mais pro-
vavelmente ela experimentará? (Marque todos que se aplicam.)
____ 1. Ansiedade/Nervosismo
____ 2. Tristeza
____ 3. Alegria
_____ 4. Raiva
_____ 5. Entusiasmo
A ~'1E o HUMOR /
VENCE."([)() 29
Relação Pensamento/Comportamento
Baseando-se nos pensamentos de Sara, como você prevê o comportamento dela?
Quando Sara teve esses pensamentos, ela se sentiu ansiosa e nervosa, permaneceu
em silêncio e experimentou um batimento cardíaco acelerado, suor na palma das
mãos, mudanças na respiração e tonteira. Foram essas as reações que você previu
que Sara teria? Nem todo o mundo experimenta as mesmas reações em relação a
determinados pensamentos. Entretanto, é importante reconhecer que os' pensamen-
tos têm conseqüências físicas, comportamentais e no estado de humor.
RESUMO DO CAPíTULO 2