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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE NIQUELÂNDIA


PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR

RODRIGO BARJONAS DA CRUZ RODRIGUES

O FACEBOOK NA UNIVERSIDADE: PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O USO


DO FACEBOOK NO ENSINO SUPERIOR

NIQUELÂNDIA
2016
RODRIGO BARJONAS DA CRUZ RODRIGUES

O FACEBOOK NA UNIVERSIDADE: PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O USO


DO FACEBOOK NO ENSINO SUPERIOR

Artigo apresentado como requisito para


obtenção de título de Especialista em
Docência do Ensino Superior pela
Universidade Estadual de Niquelândia.
Orientador: Profº Me. Neilson Mendes

NIQUELÂNDIA
2016
O FACEBOOK NA UNIVERSIDADE: PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O USO
DO FACEBOOK NO ENSINO SUPERIOR

Rodrigo Barjonas da Cruz Rodrigues1

RESUMO:

Este artigo tem como objetivo discutir sobre o uso do Facebook aliado à docência
acadêmica e apresenta os principais recursos e metodologias que podem ser
utilizadas pelos docentes de modo utilizar de maneira adequada o potencial
pedagógico desta rede social. Para isso, fez-se um levantamento bibliográfico sobre
a influência das redes sociais na sociedade e na educação, a rede social Facebook,
seus potenciais pedagógicos elencando os principais recursos e ferramentas para o
uso no ensino superior, e por fim, algumas propostas metodológicas de criação de
um grupo público o uso adequado deste na universidade. Esta pesquisa mostrou
que o uso das redes sociais na educação superior permite uma melhor construção
colaborativa do conhecimento, além de transcender as paredes da sala de aula
tradicional. Concluiu-se também que a rede social Facebook, possui um grande
potencial pedagógico, tal como a criação de um grupo de estudos em sua
plataforma, devido as diversas ferramentas que podem contribuir muito para o
ensino-aprendizagem de alunos universitários quando usadas de forma adequada
pelo docente e pelos discentes, servindo assim como uma excelente opção
metodológica para os professores que querem inovar, utilizar novos recursos
didáticos e motivar os alunos à pesquisa, ao compartilhamento e a criação de novos
conhecimentos.

Palavras-chave: Web, redes sociais, Facebook, grupo, ensino-aprendizagem.

____________________
1 Pós Graduando em Docência do Ensino Superior pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) –
UnU Niquelândia – GO. E-mail: rodrigobarjonas@hotmail.com
ABSTRACT:

This article aims to discuss the use of Facebook combined with academic teaching
and presents key features and methodologies that can be used by way of teachers
use adequately the pedagogical potential of this social network. For this, there was a
literature on the influence of social networks in society and education, the social
network Facebook, its pedagogical potential listing the key features and tools for use
in higher education, and finally, some methodological proposals creating a public
group the proper use of this university. This research showed that the use of social
networks in higher education allows for better collaborative construction of
knowledge, and transcend the walls of the traditional classroom. It was also
concluded that the social network Facebook, has great educational potential, such as
the creation of a study group on its platform, because the various tools that can
greatly contribute to the teaching and learning of university students when used
properly by the teacher and the students, thus serving as an excellent
methodological option for teachers who want to innovate, use new teaching
resources and motivate students to research, sharing and creating new knowledge.

Keywords: Web, social networks, Facebook, group, teaching and learning


1 APRESENTAÇÃO

O surgimento da Web 2.0 serviu como um marco zero para uma grande
revolução na educação, esta que juntamente com a inovação das tecnologias de
informação e comunicação trouxe novos paradigmas no que diz respeito ao ensino-
aprendizagem, seja na educação básica ou superior. Políticas de incentivo a adesão
de mídias digitais nas escolas, capacitação de professores para o uso correto na
sala de aula e a conscientização sobre a importância do uso estão sendo discutidas
e algumas implementadas, pois ainda percebe-se certa rejeição ou
desconhecimento ao uso destas tecnologias por parte dos professores.
As redes sociais digitais, embora muitas delas tenham sido criadas e
utilizadas para fins relacionais ou entretenimento, podem ser grandes aliados a
prática docente. O Facebook é uma delas. A rede social mais acessada no mundo
oferece várias ferramentas que podem contribuir para o desenvolvimento acadêmico
se usada de forma adequada e planejada.
Como usar o Facebook aliado à docência acadêmica? Que recursos e
metodologias o docente pode utilizar para aproveitar ao máximo o potencial
educativo do Facebook? Este estudo tem como objetivo responder e discutir tais
questionamentos através de uma proposta pedagógica de criação de um grupo de
estudo acadêmico utilizando esta rede social.
O delineamento deste artigo se dá por meio de uma pesquisa aplicada às
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) voltada à educação no ensino
superior. Inicialmente foi realizado uma pesquisa teórica baseada em diversos
autores, tal como como o autor português Manuel Castells que trata do tema
Sociedade em Rede, os espanhóis Cobo Romaní e Moravec que relacionam as
Web’s 1.0, 2.0 e 3.0 em contextos educacionais e também Douglas Juliani et al que
apresentam os principais potenciais pedagógicos do Facebook no ensino superior.
Em seguida são apresentadas algumas metodologias de uso pedagógico de um
grupo público no Facebook, bem como sugestões de políticas e regras gerais de uso
adequado deste como ambiente virtual de aprendizagem.
O capítulo 2 Redes Sociais, Sociedade e Educação, faz um levantamento a
respeito das redes sociais digitais e suas influências em uma sociedade em rede, a
evolução das Web’s sob o ponto de vista educacional, o ensino-aprendizagem de
adultos no ensino superior e as teorias epistemológicas do conhecimento. O
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Capítulo 3 A Rede Social Facebook discute sobre o surgimento do Facebook, o


seu uso comparado as outras redes sociais no mundo e no Brasil, o potencial
pedagógico do Facebook no ensino superior apresentando as principais ferramentas
que podem ser usadas na prática docente e também sobre a ética, segurança e
privacidade. O capítulo 4 Metodologias Para o Uso do Facebook na Universidade
apresenta algumas metodologias de uso pedagógico do Facebook na universidade
utilizando um grupo público de estudo e os cuidados que o docente deve tomar para
manter o ambiente virtual de aprendizado eficiente e agradável a todos os usuários.

2 REDES SOCIAIS, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO

A evolução da World Wide Web ou simplesmente Web juntamente com a


inovação tecnológica contribuíram para o surgimento de que podemos chamar de
“Sociedade em Rede”, que segundo Manuel Castells (2005, p.9): “[...] é a nossa
sociedade, a sociedade constituída por indivíduos, empresas e Estado operando
num campo local, nacional e internacional”.
É notável as mudanças pelas quais a sociedade atravessa atualmente, pois
são transformações que afetam a economia, a política, a comunicação, os serviços e
não menos importante, a educação. O mundo está cada vez mais conectado, mais
audiovisual, mais digital.
Castells (2005, p.17) defende:

“O nosso mundo está em processo de transformação estrutural


desde há duas décadas. É um processo multidimensional, mas está
associado à emergência de um novo paradigma tecnológico,
baseado nas tecnologias da informação e comunicação, [...]. Nós
sabemos que a tecnologia não determina a sociedade: é a
sociedade. A sociedade é que dá forma à tecnologia de acordo com
as necessidades, valores e interesses das pessoas que utilizam as
tecnologias.”

Esta transformação que a sociedade vem sofrendo nos últimos anos afeta a
forma como nos organizamos e como aprendemos (GARCIA, 2001). As redes
surgiram como uma nova forma de organizar a atividade humana na sociedade
(CASTELLS, 1996). De acordo com Franco (2009): “Redes são seres humanos
interagindo. Ou seja: você e sua família, você e seus amigos, você e o pessoal do
seu bairro”.
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Capra (2004) complementa que anteriormente as organizações em rede


baseavam-se em movimentos políticos, sociais e culturais de base, tais como: o
movimento feminista, o movimento pela paz e o movimento dos direitos humanos.
Recentemente, o Brasil foi cenário de inúmeras manifestações a favor ou contra o
impeachment de Dilma Rousseff do Partido dos Trabalhadores (PT)
(MANIFESTAÇÕES ... 2016). As novas tecnologias da informação e comunicação
(NTIC’s), a exemplo das redes sociais Youtube, Twitter e o Facebook se destacaram
no processo de mobilização por parte dos militantes nas manifestações públicas, tais
redes são amplamente utilizadas (SERRA JUNIOR; ROCHA, 2013).
As redes sociais citadas anteriormente, entre outras tais como o antigo Orkut
e o MSN Messenger, hoje substituído pelo Skype surgiram com o conceito Web 2.0
ou “Web Social” que trouxe consigo recursos interativos e de colaboração de seus
utilizadores, uma vez que em sua fase inicial, a Web 1.0, “[...] as operações de
download eram a imagem de marca de sua utilização” (GIL, 2014, p.1). Hoje, a
sociedade vive a terceira geração da internet, a Web 3.0, também designada por
“Web Semântica”, que são as novas tecnologias da comunicação e informação
tendo como objetivo representar a informação de modo que os computadores sejam
capazes de interpretá-las (MARCONDES FILHO, 2013).
A seguir o Quadro 1 apresenta uma visão global da evolução das Web’s
relacionado a educação, segundo SENAI (2014), adaptado de Cobo Romaní e
Moravec (2011):

Web 1.0 Web 2.0 Web 3.0


Socialmente
construído e
O sentido é Dito Socialmente construído
contextualmente
reinventado
Confiscada na porta da Permanente para
Adotada com cautela
A tecnologia é sala de aula (refugiados todos (universo
(imigrantes digitais)
digitais) digital)
Professor para aluno,
O processo de ensino- Professor para aluno e
Professor para aluno aluno para aluno e
aprendizagem é via aluno para aluno
aluno para professor
Em todos os lugares
As escolas estão e completamente
Em um prédio Em um prédio ou online
localizadas infundida na
sociedade
8

Um lugar para que


Os parentes veem as
Escola Escola eles aprendam
escolas como
também
Todo mundo em todo
Os professores são Profissionais licenciados Profissionais licenciados
lugar
São comprados com um São de código aberto e Estão disponíveis a
Hardwares e softwares nas
grande custo e disponível a um custo baixo custo e são
escolas
ignorados menor usados com intenção
Trabalhadores da linha
de montagem mal
O mercado vê graduados Trabalhadores da linha Co-trabalhadores ou
preparados em uma
como de montagem empreendedores
economia do
conhecimento

Quadro 1 - Evolução da Web e os paradigmas educacionais.


Fonte: SENAI, 2014. Adaptado de Cobo Romaní e Moravec 2011.

O uso das redes sociais podem contribuir muito para o ensino-aprendizado


dos alunos, que em geral são adultos. Nascimento et al, (2007) considera que estes
aprendem à medida que percebem que suas necessidades e interesses serão
satisfeitos, pois o que ele aprende na universidade deve servir de base para
confrontar com os problemas da sua vida pessoal e profissional. Segundo Freire
(1999), ensinar adulto é entender que o mesmo não é um aprendiz sem experiência.
O professor universitário em sua prática docente não pode desconsiderar a
bagagem intelectual do discente, como no modelo empirista, que considera o
indivíduo “vazio” por origem e que deve ser “preenchido” de conhecimento,
tampouco o modelo apriorista, cujo o sujeito é quem constrói o conhecimento sem a
necessidade de intervenção do docente (WEISZ, 2004).
Para Gomez (2009), as redes sociais são um espaço a mais da escola
contemporânea, porém requer orientações e cuidados especiais para que se
transforme em um dispositivo pedagógico. A ampla disseminação do uso das novas
tecnologias, em especial as redes sociais, pode ser de grande valia para a
educação.
9

3 A REDE SOCIAL FACEBOOK

O Facebook, criado em 2004 por Mark Zuckerberg2 e outros colegas na


universidade de Harvard. Inicialmente, conhecido como Facemash, tinha como
objetivo classificar quem era “quente” ou não, no sentido de ser sexualmente
atraente. O programa online apresentava duas fotos lado ao lado na tela e então o
usuário decidia qual das duas pessoas era mais “quente” (TEIXEIRA, 2012).
O Facebook, é a maior rede social no mundo em número de visitantes únicos,
são 58 milhões, cerca de 78% do total de usuários únicos (OTORI, 2015). Dados
fornecidos pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
(2015) obtidos na Pesquisa Brasileira de Mídia, confirmam o Facebook como a rede
social mais usada, aqui no Brasil são cerca de 83% de todos os entrevistados
(Figura 2), seguido pelas redes Whatsapp (58%), Youtube (17%) e Instagram (12%),
considerando que os entrevistados puderam escolher mais de uma opção das
disponíveis na pesquisa.

Figura 1 - As redes sociais mais usadas no Brasil em 2015.


Fonte: BRASIL, 2015

____________________
2 Mark Elliot Zuckerberg, programador e empresário norte-americano, que ficou conhecido
internacionalmente por ser um dos fundadores do Facebook.
10

3.1 POTENCIAL PEDAGÓGICO DO FACEBOOK NO ENSINO SUPERIOR

Ainda que não tenha sido criado para desempenhar um papel pedagógico, o
Facebook, segundo Martindale e Dowdy (2009) é uma plataforma baseada na Web
2.0, mas que possui dinâmica suficiente para ser considerado um Personal Learning
Environment (PLE), mais conhecido como Ambiente Pessoal de Aprendizado, que
são ambientes pessoais, flexíveis, e centrados no estudante (FERNANDES, 2011).
A rede social mais usada no mundo oferece inúmeras ferramentas e
aplicações, que podem ser utilizadas em vários níveis da educação, possibilitando
assim um ambiente informal de aprendizagem através da Web. Cabe ao docente,
estrategicamente e de forma planejada, conduzir suas aulas dentro e fora de sala.
Para Kelly (2007) o Facebook tornou-se não só um canal de comunicação e
entretenimento, mas igualmente um meio de oportunidades para o ensino superior: é
fácil de usar; não necessita de desenvolvimento interno ou de aquisição de software;
é útil para alunos, professores e funcionários; permite a integração de diversos
recursos (RSS feeds, blogs, twitter, etc.); fornece alternativas de acesso a diferentes
serviços; permite o controle de privacidade; etc.
Fernandes (2011) afirma que:

“[...] o Facebook pode ser utilizado como um recurso/instrumento


pedagógico importante para promover uma maior participação,
interacção e colaboração no processo educativo, para além de
impulsionar a construção partilhada, crítica e reflexiva de informação
e conhecimento distribuídos em prol da inteligência colectiva.”

Douglas Juliani et al (2012), listou os principais recursos (Quadro 2) que o


Facebook oferece que podem servir como ferramentas de apoio pedagógico:

Ferramentas Finalidade pedagógica


Divulgar os trabalhos e atividades realizadas. Por exemplo, um vídeo de
Adicionar fotos e
uma palestra ocorrida no campus, ou fotos de um estudo de campo. É
vídeos
importante buscar a melhor qualidade da imagem a serem publicadas.

Marcação de imagens, Marcar todos os envolvidos no conteúdo exposto para explicitar e


vídeos e comentários estimular participante.

Coletar a opinião a dos alunos ou demais atores a respeito de um


Criar enquetes
determinado assunto.
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Divulgar e receber a confirmação da participação em reuniões, viagens,


Criar eventos
palestras, entre outros.
Difundir informações e conhecimentos relevantes para os usuários do
Compartilhamentos Facebook que não participam diretamente dos grupos criados (unidades
curriculares/disciplinas)
Quando o professor divulgar algum material é possível divulgar também
Fóruns e Debates
um espaço para debate do assunto.
Tirar dúvidas em tempo real. Professor e Professor, Aluno e Professor,
Chat Secretaria e Aluno, Comunidade juntamente com alunos, professores e
secretária.
Uma nova funcionalidade do Facebook é a possibilidade de anexar
Adicionar documentos documentos: notas de aulas, apostilas, apresentações em powerpoint,
planilhas do Excel, etc...

Quadro 2 - Recursos/ferramentas do Facebook e sua finalidade pedagógica.


Fonte: JULIANI et al, 2012, adaptado pelo autor.

Ferreira, Corrêa e Torres (2012, p.16) em sua pesquisa sobre o uso


pedagógico do Facebook, destacou o seguinte:

Facebook é uma ferramenta que pode ser utilizada como um


ambiente virtual de aprendizagem formal, reunindo diversos tipos de
mídias em um único ambiente possibilitando e oportunizando a
aprendizagem colaborativa, a interatividade e as diversas
possibilidades pedagógicas que levam ao aprender a aprender.

Ainda na pesquisa realizada, os autores fizeram a ressalva de que é


necessário que o professor seja capaz de selecionar as informações e problematiza-
las, para que o mesmo possa ensinar e aprender.
Para Porto e Santos (2014) o professor precisa explorar o Facebook e suas
possibilidades comunicacionais para tornar o processo de ensino-aprendizagem
mais eficaz e capaz de motivar os alunos a utilizarem a rede social em favor da
aprendizagem. Para os autores, tudo vai depender da metodologia atualizada e dos
recursos comunicacionais que o mesmo irá utilizar para ensinar.

3.2 ÉTICA, SEGURANÇA E PRIVACIDADE

É evidente o potencial pedagógico que o Facebook oferece aos seus


usuários, professores e alunos. Por outro lado, o aumento da popularidade das
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redes sociais tem despertado inquietações diversas entre seus usuários, sendo uma
das grandes preocupações à privacidade (GILL et al, 2011). É importante ressaltar a
preocupação com a ética, segurança e a privacidade dos usuários, uma vez que a
rede social envolve informações pessoais e certos conteúdos publicados podem
gerar exposição indesejada, seja por parte do professor ou do aluno (JULIANI et al,
2012). Para isso o docente deve deixar bem claro aos alunos as políticas e regras
gerais de uso do Facebook, principalmente aos assuntos relacionados à ética,
segurança e privacidade.

4 METODOLOGIAS PARA O USO DO FACEBOOK NA UNIVERSIDADE

Esta seção refere-se às metodologias de uso pedagógico do Facebook em


uma disciplina qualquer de ensino superior através da criação de um grupo de
estudos.
Por se tratar de um grupo acadêmico, ou seja, de uma universidade onde o
conhecimento deve ser compartilhado, sugere-se ao docente escolher um grupo
público, sendo aquele em que qualquer pessoa pode ver o grupo, os membros que
fazem parte dele e também as publicações feitas (O QUE ... 2016). No entanto,
posteriormente deve-se editar as configurações do grupo quanto a aprovação de
novos membros e publicações no grupo para que o docente tenha um maior controle
das publicações feitas pelos alunos, a fim de evitar conteúdos indevidos que ferem a
ética, segurança e privacidade dos usuários, segundo Juliani et al (2012).
Antes de criar o grupo algumas políticas e regras gerais de uso devem ser
observadas:

 O docente deve expor aos seus alunos em sala de aula sobre a criação do
grupo fechado, os objetivos, os benefícios, as regras de segurança,
privacidade e publicações de discussões sobre a disciplina em questão,
enfim, toda a dinâmica que pode ocorrer ao longo da disciplina em questão,
tudo isso inclui a ética e responsabilidade pelas publicações feitas no grupo.
 O docente deve sugerir que todos os alunos da turma participem do grupo
que será criado, reafirmando os objetivos e benefícios acadêmicos que o
grupo lhe trará, e aos que ainda não possuem uma conta no Facebook, que
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criem um perfil na rede social para os mesmos não deixem de participar e


realizar as atividades que serão propostas.
 Caso existirem alguns alunos que não possuem internet em casa ou no
celular, sugerir que este acesse ao grupo para participar das atividades
através do laboratório de informática da instituição ou em parceria com algum
colega de turma, seja através de notebooks ou dispositivos móveis, porém
utilizando o seu próprio perfil, para que fique registrado a sua participação.
 Eleger de um a três representantes de turma, dependendo do número de
alunos, para que o mesmo possa ajudar no monitoramento e
compartilhamento das publicações e atividades.

Após os esclarecimentos a respeito das políticas e regras gerais, o docente


poderá iniciar a criação do grupo público no Facebook.
Para dar um maior envolvimento à criação do grupo, sugere-se ao docente,
em sala de aula, acessar a página inicial do Facebook utilizando sua própria conta,
pois será ele o único administrador e responsável por “moderar” as publicações.
Após a criação do grupo do grupo, o Facebook estará pronto para ser usado
pelo docente, onde neste poderá usar de sua metodologia e didática para promover
discussões sobre um determinado assunto, publicar eventos sobre palestras,
congressos, workshops, avaliações, compartilhar documentos para que os façam o
download. Todas as ações dos alunos no grupo serão notificados ao docente
(administrador e moderador), assim o mesmo terá o controle das publicações.
O Facebook como Ambiente Virtual de Aprendizado (AVA) depende da
proposta metodológica do professor, da sua mediação pedagógica e da motivação
dos alunos membros do grupo de estudos (FERREIRA et al, 2012).
Para uma turma de ensino superior, serão apresentadas a seguir algumas
metodologias de uso do grupo público do Facebook na prática docente:

 Organizar um fórum de discussão em tempo real, enquanto os conteúdos


são transmitidos em sala ou após o término da aula.
 Montar um escrita colaborativa sobre um tema tratado em sala, onde cada
aluno fará parte texto criado. O produto desta atividade pode resultar em um
pequeno livro ou apostila.
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 Solicitar um feedback sobre a aula em sala, para que o aluno exponha


suas opiniões sobre a didática, metodologia usada, recursos didáticos, o
assunto tratado, etc.
 Solicitar compartilhamentos de notícias relacionadas a um determinado
tema ainda não trabalhado, mas que em breve será tratado em sala. Esta
atividade objetiva a geração de discussões e debates.
 Criar resumos online de capítulos de livros utilizando o recurso de criação
de documentos do grupo. O aluno irá criar textos resumos de até 250
palavras, incluindo também as palavras-chave do texto.
 Publicar vídeos semanais sobre assuntos polêmicos cotidianos para serem
discutidos no grupo, de forma que todos participem e ponham a sua opinião a
respeito.
 Postar links de dicas diárias de leitura de livros, revistas, artigos e
dissertações sobre o que está sendo trabalhado em sala com os alunos.
 Publicar documentos de textos e/ou apresentações sobre aula a aula
seguinte para que os alunos possam ler com antecedência para assim
poderem discutir o assunto e fazerem questionamentos em sala sobre as
dúvidas que tiveram ao ler o documento-texto.
 Promover enquetes diárias sobre questões relacionadas ao assunto ou
tema que está sendo trabalhado em sala de aula. Os resultados podem ser
monitorados pelo docente e ao final da aula ele pode compartilhá-la com os
alunos.
 Publicar fotos, imagens, charges, etc. relacionadas a sua disciplina ou
assunto abordado e solicitar aos alunos que deem a sua opinião sobre.
 Organizar chats semanais em horários pré-definidos para esclarecimento
de dúvidas dos alunos sobre um determinado assunto que está sendo
trabalhado. Os chats podem ser individual ou em grupo, adicionando dois ou
mais membros na mesma conversa em tempo real.
 Publicar eventos sobre avaliações periódicas, palestras, congressos,
seminários em grupo, informando o nome do evento, localização, data,
horário e uma descrição.
 Criar um álbum de fotos das aulas teóricas e práticas que ocorrem dentro
ou fora da sala de aula. Todos os membros podem publicar fotos juntamente
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com a legenda, no entanto fica a cargo do docente aprová-las, o mesmo


ocorre com os comentários das fotos.
 Usar o endereço da Web e de e-mail para compartilhar conteúdos de outros
sites através de notebooks ou dispositivos móveis, utilizando o e-mail para
isto.

Confrontando tais metodologias com os paradigmas educacionais de Cobo


Romaní e Moravec (2011) das Web’s, observa-se uma transação gradual de ideias
da Web 2.0 para a Web 3.0 no que se refere ao processo educacional. O
conhecimento será socialmente construído e contextualmente reinventado, uma vez
que haverá o compartilhamento de informações novas e discussões sobre
conteúdos trabalhados em sala de aula.
Embora o professor seja mediador, o ensino-aprendizagem é tanto via
professor-aluno, aluno-aluno, mais também aluno-professor, pois sabe-se que pela
teoria construtivista o aluno não já traz consigo o conhecimento, este deve ser
construído no decorrer do processo relacional professor/aluno como já explanado
anteriormente.
Para Porto e Santos (2014) é importante que o docente se organize e planeje
suas aulas, além de esclarecer aos alunos todas as ações relacionadas à utilização
dessa rede social.
Alguns cuidados são essenciais para o desenvolvimento de um bom trabalho
docente diante da ética profissional e da boa convivência virtual com os alunos. O
artigo publicado pela Universia Brasil (2013) “4 regras que professores devem seguir
no Facebook” esclarece alguns cuidados que os docentes precisam ter ao utilizar
esta rede social, entre elas vale a pena citar duas:

Se você tem estudantes e colegas de trabalho como amigos no


Facebook, é essencial que mantenha o profissionalismo e tenha
critério a respeito das informações que divulga na rede social. Uma
boa estratégia para evitar complicações é criar perfis diferentes para
relacionamentos pessoais e profissionais. (grifo do autor)

Ainda que os objetivos educacionais já proporcionem segurança no


ambiente virtual, lembre-se de definir certas regras para que seus
estudantes estejam completamente seguros. Oriente suas turmas a
compartilhar e comentar conteúdos relevantes, ofereça feedback
constante e lembre-os de que toda informação deve ser
acompanhada de uma fonte. (grifo do autor)
16

Outro ponto que também merece atenção é a agilidade ao publicar os


conteúdos, como explica Juliani et al (2012), o professor deve ter um perfil de quem
usa constantemente as redes sociais, o mesmo precisa manter-se online, pois a
morosidade em publicar conteúdos, responder mensagens, comentários e
compartilhamentos compromete a iniciativa, tendo em vista que os alunos criam
expectativas de receberem respostas rápidas, se não instantâneas.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dado o exposto, percebe-se que a evolução da Web de 1.0 para 3.0 sob o
aspecto educacional mudou consideravelmente a forma como o processo de ensino-
aprendizagem pode ser encarado usando as redes sociais, pois transcende as
quatro paredes da sala de aula tradicional e permite a construção colaborativa do
conhecimento que parte não só de professor para aluno e de aluno para aluno mais
também de aluno para professor.
Entende-se também que o Facebook por se tratar da rede social mais
acessada no Brasil e no mundo possui um grande potencial pedagógico para o
ensino superior, graças aos inúmeros recursos e ferramentas disponíveis, a
facilidade de uso, a grande mobilidade graças à possibilidade de uso através de
dispositivos móveis e o público-alvo que são na maioria adultos, no entanto requer
um planejamento antecipado por parte do docente, bem como cuidados a serem
tomados adotando políticas e regras gerais de utilização da rede social como
ambiente virtual de aprendizagem.
Por todos estes aspectos, conclui-se que a criação e uso adequado de um
grupo no Facebook voltado para a prática docente é uma excelente opção
metodológica para os professores universitários que buscam inovar suas aulas,
ampliar os recursos didáticos e motivar seus alunos a pesquisar, compartilhar e criar
novos conhecimentos que servirão de base para a sua carreira pessoal e
profissional.
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