Sunteți pe pagina 1din 2

Imprimir ()

04/10/2017 - 05:00

A dúvida de um pequeno empresário: quanto vale


minha firma?
Por André Rocha

Recentemente, um pequeno empresário com nove lojas me perguntou: Quanto vale a minha empresa?

Ele sabe quanto fatura, quanto retira mensalmente para seu sustento, mas não tem noção de quanto vale a sua companhia.
Desconhece o valor do seu ganha-pão, embora saiba quanto custa seu carro e seu apartamento. Será tão difícil calcular o
valor de um negócio? Será que as métricas de avaliação utilizadas para se calcular o valor justo das empresas negociadas
em bolsa servem para estimarmos o preço de uma pequena empresa?

Sim, essas ferramentas podem ser úteis para se avaliar um pequeno negócio. Primeiro, vamos entender como tem se
desenvolvido o conceito de valor ao longo do tempo.

Antigamente, a ótica era patrimonialista. Fazia-se o levantamento dos imóveis e equipamentos, deduziam-se as obrigações
e dívidas e a diferença correspondia ao valor do negócio. Na contabilidade, esse resto é chamado de patrimônio líquido.

Para empresas negociadas em bolsa, pode-se comparar o valor de mercado da empresa (número de ações multiplicado pela
cotação) com o patrimônio líquido. Esse múltiplo é chamado P/VPA (cotação dividido pelo valor patrimonial por ação). Se
essa divisão resultar em um número muito acima de um, a ação em bolsa estaria cara. Caso contrário, barata.

A lógica desse raciocínio é a de que se comprarmos uma ação pagando um valor menor do que o ativo líquido, estaríamos
adquirindo-o por um preço menor do que ele vale. Mas essa métrica tem perdido prestígio, pois apresenta inconsistências.

E se os ativos não estiverem contabilizados a valor de mercado? Imagine que o valor contábil dos ativos esteja muito
superior ao valor de mercado. O múltiplo pode estar inferior a um, mas uma reavaliação dos ativos poderia facilmente
tornar o indicador superior a um. Contudo, essa não é a única restrição do método. Na era do conhecimento, a
contabilidade ainda não deu respostas de como se avaliar o capital intelectual representado pelos empregados (já abordei
esse tema no post Contratar o Einstein é custo ou investimento? ).

Logo, pela ótica contábil, o valor do negócio do amigo empresário corresponderia à soma dos seus ativos máquinas e
terrenos , diminuído de suas dívidas (caso houvesse). Contudo, a ciência financeira evoluiu.

Hoje o valor da empresa não está mais atrelado ao custo de aquisição dos ativos. Se o empresário pagou caro ou barato é
um problema que ficou no passado. Interessa agora o fluxo de caixa que esse ativo trará no futuro. Aí entra a métrica do
fluxo de caixa descontado que é a mais utilizada atualmente para se avaliar um negócio. Ela não é infalível, mas contribui
para se ter uma noção sobre quanto o empreendimento vale.

Projetando-se as receitas, as despesas e os investimentos e trazendo essa geração de caixa a valor presente por uma
determinada taxa de desconto (não se esqueça de que R$ 100 hoje vale mais do que os mesmo R$ 100 no próximo ano),
teríamos o valor da companhia.

O valor do negócio do nosso amigo empresário pelo fluxo de caixa descontado seria a geração de caixa de suas nove lojas
trazida a valor presente.
O fluxo de caixa descontado é mera matemática financeira. Por isso, a sensibilidade do analista é importante: qual taxa de
desconto usar? Quais as premissas para o crescimento da receita? Quanto será necessário investir para as lojas
continuarem gerando caixa? O quadro de pessoal precisará ser expandido para manter o crescimento? Faz sentido calcular
um valor na perpetuidade?

Posso adiantar que a empresa do empreendedor amigo pode ter dois valores. O primeiro leva em conta apenas o fluxo de
caixa gerado pelas nove lojas. Outro cálculo pode considerar a abertura de novas lojas. Indagações devem ser feitas sobre
essa expansão:

a) Será feito via aquisições ou organicamente?

b) A empresa possui capacidade financeira para essa empreitada? Os recursos serão próprios, dívida bancária ou advindos
de franquias?

c) A administração está preparada operacionalmente para o crescimento?

Por fim, outra métrica seria utilizar o múltiplo FV/Ebitda (valor da firma dividido pela geração de caixa operacional) de
empresas listadas em bolsa com atuação no mesmo ramo de negócio do empresário amigo. Como a empresa listada está
acessível a qualquer investidor, pois possui ações em bolsa, é justo que seu múltiplo mereça um prêmio sobre o de nosso
amigo. Mais uma vez entra a sensibilidade do analista para definir qual será o prêmio justo e para discernir se o Ebitda
reportado pela empresa aberta é comparável com o da empresa do amigo.

O mercado acionário é uma fonte de aprendizado para os pequenos e médios empresários espalhados pelo país. Resta
difundir esses conhecimentos. Ganhariam esses empreendedores e a economia brasileira.

André Rocha é analista certificado pela Apimec e atua há 20 anos como especialista na avaliação de
companhias listadas na bolsa.

As opiniões contidas neste espaço refletem a visão do analista sobre as companhias, e não a do Valor
Econômico. O Valor e o autor não se responsabilizam por prejuízos decorrentes do uso dessas
informações (Veja os termos de uso completos em www.valor.com.br/valor-investe/o-estrategista)

S-ar putea să vă placă și