(Referência Bibliográfica: caps. 1 a 3 do livro do Bresser)
Foco: longo processo histórico que levou a surgimento, no início do século
XXI, do novo Estado, democrático, liberal, social e republicano.
Esfera política e esfera econômica: distintas, mas inter-relacionadas: nos
mercados, mecanismo competitivo, quase automático, de alocar recursos e benefícios (foco: interesses). Na política, nada é automático: negociação, debate, escolhas (foco: valores).
Formas de Estado pré-capitalista oscilavam em ciclos de formas mais ou
menos autoritárias.
A partir do surgimento do capitalismo, história deixa de ser cíclica e assume
direção do progresso (ininterrupto? Dos iluministas) ou da racionalização (Weber) e da abundância (economistas do século XX).
Capitalismo e democracia provaram ser capazes de gerar seu próprio
aperfeiçoamento contínuo!!
[Mas cuidado com a associação automática entre eles: ver abordagem de
Ellen Wood!!! E com a história “real” da relação entre ambos! Trabalho de crianças, jornada de trabalho, direitos, etc...]
4 fases dos direitos da cidadania:
Sec. XVIII → revoluções liberais → direitos civis;
Início do século XX → revolução democrática → direitos políticos;
1ª parte do século XX → revolução social → direitos sociais;
Último quarto do século XX → revolução republicana → direitos
republicanos.
Às quais corresponderam 4 formas históricas de Estado, relacionadas ao tipo
de interação Estado-Mercado: Absolutista;
Liberal;
Social-democrático;
Social-liberal.
Importância crescente da burocracia estatal (funcionários) e padrão cíclico da
intervenção do Estado na economia:
Tipos históricos de Estado e de gerenciamento do Estado (Quadro 1, p. 35):
Fonte: Theories of the Democratic State. John Dryzek and Patrick Dunleavy. Palgrave 2009.
Cap. 2 Estado Absoluto e Administração Patrimonial.
Transição da República greco-romana para o Estado moderno marcada pelo
surgimento de corpo burocrático profissional encarregado de administrar o Estado. (Antes eram os próprios cidadãos que o faziam). Primeiras manifestações disso, nas cidades-estado republicanas do norte da Itália no séc. XII (Gênova, Veneza, Florença).
Formação do Estado Nacional Moderno é parte da Revolução Capitalista.
Fruto do acordo político (“contrato hobbesiano hipotético” entre Monarcas e burguesia mercantil).
Era absolutista na política, mercantilista na economia e patrimonialista na
administração (sem distinção entre o público e o privado) → Luis XIV: “Le Etat c’est moi!”
1ºs: Inglaterra, França, Portugal e Espanha.
Convivência tensa e equilíbrio instável desse pacto de classes (“contrato hobbesiano hipotético”) → Revolução Gloriosa (1ª burguesa).
Características do Estado/administração patrimonialista: confusão
entre estatal e privado (patrimônio real), recrutamento aristocrático da burocracia, compra de cargos e remuneração por monopólios de renda ou prebendas.
Apesar disso, se moderniza no século XVIII com crescente profissionalização
de funções. Especialmente finanças, justiça e exército.
Cap. 3 Estado Liberal e Reforma do serviço público
Hobbes e a importância seminal da ideia do contrato social (direitos dos reis
não é divino!) → base da ideia dos direitos de cidadania, já que, afinal, são os cidadãos que, por acordo (contrato) erigem o Estado/governo.
Liberdade dos antigos (positiva; participação nos destinos da polis) e dos
modernos (negativa; não interferência do Estado na vida dos indivíduos; direito civis de liberdade, propriedade) do Benjamin Constant.
Estado Liberal nasce com Revoluções Liberais dos sécs. XVII e XVII.
Século XIX é século do capitalismo industrial, do liberalismo econômico e do
Estado Liberal, com a semente do Estado Social (regulação das mercadorias fictícias: trabalho, terra e dinheiro).
Foi também o século da Reforma Burocrática que levou aparelho de
Estado a assumir feição moderna e capitalista.
Prússia: luta política entre 2 aristocracias → burocrática ascendente x rural
declinante.
1770: concursos de admissão obrigatórios na base convivendo com
autorecrutamento aristocrático no topo da burocracia. Pós invasão napoleônica, Movimento Reformar a Prússia: nova aliança entre aristocracia rural e aristocracia burocrática, à custa da nobreza patrimonial (parasitária?).
Decretos Reais de 1870: Gladstone elimina clientelismo e adota concurso para
todos os cargos.
Reforma educacional: universalização da educação básica. Elite Burocrática →
universidades (Cambridge, Oxford).
França: Reforma começa com Revolução Francesa: eliminação de direitos
feudais (a cargos) e da compra, mas sem abolir clientelismo (recrutamento baseado na lealdade).
Aumento de regras burocráticas: novo ramo do Direito → Direito
Administrativo, que teve papel primordial na Reforma Burocrática na França.
Napoleão: centralização autoritária na nomeação dos altos postos (recrutados
nas universidades e Écoles) combinado com grande autonomia dessa burocracia para nomear e demitir servidores, além do estabelecimento de normas.
Papel Central do controle exercido pelo Conseil d’État (≈ Tribunal Superior do
Direito Administrativo).
EUA: começa com Lei Pendleton (1883) e conclui com Personnel
Classification Act (1923).
Prazos para ocupação de cargos e concursos de admissão (até Andrew
Jackson-1828, recrutamento aristocrático e posse patrimonial; depois dele, clientelismo – “spoil system” – para adequar servidores a diretrizes do governo). Debate reformista da 2ª metade do século XIX: como conciliar burocracia meritocrática autônoma com representação democrática?
Solução: servidor público neutro; apolítico!
Movimento progressista. Woodrow Wilson: A Study of Administration-1887 →
administração pública como ciência → racionalidade e eficiência.
Franck Goodnow (Politics and Administration): partidos não devem controlar