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Relatório de atividades, realizado de março de 2017 a fevereiro de 2018, por Dayane

Pontes (Graduanda em Letras – Português/Literaturas pela UFRJ e bolsista de IC


do CNPq)

No mês de março de 2017, a convite da Professora Doutora Bruna Franchetto,


passei a integrar o projeto Línguas Indígenas Ameaçadas: Pesquisa e Teorias Linguísticas
para a Revitalização, que visa a documentação de situações de crise linguística e o
desenvolvimento de metodologias de revitalização linguística, bem como a criação e
experimentação de materiais e técnicas pedagógicas para línguas indígenas brasileiras. O
projeto contempla três línguas indígenas, sendo elas o Yawanawa (família Pano), sob a
responsabilidade dos linguistas Lívia Camargo e Rafael Nonato; Patxohã (família Pataxó,
atualmente reconstructed language), sob a responsabilidade da Profa Bruna Franchetto e
da doutoranda indígena em Antropologia Social do Museu Nacional (UFRJ, Anari Braz
Bonfim; e o Guató (isolada), do qual faço parte juntamente com Walter Alves (graduando
em Letras), Kristina Balykova (mestranda em Linguística) e Gustavo Godoy (doutorando
em Antropologia Social).
Através da minha participação no subprojeto Guató, iniciei os estudos acerca dos
aspectos tonais encontrados na língua. As análises de Adair Palácio (1984) revelam “que
o Guató é uma língua tonal, altamente aglutinante, de padrão VSO e morfologicamente
complexa, com marcadores morfológicos indicando que opera tanto com o sistema
ergativo/absolutivo quanto com o sistema nominativo/acusativo.”. Visto que esse aspecto
da língua ainda é pouco estudado no ambiente acadêmico, com a orientação de Bruna
Franchetto, passei a explorar essa questão.

Como meu conhecimento técnico e científico a respeito dos aspectos das línguas
indígenas no geral eram pequenos, meus primeiros meses como bolsista de IC pelo CNPq
consistiram em diversas leituras para aprofundamento na área e, principalmente, intensos
estudos acerca do funcionamento da estrutura linguística do Guató.

Além disso, entre os meses de abril e maio, participei do curso de extensão


Línguas Indígenas em foco: Uma Introdução, oferecido pela UFRJ, que abordou alguns
aspectos gerais das línguas indígenas. O curso teve a participação de diversos
pesquisadores da área, como Gean Nunes Damulakis, Kristine Stenzel, Márcia Dâmaso,
Bruna Franchetto e outros que contribuíram para sua realização. O curso serviu para que
eu pudesse agregar ainda mais conhecimento sobre os aspectos gerais das línguas
indígenas e, também, para que eu pudesse conhecer aspectos específicos de outras línguas
que ainda não havia estudado, como o Kuikuro, Kaingang e Pirahã.

Após os processos de leitura e imersão nas línguas indígenas, iniciei meus estudos
sobre a tonalidade do Guató tentando aprofundar as informações oferecidas por Palácio
(1984) em sua tese. Entre o período de março a dezembro de 2017, produzi um estudo de
aproximadamente doze páginas que contém informações relevantes para o tema, como a
diferença entre as línguas acentuais e as línguas tonais, traços prosódicos, teoria
autossegmental, diferença entre tom e acento etc.

Após essa introdução teórica, comecei a utilizar os conceitos de Hyman (2006)


que explicam os fenômenos de stress (acento) e tone (tom) e me propus, a partir de seus
fundamentos teóricos, comprovar se o Guató é, de fato, uma língua tonal. A seguir
encontra-se um trecho do meu estudo que exemplificam as ideias de Hyman:

“De acordo com Hyman (2006), em termos de estrutura prosódica da palavra,


pode-se dizer que basicamente há dois fenômenos envolvidos, stress (acento) e tone, e
uma vez que nenhum é obrigatório, há quatro possibilidades para uma dada língua: 1 -
tone & stress; 2 - tone & no stress; 3 - no tone & stress; 4 - no tone & no stress.

A língua Kaingang, por exemplo, parece apresentar-se como a combinação em 1,


sendo uma língua basicamente acentual, mas com subsistemas tonais atuando em áreas
bem específicas da gramática, como é o caso da flexão de verbo (NASCIMENTO,
2016).”

Os estudos a respeito do tema não foram concluídos ou publicados, entretanto eles


terão continuidade através do meu trabalho de conclusão de curso e através da minha
futura dissertação de mestrado.

Durante o período de participação no projeto também organizei parte do acervo


midiático Guató, junto com Walter Alves e Gustavo Godoy. Essa tarefa contou com
quatro etapas de produção, sendo elas: (1) ouvir os áudios de licitação da língua feitos
por Joel Pizzini e Adair Palácio, descartando aqueles que não podiam ser aproveitados
por problemas na qualidade da gravação; (2) realizar edições nos áudios, como cortes e
melhorias na qualidade do som; (3) renomear os áudios editados de acordo com o autor e
pasta que se localizam no arquivo (ex: Joel Pizzini > CD01 > GTA-PZ-01_1); e (4)
organizar os áudios, já editados, em planilhas que mostram a sua localização no arquivo
e seu conteúdo (ex: GTA-PZ-01_1 > lenda do Tuiuiú). Para maior detalhamento deste
trabalho, remeto ao relatório específico, de autoria minha e do outro bolsista de IC
(PIBIC, UFRJ), Walter Alves.

Referências bibliográficas

Leituras realizadas:

FRANCHETTO, B. e GODOY, G. 2017 (no prelo). Primeiros passos da


revitalização da língua Guató: uma etnografia. Revista LinguíStica, v.13, n.1,
jan.2017. Rio de Janeiro: Programa de Pós-graduação em Linguística, UFRJ.

HAYES, B. 2006.Introductory Phonology. UCLA.

HYMAN, L. M. Word Prosody Typology. Phonology, n. 23, p. 225-257, 2006.

NASCIMENTO, M. Tempo, modo, aspecto e evidencialidade em Kaingang. 2013.


140fls. Dissertação (Mestrado em Linguistica) – Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Faculdade de Letras, Rio de Janeiro, 2013.

PALÁCIO, A. 1984. Guató: A língua dos índios canoeiros do Rio Paraguai.


Tese de doutorado. UNICAMP.

POSTIGO, A. 2009. Fonologia da língua Guató. Diss. de mestrado. UFMS.

SOARES, Marília Facó. Aspectos suprassegmentais e discurso em Tikuna. In:


ORLANDI, Eni. (org.) Discurso indígena: a materialidade da língua e o
movimento da identidade. Campinas: Editora da UNICAMP, 1991. p. 45-138.

STORTO, L. e DEMOLIN, Dr. The phonetics and phonology of South


American languages. In: CAMPBELL, Lyle e GRONDONA, Verónica. (org.).
The Indigenous Languages of South America: A Comprehensive Guide.
Berlim/Boston, 2012. p.331-390.

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